Universidade Federal da Bahia Escola de Belas Artes Desenho Industrial (Habilitação em Programação Visual) Rubem de Santana Filho
Catálogo de Artesanato do Município de Camaçari Artesãos ceramistas do distrito de Areias Projeto Experimental Salvador 2004
Etapas do Projeto 1. Primeiro contato com a comunidade de artesãos 2. Desenvolvimento teórico do experimento 3. Prática do experimento - Dinâmica de grupo
4. Fotografia 5. Desenvolvimento do catálogo 6. Fudamentação teórica
7. Impressão-Finalização
Fundamentação Teórica
O Artesanato Tipos de artesanato: De tradição: Desenvolvido por várias gerações de artesãos Manualidade: Pura habilidade manual
Artesanato e Design ReferĂŞncia Cultural
"... Para ser universal aprenda primeiro a pintar sua aldeia" Tolstoi
Estereótipo Estagnação Fixação
Designer:Nando Costa
Inclus達o digital
Cultura Copy
“o design gráfico não teria conseguido incorporar e reproduzir, no nível de linguagem, aqueles traços distintos que fazem, por exemplo, com que a nossa música popular e nosso futebol sejam reconhecíveis como brasileiros em qualquer lugar do mundo” Ana Luisa Escorel
Distrito Areias
Areias - Localidade
Programa Economia Solidária Unidades Produtivas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.
Pintura: Assessórios de moda: Lapidação: Madeira: Coco: Bonecas: Trançado: Costura: Sacolas: Velas e sabonetes: Artefato de talisca de piaçava: Papel reciclado: Alimentos: Cerâmica:
Camaçari Camaçari Camaçari Lauro de Freitas Barra do Pojuca Barra do Jacuipe Monte Gordo Camaçari Camaçari Camaçari Barra de Pojuca Camaçari Camaçari Areias
Os artes達os, a olaria e o produto.
A Olaria
O Experimento Baseado no livro de Lucy Niemeyer Elementos de Semi贸tica Aplicados ao Design
As fases 1º Fase: Identificação dos Valores Centrais da Unidade Produtiva de cerâmica 2º Fase: Construindo um personagem o Público Alvo 3º Fase: Identificando valores do empreendimento e do grupo
1ยบ Fase
Identificação dos Valores Centrais
“Quando se quer comunicar algo, seja a identidade de uma empresa, uma campanha de saúde pública, um evento, temos que considerar que este algo já tem uma personalidade. Esta personalidade é um reflexo da visão e das intenções dos que são responsáveis pelo empreendimento e pode ser apontada pelo modo como este algo se mostra nas contingências de sua ocorrência.” Lucy Niemeyer
Os valores • Expressar a cultura da região através do produto artesanal-resgate cultural. • Ser uma cooperativa independente. • Melhorar estrutura física da cooperativa e o nível econômico dos artesãos. • Divulgar a cerâmica de Areias através de grande Feiras e exposições. • Melhorar qualidade das peças. • Desenvolver nova linha de produtos.
2ยบ Fase
Construindo um personagem
“Um projeto destina-se a um certo tipo de público, por mais geral que ele seja. O designer deve ter claro quais são as características fundamentais desse público, para tornar mais palpável, mais concreta essa entidade amorfa que é o público alvo”. Lucy Niemeyer
• Dois cinzeiros:
Justificado pelo cliente de classe alta, sempre negociando o preço mais baixo, polui o ambiente fumando cigarro é um cliente exigente, perfeccionista.
• Abacaxi:No contexto cultural do artesão, o abacaxi expressa um cliente complexo. Negocia preços muito baixos para o produto é insistente na compra de peças que não estão a venda, como disse uma artesã: “é difícil de descascar”.
• O Burro: No caso do
artesão demonstra o desconhecimento e o descontrole com relação à maneira de lidar com o cliente. O cliente desconhece o que está comprando, gosta de tocar o produto sentir a textura rústica.
• Laranja: Foi traduzida
como negociação negativa, de pouco valor, intermediação corrupta. Laranja na cultura local tem significado pejorativo relacionado à corrupção.
• Uma pessoa sexo masculino:
Expressando o perfil do sexo masculino como o comprador menos freqĂźente nas em feiras de artesanato.
• Um jarro com flores: O
sentido de funcionalidade é traduzido como uma maneira de expressar um bom atendimento e a alegria do cliente na aquisição de um produto de uma cultura diferente.
• Maçã: As experiências
positivas com os clientes têm relação com as frutas doces e com a aparência dos estrangeiros (maçã: cor da pele).
Conclusão • Imaturidade no atendimento • Desvalorização do próprio trabalho • Pouco envolvimento do grupo com o negócio • Postura pouco convincente no momento de negociação do produto
Dados do experimento • Data e hora do evento: 18/08/2004 ás 9:30hs • Tempo de duração: 1:30h • Número de participantes: oito (7 mulheres e 1 homem) • Faixa etária: entre 17 e 34 anos.
O produto catálogo e sua relação com o público alvo •
Prazeres fisiológicos: A primeira impressão visual (a capa) é a identificação com os tons de terra, relacionado à natureza, argila. Ao tato, as impressões de textura rústica identificando objeto artesanal.
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Prazeres sociais: Identificação com a cultura local, valorização do artefato pelo estrangeiro pela visão do exótico pela iconografia indígena, diferente em relação aos objetos do meio social em que vive.
•
Prazeres psicológicos: Para o turista serve como lembrança emocional da passagem pelo local, a aquisição de nova informação e um bem esteticamente bem elaborado, sensação de conforto visual pela clareza da informação.
•
Prazeres ideológicos: identificação do catálogo como referência de outra cultura ou nacionalidade, conscientização sobre as questões relacionadas ao artesanato de tradição, ajuda humanitária e ecologia.
Palavras que representam a expectativa do indivíduo em relação ao produto
RÚSTICO TRADICIONAL CONFORTO
BELO HUMANO
3ยบ Fase
Identificando valores do empreendimento e do grupo • O objetivo desta atividade Ê de compreender os valores essenciais do empreendimento. Foi desenvolvida pelo designer uma listagem de todas as palavras que podem, possivelmente, expressar valores relacionados ao empreendimento.
Os termos classificados foram analisados e o grupo fez as eliminações das palavras que não tinham relação com o empreendimento. Chegou-se a uma síntese de 8 palavras do total de 54:
EXIGENTE, HONESTO, CRIATIVO, MATERIAL, SILENCIOSO, INTERESSANTE, ALEGRE, COOPERATIVO
Análise dos elementos classificados • • •
• • • • •
Exigente: está relacionada á qualidade do produto e sua melhora. Honesto: existem interesses diversos e que às vezes divergem dentro da cooperativa em relação á administrarão da prefeitura gerando uma relação de desconfiança. Criativo é o ponto chave para o desenvolvimento de novos produtos e isso pode ser constatado pelas diversidade de peças do showroom, ainda não há um produto bem resolvido. Material: a matéria prima é a argila e não há forma de trabalhar esta matéria sem o toque das mãos, sem se sujar, um envolvimento que tem todo uma carga lúdica com o elemento terra. Silencioso: o silêncio surge nos momentos de maior concentração e é corroborado pelo pouco dinamismo do distrito. Interessante: o interesse maior está em poder modelar e criar e ver a peça pronto gera um grande prazer. Alegre: a alegria está na forma como executam o trabalho, uma oportunidade de colocar em dia os acontecimentos da localidade. Cooperativo: eles apreciam o trabalho executado em grupo.
Selecionando imagens Foram criadas imagens com referências às iconografias africanas, indígenas e rupestres e algumas imagens abstratas, colocadas numa mesa onde foram feitas as separações. Foram classificadas 47 imagens do total de 172.
Sistema de crenças “Dos 100 milhões de sinais brilhantes zunindo, recebidos a cada minuto, o cérebro humano ignora a maioria e organiza o resto em conformidade com qualquer sistema de crença estabelecido nele”. Peter Bentley
Cores
Texturas
Linhas
Curvas, linhas e planos
Rupestre
IndĂgena
Africana
Resultados • • • • • • • • •
Iconografia do candomblé: Iconografia universal e africana: Iconografia indígena: Iconografia rupestre: Figuras abstratas: Texturas: Linhas: Cores: Recortes de revista:
0 imagens classificadas 11 imagens classificadas 7 imagens classificadas 12 imagens classificadas 0 imagens classificadas 6 imagens classificadas 0 imagens classificadas 8 imagens classificadas 3 imagens classificadas
O experimento • Data e hora do evento: 18/08/2004 ás 11:00 hs • Número de participantes: dez (7 mulheres e 3 homens) • Tempo de duração: 1h • Faixa etária: entre 17 e 34 anos.
O Catรกlogo - Projeto Grรกfico
Elementos de Análise Semiótica “... podemos apontar como razões para a palavra semiótica não ser ainda corrente no vocabulário de designers, a falta de aprofundamento teórico nos cursos de design e a deficiente fundamentação teórica de profissionais em design. Há também a questão da percepção da profissão em si pelos próprios designers: a superficialidade da sua atuação, cujo único objetivo se constitui, muitas vezes, em inconsistente busca de “embelezamento” do projeto. Acrescente-se a falta de consolidação de critérios de design para a avaliação do produto, muitas vezes considerado segundo os pontos de outras áreas, como o marketing.” Lucy Niemeyer