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Narcisa Amália

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Claudia Alencar

Claudia Alencar

(1852/1924)

Nasceu em São João da Barra, Rio, foi poeta e também é consideradaa uma das primeiras jornalistas profissionais do Brasil. Combateu a opressão da mulher, a escravidão e possuía fina sensibilidade social. Teve grande sucesso de crítica e de público e é das raras escritoras do passado a ser mencionada em histórias da literatura brasileira. Sílvio Romero e Machado de Assis estão entre os que louvaram seu talento.Publicou apenas um livro de poemas: Nebulosas (1872) que alcançaampla repercussão. Com ele despertou a atenção até do Imperador D. Pedro que quis conhecê-la. Em 1874 declamou para ele estrofes do livro.

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POR QUE SOU FORTE Dirás que é falso. Não. É certo. Desço Ao fundo d’alma toda vez que hesito... Cada vez que uma lágrima ou que um grito Trai-me a angústia - ao sentir que desfaleço...

E toda assombro, toda amor, confesso, O limiar desse país bendito Cruzo: - aguardam-me as festas do infinito! O horror da vida, deslumbrada, esqueço! É que há dentro vales, céus, alturas, Que o olhar do mundo não macula, a terna Lua, flores, queridas criaturas, E soa em cada moita, em cada gruta, A sinfonia da paixão eterna!... - E eis-me de novo forte para a luta. O LAGO Calmo, fundo, translúcido, amplo, o lago longe, trêmulo, trêmulo, morria. No seu límpido espelho a ramaria, curva, de um bosque punha sombra e afago. Terra e céu, ondulando, eram na fria tela fundidos! O queixume vago que a água modula, de ambos parecia, solto, ululante, intérmino, pressago!

- “Trecho vulgar de sítio abstruso e agreste” talvez; mas todo o encanto que o reveste sentisses; contemplasses-lhe a beleza; comigo ouvisses-lhe a mudez, que fala, e sorverias no frescor que o embala todo o alento vital da Natureza!

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