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Lenilde Freitas
(1939)
Poeta paraibana, é tradutora, fez mestrado em Teoria da Literatura pela UFPE e especializações em poesia pela Universidade Vanderbilt (EUA).. Estreou em livro em 1987 com Desvios. Depois vieram mais 5 livros de poemas. Esboço de Eva (1987); Cercanias (1989); Espaço Neutro (1991); Tributos (1994) e Grãos na Eira (2001). Conquistou vários prêmios literários: “All Nation Poetry Contesf (USA); “Prémio Emilio Moura de Poesia” (MG),”Augusto dos Anjos” (PB), “Arriete Vilela” (AL), “Prêmio Pasárgada” (SP), “Nestlé de Poesia” (SP).
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A FERNANDO PESSOA Não é disso que estou falando nem do silêncio presente nesta sala em que os pensamentos entram igual moscas e pousam onde querem. Não é disso nem de tarde que mastiga devagar o que resta da hora e o vento procura, procura lá fora não se sabe a quem. Falo do teu sonho ancorado nas alturas e desta porta aberta a esperar ninguém AQUÁRIO O amor em mim está maduro como um peixe. De tanta água repleto, ele não nada. Pesado cochila sob pedras — completo. MOMENTO ÍNTIMO O cheiro de café passa e para
junto à tosse metálica que golpeia o meu nervo acordado. O mar — espelho de Deus — se contorce.
Aproximo-me da vida e ilumino o abismo que me tira o fôlego.
Uma cigarra toca seu clarim — acorda os que dormem dentro de mim.