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Edith Pimentel Pinto
(1924/1992)
Poeta paulistana, foi professora titular de língua portuguesa na USP e deu aulas de português e literatura brasileira na universidade de Tubingen, Alemanha. Em 1958, publicou sua primeira coletânea de poesias - Ia, recebendo o prêmio Fábio Prado. Com Dimensões de Agora, ganhou o prêmio Governador do Estado de São Paulo, 1959/1960. Publicou, também, Todavia, (1971). Essas três obras foram, mais tarde, reunidas em uma só. Quinze anos depois, com o livro Sinais e Conhecenças(1986)ela conquistou o primeiro prêmio de poesia da Bienal Nestlé de Literatura.
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VIA Aqui vou eu recortando uma pequena eternidade neste papel de espaço metonimicamente extrapolado em figurinhas de mãos dadas. Aqui vou eu de deus em deus aprendendo a compor as imagens dos homens.
FONÉTICA Os velhos livros acenam das estantes com pássaros recados que ensaiam voos perecíveis entre o ramo e o chão mais imediato. As letras enrouquecem no afã de cativar a distância do acaso, a eternidade. E embora se sucedam de jeito para o eco, nem sempre sonorizam os mesmos compromissos no aparelho das páginas impávidas. COMPOSIÇÃO Minhas frases compassam-se autonômicas intempestivos motivos se autorando e eu de imanante — amorfas tessituras — fico no espelho onde procuro o encontro. Contemplo o todo e o transitivo verbo tenta sorrir-me em brevíssimo aceno. Imprevistas palavras suprem-me as latentes as velhas transfiguram-se e as futuras aturdem-me e se insisto este poema sé cristaliza em forma e se aniquila.