1 minute read

Teruko Oda

Next Article
Claudia Alencar

Claudia Alencar

(1943)

Poeta carioca, contista, musicista e professora universitária. Participou de inúmeras coletâneas de poesia e de contos. Estreou em livro com Gota de Barro (1982). Além desse livro, tem publicados os seguintes títulos: Artesã(1989), Murmúrio(1993), Rondó ao Mar(1996) Canção Tagoriana(2000) e Cantaria (2010). Vive em Brasília.

Advertisement

O ESPELHO O espanto do idoso frente ao espelho justifica o tempo que parou — dentro do peito e da mente insone.

Onde fica o tempo que passou? GOTA DE BARRO Criação. Criar do nada — do quase nada —, do barro. Esbarro nas palavras, criando barreiras, barrancas, barragens, diques, comportas estanques, tanques, água, limo, barro. Esbarro outra vez na terra. Molhada. Pingada. Suada. Um pingo que cai. Uma gota de barro. Criada. Sem forma. Só som. Da queda. No barro.

CANTABILE O chão canta um canto de dor se passa, rasteiro, passageiro cantor.

A voz leve enleva e some: só fica nos ares um aroma e um nome.

This article is from: