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Anna Autran
(1856/1933)
Poeta baiana, nascida em Salvador, ficou órfã de mãe quando tinha 1 ano.Muito jovem já demonstrava vocação para a poesia e para o jornalismo. Com 12 anos já pubicava poemas em jornais da época. Com 15 anos divulgou artigo A Mulher e a Literatura, defendendo a participação da mulher na esfera pública. Em 1877 publicou Devaneios, coletânea de seus poemas.Lutou pela República e pela abolição da escravidão. Antes mesmo de 1888 a poeta já havia alforriado os escravos da família. Por causa dessas ideias, avançadas para a época, se transferiu para o Rio de Janeiro.
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15 DE NOVEMBRO Da Lusitânia escravo e vil sujeito, O Ipiranga solta o grande grito De independência ou morte e em novo rito O nosso jugo em parte foi desfeito!
Mas inda irmãos sofriam todo o efeito Do cativeiro vil e mais aflito Todo esse bando incrédulo, proscrito Via calcado aos pés o seu direito,
Quando em ondas de luz banha-se o povo... Desprende a liberdade um canto novo E sabia-se um troféu da humanidade!
Prendia a realeza a última parte, Que a derrubando após, hoje reparte Por todo o solo os dons da liberdade!.
.......................................................................................... Quem perder fez-me a alegria? Foram sonhos de uma hora, Foram pesares de um dia! .......................................................................................... Quem murchou-me as vivas cores? Foram desgostos talvez .......................................................................................... Quem debuxou-me as olheiras? Um sentimento e martírio!...
.......................................................................................... Quem me roubou meus sorrisos? Foram suspiros e ais!... .......................................................................................... (trechos de O canto da virgem a transformação de um “estado d’alma” em outro, como talvez dissessem os românticos, é o motivo do pesar enunciado em primeira pessoa)