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Aline de Mello Brandão

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Claudia Alencar

Claudia Alencar

(1945)

Poeta carioca, é advogada e conferencista. É sobrinha de Jorge Fernandes, poeta modernista do RN e prima do escritor Peregrino Jr., fundador da UBE-RJ. Seu segundo livro, Seiva e sumo, de 1975, recebeu o Prêmio Olavo Bilac, conferido pela ABL. Trabalhou na assessoria de imprensa e no departamento jurídico da Light-RJ e também assinou uma coluna literária, durante três anos, no Correio Brasiliense. Foi aluna dos poetas Lêdo Ivo e Affonso Romano de Sant’Anna, na Oficina Literária de Afrânio Coutinho. Publicou Retrato obscuro (1970), Seiva e sumo (1986), Sem título (1990), Nó poético (1999), Antologia poética: cinco livros (2016).

A TI, POESIA A ti, poesia, não renuncio. Como renunciar à vida? Se há retornos, princípio, Fiel à linha interrompida. Renúncia maltrata o ego Despoja, enoja, cede à corja. Tonteia, cego bambeia Põe branca bengala no prego. Não renuncio ao teu apelo. No silêncio hei de purgar O fel Cingir teu sangue ao meu pelo.

ASPEREZA Áspera é a guerra E a fome E a espera Mais áspera. Áspera é a derrota E a luta E a queda Mais áspera. Áspera é a data Gravada nas pedras E a frase incompleta Mais áspera.

ECLIPSE A sombra do teu corpo no meu delineada O meu coração batendo bem junto ao teu Nossos olhos, nossas mãos, ânsia inesperada Que já não sei quando és tu Quando sou eu.

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