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d e a r b e u o Q l o c o t o r p
B e mg a l e r a . . .
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c h e g a mo sa on o s s oĂş l t i mob o l e t i m
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Há de se ter muito cuidado com este termo, já que se pode dizer que vivemos num mundo onde a imagem é supervalorizada. Desde sempre as aspirações do ser humano são influenciadas por imagens de outros. Não é de hoje que se discute o impacto da televisão nos anseios das pessoas e com a chegada da internet, em especial das redes sociais, quem apenas consumia este imaginário, passou também a produzi-lo. Ou seja, qualquer pessoa pode projetar uma imagem de si, para demonstrar um status. Não à toa, o termo ‘ostentação’ passou a aparecer constantemente em clipes e publicações, desenhando uma vida cheia de aquisições materiais como sinônimo de bem sucedida, infelizmente guiando as expectativas de muita gente. Isto tudo acaba criando um ciclo vicioso, onde o conteúdo, o valor, é deixado de lado, na construção de um mundo ‘bolha de sabão’: colorido, brilhante, porém frágil e oco. Um mundo sim, hipócrita. Você pode estar se perguntando onde quero chegar com isso. Sou muito entusiasta de uma visão na qual a nossa organização deve ser uma amostra do mundo no qual gostaríamos de viver. Onde devemos combater tudo o que vemos de errado. Porém, em muitas das minhas andanças e no dia a dia, me deparei em diversos lugares e postagens, membros da Família Rotária em geral, me permitam, ‘ostentando’ o fato de fazer parte desta organização. Longe de mim não incentivar que se tenha orgulho em fazer parte desta Família, porém há uma linha tênue entre estas duas atitudes, que ivência muitas vezes é cruzada na inocência, no vislumbre que a v
rotária propicia. E é para isto que há tempos desejo escrever estas palavras como um último recado agora que finalizamos este ano de trabalho: sobre como atuamos e sobre o que demonstramos nesta nossa experiência na organização Rotary International.
Lembrem-se que não, não estamos mudando o mundo apenas por fazer parte de um Rotary, Rotaract, Interact, que seja. Não estamos nos tornando melhores profissionais se aplicarmos nossos preceitos apenas nos discursos de posse e nas atividades rotárias e não nas nossas vidas profissionais. Não estamos nos tornando novos líderes apenas por demonstrar no Facebook que fazemos parte de um grupo de voluntários. Nossa organização é sim formada por um grupo destacado de membros de nossa sociedade. Contudo, a nobreza de nossa instituição não deve se basear no fato de sermos um grupo diferenciado de pessoas, mas sim no impacto de nossas ações em nossas comunidades. Então digo que mais importante do que exibirmos nossos símbolos, é agregar mais valor a eles. Como? Proponho duas coisas, uma que pode parecer até boba, e outra que pode parecer discurso de paz e amor, porém, boas práticas nunca sairão de moda. A primeira é: voltem constantemente ao básico. Nunca se esqueçam de onde começa o trabalho de nossa organização, ou seja, das suas comunidades. Se tornem o mais próximo o possível delas, descubram suas reais necessidades, e ataquem de forma concisa e sustentável estes problemas, afinal, se formos ao âmago do pensamento, estas comunidades também são compostas por vocês. Jamais se esqueçam do principal recurso que vocês têm para realizar o trabalho citado: o recurso humano. Conheçam quem são seus companheiros, suas profissões, suas aspirações e interesses, até suas famílias, afinal, são todos seres humanos, com todas as suas dores e delícias, como vocês. Tratem-nos como iguais, com humildade e atenção, independente de cargo ou tempo de associação. Afinal, um título Paul Harris nunca vai ser mais importante do que uma ideia para um projeto. Um cargo escrito abaixo de um pin jamais será mais importante do que o tempo de vida que um associado despende com o clube.
a n i g á p ma i t l ú ovo horizonte nicial de um n e o ponta-pé i
Estudem sobre suas funções e busquem desempenhá-las com afinco, pois somos sim um grupo no qual se ingressa voluntariamente, mas que se sustenta pelo compromisso. E claro, cuidem dos nossos símbolos, jamais se esquecendo do porque deles estarem ali. O sino não é só um belo item dourado na mesa em frente ao presidente. É o que determina a ordem. A bandeira não é coadjuvante na panóplia, ela carrega toda a história do clube – a já escrita e a que está sendo construída – tanto que é aplaudida junto com a nacional e as demais. A camiseta é o uniforme dos seus times. O uniforme é o que equaliza com os companheiros e ao mesmo tempo diferencia dos demais clubes, grupos, pessoas durante um projeto, uma atividade. O pin é o mais simples e mais sublime, pois a simplicidade é o ápice da sofisticação. Ele pode acompanhá-los aonde for e, apesar de pequeno, carrega em si todos os valores que pregamos aqui nas demais esferas de nossas vidas. Se tudo isso ficar difícil de lembrar, recorra à segunda proposta. É um exercício mental simples e que é pregado há milênios: coloquem-se no lugar do outro. Coloquem-se no lugar de um convidado que entra numa reunião e vê o presidente tocando o sino por ordem e sendo ignorado. Coloquem-se no lugar de uma pessoa da comunidade recebendo um auxílio do clube e vendo todos com a mesma camiseta e o mesmo símbolo no peito. Coloquem-se no lugar de seus colegas de trabalho, vendo vocês realizando uma tarefa de forma competente e ética, e notando o ponto brilhante no lado esquerdo de suas camisas. Com isto, ouso em finalizar com um pedido: não só exibam com orgulho os nossos símbolos, honrem-nos. Foquem seus esforços nos conteúdos que estes símbolos representam, no que eles significam, e o resto, a admiração, a aspiração, a imagem, será uma positiva consequência. Este sim é um trabalho que se sustenta, ao contrário de um trabalho só de status. Afinal, nem mesmo a mais bela maquiagem pode abrilhantar um rosto de espírito abatido. Honrem esta organização à qual vocês pertencem fazendo o que ela prega. Isso sim pra mim é first, best class. Isso sim é que, na minha visão, fará o Rotary brilhar.
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Beijos e abraços a todos, e tudo de melhor à próxima gestão!