Presidente de Rotary International 2002-03 - Bhichai Rattakul Governador do Distrito 4430 2002-03 - Valdemar Lopes Armesto Presidente do RCSP-Tatuapé 2002-03 - Antônio Sampaio Teixeira
Informativo Semanal - Número 26 21/01/2003 a 28/01/2003
Fundação de São Paulo Nas primeiras décadas de 1500, era uma aventura e tanto subir do litoral até o planalto, onde hoje fica o centro da cidade de São Paulo. Era preciso enfrentar as correntezas de vários rios, atravessar florestas que pareciam não acabar mais, subir, descer e tornar a subir serras muito altas. O perigo rondava os viajantes. O padre José de Anchieta e alguns companheiros fizeram a viagem do litoral até o planalto, em janeiro de 1554. Uma boa maneira de avaliar as dificuldades dessa empreitada é relembrar um pouco o que enfrentou o padre e seu grupo. Além disso, essa viagem é muito importante, principalmente para a história de São Paulo. Chegando ao planalto de Piratininga, José de Anchieta funda o povoamento de São Paulo, com a ajuda dos índios tupiniquins, que viviam na região e eram aliados dos portugueses. No dia 8 de maio de 1553, o padre José de Anchieta embarcou em Portugal na caravela que o traria ao Brasil. A viagem, para alívio do passageiro, foi muito calma, coisa que não era comum naquela época. Assim, em 13 de julho do mesmo ano, o religioso aportou em Salvador, Bahia, que era a capital do Brasil. Mas o destino de Anchieta era o Campo de Piratininga, que hoje é o chamado "centro velho" da cidade de São Paulo. Por isso, passadas algumas semanas, o padre embarcou novamente. Dessa vez, em uma das duas caravelas que zarparam da Bahia rumo a São Vicente, no litoral sul do atual estado de São Paulo. Essa viagem, porém, foi bem difícil. Na altura do arquipélago de Abrolhos, ainda na Bahia, as embarcações foram alcançadas por uma tempestade terrível. Um dos navios bateu contra as pedras, espatifando-se. O outro aproximou-se muito do litoral e encalhou. Todos os passageiros precisaram descer em terra para procurar abrigo, água e comida. Por sorte, os índios que viviam na região trataram muito bem os estranhos, recémchegados. Para matar a fome dos viajantes, deram-lhes de presente abóboras e farinha de mandioca. Na véspera do Natal de 1553, o navio que se salvara chegou a São Vicente. Vinha apinhado de gente, pois além de sua tripulação trazia todos os sobreviventes da caravela que havia naufragado. São Vicente era um vilarejo que estava crescendo muito rapidamente. Primeira cidade a surgir na região, fundada em 1532 por Martim Afonso de Sousa, possuía diversas plantações de cana e alguns engenhos de açúcar. Depois de acompanhar as festas e descansar durante alguns dias, Anchieta e seu grupo partiram em direção à Piratininga, seguindo um caminho que os tupiniquins ensinaram aos portugueses. Como hoje, subia-se do litoral ao planalto pela serra do Mar. O caminho começava no porto velho de Piaçaguera — nas proximidades da atual cidade de Cubatão — e seguia rumo ao vale do rio Mogi. Naquele tempo, a serra era coberta por uma densa floresta — a Mata Atlântica — repleta de borrachudos que atormentavam os viajantes. Em uma carta, Anchieta relata detalhes dessa viagem: "Lá existem umas serras tão altas que dificilmente pode subir qualquer animal e os homens sobem com trabalho e às vezes de gatinhas para não caírem nos despenhadeiros; e por ser um caminho tão ruim e ter pouca serventia, sofrem os moradores e os nossos grandes trabalhos". Vencidas as dificuldades do caminho, o jesuíta finalmente chegou à região dos índios guaianás, onde fincou uma cruz que deu origem à aldeia de Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição — hoje, bairro de Pinheiros. Os últimos 20 km até o centro de Piratininga foram feitos a pé. No dia seguinte, 25 de janeiro de 1554, foi celebrada uma missa nas proximidades da cabana de pau-a-pique construída pelos índios tupiniquins para que seus filhos pudessem ser ensinados pelos padres. Essa data foi registrada pela história como a da fundação de São Paulo. No dia 25 de janeiro, a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo — ou de São Paulo, como ele ficou conhecido. A aldeia dos índios tupiniquins, chefiada por Tibiriçá, ocupava toda a região onde hoje ficam a estação e o Jardim da Luz, no bairro do Bom Retiro. Esses índios tornaram-se amigos do padre Anchieta, que se esforçou em aprender a sua língua para ensiná-los melhor. Mas o primeiro colégio de São Paulo não durou muito tempo. Oito anos depois de sua fundação, o religioso se queixava, em uma carta, de que os alunos haviam perdido o interesse. Na verdade, os indígenas estavam revoltados com os colonos portugueses, que os escravizavam, principalmente os índios que tinham se tornado cristãos: esses eram os preferidos pelos caçadores de escravos, porque a religião os tornara mais dóceis e confiantes no homem branco. Percebendo isso, os chefes de algumas das tribos de Piratininga abandonaram os padres e destruíram o colégio de São Paulo, que foi reconstruído mais tarde A 25 de janeiro de 1554, Anchieta fundava São Paulo, que viria a ser a maior cidade do Brasil, e uma das maiores do mu ndo inteiro. E a cidade nasce sob o signo da cultura. Não nasceu de uma praça de guerra, e nem de um núcleo de mineração. Nasceu de um colégio. Nasceu de uma escola que iria lançar os rudimentos da cultura entre o gentio. E São Paulo não desvirtuou o idealismo de Anchieta. Sua escola humilde, mas corajosa, frágil mas idealista, multiplicou-se através dos séculos em muitos estabelecimentos de ensino, que deram a São Paulo o cunho de grande centro educativo e cultural. E isso não ocorre somente nos dias de hoje. No passado, já era grande a procura de escolas paulistanas por brasileiros de outros locais, e não foram poucas as personagens que vieram aqui estudar. A par de seu desenvolvimento cultural, São Paulo ostenta o desenvolvimento de outros setores, como o industrial. Avenidas, viadutos, prédios arrojados compõem a dinâmica paisagem de São Paulo de hoje, onde milhões de pessoas vivem e trabalham numa colaboração importante para o progresso do Brasil. A semente plantada por Anchieta foi boa e germinou. E 25 de janeiro evoca a lembrança da humildade do nascimento da cidade, porém já pré-determinada a grandiosidade pela fé e idealismo do Padre José de Anchieta, que fazia do amor a sua bandeira de luta.
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