Decoração

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Meu barco, Meu

Ideias de decoração para barcos grandes ou nem tanto

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Assim como as pessoas, um barco nunca é igual a outro, mesmo que o modelo seja idêntico. Porque eles são como as casas: refletem o gosto e o estilo de vida dos donos. Há quem os encare somente como um meio de transporte e há aqueles para quem os barcos são plataformas de diversão, mas existe — e não são poucos — quem os considera também o seu segundo lar. Para estes, eles são o lugar onde podem estar e divertir-se com a família, receber os amigos e descansar à vontade. É para esta última categoria de proprietários (e proprietárias) de barcos que fomos buscar, com alguns dos estaleiros e profissionais da decoração mais atuantes do mercado algumas ideias, mostradas nas próximas páginas, para trazer mais aconchego e — por que não? — beleza a bordo.

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decoração

A decoração dá personalidade ao ambiente e, por isso, um barco nunca é igual a outro

Tecnologia a bordo A

lém de atender às preferências dos clientes, uma das principais preocupações da paulista Tânia Ortega, que se dedica à decoração apenas de barcos, é criar ambientes alegres e atuais. Ela aposta em materiais tecnológicos que resistem bem ao uso marítimo, como os tecidos da marca americana Perennials. “A linha outdoor é incontestável na beleza e qualidade”, diz Tânia. Sem medo de usar soluções nunca antes experimentadas pelos estaleiros, foi ela a primeira a apostar no uso de pastilhas, hoje habituais, em paredes de barcos, quando, então, decorava as lanchas da marca Ferretti fabricadas no Brasil. Assim como outros profissionais da sua área, Tânia, depois de estudar os hábitos e gostos do cliente, o auxilia desde a escolha da madeira dos móveis e dos revestimentos de pisos e paredes até os objetos de decoração, enxoval e uniforme da tripulação. “Os donos dos barcos querem se sentir em casa, por isso ofereço produtos de uso residencial, porém com grande durabilidade, para se adequarem bem a bordo”, diz Tânia, que viaja constantemente ao exterior, de onde traz, todos os anos, novas soluções para oferecer aos seus clientes e aos da sua loja em São Paulo, a Tutto a Bordo, muito frequentada por arquitetos e decoradores. Mas há coisas que, segunda ela, que hoje colabora com o estaleiro Intermarine, nunca saem de moda, como os listrados e tramas.

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Fotos Acervo Intermarine

A paulista Tânia Ortega investe nas soluções de uso residencial de última geração para fazer do barco uma extensão da casa do dono

Pitadas de ousadia Materiais, cores e padrões atuais são uma marca do trabalho de Tânia, mas listras e tramas são eternas, como se vê aqui, nas almofadas e contornos de colchas e tapetes de dois modelos decorados por ela. Acima e na foto à direita, uma Intermarine 75, onde um destaque são as incomuns persianas cortadas a laser como treliça, que, com a incidência do sol, produzem um tipo de sombra de efeito decorativo. Na foto à esquerda, a sala de uma Intermarine 60 Náutica

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decoração Concessão ao antigo Cortininhas de tecido foram colocadas em apenas algumas janelas, para que, vistas do lado de fora, combinem com o estilo original, que foi mantido no exterior do barco

Objetos de valor Na sala, os tecidos das almofadas foram escolhidos a dedo, evitando certos desenhos geométricos e florais que, segundo a decoradora, podem ser desfavoráveis a quem tem tendência de enjoar a bordo. Revestida com papel vinílico, a parede do fundo tem uma escultura de metal que dialoga com a mesa italiana de altura regulável, com tampo de vidro bipartido e pés de inox com acionamento pneumático

De época, mas atual

O interior ficou mais confortável do que seria possível se fosse fiel ao projeto original

Este 62 pés é de 1958, mas a decoradora Ana Cláudia Moreno fez um interior de barco novo

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Fotos Mozart Latorre

ão raro, a requisitada Ana Cláudia Moreno, sediada no Rio de Janeiro, onde atende clientes de todo o país há cerca de 30 anos e tem loja, a ACM Boats e ACM Home, é procurada para realizar projetos além da decoração. Foi o caso do Miss Bangu, este antigo barco a motor de 62 pés construído em 1958 mostrado aqui. Ela foi chamada para realizar também o projeto arquitetônico interno do barco, que foi todo restaurado. Isso significou colocar a bordo cômodos que antes não havia, com a recomendação do dono — um colecionador de carros e barcos — de que, por dentro, Miss Bangu ficasse moderno. Contrariando os interiores sempre pesados e abundantemente decorados com madeira das embarcações da sua época, os ambientes do renovado Miss Bangu ficaram amplos, claros e com tudo que há dentro deles bem atual, com direito a muito vidro, mobiliário de linhas retas e um espelho que vira tv cobrindo uma parede inteira na sala. A exceção são umas cortininhas de tecido colocadas em pontos estratégicos, para que a casaria, vista de fora, não destoe do estilo retrô e absolutamente fiel ao original do casco e do convés, como no camarote na popa, decorado com poucos móveis, pois é de uso eventual. Um detalhe, mas nem por isso pouco importante, porque a decoração é mesmo feita de detalhes. Náutica

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Linguagem única Nesta 80 pés, Fabianne Domingos adequou o enxoval à decoração básica do estaleiro

A Fotos Norton José / Divulgação

harmonia é uma palavra chave, como fica bem demonstrado neste iate de 80 pés da Schaefer Yachts. A paranaense Fabianne Domingos, sócia-proprietária da Design Yacht, junto com a paulista Paula Lippi, recebeu o barco já com revestimentos e mobiliário e personalizou o interior adaptando a decoração às cores e padrões de fábrica. Aqui, ela seguiu uma tendência ainda forte para os tons de bege, combinados com preto. Fabianne frisa que o seu trabalho prima pela exclusividade. “Não preciso trazer nada de fora”, ela diz, referindo-se aos desenhos, bordados e estampas que ela mesma cria e manda aplicar ou imprimir nos tecidos. Repetindo esses padrões e outros elementos em pequenos detalhes, ela harmoniza os ambientes. “Para quem quer uma decoração econômica, minha dica é usar branco, bege e azul-marinho em detalhes coordenados”, aconselha Fabianne, que lembra que hoje em dia não é mais tabu usar cores escuras no lado de fora do barco, porque há tecidos modernos que são resistentes e confortáveis até mesmo sob o sol quente.

Criando símbolos O bordado das fronhas, elaborado só para este barco, se repete nas toalhas do banheiro. Na suíte principal, as listas da manta combinam com as do veludo que reveste o sofá, e na suíte de proa (acima), as mantas de tricô e cashmere trazem aconchego e praticidade, podendo ser usadas para também agasalhar o corpo no convés, nos dias mais frios

A dica é escolher algum detalhe e repeti-lo em todos os ambientes 86

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Interior com grife Alguns estaleiros oferecem interiores de nomes como os desejados Armani e Missoni

Fotos Divulgação

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Barco com personalidade

ue a decoração valoriza um barco, ninguém duvida. Agora imagine decorá-lo com produtos de marcas famosas, como Armani, Missoni ou Loro Piana. Essa opção, antes oferecida por alguns estaleiros nas encomendas dos barcos maiores, agora é disponível em toda a linha da italiana Azimut Yachts também no Brasil. Assim, fãs do bom design da pátria de Da Vinci poderão ter um barco com estilo 100% “fatto in Italia”, da roupa de cama a itens de mobília. Natasha Secchi, responsável pelo departamento de decoração da Azimut do Brasil, adianta que a seleção da mobília é permitida para barcos maiores. “Por exemplo, na Azimut 60, podemos criar um novo ambiente na popa do flybridge, com cadeiras, guarda-sol e espreguiçadeira”, diz ela. No entanto, a escolha de móveis grandes é restrita a barcos ainda maiores. “Na Azimut, é possível mudar o layout externo e definir alguns tipos de mobília, como poltronas e sofás, a partir de 83 pés. Nos modelos menores, dá para executar qualquer projeto de decoração desde que siga o padrão da marca”, explica a decoradora, que adianta que contrastes claro-escuro e acabamentos com detalhes de alto brilho são uma nova tendência na decoração de interiores.

Almofadas, colchas e objetos são capazes de mudar a atmosfera dos ambientes. Sem as peças mostradas aqui, estes camarotes da Sessa C42 ainda seriam bonitos, porém, impessoais

opções Entre o sóbrio e o jovial Exemplos de camarote de proa da lancha Atlantis 43 decorada com elementos das marcas Armani (ao lado) e Missoni (foto menor)

Diferença nos detalhes Mesmo em barcos abaixo de 50 pés, como esta Sessa, é possível usar a decoração para transformar os ambientes

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inda que a decoração básica entregue pelo estaleiro, como padrão do mobiliário, acabamentos, revestimentos de sofás, paredes e pisos seja escolhida pelo cliente, sempre será um pouco impessoal. É aí que entra o trabalho de colocar no barco pequenas peças, que farão grande diferença no final. Um exemplo disso é esta bem-acabada lancha Sessa C42. Apenas trocando as padronagens e combinações de cores de almofadas, colchas e objetos, a decoradora Camila Klein mostrou o quanto um barco pode mudar de “personalidade” e ficar mais bonito e acolhedor. A dica é usar cores neutras nos elementos fixos do barco — coisa que os estaleiros já fazem -—, aqueles que só são trocados nas reformas, como sofás, e jogar com as cores nas peças soltas, como almofadas e adornos. Vale qualquer tipo de estampa ou cor, até mesmo vibrantes e escuras, sempre combinando com os móveis e acabamentos, e, quando se tratar das áreas externas, usando materiais resistentes ao tempo. Hoje, a escolha é praticamente ilimitada, já que as principais marcas de produtos para decoração têm linhas outdoor.

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Questão de estilo Sala da Atlantis 43 decorada com tecidos e objetos Armani (acima) e Missoni (ao lado) Náutica

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