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Angela do Amaral Rangel
(1725)
Carioca, deve ter sido a primeira poeta brasileira a ter seus versos publicados antes de 1822. Participou como membro da Academia dos Seletos, em 30 de janeiro de 1752, das comemorações em homenagem a Gomes Freire de Andrade, governador e capitão-general das capitanias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Nesta ocasião, declamou os dois sonetos que lhe fizeram ser lembrada como poeta. Um simples menino de 12 anos que ali os escutava era José Basílio da Gama que, anos depois, já escritor, publicou o seu livro Uruguay que imortalizou Gomes Freire de Andrade.
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MÁXIMAS CRISTÃS E POLÍTICAS Ilustre General, vossa Excelência Foi por tantas virtudes merecida, Que, sendo já de todos conhecida, Muito poucos lhe fazem competência: Se tudo obrais por alta inteligência, De Deus a graça tendes adquirida, Do Monarca um afeto sem medida, E do Povo uma humilde obediência: No Católico zelo, e na lealdade Tendes vossa esperança bem fundada; Que, na presente, e na futura idade,
Há de ser a virtude premiada Na terra com feliz serenidade, E nos Céus com a glória eternizada.
MÁXIMA PRIMEIRA Já retumba o clarim, que a Fama encerra Na vaga Região seu doce acento, De Gomes publicando o alto alento, Por não caber no âmbito da terra:
Declara, que se está na dura guerra, Tudo acaba tão rápido, e violento, Que o mais forte Esquadrão, em um momento, Seus talentos vitais ali subterra. Vosso Nome será sempre exaltado, Que se voais nas asas da ventura, Vosso valor o tem assegurado; Porque nos diz a Fama clara, e pura Que outro Herói, como Vós, não tem achado Debaixo da Celeste Arquitetura.