escola bairro - ensaio projetual para os patios escolares da EEEFM Hunney Everest Piovesan

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UFES | 2022
aluno: Ramon Oliveira Gomes | orientador: Prof.Dr. Rogério Almenara Ribeiro
ensaio projetual para os pátios escolares da EEEFM Hunney Everest Piovesan
escola bairro

escola bairro ensaio projetual para os pátios escolares da EEEFM hunney everest piovesan

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Artes da Universidade Federal do Espiri to Santo, como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

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UFES | 2022aluno:
Ramon Oliveira Gomes | orientador: Prof.Dr. Rogério Almenara Ribeiro

Ramon Oliveira Gomes

Escola bairro: ensaio projetual para os pátios escolares da EEEFM Hunney Everest Piovesan

Projeto de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Aprovado em xx de maio de 20222 por:

Prof. Dr. Rogério Almenara Ribeiro |Orientador | DAU/UFES

Prof. Dr. Homero Marconi Penteado | Co-orientador | DAU/UFES

Mestra Ivonete Maria da Silva | Matrícula: 3281507

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agradecimentos

Dedico este trabalho, especialmente a todos os estudantes das escolas públicas, que muitas vezes enfrentam uma realidade corrompida, e mesmo assim, conservam o desejo de uma educação de qualidade e um futuro melhor.

Agradeço a Deus pelo seu amor infinito e pela oportunidade de evoluir. Agradeço a todos que me acompanharam nessa caminhada, levarei comigo os melhores momentos por toda a minha vida, vocês são parte do que eu sou.

Agradeço à toda minha família pelo seu amor e abrigo, por acreditarem em mim e por todo o incentivo, minhas tias Kelly Oliveira, Mara Bosi, Lene Bosi, Neia Bosi, e aos meus tios Kill Oliveira e Alédio Almeida, meus avós Maria Celeste Oliveira e Francisco das Chagas, e os meus primos Marlene Costa, Renato Bosi e Gabriel Oliveira, especialmente meus pais Alcilene Oliveira e Jocimar Bosi, que sempre me apoiaram e me ensinaram a ter força e coragem para lidar com o mundo e comigo mesmo, vocês são a minha base.

Agradeço a todos os meus educadores que estiveram diariamente na linha de frente nas escolas públicas por onde passei, a verdadeira edu cação resgata vidas, dedico especialmente a Maria da Penha, Jadir Feli ciano, Calimério Soave, Carlos Galvão, Wander Demartini, Ziza Beatriz, Priscila Milanez, Graça Schwartz, Cláudia Coelho. Aos meus professores na universidade federal, Maria Madalena dos Santos, Miguel Inácio, Homero Penteado, Daniella Bonatto, Tatiana Casado, Juliana Vianna, Liziane Jorge, Clara Miranda, Rogério Almenara e Martha Campos. Obri gado por todo o incentivo e conhecimento recebido.

Agradeço aos meus amigos e colegas que eu fiz, por todos os momen

tos compartilhados e as alegrias, Lohanna Caetano, Eric Dias , Carolina Bertoldo, Guilherme Guimarães, Anielle Paola, Usiel Lopes, Hanna Mas carelo, Anelize Carvalho, Karla Lindemberg, Antônio Araujo, Jonathas Ramos, Bianca dos Santos, Arthur Campos, Ericles dos Santos, Leandro Borges, Wendel Martins, Mariely Schunk, Daniel Monjardim, Alessandra dos Santos, Luana Canal, William Wagmaker e Alice Fortes. Aos amigos que a UFES me proporcionou, Gabriela Rufino, Matheus Rabelo, Stella Fafá, Kelton Natali, David Neto, Renata Segatto, Clara Dantas , Rodrigo Laranjeiras, Laís Barbosa, Flora Gurgel, Bárbara Tavares, Larissa Rangel, Anderson Luz e Endrews Lamas, especialmente, a Julia Gava, Fernanda Brune, Marcos Bello, Thiago Campos, Sara Lauwers, João Pedro Furtado, Daniel dos Santos, Denise Gasques, Lorena Toledo, Ana Catarina Cam pagnaro, e Luís Paulo Comério, com vocês pude ter momentos únicos.

Ao Tadeu Vieira, por ele ser quem é, por sempre estar ao meu lado em todos os momentos, por todo o nosso amor e convívio.

Ao Rogério Almenara, meu professor orientador, que por ventura possi bilitou um final de graduação afinado e produtivo. Sempre me acolheu com muito respeito e carinho, disposto a ensinar com seus conhecimen tos, reflexões e conselhos. Existe sabedoria e paixão nas suas falas em sala de aula, você me ensinou que os sonhos e os desejos de querer mudar a nossa própria realidade é possível e necessário, nunca me esquecerei.

Agradeço à Universidade Pública e todas as pessoas que a fazem possí vel.

Todos vocês são indispensáveis para essa caminhada.

Nó da rabiola FOTO: autoral
(2020)

resumo

Os pátios escolares são espaços educacionais, que assumem um papel primordial na qualidade do ensino, nas interações e usos do espaço. O projeto Escola Bairro visa a requalificação e integração dos pátios escolares e áreas subutilizadas da escola Hunney Everest Piovesan com soluções pontuais proporcionando ambientes de maior qualidade, atendendo às diferentes necessidades dos usuários, e fortalecendo o vínculo da escola com a vizinhança de Morada de Santa Fé, em Cariacica. A escola localiza-se em uma região central de Cariacica, um equipamento significativo que atende aproxima damente 1.800 alunos do ensino médio público.

Apesar da sua importância a escola possui grandes áreas vazias e subutilizadas, espaços tratados como residuais, apontando a falta de qualidade e cuidado ao projetar os ambientes escolares. Em contrapartida, os mesmos espaços oferecem potenciais suficientes para suprir as diferentes neces sidades dos usuários. A requalificação dos pátios escolares são soluções práticas que podem mudar a realidade e a vitalidade local. Analisando as áreas da escola e a demanda dos alunos, professores e funcionários, o projeto partiu de princípios que favorecem o convívio, a educação, a cultura, as práticas de exercícios físicos, e a sustentabilidade social e ecológica. Dessa forma o projeto buscou melhorar a permeabilidade entre os ambientes internos e externos na escolapara tal, criou-se uma rede de espaços livres, jardins e hortas.Foi garantido acesso ao público às dependências da escola, resultando na criação de novas atividades e espaços que atendem as necessidades dos que fazem parte da Hunney Everest Piovesan e dos moradores da região. O projeto transita entre as escalas arquitetônica e paisagística ao criar uma inter-relação entre a escola, pátios, praças e a rua, visando uma alternativa ao estado atual dos pátios da escola, e a carência de espaços públicos em Cariacica a partir de uma escola pública local que gera autonomia e educação aos territórios.

Palavras-chave: Requalificação; Pátio escolar; Escola; Integração; Bairro.

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sumário

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Terrão FOTO: autoral (2020)

justificativa

escolha do tema e local

A minha relação com a escola Hunney Everest Piovesan começou no ano de 2020, quando eu reali zei o projeto Cianotipia na escola, uma oficina de fotografia laboratorial, e no ano seguinte Territórios do Brincar, que se tratava de cartografia e vivências culturais, esses projetos foram financiados pela lei municipal de incentivo à cultura João Bananeira. Com esses dois projetos culturais, o meu laço com a escola se estreitou e a cada visita ao Hunney, ou Polivalente de Campo Grande pude compreender certas dinâmicas daquele espaço. Como o melhor lugar para estudar a revisão antes da prova, ou o banco mais confortável para se estar com os amigos e conversar no recreio. E a mesinha abaixo do ipê amarelo onde os funcionários da cozinha e manutenção preferem fazer pequenas refeições.

As áreas internas, onde se encontram as salas de aula, biblioteca, coordenação, auditório são blocos de concreto separados no terreno. Empenas, paredes, muros, grades e portões os espaços são quase intocáveis a não ser o uso diário recorrente da escola nos três turnos. O desenho panóptico permite que a coordenação tenha visão ampla para as duas alas de sala de aula, haviam momentos em que os próprios alunos associavam o recreio como um “banho de sol” em tom irônico. A área externa da escola é composta por pátios, áreas de circulação, estacionamentos, e um espaço vazio nos fundos do terreno. Os pátios e as circulações até desempenhavam certos usos, porém apresentam baixa qualidade, há uma predominância de concreto em todos os planos até em mobiliários, baixa permeabilidade do solo e visual, poucas árvores e a falta de locais com abrigo, além disso, grande parte da área externa da escola é subutilizada, ou não apresenta nenhum uso.

Como arquiteto enxerguei a potencialidade espacial que esses pátios, circulações e vazios ofere cem. Com dispositivos arquitetônicos e paisagísticos pode-se requalificar essas áreas, viabilizando o conforto térmico, a permeabilidade do solo e visual, a criação de novos espaços, novos usos e relações.

Permitindo um diálogo com a vizinhança e todos que utilizam a escola e o bairro.

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territórios do brincar. fonte: Amanda Bolonha (2021)

introdução

os pátios escolares

Assim como nas cidades, as áreas livres da escola ocupam um papel secundário, os pátios externos estão sendo progressivamente reduzi dos ou eliminados e, quando existem, são, em geral, pouco convidativos e atraentes, comen tam Azevedo; Rheingantz; Tângari, (2011). Já os ambientes internos, salas de aulas, bibliotecas e laboratórios recebem maior atenção, mesmo assim, nota-se problemas referentes ao conforto térmico, a acústica e atratividade desses locais, que são salas envelopadas por paredes dificultan do a integração com os demais espaços.

A maioria dos nossos estudantes passam boa parte do seu tempo nessas escolas, trancafiados em um ambiente que deveria proporcionar uma educação que estimule a autonomia, o desenvol vimento do raciocínio lógico e a capacidade de se relacionar coletivamente. Em um espaço escolar sem nenhuma atratividade, construído na mesma lógica que um presídio, não é de se assustar a falta de interesse dos estudantes com a educação que recebem. Uma somatória de problemas estruturais da nossa sociedade influencia na evasão escolar de

milhares de estudantes ao ano no país, a evasão escolar tem cor e classe social. Na pandemia do COVID-19 a situação da evasão escolar se agravou no Brasil, em novembro de 2020, mais de 5,1 mi lhões de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos estavam sem acesso à educação segundo a Unicef (2021), dados alarmantes que provam a frágil situ ação da educação no país.

Buscando soluções para a requalificação dos espaços educacionais, possibilitando áreas para a vivência e o pertencimento dos usuários, o Escola Bairro é um projeto que visa analisar os aspectos de usos e fatores bioclimáticos dos pátios externos da escola de ensino médio Hunney Everest Piove san, trazendo novas alternativas aos sistemas de espaços livres da escola, como possíveis soluções a serem introduzidas no dia-a-dia dos estudantes, professores, profissionais e a comunidade ao redor. Essa possível requalificação dos pátios externos, formam uma rede com canteiros ajardinados e hortas, praças públicas, complexo esportivo, vivei ro de alimentos hidropônicos e mudas, um pomar e a permeabilidade entre os ambientes internos e

externos na escola. A proposta e de favorecer a atratividade e acessibilidade da escola, com meios e instrumentos que possam ser vivenciados pelos alunos e toda a comunidade, uma maneira de combater os índices de evasão escolar e garantir espaços livres desfrutáveis em Cariacica.

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metodologia

Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é o desenvolvimen to do projeto de requalificação dos espaços livres da escola, baseado em análises de fatores bioclimáticos, usos dos pátios externos da escola e os resultados dos questionários entregues aos alunos e funcionários da comunidade escolar. Após avaliação dos dados obti dos, o projeto que abrange um programa paisagístico e arquitetônico, irá proporcionar espaços livres e confortáveis, que atendem a demanda dos usuários e garante integração entre a instituição e a comunidade.

Metodologia

O trabalho divide-se nas seguintes etapas: -Revisão da literatura bibliográfica sobre os pá tios escolares, para estabelecer a sua importância no processo educacional dos estudantes, as principais funções que essas áreas oferecem, e características que indicam sua qualidade.

- Análise e avaliação dos pátios externos: um

levantamento de informações dos fatores climáticos e comportamentais dos usuários onde o projeto será inserido, quais suas necessidades, potencialidades e os desejos que se atribuem a estes espaços. As etapas deste estudo são: levantamento da estrutura arqui tetônica da escola e das edificações em seu entorno, reconhecimento das espécies vegetativas do terreno através de visita in loco.

- Distribuição e avaliação dos questionários entre gues especificamente para estudantes, funcionários da comunidade escolar.

- Projeto arquitetônico e paisagístico: para a ela boração do projeto arquitetônico e paisagístico serão utilizadas as informações levantadas na etapa anterior como diretrizes para sua concepção. A partir da com pilação de dados e análise das informações adquiridas ao longo do trabalho serão tecidas diretrizes que irão direcionar o partido arquitetônico, a ser desenvolvido até a etapa de estudo preliminar.

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pátios escolares

espaço de brincar, interagir e aprender

Os espaços públicos livres costumam ser pou co qualificados, são mal distribuídos nas cidades e muitas vezes mal equipados. Senra (2019) afirma a necessidade de políticas urbanas que promovam a melhoria da qualidade de vida nas cidades por meio do resgate de espaços públicos e coletivos. Os pátios escolares são as áreas livres das escolas, incorporam as diferentes atividades, dentre elas a prática de atividades físicas, o lazer e até mesmo aulas ao ar livre. Em uma escala reduzida, as áreas livres escolares, ou pátio escolar, sofrem os mes mos problemas que os espaços livres urbanos, são tratados como residuais.

Os pátios escolares exercem um papel fun damental no desenvolvimento e educação dos estudantes. Cardoso (2005) comenta sobre a importância do do pátio escolar, quando bem planejado diminui o estresse, melhora a qualidade de vida e a capacidade de concentração, promo ve sentimentos positivos pela escola, motivação

para o estudo e responsabilidade pelo ambiente escolar. Ao elaborar o projeto escolar, o arquiteto deve promover a qualidade de vida dos estudantes e dos usuários do espaço em geral. Dessa forma, as atividades educacionais poderiam usufruir dos espaços com o auxílio de ferramentas, mobiliários, artifícios arquitetônicos e paisagísticos para o aprendizado dos alunos. Porém, essa reflexão sobre a importância das áreas livres no convívio escolar ainda é escassa no Brasil. Os professores tendem a confinar as atividades educativas em salas de aula, considerando o uso do pátio restrito apenas à recreação e a prática de atividades físicas. A falta de qualidade e a ausência dos pátios escolares, que são importantes à recreação, à vitalidade dos espaços e a socialização dos alunos, promovem os problemas educacionais, o desinteresse e o apagamento do pertencimento destes espaços na escola.

Os pátios escolares devem ser projetados como áreas especiais, designadas para as diversas tarefas da vivência, do convívio social, proporcionando ricas experiências aos estudantes que frequentam a escola diariamente. Dessa forma, é necessário entender as principais funções e avaliar os elementos constituintes do pátio escolar, a fim de reconhecer e averiguar se de fato o espaço cumpre o seu papel no processo de educação dos estudantes.

crianças brincando no pátio. fonte: https://educacaointegral.org. br/wp-content/uploads/2015/05/ patio_escolar_grande.jpg

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pátio Hunney Everest Piovesan. fonte: autoral (2022)

as funções dos pátios escolares

Diferentes estudiosos como Azevedo; Rheingantz; Tângari, 2011; Flores, 2011; Zamberlam; Basani; Aral di, 2007, entre outros, citam uma variedade de temas referentes às funções dos pátios escolares, abordando atribuições sobre a qualidade, elementos físicos, paisagismo, mobiliários, brinquedos, socialização, e utilidades exercidas no ambiente escolar. Dentre os te mas inseridos, destacam-se as seguintes funções para ofertar diferentes tipos de atividades fundamentais à aprendizagem, progresso e educação dos alunos e de mais usuários: A função Social (garantindo a interação social, o contato com o diferente, o desenvolvimento das habilidades de comunicação e interação); Indivi dual (atividades mais tranquilas, como o descanso, a leitura o pensar); Lúdica (que atribui ao lazer, brincar e jogar); Esportiva (permitindo o desenvolvimento motor e sensorial, convidando à prática de atividades físicas; Pedagógica (com atividades que fomentam conteúdos educativos); Ambiental (aproximando os alunos a educação ambiental e o meio ambiente).

Dessa forma, essas são as principais funções que os pátios escolares proporcionam aos estudantes e demais usuários, particularidades essenciais no pro cesso educacional, e usos desses espaços.

crianças brincando no pátio.

fonte: https://www. archdaily.com.br/ br/923598/educacaoe-espacos-abertos-12exemplos-de-patiosescolares

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a vivência social nos pátios escolares

A interação social é indispensável aos seres humanos. Nas escolas, é no pátio onde ocorrem os encontros espontâneos, permitindo o contato entre alunos, professores e funcionários. Essa capacidade de interação com o diferente e o semelhante, é cru cial no desenvolvimento da criança e do adolescente, contribuindo para uma vida adulta mais agradável.

Segundo Lemos e Menezes (2002), a competência social desempenha uma função fundamental no fun cionamento da escola, influenciando as relações com os professores, a aceitação pelos pares, e desempe nho acadêmico. Práticas sociais como a interação espontânea e diálogos abertos não são adequados à sala de aula. Dessa forma, o pátio escolar contribui em interações mais livres, colaborando no desenvol vimento de habilidades do convívio social e estados emocionais, que contribuem para a autonomia, au toestima, criatividade e comunicação.

Assim, pretende-se analisar neste trabalho a im portância dos pátios escolares nas relações sociais.

Tendo em vista o efeito da requalificação dos espaços e elementos arquitetônicos e naturais que possam facilitar o desenvolvimento do convívio social dos estudantes.

o lúdico nos pátios escolares

As atividades de lazer, brincadeiras e jogos são reconhecidos como fundamentais no desenvolvi mento cognitivo, motor e social entre crianças e adolescentes. Os momentos de lazer devem estar assegurados e precisam proporcionar oportunidades de relacionamento e de convívio entre os alunos (CEDAC, 2003). Em conjunto, as brincadeiras e jo gos auxiliam no desenvolvimento da capacidade de trabalho coletivo, apromoramento de habilidades de organização, respeito às regras de convívio em equipe, experiências que provocam situações novas, ou rotineiras de uma maneira livre e prazerosa.

Os pátios escolares devem ser planejados de forma a contribuir em diferentes atividades lúdicas, aspectos como a escala dos espaços, prevendo áreas sombreadas e não sombreadas, mobiliários móveis e fixos que possam auxiliar algumas dessas práticas lúdicas.

crianças brincando no pátio.

fonte: https://www.archdaily.com.br/br/923598/educacaoe-espacos-abertos-12-exemplos-de-patios-escolares

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crianças brincando no pátio.

fonte: https://www.archdaily.com.br/br/923598/educacaoe-espacos-abertos-12-exemplos-de-patios-escolares

a prática de atividades físicas a pedagogia nos pátios escolares

A prática de atividades físicas desempenham um papel importante para a saúde e a melhoria da qua lidade de vida, reduz os riscos do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e problemas relacionados à baixa imunidade. Estimas se que em 2021 tenham ocorrido mais de 92,2 mil casos da diabetes tipo 1 em crianças e adolescentes, entre 0 a 19 anos no Brasil (INTERNATIONAL DIABE TES FEDERATION, 2021).

Os projetos escolares devem garantir espaços livres para que os estudantes possam se movimentar e desenvolver os sentidos, proporcionando ambien tes confortáveis e adequados à prática esportiva e de exercícios físicos. Os pátios escolares, permitem que

os alunos se exercitem ao ar livre, oportunizando o estímulo às atividades físicas, motoras e sensórias, garantindo que os estudantes possam correr, pular, subir, praticar suas habilidades físicas e reconhecer os limites do seu próprio corpo. Possibilitando a coordenação do corpo e os movimentos favorecen do a ampliação da percepção sensorial, temporal e espacial, permitindo ao estudante uma adaptação consciente do seu corpo e ambiente. Dessa forma as escolas devem garantir aos seus alunos possibilida des esportivas que contribuam em uma vida ativa e saudável.

Pensar os espaços escolares de forma polarizada, interno ou externo, sala de aula ou pátio, ambien tes isolados sem qualquer relação não auxiliam na qualidade espacial e de seus usos, pelo contrário, pode influenciar de forma negativa no processo de aprendizagem dos alunos. Os projetos escolares devem elaborar espaços que integrem os diferentes ambientes e o pátio escolar pode ser a continuação das salas de aula, tanto espacialmente como em atividades educacionais. É possível tanto a utilização de elementos do espaço livre para exemplificar ou complementar conteúdos passados em sala de aula, quanto à realização, nos espaços livres, das mesmas atividades previstas em sala de aula, comenta Azeve

do; Rheingantz; Tângari (2011).

O pátio escolar como espaço potencial que estimula o processo educacional pode resultar em efeitos positivos na aprendizagem do aluno, auxi liando no interesse dos estudantes ao conteúdo da aula, possibilitando uma educação tão rica quanto ao que se aplica dentro de espaços fechados, apesar de serem frequentemente menosprezadas no planeja mento pedagógico. Assim, é necessário maiores rela ções entre os espaços internos e externos da escola, quantas atividades dentro da sala de aula podem ser aplicadas em um espaço aberto, possibilitando uma educação inovadora, criativa, tornando-se mais interessante e de maior rendimento aos alunos e professores.

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atividades individuais no pátio escolar

O espaço escolar deve oferecer usos principal mente para as atividades em grupo, porém, as ativida des individuais não podem ser negligenciadas, afinal existem demandas de atividades solitárias, como a leitura, o estudo e o descanso que necessitam de um espaço adequado para os mesmos. Considerando a existência das atividades individuais, maiores são as opções de apropriação, atividades como a leitura e o estudo podem ser feitas, também, de maneira solitá ria, vai da preferência do comportamento do usuário. Outra prática englobada nesta função individual é o descanso, um local confortável para uma cochilada entre os horários de aula e serviço, proporcionam uma qualidade de vida importante aos alunos, bem como, professores e funcionários da escola, que geralmente assumem uma extensa carga horária de trabalho na mesma instituição ou em outras. Dessa maneira, contribuir com os usos individuais na es cola, auxiliam para uma boa qualidade de vida dos usuários no dia-a-dia da comunidade escolar. boys playing street football in Egypt. fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/ thumb/1/13/Boys_playing_street_football_in_Egypt. jpg/800px-Boys_playing_street_football_in_Egypt.jpg

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atribuições ambientais no pátio escolar

O contato direto com a natureza nos pátios escolares estimula a integração dos estudantes com uma consciência ambiental, criando princípios de responsabilidade e respeito com o meio ambiente. Além disso, devemos entender que a presença de elementos da fauna e flora carregam diferentes benefícios ao espaço e aos usuários. As árvores, por exemplo, projetam sombras contribuindo para a pro teção solar nas fachadas dos edifícios, suas sombras reduzem, também, a temperatura do solo, tornando o espaço mais agradável para a permanência. Algu mas espécies ainda produzem frutos comestíveis, assim como qualificam o espaço no aspecto estético com as floradas. A vegetação contribui com a perme abilidade do solo, possibilitando a continuidade do ciclo das águas, que infiltram no solo e chegam aos lençóis freáticos. O uso de árvores, arbustos e gramí neas podem ser utilizados para compor e organizar os espaços, criando ambientes mais fechados, ou ambientes abertos, separando as áreas, obstruindo ou valorizando visuais.

Em uma sociedade capitalista, onde o consumo e o desperdício estão atrelados às questões da de gradação ambiental, possibilitar espaços verdes que

favoreçam o convívio com a natureza pode ser um processo que auxilie a redução de danos nos impac tos ambientais.

A aprovação da Lei nº 9.795, de 27.4.1999 e do seu regulamento, o Decreto nº 4.281, de 25.6.20025, estabelece a Política Nacional de Educação Ambien tal (PNEA), trouxe grande esperança, especialmente para educadores, ambientalistas e professoras que há muito tempo já faziam educação ambiental mes mo não existindo um marco ambiental como esse, segundo o Ministério do Meio Ambiente, segundo o Ministério do Meio Ambiente (2007). Apesar da iniciativa de se estabelecer a política nacional de educação ambiental, vinte anos mais tarde e ainda não avançamos em questões pontuais que possam reverter o quadro da crise ambiental. Com todos esses problemas a enfrentar, as próximas gerações aguardam um futuro de escassez de recursos natu rais e incertezas.

As escolas precisam de mais árvores, onde os es tudantes possam subir em seus galhos, acompanhar seu crescimento e compreender os ciclos naturais, da germinação para a polinização até floração, e quem sabe consumir os seus frutos. As escolas precisam de

jardins onde possamos correr, ou sentar na grama, devem ofertar espaços onde os alunos possam en tender o seu papel como cidadão na luta por cidades mais sustentáveis, e entender que as políticas públi cas são construídas com a participação de todas as esferas sociais.

projeto FA. fonte: http://www2.maringa. pr.gov.br/sistema/imagens/ gd_190607hortacomunitaria4.jpg

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avaliação avaliação dos questionários

Os questionários foram compostos por uma série de perguntas com a intenção de identificar os usuários da escola, reconhecer suas preferências, afetividades e sentimento de pertencimento que certas áreas da escola proporcionam aos usuários. Assim, os questionários foram formulados em per guntas diretas levantando questões sobre o endere ço dos entrevistados, o modo que chegam à escola diariamente, e o espaço que mais gostam de ficar. Em conjunto, perguntas com respostas abertas, de forma a identificar as atividades que os entrevistados mais gostam de praticar na escola, e espaços que poderiam ser mais utilizados. As respostas abertas foram assimiladas em sete categorias de funções di ferentes: Esportiva, Ecológica, Lúdica, Pedagógica, Social e Solitário. Ou assimiladas a cada espaço da escola.

Os questionários foram destinados a dois gru pos alvos distintos: os estudantes, e os professores e funcionários. Devido a pandemia do COVID -19 os questionários foram disponibilizados na plataforma Google Forms, garantindo o acesso remoto aos en trevistados.

Os questionários foram compostos na seguinte maneira:

- Identificação do entrevistado: o tipo de víncu lo com a escola, o endereço dos entrevistados, e o modo como acessam a instituição.

- Assuntos da afetividade do usuário: identifi cando o grau de pertencimento com os espaços, quais atividades são realizadas nos espaços, os desejos, e atividades que poderiam requalificar os espaços e as atividades da escola e bairro.

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população comunidade escolar profissionais do Estado profissionais terceirizados profissionais da cozinha estudantes matutino estudantes vespertino estudantes noturno estudantes integral 127 14 03 812 424 281 238

resultados

Os questionários foram amplamente divulga dos entre os estudantes, professores e funcioná rios da escola. Na escola, foram realizadas visitas pessoais, com idas às salas de aula, sala dos profes sores, biblioteca, pátios e refeitórios em diferentes turnos, além das divulgações nas redes e grupos sociais da escola. Os entrevistados foram direcio nados a responderem os questionários voluntaria mente, e o período para acessar cada questionário na plataforma Google Forms durou quatro meses. Nesse período foi colado em pontos visíveis na es cola cartazes que direcionaram aos questionários na plataforma online, como a Figura 1.

Apesar da ampla duração de tempo e diversas investidas de propagar o questionário, o mesmo teve uma baixa adesão de entrevistados. Possivel mente por ser uma atividade voluntária, e também, por todos estarem em uma rotina atípica em um ano marcado pelo enfrentamento da pandemia do

Covid-19, onde uma das formas de prevenção é a redução do número de pessoas em ambientes fechados, como as salas de aula. Na escola optou -se por criar uma escala semanal onde metade dos estudantes participam das aulas presenciais e a outra parte assiste às aulas de forma remota, assim intercalando a cada semana.

Mesmo com a baixa adesão, cada resposta teve um significado valoroso neste trabalho, ga rantindo a participação daqueles usuários que convivem nos ambientes do Hunney Everest Pio vesan diariamente, contribuindo com o processo de análise das áreas livres da escola e levantando atributos necessários e responsáveis pela quali dade do espaço. No total, foram cinquenta e três entrevistados, dos estudantes foram trinta e sete respostas, o questionário dos servidores foram dez entrevistados.

Cartaz divulgação do questionário. fonte: autoral (2021)

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estudantes: idade e mobilidade

De forma a identificar os estudantes da es cola Hunney Everest Piovesan, o primeiro bloco de perguntas do questionário é composto para caracterizar cada estudante entrevistado, garan tindo organização e validação dos questionários. Perguntas como o nome, e-mail para contato, idade do aluno, a série matriculada, o endereço e de qual maneira eles realizam o percurso a escola foram realizadas. O resultado sobre a faixa etária dos alunos entrevistados encontra-se conforme a Figura 2.

Como no Gráfico 1, a idade entre os estudantes entrevistados varia entre quinze a dezoito anos, constatando que os usuários são adolescentes.

A faixa etária que teve o maior número de entre vistados foi a de dezessete anos, praticamente a metade do número total de entrevistados. Já a faixa etária dos quinze anos foi a menor parcela dos entrevistados.

A pergunta “Como você chega à escola?”, levanta dados sobre a mobilidade dos estudantes entrevistados. Essa pergunta de resposta direta oferece seis tipos de resposta (Caminhando, Au tomóvel particular, Ônibus, Bicicleta/alternativo e

Transporte por aplicativos) a respostas correspon dem a Figura 3.

Gráfico 2 – mobilidade dos estudantes entrevistados. Fonte: autoral (2021)

Quanto a mobilidade dos estudantes entrevis tados, o meio de se chegar à escola mais comum entre os alunos entrevistados é “Caminhando”. Praticamente a metade dos alunos entrevistados fazem o seu percurso à escola a pé, dessa forma, é necessário a requalificação dos principais trajetos de chegada à escola para permitir uma caminhada mais confortável, dinâmica e segura. Em seguida o “ônibus” foi o meio de transporte mais utiliza do pelos estudantes. Dessa forma, foi possível reconhecer como os estudantes se deslocam até chegar a sua escola.

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estudantes por bairro

Foi necessária uma análise que envolve os territórios de Cariacica para identificar em quais bairros esses estudantes moram. Assim, no Mapa 1, é apresentado a incidência de alunos que habitam seus respectivos bairros e como esses alunos estão distribuídos em Cariacica.

A escola Hunney Everest Piovesan está localizada em uma área central da cidade, é uma escola com uma infraestrutura que comporta uma ca pacidade elevada de alunos. Com essa análise constatou-se que a escola possui estudantes que moram em diferentes regiões do município, e tam bém fora do município, por exemplo, estudantes que moram no município vizinho de Viana.

Como ilustra o Mapa 1, nota-se uma concentração de alunos nos bair ros mais próximos à escola. O bairro Campo Grande ganha destaque por ser o endereço do maior número de alunos, com o total de 5 alunos en trevistados. Percebe-se também, Nova Rosa da Penha como o bairro mais afastado da escola, com aproximadamente 13 quilômetros de distância, é o bairro onde um dos alunos entrevistados reside. Dessa maneira o Mapa 1 serviu para identificar os bairros com maior concentração de alunos da escola, e como eles estão distribuídos em Cariacica.

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escola Hunney Everest Piovesan

estudantes: os pátios e as relações

Aqui será dado início ao conjunto de pergun tas responsáveis por levantar assuntos referentes à preferência de espaços e atividades que os estudantes mais gostam de realizar na escola. A primeira pergunta “Qual lugar na escola você mais gosta de estar?” visa analisar as áreas da escola com a maior preferência entre os entrevistados, como ilustra a Figura 5.

O local preferido escolhido pelos estudantes

foram os pátios, com uma ampla diferença de vo tos, a preferência por estes espaços externos cons tata o potencial de uso dessas áreas na escola, e que possíveis adequações pontuais contribuiriam para um melhor uso. Em seguida a quadra de esportes e a sala de aula ocupam posições iguais de preferência. Conclui-se que a escolha por cada uma dessas áreas está associada às práticas e usos desempenhados em cada espaço.

Gráfico 3 – qual lugar os estudantes mais gostam de estar.

Fonte: autoral (2021)

A próxima pergunta “Qual atividade fora da sala de aula você gosta de realizar?” é caracteriza da por respostas abertas e cada uma foi assimilada dentre categorias funcionais: foi assimilada em ca tegorias funcionais: Esportivo; Lúdico; Pedagógico; Social; Solitário e Ecológico. Com essa classificação as respostas ganharam uma unidade e foi compre endido o tipo de função preferida da maioria dos alunos, assim, os resultados estão ilustrados na Gráfico 4.

Gráfico 4 – qual atividade fora da sala de aula os estudantes gostam de realizar.

Fonte: autoral (2021)

O resultado indica que as atividades voltadas ao convívio social e o ensino são a preferência dos alunos. Classificadas em Pedagógico, as ativida des extracurriculares somaram a maior parte das respostas. Em seguida vieram eventos, interação social, atividades esportivas e jogos interclasse.

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estudantes: espaços de encontro

A próxima pergunta “O que você gosta de fazer na escola?” serviu para complementar a pergunta anterior. A pergunta foi de resposta aberta, e cada resposta foi classificada nas seguintes categorias: Esportivo; Lúd ico; Pedagógica; Social; Solitário e Ecológico.

As atividades mais realizadas pelos estudantes se encaixaram na categoria social, respostas como encontrar os amigos, conversar com os amigos foram a maioria. Seguido de atividades solitárias como ler e descansar. A terceira categoria, peda gógico, se enquadrou em respostas como apren der, estudar e participar de projetos educacionais. Dessa maneira as relações sociais novamente se destacam como preferência dos alunos.

Gráfico 5 – o que os estudantes mais gostam de fazer na escola?

Fonte: autoral (2021)

A última pergunta “Qual espaços pode ser mais e melhor utilizados dentro da escola segun do os estudantes?” de resposta direta, onde os alunos apontam áreas da escola que poderiam ser requalificadas. Dessa forma, se compreende a necessidade de cada área da escola. As respostas estão ilustradas no Gráfico 6.

Gráfico 6 – qual espaço pode ser mais e melhor utilizado dentro da escola segundo os estudantes.

Fonte: autoral (2021)

Os pátios foram escolhidos como área de maior interesse para mais usos e outros usos, sendo assim se compreende a necessidade de requalificação dos pátios escolares como desejo dos alunos. Em seguida, o laboratório e o auditório ocupam a mesma classificação como espaços que

necessitam de mais e melhores usos. Adiante, a quadra ocupa a terceira classificação como local de requalificação.

Com as respostas obtidas dos estudantes, compreende-se uma necessidade de se estabele cer novas soluções e ferramentas para a requali ficação da escola, destacando os pátios escolares como espaço preferido dos alunos e aqueles que mais necessitam de novos e melhores usos. Sobre as atividades realizadas pelos alunos, a categoria social foi a mais apontada. Com isso, conclui-se como são importantes os locais para o encontro, interação, e atividades em grupo.

232323

servidores por bairro

O primeiro momento do questionário é formulado para identificar os en trevistados, garantindo organização e validação das respostas. Perguntas como o nome, e-mail para contato, idade, a função exercida, o endereço e de qual maneira eles chegam à escola foram realizadas. A faixa etária dos professores e funcionários mostrou-se heterogênea, cada entrevistado respondeu com uma idade diferente que varia dos trinta e seis anos até os cinquenta e oito anos.

A localização dos entrevistados alternava de acordo com os bairros de Cariacica, a maioria dos endereços estão no município, apenas dois entrevis tados responderam com um endereço em Viana e outro no Centro de Vitória.

O Mapa ilustra a relação dos professoresfuncionários e seus respectivos ende reços nos bairros de Cariacica. Os entrevistados moram em diferentes regiões de Cariacica. Percebe-se no Mapa 2 que os entrevistados moram na parte sul do município, uma região mais adensada. Vila Capixaba é o bairro com o maior número de moradores e o mais próximo à escola.

2424
1 - Vila Capixaba 2 - Jardim América 3 - Maracanã 4 - Castelo Branco 5 - Rio Marinha escola Hunney
Everest Piovesan

servidores: educação ambietal nas escolas

A maneira que os entrevistados chegam a escola, foi uma pergunta direta com diferentes opções de resposta (Caminhando, Automóvel par ticular, Ônibus, Bicicleta/alternativo e Transporte por aplicativos), as respostas dos entrevistados correspondem a Figura 9.

ao Hunney Everest Piovesan, além disso a linha cobre um percurso restrito e de baixa frequência de horário. Em seguida, o automóvel particular foi a segunda opção mais votada, com uma diferença grande em relação ao ônibus.

O próximo bloco de questões visa compreen der a relação dos usuários entrevistados com os espaços da escola. A primeira pergunta “Qual o lugar na escola que você mais gostam de ficar?” busca de forma direta reconhecer a preferência dos entrevistados.Ass respostas foram compiladas na Gráfico 9x.

Os pátios da escola Hunney Everest Piovesan são as áreas preferidas entre os professores e funcionários entrevistados, assim como os es tudantes. Com esse resultado fica claro que os pátios da escola assumem um potencial de uso. Em seguida, o refeitório foi o espaço de maior preferência entre os entrevistados.

Gráfico 8 – mobilidade dos servidores entrevistados.

Fonte: autoral (2021)

Conforme a figura acima, o meio de transporte mais comum entre os entrevistados é o ônibus, o transporte público é o mais utilizado para chegar à escola, apesar do grande número de usuários, há apenas uma linha de ônibus que passa em frente

Gráfico 9 – qual lugar os servidores gostam de ficar. Fonte: autoral (2021)

A próxima pergunta “Como os espaços da es cola poderiam ser melhores para o aprendizado, criatividade, conforto, vitalidade e bem-estar?” objetiva identificar atividades e intervenções que podem requalificar os espaços atuais. A pergunta foi de resposta aberta, e cada resposta foi classifi cada nas seguintes categorias: Esportivo; Lúdico; Pedagógica; Social; Solitário e Ecológico.

Conforme o Gráfico 10 ilustra, a intervenção pedagógica foi a mais votada para a requalificação dos ambientes da escola, atividades como cursos extracurriculares e aulas no ambiente externo fo ram citados. Em seguida a intervenção ecológica ocupa o segundo lugar, atividades como o plantio

Gráfico 10 – como os espaços da escola poderiam ser melhores para o aprendizado, criatividade, conforto, vitalidade e bem-estar. Fonte: autoral (2021) de árvores, o uso das áreas verdes e a expansão da horta foram mencionados pelos entrevistados. Esse resultado demonstra que os profissionais já pensam alternativas necessárias e cabíveis ao ambiente escolar.

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servidores: resgatando os pátios

A próxima pergunta “O que você gosta de fazer na escola?” tem o propósito de compreender as atividades diárias preferidas dos entrevistados. A pergunta foi de resposta aberta, e cada resposta foi classificada nas seguintes categorias: Esportivo; Lúdico; Pedagógica; Social; Solitário e Ecológico.

Os resultados são apresentados na Figura 12.

alunos foram as respostas frequentes. Em segui da, atividades sociais, como conversar, interagir com professores e alunos, ocuparam o segundo lugar de atividades preferidas.

E por último, a pergunta “Qual espaço pode ser mais e melhor utilizado dentro da escola ?” de resposta direta, onde os profissionais apontam áreas da escola que poderiam ser requalificadas. Assim a compreensão da necessidade de cada área da escola. O resultado está apresentado na Figura 13.

Assim como no questionário dos estudantes, os pátios foram escolhidos como área de maior interesse para mais e outros usos, fica nítido a necessidade que os usuários têm com os pátios, compreendendo a necessidade de requalifica ção dessas áreas. Em seguida as salas de aula e o auditório ocupam a mesma classificação como espaços que necessitam de mais e melhores usos, em seguida o refeitório e a biblioteca.

Gráfico 11 – o que os servidores mais gostam de fazer na escola.

Fonte: autoral (2021)

A resposta da maioria dos profissionais entrevistados foram atividades pedagógicas, respostas como dar aula, ensinar e cuidar dos

Gráfico 12 – qual espaço pode ser mais e melhor utilizado dentro da escola segundo os servidores.

Fonte: autoral (2021)

Com as respostas obtidas do questionário dos professores e funcionários, entende-se uma necessidade de estabelecer novas intervenções e dispositivos para a requalificação do Hunney Everest Piovesan, destacando os pátios escola res como espaço preferido dos entrevistados, aquele que mais necessita de novos e melhores usos.

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contexto urbano

deixem os garotos brincar. fonte: autoral (2018)

região metropolitana

O município de Cariacica faz parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, limitando-se com Vitória e Vila Velha ao leste, ao oeste Domingos Martins, ao sul Viana, ao norte com Serra e noroeste Santa Leopoldina. A extensão de Cariacica equivale a 277 km² e atualmente é terceiro muni cípio mais populoso do estado com uma estimativa populacional para no ano de 2020 de 383.917 habitantes.

A forte desigualdade social brasileira reflete nas construções das nos sas cidades, apesar de ser um município populoso, Cariacica está em 19º no ranking do IDH dos municípios do Espírito Santo, com um índice de 0,718 na escala que varia do 0 ao 1. Atravessando a ponte para a capital do estado, temos Vitória em 5º lugar no ranking do IDH dos municípios brasileiros. Cariacica enfrenta estigmas de uma cidade dormitório, não há espaços livres de qualidade a não ser os de consumo. Lojas, grandes galpões e estabelecimentos automotivos, existem mais espaço para os carros em nossa cidade do que para as pessoas.

2828

regional 4

A Regional 4 do município de Cariacica é composta pelos bairros de Campo Grande, Cruzeiro do Sul, Dom Bosco, Morada de Santa Fé, Santa Cecília, São Conrado, São Francisco, São Geraldo, Vera Cruz, Vila Capixaba e Vila Palestina. Essa regional é a mais populosa do municí pio com aproximadamente 51.772 habitantes (IBGE,2010), é a região central onde concentra o maior número de serviços e equipamentos comunitários do município.

2929

relevo

O município de Cariacica localiza-se nos Tabuleiros Costeiros, um tipo de relevo formado por rochas sedimentares originadas pelo desgas te de rochas de outras regiões mais altas. É nesse tipo de relevo que a cidade se desenvolveu, entre os morros e vales os moradores de Caria cica convivem diariamente.

A escola Hunney Everest Piovesan está situada no bairro Morada de Santa Fé, a topografia do bairro é irregular com presença de morros de até cinquenta metros de altitude. O terreno da escola está implantado no alto de um desses morros, possibilitando visuais com paisagens dos bairros vizinhos aos fundos do lote.

3030

corte relevo

posição

3131
no corte posição A posição B posição C
escola Hunney Everest Piovesan

marcos naturais

Identificando os morros:

Serra do Anil

Serra do Moxuara

Serra do Adriano

Reserva Duas Bocas

Serra Pé do Urubu Morro do Pico Morro Formate

Morro do Urubu

equipamentos comunitários e lotes

O bairro Morada de Santa Fé abriga aproximadamente 6.772 habi tantes (IBGE, 2010), é uma área importante para o comércio da Av. Ex pedito Garcia. No bairro, além da escola, estão presentes equipamentos comunitários importantes para a população, como a Unidade de Saúde de Santa Fé, que é uma referência no município, sua infraestrutura pode atender até dez mil pacientes mensalmente. Além disso, ao lado da escola está a APAE de Cariacica que atende pessoas com deficiência intelectual e também conta com uma unidade de segurança pública, que serve como base para os agentes militares.

3333

uso do solo

Apesar do bairro se localizar em uma região central, e com diferentes serviços e comércios, Morada de Santa Fé possui um uso predominante residencial. As atividades comerciais que se encontram no bairro são para atender o público local, padarias, bares e restaurantes. É comum o co mércio se localizar em edifícios residenciais, muitas vezes na residência do próprio comerciante ou prestador de serviço, como os salões de beleza. Percebe-se no mapa que boa parte dos comércios estão localizados em ruas de maior interesse e fluxo.

3434

avaliação por observação

domingo é só lazer. fonte:

(2020)

autoral

implantação terreno

A escola Hunney Everest Piovesan está implantada neste terreno, entre a Rua Carlos Rogério de Jesus Gomes e a Rua dos Apóstolos. Seu entorno é majoritariamente residencial, e possui alguns equipamentos comuni tários e pequenos comércios que atendem o público local. O terreno possui as dimensões de 130x104m, a face do terreno que se limita com a APAE é irregular e possui recor tes no limite do lote. Apesar da topografia do terreno ser plana, nos fundos do lote se encontra uma área de declive chegando até 5 metros de profundidade.

3636

entrada principal.

rua Carlos Rogério de Jesus Gomes.

rua dos Apóstolos.

declíve no fundo do terreno.

compartimentos da escola

A escola Hunney Everest Piovesan foi fundada em 1971, e em 2014 passou por reformas que mudaram sua arquitetura por completo. Atual mente este equipamento educacional oferece o ensino médio nos turnos da manhã e tarde e o EJA no período noturno. Uma escola pública que pertence ao governo do Estado do Espírito Santo, considerado um equipamento de grande porte que possui aproximadamente 1.800 alunos matriculados. Um catalisador educacional, social e cultural consolidado no município de Ca riacica, está inscrita em programas voltados ao esporte “Jogos na rede”, ao estudo de línguas estrangeiras “Idiomas”, e possui o próprio cine clube o “HunneyWood”.

Os ambientes internos da escola onde ocorrem as atividades de ensino são grandes blocos de concreto, pouco amistosos, que estão separados no terreno e são unidos pelas áreas de circulação e os pátios.

recursos físicos

Direção

Pedagógico

Coordenação

Sala de Professores

Depósito de Material de Limpeza

salas de aula

Sala de recursos

Quadra de esporte coberta

Miniquadras

Laboratório de Informática

Laboratório de Química

Laboratório de Física

Depósito de Alimentos

Almoxarifado

Depósito de material didático

4141
Secretaria
Biblioteca Cozinha Refeitório
Sanitários
16
1
2
Auditório Cantina

planta baixapavimento térreo

espécies vegetais

Handroanthus impetiginosus - Ipê Roxo altura = 20 - 32metros diâmetro copa = 8 - 12metros diâmetro tronco = 40 -60 centímetros

Handroanthus chrysotrichus - Ipê Amarelo altura = 4 - 10 metros diâmetro copa = 4 -6 metros diâmetro tronco = 15 - 25 centímetros

Syzygium jambolanum - Jamelão altura = 10 metros diâmetro copa = 13 metros diâmetro tronco = 80 centímetros

Ixora coccinea altura = 0,4 - 1,2 metros diâmetro copa = 30 - 60 centímetros diâmetro tronco = 2 - 10 centímetros

42

corte AA

43

corte BB

44

corte CC

45

corte DD

46

pátio coberto.

pátio jardim.

pátio auditório.

pátio entrada.

pátio refeitório.

corredor para as salas de aula.

ping-pong na entrada do vestiário.

permeabilidade

Grande parte dos pátios da escola são revestidos predominantemente por concreto, tanto no piso, quanto nas paredes e até mobiliários. Além disso, esses pátios apresentam poucas áreas sombreadas fazendo com que esses espaços sejam desconfortáveis e evitados pelos usuários em dias ensolarados. Os pátios que possuem a maior porcentagem do solo permeável, como o Pátio Jardim ou o Pátio Refeitório, possuem jardins com baixo tratamento, mobiliários de concreto que conservam o calor, e um baixo índice de espécies arbóreas, em cada um desses pátios há apenas um exemplar de ipê amarelo (Handroanthus chrysotrichus), isolado, essa espécie apresenta bai xa densidade de folhas em sua copa, projetando pouca sombra. A necessidade para um melhor conforto e uso desses pátios requer garantir um solo mais permeável, áreas de passagem coberta possibilitando abrigo aos usuários, garantir que o material dos mobiliários não absorva o calor e implantá-los em locais sombreados, ademais, viabilizar o plantio de mais espécies arbóreas que favoreçam sombras e outros benefícios que só as árvores possibilitam.

5454

todos preferem um lugar sombreado.

vôlei na mini-quadra.

mini-quadra em uma tarde de sol.

mobiliário de concreto absorve o calor.

fatores climáticos

Em questões de conforto térmico, as condições climáticas podem ser utilizadas para reverter o quadro atual dos pátios da escola. Alterações e a utilização de dispositivos arquitetônicos e paisagísticos podem favorecer o uso e bem-estar dos usuários. Por exemplo, ao invés do muro alto na fachada norte da escola, que funciona como uma barreira da ventilação natural, pode-se utilizar cercas metálicas e arbustos densos, proporcionando a circulação dos ventos e evitando o contato visual com o interior da escola. Outra mudança seria a implementação de mais sombras nas áreas com maior incidência solar, através de coberturas e árvores, protegendo o solo e as fachadas da radiação. Além disso, a substituição do concreto por outros materiais com menor absorção térmica, e a implantação de solos mais permeáveis.

fachada norte
6060
rua Carlos Rogério de Jesus. muro alto na fachada norte.

anfiteatro de concreto exposto ao sol, difícil encontrar algúem usando.

6161

pouca pemeabilidade e subutlização da área.

6262

intensidade de fluxos

A rua Carlos Rogério de Jesus Gomes e a rua dos Apóstolos são as principais vias de acesso ao interior do bairro, conservando mão dupla para automóveis, as vias fazem parte do trajeto da única linha de ônibus em Morada de Santa Fé. O pátio de entrada, onde estão os jardins, o estacionamento e o bicicletário possui um acesso semi-público, qualquer pessoa pode entrar e permanecer nesta área enquanto a escola estiver funcionando. À medida que se avança ao interior da escola os fluxos vão ficando mais restritos para certas áreas. Até o portão da se cretaria todos podem ter acesso, a partir dessa área apenas alunos, funcionários e professores podem ingressar ao interior da escola. As áreas mais comuns de fluxo e permanência são o corredor principal, o pátio auditório, pátio coberto, refeitório e os blocos para as salas de aula, esses são os acessos comuns de maior fluxo para a comunidade interna da escola. Algumas áreas que não fazem parte desse eixo de fluxo para as salas de aula, são o pátio jardim, e alguns pontos mais afastados do pátio auditório que são usados apenas para a permanência. Em seguida, o acesso a algumas áreas da escola vai se afunilando, na biblioteca, que apesar de estar na entrada da escola, o seu acesso e uso é muito baixo. Já na área do pátio esportivo, é necessário atravessar um portão com cadeado, os alunos só podem acessar essa área com um professor responsável, geralmente o de educação física. Dessa maneira, o acesso a horta também é restrito, para acessar essa área da escola tem que atravessar outro portão com cadeado, e os alunos só podem acessar acompanhados de um professor responsável. O acesso ao pátio refeitório é limitado aos funcionários da limpeza e manutenção, mesmo assim não se encontra muitas pessoas nessa área.

6363

pátio coberto.

corredor coberto.

hora do recreio.

pátio entrada.

diagrama comportamental

- Geralmente os estudantes andam em grupos com 3 ou mais pessoas, e ficam parados interagindo;

- Devido ao calor do pátio anfiteatro constatou-se maior uso a tarde, por ser mais som breado, e em dias nublados há uma maior utilização dessa área nos turnos matutino e vespertino;

- Formam-se filas para o refeitório da escola e na cantina no começo dos recreios, o fluxo tende a diminuir ao passar de 15 minutos;

- Recentemente há uma pequena horta no fundo do terreno, essa potencialidade é um incentivo de produção alimentar local, e pode ser uma matéria extracurricular;

- Geralmente as pessoas solitárias estão em uma área sombreada, descansando, lendo ou estudando;

- Os professores costumam se encontrar para conversar no corredor em frente a biblio teca;

- As pessoas buscam espaços sombreados, diferentes pessoas relataram a falta de árvores e sombras;

- Os alunos só acessam o espaço esportivo com o acompanhamento de um professor;

- Os dois estacionamentos, principalmente de carga e descarga, são superdimensiona dos;

- No antes e após as aulas os alunos costumam esperar no corredor e/ou jardim do pátio de entrada;

- A rampa do anfiteatro é um local mais reservado, usado para leitura, estudo ou des canso;

- Durante o recreio o refeitório é muito barulhento;

6868

pátio coberto.

6969

poliesportiva.

7070 quadra

horta.

7171
7272 horta.

o projeto

7373

conceito

Equipamento público educacional, composto por uma rede de espaços livres que proporcionam as práticas sociais, pedagógicas, culturais, esporti vas, ambientais e individuais, de forma a integrar os espaços e as atividades no cotidiano da comu nidade interna escolar e dos moradores da região.

nia na região, em que o Hunney Everest Piovesan se torne referência como educação e fomento de políticas públicas.

referência

centro educacional unificado

Equipamentos públicos criados pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Instituições que vêm atuando nas periferias da cidade desde de 2001.

Figura 10 –conceito logo do projeto.

Fonte: autoral (2021)

A logo do projeto foi desenvolvida conforme os elementos principais do trabalho, as práticas urbanas, educacionais e ambientais consolidadas em uma escola pública.

Enxergando os pátios escolares como espaços públicos livres capazes de integrar a escola e o bairro, numa parceria de consolidação da cidada

esporte

social individual

pedagógico

lúdico

sustentabilidade

Figura 11 – função pátio escolar.

Fonte: autoral (2021)

Figura 12 – CEU Butantã. Fonte: https://www.vdarquitetura. com.br/CEU-butanta

747474

programa

O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento projetual das áreas livres da escola Hunney Everest Piovesan, com a criação de uma rede de espaços li vres alinhados no desenvolvimento social, cultural, pedagógico, esportivo, ambiental e comunitário. Para que isso seja possível, além da requalificação dos pátios escolares está sendo posto a construção de um viveiro de alimentos hidropônicos e mudas de espécies nativas, garantindo o acesso a alimen tação de qualidade e um futuro reflorestamento do bairro e município. Contamos com a ampliação da horta já existente e a construção de um pomar escalonado, no fundo do terreno em conjunto com o acesso da comunidade em horários alternativos ao pátio esportivo e seus equipamentos. Além da criação de duas praças públicas, no atual pátio de entrada, ambientes que suportem atividades cul turais, educacionais e sociais para a população.

A construção do programa de necessidade foi idealizada após as avaliações feitas com os entre vistados da escola, conversas informais com a co munidade escolar e moradores do bairro Morada de Santa Fé, e análises por observação do local.

Na avaliação foram citados por alunos algumas atividades que a escola poderia oferecer tanto para os alunos, quanto para a comunidade, como cursos profissionalizantes, dessa forma, foram propostas duas novas salas multiuso que podem

abrigar diferentes atividades manuais e de ensino.

Em conversa com a comunidade escolar e mo radores do bairro, foi citado a falta de espaços pú blicos livres no bairro, áreas onde eles possam se encontrar, praticar atividades físicas, entre outras atividades. A proposta de criação das duas praças públicas para atender essa demanda, visa abrigar diferentes atividades como as já previstas, exibi ções de filmes e apresentações no palco externo do auditório.

Além dos espaços citados, os demais elemen tos do programa servem de suporte ao desenvolvi mento no dia-a-dia das atividades escolares e dos usuários deste equipamento e os moradores da região. O diagrama ao lado serve para a ilustração dos espaços e a relação entre escola, público e plantio.

ambiente fechado

ambiente coberto

ambiente aberto

acesso restrito acesso controlado acesso livre

7575

Edificações

diagrama projeto vista norte

O projeto de caráter arquitetônico e paisagístico tem o objetivo de integrar o equipamento público com a o bairro por meio dos espaços livres e os pátios esco lares.

Listagem das alterações realizadas na escola e entorno:

- Retirada dos muros e substituição por cercas me tálicas e arbustos;

- O pátio entrada é uma grande área livre ajardina da com duas praças públicas e um palco para eventos;

-Palco externo que se integra ao interior do audi tório;

- São criados bolsões de estacionamento nas ruas;

-Sentido único de veículos nas ruas Carlos Rogério de Jesus e dos Apóstolos, mudança da pavimentação das vias por blocos de concreto intertravado;

- Fachada de cobogós na entrada principal da esco la;

- Fachadas em pele de vidro com brises nas facha das dos blocos internos da escola;

- Climatização das salas de aulas;

7676
1- Corredor Coberto 2- Biblioteca 3- Pedagogia 4- Auditório 5- Salas de Aula Especiais 6- Coordenação 7- Pátio Coberto 8- Refeitório 9- Castelo D’água 10- Salas de Aula 11- Viveiro 12- Quadra Poliesportiva 13- Vestiário 14- Guarita
Barreiras

diagrama projeto vista leste

_novas coberturas no corredor coberto, pátio co berto, quadra poliesportiva e corredor salas de aula;

- Placas de energia solar nas coberturas, e captação de águas pluviais nas coberturas;

- Ajardinamento dos pátios, novos plantios de es pécies arbóreas e vegetativas;

- Novos mobiliários e arranjos, materiais que não absorvem calor.

- Escaninho para os alunos; - Salas multiuso;

- Integração refeitório e pátio por meio da nova fachada e varanda;

- Pintura degradê no castelo d’água;

- Coberturas Pergoladas;

-Varandas jardins exclusivas para cada sala de aula;

- Acesso direto e controlado para a população ao pátio esportivo;

- Piscina curta oito raias;

- Horta comunitária;

- Viveiro; - Pomar.

1- Corredor Coberto

Biblioteca

Pedagogia

Auditório

Salas de Aula Especiais

Coordenação

Pátio Coberto

Refeitório

Castelo D’água

Salas de Aula

Viveiro

Quadra Poliesportiva

Vestiário

Guarita Edificações Barreiras

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2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
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11-
12-
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14-

planta esquemática pavimento térreo

Os pátios escolares reformulados possuem ferramentas ideais para a demanda da comunidade interna escolar e o bairro, sendo um equipamento que oferece integração e diferentes funções em seus espaços livres.

função pedagógica: espaços confortáveis e que possibilitam aulas ao ar livre.

função social: novos espaços públicos e lugares que comportem as vivências.

função esportiva: novos es paços e acesso aos equipamentos esportivos da escola.

função lúdica: novos espaços e dispositivos que fomentam a cultura e o lúdico.

função individual: espaços e dispositivos para o descanso, leitura.

função ambiental: energia limpa e aproveitamento de re cursos naturais, mais árvores e vegetações.

7878

planta paisagismo

pavimento térreo

espécies vegetais

Handroanthus impetiginosus- Ipê Roxo Altura = 20 - 32metros

Diâmetro copa = 8 - 12metros

Diâmetro tronco = 40 -60 centímetros

Handroanthus chrysotrichus - Ipê Amarelo Altura = 4 - 10 metros

Diâmetro copa = 4 -6 metros

Diâmetro tronco = 15 - 25 centímetros

Mauritia flexuosa - Buriti Altura = 20 - 35 metros

Diâmetro copa = 4 - 8 metros

Diâmetro tronco = 30 - 60 centímetros

Dypsis lutescens - Areca Bambu Altura = 3 - 8 metros

Diâmetro copa = 2 - 3 metros

Diâmetro tronco = até 12 centímetros

Pachystachys lutea- Camarão amarelo Altura = 0.8 - 1.4 metros

Heliconia psittacorum - Caetezinho Altura = até 1.8 metros

7979
Axonopus Compressus - Grama São Carlos

planta baixa pavimento térreo

8080

rua dos Apóstolos.

8181
8282
rua Carlos Rogério de Jesus Gomes.

fachadas: integração e ventilação natural

A relação entre os ambientes internos e os pátios da escola, são mínimos, as salas de aulas, são lugares enclausurados, com pouca relação com os ambientes externos ao seu redor. Para aproximar essa relação e preservar o espaço interno, foi elaborada uma fachada em perfil metálico com pele de vidro fixo, garantindo a permeabilidade visual entre o interno e externo. Na mesma fachada se encontram brises em alumínio com lâminas articuladas, esses brises permitem a ventilação natural quando abertos, e quando fechados possibili tam a estanqueidade necessária para ambientes clima tizados.

Além da criação dessa fachada em pele de vidro para aproximar os ambientes, nas salas de aulas foram criadas varandas ajardinadas com acesso exclusivo para cada sala, dessa forma, os alunos e professores podem usufruir dessa extensão externa da sala de aula de ma neira física.

Visando a proteção das fachadas e dos usuários contra as intempéries climáticas criou-se as coberturas com pergolado em perfil metálico, além da proteção das fachadas, as coberturas garantem o sombreamento e uma circulação protegida.

8383

entrada principal

A entrada principal é o cartão de boas vindas da escola, é o local onde os alunos podem aguardar antes de entrar na escola ou na saída. Dessa forma a entrada principal foi equipada com novos mobiliários e o plantio de novas árvores para que as pessoas possam aguardar em um local confortável. Para dar destaque e proteger as fachadas dos blocos da biblioteca e pedagogia foram criadas fachadas de cobogós com recortes triangulares que auxiliam na proteção solar e possuem um valor estético. Nos sub-espaços criados entre os blocos e a fachada de cobogós foram implantados um jardim de inverno, em frente a biblioteca, e um bicicletário com sessenta vagas em frente ao bloco da pedagogia.

Para valorizar ainda mais essa área foi criado um espelho d’água, oferecendo uma paisagem mais agradá vel com elemento água e ainda permite o esfriamento da ventilação natural que em seguida atravessa para o interior da escola.

8484

entrada principal.

8585

pátio de entrada.

8686

pátio de entrada.

87

pátio entrada

É no pátio de entrada onde todos os moradores podem usufruir da sua área para suas práticas urbanas diversas. Essa área oferece duas praças ajardinadas, com espécies vegetativas que valorizam o ambiente, suas cores vibrantes e as sombras agradáveis das árvores atraem mais pessoas para o uso ativo dos novos espaços públicos do bairro. As bordas dos patamares escalonados das praças possuem altura e largura suficiente para as pessoas sentarem, além da disposição de outros mobiliários na região. As duas praças são ideais para o encontro no bairro, para uma feirinha, uma roda de capoeira na rua e até apresentações e exibições culturais que podem acontecer no palco externo voltado à praça da Cultura.

social: agora o bairro passa a ter praças pú blicas propícias ao encontro, e diferentes práticas sociais.

lúdico: o palco externo é um local para apre sentações e exibições culturais.

88

corte esquemático

rua dos Apóstolos

praça da Cultura

auditório

8989
praça João Bananeira

palco externo praça da Cultura.

9090

praça João Bananeira.

91

praça da Cultura.

9292

praça João Bananeira.

9393

pátio auditório

O pátio auditório é o que mais oferece recursos aos usuários. Possui diferentes ar ranjos de mobiliários, como o arranjo pirâmide, remetendo ao lúdico por suas diferentes elevações. Além disso foi implantado um jardim rampa, um “escorrega gramado’’ que dá acesso a entrada do auditório. Com a criação de novos subespaços, esse pátio pode abrigar eventos internos na escola e ainda possuir um local mais tranquilo como o corredor ao lado do auditório, que agora dispõe de redes de descanso, leitura e estudos, ou estar. Por ser um pátio de acesso as diferentes partes da escola foi implantada uma cobertura pergolada onde os usuários podem passar ou se estabelecerem em um local abrigado.

social: espaços confortáveis propícios ao en contro, e diferentes práticas sociais.

lúdico: mobiliário pirâmide e “escorrega gra mado” que dá acesso ao auditório.

individual: mobiliário rede disposto em uma área mais tranquila e confortável.

94

corredor sombreado.

959595

pátio auditório.

9696

pátio auditório.

97

rampa auditório.

9898

pátio coberto

O pátio coberto é o pátio central da escola, sua dimensão abriga os alunos facilmente. Nas bordas do pátio com os blocos das salas de aula foram implantados canteiros ajardinados com espécies que fazem alusão a flora tropical, helicônias e areca bambu, são espécies de alto valor atra tivo. Além disso, os canteiros curvilíneos criam subespaços para abrigar diferentes grupos de usuários, e assumem a função de um mobiliário fixo.

social: espaços confortáveis propícios ao en contro, e diferentes práticas sociais.

ambiental: as novas espécies aproximam os usuários da flora nativa.

pedagógico: exposição de trabalhos, ativida des fora da sala de aula, eventos educacionais.

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pátio coberto.

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pátio coberto.

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pátio coberto.

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pátio coberto e refeitório.

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pátio jardim e pátio refeitório

Esses dois pátios já possuem a maior parte do solo permeável, no projeto prevê-se o plantio de mais ipês amarelos, helicônias, e o camarão amarelo nos limites para a rua. Tornando-se uma das áreas mais bucólicas e agradáveis para se estar, nesta área os usuários poderão se acomodar em um dos mobiliários ou até mesmo nos canteiros ajardinados. Ao sair da biblioteca os estudantes podem ler ali neste local, com sombra, mais intimista e com a presença de elementos vegetativos. Além disso, as coberturas pergoladas e varandas protegem os usuários das intempéries climáticas e integram os ambientes locais, para o estudo, a interação e até o descanso. Com as cores das flores do ipê roxo, prevê-se a pintura do castelo d’água da escola em gradiente do roxo ao rosa, tornando o elemento mais atrativo para os usuários e para quem passa na região.

social: espaços confortáveis propícios ao en contro, e diferentes práticas sociais.

pedagógico: exposição de trabalhos, ativida des fora da sala de aula, eventos educacionais. ambiental: as novas espécies aproximam os usuários da flora nativa.

individual: ambientes para atividades indivi duais.

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pátio refeitório.

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pátio jardim.

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pátio refeitório.

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pátio jardim.

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pátio esportivo

Outro vínculo de relação entre escola e bairro é a garantia de acesso e uso dos equipamentos esportivos para toda a comunidade em horários e dias alternativos, em que a escola não utilizaria esse espaço. Foi pre vista uma guarita para garantir o acesso direto e controlado da rua a esta dependência da escola. No projeto se prevê uma reformulação dos vestiários, novos canteiros escalonados nos limites com a rua, e uma piscina curta com oito raias, a área do estacionamento de carga e descarga da escola passa a ser três mini-quadras onde os alunos podem praticar diferentes atividades físicas. A quadra poliesportiva permanece, mudando apenas a cobertura e as arquibancadas.

esportivo: garantia da prática de atividades físicas para a escola e toda a comunidade.

social: estabelecimento de um novo vínculo no bairro, espaços confortáveis propícios ao encontro, e diferentes práticas sociais.

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vestiários

quadra poliesportiva piscina

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rua Carlos Rogério de Jesus corte esquemático

piscina.

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quadra poliesportiva.

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mini-quadras.

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plantio

Essa nova área garante outro vínculo entre a escola e o bairro, assegurando o acesso a alimentação, a prática e manejo de alimentos e mudas, visando a produção local e sustentável de alimentos, e o possível reflorestamento do bairro e da cidade. Dessa forma este espaço não é apenas para a produção, é também para a educação ambiental, onde os interessados aprenderão na prática o plantio.

O viveiro servirá para a produção de mudas nativas e alimentos hidropônicos, a horta comunitária será o espaço para o cultivo de legumes e hortaliças, e o pomar escalonado, em forma de anfiteatro, para o plantio de árvores frutíferas, de preferência espécies nativas.

ambiental: educação ambiental e produção de alimentos e mudas para a comunidade interna escolar e aos moradores da região.

social: estabelecimento de um novo vínculo no bairro, espaços confortáveis propícios ao encontro, e diferentes práticas sociais.

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corte esquemático

hidropônicos e mudas nativas

árvores frutíferas

legumes e hortaliças

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plantio

Utilização de torres hidro pônicas para o cultivo de frutas , hortaliças e lugumes no vivei ro. Praticidade e economia.

Figura 13– torre hidropônica para cultivos Fonte: https:// talkinghydroponics. files.wordpress. com/2018/07/10-bestaeroponics-tower-gardenimages-on-pinterestaquaponics-aeroponicstower-e1533048546760. jpgdeal/100x100.png

setorização do viveiro alimentos hidropônicos

armazenamento mudas de árvores preparo/aulas de plantio

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horta comunitária, aos fundo o viveiro.

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viveiro e horta comunitária.

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120 pomar.

cobertura

A mudança das coberturas foi no corredor coberto, pátio coberto e a quadra poliesportiva, a principal mudança se deu em sua inclinação volta da para o norte, deste modo, a inclinação permite uma maior circulação da ventilação natural. No corredor coberto a largura da cobertura foi amplia da, aumentando a área protegida. Nos corredores internos para as salas optou-se por uma cobertura onde o tipo de material se intercala entre o opaco e o translúcido, proporcionando uma iluminação natural aos ambientes. O projeto ainda prevê a instalação de placas fotovoltaicas em todas as co berturas da escola, garantindo uma economia e a geração de energia limpa local.

Figura 14 – placa fotovoltaica Fonte: https://loja.trxsolar.com/ placa-solar-fotovoltaica/ placa-solar-160w-resun

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reaproveitamento de água

Pensando no reaproveitamento dos recursos naturais, em todas as coberturas da escola foram elaborados um sistema de reaproveitamento das águas pluviais. As águas são captadas no telhado, são direcionadas para a calha e em seguida para um sistema de coleta de água, onde são arma zenadas e utilizadas eventualmente na irrigação dos jardins, da horta, do viveiro e na limpeza da instituição.

Figura 15 – caixa d’água vertical 600 litros com bomba

Fonte: https:// cisternas.tecnotri. com.br/wp-content/ uploads/2019/08/600L-1100x100.png

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mobiliários

As bordas dos canteiros elevados e escalonados possuem a altura e largura ideal para que os usuá rios as utilizem como mobiliário e ali permanece rem sentados. Dessa forma esses canteiros foram implantados em diferentes lugares da escola. No pátio coberto, foram elaborados canteiros eleva dos com o cultivo de helicônias e de areca bambu, criando subespaços para diferentes grupos. Já no pátio jardim, pátio refeitório, pátio esportivo e as praças do pátio entrada, os canteiros possuem as mesmas funcionalidades de mobiliário e cultivo, porém estes possuem são canteiros escalonados, onde os planos criam subespaços do mesmo ambiente, oferecendo diferentes atividades. Em conjunto o pomar, que tem o desenho de um anfiteatro e proporciona espaço suficiente para o cultivo e diferentes atividades aos usuários. No pátio auditório, a disposição do canteiro de acesso ao auditório possui uma inclinação que garante o acesso até o piso do bloco, essa disposição tem a intenção de tornar o pátio lúdico, com um escorre ga ajardinado permitindo usos variados. pátio refeitório.

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mobiliários

Para incentivar a ocupação dos espaços cria dos foram elaborados dois tipos de mobiliários, os módulos e as redes. A estrutura desses módulos é em aço e são revestidos por madeira plástica, estes módulos foram elaborados em quatro tipos diferentes de arranjos implantados no projeto. As redes se encontram ao lado do auditório e propor cionam diferentes usos. Além desses mobiliários, está previsto em projeto a instalação de escaninhos nos corredores das salas de aula e novas mesas e cadeiras móveis para o refeitório.

arquibancada banco em L banco mesa refeitório escaninhorede

pirâmide

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corredor para as salas de aula.

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corte AA

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corte BB

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corte CC

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corte DD

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considerações

Como dito anteriormente a maneira que os pátios escolares são tratados dificultam os processos educacionais e o sentimento de pertencimento à insti tuição. O pátio escolar é o lugar do descanso, mas também o do aprendizado, é lá onde as relações dentro da escola são vivenciadas de maneira livre e espontâ nea. Trabalhar a requalificação projetual de espaços já existentes é uma maneira de recalibrar as potencialidades existentes e atribuir novos e melhores usos.

Visto a importância e o impacto que as instituições públicas educacionais pro porcionam a toda a sociedade, os seus espaços devem atender as demandas dos usuários e aproximar as relações com a comunidade, “os pátios escolares sirvam como locais complementares no aprendizado da escola e que a mesmo tempo possa ser usufruído pela comunidade externa”, afirmam Azevedo; Rheingantz; Tângari (2011). Portanto, é necessário que os poderes públicos tratem as insti tuições educacionais com a seriedade e o compromisso necessário, exercendo políticas públicas de curto, médio e longo prazo para a melhoria da educação, dos espaços escolares e das relações comunitárias.

Dessa forma, o trabalho desenvolvido elabora espaços na escala arquite tônica e paisagística local, e produz orientações que podem ser aplicadas em outros contextos, tanto na avaliação, quanto levantamento e proposição pro jetual. Apesar de não ter sido criado um método de reprodução em outros lo cais, a estrutura deste trabalho, ao avaliar as relações e espaços, entender as funcionalidades de cada pátio, as necessidades dos usuários, e os elementos gerados neste trabalho – os canteiros ajardinados, os mobiliários, o acesso da

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comunidade às dependências da escola, as coberturas com captação de energia solar, o reaproveitamento das águas das chuvas, a criação das praças públicas em área subutilizadas, o viveiro, a horta comunitária, o pomar, as fachadas em pele de vidro que integram o interno e externo, a fachada da entrada principal em cobogós e coberturas pergoladas – tem a capacidade de serem utilizados em outros casos, conforme as necessidades e vontades da comunidade escolar e externa, onde essa requalificação possa ser inserida.

O projeto, tem a intenção de colaborar com as vivências locais, em conjun to, contribuir para o bem estar, saúde, e o lazer da população, criando novas perspectivas de uma instituição pública atuante no bairro. As ferramentas que podem tornar isso possível é a organização da comunidade escolar e a comu nitária, incentivos dos poderes governamentais através de projetos que tratem os pátios escolares e os espaços públicos com a devida importância, aplicando medidas arquitetônicas, educacionais, culturais, esportivas, profissionalizantes e sustentáveis.

Desde a minha infância fui um estudante da escola pública, e talvez essa escolha do tema do meu projeto é um desejo que carrego comigo desde então.

Acredito no poder que essas instituições oferecem, e também vivenciei muitas das suas falhas. Tive a opção de ser arquiteto e urbanista, pois sou idealista e real. Acredito e tenho esperança no povo, os desamparados são aqueles que mais se esperam a verdadeira mudança. Assim enxergo a minha cidade, os meus alunos, meus amigos e família, potenciais de mudança.

131131
fim e obrigado!

referências bibliográficas

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lista de imagens terrão é só lazer

nó da rabiola

terrão

territórios do brinc ar

pátio Hunney Ev erest Piovesan

crianças brincando no pátio.

crianças brincando no pátio.

crianças brincando no pátio.

boys playing s treet football in Egypt

projeto FA

cartaz divulgaç ão do questionário

deixem os garot os brincar

marcos naturais

domingo é só lazer.

implantação do terreno

rua Carlos Rogério de Jesus Gomes

rua dos Apóstolos

pátio coberto

pátio jardim

pátio auditório

pátio de entrada

pátio serviço

corredor para as salas de aula

pin-pong na entrada dos ves tiário

todos preferem um lugar sombreado................................................................

vôlei na mini-quadra.

mini-quadra em uma tarde de

lista de gráficos

Gráfico - idade dos estudantes entrevistados

Gráfico - mobilidade dos es tudantes entrevistados

Gráfico - qual lugar os es tudantes mais gostam de estar

Gráfico - qual atividade fora da sala de aula os estudantes gostam de realizar.

Gráfico - o que os estudan tes mais gostam de fazer

Gráfico - qual espaço pode ser mais e melhor utilizado dentro da escola segundo os estudantes

Gráfico - mobilidade dos ser vidores entrevistados.

Gráfico - qual lugar os os servidores gostam de ficar.

Gráfico - como os espaç os da escola poderiam ser melhores para o aprendizado, criatividade, conforto, vitalidade e bem-estar

Gráfico - o que os ser vidores mais gostam de fazer na escola

Gráfico - qual espaço pode ser mais e melhor utilizado dentro da escola segundo os servidores.

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sol................................................................ .......................... 57
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lista de mapas

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Mapa estudantes por bairro ............................................................... ................................ 21 Mapa servidores por bairro ............................................................... ................................. 24 Mapa região metropolit ana ............................................................... ................................. 28 Mapa regional 4 ............................................................... .................................................. 29 Mapa relevo ............................................................... ........................................................ 30 Mapa corte rele vo ............................................................... ............................................... 31 Mapa equipamentos c omunitários e lotes ............................................................... ............ 33 Mapa uso do solo ............................................................... ................................................ 34 ............................................................... ........................................................................... 39 ............................................................... ............................................................... ............ 40 ............................................................... ............................................................... ............ 41 ............................................................... ............................................................... ............ 42 ............................................................... ............................................................... ............ 43 ............................................................... ............................................................... ............ 44

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