MAIOR DE 60 FEVEREIRO 2018

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FEVEREIRO DE 2018 Ano 11 - Nº 124

CADERNO BICHOS DE ESTIMAÇÃO

INFORMATIVO

A Cãominhada de Picada Café

ATAPNH - Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Novo Hamburgo

Veja as fotos da Cãominhada realizada no dia 4 de fevereiro, no Parque Histórico Municipal Jorge Kuhn, em Picada Café.

Página 6 do Caderno Bichos

Páginas 4 e 5

Alimentos convencionais, orgânicos, hidropônicos e transgênicos, qual a diferença? Por: Rodrigo Souza Santos Biólogo, D.SC. em Agronomia, Entomologia Agrícola e Pesquisador da Embrap Acre

A forma como os alimentos que ingerimos foram produzidos determinará quão saudável eles serão. Assim, a frase de Hipócrates, considerado o pai da medicina, “Que teu alimento seja teu remédio”, está cada dia mais atual.

A alimentação está intimamente relacionada com a saúde das pessoas. A falta ou excesso de nutrientes pode causar disfunções orgânicas, portanto, devemos privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade de alimento consumido diariamente. Uma alimentação saudável ultrapassa o âmbito apenas da ingestão dos nutrientes necessários para as funções metabólicas do corpo (proteínas, carboidratos, vitaminas, sais minerais e lipídeos), passando para a qualidade do alimento, o que remete ao sistema de cultivo utilizado. Dentre os sistemas utilizados na produção de alimentos, podemos citar o convencional, orgânico, hidropônico e o transgênico. Muitas vezes o consumidor pode se confundir pela falta de informações a respeito desses sistemas de produção e o que isso implicará na qualidade do produto final.

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OPINIÃO

O

Cumôia!

Un alemonsinho tisgutia com o bái, inzisdindo que 1+1 era iqual a 11. O bái olhô o birú, têu drêis pila e tís: - Endôn vai gombrá tois picolé! O curí foi e voldô gon os tôis. Tái o bái tís: - Tá um brá min e o ôdro brá muti. O filho bergunda: - Máiz e eu, pápa? - Du chupa os ôdro nove que zopráron, picho deimôsso!  Tuas mêtchia gue fassían aniverzário na mêsma zemãna ton gonverzãndo: - O gue du vai betí te capótstach? - Un pop, uma póla e un chôgo te chipchia brá pringá na areia. E dú? - Eu vo betí un abzorvênt. - O gue é isdo? Bergundô, chá zendindo gue a amíca zapía maiz gue él. - O gue é eu non zêi. Maáiz na develissôn tis gue gon isdo a chênde bóde antá te biziglét, natá, mondá gaválo, tanzá...  Uma metchia gomênda maravilháta brá muti: Cúc mol, a zêda, un dezíto ton ingrível é fornezído bor un verme ton inzignificãnt. - O gue é isdo, minha filha, non fála azín do deu bái!  Tois birú ton gonverzãndo na zaíta ta esgóla e un tís: - Meu bái tís gue é melhoa tá, to gue recepê! Ele é evanchélico? Non, é lutatoa te póx!  A mãe bergundô brá metchia onde ela dáva. No guárdo, muti. Pringando te tôcta gon o Chuônchia. Main Cott! Te mético? Teu un crito e guásse gaiu ta gatêra. Ach, muti. Ele era mético to SUS e nen me adendêu!

Naufrágio à vista!

presidente Michel Temer disse a aliados que, por ele, a reforma da Previdência irá a votação em fevereiro, mesmo diante de um risco de derrota. Em sua avaliação é preciso "enfrentar" o tema e mostrar a posição de cada um em relação à medida. "O presidente afirmou numa reunião, que tem de votar em fevereiro, que temos de enfrentar essa pauta, mostrar que o governo quer aprovar a reforma", afirmou o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP). Segundo assessores, a disposição do Palácio do Planalto é votar mesmo com risco de derrota, porque é preciso "virar essa página". Uma estratégica saída pela tangente! No entanto, a decisão sobre se o tema irá para a pauta é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem dito que só colocará a reforma em votação se tiver segurança de que há chances de aprovar a medida. O representante governista, Beto Mansur, reconhece que o governo ainda não tem todos os votos necessários para aprovar o texto, mas disse que o presidente ainda não entregou os pontos. "Ele quer aprovar, quer votar mesmo em fevereiro, e fará uma ofensiva nos próximos dias para tentar convencer deputados", afirmou o vice-líder. Ou seja, uma clara justificativa para os reais interessados na reforma! Na avaliação de assessores do governo, uma parcela da base aliada torce para que o governo desista da votação porque essa seria a melhor solução para eles. Neste cenário, não correriam o risco de se desgastar junto à sua base eleitoral e também não poderiam ser apontados como "irresponsáveis" do ponto de vista fiscal por terem votado contra a proposta. É a falta de comprometimento de quem tem o dever de fazer as leis no país! A pauta da reforma previdenciária não sai de cena! O tema é tão relevante que o chefe do Exe-

cutivo federal ‘conquista’ espaços generosos na mídia para continuar a falaciosa campanha favorável à aprovação da reforma! Certamente, o mercado financeiro – o grande beneficiado com a reforma nos termos atuais – aumentou a pressão junto ao Palácio do Planalto para que as regras sejam aprovadas! Contudo, os manejos do governo Temer mostram que a possibilidade dos parlamentares federais aderirem à ideia da aprovação da PEC 287 A resta cada vez menor! Oxalá, que o ‘barco da reforma’ seja levado para bem longe, com as bênçãos de Nossa Senhora dos Navegantes, a mãe Iemanjá!

Nosso Jornal também está à disposição nas Tabacarias:

CLOSSÁRIO Abzorvênt absorvente Bái - pai Birú - piru Biziglét - bicicleta Capótstach aniversário Chipchia - pazinhas Chuônchia Joãozinho Crito - grito Cúc mol - veja só

Cumôia - bom dia Deimôsso - teimoso Develissôn televisão Dezíto - tecido Drêis - três Gatêra - cadeira Lutatoa - lutador Mêtchia - meninas Mondá - montar Muti - mãe Natá - nadar

Póla - bola Pop - boneca Póx - boxe Pringando brincando Tanzá - dançar Tisgutia - discutia Tôcta - médico Zaíta - saída Zêda - seda Zopráron sobraram

Novo Hamburgo

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Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

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GERAL

Produção de alimentos e suas técnicas O sistema de produção convencional de alimentos implica na utilização intensiva de insumos e tecnologias agrícolas (agrotóxicos, fertilizantes químicos, mecanização, etc.), geralmente utiliza grandes áreas agrícolas e prevalece o regime de cultivo de apenas uma cultura (monocultivo), com ênfase na produtividade em larga escala. Essa prática leva à obtenção de alimentos mais “padronizados” (ex.: peso, tamanho de fruto, coloração, textura do alimento, etc.), produzidos para atender uma grande demanda nacional ou internacional, tendo como exemplos clássicos a soja e o milho. A principal desvantagem do sistema convencional é a utilização extensiva de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças nas culturas. Mesmo após o período de carência, resíduos dos defensivos permanecem nos alimentos que, quando ingeridos, podem desencadear desde pequenas alergias até mesmo desenvolver doenças mais graves em longo prazo, como o câncer. O risco de contaminação do agricultor e do meio ambiente também é elevado, além do fato de as pragas se tornarem resistentes às moléculas químicas utilizadas, sendo necessária a aplicação intercalada de diferentes tipos de agrotóxicos (rodízio). No CULTIVO ORGÂNICO os alimentos são produzidos em sistemas de produção nos quais não são utilizados fertilizantes, agrotóxicos e transgênicos. A agricultura orgânica possui como base os princípios agroecológicos, como o uso saudável e responsável da água, do solo, do ar e dos demais recursos naturais. Utiliza emprego de rotação de culturas, cobertura verde, compostagem, métodos culturais, biológicos e físicos para o controle de pragas e doenças, visando impactar minimamente o ecossistema e seguir práticas sustentáveis. Nas propriedades orgânicas, geralmente atua a mão de obra familiar e procura-se diversificar a produção de espécies vegetais e animais e, dessa forma, criar ecossistemas mais equilibrados para manter a biodiversidade na área. Assim, quando comparados aos alimentos convencionais, os orgânicos são mais saudáveis, pois não apresentam resíduos de agrotóxicos. No entanto, no Brasil, os alimentos orgânicos ainda são produzidos em escala reduzida, apresentam um preço final mais elevado ao consumidor e há pouca demanda, embora esta esteja em franco crescimento. Há também, dentro da agricultura orgânica, uma classificação de ALIMENTO ORGÂNICO, ALIMENTO COM INGREDIENTES ORGÂNICOS E ALIMENTO NÃO ORGÂNICO. Para ter o nome “orgânico” ou “produto orgânico” no rótulo, o alimento

deve conter, no máximo, 5% de ingredientes “não orgânicos” (ou seja, 95% de sua composição provêm de ingredientes orgânicos), exceto ingredientes que estejam proibidos pelas regras da produção orgânica. Os “produtos com alimentos orgânicos” são aqueles que possuem em sua composição, no mínimo, 70% de ingredientes orgânicos e até 30% de não orgânicos. Os produtos que tenham menos de 70% de ingredientes orgânicos na sua composição não podem ser certificados como orgânicos. Na HIDROPONIA os alimentos são produzidos em ambientes protegidos (estufas), onde não há uso do solo. Geralmente são cultivadas hortaliças nesse sistema, produzidas no interior de tubos plásticos perfurados, sendo alimentadas com uma solução nutritiva (água + adubos químicos). Caso haja necessidade, o agricultor hidropônico pode utilizar agrotóxicos no controle de pragas e doenças. Alguns trabalhos científicos demonstram que, nos alimentos hidropônicos, há uma alta concentração de nitritos e nitratos, que são substâncias tóxicas para os seres humanos. Os ALIMENTOS TRANSGÊNICOS, por fim, são aqueles que, mediante técnicas de engenharia genética, contêm material genético de outras espécies de organismos. Geralmente inserem-se na planta-alvo genes de interesse (ex.: genes que conferem resistência a doenças, pragas e à seca, etc.), entre duas espécies diferentes. Transgenia é diferente de melhoramento genético que utiliza técnicas de seleção e cruzamento, procurando aumentar o número de características favoráveis em uma cultivar ou animal. Uma grande parte da soja e do milho produzido atualmente no Brasil é transgênica. Isso implica em alimentos que contêm ingredientes transgênicos, comumente encontrados em supermercados, mas, que a maioria da população desconhece (ex.: óleo de soja, batata frita, maizena, etc.). Pelo fato de muitas variedades transgênicas serem mais resistentes a agrotóxicos, como forma de aumentar a eficiência do controle de pragas e plantas daninhas, essas podem apresentar como desvantagem uma maior quantidade de resíduos de agrotóxicos. Além disso, ainda não há estudos pormenorizados, em longo prazo, que demonstrem que o consumo de alimentos transgênicos é totalmente seguro à saúde das pessoas. Numa visão holística, uma alimentação saudável ultrapassa o limite de ser equilibrada e nutritiva. A forma como os alimentos que ingerimos foram produzidos também determinará o quão saudável eles serão. Assim, a frase de Hipócrates, considerado o pai da medicina, “Que teu alimento seja teu remédio”, está cada dia mais atual. Fonte: Jornal Dia de Campo www.diadecampo.com.br


Os associados que representaram a ATAPNH no 12ยบ Baile Estadual do Aposentado da FETAPERGS, ocorrido na Sociedade Cultural Esportiva de Feliz, no dia 24 de janeiro.


MAIOR DE 60 | FEVEREIRO DE 2018 | 5 PALAVRA DO PRESIDENTE Caros amigos Agradeço aos associados que participaram, no dia 24 de janeiro de 2018, do 12º Baile Estadual do Aposentado, onde se comemorou os 33 anos da FETAPERGS (Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul), realizado na cidade de Feliz. Meu agradecimento especial aos casais associados e às senhoras, que são maioria nos eventos e ao nosso jornal Maior de 60, que sempre nos prestigia com sua presença, divulgando a ATAPNH (Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Novo Hamburgo), o que já nos deu repercussão estadual e nacional. No dia 5 de fevereiro de 2018, participamos de uma audiência pública sobre o impacto da reforma da Previdência na vida dos trabalhadores aposentados. O evento aconteceu às 13h30min, no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e o palestrante foi o Prof. Me. Thales Viegas, coordenador do Curso de Economia da UFSM – Palmeira das Missões. Agradeço a todos que participaram das palestras, que foi de grande valia aos nossos interesses e trouxe maiores entendimentos sobre a Reforma da Previdência.

Alzenir Santos Pereira, nasceu

em 30.03.1963, em São Vicente do Sul. Viúva, é mãe do Cauê e Cainã, veio para Novo Hamburgo, com 15 anos, em 1978, para morar com seus três irmãos. Fez o Ensino Médio no Colégio 25 de Julho e trabalhou paralelamente na Livraria Kakos, na Comoto e depois Calçados Sissi. Hoje, aposentada, trabalha na área de Turismo. Em março inicia um curso de Eletricidade Básica Predial e Residencial para atender a grande demanda de pequenos consertos residenciais. Na Associação faz aulas de ginástica, yoga e dança do ventre. Entre seus passatempos preferidos estão caminhadas, artesanato com costura, filmes e leitura, além de encontros com amigas.

Idaílton Alexandre Velho Presidente

Fevereiro/2018

4200

Associados

ASSEMBLEIAS De março a novembro

Ademar Garces | Clacy Norma Metzger | Eldo Frank | Filomena Francisco de Souza | Liria Helena Marinowic e Maria de Lourdes de Oliveira Duprat Nossos sentimentos aos familiares e amigos!

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Sempre na última quinta-feira do mês às 14h30min


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GERAL

Leandro Minozzo CREMERS - 32053

Após mais de uma década vivendo num cenário econômico favorável, com desemprego em queda e forte aumento do consumo, vivemos agora um momento de dificuldade. E o que isso tem a ver com a sua saúde? Acredite: muito mais do que você possa imaginar! Com esse cenário no qual a economia e a política nos assustam, percebo muita gente amar-gurada. No consultório, tenho conversado com pacientes jovens que relatam medo, ansiedade e até mesmo desesperança ao verem seus planos terem que ser revistos. Já nos casos dos mais experientes, antes percebia mais tranquilidade, porém, mais recentemente, vejo que até eles estão tristes e sofrem muito com as consequências da crise e da falta de opção. Para aqueles que já não vinham bem de saúde, a sobrecarga de estresse oriunda da falta de recursos e das notícias pode piorar e muito indicadores importantes, como o peso corporal, os níveis de pressão arterial e a liberação excessiva do hormônio cortisol. Como essa “negatividade” vem rondando os bate-papos e perseguindo os brasileiros há pelo menos seis meses, já começam a surgir casos reais de adoecimento – o que torna a possibilidade de recuperação financeira dessas pessoas ainda menos provável!

Não adoeça em tempos de crise! Pesquisas comprovam que passar por crises financeiras pode ser extremamente prejudicial à saúde. Veja o que gregos e argentinos têm a nos mostrar e quais caminhos seguir.

E ao falar em crise, fica difícil não trazer a Grécia para o assunto. Há pouco tempo, tentaram usar por lá a política de austeridade, com corte dos serviços oferecidos à população e tiveram uma crise ainda maior. Nos últimos anos, algumas interessantes pesquisas foram publicadas justamente comprovando o impacto negativo da crise econômica grega na saúde de sua população. Elas demonstraram que a saúde mental tem piorado e, o que pode acontecer por aqui também, a adesão (= fidelidade) aos tratamentos despencou! Em estudo bastante recente, agora de 2015, feito por Tsiligianni et al., com quase 300 idosos da ilha de Creta, pacientes reduziram as doses de medicamentosos para doenças graves, como DPOC e asma e diabetes – isso mesmo!, eles diminuíram por conta a dosagem de insulina-, devido a dificuldades financeiras. No mesmo levantamento, sentimentos de tristeza, medo e ansiedade foram relatados como frequentes. Uma informação muito triste, porém ilustrativa do que pode representar esse assunto em termos de impacto e capacidade de roubar a alegria e a saúde das pessoas, é que houve um significativo aumento nos casos de suicídio na Grécia. Até 2007, havia uma tendência de redução nos casos (menos 3,9%), e após o colapso de 2008,

foi detectado um aumento em quase 35%! Esse lamentável aumento ocorreu principalmente em homens, na faixa dos 20 aos 59 anos e em idosos. Entre jovens, a desesperança com qualquer futuro e o desemprego podem ter sido os grandes indutores dessa atitude desesperada; enquanto nos idosos, o sentimento de injustiça, aliado à perda de investimentos de uma vida e a redução na aposentadoria podem ser os culpados. Continuando com estatísticas ruins, porém vindas da Argentina, um estudo de análise de mais de 3300 prontuários, comprovou que o número de infartos mais que dobrou em momentos de crise (1999-2002). Além disso, casos de insuficiência cardíaca também subiram e, o pior, a mortalidade dos pacientes atendidos aumentou em 20%! Quando falo em tristeza, medo… sei que parece um pouco abstrato para muita gente, porém, esses números de mortalidade e suicídio com certeza apontam a gravidade da relação crise-saúde. Em outra perspectiva do mesmo problema, pesquisas apontam a redução na oferta de cuidados e prevenção por parte do poder público. Houve até mesmo diminuição no incentivo à vacinação em outros países europeus após o estouro da atual crise, em 2008. Em termos de saúde


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GERAL

pública, em momentos como esses que passam alguns países europeus, as pessoas em vulnerabilidade acabam sofrendo mais. Aqui no Brasil, infelizmente, temos visto um cenário muito parecido. Maior adoecimento e menor incentivo à saúde pública!

Ocaso da Vida

Qual é a mensagem que deixo para você?

Cuidado para não entrar nesse ciclo viciosíssimo de ansiedade e desesperança. Nesses tempos, precisamos controlar ao máximo o conteúdo de nossos pensamentos e buscar um pouco de paz e equilíbrio, só assim ideias boas virão. É, pelo que se sabe, a criatividade não costuma bater na porta de mentes carregadas, inundadas de cortisol, que comandam corpos cansados.

O cortisol é um hormônio produzido pelas

glândulas suprarrenais, que estão localizadas acima dos rins. O cortisol serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial. O cortisol alto pode originar sintomas como perda de massa muscular, aumento de peso ou diminuição de testosterona. Já o cortisol baixo pode originar sintomas de depressão, cansaço ou fraqueza.

Justino José da Silva, 98 anos e Rosalina Magalhães da Silva, 88 anos, se conheceram na Bahia ainda jovens, comemoraram seus 70 de casados com ensaio fotográfico feito pela neta, Rívia Soares les quilinhos a mais. Pode ter certeza, após 15 dias de uma alimentação balanceada, seu nível de bem-estar aumenta e você estará muito menos cansado - quem sabe mais disposto a enfrentar com mais energia todas as dificuldades. Experimente retomar algumas práticas de espiritualidade, ou combinar momentos de diversão com a família e amigos. Experimente uma folga de “notícias ruins” (fuja da internet!), ou até mesmo de pessoas que baixam seus níveis de ocitocina, ou seja, desagradáveis.

A ocitocina é um hormônio produzido no cérebro, que tem papel importante para facilitar o parto e a amamentação. Ela também é conhecida como hormônio do amor, devido ao seu papel para a melhora do humor, da interação social, diminuição da ansiedade e aumento da ligação entre parceiros.

As coisas estão difíceis? Experimente cuidar um pouco mais de você! Se tem sido complicado enfrentar tantos problemas, se está difícil até mesmo relaxar ou sentir prazer em pequenos detalhes que antes lhe alegravam, busque ajuda. Tente não contaminar sua família com esse redemoinho de pensamentos catastróficos, que não lhe levam a lugar algum. Experimente caminhar ao ar livre. Que tal um Considere todo o contexto antes de se julgar parque ou o interior? Afinal, não tem custo al- a pior pessoa do mundo ou pior profissional! As gum e o contato com a natureza de alguma forma coisas estão difíceis, nem sempre a culpa é apenos ajuda a sermos mais esperançosos. nas sua! Experimente começar uma dieta. Como asLembre-se: a vida é feita de idas e vindas. sim?! Felizmente, são escolhas que você pode fazer. Desviar o foco dos problemas para algo saudável pode ser uma excelente solução para aqueAbraços, Leandro Minozzo

Na vida, em certa fase, Por uma série de distúrbios, Pessoas são acometidas, É o Ocaso da Vida, É quando começa a descida. Reflexos, um pouco mais lentos, Cansaços físicos também, Porém com uma experiência de vida, Que os mais jovens não tem. Nesse momento, é certo, Recordações vêm à memória, Alegres, tristes, ilusórias..., De fracassos ou de glórias. Mas, por uma dessas incoerências, Decorrentes da evolução, A mente toma partido, E pra decadência, diz não, Ao contrário, adquire, A mais realista compreensão. Dos fatos que fazem a vida, Mais capacidade e razão. Uma visão superior dos fatos, Discernimento e maturidade, Consequência de uma experiência, Só conseguida com a idade. Por isso, as pessoas idosas, Cujo coração bate no peito, Não querem ser vistas com pena, Elas apenas exigem respeito. Rubens Bassi



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