Mapa Conceitual da Psicanálise
A psicanálise é uma psicoterapia, a relação entre ambas é, portanto, da espécie ao gênero, da parte ao todo” (Mezan, 1996, p.95)
A psicanálise é uma psicoterapia, a relação entre ambas é, portanto, da espécie ao gênero, da parte ao todo” (Mezan, 1996, p.95)
Acadêmicas: Cassandra Morais e Flavia Rott de Oliveira.
Psicoterapia e Psicanálise A psicanálise é uma psicoterapia, a relação entre ambas é, portanto, da espécie ao gênero, da parte ao todo”
Em 1904 a psicoterapia era um método de trabalho pertencente à medicina, que procurava curar as doenças ditas nervosas por meios psíquicos, se opondo aos métodos físicos que eram os banhos medicinais, a eletroterapia e outros do gênero, diferenciando-se, assim, das outras formas de tratamento porque buscava influir sobre o psíquico por meios psíquicos, e não por meios diretamente corporais”
O que Freud chamava de psicoterapia naquela época – e que fundamenta o seu argumento – já não corresponde ao que hoje é definido pela mesma expressão”
A psicanálise é um método clínico e de investigação do sujeito psíquico, constituindo um campo do conhecimento que abrange teoria e métodos que podem ser estudada, praticada e utilizada por qualquer profissional que tenha formação, em caráter livre. Como é considerada é um ofício, uma prática, qualquer profissional pode exercê-la, não sendo privativa da Psicologia.
(Mezan, 1996, p. 95-96)
“A psicanálise é um método terapêutico, um método de investigação e uma teoria. Não se investiga sem a prática clínica; a cura mesma é um modo de investigar, com o objetivo de ‘avançar no poder fazer terapêutico’ (Freud, 1916, p. 234).
Surgimento da psicanálise
A ideia de inconsciente remonta à Antiguidade e é bem desenvolvida a partir do século 18, quando o filosofo alemão Eduard von Harmann lançou, em 1869, a obra “Filosofia do Inconsciente” (Verbete Hartmann, Eduard von )
Aos 17 anos, Freud, um judeu nascido em Freiberg, na Áustria, ingressou na Universidade e se formou em medicina neurologista, estudando neuroanatomia e várias doenças do sistema nervoso no laboratório de fisiologia do Dr. Bruscke.
Em 1882, recém formado, Freud entrou em contato com o Dr. Breuer, um dos médicos mais respeitados da Áustria.
Freud trabalhou em pesquisas e estudos como discípulo e colaborador do Dr. Breuer durante quase 14 anos.
Durante esse período, Freud teve a grande oportunidade de acompanhar o tratamento que Breuer fazia de “Ana O.”, (Berta Pappenheim). Dr. Breuer observou que Berta “liberava” algo que a incomodava durante as sessões de hipnose, com grande melhoria de sintomas. Breuer denominou o método de “Katharsis” (do grego: purgarse) e a hipnose que o acompanhava de “hipnose catártica” (Do gr. Kathartikos; lat. Catharticus).
Método de psicoterapia em que o efeito terapêutico procurado é um “purgação” uma descarga adequada dos afectos patogénicos. J. Laplanche & J.B. Pontalis
Jovem com histeria, de 21 anos, inteligente, acometida de perturbações histérico-orgânicas (paralisias, perturbações visuais, desordens de linguagem, fobias, etc.), submetida a hipnoterapia e caso tido como “início da Psicanálise”.
Freud, motivado por estas descobertas do Dr. Breuer, e decidiu estudar psiquiatria conseguiu uma bolsa de estudos e foi para Paris, onde fez um estágio em “hipnose” e psiquiatria com o Dr. JeanMartin Charcot, psiquiatra e neurologista
Neurose caracterizada por quadros clínicos variados, onde os conflitos psíquicos inconscientes se exprimem de maneira teatral e sob a forma de simbolizações, através de sintomas corporais paroxísticos (ataques ou convulsões de aparência epiléptica) ou duradouros (paralisias, contraturas, cegueira). Roudinesco & Plon
Em Viena, Freud acompanhou Breuer que fazia desaparecer “os sintomas histéricos” reavivando no cliente “certas representações imaginativas”. Observou Breuer induzir Anna O. a recordar experiências traumatizantes sofridas por ela na infância, usando hipnose e de um método novo, a terapia de conversa.
Depois de algumas desilusões com o estudo dos efeitos terapêuticos da cocaína, inclusive um episódio de morte por overdose de um amigo da época do laboratório de Brücke, Freud recebe uma licença e viaja para a França, onde observou que Charcot, mediante a sugestão de adequadas representações imaginativas, provocava em pacientes sadios toda espécie de sintomas histéricos; até mesmo uma paralisia histérica.
Os conhecimentos que Charcot acresceu à psiquiatria e à incipiente psicologia profunda ou do inconsciente (a Psicanálise) foram de um valor extraordinário, colocando-o em destaque entre os primeiros desse movimento.
Segundo o Dr. Charcot, "neste tipo de caso, é sempre uma questão dos órgãos genitais - sempre, sempre, sempre.“ Freud tomou conhecimento da conclusão surpreende de Charcot que a natureza íntima da histeria não era orgânica, mas psíquica. Resultado de conflitos internos desconhecidos do próprio doente, além de ser uma doença real e que poderia acometer tanto mulheres quanto homens, e que os fenômenos histéricosneuróticos são regidos por leis verdadeiras, embora inconscientes e desconhecidas. Alertado pelas experiências do Dr. Breuer e entusiasmado com as descobertas do Dr. Charcot, que presenciou em Paris, Freud continuava somando conhecimentos para elaboração de suas conclusões.
Juntamente com Breuer, Freud continuou estudando Anna O. e observaram que quando a enferma revivia essas lembranças de forma muito emotiva durante a hipnose, conseguia realmente um grande alívio ou até o desaparecimento total dos sintomas. Estiveram então muito próximos da descoberta do recalque.
O caso de Bertha fascinou Breuer e, a partir de certo momento, ela o seduziu. Assim, além de inventar a terapia de conversa, Breuer descobriu também o principal problema desse método: os fenômenos que depois Freud chamaria Transferência e Contratransferência.
Freud retomou a Viena em 1886, casou-se com Martha Bernays e continuou suas pesquisas, agora como associado de Breuer.
Breuer não quis continuar a prática terapêutica que havia descoberto e nem publicou de imediato os resultados do tratamento de Bertha. Porém, ensinou seu método a Freud, com quem discutia os casos dos pacientes, as técnicas e os resultados do tratamento.
Bernhein utilizava a hipnose para induzir os seus pacientes a receberem ordens, e depois, conscientemente, as cumprirem, como se uma força inconsciente se sobrepusesse sobre a força consciente, auxiliando assim Freud em suas teorias, inclusive no processo de descoberta do inconsciente. Esse foi o impulso para que Freud abandonasse a hipnose e elaborasse a sua própria metodologia terapêutica baseado em suas experiências com o Dr. Breuer.
Ainda em 1886, Freud abriu seu consultório particular em Viena – após anos de estudos com Dr. Breuer, assumiu o atendimento de Berta.
1889, sempre buscando ampliar seus conhecimentos, Freud retornou para a França, para estudar na Escola de Nancy, dirigida por Liébault e seu colaborador associado Bernheim
Ambroise-Auguste Liébeault
Hippolyte Bernheim
Através de um estudo com de dez mil pessoas, realizado na Escola de Nancy, Liébault e Bernheim chegaram à revolucionária conclusão de que “todos nós podemos agir segundo motivos ocultos ou inconscientes, diferentes daqueles que temos em mente e nos quais podemos acreditar. E como esses verdadeiros motivos são ocultos e desconhecidos, podemos estar mentindo sem o saber”.
O ponto mais importante dessas descobertas estão no fato de que “a ideia tendência e, portanto, seu comportamento, derivam de uma fonte não consciente, isto é, de uma ordem não recordada, e por esse motivo, inconsciente”. Desenhava-se de modo embrionário a posterior teoria sobre o inconsciente-dinâmico a pedra básica de toda a Psicanálise.
Após o abandono da hipnose e uso da terapia de conversa, Berta sugere que seja ouvida sem interrupções – método da associação livre – instaura-se assim, o ato terapêutico.
Roudinesco e Plon (1998, p. 340) escrevem que foi nos Estudos sobre a histeria, que Freud propôs "os grandes conceitos de uma nova apreensão do inconsciente: o recalcamento*, a ab-reação, o Ego, os mecanismos de defesa, a resistência e, por fim, a conversão".
“Método que consiste em exprimir indiscriminadamente todos os pensamentos que ocorrem ao espírito, quer a partir de um elemento dado (palavra, número, imagem de um sonho, qualquer representação), quer de forma espontânea.” (Dicionário Laplanche , p.38)
Em 1893, juntamente com Dr. Breuer, Freud publicou um artigo sobre o método desenvolvido, e em 1895 escreveram juntos o artigo que marcou o início da teoria psicanalítica, originalmente publicado em Monograph for Psychiatry and Neurology em 1901. Em 1904, apareceu em forma de livro: Studien über Hysterie (“Estudos sobre a histeria”), geralmente considerado o marco inicial da psicanálise.
*Repressão (Die Verdringung) Mecanismo de defesa mais importante; estritamente ligado a noção de inconsciente e é um processo através do qual se elimina da consciência partes inteiras da vida afetiva e relacional profunda. Joviane Moura
Ab-reação Termo introduzido por Breuer e Froid, em 1893, para definir um processo de descarga emocional que, liberando o afeto ligado à lembrança de um trauma, levando o indivíduo à reviver os sentimentos do evento passado, anulando assim seus efeitos patogênicos. Laplanche e Pontalis
Com a morte do pai, em 1896, Freud, dedica-se a anotar e analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua própria infância e, no processo, determinando as raízes de suas próprias neuroses.
Resistência “Conjunto das reações de um analisando cujas manifestações, no contexto do tratamento, criam obstáculos ao desenrolar da análise” Roudinesco & Plon “Tudo o que, nos atos e palavras do analisando, se opõe ao acesso deste ao seu inconsciente“ Laplanche & Pontalis
Durante o curso desta autoanálise, Freud chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por sua mãe e a uma hostilidade em relação a seu pai. É o famoso "complexo de Édipo", que se torna o coração da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes. Tais anotações tornam-se a fonte para a obra A Interpretação dos Sonhos. É o primeiro estágio em que as crianças tornam-se conscientes das diferenças sexuais, ocorrendo durante o estágio fálico do desenvolvimento psicossexual, quando ocorre também a formação da libido e do ego; no entanto, pode se manifestar em idade mais precoce. Conceito universal na psicanálise, fala sobre sentimentos como o amor e o ódio, quando direcionados àqueles que mais nos são próximos, nossos pais.
Conversão Segundo Freud e Breuer em 1894, para designar um sintoma motor em substituição a uma ideia reprimida. “consiste num a transposição de um conflito psíquico em uma tentativa de resolvê-lo em termos de sintomas somáticos motores ou sensitivos. Laplanche & Pontalis
Ainda em 1896, o termo Psicanálise que dá base ao modelo psicanalítico é utilizado por Freud pela primeira vez, trazendo o reconhecimento oficial à prática. Método baseado em uma investigação em busca pensamentos, sentimentos, emoções, fantasias e sonhos, praticamente inacessíveis de outra forma que não por meio, utilizado para o tratamento das neuroses
O pensamento de Freud, nesta época, ainda está voltado para a eliminação dos sintomas e substituição por pensamentos conscientes e também para rememoração da própria história como objetivo secundário. Portanto, ao conduzir a análise de Dora, ele se concentra em procurar a etiologia dos sintomas na sexualidade recalcada da moça.
Ida Bauer, em 1898, busca atendimento de Freud. Conhecida como Dora na publicação "Análise fragmentária de um caso de histeria" a paciente chegou no conflito por meio de um sonho. Assim, determina-se a vida psíquica – neurose consequência de conflitos não resolvidos; portanto este é o caso mais importante nos estudos sobre a histeria
“Eis o grande mistério que não consegui resolver, apesar de meus trinta anos de pesquisa sobre a alma feminina: o que a mulher quer?” Sigmund Freud A partir do caso Dora, Freud reafirmou em uma de suas premissas básicas: os sintomas da histeria são o resultado de fantasias sexuais reprimidas.
Freud, em 1893, averigua que a histeria é algo corpóreo e em 1895 e 1896 formulou algumas teses sobre a patogênese dos sintomas histéricos e sobre os processos psíquicos que ocorrem na histeria.
"A teoria da sedução foi a primeira etiologia sexual da histeria defendida por Freud no ano de 1896. Por essa teoria, toda histeria era causada por um trauma real na infância, e este sempre tinha um caráter sexual." Ale Esclapes
“Termo utilizado por Sigmund Freud, primeiro no sentido corrente que a língua alemã lhe confere (fantasia ou imaginação), depois como um conceito, a partir de 1897. Correlato da elaboração de real psíquica e abandono da teoria da sedução, designam a vida imaginária do sujeito e a maneira como este representa para si mesma sua história ou a história de suas origens: fala-se então de fantasia originária”. ROUDINESCO, & PLON.
Em 1887, Wilhelm Fließ encontra-se com Freud pela primeira vez, por sugestão de Breuer, formando entre eles fortes laços de amizade e tornando-se confidente frequente de Freud, com quem trocava cartas.
Nestas correspondências e encontros, Fließ informou ao psicanalista sobre a teoria da bissexualidade inerente a todos os seres humanos, que Freud chegou a incorporar ao seu corpo teórico, discutiam sobre a teoria da sedução, da fantasia e do aparelho psíquico. Fließ foi o primeiro a chamar a atenção de Freud para o significado dos gracejos como material útil para a pesquisa psicanalítica.
Freud analisa a técnica por trás dos gracejos e, à partir dessa análise, conclui que têm a mesma função e origem que os sintomas neuróticos, os sonhos e os atos falhos. Ou seja, também são uma forma de expressão do inconsciente.
Inspirado na análise feita em Dora, Freud publica, em 1899, “A interpretação dos sonhos”, por muitos, considerado o livro mais importante da história da Psicanálise.
O sonho é composto pelo conteúdo latente (pensamentos/desejos) e pelo conteúdo manifesto (corresponde aquilo que o indivíduo sonha e se recorda de forma mais ou menos imprecisa quando acorda) que normalmente é composto por materiais/acontecimentos recentes (restos diurnos) Dr. Pedro Martins
Consciente: é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior.
Freud interpreta os sonhos como a realização de um desejo inconsciente, préconsciente e consciente reprimido nos sonhos.
A primeira teoria do aparelho psíquico, o modelo topológico, designa uma organização psíquica dividida em 3 instâncias. Essas instâncias – ou sistemas – são interligadas entre si, mas possuem funções distintas. A partir desse conceito Freud apresentou dois modelos: a divisão topográfica e a divisão estrutural da mente.
Pré-consciente: refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis a consciente. É aquilo que não esta na consciência, neste momento e no momento seguinte pode estar. Inconsciente: conjunto de conteúdos não presentes no campo atual da consciência. É constituído por conteúdos reprimidos, que não tem acesso aos sistemas préconscientes/conscientes pela ação de censuras internas.
Nele, traz a técnica da análise dos sonhos, que envolve a interpretação destes para revelar os conflitos inconscientes e expõe uma teoria inovadora do aparelho psíquico, bem como os fundamentos da clínica psicanalítica.
Publica “A psicopatologia da vida cotidiana.”
Teoria da fantasia Revolução Freudiana Século 20 Inicio de um século marcado pelo declínio do Império Austro-Húngaro e antissemitismo.
1902 - médicos, escritores e críticos começou a se reunir nas noites de quarta-feira na residência de Freud para discutirem suas teorias, ideias e planos. Essas reuniões, frequentadas por homens judeus de vários países, acabaram sendo o que viria a ser conhecido como a Sociedade Psicanalítica de Viena. Neste mesmo ano, Freud foi nomeado professor da Universidade de Viena.
Também em 1905 publica outros dois estudos: “Os Chistes e Suas Relações com o Inconscientes e fantasias sexuais” e “Fragmentos da Análise de um Caso de Histeria”
1905, após anos de estudos, Freud publica: “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” onde apresenta a teoria do complexo de Édipo, gerando revolta e escândalos por envolver crianças;
“Os Chistes e Suas Relações com o Inconscientes e fantasias sexuais”
investiga as fontes inconscientes do prazer que sentimos com gracejos, piadas, trocadilhos análise, ele conclui que elas têm a mesma função e origem que os sintomas neuróticos, os sonhos e os atos falhos.
“Fragmentos da Análise de um Caso de Histeria”, resultado da psicanálise de Ida Bauer
Trata-se do documento clínico que mais se comentou desde sua publicação, dando origem a dezenas de artigos, vários livros, um romance e uma peça teatral, tendo se tornado objeto privilegiado dos estudos feministas, apesar de o tratamento não ter sido tão bem sucedido quanto as outras, devido ao fato de que Freud teve muitas dificuldades com sua paciente e não as mascarou.
teoria da sexualidade infantil desenvolvida durante tratamentos clínicos, nos quais observou transtornos psicológicos apresentados por seus pacientes já adultos e que resultou na construção das fases psicossexuais. 1ª-Fase oral: Primeira fase da evolução libidinal. O prazer sexual está predominantemente ligado à excitação da cavidade bucal e dos lábios que acompanha a alimentação. A atividade de nutrição fornece as significações eletivas pelas quais se exprime e se organiza a relação de objeto; por exemplo, a relação de amor com a mãe será marcada pelas significações seguintes: comer, ser comido. (sucção (fase oral precoce) e mordedura (fase sádico-oral). Laplanche e Pontalis
2ª-Fase anal: caracterizada por uma organização da libido sob o primado da zona erógena anal; a relação de objeto está impregnada de significações ligadas à função de defecação (expulsão-retenção) e ao valor simbólico das fezes. Vemos aqui afirmar-se o sadomasoquismo em relação com o desenvolvimento do domínio da musculatura. Laplanche e Pontalis
3ª-Fase fálica: unificação das pulsões parciais sob o primado dos órgãos genitais; mas, a criança, de sexo masculino ou feminino, só conhece nesta fase um único órgão genital, o órgão masculino, e a oposição dos sexos é equivalente à oposição fálico-castrado. A fase fálica corresponde ao momento culminante e ao declínio do complexo de Édipo; o complexo de castração é aqui predominante. Laplanche e Pontalis
Freud publica estudos falando sobre libido, pulsões e recalque\repressão, baseado em seus estudos conjuntos com Breuer, do caso de Ana O. Libido: energia que provém das pulsões ou instintos e que direciona o comportamento do individuo, direcionando-o na busca de pensamentos e comportamentos prazerosos. Às vezes a libido fica estagnada, isto é, não segue seu fluxo natural. Isso ocorre quando há algum tipo de fixação que impede que tudo progrida como deveria
Repressão mecanismo de defesa contra ideias que sejam incompatíveis com o Eu, dividido em repressão primária, na qual o inconsciente é constituído; e repressão secundária, que envolve a rejeição de representações inconscientes
Pulsões: conhecidas como “pulsão de vida” ou “Eros”, se refere àqueles impulsos que têm a ver com sentimentos ou emoções; e “pulsão de morte” ou “Tânatos”, aqueles que se opõe à vida ou que de algum modo implica algum desgaste para a mesma.
Aprofundando seus estudos sobre o inconsciente, Freud formula a teoria da Resistência, força psíquica que se opunha a tornar consciente, a revelar um pensamento; e da Repressão, processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que esta na origem do sintoma.
Recalque: existe a supressão da realidade. Este aspecto não é percebido pelo indivíduo, faz parte de um todo, e ao ficar invisível, altera de forma o sentido do todo.
Mecanismo de defesa do ego Freud designa por esse termo o conjunto das manifestações de proteção do ego contra as agressões internas (de ordem pulsional) e externas, suscetíveis de constituir fontes de excitação e, por conseguinte, de serem fatores de desprazer.” Laplanche e Pontalis
Formação reativa – Atitude ou hábito psicológico de sentido o posto a um desejo recalcado e constituído em reação contra ele Laplanche e Pontalis
O indivíduo é capaz de deformar a realidade para se defender de perigos internos e externos, reais ou imaginários
Regressão: o indivíduo retorna a etapas anteriores do seu desenvolvimento.
Resistência é o conjunto das reações de um analisando cujas manifestações, no contexto do tratamento, criam obstáculos ao desenrolar da análise“ Roudinesco & Plon
Racionalização: é uma defesa que justifica as outras. O ego coloca a razão a serviço do irracional e utiliza para isto material fornecido pela cultura, ou pelo saber científico.
Projeção: é uma confluência de distorções do mundo externo e interno.
Outros Mecanismos: denegação, identificação, isolamento, anulação retroativa, inversão e retorno sobre si mesmo
1907 – Encontro de Freud com Carl Gustav Jüng, jovem não judeu, que estagiou psiquiatria na universidade de Zurique, tinha um trabalho experimental e pesquisas sobre o tratamento da loucura. Jung viu, em Freud, um companheiro para desbravar os caminhos da mente, Freud desejava fazer de Jung seu herdeiro psicanalítico, pois o fato de não ser Judeu nem europeu fazia dele perfeito para receber todo seu conhecimento. Freud se impressionou imensamente com o intelecto de Jung, mas seu desejo era o de atraílo para o mundo da psicanálise também por motivações políticas, pois, como movimento intelectual, a psicanálise em seus primeiros dias se assemelhava a um partido político, com Freud como centro inamovível.
Jung era assistente do psiquiatra Eugen Bleuler, no Hospital Burghölzli de Doenças Mentais, em Zurique, onde desenvolveram associações verbais com objetivo de esclarecer a estrutura psicológica da demência dissociativa, nomeada posteriormente por Bleuler de Esquizofrenia.
Em 1910 a associação das quartas-feiras é transferida para um colégio de doutores. Nesse mesmo ano, Freud funda a International Psycho-Analytical Association, baseado em uma ideia proposta por Sándor Ferenczi, cujo primeiro presidente é o seu pupilo, Jung.
Formada basicamente pelos mesmos homens que frequentavam a casa de Freud desde 1902, foi presidida por Jung por 2 anos e incluía psicanalistas em Viena, Zurique, Berlim, Londres e mesmo alguns nos Estados Unidos (a vasta maioria dos quais eram judeus, com a notável exceção do galês Ernest Jones e do próprio Jung).
Jung jamais conseguiu aceitar a insistência de Freud de que as causas dos conflitos psíquicos sempre envolveriam algum trauma de natureza sexual, e Freud não admitia o interesse de Jung pelos fenômenos espirituais como fontes de estudo válidas em si. Freud, que gostava de analisar às pessoas, na presença da pessoa, anunciou que não gostaria mais de ser analisado, pois isso enfraquecia sua autoridade. Irritado com a dominação de Freud, Jung também não conseguiu lidar com as razões filosóficas e profundas discrepâncias de pensamento.
À medida que a organização cresceu, Freud estabeleceu um círculo interno de seguidores devotados, o chamado "Comitê".
Ernest Jones, médico Inglês membro da International Psycho-Analytical Association, foi extremamente importante para a expansão da Psicanálise, fiel amigo e biógrafo de Freud.
Em 1909, Freud e Jung fizeram bemsucedidas palestras na universidade Clark, em Massachusetts. Mesmo com o reconhecimento americano ao seu trabalho, Freud passa a considerar essa cultura como "um grande erro“. Durante essa viagem, a primeira rachadura na parceria amigável surgiu.
Sigmund Freud, Granville Stanley Hall, Carl Jung; Atrás: Abraham A. Brill, Ernest Jones, Sandor Ferenczi.
Entre 1915 e 1927, publicado “Conferências Introdutórias sobre Psicanálise”
Freud aborda os atos falhos e novamente os sonhos, expondo ainda sua abordagem das neuroses e apresentando a terapia psicanalítica.
Em 1912 - 1913, Freud publica “Totem e Tabu" - uma pesquisa sobre a proibição generalizada do incesto, enraizada nas várias culturas e sociedades onde Freud busca analisar a gêneses dos totens e tabus
Totens – símbolos sagrados e respeitados Tabus – proibições de origem incerta – que cercam e cerceiam as liberdades individuais e coletivas de uma determinada sociedade.
1911, Ernest e J.J. Putnam fundam a Associação Psicanalítica Americana (APA), composta de membros vindos do Canadá e da América inteira fundou a Associação Americana de Psicanálise. Em 1919, Ernest fundou a Sociedade Britânica de Psicanálise, nascida em meio à briga de Jung e Freud, definida por seu fundador como freudiana por natureza, resultando na retirada da maioria dos membros junguianos. Com o rompimento de Jung por discórdia e ideias diferentes, Ernest Jones assume a International PsychoAnalytical Association também. Segundo Elisabeth Roudinesco e Michel Plon, “em 1912, o conflito entre Freud e Jung se tornou evidente, quando Jung preparou a publicação de “Metamorfoses da alma e seus símbolos”, a discordância foi completa a respeito da teoria da libido, além das várias vezes que Jung tentou convencer Freud da necessidade de dessexualizar sua doutrina. Mas a gota d`água foi quando Freud visitou Ludwig Binswanger em Kreuzlingen e não passou por Küsnacht, uma comunidade suíça onde residia Jung e que ficava apenas a cinquenta quilômetros de Kreuzlingen . Jung interpretou esse gesto como uma ofensa, e a ruptura se consumou em 1913.
Neuroses Afecção ( sig : doença) psicogênica em que os sintomas são a expressão simbólica de um conflito psíquico que tem raízes na história infantil do sujeito e constitui compromissos entre o desejo e a defesa. A extensão do termo neurose tem variado bastante; atualmente tende-se a reservá-lo, quando isolado, para as formas clínicas que podem ser ligadas à neurose obsessiva, à neurose fóbica e à histeria. A nosografia distingue assim neuroses, psicoses, perversões e afecções psicossomáticas. Laplanche e Pontalis
Neurose obsessiva: o indivíduo tenta resolver conflitos entre a lei e o desejo, não se permitindo manifestar seus desejos. “O conflito psíquico exprime-se por sintomas chamados compulsivos e por um modo de pensar caracterizado particularmente por ruminação mental, dúvida, escrúpulos, e que leva a inibições do pensamento e da ação.” Laplanche e Pontalis
Neurose fóbica é caracterizada pelo medo de determinados lugares, objetos ou situações, que determinam uma série de condutas de insegurança e evitamento, cuja origem é no desejo sexual infantil recalcado. Os sintomas predominantes são a sensação de evitamento, o permanente estado de alerta e a atitude de fuga. A exposição ao estímulo, ou simples visualização mental do mesmo, desencadeia no sujeito um temor expresso e persistente, excessivo e irracional.
Neurose histérica, ou histeria de conversão, hoje é nomeada como transtorno dissociativo ou conversivo. Transtorno neurótico relacionado ao estresse e somatoforme, da subcategoria transtornos dissociativos ou conversivos. Caracterizado por uma perda parcial ou completa da integração normal entre as memórias do passado, consciência de identidade e sensações imediatas, e controle dos movimentos corporais. "Nos transtornos dissociativos presume-se que essa capacidade de exercer um controle consciente e seletivo está comprometida em um grau que pode variar de dia para dia ou mesmo hora para hora". (CID-10, 1993, p. 149). O indivíduo que costuma questionar a legitimidade da lei diante do seu desejo, acredita que ainda ira realiza-lo. Os sintomas apresentados são Insatisfação, rebeldia, falta de concentração. Giovani Belintani
Atos falhos são os atos pelos quais o sujeito, a despeito de si mesmo, substitui um projeto ao qual visa deliberadamente por uma ação ou uma conduta imprevistas..” Laplanche e Pontalis
Terapia psicanalítica enfatiza processos mentais inconscientes e é algumas vezes descrita como a “psicologia profunda”, está relacionada intimamente à sua prática psicoterapêutica. É uma teoria que procura descrever a etiologia dos transtornos mentais, o desenvolvimento do homem e de sua personalidade, além de explicar a motivação humana. Juntamente com a prática psicoterapêutica nela baseada e os métodos\técnicas utilizados, forma a psicanálise
1912 que Freud “A dinâmica da transferência”, primeira obra exclusivamente dedicada à transferência, resultado de seus estudos sobre Ana O., juntamente com Breuer, e anos de estudos de Freud, após assumir a terapia de Bertha.
Esse fenômeno ocorre na relação entre paciente e terapeuta, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista. Assim, os sentimentos, desejos e impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade. O manuseio da transferência é a parte mais importante da técnica de análise e a transferência psicótica inviabiliza o tratamento O termo "transferência" foi utilizado pela primeira vez em 1895, como uma forma de resistência, um obstáculo à psicanálise e é um processo necessariamente relacionado ao tratamento psicanalítico, mas não se deve a ele, sendo fundamental para caracterizar o método de tratamento psicanalítico. “Dito de outra maneira: toda uma série de experiências psíquicas prévias é revivida, não como algo do passado, mas como um vínculo atual com a pessoa do médico” Freud
Apesar de não deixar nenhum estudo sintetizado ou exclusivo sobre a contratransferência, Freud reconheceu r a sua existência e a necessidade de mantê-la sob rigoroso controle, a fim de evitar os seus perigos.
Inicialmente, como a transferência, foi encarada como um empecilho ao tratamento psicanalítico, posteriormente definida por Freud como sendo aquilo que "surge no médico como resultado da influência que exerce o paciente sobre os seus sentimentos inconscientes". Freud
1920, Freud publica “Além do Princípio do Prazer” Processo pelo qual desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da situação analítica. Trata-se aqui de uma repetição de modelo infantil vivido com um sentimento de atualidade acentuada. Laplanche e Pontalis
Para Laplanche e Pontalis, o fenômeno da contratransferência acabou ampliando-se depois de Freud, principalmente com a compreensão em relação ao tratamento enquanto relação entre analista e analisado, e também com a expansão da psicanálise a novos campos, como psicóticos e crianças, onde as reações inconscientes do analista acabam sendo mais solicitadas.
Traz suas suposições a respeito do funcionamento dos processo psíquicos, fazendo uma reflexão de que somos regidos regularmente pelo princípio do prazer, além de especular sobre a tensão entre a pulsão de vida e a pulsão de morte e introduz o conceitos de 'compulsão à repetição'
"(...) é possível reconhecer, na mente inconsciente, a predominância de uma 'compulsão à repetição', procedente dos impulsos instintuais e provavelmente inerente à própria natureza dos instintos uma compulsão poderosa o bastante para prevalecer sobre o princípio de prazer, emprestando a determinados aspectos da mente o seu caráter demoníaco. E ainda muito claramente expressa nos impulsos das crianças pequenas; uma compulsão que é responsável, também, por uma parte do rumo tomado pelas análises de pacientes neuróticos.“ Freud
Compulsão à repetição, utilizada pela 1ª vez em 1914, em "Recordar, repetir, elaborar", foi considerada como um fenômeno clínico. O paciente não comporta-se sempre calmamente, concentrando-se em recordar o material recalcado, (...) mas expressa-se pela atuação ou atua-o (acts it out), reproduzindo não como lembrança, mas como ação; repete-o, sem, naturalmente, saber que o está repetindo entregue a uma compulsão à repetição, sendo esta sua maneira de recordar.
Com a perda da filha, em 1920, por uma epidemia da gripe, desenvolve um novo dualismo: a pulsão de vida e a pulsão de morte.
Em 1920 foi fundado o Instituto Psicanalítico de Berlim por Max Eitingon, que o transformou em um Centro de formação - Primeiro instituto de formação do mundo. Tendo como pioneiro em Berlim o médico e psicanalista Karl Abraham, Melanie Klein - pioneira em análise infantil e Ana Freud.
1923: Freud publica o clássico "O Eu e o Id“, revisão de suas teorias coma teoria estrutural ou segunda tópica. Nesse mesmo ano, morre seu neto, Heinerle e Freud recebe o diagnóstico de câncer na boca
Es, Ich, Uber-Ich Em alemão Es é o pronome neutro, que ganha maior sentido quando se sabe que em alemão uma criança (das Kind) é tratada como Es. Assim, para o leitor alemão, o Es (o nosso ‘Id’) ganha uma conotação especial, sendo a maneira como tratam, e foram tratados, as crianças pequenas – onde teoricamente o "id" seria a fonte de todos o atos... Dr. Erick Messias
Princípio do prazer: a atividade psíquica tem por objetivo proporcionar o prazer evitando o desprazer, busca por satisfação gerando o prazer se impondo ao Princípio da realidade: principio regulador, com a procura do prazer sendo adiada pelas condições impostas do mundo exterior.
1921 - "Psicologia de Grupo e a Análise do Ego"
Análise do comportamento da massa, caracterizada pela dissolução da identidade individual de cada sujeito, ocorrida pela identificação horizontal entre seus participantes e uma identificação vertical com o líder, cuja figura é introjetada, ocupando o lugar do ideal do ego e do superego de cada um dos componentes da massa, que age como uma unidade viva, seguindo docilmente o líder, este vivenciado como uma figura paterna idealizada. Sérgio Telles
Em 1893, Freud mencionou pela primeira vez o termo Neuropsicoses de defesa, para descrever as formas de defesas do ego contra ideias e afetos dolorosos ou insuportáveis. Por anos continua desenvolvendo a ideia de que a mente é dividida não só por pulsões, mas também através de agentes da mente que, integradas e atuando em conjunto, determinam e coordenam o comportamento humano*.
o Id é fundamentalmente constituído por pulsões. “O id constitui o pólo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, recalcados e adquiridos. Do ponto de vista econômico, é o reservatório inicial da energia psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito com o ego e o superego que, do ponto de vista genético, são as suas diferenciações. Laplanche e Pontalis
Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do id, como para os imperativos do superego e exigências da realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa. Do ponto de vista dinâmico, representa eminentemente, no conflito neurótico, o polo defensivo da personalidade; utiliza-se dos mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um afeto desagradável (sinal de angústia). Do ponto de vista econômico, surge como um fator de ligação dos processos psíquicos; mas, nas operações defensivas, as tentativas de ligação da energia pulsional são contaminadas pelas características que especificam o processo primário. Laplanche e Pontalis
Em 1923, quando dividiu o modelo topográfico em três instâncias: o id, o ego e o superego
Superego Seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego, Freud vê na consciência moral, na autoobservação, na formação de ideais, funções do superego. Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de Édipo, constitui-se por interiorização das exigências e das interdições parentais. Laplanche e Pontalis
*Sujeito Freudiano é sempre um sujeito em conflito e para explicá-lo, Freud dividiu a personalidade humana em Id, Ego e o Superego: O Id representa o mais primitivo: o instinto e os impulsos. O Ego é o resultado do confronto do Id com o ambiente que o ser humano vive. O Superego funciona como um conselheiro para o Ego alertando-o sobre o que é moral e socialmente aceito. A luta entre os três resulta no comportamento humano em sociedade. Juliana Bezerra
1930 – “O mal-estar na Civilização“ “Freud discute o fato da cultura igualado à civilização - produzir um malestar nos seres humanos, pois existe uma dicotomia entre os impulsos pulsionais e a civilização, ou seja, entre indivíduo e sociedade, categorizando o homem em relação aos animais a partir da civilização. Para ele, é justamente esse elemento que dá identidade própria para a humanidade, desse modo, carregamos um componente coletivo e complexo que designa uma superioridade dentro de uma cadeia. Contudo, Freud não faz separações entre civilização e o conceito de cultura. O nosso modo de vida é designado por nossas próprias vontades e escolhas dentro dos mais variados ambientes. Isso inclui o afastamento da nossa natureza instintiva. Desse modo, civilização se apresenta como a dominação da natureza humana pela vontade do homem.” Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica
1927 - "O Futuro de uma Ilusão" contem considerações sobre as origens e função da religião e define-se como ateu . “Com o conhecimento que adquiriu sobre a origem e o processo de evolução do homem, na obra O futuro de uma ilusão, Freud esboça a preocupação sobre as tantas transformações que a humanidade ainda sofreria no contínuo processo civilizatório. Até o momento em que escreveu esta obra ele observou que as previsões que os homens eram capazes de fazer sobre o futuro originavam-se, conforme suas experiências pessoais, seu temperamento, acesso aos conhecimentos existentes, e amadurecimento, em termos de distanciamento das vivências ocorridas. Ou seja, nenhuma análise provinha de sabedoria diferente (poder extrasensorial), que não tomasse como base os conhecimentos empíricos e/ou científicos já produzidos pela humanidade.” Maria da Penha Fornanciari Antunes
1926 - "Inibições, Sintomas e Angústia", sendo a angústia considerada como pedra angular da sua teoria do desenvolvimento. “Desde sempre o sentimento de medo (Angst) foi objeto da observação freudiana. Porém, seriam necessários a experiência traumática da Primeira Guerra Mundial e o tratamento de neuróticos de guerra para a criação dos conceitos de impulso de vida e impulso de morte (em "Além do princípio de prazer", de 1920), e do medo como uma angústia preparatória e protetora contra um trauma vivido. O medo deixaria de ser pensado apenas como fruto de um processo de recalque da libido, e passaria a ser articulado em conexão com impulsos inconscientes. Neste volume, Freud enfim relaciona o medo externo (traumas, perigos objetivos) com o medo interno (medo da castração). - resumo do livro L&PM editores
1932 - Publicação de "Por quê a guerra?“, troca de cartas com Einstein
1933 - Queima de seus livros pelos Nazistas, em Berlim. Poder Nazista - Modificação do quadro psicanalítico na Alemanha. - Nova perspectiva da psicanálise feito pelas leis raciais. - A terminologia de psicanálise foi proibida - Grandes psicanalistas emigraram para outros países.
1936 – Aos 80 anos, tornou-se Membro Honorário da "Royal Society" da Inglaterra
1938 – Sua casa em Viena e a Associação Vienense de Psicanálise são vasculhadas pelos nazistas, na então invasão que ocorre na cidade. Anna Freud, sua filha, é presa e interrogada pela Gestapo. Em junho desse ano ele se muda para a Inglaterra. Imigra para a Inglaterra com a família.
4 de junho de 1938 Freud deixa Viena e muda-se para Londres, onde viveu seu último ano, continua clinicando, publica "Esboço de Psicanálise, ainda em 1938, Freud termina e publica sua última obra Moisés e a Religião Monoteísta, participando também do seu último congresso de psicanálise, em Paris
1939 - Com a guerra mundial, Viena deixou de ser um centro psicanalítico.
23 de setembro de 1939, Freud comete suicídio assistindo, tendo foi a última dose de morfina aplicada por seu médico. Freud estava com 83 anos, exausto e com dores, após anos de luta contra o câncer.
Outros Conceitos
Sexualidade: toda uma série de excitações e atividades presentes desde a infância, que proporcionam prazer à uma satisfação fisiológica.
Instinto: São as representações mentais dos estímulos internos (como a fome) que motivam a personalidade e o comportamento.
- Deslocamento: mudança de afeto de uma imagem mental para outra a que ele não pertence, como os sonhos.
Psique: a alma, o aparelho mental.
Complexo: conjunto de representações ou ideias que ficam reprimidos, mediante o processo de recalque na parte inconsciente e exercem um efeito sobre o comportamento. Pode se tornar parcial ou total consciente. Existem dois: complexo de Édipo e complexo de castração.
Outros Conceitos Afeto: qualquer tipo de sentimento ou emoção, positivo ou negativo, ligado à representações ou objetos.
Fixação: caracteriza um desenvolvimento não alcançado nas fases psicossexuais. Com o estacionamento em uma fase, as possibilidades de satisfação “adulta” da libido são perdidas. Abre caminho para a regressão.
- Catexe: acumulação de energia mental em alguma ideia, lembrança ou pensamento especifico.
Referências - Aguiar, A. (2018). 4 formas de defesas do Ego. [Blog post]. Disponível em: https://www.psicanaliseclinica.com/4-formas-defesas-do-ego-para-freud/ - Aparelho Psíquico para Freud. (2017). Disponível em: https://www.psicanaliseclinica.com/aparelhopsiquico-freud/ - Belintani, Giovani. (2003). Histeria. Psic: revista da Vetor Editora, 4(2), 56-69. Recuperado em 14 de setembro de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167673142003000200008&lng=pt&tlng=pt - Benoto, V & Martins, A. (n.d). As origens da Psicanálise – o fundador. Disponível em: https://www.sbpi.org.br/as-origens-da-psicanalise-o-fundador/ - Dresser, S. (2018). Freud versus Jung: disputa amarga sobre o significado do sexo. Nexo jornal. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/externo/2018/11/24/Freud-versus-Jung-disputa-amarga-sobre-osignificado-do-sexo - Ego. (2020). In Wikipedia. Retrieved September, 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ego - Esclapes, A. (2018). Teoria da Sedução. [Blog post]. Disponível em: https://www.aleesclapes.com/index.php/blog/79-videos/289-teoria-da-seducao - Freud, S. (1980). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. - Freud, S. (1901 – 1905). Um Caso de Histeria, Três Ensaios Sobre Sexualidade e Outros Trabalhos. Obras completas (volume 7). Disponível em: http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/01/freudsigmund-obras-completas-imago-vol-07-1901-1905.pdf
Referências - Fochesatto, Waleska Pessato Farenzena. (2011). A cura pela fala. Estudos de Psicanálise, (36), 165-171. Recuperado em 14 de setembro de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010034372011000300016&lng=pt&tlng=pt - José do Vale, I. (2018). Os primórdios da Psicanálise. [Web page]. Disponível em: https://psicanalise682.wordpress.com/2018/06/17/os-primordios-da-psicanalise/ - Laplanche, J, Pontalis, J, B. (1996). Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes. - Leitão, I. B., 2015. A Importância da Sexualidade na Constituição do Psiquismo – um Olhar Psicanalítico. [online]. Psicologado. Disponível em: https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/a-importancia-da-sexualidade-naconstituicao-do-psiquismo-um-olhar-psicanalitico [Acessed 13 Sep 2020] - Lopes, R. B., 2011. Transferência e Contratransferência. [online] Psicologado. Disponível em: https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/transferencia-e-contratransferencia [Acessed 13 Sep 2020] - Lourenço, Lara Cristina D'Avila, & Padovani, Ricardo da Costa. (2013). Fantasias freudianas: aspectos centrais e possível aproximação com o conceito de esquemas de Aaron Beck. Psico-USF, 18(2), 321328. https://doi.org/10.1590/S1413-82712013000200015
- Louzada, A. B, Fon Hwang, K & Guimarães D'Assunção, R. (n.d). Compulsão e Repetição. Disponível em: http://www.isepol.com/laboratorio/disciplinas/laboratorio1/disc2_repeticao.html - Martins, P. (2015). A interpretação dos sonhos. [Blog post]. Disponível em: https://www.clinicopsicologo.com/sonhos/ - Moura, J. (2008). Recalcamento (Die Verdringung). [online] Psicologado. Disponível em: https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/recalcamento-die-verdringung [Acessed 13 Sep 2020]
Referências - Moura, J. A. (2009). Introdução ao Conceito de Histeria. [online] Psicologado. Disponível em: https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/introducao-a-histeria [Acessed 13 Sep 2020]
- O caso de Dora, um emblemo da Psicanálise. (2018). [Web page]. Disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br/o-caso-dora-psicanalise/ - Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente (2017). Disponível em: https://www.psicanaliseclinica.com/chistesfreud/ - Pacheco, C. (2012). Psicanálise. [Web page]. Disponível em: https://pt.slideshare.net/CarolinaPacheco2/psicanalise-14802097 - Pollyane, A. (2008). O conceito de fantasia na teoria Freudiana e na obra: “Homem dos ratos”. [Web page]. Disponível em: https://www.redepsi.com.br/2008/05/12/o-conceito-de-fantasia-na-teoria-freudiana-e-na-obrahomem-dos-ratos/ - Rodrigues, M. R. (2020). Clínica Psicanalítica I Slide Aula 3: Psicoterapia de orientação analítica.
- Roudinesco, E. & Plon, M.(1998). Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar. - Souza, E. L. & Endo, P. (2019). Itinerário para uma leitura de Freud. Em: Freud, S. A interpretação dos Sonhos. Porto Alegre: L&PM Editores. - Teoria sobre o surgimento das leis. (2013). [Web page]. Disponível em: https://www5.usp.br/noticias/sociedade/completando-100-anos-totem-e-tabu-carrega-teoria-sobre-o-surgimentodas-leis/ - Wilhelm Fließ. (2019). In Wikipedia. Retrieved September, 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Flie%C3%9F
ReferĂŞncias - imagens - https://en.wikipedia.org/wiki/Ambroise-Auguste_Li%C3%A9beault - https://en.wikipedia.org/wiki/Hippolyte_Bernheim - http://lounge.obviousmag.org/embriaguez_artistica/2012/05/o-fotografo-de-sigmund-freud.html - http://sandrachiabi.com/2017/03/07/caso-dora/ - https://amenteemaravilhosa.com.br/o-caso-dora-psicanalise/ - https://br.psicologia-online.com/o-que-e-o-subconsciente-e-como-funciona-318.html - https://blogdoims.com.br/trabalho-de-luto/ - https://blogdamaricalegari.com.br/2019/05/01/como-e-quando-surgiu-a-psicanalise/ - https://psicologiaparacuriosos.com.br/sigmund-freud-breve-biografia/ - https://monoskop.org/Sigmund_Freud
- http://www.colegiomistico.com.br/jung.aspx - https://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Flie%C3%9F
ReferĂŞncias - imagens - https://markkukoivusalo.org/hpt/20th/freud/vp/ - https://www.latestatamagazine.it/2018/08/22/un-rapporto-edipico-freud-e-jung/ - https://ar.pinterest.com/pin/156148312057411721/ - https://archive.org/details/Freud_1923_Das_Ich_und_das_Es_k - https://paranaportal.uol.com.br/colunas/vamos-falar-sobre-drogas/freud-e-a-sessao-com-id-egoe-superego-sobre - https://www.todamateria.com.br/sigmund-freud/ - https://www.psychologistworld.com/freud/anna-o-case-study-freud - http://estadodedireito.com.br/freud-e-socialismo-erros-e-cultura-de-paz - http://imowblog.blogspot.com/2013/07/axme-ellen-gallagher.html - https://www.imdb.com/name/nm10616665/ - https://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Flie%C3%9F