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Hilma Ranauro

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Claudia Alencar

Claudia Alencar

(1943)

Poeta mineira, cursou filosofia na PUC, em São Paulo, cidade onde vive há muitas décadas. Filha do poeta Dantas Motta, conviveu no meio intelectual, escreveu e guardou seus escritos por quase 50 anos. Só recentemente, seguindo sugestão de amigos, resolveu divulgar os seus escritos guardados. Eles foram selecionados e reunidos no livro Poemas(2012).

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ESPERANÇA A esperança é tirana Anda mal acompanhada Passeia com doenças e infortúnios Proíbe-nos de olhar o irreversível Adia os finais É brasa encoberta Cega suas vítimas É agente dupla Conhece técnicas de tortura Enfeita as dores Esconde a morte Promete o impossível Mas... é vital como o Ar É verde Esmeralda bruta e bela.

VISITA Diga que sou bem-vinda e me ofereça um café Quando a colher girar na xícara Ela se transformará numa caixinha de música E a colher numa bailarina.

PERDA Você sabe? É claro que você sabe Toda perda é como um caroço de abacate. Não passa na garganta. Só resta colocá-los na água Pra ver se brota.

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