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www.iptsaoleopoldo.com.br Nº 125 – São Leopoldo – Agosto de 2015

Turma de 1975 “Arrebentou a boca do balão”! O Dia do Ex-Aluno deste ano superou as expectativas, tanto na quantidade de participantes, quanto na qualidade do programa, que deu muita oportunidade a conversas entre os ex-alunos presentes. Realizado em 25 e 26 de abril, na Casa Matriz das Diaconisas, contou com 103 participantes, entre inscritos e assistentes ocasionais numa e noutra sessão. Poucas vezes houve tanta participação ao longo da história da Associação de Ex-Alunos do IPT. Os ingressos no IPT em 1975, liderados por Leni Schneider e Nilvo Fries, fizeram a diferença. Vieram em peso. E trouxeram outros colegas das turmas de 1974, 76 e 77. Muitos deles foram para o Curso Pré-Teológico em Ivoti, quando o IPT terminou e migrou para lá, na virada de 77 e 78. Essa turma programou um jantar de confraternização para sábado à noite, no refeitório do Colégio Sinodal. Por isso a Diretoria da Associação abriu mão de realizar a tradicional “noite de queijos e vinhos”. Fomos

todos confraternizar com os colegas daquela época dos anos 70. Também deu muita força ao evento a participação significativa da turma de 1965. A noitada foi abrilhantada pelo colega Walter Schlupp (1962-67), brindando com modinhas diversas, executadas ao violino, e pela declamação da poesia “Ah, se a saudade matasse”, de Louraini Christmann, a Lola (1976-78). Ela mesma comenta sobre essa poesia: “...lembrando os tempos do Pro, Instituto Pré-Teológico, de onde trago o apelido de Lola”. Muitos dos participantes deste Dia do Ex-Aluno afirmaram que desejam voltar. Vários colegas da turma de 1956 estão se organizando para trazer muitos colegas dos anos 55, 56 e 57, entre os quais persistem relações de amizade até hoje. O exemplo de iniciativa da turma de 75 surtiu efeito. “Estourou a boca do balão!” Carlos F. Reinhard Dreher (1956-61)

Ahhh, se a saudade matasse! Ahhh, se a saudade matasse Mataria a gente Que sente Que foi bom Porque foi na amizade Na solidariedade Na vontade de dar certo Ahhh, se a memória falasse Falaria noite e dia

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Daqueles dias E noites... Daquela saudade Que arrasa Longe de casa

Do jeito que agiu Se ela não tivesse sobrevivido Do jeito que sobreviveu Não teria memória pra falar Ahhh, se a saudade matasse!

Ahhh, se a amizade não fosse Do jeito que foi Se ela não tivesse agido

CHRISTMANN, Louraini. A Vida em Poesia. São Leopoldo. Editora Oikos, 2006, p. 111.

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Notícias sobre o professor Fritz Nestle Nosso colega Eldon Jung (1954 - 59) escreve: Caro Hilmar, entrementes, posso repassar para vocês o endereço solicitado bem como notícias do nosso querido amigo e professor Fritz Nestle, que me foram passados por seu filho, Dr. Nikolaus Nestle. Sinceramente, meu desejo era o de trazer notícias melhores, mas lamentavelmente a forte medicação... deve ter causado todos esses efeitos colaterais, fazendo com que, no ano passado, ele decidisse recolher-se numa casa de repouso. Caro Hilmar e demais ex-alunos e companheiros de longa jornada: a Valéria e eu enviamos a vocês todos um grande abraço, Eldon Eis a troca de e-mails entre Eldon Jung (negrito) e Dr. Nikolaus Nestle, filho do professor: Lieber Eldon Jung, schön, von Ihnen zu lesen. Wie geht‘s Euch allen? Und dem Vater? Uns geht es gut; dem Vater geht es etwas besser als im Januar, körperlich auf jeden Fall, geistig ist es leider unverändert schlecht. An diesem Wochenende findet wieder der Altschülertag in São Leopoldo statt. An dieses Ereignis haben wir sehr schöne Erinnerungen von 2010. Für meinen Vater war es damals sicher einer der Höhepunkte unserer Reise in Brasilien – und Ihre liebe Frau Valeria hat ihm vermutlich das schönste Kompliment gemacht, das man ihm als Lehrer machen konnte, als Sie ihm gesagt hat „Mein Mann und seine Freunde haben von Ihnen eigenständig denken gelernt…” Wir fahren diesmal nicht hin, aber Udo Dengler möchte gerne einen Brief aufstellen für unseren lieben Altlehrer Fritz Nestle und hat mich um seine Postanschrift gebeten. Die Postanschrift umgeleitet:

ist

inzwischen

auf

mich

Dr. Nikolaus Nestle Wibiloweg 2 D-69123 Heidelberg Da mein Vater nicht mehr in der Lage ist, sich um Rechnungen und dergleichen selbst zu kümmern, Primeiros a chegar: Hans Burger, Elfriede Rakko Ehlert, Benno wird alle seine Post von dem Heim, in dem er wohnt, Asseburg, Oswald W. Atkinson e Heinz Ehlert. zunächst zu uns umgeleitet. Wenn ich einen solchen Brief erhalte, werde ich ihm am Telefon davon erzählen und hoffe, dass er wenigstens einen Teil davon verstehen kann. Da seine Sprache relativ stark gestört ist, ist es oft schlecht nachzuvollziehen, wie viel er versteht, wenn man ihm etwas erzählt. Ich habe aber mittlerweile den Eindruck, dass er viel mehr verstehen kann, als er noch selbst auszudrücken vermag, so dass ihn ein solcher Brief trotzdem freuen wird. Besten Dank für diese Bereitschaft und herzliche Grüße an Frau und Kinder Grüße zurück aus Deutschland – auch von meiner Frau, Nikolaus Nestle

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“SE VOCÊ NÃO ASSUMIR...” Penso que já no dia 25 de maio de 1923, ao nascer, HANS GÜNTHER NAUMANN assumiu... Assumiu viver... Assumiu viver do seu jeito bem próprio... Colocar-se à disposição do que fosse necessário... Quando o Praeses Dohms o desafiou, em final de 1949, assumiu... Dohms apenas descobriu a senha: “Se você não assumir...” Hans Günther e Ruth deram a contrassenha: “Assumimos”. No prefácio do livro “Se você não assumir...”, que HGN escreveu para os 100 anos do “Evangelisches Lehrerseminar” (p. 21), se lê: “Olhando, agora, para o meu passado, mais e mais me conscientizo de que o desafio, a partir daquele momento, me acompanhava durante toda a minha vida”. Mas, das conversas que tivemos e de tudo que leio e releio em seu livro, eu sei que não foi só “a partir daquele momento”. Já era algo inerente à sua personalidade. Vejam por que penso assim: 1 Seu pai, Johannes Reinhold Naumann, veio ao Brasil em 1912. Como funcionário do Banco Brasileiro-Alemão, foi transferido para diversas cidades do País para abrir agências bancárias. Na fusão com o Banco Alemão Transatlântico, teve que assumir a gerência em Porto Alegre e lá ficou. Foi demitido quando o Brasil entrou na Segunda Guerra contra a Alemanha. Abriu firma com Rolf Naumann. Viveu até 1975. 2 A mãe, Ida Auguste Bräutigam, trouxe para a família o gosto pela música e regência. O pai de Ida, Joseph Bräutigam, em Remscheid: HGN viu o avô regendo o Remscheider-Männer-Gesangverein. 3 Então: Iniciativa ante desafios de HGN vem do pai. Gosto pela música e regência vem da mãe. 4 A escolaridade: Colégio Olinda/SP, Colégio Farroupilha (Deutsche-Hilfsverein-Schule, em POA), Proseminar (IPT – aos 13 anos), deu-lhe a base para línguas e predileção pelo magistério. 5 Intensa atividade musical com Max Maschler e Walter Hinrichs deu-lhe base musical para tudo mais. 6 Participação na 1ª turma de formação na Escola Superior de Teologia, com Dohms, em 1948. Essa opção foi prioritária para HGN, quando estudava Filosofia e Magistério na UFRGS. Ele acreditava que um bom professor deveria ter boa formação teológica. 7 Magistério: HGN entrou no magistério quando o Brasil foi à guerra contra a Alemanha: Dr. Fausel, levado à colônia penal por ser alemão; Prof. Hinrichs foi mantido limitadamente. Dohms chamou HGN por telefone, em São Paulo, e pediu que ele se apresentasse para lecionar Inglês e Latim no IPT. HGN assumiu... Daí em diante, sempre assumiu seus alunos como amigos... Uma relação pessoal especial definiu muitas coisas na vida de HGN: o encontro com Ruth Müller, no IPT. Quando se viram, assumiram um ao outro. Cartas, escritas em inglês, para que não caíssem na vala da censura antigermânica. Visitas em Joinville e São Paulo. Casamento a 16/07/1949, em Joinville. Família com os filhos Peter, Gisela e Christoph. Mais oito netos e quatro bisnetos. Há muitas iniciativas de HGN a lembrar: reerguimento da ENE, criação da Escola em Ivoti, criação do IFPLA, diretoria da AEAIPT desde a criação, Comissão de Hinário da IECLB etc. Está tudo no livro. Onde entramos Flavia e eu nesta história? Eu observei HGN regendo o coro na igreja em São Léo; cantei junto e assimilei muito da sua regência. Ele foi a Curitiba assistir aos concertos do Festival Internacional de Música e aos concertos da Camerata Antiqua de Curitiba, na qual nós cantávamos. Isso foi em 1977. Lá ele assumiu uma relação de amizade e de intercâmbio musical muito intensa conosco. No seu sepultamento, a 28/06/2015, que oficiei a seu pedido, disse que HGN foi um “Visionário do futuro”. Vi meu querido amigo HGN como alguém que sempre estava à frente de nós, vislumbrando algo adiante. Nos últimos dias, no hospital, ele vislumbrou o que vinha e assumiu... Desejou partir. Deus o tem, eternamente assumindo... Carlos F. R. Dreher

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“Vocês são nós” O reitor das Faculdades EST, Wilhelm Wachholz, recebeu-nos com muito carinho no sábado de tarde e deu-nos as boas-vindas no prédio do antigo IPT, no qual – como disse – “há muita história pessoal inscrita”. Ao agradecer a colaboração, o engajamento e carinho na nossa relação com a casa através do Fundo de Apoio (FAPET) aos estudantes de teologia da IECLB, citou o exemplo de um casal de estudantes que teve um acidente grave de moto e só conseguiu concluir o curso graças ao apoio que vinha recebendo pelo FAPET. Ao voltar para suas comunidades, o casal sentiu-se tão profundamente agradecido pela ajuda recebida, que está agora desafiando suas comunidades, o sínodo e as paróquias de sua região a também entrarem nessa rede de apoio aos estudantes de teologia. Essa dinâmica do testemunho, diz Wachholz, deve valer também para os diversos projetos e ações de sustentabilidade das Faculdades EST. Destacou: o aquecimento de água pelo sol, para eliminar os chuveiros elétricos; as reformas de todas as cozinhas e banheiros com instalação

de novo encanamento duplo para água quente e de água da chuva; geração de energia fotovoltaica; substituição das lâmpadas normais por lâmpadas LED e acessibilidade (elevador para a capela). Frisou que essas reformas e inovações não visam apenas economizar custos, em especial de energia, e prover mais comodidade e segurança aos estudantes residentes, mas contêm uma dimensão didática importante: estudantes, professores e demais funcionários participam do processo de aprendizagem na própria convivência e dinâmica que esses projetos geram no campus e depois vão multiplicar esse aprendizado nas suas diversas áreas de trabalho. Ao concluir, falou do ânimo que recebe pelo apoio de ex-alunos do IPT e convidou-nos a olhar para “o nosso lindo campus”, perceber seus desafios e abraçá-lo. “Nós precisamos de vocês – precisamos de nós. Vocês são nós”. Benno Asseburg (1957-59)

Jubilares Os/as seguintes jubilares, por ano de ingresso no IPT, estavam presentes no Dia do Ex-Aluno e foram homenageados/as em diversos momentos do evento:

De 1945: Oswald Werner Atkinson, Heinz Ehlert e Hans Kress.

De 1955: Hilmar Kannenberg, Herbert Sippert e Ervino Schmidt

De 1965: Ursula Roepke, Elisabeth Pfeiffer Kölln, Hans A. Trein e Hervig Carlos Kanitz. Não estão na foto os jubilares: Ari Goetze, Ezildo Rick, Geraldo Korndörfer, Rubem Wojahne e Wolfgang Erich Trein.

De 1975: Louraini Christmann (não jubilar), Euclides Bugs, Hélio Pacheco, Ernani Parnow, Leni Schneider, Merlinde Maria Nauy e Nilvo Fries. Não está na foto Wilmuth Bücker.

Todos/as foram agraciados/as com um exemplar do livro “O Sol Nasce Para Todos”, de Kurt Benno Eckert. 4

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Mensagens de quem não pôde estar presente De Roswita Schäffer, nasc. Fuchs (1961-67):

que transmita as minhas saudações no dia, se houver oportunidade, e faço votos que o encontro seja Querid@s tod@s neste “Dia do Ex-Aluno” 2015! agradável e frutífero. O tema “água” é realmente Um “alô” amigo e carinhoso neste... do meio da oportuno. Com um abraço para você e todos que se primavera suíça!... Meu abraço é apenas virtual, mas lembrarem de mim, nem por isso menos sincero. Desejo um dia inspirador Gerd Uwe - kliewer@terra.com.br e motivador, com conteúdos enriquecedores, e encontros gratificantes! De Manfredo Siegle (1958-63) : “Na convivência, o tempo não importa; Estimado Carlos. seja um minuto, uma hora, uma vida... O que importa é o que ficou deste minuto, Aproxima-se mais um Dia do Ex-Aluno. Acomdesta hora, desta vida... panho com muito interesse as notícias veiculadas Lembra que o que importa no “Altschülerbrief”. Identifico-me como ex-aluno é: tudo que semeares colherás. e lembro com gratidão do convívio no IPT; são os/ Por isso, marca a tua passagem, as colegas, o corpo docente e funcionários, o espaço deixa algo de ti... físico histórico e marcante, entre muitos outros detado teu minuto, lhes e ofertas de qualidade. da tua hora, do teu dia, Infelizmente não estarei presente em São Leopolda tua vida.” do. Continuo em atividade como assessor pastoral

É assim que percebo meus anos no Pro, da Associação Educacional Luterana BOM JESUS/ seja referente às relações, aos conteúdos ou às IELUSC-Joinville. Vai o meu abraço e a minha saudação aos/às participantes do Dia do Ex-Aluno. Paexperiências. rabenizo seus organizadores pela escolha de um asFiquem com Deus. Fiquem bem. E com meu sunto atual e importante: “Água e Sustentabilidade”. Considero muito procedente e responsável o projeto abraço amigo e carinhoso. relacionado a questões da vida pública. Vale o lema Roswita - roswita05@yahoo.de enquanto processo educativo no nosso IPT: “Não só pensar, mas pensar adiante”. De Gerd Uwe Kliewer (1956-58): Prezado colega Carlos. Obrigado pelo lembrete e o Altschülerbrief. Obrigado pelo seu empenho em manter viva e renovar a AEAIPT! Infelizmente não poderei estar presente no Dia do Ex-aluno, devido à miopatia mitocondrial que se manifestou nos últimos 12 anos e está gradualmente acabando com a minha capacidade de locomover-me por forças próprias. Mas ainda estou em condições de andar em casa e em volta com auxílio da bengala. Não há motivo para autocomiserar-me, informo isso somente para explicar a minha ausência. No mais, a minha saúde é boa, condizente com a idade que tenho, e estou satisfeito e grato pela vida que levo junto à minha esposa Gerhild. Peço Altschülerbrief – Nº 125 – Agosto de 2015

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Pax et bonum. Um fraternal abraço. Manfredo - manfredo_siegle@hotmail.com De Venâncio E. Diersmann (1955-61): Olá, Reinhard: Impossibilitado de comparecer ao significativo evento do Dia do Ex-Aluno, transmito emocionado abraço a ti e, em especial, a todos os jubilares da distante data de 1955. Penso com gostosa saudade naqueles ricos tempos de IPT. O Herbert Sipert, há poucos dias, lembrou-me da data. Passei a ele a incumbência de me representar. Espero que o faça de modo convincente. Saudação, Venâncio - venanciodiersmann@hotmail.com

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“Viver com menos e talvez melhor” Água e Sustentabilidade – Painel e debate

Por que o continente sul-americano é o mais rico do Sinos através do Comitesinos, que foi, no Brasil, em água de todos os continentes no planeta? Quem o primeiro organismo para a gestão de um rio de lançou essa pergunta no início do painel de sábado domínio de um estado do país. foi Arno Kayser (arnokayser.wordpress.com), Os comitês de gestão das águas são as únicas insagrônomo, ecologista e escritor. O giro da Terra de tituições governamentais em que a sociedade civil oeste para leste faz com que as águas e o vento se tem maioria sobre o governo, com 80% dos votos. movimentam no sentido oposto e a cordilheira dos E nisto, diz Arno Kayser, está o desafio posto para Andes vai formando uma barreira para seu represa- todos nós: participar na gestão desse grande bem que mento e sua distribuição no continente todo. É por representam nossas águas. Seja num comitê, seja na isso, diz Arno, que temos tanta água no Brasil e so- comunidade ou num outro organismo. A mudança mos um país com ecossistemas tão diversos na fau- tem que vir de dentro da gente. As tragédias estão a na e vegetação. Mas, quando há abundância de um nos educar. São mais eloquentes que todos os ecolobem, como a água, a tendência é que as pessoas não gistas em conjunto e todos os profetas do apocalipse. zelam no cuidado desse bem. “A água é a base de tudo. E todos têm direito a A água é um dos ciclos mais importantes da vida ela, para o seu desenvolvimento material e espirida Terra. Só existe água no planeta Terra porque es- tual. Sem ela, a gente não sobrevive.” tamos na distância certa do Sol, para que aqui ela Marcos Molz, neto do nosso professor Walter possa se apresentar nas suas diversas formas: gelo, Hinrichs, deu sequência à exposição no painel. Covapor e líquida. nhecedor de outras culturas e de ecovilas em âmbito Eis algumas das consequências de nossa falta de internacional, formado em Biologia, decidiu viver cuidado com a água apresentadas por Arno Kayser: e trabalhar na ecovila mais ativa do sul do Brasil, A destruição da vegetação impede o solo a fazer o no Instituto Arca Verde (www.arcaverde.org), no grande serviço ambiental de reter a água. A mono- município de Taquara. cultura consome muita água, destrói a fauna e tamMarcos nos contagiou com seus depoimentos sobém não deixa a água infiltrar no solo. A enorme bre a experiência do grupo de 15 pessoas que, na poluição gerada pela falta de tratamento adequado Arca Verde, estão tentando viver na prática do dia a do esgoto nas grandes cidades. A grande quantidade dia todos os conceitos de uma vida sustentável em de água gasta na criação de animais em sistemas ul- comunidade. Não concorda que estaríamos vivendo traconfinados. O esgoto com os dejetos animais não uma crise só da água. Estamos em meio a uma crise tratados é de 6 a 8 vezes mais poluente que o dos geral do ser humano, que perdeu sua conexão espiseres humanos. A poluição pela produção industrial. ritual com a Terra. A Terra, segundo a teoria Gaia, é Aqui já houve avanços. Nos últimos 30 anos houve redução de 30% dos resíduos industriais de forma líquida sem tratamento. Toda essa falta de cuidado tem por consequência mudanças climáticas com fenômenos cada vez mais extremos, como temporais violentos, enchentes, cidades de baixo da água, secas, subida do nível dos mares. Isso levou o governo a criar uma política nacional de proteção das águas e instituir a gestão das águas em bacias hidrográficas. Esse Arno Kayser, Marcos Molz e Hilmar Kannenberg movimento começou aqui no vale 6

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um ser vivo, e a água é o “sangue” do seu organismo. É nessa perspectiva que o grupo organiza sua vida comunitária, regendo-se por princípios de diversos movimentos ecológicos da atualidade. O movimento de Ecovilas começou nos anos 1960 e busca soluções locais ao empoderar as pessoas na sua criatividade para que se tornem mais autônomas, responsáveis pelos seus atos e se conectem com a vida. O Movimento da Transição, que começou na Inglaterra, objetiva desafiar as cidades a criar experiências de transição para um modelo de cidade mais sustentável e menos dependente de recursos externos, como o petróleo. Outro movimento pelo qual o gru- Público no painel po procura se orientar é a PermacultuA máxima do grupo é: não trabalhar separados, ra, uma filosofia de trabalhar com e não contra a natureza. Observar a natureza, descobrir suas leis repensar os valores individualistas de consumo e de sustentabilidade da vida e aplicá-las nos pro- desenvolver o máximo de seu potencial para criar jetos de agricultura, arquitetura, administração soluções conjuntas. “O mundo”, diz Marcos, “está num ritmo de suietc. Tem sua origem em iniciativas de ecologistas australianos nos anos 1970, que se basearam no cídio coletivo. Para que consumir tanto? Só vamos modo de vida integrado à natureza das comunida- ficar mais infelizes, mais deprimidos e mais doentes. O que a gente precisa é ter amigos, ter uma vida des aborígenes tradicionais daquele país. Marcos passou, então, a nos mostrar, pelo da- amorosa, ter alimento saudável e saúde, pessoas para tashow, imagens do cotidiano da Arca Verde. A co- trabalharmos juntos e não competir. A gente precisa munidade começou há 10 anos e hoje está instalada de pouca coisa, na verdade. Seguiu-se um rico debate, no qual várias pessoas numa área de 25 ha de Mata Atlântica. O grupo de 15 pessoas vive e trabalha em forma de comunidade. citaram exemplos de ações criativas no campo e na Não há um líder. As decisões são tomadas por con- cidade para economizar água e energia. Parte do debate girou em torno da pergunta lesenso. O objetivo é que cada um possa desenvolver seu potencial, sem competição com o outro, “buscar vantada: Não será a experiência da ecovila do Marvoluntariamente a simplicidade, viver com menos cos uma possibilidade só para poucos? Como vamos e talvez melhor”. Viver em contato muito próximo alimentar as multidões dos grandes centros urbanos em vista de uma população mundial que em breve com as pessoas e com a natureza. A comunidade é autossuficiente em grande parte deve chegar aos 9 bilhões sem a agricultura moderdo que necessita para viver. A cultura dos produtos na? Os dois painelistas foram unânimes ao responalimentícios é feita pelo sistema agroflorestal, que der: Não se trata de simplesmente trocar um modelo era também o sistema dos povos indígenas e que pelo outro. Trata-se do convite para uma mudança preserva o ecossistema da floresta. O adubo utiliza- de paradigma. A conscientização para novos valodo é completamente natural, produzido ali mesmo res de vida deve criar modelos de sustentabilidade por compostagem de restos orgânicos, folhagens da também para as grandes cidades. “O modelo que o floresta e dejetos dos banheiros secos. Para a limpe- Marcos está vivenciando na prática”, enfatizou Arno za são produzidos detergentes artesanais sem ingre- Kayser, “é um germe que pode contaminar toda a dientes tóxicos. Toda água utilizada é reaproveitada. sociedade.” As moradas, verdadeiros objetos de arte, são feitas Benno Asseburg de barro pelo sistema de bioconstrução, com aqueci(1957-59) mento ecológico e telhado verde. Altschülerbrief – Nº 125 – Agosto de 2015

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Culto a distância Liguei para minha mana amada e única. Irmãos, somos apenas nós dois. Ela mora em Tupanciretã, no planalto central do Rio Grande do Sul. Gostamos de compartilhar nossos sonhos, nossos projetos. Neste sentido mandei para ela o endereço eletrônico que dava acesso à transmissão do culto do Dia dos ExAlunos, no dia 26 de abril. Mas meus jovens sobrinhos teriam que lhe dar o devido suporte técnico. Achei isso improvável, pois aos domingos gostam de ficar na cama até próximo do meio-dia. Compreensível. Mas qual não foi minha surpresa quando no meu celular apareceu a mensagem: “Mano, assisti o culto. Foi emocionante! Foi gratificante, também, ver e ouvir você”. Fiquei realmente maravilhado com essa conexão virtual. Ervino Schmidt (1955-60)

Domingo – como sempre – na igreja Depois de uma noitada tão boa com o grupo da Leni, levantamos cedo no domingo para ir ao Cemitério Municipal de São Leopoldo. Levei o Hans Kress e o Hans Burger. Também nos acompanhou o estudante de teologia Evandro Elias, responsável pela “Bücherecke”. Lá encontramos os ex-alunos Gunther Sydow, Dieterico Krause e Rolf Droste na sepultura de seu sogro Präses Herrmann Gottlieb Dohms. Após os abraços de bom-dia, comentamos em alemão o texto das Senhas Diárias previsto para este dia e relacionamos com o momento. Às 9h, após algumas fotos, o grupo se retirou em direção à Igreja de Cristo, satisfeito com o belo momento de celebração. Culto na Igreja de Cristo às 9:30h. Muitos ex-alunos encontram e reencontram colegas. O início do culto com a participação na música do ex-aluno Walter Schlupp no violino, Bernhard Sydow, filho de ex-aluno, no órgão e Darian Weber no clarinete. Hans Alfred Trein como liturgo, Marcos Bechert como pregador, ambos ex-alunos jubilares. O culto foi transmitido via internet para todo o mundo pela equipe da Faculdades EST e, no seu auge, alcançou 45 espectadores. Lembrei de tantos cultos durante meus anos no IPT, onde essa Pregador P. Marcos Bechert igreja estava lotada! A diferença é que nós, alunos, sentávamos lá em cima. As meninas de um lado e os meninos do outro. Assim iniciaram tantos namoros.... Agora sentamos comportados e misturados com os outros membros dessa comunidade. O presidente da AEAIPT, Carlos F. R. Dreher, fez sua saudação. No final do culto (10:40h), os exalunos se apresentaram individualmente perante a câmera e saudaram ex-colegas e parentes espalhados pelo mundo. No mesmo dia e durante toda a semana, exalunos e outros membros da comunidade comentavam e elogiavam o culto e o conteúdo da prédica! Não foi apenas saudosismo. Foi muito mais! Foi a lembrança de uma época muito importante de nossas vidas! Ingrid Garbade Marxen (1959-62) 8

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Na, wie war’s...?! Altschüler/Lehrertreffen – 25./26. April 2015 Auf Deutsch zu erzählen, fällt mir leichter – und alle verstehen’s. Da kamen doch gut und gerne an die 100 Leutchen zusammen. Man erkannte sich sogar. Naja, die Jahrgänge gingen bis in die Mitte des vergangenen Jahrhunderts zurück. Nun fiel mir auf, dass die Zeit wirklich nicht stehen geblieben ist. Da staunten die Jüngeren, von Lehrern wie Soth, Maschler, Fausel, Hinrichs, zu hören, und wir wackelten mit den Ohren, wenn von Ivo Reinhardt, João Alberto Steffen Munsberg, Geraldo Korndörfer, Adair Schwambach oder Germano Brune die Rede war. Aber die haben wir kennen gelernt. Die waren am Abend dabei. Gleichwohl, jeder hatte etwas aus seiner Zeit zu berichten. Komisch – da wird man wieder „Schüler“... Auf dem Nachmittagsprogramm stand: Bis hinauf in den „Olymp“ klettern – haben wir dann schnaufend geschafft –, um die Erneuerung des Dachstuhles zu bewundern. Der „cupim“ muss wirklich gute Arbeit geleistet haben. Eine Etage tiefer: Aus Schlafsälen wurden Klassenzimmer mit großen Fenstern. Sonst alles gut verschlossen – war nicht vorgesehen. Ja, die „saudades“ – schwer übersetzbar – bedeuteten aber nicht „seliges Zurückschauen und Stillstehen“, erwiesen sich vielmehr als Schwungfeder zu neuen Projekten. Das ließen am späten Nachmittag die beiden informationsreichen Vorträge über „Wasser und Nachhaltigkeit“ erkennen. Übrigens, das abendliche Festessen im blumenprankend geschmückten Speisesaal des Sinodal überrundete – wie zu erwarten – den Küchenspeisezettel von Frau Doktor Steinsiek anno dazumal. Den sonntäglichen Kirchgang vom „Spiegelberg“ zur „Igreja do Relógio“ erlebten die meisten, indem sie ihr Auto nahmen, statt wie früher zu Fuß. Kräftige Predigt, großartige Orgelmusik sorgten für ein unvergessliches Ereignis. Nun..., hoffe, im nächsten Jahr – am 23.24. April 2016 – wieder dabei sein zu können. Lasst Euch sehen! Abraços, Dengler’s Udo (1949-52)

“Olymp” em pleno restauro No início da tarde de sábado, fizemos nossa tradicional visita ao prédio do antigo IPT, conduzidos pelo reitor das Faculdades EST, Wilhelm Wachholz. Ficamos todos surpresos com o avanço das obras de restauro. Nosso saudoso “Olymp” – onde ficavam nossas salas de estudo, a biblioteca e espaços individuais para depósito de nossas malas e sapatos – já está com cara nova. Onde um ano atrás víamos vigas inteiras se esfarelando sob os estragos dos cupins com o assoalho carcomido cedendo, foi substituído todo o madeiramento, e o assoalho renovado. Novas paredes de separação ­foram levantadas e o telhado foi isolado con­tra infiltração de água e calor. Por serem espaços menores, irão abrigar no futuro salas para aulas e ensaios de música. No terceiro pi­ so, onde havia sa-

Madeiramento restaurado Altschülerbrief – Nº 125 – Agosto de 2015

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Antigo dormitório, hoje nova sala de aula

las de aula e salas de estudo, quase sem uso pela deterioração, foram criadas oito salas de aula totalmente reequipadas. No entanto, a reforma toda ainda não está concluída. Importante é que o prédio, que poderia entrar em perigo de desmoronamento, já está estabilizado e salvo. Daqui para frente haverá obras mais pontuais e serão necessárias ainda campanhas de doação e recursos para as mesmas. Certo é que o nosso velho IPT vai ficar renovado, com mais vida, inclusive com acesso por elevador – já instalado – até o quarto andar. Benno Asseburg (1957-59) 9

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Ecos de um reencontro gratificante O trabalho de formiguinha de nossa colega Leni Schneider no apoio à organização deste Dia do Ex-Aluno, ao navegar incansavelmente pelo Face para convidar os/as colegas dos anos 70, fez com que acontecesse essa “magia”. Constatem nos ecos do encontro que chegaram até nossa redação. Euclides Bugs: Sou ex-aluno do IPT “Pro-Seminar”, turma de 1972-75. Em dezembro de 2014, falando via Facebook, bati papo com a Leni Schneider e ela me contou que estava organizando o encontro da turma de 1972 para abril de 2015. Se eu não gostaria de participar dessa experiência. Nem pensei muito. Falei eu vou, e fui. Conversa boa na roda de chimarrão Moro atualmente em São Paulo. Pensei: uma hora e vinte de avião, mais 30 minutos de trem, À tarde, reunimo-nos numa roda de chimarrão mais 10 minutos de taxi, e lá estarei junto aos meus no local onde era o círculo do arremesso de peso. amigos. Todos falamos das nossas famílias, experiências e vivências. O que me deixou muito feliz foi que todos nós continuamos, de alguma forma, ligados à nossa igreja e a algum trabalho social. Ninguém está rico, pobre, miserável. Estamos bem, inclusive espiritualmente. Pena que alguns colegas já partiram para os braços do pai. No culto do domingo, ministrado pelo pastor Marcos, recebemos a bênção para voltar ao nosso lar. Quero parabenizar a Leni, organizadora, que não mediu esforços para possibilitar esse reencontro. Podemos dizer que, graças a Deus e ao Facebook, conseguimos nos reuErnani Parnow, Leni Schneider, Merlinde Nauy, Louraini Christmann e nir. casal Wilmuth Bücker Foi emocionante, reconfortante. Abraços, Cheguei no sábado para o almoço e fui para o Euclides quarto, que me foi destinado, só para largar a mala. Pois estava ansioso para encontrar logo meus amiGeraldo Korndörfer (1965-71): Muito obrigagos que já estavam reunidos na sala do encontro. do, Leni, pela oportunidade de rever tantas pessoas Acabou a reunião, e eu no refeitório almoçando, sen- que foram parte importante de minha vida. Fico realtia a ansiedade aumentar para ver quem encontraria. mente grato a você pela bela organização. Um abraOba, apareceu o pastor Valmor, pastor Marcos, ço, Leni, na esperança de que possamos nos reenpastor Kanitz, o “Pachequinho”. E outros foram che- contrar mais seguidamente. gando. Grande alegria rever todos, professores Ivo, “Muns” – Steffen Munsberg, Zé e outros. 10

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Reconciliação Quebrou-se o braço Que abraçava o todo? Rasgou-se o laço Que enlaçava tudo?

Esposa de Edu Lenz, Valmor Haag, Euclides Bugs e Nilvo Fries

Valmor Haag (1973-78): O melhor momento foi reencontrar amigos e colegas de outros tempos. E foi muito bom termos tido um momento para conversar (na rodinha no pátio) e cada um contar um pouco de sua história. Clovis Gastão Christmann (1971-76): Também gostei muito desse reencontro. Edu, Euclides, Nilvo, Parnow, Luterio – desde final de 1976 não nos encontrávamos... “Pregão” – Luiz Felipe Nagel, “Sapo” – Délio Roloff, “Caximbo” – Wilmuth Bücker, Leni, Merlinde, Carin, “Prima Lola” – Louraini Christmann, há menos tempo... mas foi muito bom! Parabéns, Leni, por teres nos proporcionado esse reencontro. Vamos ver se no próximo reencontro eu possa te ajudar e trazer mais colegas dos anos 70. Nelson Moura (1973-76): Olá, Leni, parabéns pela organização do evento, pois, pelo que estou acompanhando no Face, foi coroado de sucesso. Infelizmente não pude me fazer presente por já ter assumido compromissos anteriormente. Mas gostei muito de ver as fotos dos colegas do IPT, sempre é muito bom relembrar o passado, mesmo que seja através de fotos. Faz alguns anos que não recebo mais o jornal dos ex-alunos, se puderes providenciar que eu volte a recebê-lo, te agradeço.

Rompeu-se o vínculo Que vos vinculava Que veiculava O abraço amigo O laço antigo Que tanto segurava E abraçava E enlaçava...? E daí? Quebrou? Cola! Rasgou? Enrola e ata! Reata relações! Resgata emoções! Desata tensões! E enlaça de novo! Abraça! CHRISTMANN, Louraini. Celebrando em Poesia. São Leopoldo. Editora Oikos, 2008, p. 103.

Euclides Bugs (1972-75): Você foi incansável para que essa magia acontecesse. Wilmuth Bücker (1975-76): Um encontro fantástico, com muitas lembranças, pena dos que faltaram. Altschülerbrief – Nº 125 – Agosto de 2015

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Clovis Christmann, Carin Tornquist, Ernani Parnow, Leni Schneider e Merlinde Nauy 11

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Noitada de sábado – cheia de surpresas dor tivesse som, com certeza, sairia Já sabíamos que esta vez não com a voz embargada de emoção! iria ter o tradicional “Queijos e ViNum toque de mágica – mesmo nhos”, que esse seria substituído o tempo tendo se encarregado de fapor um jantar festivo no refeitório zer cada um trilhar o seu caminho, do Colégio Sinodal. Mas, que surtalvez, tendo driblado sofrimentos, presa, ao sermos recebidos num alegrias e conquistas, transformando ambiente aconchegante, decorado cada um no que é hoje – o tempo e com muito carinho, excelente buffet a distância se apagaram! Ali estávae – sobretudo – num clima de alemos nós, olhos marejados e arregagria pelo reencontro, com mais de lados, emoção à flor da pele, muita 100 pessoas acomodadas nas mesas alegria a cada rosto identificado! do amplo restaurante. Pedimos à arMuitos colegas vieram! Alguns tífice dessa bela surpresa contar-nos não puderam vir, mas participaram um pouco das suas emoções e sencom mensagens, e com a promessa timentos ao convidar seus ex-colede no próximo ano estar presente. gas e organizar essa extraordinária Conversamos muito, rimos muito e noitada. E eis que ela, com toda a não deu tempo suficiente! Creio que sua criatividade, compôs mais um brinde, desta vez a todos os leitores Leni Schneider: “eu era muito tímida” o encontro nos proporcionou conversarmos mais do que todo o tempo de do Altschülerbrief: internato, em alguns casos! Professores vieram, foi com alegria enorme que 40 ANOS... Sem o melhor bolo de confraternizamos e partilhamos. Como forma de aniversário! gratidão e reconhecimento, presenteamos um cacto a cada um – amável doação do ex-colega Ingo Horst, Sim, 40 anos se passaram! que não pode estar presente. O colega mais idoso e Comemorar? Não! Para quê? as “meninas” da década de 70 também foram agraAh! Mas aniversariar é bom! ciadas com um cacto. É preciso comemorar! Aniversário tem bolo! Resgatamos a receita do Mas quem vem? “melhor bolo” de aniversário. O bolo de aniversáAlguém precisa motivar! rio que recebíamos no IPT. Recebíamos! Muitos não Alguém? Sim! Mas quem? recebiam! Não recebiam porque aniversariavam nas Acredito que tenha que ser... Pois é! Mais uma vez assumi! Porque alguém precisa fazer! Foram meses de busca, verdadeiro garimpo na procura dos colegas! Foi extremamente gratificante! A lista à frente e buscando nome por nome – só que a lembrança da fisionomia fugiu! O tempo apagou! Também, 40 anos se foram. Os primeiros cumprimentos foram tímidos! TíJantar no restaurante do Colégio Sinodal midas lembranças, acanhados “oi” – se o computaférias! Então? Eles também merecem um bolo de aniversário, mesmo que 40 anos já tenham se passado! Assim, cada um recebeu seu bolo de aniversário! Bolo para matar a tristeza, já apagada pelo tempo, de nunca ter recebido um bolo só seu. E os outros receberam um para matar a saudade, saudade do gosto, do cheiro do bolo que já foi o melhor do mundo! Nem tudo aconteceu como havia sido planejado, mas tudo saiu da melhor forma possível. Isso porque muitos ajudaram e não mediram esforços para que a noite fosse o mais agradável possível. E, agradecendo ao Walter Schlupp que amavelmente nos brinMerlinde Nauy, Leni Schneider, Carin Tornquist, Louraini dou com belas músicas ao som do violino, estendo Christmann e Silvia Genz

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o agradecimento a todos que foram muito queridos. Foi assim que nos despedimos, cada um levando Muito obrigada! na sua bagagem um bolinho feito de enormes porções de amizade, doses de compreensão, pitadas de paciência, de humildade, farto doses de alegria, esperança e ternura – um brinde envolto com muito amor e carinho. Que bom ter tido a oportunidade de mergulhar nas nossas vivências, resgatar memórias, reinventando o nosso futuro com mais alegria e com esperança renovada. Obrigada por fazerem parte da minha vida! Ingrid E. Marxen, Arteno e Rosalie Spellmeier, Hildburg Schiemann, Dorothea Jucksch Wulfhorst e Ingo Wulfhorst

Leni Schneider (1975-77)

Abrindo um segredo de 70 anos Em abril próximo passado, tive a oportunidade e, ao mesmo tempo, a felicidade de participar do Dia do Ex-Aluno no IPT, pela primeira vez, após 70 anos de minha entrada no PRO. Como sempre viajava muito a serviço pelo mundo, nunca antes tive oportunidade para participar do “nosso dia” e sempre ficava curioso para saber quem dos meus colegas da época ainda estaria presente e como ele se apresentaria depois de tantas décadas. Eis que enconatrei apenas um dos meus colegas de classe, o Manfred Hasenack, durante o culto na igreja, oportunidade em que, muito rapidamente, revivemos alguns momentos da época. Confesso que me surpreendi com a organização perfeita do evento e de poder conhecer “novos“ ex-alunos, de anos mais recentes, com os quais tive a grata satisfação de compartilhar todos os atos vividos. Portanto parabéns aos organizadores, que se esmeraram muito em nos receber e conosco reviveram o passado feliz em que nos encontrávamos naquela época. Por oportuno desejo fazer referência a um episódio que me marcou quando estive na penúltima série, e do qual me lembrei, exatamente durante a visita ao túmulo do Präses Dohms e de sua esposa, cujo relato segue abaixo: Todas as 4ªs feiras, à tarde, os alunos do PRO podiam ir à cidade para se divertir, passear e conhecer outras pessoas. Assim, foi por acaso, numa dessas tardes, que conheci uma moça, muito linda e simpática, filha de um dentista, com a qual mantive amizade durante um bom tempo. Mas ela era católica e isso implicava “administrar” a nova situação com muito cuidado. Mesmo com todo o cuidado, o fato chegou aos ouvidos do nosso estimado Präses. E ele não teve dúvidas de redigir correspondência aos meus pais para que me retirassem do educandário alegando “Ungesundenen Übermut”. Minha mãe, uma senhora muito religiosa, ficou intrigada com essa alegação Altschülerbrief – Nº 125 – Agosto de 2015

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e me perguntou, quando estava de férias em casa, o que viria a significar esse tal de “Ungesundener Übermut”. Respondi que não saberia lhe informar, a menos que fosse a amizade estabelecida com a moça católica. Aí ela respondeu ao Präses que não estava vendo a necessidade de me retirar da escola, visto que, na infância e juventude, moços e moças poderiam estabelecer amizade, sem com isso afetar situações constrangedoras. Resultado: o Präses Dohms me “convidou para uma reunião em seu escritório”, fazendo me ver que não seria conveniente a continuidade de nosso relacionamento amigável, principalmente por se tratar de pessoa com outra religião. E me fez prometer que encerraria meu “namoro” com ela. O que tive de aceitar e cumprir. Anos mais tarde, em conversa com minha irmã Lieselotte, residente em Gramado, comentei esse episódio, inclusive dizendo o nome da moça, Lourdes Kirschner. Qual não foi seu espanto, pois ela a conhecia e me disse que era pessoa muito ativa na igreja luterana, casada com o Petroll, irmão do Roland, meu grande amigo naqueles dias do PRO. Isso me fez pensar que se, por acaso, eu me tivesse casado com ela, também trataria de trazê-la para nossa igreja. E, nesse pensamento, durante a reunião à frente do túmulo, resolvi abrir esse meu “segredo”, guardado durante os 70 anos, desde a entrada no PRO. Fiz isso na presença do Rolf Droste, genro do Präses Dohms, aí também presente. E mais, pude “ver em espírito” o sorriso do nosso Präses, com seu olhar perspicaz, dando a mão à palmatória, pois conseguimos trazer para nosso meio uma pessoa tão boa quanto nós também cremos que o somos e que infelizmente já não mais está conosco, como também o seu marido Petroll. Guardei essa ocorrência como uma das melhores lembranças da época do IPT. Hans Kress (1945-47) 13

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Flashes da Assembleia Prof. Germano Brune homenageado Expressar reconhecimento a um docente que foi marcante na vida de muitos alunos e alunas, exatamente em um momento em que a educação no país não vai bem, reveste-se de grande importância. Que nosso homenageado possa servir de inspiração a futuras gerações! Prof. Brune atuou no IPT nos anos 69/70, 72 e 74/75. Lecionou Ciências, especialmente Matemática. Ex-alunos seus, presentes à homenagem, expressaram sua admiração pela maneira brilhante com que Ingrid Marxen com o quadro do prédio do IPT para o homelhes apresentava a matemática como ciência precisa nageado, casal Brune e o presidente da Associação, Carlos e exata. Lembraram, também, que ele costumava in- Dreher. sistir que pastor e professor não podem apenas ser profissionais. Devem, antes de tudo, ter vocação! Após esses depoimentos, o homenageado contou da sua vida. Mencionou que já seu pai fora professor, mas, para garantir o sustento da família, precisou ser, ao mesmo tempo, agricultor. Lembrou, então, o período árduo do seu próprio estudo. Muita perseverança foi necessária! Como professor, praticamente dedicou sua vida à atividade docente no Morro do Espelho. Comovido, o Prof. Brune agradeceu pela homenagem. Sob caloroso aplauso, recebeu de nossas mãos um quadro com uma representação artística do prédio do Instituto Pré-Teológico. Professor Brune e esposa

Do debate para a ação Apoio a projeto de sustentabilidade Quem acompanha a vida da Faculdades EST sabe que essa sempre procura oferecer as melhores condições de trabalho a estudantes e professores. Por Hilmar Kannenberg (1955-61), presidente do Conselho Administrativo da instituição, fomos informados sobre novos projetos em elaboração, que, além de contribuir para futuramente aliviar o orçamento da instituição, podem vir a ser um exemplo de preservação de recursos naturais. Um dos projetos em questão – talvez o de maior impacto para o convívio dos estudantes e professores – consiste na instalação de painéis solares para aquecimento de água no prédio onde moram estudantes e na produção de energia fotovoltaica. É aqui que queremos cooperar. Reunidos em assembleia, levamos o 14

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debate sobre sustentabilidade do dia anterior para a ação e decidimos que a Associação dos Ex-Alunos do IPT, de imediato, repasse 10 mil reais para esse projeto. Deixamos em aberto a possibilidade de outra contribuição mais adiante, no mesmo valor, consideradas as condições da Associação e as necessidades que então tiver o projeto. Assumimos, além disso, deflagrar uma campanha “Doe Lâmpadas LED” para a sustentabilidade do campus da Faculdades EST. Pode-se dizer que os desafios foram assumidos com entusiasmo pelos ex-alunos presentes na assembleia. Mãos à obra, portanto! Ervino Schmidt (1955-60) Altschülerbrief – Nº 125 – Agosto de 2015

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Ilumine os caminhos da EST! O reitor Wilhelm Wachholz recebeu com satisfação a notícia de que os ex-Alunos do IPT decidiram apoiar as ações da EST em relação ao cuidado com o meio ambiente. Depois da restauração interna do prédio histórico tombado do IPT com a recuperação de belas salas de aula e, sobretudo, do telhado, que ameaçava ruir pela ação dos cupins, surge a reforma do prédio “S”, onde moram estudantes. Os banheiros e as cozinhas coletivas estão prontos!

Agora vem o aquecimento da água por energia solar. Depois segue o projeto “Ilumine os caminhos da EST”, que consiste na instalação de energia fotovoltaica e de lâmpadas LED dentro dos prédios e no campus. E é aqui que os ex-alunos querem se engajar: campanha de energia alternativa e redução drástica do consumo através de lâmpadas LED. Exemplo: uma florescente de 40 W passa a consumir 18 W, e isso sem reator e sem gerar raios UV! Prepare sua doação e ilumine os caminhos da EST! Doações para: AEAIPT, Bradesco, Ag. 2969; cc 50-7, com envio de e-mail para g.sydow@yahoo.com.br, comunicando o valor da doação. Dúvidas: g.sydow@yahoo.com.br ou: dezir@est.edu.br Hilmar Kannenberg (1955-61)

Membros da diretoria no ato simbólico da entrega de uma lâmpada LED ao reitor Wilhelm Wachholz

O FEPET mudou de nome, mas permanece o mesmo A denominação FEPET (Fundo Especial para Estudantes de Teologia) mudou para: FAPET (Fundo de Apoio para Estudantes de Teologia). Tudo que entra na conta da nossa Associação é destinado ao apoio de estudantes da EST provenientes da IECLB, com exceção dos gastos para impressão e postagem do Altschülerbrief – se não patrocinado –, da campanha “Ilumine os Caminhos da EST!” (Aquisição de lâmpadas LED) e da parte financeira da Associação. A Associação repassa R$ 1.000,00 mensais ao FAPET. Gunther Sydow – tesoureiro (1949-55)

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VOCÊ VISITA NOSSO SITE REGULARMENTE? Ou esquece o endereço e só entra quando mando notícias? Uma dica para deixá-lo sempre à mão: • Abra o endereço www.iptsaoleopoldo.com.br • Na primeira linha horizontal superior tem “Favoritos” ou o símbolo de uma estrelinha • Clique e selecione “Adicionar página” e, em seguida, na pasta “Barra de Favoritos” e concluir. • Pronto, sempre que quiser visitar é só clicar no endereço ali em cima. Gilberto Winter (1968-69)

PRÓXIMO DIA DO EX-ALUNO – ALTSCHÜLERTAG

Nos dias 23 e 24 de abril de 2016 Anotem – Reservem – Compareçam – Convivam

 ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IPT

PRESIDENTE: CARLOS F. R. DREHER – TEL.: (51) 3019-3633 / 9222-0104 – carlosdreher25@gmail.com  REDATOR ad hoc: HANS BENNO ASSEBURG – RUA NITERÓI, 79 – 93120-030 SÃO LEOPOLDO/RS – TEL.: (51) 3568-1702 / 8226-2293 – bennoasseburg@gmail.com  TESOURARIA: GUNTHER SYDOW – RUA WALTER LAMB, 115-301 – 93040-250 SÃO LEOPOLDO/RS – g.sydow@yahoo.com.br COMPOSIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: EDITORA SINODAL, C. P. 11 – 93001-970 SÃO LEOPOLDO/RS

IMPRESSOS

PORTE PAGO DR/RS ISR/49/480/81

REMETENTE: ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IPT – TV. DOS IMIGRANTES, 15 – 93037-115 SÃO LEOPOLDO/RS

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