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Adélia Prado
(1935)
Poeta mineira, estreou tarde: tinha 41 anos quando publicou o primeiro livro: Bagagem. E assim mesmo, graças à intervenção de Drummond, que ficou encantado com seus poemas e enviou os originais, com um bilhetinho, ao editor Pedro Paulo de Senna Madureira. O que mais chama a atenção em seu trabalho é o cotidiano percebido com perplexidade, a revalorização do feminino e a religiosidade vivenciada no dia-a-dia, na mesa, na cama, na cozinha.Alguns de seus livros de poesia: O coração disparado, (1978), A faca no peito, (1988), A duração do dia, (2010). Foi traduzida para vários idionas e escreveu uns 8 livros de prosa.
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NEUROLINGUÍSTICA Quando ele me disse ô linda, pareces uma rainha, fui ao cúmice do ápice mas segurei meu desmaio. Aos sessenta anos de idade, vinte de casta viuvez, quero estar bem acordada, caso ele fale outra vez. IMPRESSIONISTA Uma ocasião, meu pai pintou a casa toda de alaranjado brilhante. Por muito tempo moramos numa casa, como ele mesmo dizia, constantemente amanhecendo.
ENSINAMENTO Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: “Coitado, até essa hora no serviço pesado”. Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo