Suplemento do JCO nº 116

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CAUSA OPERÁRIA Suplemento gratuito do semanário nacional operário e socialista

ANO XI • Nº 116 • de 26 de julho A 1º de agosto de 2015 • distribuição nacional • internet: www.pco.org.br • e-mail: causaoperaria@pco.org.br

T

odos os dias, o dia todo, a imprensa capitalista repete em uníssono a campanha contra o governo Dilma Rousseff: corrupção, inflação, crise... pedem a derrubada do governo que mal completou seis meses de mandato. A imprensa burguesa vem há pelo menos três anos fazendo campanha contra o governo do PT. Escondem a corrupção da oposição e apresentam os petistas como os mais corruptos da história do país; manipulam estatísticas; fazem campanha eleitoral para a oposição; criticam duramente todas as medidas do governo. E fazem isso em conluio com os tribunais, em especial o STF, a Polícia Federal, o Ministério Público, deixando claro que a operação para derrubar o governo não é obra do acaso. Pelo contrário, é muito bem orquestrada. Isso é um golpe. O maestro não poderia ser outro que não o imperialismo norte-americano, o maior organizador de golpes de Estado da história. O PSDB é o instrumento do imperialismo para isso. Não é a vontade de Aécio Neves de ser presidente da República que motivou o golpe. São os interesses do imperialismo estrangeiro que movem os tucanos. Muitos ainda insistem na tese de que não vai ter golpe. Muitos desses só vão enxergar o golpe se Dilma Rousseff cair. Alguns, só se os tanques tomarem as ruas. Outros, nem assim... É importante ressaltar que uma operação desse tamanho não é feita à toa. Diante da crise, a solução do imperialismo estrangeiro é fazer a população dos países pobres salvarem os banqueiros e grandes empresas internacionais. Para isso,

ABAiXO o

Golpe Impeachment

Nao!

Derrotar nas ruas a direita golpista e defender as reivindicaç ões não pode haver nenhuma política de compromisso, nenhuma conciliação, nenhum auxílio. É preciso impor uma política de terra arrasada e isso só é possível por meio de um governo de força. Se alguém tinha dúvidas de que o governo pós-golpe seria repressivo, ou seja, que o golpe daria lugar a uma ditadura, basta ver o que Eduardo Cunha está fazendo no Congresso Nacional. A cada dia é aprovada uma medida mais repressiva que a anterior e direitos estão sendo retirados. Basta juntar a lei da terceirização à redução da maioridade penal, ao aumento do tempo de internação de menores para ter uma ideia do que a direita pretende ao derrubar o PT. Dilma, Lula e o PT são os al-

vos imediatos, mas quem será verdadeiramente atingido com o golpe serão os trabalhadores, a maioria da população. As ditaduras existem para impor pela força o que os governos de colaboração de classes não são capazes de impor: uma dura política de ataques aos direitos e às condições de vida dos trabalhadores. Isso porque é preciso esmagar aqueles que resitem a esses planos. Essa é a função das ditaduras. Por isso, os trabalhadores não devem se deixar enganar se o golpe vier com uma aparência de legalidade. Diante da primeira resistência séria, a direita não hesitará em usar a força bruta e a repressão escalará até conseguir conter essa resistência. O tratamento dado pelo go-

dos trabalhadores

verno Beto Richa (PSDB) aos professores em greve do Paraná, com prisões, espancamentos etc., mostra como os governos de direita pretendem tratar as mobilizações populares. O golpe daria vazão a toda a sanha repressiva desse setor. Por isso, apoiar ou se abster diante do golpe é uma política criminosa contra os trabalhadores e a população em geral. É preciso sair às ruas para deter os golpistas; colocar em pauta a luta pelas reivindicações mais sentidas da população, por melhores condições de trabalho e salário, contra a retirada de direitos e a repressão. O golpe é um ato de força da burguesia e só pode ser parado por outro ato de força, da classe operária.


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