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Mariajosé de Carvalho
(1919/1995)
Poeta paulistana, foi atriz, diretora, cantora, pianista, professora de dicção e tradutora de clássicos. Deu aulas na Escola de Arte Dramática(EAD), envolveu-se em movimentos de renovação cultural. Foi musa e mestra – amada e odiada sem meios termos por quantos a conheceram – e esteve no centro da cultura paulistana ao longo de quase 50 anos Alguns livros de sua lavra poética: Poemas da noite amarga (1950), Aurum et Niger (1966 ), Neomenia (1968), Lunalunarium (1976).
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que ânsia imemorial atrai os corpos de ambarina e amavios impregnados ossos tendões e carne e sangue nervos? que impacto os enlouquece tange anula? que plectro ou lançadeira ou sábia lâmina? e exangues ao cansaço os abandona? phallus vulva os seios mãos e boca e a pele esse tecido permeável são instrumentos de urdir tecer e a estrutura imantada aniquilada é deliquo amplo voo queda a pique num abismo do fogo gelo e nada VIII do sardo mar por águas lavrado em sal conservado dentre jóias moedas armas de submerso acervo a mim vieste aro de bronze a mim viúva e nesta herança de remoto pacto em meu dedo estás arcaica