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Henriqueta Lisboa
(1901/1985)
Poeta mineira, é autora de obra poética muito representativa. Seu primeiro livro, Fogo Fátuo, foi publicado quando ela tinha 21 anos. Em 1929 ganhou o Prêmio Olavo Bilac de Poesia, da Academia Brasileira de Letras. Manteve correspondência duradoura com Mario de Andrade. Conquistou a admiração de Drummond, Bandeira, Cecília Meireles e Gabriela Mistral. Também mereceu atenção e elogios de importantes críticos daquela época como Otto Maria Carpeaux e Sergio Buarque de Hollanda. Publicou quase 20 livros entre 1925 e 1977. Sua produção também inclui ensaios, conferências e traduções.Foi pioneira ao escrever poesia para crianças no Brasil.
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MODELAGEM/MULHER Assim foi modelado o objeto: para subserviência. Tem olhos de ver e apenas entrevê. Não vai longe seu pensamento cortado ao meio pela ferrugem das tesouras. É um mito sem asas, condicionado às fainas da lareira Seria uma cântaro de barro afeito a movimentos incipientes sob tutela. Ergue a cabeça por instantes e logo esmorece por força de séculos pendentes. Ao remover entulhos leva espinhos na carne. Será talvez escasso um milênio para que de justiça tenha vida integral. Pois o modelo deve ser indefectível segundo as leis da própria modelagem.
CALENDÁRIO Calada floração fictícia caindo da árvore dos dias