1 minute read

Francisca Clotilde

Next Article
Claudia Alencar

Claudia Alencar

(1862/1932)

Poeta cearense, nasceu em Tauá mas viveu grande parte de sua existência em Fortaleza.Ao lado de Emília de Freitas e Ana Facó, Franscica Clotilde representa o pioneirismo feminino na literatura cearense. Mulher de cultura e personalidade dinâmica, colaborou ativamente na imprensa, participando das discussões e das ideias da época.Foi a primeira mulher cearense a lecionar na antiga Escola Normal do Ceará (1882).Fundou e dirigiu o Externato Santa Clotilde que, contrariando os costumes da época, era destinado a ambos os sexos.Fundou a revista Estrela onde publicou muitos poemas e peças de teatro, destinadas as apresentações nos saraus familiares.

Advertisement

A ÁRVORE Ao contemplá-la, triste, emurchecida, Os galhos nus de folhas despojados, Sem a seiva que outrora tanta vida Lhe trazia em renovos delicados; Ao vê-la assim tão só, tão esquecida, Tendo gozado dias tão folgados, Ao som dos passarinhos namorados, Que nela achavam sombra apetecida: Ai! Sem querer encontro semelhanças Entre meus sonhos, minhas esperanças E a mirrada árvore dolente. Ela perdeu as folhas verdejantes, Bem como eu as ilusões fragrantes Que outrora me embalavam docemente À Memória da Virtuosa Irmã Margarida Bazet Seus lábios não provaram neste mundo A taça do prazer que nos seduz, Desprezou a grandeza... Uniu-se à cruz, Aos que sofrem votou amor profundo. Guiou-me a infância, terna e desvelada No caminho do bem, tinha carinhos Para os prantos dos tristes orfãozinhos, Era tão boa, meiga e dedicada! Descansa em paz, Oh! doce criatura, O mundo não podia a formosura De tua alma de santa compreender; Ele que é não, inconseqüente e rude Eleva o vicio e abate a sã virtude! Só entre os anjos poderás viver....

This article is from: