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Maria Lucia del Farra
(1940/1998)
Poeta paulista, de origem muito pobre, viveu sempre em dificuldades financeiras. Aos 27 anos, depois de cursar a escola normal na terra natal, veio morar em São Paulo e realizar dois sonhos: entrar na USP e publicar um livro. Fez filosofia, exerceu o magistério e trabalhou como bibliotecária na rede estadual de ensino. Publicou cinco livros de poemas a partir de 1969.Parte de sua obra foi republicada em 2006: Poesia Reunida. Recebeu o prêmio Jabuti de Poesia, em 1983, com Alba , e o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1996, com Teia . Morreu em Campos de Jordão, aos 58 anos. em um sanatório.
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FALA Tudo será difícil de dizer: a palavra real nunca é suave. Tudo será duro: luz impiedosa excessiva vivência consciência demais do ser.
Tudo será capaz de ferir. Será agressivamente real. Tão real que nos despedaça. Não há piedade nos signos e nem no amor: o ser é excessivamente lúcido e a palavra é densa e nos fere. (Toda palavra é crueldade) TEIA A teia, não mágica mas arma, armadilha a teia, não morta mas sensitiva, vivente a teia, não arte mas trabalho, tensa a teia, não virgem mas intensamente prenhe:
no centro a aranha espera.