eInsider Editorial Compact (2020)

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e D I T O R I A L C O M PA C T JA N E I R O. 2 0 2 0 e D I ÇÃO ú N I CA

GAME XP - CIRCUITO FEMININO - FINAL

A ASCENSÃO DE JISU B er na rd o Pe re i ra

AUTÓPSIA DE UM GIGANTE

João Vic to r Fa r i a s

G2 E A CHANCE DO MSI G a b r iel D a n e l i cz i n

CONSEQUÊNCIAS: HEN1, LUCAS1 E KNG G uilherme Ca b ra l

ANDRÉ “MELIGENI” SANTOS Tud o s obre o M ajo r d e Pa r i s , a e vo l u ç ã o d o ce nário de R ainb ow Si x e o c i rcu i to fe m i n i n o.


e I N S I D E R E D I TO R I A L C O M PAC T

A eI ns ider Co mp a t é uma pro d uç ã o inde p e nde n te que retra ta a lgu ma s das ma t ér ia s pro d uz ida s e p ub lic a da s n o site e I n side r, p e la e qu ip e

Redação e Produção Equipe eIns i der

Projeto Gráfico e Diagramação Rya n Sa les

Colaboradores B ernardo Perei ra, J oã o Vi c to r Far i as, G a b r i e l D a n e l i c z i n , Lu i g i O l i v i e r i , Di e g o M a rq u e s , Herma no Caval c ante , Gui l herme C abral , S t é fa n i e Ne u m a n e Ti a g o S a n ta n a

Dados Técnicos Forma to: 21 x2 9 , 7 c m - I mpressã o : 4 x4 co re s - M i o l o : C o u c h e M a t t e 1 2 0 g Ca pa : Couche B r i l ho 2 00 g - Quanti dade d e Pág i n a s : 34

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A Ascensão de Jisu

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4

Pág.

Consequências

Hen1, Lucas1 e kNG

Entrevista:

André “Meligeni” Santos

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Pág. A Autópsia de um gigante

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G2 e a chance do MSI

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Pรกg.4

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A Ascensão de Jisu B er na d o Pe re i ra

Badalado em sua vinda ao Flamengo, o sul-coreano Park “Jisu” Jin-cheol chegou ao Brasil como uma grande aposta por sua pouca idade e grandes atuações no AllStars de 2017. Mesmo com hype em sua chegada, a trajetória da carreira de Jisu, que teve alguns momentos difíceis e uma pitada de sorte, mostrou a garra e força de superação do possível topo campeão do CBLoL 2018.

A Origem Revelado pela Quvic E-Sports em 2015 durante uma das eliminatórias para o Desafiante sul-coreano, à época sob a alcunha de 민지수, Jisu era visto como mais uma promessa de um cenário extremamente vitorioso. Grandes jogadas de Gnar, que além de o elevarem ao patamar de um dos melhores de sua posição no torneio, ajudaram a Quvic alcançar o terceiro lugar da disputa. Após uma pausa de quase um ano e um novo nick, dessa vez Jay, o jovem topo foi incorporado

ao elenco de uma reformulada Winners, agora chamada Ever8 Winners, para a disputa da segunda etapa do Challengers Korea 2016. O plantel, que contava com nomes que viriam a se tornar grandes personalidades do LoL mundial tais como o meio Park “Cepted” Wi-rim e o atirador Park “Teddy” Jinseong, conseguiu a classificação para os playoffs da competição, caindo somente para a Kongdoo Monster em disputa válida pela semifinal.

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O Talento Duas passagens (quase) bem sucedidas pelos palcos secundários do League of Legends sul-coreano foram o suficiente para atrair a atenção do cenário europeu, garantindo uma transferência para o time de base da recém-formada Misfits, a Misfits Academy. Em sua primeira temporada na Europa, Jisu teve pela frente uma Challenger Series extremamente complicada e, mais uma vez, com jogadores que futuramente se tornariam referências do cenário. Apesar da classificação soada e decidida na última rodada, a MSF Academy cresceu nos playoffs onde derrotaram, a até então invicta, equipe do FC Schalke 04 e, juntamente com a Fnatic Academy, seguiram para a disputa de duas vagas na EU LCS. Após vencer toda a winner’s bracket do torneio de promoção, Jisu pela primeira vez atingia o palco principal de uma liga. Seu estilo de jogo, que no início de carreira possuía certo foco

2016

em campeões com maior potencial de “carregar”, começou a passar por mudanças durante sua estadia na Ever8 Winners e, após uma temporada na Europa, havia sido completamente modificado. Campeões como Gnar, Ryze e Ekko, antes chave na pool de Jisu, passaram a dar espaço para campeões com características mais voltadas ao estilo de jogo tanque e iniciador. Durante o Challengers Korea 2016 e a EU Challenger Series 2017, o leque de campeões de Jisu era composto majoritariamente por escolhas de Maokai, Shen, Nautilus e Gragas. O reflexo da mudança de estilo era visível nos números. Onde antes esbanjava dados como winrates superiores a 67%, chegando a 100% em alguns campeões carry, as estatísticas do jogador apresentaram quedas em todos os frontes. Apesar dos resultados, a estrela de Jisu era apagada por um estilo de jogo que o impedia de brilhar.

Challengers Korea Jogos

Winrate

Mortes

KDA

M aokai

3

0%

3,67

1,45

Ekko

3

66,7%

2

5.33

Trundle

3

100%

1

7

Ryze

2

100%

2

4.5

Gnar

1

0%

1

1

2017

M É DI A

EUCS+EULCS Jogos

Winrate

Mortes

KDA

Nautilus

6

66,7%

2,1

3,1

Shen

5

60%

2,4

5

Rumble

4

75 %

3

2,7

Gragas

3

33%

4,6

1,3

M aokai

2

0%

3,5

1,4

Pág.6

M É DI A

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D ura n te se u p e r ío do na M y ste r io u s M o n ke y s, Jisu e nca be ço u a lista de p io re s e sta tí stic a s p a ra to p o s da comp etiç ã o. Se u s n ú me ro s e ra m tã o baix o s que e ra m comp a ráve is a jo g a do re s que n unc a hav ia m jo g a do p e la p os ição pro fissio na lme n te o u co m qua n tida de de jo go s in fe r io r a 5, fa to que e x p lic ita co m o a p a ssa ge m p e la EU LC S foi o p io r m o me n to de sua c a r re ira .

A Queda A promoção para a EU LCS não pode nem ser comemorada, ela trouxe mudanças e uma maré ruim para o sulcoreano. Agora defendendo uma nova bandeira, a da Mysterious Monkeys, que assumira a vaga da Misfits Academy na primeira divisão europeia, a equipe de Jisu amargou um começo com 4 derrotas seguidas logo nas primeiras séries da competição, sem ao menos vencer uma partida. Os fracassos, aliados à uma média de quase 6 mortes por jogo, 0.8 de KDA e outros números que o colocavam no ranking de pior da

posição dentro das estatísticas (apenas para jogadores com mais de 5 jogos na posição) forçaram o afastamento da jovem promessa, cedendo a posição para Mateusz “Kikis” Szkudlarek. Era um período sombrio na carreira de Jisu, uma queda em meio a um histórico apenas composto por constantes crescentes. Em um slump, Park “Jisu” Jin-Cheol se viu sem opções dentro do cenário europeu. Em busca de uma nova casa, um projeto ambicioso e igualmente promissor.

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A Ascensão De volta à Ásia, a nova casa de Jisu seria a Tailândia. Incorporado ao grupo da Ascension Gaming, o sul-coreano se juntou aos nomes mais vitoriosos do cenário tailandês e, possivelmente, do sudeste asiático. O projeto da Ascension era bem claro: dominar o cenário local e se sagrar campeã da GPL, quebrando a hegemonia vietnamita que duro por alguns splits na competição que une o sudeste asiático. O topo sul-coreano encaixaria como uma luva na equipe. Sua chegada, anunciada apenas três dias antes do

início dos playoffs da LCS Tailândia (NR: sim parece meme, inacreditável, mas realmente se chama LCS TAILÂNDIA), substituindo o topo Renrin foi tida pelos fãs da Ascension como o gás que faltava para subir toda a escalada e vencer o título. E o resultado não poderia ser outro: 3 séries MD5 vencidas, apenas 2 partidas com derrota, taça erguida e herói da torcida. Jisu se reencontrara em um dos locais mais improváveis do

LoL mundial, em uma liga onde alguns considerariam que seria obrigação do jogador se destacar, mas suas atuações e queda nas graças da torcida seriam recompensadas. Era um recomeço, uma nova crescente, porém a verdadeira segunda chance não veio somente com o título da TLCS, o grande golpe do destino viria de maneira inesperada no final daquele ano. O All-Star 2017 talvez tenha sido o verdadeiro turning point da carreira de Jisu. Após problemas com os vistos de CINCO membros da delegação do SEA (Sudeste Asiático), Park “Jisu” Jin-Cheol foi convocado às pressas para integrar a equipe da GPL na competição que aconteceria em Los Angeles. Sua escolha não foi aleatória. Seguindo critérios baseados no desempenho dentro da competição de all-star local, a GPL All-Star, e na elegibilidade para o visto a fim de competir em território norte-americano, o topo sul-coreano substituiu Phạm “Hope” Trung Hiếu e foi à Califórnia para, mais uma vez, brilhar.

A Estrela no All Star Marcada por grandes resultados internacionais em suas campanhas recentes, a GPL não poderia ter feito diferente no All-Stars de Los Angeles. Mesmo passando por mudanças colossais no plantel e se comunicando apenas por pings durante a competição, a equipe liderada pelo magnífico Đỗ “Levi” Duy Khánh fez história nos Estados Unidos. Contrariando as expectativas do público geral, os representantes do sudeste asiático atropelaram a equipe de estrelas da NALCS e, com grande

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noções individuais e de macro, bateram o plantel galático do CBLoL. Apesar de derrotas duras para a LPL e LMS, a segunda já nos playoffs, as atuações consistentes de Jisu o colocaram no mapa mundial novamente. A competição do sul-coreano não ficou marcada apenas pelas batalhas entre equipes, nas disputas 1×1, onde teve gigantes como oponentes, o topo conseguiu alcançar a semifinal onde caiu para o meio Søren “Bjergsen” Bjerg, mas levando pra casa vitórias sobre grandes nomes como Tristan “PowerOfEvil” Schrage e Tian “Meiko” Ye.

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O Presente e o Futuro A trajetória de Park “Jisu” Jin-Cheol no Brasil é de conhecimento geral. Desde sua chegada ao Flamengo, o jogador apresenta constante crescimento a cada partida e, com maior liberdade para explorar seu leque de campeões, se apresenta como um dos melhores da posição no país, mas ele talvez não seja o suficiente para a final. Ainda. Considerado por alguns especialistas, técnicos e jogadores como o melhor jogador (mecanicamente) do CBLoL, Jisu ocupa a terceira posição, em média, das melhores estatísticas da

temporada. Apenas atrás de Robo e Zantins, o primeiro com jogos espetaculares, porém privilegiado em algumas situações pelo sistema de afunilamento de recursos e estilo de jogo flexível de auto-fill da CNB e-Sports Club, enquanto o segundo se mantém consistentemente como um dos melhores da posição desde a primeira etapa de 2018, o topo sulcoreano apresenta números melhores do que os de outros momentos de sua carreira. Assim como nas estatísticas,

ALLTIME

Jisu e Zantins travarão o duelo de rotas mais importante da Final. A proximidade em úmeros e o retrospecto do último duelo entre os dois são a prova de que, caso a balança do topo se incline para algum dos lados, a partida pode (e será) decidida por lá. Em confronto válido pela segunda semana da fase regular, apesar de substituição e um jogo 3 com estratégia duvidosa pelo lado da Kabum, o confronto entre as duas forças do topo ditou o ritmo das duas primeiras partidas da série. A escolha de Urgot, no primeiro jogo com o rubro-negro Jisu e no segundo jogo com o atual campeão Zantins, foi peça chave no duelo de rota e na transição do midgame para o lategame. Marcado por altos e baixos, com a sorte e trabalho duro ao seu lado e um quê de superação, Park “Jisu” Jin-Cheol tem papel fundamental na Final em Porto Alegre. Caso continue sua grande fase e crescente, o sul-coreano pode ser uma grande arma do FLA eSports para segurar o ímpeto da KaBuM! e-Sports e se sagrar campeão.

LEAGUES

EUCS

EUCS

EULCS

CBLOL

CBLOL

WR

50%

75%

0%

63,2%

100%

KDA

3.0

3,2

0.8

3

4.8

CSPM

8.1

7.5

7.4

8.6

8.3

GPM

363

3 74

324

401

40 1

20,8%

20.7%

21%

21.5%

20.6%

62%

63,3%

51%

67%

52.8%

W I NR AT E

C S p o r M in .

O u ro p o r M in .

GOLD% % Total d a E q u ip e

KP

% Par tic ipaç ã o e m ab at e s

PL AYOFFS

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PLAYOF FS

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Pรกg.10

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As consequências das ações de Hen1, Lucas1 e kng G uilherme Ca b ra l

Primeiramente, inicio esse texto com uma vergonha incrível de ter quer olhar o cenário brasileiro de CS:GO… com tanta história e com tanto orgulho nos últimos anos, graças a esforços de pessoas incríveis da comunidade, acabar tendo que ser representado por pessoas tão imaturas e inconsequentes. A Immortals disputou a final da DreamHack Montreal contra a North, mas como punição por parte da equipe não ter chegado no horário da partida, receberam um W.O no primeiro mapa, e perderam o segundo, consagrando a North como campeões dessa edição. Boltz e Steel estavam presentes no momento do jogo, que foi adiantado pelos administradores do evento, enquanto kng, hen1 e lucas1 não se apresentaram. Especula-se que os motivos tenham sido o cansaço, seja ele proveniente de um jetlag ou mesmo de festas e bebidas do dia anterior… isso não importa. O que importa é o profissionalismo que você vai demonstrar diante das câmeras e das pessoas que te observam. Hen1, Lucas1 e kng não estão jogando somente por eles, não estão jogando por conta própria… jogam representando uma nação inteira, e mais importante, jogam representando uma organização. A Immortals é a organização que apostou no talento desses jogadores, a que sustenta o sonho deles e o sonho de milhares de brasileiros.

A p olog ie s to # I M TCS G O fa n s. We w ill a ddre ss th is in t e r na lly. Actio n s sh o u ld have co n se que nc e s. Tha n ks for e n forc ing the ru le s @Drea m Ha c kCS G O — N oa h Wh in sto n (@N Wh in sto n) Se pte m be r 10 , 20 17 CEO da Im morta ls p ed indo des c u lp a s a os fã s e p a ra ben iz a ndo os org a n iz a dores do tor ne io p e la a p lica ção da s regra s . E s s e a s s un to s erá t ra ta do in t er na men t e com a org a n iz a ç ã o.

As regras dos torneios estão sempre disponíveis e os administradores estão sempre comunicando sobre alterações. Regras como estar presente “x” horas antes de sua partida devem ser respeitadas. Se boltz e steel estavam no momento, qualquer outra desculpa não cabe para os demais. A dupla que esteve presente tem plena noção de suas responsabilidades, não só diante a própria profissão, mas a quem eles representam. Algo que, aparentemente, não está bem inserido na cabeça dos demais players.

O que aconteceu nessa final de DreamHack é algo simplesmente inadmissível no nível em que esses jogadores estão inseridos! Parece que estamos lidando com crianças ou adolescentes, mas por incrível que pareça, são adultos. Adultos com decisões e linhas de pensamento bem imaturas. Aparentemente, por diversas vezes, são incapazes de discernirem entre vida pessoal e vida profissional. A Immortals tem feito, em teoria, grandes campeonatos e conquistando ótimos resultados. Muito em função dos jogadores que compõe a organização,

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e muito em função do que já foi feito para chegarem até onde estão. Fico triste quando vejo tanto trabalho duro sendo jogado no lixo por conta de atitudes, que devemos qualificar no mínimo, como irresponsáveis. Atitudes como essa não são prejudiciais somente pro evento em si. O trio mancha a própria reputação (que já não era das melhores), a reputação da organização, a reputação da organizadora do evento, a reputação dos jogadores brasileiros de CS:GO, melhor ainda, mancham a imagem do JOGADOR PROFISSIONAL perante a outros e-sports. Uma vergonha sem igual. Não se tratava de um torneio qualquer, e sim de uma tradicional e respeitada DreamHack. O quanto isso pode acabar com a

Immortals? Serão desclassificados automaticamente ou sequer serem cogitados a receberem convites em torneios futuros? E a irresponsabilidade perante aos torcedores e viewers que esperavam uma final digna de uma DreamHack? Até que ponto a decisão de manter a vaga do Major é mais importante do que manter a imagem da organização? Como dono de uma marca, quem gostaria de ser associado com negatividade, com irresponsabilidade? A reputação é maior do que qualquer dinheiro de adesivos e vaga no maior campeonato do jogo. O que vai acontecer daqui pra frente está nas mãos do CEO da Immortals. Talvez a punição adequada não seja

To be c lea r, I’ m n ot pre sc r ibing p un ish me n t. E ve r yo ne de s e r ve s to te ll the ir side o f the sto r y. B u t th is w ill n ot get sw e pt unde r the rug. — Noa h Wh in sto n (@N Wh in sto n) Se pte m be r 10 , 20 17 Noa h pra tica men t e d izendo q ue irá tira r to da a his tór ia a l i mp o e q ue a ções com o es sa s te rã o consequência s.

nem expulsar os jogadores de seus contratos, mas sim colocá-los no banco. Querem jogar por outro time, que saiam e banquem seus custos sozinhos ou rezem para alguma organização ter a coragem de trabalhar com pessoas tão duvidosas e desqualificadas, que são incapazes de cumprir o mínimo do profissionalismo que se exige nesse mundo. É irritante ver pessoas tão habilidosas tomarem decisões e agirem de forma tão estúpida! Quantas pessoas não dariam a vida para estarem na posição deles? Quantas pessoas olham para eles como modelos, como exemplos do que querem ser no futuro?

Vito “kng” Giuseppe

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Talvez o mais chocante disso, não seja o fato de serem problemas recorrentes, e sim da completa omissão de suas ações e responsabilidades. Não foram capazes de assumirem a culpa em nenhum

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Immortals 2017

momento, em nenhuma circunstância passada e não foram capazes agora. Se defendem atrás de um vitimismo nojento e sem crédito, onde até mesmo seus companheiros de profissão, sejam brasileiros ou estrangeiros, são incapazes de compreender as ações deles. Por incrível que pareça, os que pediram desculpas, foram justamente os que não deveriam estar assumindo esse tom! Meus sinceros sentimentos a Boltz e Steel, que tanto trabalharam e lutaram para chegarem aonde estão, e que infelizmente, parecem serem os únicos exemplos de bons jogadores daquele time, não somente na questão de talento… mas sim na questão onde importa, na integridade e na imagem. Agora só nos resta esperar. O que vai acontecer daqui pra frente, é um mistério. Vamos só torcer para que boas pessoas não sejam prejudicadas por frutas podres.

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“Quando o assunto é seu farm

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ANDRÉ SANTOS 3 8 anos Come ntaris ta S i x M aj or R al e igh 2019 S i x M aj or Paris 2018

S ix I nv itational 2018 S ix I nv itational 2019

B ras il e irão R 6 2019 B ras il e irão R 6 2017

Pro League Circuito Fe minino 2019

GAME XP - CIRCUITO FEMININO - FINAL

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BGS 2018: André “Meligeni” Santos comenta sobre o Major de Paris, a evolução do Rainbow Six competitivo e o Circuito Feminino D ieg o M a rq u e s

Rainbow Six Siege é um dos esportes eletrônicos que mais tem crescido em popularidade com o público brasileiro em 2018. Após quase termos [a comunidade brasileira] um campeão da Pro League ano passado com a Black Dragons e a Team Liquid finalmente ter conquistado o troféu para a nação verde-e-amarela este ano, o jogo ganhou mais seguidores nas redes sociais (e mais jogadores também, consequentemente). Além, claro, das equipes que participam dos vários campeonatos promovidos pela Ubisoft ao longo da temporada, há figuras bastante marcantes no cenário de R6. Algumas destas figuras até mesmo se fazem presentes desde o começo da jornada desse esport no Brasil. Uma dessas figuras é o narrador André “Meligeni” Santos, que já figurou em outros jogos como Battlefield 4, onde ganhou grande notoriedade no seu trabalho de casting. A figura de Meligeni foi tão importante para o desenvolvimento do Rainbow Six no Brasil que, juntamente com Nicolle “Cherrygumms” Merhy, ganharam um episódio cada um para si do documentário “Another Mindset”. Este documentário foi produzido pela própria Ubisoft, com o objetivo de retratar a rotina de algumas das pessoas mais relevantes do cenário mundial do R6, como o atual campeão mundial Niclas “Pengu” Mouritzen. E durante a BGS 2018 o eInsider conseguiu algumas palavras do caster com o melhor “O-VER-TIME!” do mundo. Seguem as perguntas e respostas da entrevista na BGS 2018 na íntegra:

eInsider: Boa tarde a todos, consegui aqui uma palavrinha com André “Meligeni”, um dos grandes casters do Rainbow Six Siege. E primeiramente eu gostaria de agradecê-lo pelo seu trabalho, porque é louvável o que você faz pelo cenário. Eu gostaria de começar com um retrospecto, o que você acha que veio de mudanças no cenário como tava no ano passado e veio para cá em 2018. Meligeni: Assim, é, agradecer né, a você também pela oportunidade de a gente poder falar um pouquinho mais sobre Rainbow Six. Olha, o que, o que mudou muito de 2017 para 2018 foi a dedicação da própria Ubisoft em relação a querer modificar cada vez mais como funciona o esports em si dentro do Rainbow Six. Então essa mudança de regra [do BR6], melhorias dentro do jogo focado para o esports era importantíssimo pro

Rainbow Six. E não basta você querer ter um jogo focado em esports e você não se dedicar tanto pra esse trabalho também dentro dele. Então houve mudanças de operadores, de mapas, redesign, que eles viram que estavam pecando, que eles estavam errando, e tentaram corrigir, principalmente dentro dos campeonatos né, as mudanças de regras, com a mudança de calendário, até o aumento de premiações. Isso tudo influenciou pro crescimento absurdo que a gente está tendo hoje em dia, né? Em 2017 já era muito bom, em 2018 cresceu cada vez mais, porque a Ubisoft continuou se dedicando, ela não simplesmente pegou “pronto, não vou fazer mais nada, e agora a gente vai deixar a comunidade andar sozinha”. Isso não funciona em esports nenhum.

eInsider: Bom, em relação mesmo ao competitivo, aproveitando a mudança, a gente viu que ano passado a gente [comunidade brasileira] “bateu na trave”, especialmente com a Black Dragons aqui [em São Paulo] na Pro League, e esse ano a gente conseguiu! Mas aí depois teve o Major em Paris e aí acabou que meio que “desandou”, digamos assim, meio que teve uma queda de expectativa. O que que você acha que acabou afetando mais os jogadores, o que foi exatamente esta “queda”? Meligeni: Ah, a gente sabe muito bem que o psicológico é muito importante dentro de um campeonato, né? Então fica difícil às vezes se conseguir manter esse psicológico através de uma derrota, a recuperação é difícil. E não é desmerecendo os jogadores não, de

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maneira nenhuma, qualquer pessoa tá passível de acabar sendo abalada psicologicamente. Aconteceram coisas desse tipo: derrotas, falhas dentro do jogo, e isso é uma coisa que ainda tem que ser muito trabalhada com os jogadores. Não é só os brasileiros, não. Tem muito time que não fez tudo o que deveria fazer, dentro do Major. Acho que não foi só o Brasil que acabou, vamos dizer assim, deixando a desejar. Mas, de qualquer maneira, esse é um trabalho que vai melhorando de acordo com o tempo, os times do Brasil tão melhorando em relação a isso, o Major é um campeonato mais longo, a [final da] Pro League é mais rápida, você joga, ganha, tá, “tô na próxima fase”, então assim, é um campeonato de dois dias. Isso também influencia, não te dá tempo de se desesperar, não te dá tempo de perder o ritmo, então como o Major é mais longo, a preparação GAME XP - CIRCUITO FEMININO - FINAL

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tem que ser melhor né, e isso o Brasil tá começando a melhorar em relação à esta questão de preparação. Então acho que, quem sabe aí no Invitational do ano que vem no Canadá, eu acho que eles vão tar (sic) com uma cabeça melhor. Psicológico é complicado cara, não é fácil ficar dez dias fora do seu país, longe da sua família, longe das pessoas que você ama, e também abdicando de várias coisas pra tar (sic) naquele local. É uma série de fatores que você tem que levar em consideração, mas com certeza a dedicação é a mesma. Então os times brasileiros ainda vão conquistar um Major. eInsider: Concordo contigo nisso, e isso

acaba também [permitindo] a gente fazer paralelo com outros jogos. League of Legends por exemplo, teve a fase inicial do Mundial, em que o time da KaBuM! foi selecionado, foi a pior…

Meligeni: Foi a pior campanha de um time de League of Legends brasileiro dentro de um Mundial, né? Então, isso aí influencia.

Tem muito ti me que não fez t udo o que dever ia fa zer, dent ro do M ajor. eInsider: Exatamente, acho que cai muito nessa reflexão, também. Agora, voltando para o Rainbow Six mesmo, a questão por exemplo, do Circuito Feminino, foi uma iniciativa que foi

louvável por parte da Ubisoft, dando mais espaço [para as jogadoras]. O que você acha que, para as próximas etapas, o que eles [a Ubisoft] podem trazer, o que eles podem inovar? Porque os formatos da primeira e segunda etapa foram bem parecidos, só que a visibilidade mesmo delas foi mais nas fases finais, que eram presenciais, transmitidas, e as fases eliminatórias, eram mais, digamos, online, então não tinha transmissão. Meligeni: É como se fosse offline, porque não teve transmissão, né? eInsider: Isto mesmo. Meligeni: Mas assim, uma coisa muito importante que tem que deixar claro, antes de mais nada, é que o Circuito Feminino, na verdade, é uma porta de abertura pras jogadoras se sentirem à vontade de participar do Circuito Misto [as competições principais da Ubisoft]. Então, na verdade, tem muita gente que entende que Pro League, Invitational, esses campeonatos, é um campeonato do cenário masculino. Não existe isso, tá? É misto, qualquer jogadora pode participar, um grande exemplo disso foi a Cherry, que participou dos campeonatos da Elite Six no início de 2016, e agora a Goddess, que ela é líder, capitã da Cloud9, que é um dos times com provável classificação também para o presencial do Rio de Janeiro em novembro. Então, é pra deixar bem claro pra galera que não existe isso de segregação, o Circuito Feminino na verdade é só uma maneira de incentivar e ajudar essas mulheres que são, com certeza, atacadas constantemente

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dentro do jogo, e pra elas verem que são tão importantes como qualquer pessoa dentro do competitivo. eInsider: Agora uma última pergunta, tivemos uma reformulação do Brasileirão [de R6], agora tem mais uma estrutura, um campeonato bem mais longo, mantivemos as rodadas divididas em duas semanas [cada], tivemos as séries-de-dois (md2), e também agora a pontuação é diferente. O que você acha que vai ter de impacto essa mudança do Brasileirão, como é que ele vai impactar os outros campeonatos que vão ser disputados ao mesmo tempo, como a Pro League? Meligeni: É, essa mudança de regra dentro do Brasileirão foi importante também, porque um mapa só é… É injusto, né? A gente tem que ser bem sincero. Você não tem tempo de recuperação, às vezes. Então, com essa melhor-de-dois, cada mapa vale, cada mapa conta, porque se você não ganha os dois mapas você não ganha os três pontos. Se você ganhar um mapa e empatar ou perder, você vai indo por empate, você ganha um ponto só; se você ganha um mapa e empata o outro você ganha dois pontos, então cada mapa vale a pena, então a mudança é importantíssima pra de repente criar um conceito diferente de competitivo até nos outros campeonatos. eInsider: Agora, fique à vontade para deixar uma mensagem pros fãs, pra galera. Meligeni: Então, pra galera que acompanha o Rainbow Six eu queria agradecer que, é… O carinho que eles têm pela gente é maravilhoso. Eu tô aqui na BGS contigo, a gente praticamente não consegue ficar quieto aqui, né? Então, é muito gostoso ver que as pessoas se importam com a gente, gostam do nosso trabalho, e no final das contas é pra isso que a gente tá aqui, é pra ver essa galera e mostrar pra eles que tudo que a gente faz aqui é por eles.

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João Vic to r Fa r ia

São Paulo, 11 de Março de 2018. A RED Canids vence a paiN Gaming por 2 a 0. O resultado cementa o rebaixamento da equipe bi-campeã brasileira, que terá de disputar o Circuito Desafiante no 2º split de 2018. Entre os jogadores, a sensação de tristeza e impotência. O choro de Murilo “takeshi” Alves foi mais amargo do que nunca, afinal a sensação de ser rebaixado não se compara com as finais de campeonato que ele perdeu durante sua carreira. Por parte da torcida, uma mistura de raiva e melancolia. Sentimentos muito diferentes, mas que resumem o desapontamento com o resultado. Até mesmo as mensagens de apoio dos fãs mais otimistas tinham um pingo de decepção. Assim como um médico legista, deixarei a comoção e os sentimentos dos entes queridos de lado e identificarei os fatores que levaram a organização ao rebaixamento automático.

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MURILO “takeshi” ALVES Quando falamos sobre role swaps, os nomes de Go “Score” Dong-bin e Kang “Ambition” Chan-yong são os mais mencionados. Entretanto, o sucesso após sua troca de posição veio através de uma longa e dolorosa jornada. Além de tudo, é comum ignorarmos trocas de rota que falharam completamente como nos casos de Enrique “xPeke” Cedeño Martínez e Christopher “Zuna” Buechter. Com isso em mente, não é de se surpreender que a transição de takeshi impactou o resultado da paiN Gaming nesse torneio. A primeira dificuldade encontrada foi a champion pool. Durante as primeiras semanas, o capitão utilizou o Ornn 4 vezes e teve 1 jogo de Gnar. Na semana 3 a escolha de Gnar continuou, agora ao lado do Vladimir. Depois da pausa do carnaval o veterano fez sua estreia com o Gankplank e a chegada do 8.4 revelou seu Sion, Shen e Cho’Gath. No conjunto

da obra a pool parece vasta, mas a linha do tempo conta uma história diferente. Ficou claro que o jogador precisou aprender muitos desses campeões ao longo do split enquanto seus oponentes já estavam familiarizados com eles, colocando a equipe rubro-negra em uma grande desvantagem. Os problemas de takeshi na laning phase eram naturais e esperados, porém o maior obstáculo encontrado por ele surgiu apenas no final do campeonato. A volta do meta de tanks expôs a sua inexperiência em cenários de iniciação corpo-a-corpo e posicionamento na linha de frente. Isso pôde ser percebido nas mortes bobas em teamfights e nas estatísticas: em cinco partidas disputadas nos patches 8.1, 8.2 e 8.3 ele morreu, em média, 1.8 vezes por jogo; o mesmo número sobe para 2.6 ao consideramos as semanas jogadas no 8.4.

THIAGO “tinowns” SARTORI

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Ao contrário de Tay, poucos torcedores reclamaram do desempenho do tinowns. Entretanto, o jogador mostrou algumas fraquezas ao longo do split e aqui no eInsider ninguém está livre de críticas.

transição para o mid game é feita na lateral do mapa, fazendo a formação de 1-3-1. A baixa prioridade nessas escolhas tornou a paiN previsível no draft e também na Summoner’s Rift.

Durante essa temporada, os picks mais comuns no meio foram Ryze, Azir, Galio e Taliyah. Thiago não jogou com a tecelã de pedras, utilizou o mago rúnico somente uma vez e a taxa de vitória do seu colosso foi de apenas 25%. Apesar das identidades totalmente distintas, esses campeões compartilham duas características: no início do jogo eles podem impactar suas side lanes e sua

Ainda assim, é preciso elogiar as atuações de Sartori com champions menos móveis no mapa, mas que se destacam em cenários de skrimishes e teamfights. O jogador teve boas performances de Azir e, mesmo com o rebaixamento, provou que tem nível para continuar no CBLOL.

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RODRIGO “Tay” PANISA Não é a primeira vez que Tay é alvo de críticas. Após a final da 2ª Etapa do CBLOL 2017, muitos fãs o consideraram o elo fraco da paiN Gaming e tenho certeza que boa parte dessas pessoas colocam a culpa do rebaixamento da organização rubro-negra em suas costas. Ao meu ver, o seu desempenho foi um dos problemas da equipe no Mineirinho, porém os críticos não reconhecem a importância da sinergia entre Rodrigo e seus companheiros, um fator crucial na caminhada do time até Belo Horizonte. As forças de Panisa giram em torno de auxiliar seus aliados em match-ups desfavoráveis e ajudá-los a ter bons timings de compra durante a laning phase. Ele não é um caçador capaz de dar snowball em uma partida como

Alanderson “4LAN” Meireles. Ele não é um jogador que utilizará a vantagem de seus laners para neutralizar o oponente como Gabriel “Revolta” Henud fazia no auge de sua carreira. Ele é um habilitador, não um playmaker. Agora, caro leitor, tente imaginar as dificuldades de Tay ao longo da temporada. Criar vantagens no topo era um desafio, afinal takeshi estava estreando na posição. Já no meio, a semelhança entre Thiago “tinowns” Sartori e Gabriel “Kami” Santos não foi o suficiente para formar uma dupla entrosada como em 2017. É claro que seu estilo tem muitas fraquezas, mas a paiN sabia delas e não as levou em consideração na hora de montar a lineup.

PEDRO “Matsukaze” GAMA Ao lado de tinowns, Matsukaze fez parte de uma das melhores backlines do Brasil e assim como seu companheiro de time, o atirador teve problemas com o metagame de 2018. Gama não conseguiu ser tão eficiente ao jogar de Xayah e Tristana, mas suas excelentes atuações de Ezreal e Caitlyn foram essenciais para as poucas vitórias que a paiN conquistou ao longo do split.

O jogador sofreu um pouco durante a laning phase. Esse problema foi causado pela combinação de três fatores: o estilo de jogo exageradamente defensivo, a baixa familiaridade com alguns dos campeões do meta e a má fase de seu support. E já que estamos falando dele…

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CAIO “Loop” ALMEIDA Ao meu ver, as atuações de Loop nessa temporada são um reflexo de todos os problemas dessa line-up que a paiN Gaming formou. A saída de Matheus “Mylon” Borges ao lado da manutenção de Tay promoveu o suporte ao cargo de iniciador principal do time. Desde sua volta em 2017, Almeida mostrou sua grande capacidade de proteger seus carries e acompanhar o engage de seus companheiros,

apesar disso suas habilidades como iniciador nunca se destacaram. Sim, esse foi o pior split de sua carreira, mas é necessário contextualizar o acontecimento. O meta de tank supports e a sua nova função impactaram sua performance e esses dois fatores não dependem somente do jogador, mas do sistema que seu time utiliza e do desenvolvimento da equipe por parte da comissão técnica.

POR QUE A PAIN FOI REBAIXADA? Maioria desses jogadores se mostraram capazes individualmente e serão cobiçados por organizações do CBLOL durante a off-season. Com isso, podemos eliminar a hipótese que essa line-up não tinha talento suficiente. Diferente da KaBuM em 2017, a paiN mostrou uma ótima estrutura e recrutou a maior comissão técnica do CBLOL. Independente da qualidade dos treinadores contratados, podemos dizer tranquilamente que o time teve boas condições para trabalhar ao longo do split. O maior problema, na minha opinião, foi a formação do elenco. Vamos considerar que Tay, Loop e Mastukaze são peças indispensáveis. Que tipo de jogador esse time precisa? A resposta é fácil de falar e difícil de fazer: a combinação de um carry para não sobrecarregar Matsukaze e um iniciador para preencher o vazio que Mylon deixou.

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A contratação de tinowns resolveu uma parte do problema, mas takeshi não tem experiência suficiente para ser o top laner que eles procuravam. Eles precisavam de alguém para iniciar as teamfights de maneira precisa e decisiva, garantindo vitórias em lutas importantes durante uma partida. Não é a toa que esse time está em 2º lugar no ranking de jogos mais longos. Eles tem jogadores individualmente talentosos que são capazes de atrasar o avanço de seus oponentes, mas não tem a proatividade necessária para converter suas vantagens em vitórias de maneira constante. Pessoalmente, espero que esses jogadores deem continuidade em sua carreira e que a paiN tenha aprendido a lição. Nomes de peso e habilidade individual são o suficiente para ganhar alguns mapas, mas o sucesso só é possível com a formação de uma equipe equilibrada e um bom sistema de jogo.

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MSI 2019: a chance da G2 de trazer um título para o Ocidente G a b r iel D a n e l i cz i n

O Mid-Season Invitational é o segundo torneio internacional mais importante do League of Legends desde 2015. Até hoje, times do Oriente dominaram a competição, com dois times chineses levando títulos e a SKT T1 vencendo os outros dois para a Coréia. Porém, o MSI 2019 pode ser a melhor chance até hoje para uma equipe do Ocidente levar a taça, e a G2 Esports é o candidato mais provável para atingir este objetivo. A transferência mais impressionante da pré-temporada do LoL em 2019 foi a ida de Caps para a G2. O time também moveu Perkz para a bot lane e adicionou Mikyx ao elenco. Com uma equipe renovada e estrelada, a G2 venceu a nova LEC e impressionou. A organização terminou a temporada regular com 13 vitórias em 18 partidas. Na fase eliminatória, venceu duas séries contra a Origen e se sagrou campeã. Mas não é porque a G2 dominou a Europa que são especiais. Aliás, a campanha não foi sequer a mais dominante que já vimos no velho continente. Foi como a G2 dominou e jogou que faz deles a melhor esperança do Ocidente de vencer um MSI até hoje.

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acro em League of Legends se tornou cada vez mais impactante nos últimos anos. Excelência estratégica é, hoje, uma característica imprescindível para os melhores times. Neste ano, a G2 mostrou isso e também disciplina que, se repetida no MSI 2019, pode ser uma ferramenta poderosa. Um bom exemplo de como Perkz e companhia podem ser metódicos ao jogar de acordo com a condição de vitória de suas composições são alguns dos primeiros jogos da temporada. No primeiro jogo do primeiro split, contra a Origen, Grabbz montou uma composição de siege/poke. Jayce e

Zoe eram o coração da composição. A equipe também contava com Karthus para finalizar abates, Urgot para jogar nas side lanes e Rakan para adicionar utilidade. Com estes campeões e enfrentando uma composição de all-in e luta, o ideal para a G2 era lutar devagar e focar em tentar abates avulsos, evitando confrontos diretos de 4 contra 4 ou 5 contra 5. O time executou estas condições à risca durante a partida, o que os deu a vitória. Na segunda partida, contra o Schalke, a G2 fez uma comp de 1-3-1. Akali e Aatrox foram as escolhas para as side lanes. Para a

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oucos times podem dizer que ganharam a final da primeira etapa de 2019 com uma composição de afunilamento. Talvez nenhum outro time possa. Mas a G2 o fez, e o quão bem fizeram mostra a habilidade que têm de jogar qualquer estilo de League of Legends. Split push, poke, snowball, afunilamento, ou o que seja. A G2 testou, e provavelmente conseguiu usar. Versatilidade pode ser a arma de maior impacto para a G2 no MSI 2019 por causa de como influencia em séries de cinco partidas. Ter a capacidade de mudar seu estilo de jogo durante uma melhor de cinco e continuar jogando bem significa que um time versátil

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unidade de 3, Kai’sa, Alistar e Karthus foram selecionados. As condições de vitória eram deixar o Karthus à frente para que o 1-3-1 pudesse funcionar quase como um 2-3-2, por causa da ultimate do campeão. Também era importante dar vantagens à bot lane para garantir autonomia para o trio. Mais uma vez, a G2 fez o que precisava e conseguiu o resultado que buscava. A quarta partida foi o próximo exemplo da disciplina do grupo. Enfrentando a Rogue, Grabbz montou uma composição de peel com um split-pusher. Ivern, Karma e Rakan foram escolhidos como proteção para a Xayah, enquanto a Irelia era responsável pelas side lanes. Garantir vantagens para Xayah e Irelia eram pontos importantes do plano de jogo, pois permitiria a G2 executar o 0-4-1 proposto e pressionar. Mais uma vez, entendimento exemplar do que tinham que fazer rendeu uma vitória para a G2.

Porém, nem sempre a G2 segue o plano de jogo tão bem. A terceira partida da temporada, contra a Excel, foi um exemplo disso. Mas para quando disciplina e estratégia falham, os melhores times tem…

consegue mudar o ritmo de uma série a qualquer momento. Mudanças repentinas e significantes em estilo também podem fazer o que o time adversário sabe sobre seu time perder valor. Isto significa que o time de Perkz é mais difícil de ler do que os outros, e pode usar imprevisibilidade a seu favor. Ainda assim, adaptabilidade e imprevisibilidade não podem ser a única forma de uma equipe compensar a ocasional falta de organização. Mas para a G2, isto não é um problema. Pois para quando todo o resto não está lá, a equipe europeia tem...

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VERSATILIDADE

DISCIPLINA

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ão é segredo que para competir contra os melhores times do mundo, uma organização precisa de jogadores capacitados. Ser um dos melhores times é uma combinação de habilidade e trabalho em equipe. Uma combinação que a SKT tem, a Invictus tem e a G2 tem. Caps é um dos melhores mid laners do mundo, e faz muito sem custar tanto à economia do time. Entre mid laners, cinco da Europa usam maior porcentagem do ouro do time do que ele, e Caps é o último em porcentagem de farm do time aos 15 minutos. Além disso, ninguém questiona a habilidade mecânica da estrela dinamarquesa, e sua performance no Mundial 2018 deixou muitos fãs do League of Legends competitivo ávidos por ver o que ele pode fazer no MSI 2019. Há coisas demais a se dizer sobre a qualidade de Caps, então por enquanto, vamos simplificar: Caps é impressionante. Perkz se adaptou à bot lane com facilidade impressionante, e até transformou o que significa ser o carry do bot. Muitos não acreditavam que o jogador poderia ser um dos melhores na Europa em sua nova função tão cedo, mas ele se provou rapidamente. Não só o jogador se ajustou, como também levou para a rota inferior sua champion pool do mid, o que o dá versatilidade que poucos jogadores da função tem. Perkz é também quem mais usa ouro no seu time, e ser o jogador que mais deu dano na temporada regular da LEC mostra que este investimento vale a pena.

FRA QUE ZAS

Wunder consegue se virar contra os melhores top laners. O jogador usa tantos campeões que sua equipe pode o pedir para fazer praticamente o que quiserem. Ele jogou com 14 campeões durante a campanha de 24 partidas da G2 no primeiro split. Entre estes campeões estavam máquinas de split push, iniciadores de lutas, carregadores de late game e até suportes. Wunder é bom no que quer que a G2 precisa que ele faça. Jankos e Mikyx estão entre os melhores do Ocidente em suas posições e são engrenagens fundamentais que fazem a G2 funcionar e fluir. Jankos faz o que quer que o time precisa que ele faça, e faz quase tudo bem. Mikyx provou ser um parceiro ideal para a mudança de função de Perkz, e tem percepção de mapa e conhecimento de posicionamento que fazem a vida do duo bot fácil. Além disso, ambos são muito competentes mecanicamente. Sem eles, a G2 não seria a equipe que é.

TALENTO

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Talento pode, muitas vezes, vencer partidas por si só, e a G2 tem de sobra. Considerando como eles jogam bem juntos, o quanto parecem gostar de jogar juntos e como todos estão dispostos a abrir mão do que puderem pelo bem do time, todo este talento também parece estar em sintonia. Levando em consideração todas estas qualidades, a missão mais difícil para a G2 neste torneio pode não ser a fase eliminatória, mas sim as 10 partidas que tem que jogar para chegar lá. Foi assim na LEC, e alguns fatores indicam que pode ser assim de novo no MSI. Afinal, até os melhores times tem…

N

a temporada regular da LEC, a G2 perdeu 5 das últimas 9 partidas. Eles voltaram a mostrar força na fase final, onde venceram a Origen sem perder nenhuma partida, duas vezes. Ainda assim, aquelas derrotas mostraram alguns problemas que a G2 precisa estar tentando consertar para o MSI 2019.

Um dos problemas foi controle de objetivos neutros. Não que fossem horríveis nisso, mas de um time dominante como a G2, se espera mais do que ser o terceiro pior time da liga em porcentagem de Barões. A equipe também não estava entre os melhores da Europa nas porcentagens de Dragões Elementais e Dragões Anciãos. Para ter certeza de que sucesso está ao alcance da G2 no MSI 2019, o time precisa melhor esta parte de seu jogo.

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Bernardo Pereira Apaixonado por esports, figura polêmica, consultor de moda, projeto de analista, um dos pais do eInsider e alívio cômico do Around The Rift.

Diego Marques Atual escritor de Rainbow Six Siege no site mais IMENSO de todos. Apreciador de bons espressos e das mais diversas culinárias. Também aprecia coisas “alternativas”, como rock progressivo, especificações técnicas e eventos automobilísticos. E também acredita nos esports mobile, por algum motivo.

Gabriel “Paper Boat” Daneliczin Analista apaixonado pela LCS e pela LEC. Colunista em busca de adquirir e dispersar conhecimento de League of Legends. Amante de indie games, trilhas sonoras, esportes e esports. Joga de Rakan melhor do que muito pro player.

Hermano “Havock” Cavalcante Carinha dos vídeos do eInsider, graduado em Sistemas de Mídias Digitais pela UFC após 8 anos de curso. Apaixonado por esports desde 2012, teve a oportunidade de fazer intercâmbio na Coreia do Sul, conhecer melhor o cenário de esports e tirar uma foto com o Faker, desde então quer trabalhar no cenário. Fã de Overwatch, LOL, Rainbow Six e CS:GO, mas não é bom em nenhum desses jogos.

João “Fokinha” de Faria Antes era o Mago das Estatísticas, hoje sou o Mestre dos Magos. Estou sumido maior parte do tempo, mas quando apareço falo sobre a LCK, LPL e os principais aspectos estratégicos de League of Legends. Um dos fundadores do eInsider e idealizador das colunas Inside the Draft e Assunto em FoKo.


Luigi Olivieri Um dos idealizadores do eInsider, escreve um pouco sobre tudo. Aguardando ansiosamente a ascensão de Mario Kart e Brasfoot como os esports do momento. Blogueirinho antes de ser cool.

Ryan Sales Designer em formação pela UFC, torcedor fervoroso da Cloud9 e tem o hobbie de procurar playlists com nomes inusitados no Spotify. Infelizmente hypea a LCS e baba na identidade visual da LEC. Entrou para o eInsider depois de muito lutar por uma chance no limbo das DM’s do Twitter.

Stéfanie “Talkative Nerd” Neuman Uma escritora na casa dos 20 cujo rosto está quase sempre coberto por uma câmera. Brainstormer tagarela. Comedora de nozes e viajante do tempo. Reza a lenda que estava lá na emblemática série CNB vs. ProGaming que durou quase duas décadas. Costumava ser main Miss Fortune, hoje é main PDFs eternos de literatura clássica e libras.

Tiago Santana Estudante de Publicidade e Propaganda. No eInsider, ajuda nas mídias sociais e faz piadas ruins. Tá sempre assistindo alguma stream. Queria ser high elo sem precisar jogar

Guilherme Cabral Articulista esporádico de CS:GO. Seus artigos são mais raros que o Cometa Halley, mas tão aguardados quanto. Vive nesse universo desde 2005 e ainda se impressiona em como o e-sport evoluiu. É baterista de uma banda sem futuro e gosta de pensar que um dia ainda vai ser relevante no mundo do entretenimento. É contra a adesão do termo “atleta” no e-sport.


e D I T O R I A L C O M PA C T JA N E I R O. 2 0 2 0 e D I ÇÃO ú N I CA


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