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Reni Cardoso
(1943)
Poeta cearense, advogada, jornalista e compositora. Residiu em Brasília nos anos 60 e vive em São Paulo desde 1974. Já publicou quatro livros de poemas, entre eles Grãos –poemas de lembrar a infância (1985) e A véspera do grito (2001).
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Me espanto, me perco, me acho, me refaço em qualquer lugar me largo, me deixo, me entrego, me desvelo aqui ou lá me bato, me estrago, me reparto e despedaço me sento, me enxergo e considero: o que que há? Me enraízo, me escravizo, me divido e multiplico em qualquer ar me esqueço, me comovo, me morro e sou de novo em qualquer lugar.
P DE PALAVRA E PEDRA Palavras às vezes pesam como pedras ferem a boca como pedra que se mastiga. Agudas, acertam rápidas como pedras dirigidas esfriam como pedras frias na boca ressentida pensam e pedram como pedras no caminho.
NADICES Brinco com a razão não tenho idade nem sexo o real é invenção já foi e continua sendo nada. Não perco o senso sou o que penso.