Cidaddania dos alfaiates Africanos

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Cidadania dos Alfaiates Africanos: uma abordagem baseada na co-aprendizagem Sofia Leonor Vilarinho Lucas Designer de Moda Doutoranda no Programa Doutoral em Design na Faculdade de Arquitectura de Lisboa , desde o ano lectivo 2010 vilarinho.sofia@gmail.com Henri Christiaans Professor Associado do Departamento de design Industrial . Universidade de Delft. Fac de Design Industrial e Engenharia , Holanda h.h.c.m.christiaans@tudelft.nl Paula Meneses Investigadora Senior CES , Centro de Estudos Sociais de Coimbra Portugal menesesp@fe.uc.pt

resumo Este artigo tem por objectivo apresentar e discutir um estudo baseado na modelagem e que foca uma abordagem de co-aprendizagem. Esta plataforma foi criada pela autora no instituto de moda Modatex . A temática é baseada no desenvolvimento do conhecimento e habilidades de um grupo previamente selecionado de alfaiates africanos imigrantes. A criação desta primeira plataforma de co-educação permitiu despertar consciência cognitiva através da partilha de conhecimento e também discutir o sistema de aprendizagem académica vs aprendizagem tradicional. A abordagem metodológica favorece o estudo qualitativo com ênfase na observação, onde a cultura funciona como mediação para o espaço e diálogo. Numa outra fase deste estudo, a metodologia de pesquisa ação - participativa é aplicada para dar uma melhor resposta a problemas da comunidade e contribuir para a construção de aprendizagem colaborativa e aquisição de melhores e maior resultados cognitivos e práticos. Esta aplicação pratica deve contribuir para o desenvolvimento de conhecimento e melhor integração das habilidades dos alfaiates, assim como manifestação tangível sustentável de um patrimônio cultural imaterial. palavras-chave design de moda sustentável . modelagem. alfaiates imigrantes africanos . co-aprendizagem. inclusão


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introdução Durante o trabalho de campo em Maputo (Mozambique), de Abril até Maio de 2011, eu (o primeiro autor) observei que os alfaiates são importantes agentes nas “práticas criativas” (Grabski, 2009) da moda local. Geralmente eles trabalham nos alpendres das casas ou nos mercados municipais– neste último caso distribuem-se em grupos numa área específica do mercado (ver fig. 1). Eu tive a oportunidade de trabalhar com alguns dos alfaiates migrantes de África Ocidental, no mercado Janette e também durante um workshop (ver fig. 2) que eu organizei com alguns estilistas moçambicanos. Desta experiencia, observei que os alfaiates em Moçambique têm um papel fundamental na produção de roupa desde a de estilo mais tradicional àquela mais contemporânea, em resposta às encomendas de estilitas1 ou de clientes. fig 1 – alfaiates africanos a trabalhar no mercado de Xipamanine, em Maputo. Maio de 2011

Dotados de um olhar cosmopolita , os alfaiates Africanos são narradores e leitores de uma estética ‘debruada’ pela estética Ocidental e ‘espartilhada’ por uma tradição que sustenta a necessidade de pertença à cultura Africana. Das conversas informais com clientes e alfaiates, compreendi que muitos alfaiates locais viviam no limiar da pobreza e vêm na emigração-incluindo para a Europa- uma resposta ao sonho por uma educação formal e melhores condições de trabalho e de vida. É este um dos caminhos que muitos alfaiates Africanos seguem. Ao olhar Lisboa , encontra-se uma cidade com uma vibrante comunidade Africana (Lisboa

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É importante de considerar que a maioria dos estilistas Moçambicanos não seguiram um curso de moda, e muitos não sabem como modelar e costurar. Neste cenário de produção de Moda, o conhecimento e pratica dos alfaiates é crucial para a obtenção de resultados plausíveis, na produção da moda local. 2


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Africana), e é nesta rede cultural que muitos alfaiates Africanos estabelecem seus ateliers, maioritariamente nas zonas do Rossio ou na periferia da cidade. Eles importam modelos e condições de costura ‘à la Africano’ e geralmente trabalham para a comunidade Africana. A maioria vive em condições de pobreza , muitos sem acesso à escola , desenvolvimento de conhecimento e sobrevivendo à margem da sociedade Portuguesa. Este projeto faz parte de uma investigação de Doutoramento que tem por objectivo ambos, num nível académico a identidade , tradição e desafios fashion-able 2 do pano africano a capulana de Moçambique, no século XXI e em paralelo ,e na pratica , contribuir para o desenvolvimento e igualdade social . Fig.2: o alfaiate a trabalhar com a estilista durante o workshop desenvolvido pela autora em Maputo

O design de Moda sustentável é o veículo facilitador de mudanças sociais e do fortalecimento do conhecimento intercultural. Aqui os alfaiates africanos são considerados agentes para a operacionalidade da criatividade da moda local feita a partir das capulanas (ou tecidos sui generis) e por isso agentes para o desenvolvimentos de mecanismos entre a tradição e a modernidade.

Talhar roupas , talhar outras modernidades Ser alfaiate em África significa preservar um conhecimento tradicional onde a simbiose entre a experiência e a criatividade originam uma peça única, amplificando uma intima conexão com a tradição oral. “Falar”, “ver” e “escutar ” são elementos essenciais na transmissão do conhecimento. De mestre para discípulo, o conhecimento é transferido juntamente com os detalhes unidos por pontos de alinhavos. Geralmente não existe educação formal e o conhecimento é transmitido pelas experiências ‘vividas’. Sobre a égide do aprendiz, os alfaiates africanos começam a sua pratica enquanto jovens e 2

Práticas fashion-able são suportadas e baseadas nos conceitos desenvolvidos pela autora sobre a capulana de Moçambique. 3


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“a aprendizagem acontece durante o curso da vida diária” (Lave, 1991:70). De mestre para discípulo, a tradição oral articula e preserva o conhecimento cultural do talhar de uma peça de roupa. Estetas por excelência , muitos destes artesãos fazem uso dos trajes da África Ocidental para os guiar no seu ‘novo’ trabalho criativo. Por outro lado, eles trabalham também com a roupa em segunda- mão e tornam-se responsáveis pela desconstrução, customização e arranjo da ‘mimeses’ Ocidental. Este contacto com a roupa ocidental desenvolveu uma ‘nova’ conceptualização da estética Africana. Assim os alfaiates tonaramse hábeis no delinear da roupa servindo-se do conhecimento modelado entre a tradição oral Africana e a estética Ocidental. Aptos a conceber o mundo por vir , os alfaiates são dos agentes mais importantes no desenvolvimento integral da estética e da economia das sociedades Africanas (onde muitos deles desenvolvem empresas de pequena escala). As peças de roupa produzidas por eles, capacitam o consumidor de “ criar um relato e desenvolver um diálogo regenerativo acerca da sua própria singularidade” (Erner, 2004:183). Um diálogo que é ao mesmo tempo manifesto da expressão cultural baseada nas crenças , sonhos e significados e articulador de uma narrativa pessoal e personalizada que revela a “ ’pós’ domesticação” (Hall et al.,1997:240) dentro de múltiplas identidades3

metodologia A fim de desenvolver conhecimento e competências entre este grupo de foco e tendo como ponto de análise a sua experiência como aprendizes, a autora propôs o desenvolvimento 3

A autora defende que existem várias identidades culturais e não só uma unica identidade cultural, como afirma o autor Craik (1994:27). Estas identidades resultam da democratização da moda e da liberdade que o consumidor tem em escrever a sua propria história através da roupa que veste. 4


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de um programa de modelagem sustentado pelo conceito de co-aprendizagem no instituto de Moda Modatex– um centro de formação profissional da industria têxtil, localizado em Lisboa, Benfica. O Modatex está interessado neste programa, por causa da abordagem social , do foco inovador na transmissão e partilha de conhecimentos de ambas as partes e com pessoas com tão forte contexto cultural. Para promover melhores condições aos alfaiates, a escola e a autora reuniram todos os esforços para a concessão de uma bolsa de transporte. Em Fevereiro de 2012, os alfaiates receberam um pequeno subsidio de 4.25 euros por dia e que os ajuda a cobrir os gastos no transporte para a escola. Participantes Fig.3: Aula pratica onde a professora exemplifica o exercício.

No primeiro curso um grupo de oito alfaiates, na sua maioria da Africa Ocidental , cada um vive com a media de 330 euros por mês: 4 da Guinea Bissau, 1 de Serra Leoa, 1 da Gâmbia, 1 de Angola e 1 from Guinea Conakry. As suas idades variam entre os 28 até aos 41 anos. A maioria dos alunos fala e compreende a lingua portuguesa . Alguns deles desenvolvem o seu trabalho como alfaiates e conseguem sobreviver dessa actividade em Lisboa. Outros têm outros trabalhos e trabalham como alfaiates no tempo livre. Todos eles estão registados no seu passaporte como “alfaite” mas maioritariamente os elementos do grupo atravessam dificuldades em obter papeis que lhes permitam a legalidade no país. O curso O principal objectivo do curso reside no desenvolvimento da primeira plataforma de educação num instituto de moda , onde a aplicação de um programa educacional em modelagem ajustasse ao background cultural dos alfaiates imigrantes africanos em Lisboa. Nós tencionámos desenvolver um processo que fosse ao encontro deles em vez de os

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deixar vir ao nosso encontro e desta forma deixá-los exprimir a fusão entre o “intelecto e a emoção” (Smith and Williams, 1999:57). Tendo por base o processo de co-aprendizagem, todos os exercícios propostos obedeceram a este intenção . Durante o processo abordagens situadas e exercícios foram propostos aos alfaiates, de forma a que eles colaborassem uns com os outros (ver fig 3) e com o investigador para garantir a partilha de conhecimento. O principal objectivos destes exercícios foram o de cultivar a proximidade no diálogo e conhecimento cultural .Enquanto método ensino/aprendizagem nós – parcialmente – adoptámos uma abordagem construtivista onde a co-aprendizagem tem um papel fundamental. Esta abordagem, tem Fig.4: partilha de conhecimento entre os alfaiates sem interrupção da professora

origem no trabalho de Vigotsky’s (1962), que argumenta que a responsabilidade do conhecimento deve residir intrinsecamente no aprendiz . O construtivismo social salienta assim, a importância do aprendiz estar ativamente envolvido no processo de aprendizagem. Ao centralizar parte da metodologia neste conteúdo, o programa foi desenvolvido em diferentes fases e de acordo com as necessidades de conhecimento manifestadas pelos alfaiates. Durante os primeiros 3 meses a professora , introduziu os seguintes elementos do curso: numa primeira fase introduziu a construção do molde base da saia, calça, e corpo. Na segunda fase introduziu a construção de moldes para responder às proposta de desenho de roupa desenvolvidas pelos alfaiates (ver fig. 5 )num período intercalar do programa

Fig.5: uma proposta de desenho

desenvolvido com a autora

desenvolvido pelo alfaiate da Gâmbia

Assumindo o papel de facilitadora de conhecimento, a investigadora participou na maioria das sessões, promovendo discussões baseadas principalmente em aspectos culturais da roupa e nos processos e técnicas de fazer moldes de vestuário. Estes fórums de diálogo são importantes para partilhar experiências, uma chave fundamental para atingir o objective

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principal do projeto: co-aprendizagem e produção de conhecimento partilhado.. O curso que ainda se encontra presentemente a decorrer, é efectuado duas vezes por semana , das 18:30h às 21:30h. Durante o primeiro semestre de 2012, a sala tornou-se um laboratório de observação onde foram aplicados métodos qualitativos. Os métodos de investigação utilizados são descritos nas fases abaixo. recolha e análise de dados A observação participativa, incluiu conversas informais durante o tempo de aulas , checklists no trabalho desenvolvido enquanto os alunos trabalhavam nos exercícios professora lhes propunha (fig. 4), e outros métodos não obstrutivos como tirar notas sobre Fig.6: a autora acompanhando o alfaiate na elaboração do exercício proposto

conversas interessantes e observações dos alfaiates ; observar e analisar a sua postura , concentração e desenvolvimento ; participar no desenvolvimento dos moldes, de modo a potencializar a compreensão do exercício pelos alfaiates (ver fig:6); tirar fotografias e gravar algumas sessões. Também foi proposto a cada alfaiate para manter um diário a fim de registar os principais elementos do trabalho de campo. O objectivo é o de os deixar registar e partilhar notas pessoais, desenhos histórias, duvidas e sugestões para o programa. No inicio este documentos eram úteis para o investigador, mas depois pensou-se em partilha-los com os outros alfaiates a fim de desenvolver mais conhecimento e resultados. Por ultimo, foram conduzidas entrevistas informais para conhecer melhor a realidade da fase de aprendiz de alfaiate que cada um dos elementos experienciou nos seus países de origem e para ter um maior

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conhecimento sobre a vida de alfaiate antes e após a imigração para a Europa. Algumas discussões foram gravadas durante as aulas para posterior análise. Esta multiplicidade de dados permite um melhor entendimento do processo de aprendizagem e o conhecimento dos pontos mais fortes e dos mais fracos no programa de que se tem vindo a desenvolver. Resultados Os resultados obtidos até ao momento, são basedos na observação participativa e nas entrevistas informais. O método de manter um diário de campo de alfaiate não resultou como se previa, porque muitos dos alfaiates têm dificuldade em escrever, devido à sua base de tradição oral como sistema de educação informal.Da análise dos resultados temos consciencia de que o investigador é Europeu e tem uma perspectiva Ocidental. E por isso os resultados podem sofrer influência. . No entanto, por viver por dois meses em Moçambique entre a população local e trabalhar com os alfaiates em Lisboa ela experimentou a sua cultura e tentou compreendê-los em conformidade. A maioria dos alfaiates chegou ao curso muito motivado, mas manifestando uma atitude tímida e defensiva. Gradualmente eles começaram a mudar a postura e motivaramse a discutir as suas ideias livremente com os ‘estrangeiros’ ( a forma como a professora e o investigador eram vistos por eles) . Este processo significou a afirmação de uma presença baseada na confiança. Gradualmente sentiram-se mais confortáveis e livres para participar no diálogo horizontal e partilhar o seu conhecimento, crenças, opiniões e problemas. Muitos dos alfaiates apresentam um forte conhecimento e domínio da língua portuguesa,

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por isso, alguns passos da aprendizagem foram repetidos cuidadosamente. Progressivamente e ao longo das sessões, eles começaram a dominar as palavras técnicas e a aplicá-las naturalmente no trabalho desenvolvido na sala de aula. A capacidade de ultrapassar barreiras na linguagem resultou num ambiente de trabalho mais aberto, divertido e positivo. Este grupo de alfaiates mostrou-se muito talentoso em termos de conhecimentos e habilidades. 'Obcecados' por roupas, eles expressaram um forte sentido de memória visual. Contudo durante as sessões de desenho os alfaiates mostraram um défice de habilidade nomeadamente na noção de proporção, um elemento chave no design de roupa Ocidental. Questões aritméticas estavam na base deste défice em aplicar as fórmulas básicas nos moldes em desenvolvimento, depois do reconhecimento desta fragilidade, a professora optou por apresentar os resultados finais nas folhas de exercício. Alguns deles mostraram o Fig.7: O alfaiate a utilizar os

seu próprio método de tirar medidas e muitas vezes usavam o método de dobragem da

instrumentos de precisão próprios

folha de papel ou tecido, um método mais empírico. Com o tempo e a prática, eles

para a disciplina de modelagem.

habituaram-se ao material técnico especifico para o trabalho em modelagem (réguas curvas, esquadro aristo, outros esquadros e réguas de precisão , etc.) e prescindiram da fita métrica que, por tradição é o habitual instrumento de medida que usam nos seus ateliers. (ver fig.7) A análise teve por base a observação, resultados dos exercícios e entrevistas informais feitas pelo autor. Estas informações recolhidas foram úteis para o desenvolvimento de outras sessões ao longo do curso . Durante 12 sessões o autor partilhou exercícios baseados na cor, nos têxteis , emoções e desenho técnico de roupa. Foi observado que a cultura Africana e o background estético africano estiveram muito presentes nas propostas apresentadas. Predominantemente eles escolheram cores vibrantes e os têxteis africanos

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foram uma seleção constante em todas as propostas criativas. Para o desenho da roupa o autor deu-lhes um modelo -corpo-base, mas eles (re) desenharam-no num ‘corpo Africano’ acentuando a identidade pelo estilo de cabelo (ver Figura 6). Devido a um rigorosa delineação dos moldes e necessidade de limpeza da folha de trabalho, observou-se que gradualmente os alfaiates tornaram-se mais eficazes nessa necessidade. Alguns tornaram-se capazes de aplicar algumas ‘novas técnicas’ no seu dia-a dia de trabalho de alfaiate e criaram um terceiro conhecimento que cruza a ‘técnica deles’ com a ‘nova’ técnica aprendida na escola.

conclusão e discussão O curso teve resultados positivos no que respeita ao desenvolvimento e transferência de conhecimento entre todos os participantes e ao desenvolvimento de relações humanas baseadas na confiança. A análise de dados revelou que a co-aprendizagem está a impulsionar o crescimento de um diálogo positivo e construtivo entre os alfaiates e a sociedade ‘estrangeira’. Os conceitos da capulana são o principal tema deste projeto de investigação . Aqui os alfaiates são, como já referido, cruciais agentes na transferência de conhecimento sobre a tradição da capulana e a resposta a novas interpretações estéticas mais contemporâneas com o tecido. Como artesãos, os alfaiates são capazes de preservar o património cultural expresso no seu trabalho. Mas também de criar a peça de roupa por medida que assenta no corpo Africano mais cosmopolita (ver fig. 6) . Corpo este que nasce da dialéctica entre a tradição e a modernidade.

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reflexão Os resultados desta observação são preliminares porque o projeto continua em curso. Estamos cientes da subjetividade dos dados qualitativos, que é em parte devida à influência nos resultados medidos sobre um diferente ângulo diferenças culturais e a tendência de uma posição eurocêntrica sobre o conhecimento. Para validar os resultados e as conclusões encontradas, vamos compartilhá-los com os alfaiates, a fim de incluir as suas opiniões e avaliações. As descobertas são também interessantes para a educação dos estudantes de Moda em Portugal, quando a um outro nível do projeto de investigação, se irão combinar ambos os grupos. Alfaiates africanos e alunos de Moda da Faculdade de Arquitetura de Lisboa, de forma a promover um programa de co-aprendizagem baseado no cruzamento cultural. Por ultimo, vai-se desenvolver um modelo para criar uma plataforma para alfaiates Africanos, com uma pratica oficial no país de origem, que vai ter repercussão em alguns institutos de moda e também em comunidades locais em África. Agradecimentos Um especial agradecimento ao Modatex por acreditar na proposta e ao grupo de alfaiates Africanos que sempre cooperaram em várias fases do projeto e fizeram acreditar ainda mais nele. O meu cordial agradecimento a Henri Christiaans (orientador) e Paula Meneses (co-orientadora) pelas suas leituras criticas e pelos importantes contributos ao longo da escrita deste artigo. Um sincero agradecimento à FCT, Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelo suporte financeiro a esta investigação.

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