ditados de velejador
nem todo mundo sabe (mas conto pra todo mundo que posso), que passei tipo uns três anos velejando sem parar… quando morei na Marina da Glória, no Rio… e saía com o veleirinho do meu irmão e depois no grande veleiro de 82 pés de milionários, onde trabalhei como cozinheiro de bordo e marinheiro. foi como se uma memória kármica retornasse com tudo. aquele era um ar que muito me agradava! desde lá sempre retorno, se não às àguas ligeiras sobre o casco, às memórias e sensações marinheiras. vocês podem perceber como virei, de alguma forma mas definitivamente, religioso depois dessa experiência. é pq no meio do mar, se vc não tem fé, morre de medo. tem que acreditar no barco casca de noz no meio do imenso oceano, tem que confiar na capacidade de seus colegas de timão, tem que acreditar que uma onda gigante não vai surgir do nada e te engolir, tem que acreditar que depois de toda aquela água tem um porto… tem que acreditar. (coloquei algumas notas explicativas em algumas palavras e situações. daria pra por num monte, pois muitas dessas frases foram tiradas de experiências vividas… mas poupei-vos desse tormento).
1.
destro é o safo(1), que mesmo usando a mão esquerda, desata o nó. ou vise e versa.
2.
numa calmaria nunca assovie pra chamar o vento… pode vir uma tempestade.
3.
dá muito azar transportar padres, coelhos, mulheres casadas e guarda-chuvas numa embarcação.
4.
pássaros são sinal de ilhas.