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Ida Laura
(1928/1985)
Poeta paraibana, formou-se em biblioteconomia e trabalhou no Instituto Nacional do Livro, em Brasília. Foi diretora da biblioteca da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde viveu a maior parte de sua vida e onde o mar a levou para sempre. Publicou : Rosa de Pedra (1953), Salinas (1958), O Arado (1959), Exercício da Palavra (1975), A Herança (1984) e Navegos (Poesia reunida 1953-1978). Manteve intensa correspondência com Drummond e Bandeira. E João Cabral a elogiou assim: “fiquei feliz em ler Exercício da Palavra, e até me arrependo de ter publicado um livro também em 75.”
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RUA(TRAIRI) Nos cubos desse sal que me encarcera (Pedras, silêncios, picaretas, luas, anoitecidos braços na paisagem) a duna antiga faz-se pavimento. Meu chão se muda em novos alicerces, sob as pedreiras rasgam-se meus passos; e a velha grama (pasto de lirismos) afoga-se nos sulcos das enxadas,
nas ânsias do caminho vertical. Ao sono das areias abandonamse nesta rua vívidos fantasmas De seus rios meninos que descalços apascentavam lamas e enxurradas. Meu chão de agora: a rua está calçada.
A PONTE Salto esculpido sobre o vão do espaço em chão de pedra e de aço onde não permaneço - passo.