Jornal Maior de 60 Abril 2021

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Abril de 2021 Ano 13 - Nº 162

www.maiorde60.com.br

COVID 19: Aos que ficam, vida que segue?

No artigo deste mês, a psicóloga Lidiane Klein explica como a psicoterapia pode ajudar a lidar com o luto familiar.

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SENSIBILIDADE DENTÁRIA

Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Novo Hamburgo Página 4 e 5 Dentes sensíveis, ou melhor, sensibilidade dentária é a dor causada por desgaste da superfície dos dentes. Certamente a causa mais comum desta sensibilidade na pessoa adulta é a exposição da raiz dos dentes na área cervical próximo à gengiva, devido à retração gengival. Como a raiz não está coberta pelo esmalte, a dentina fica exposta e esta possui milhares de canalículos. No interior destes canalículos existe água que leva o estímulo da superfície até a polpa e assim acusa dor. Por isso, se você sentir uma sensação dolorosa em seus dentes após beber ou comer, alimentos quentes ou frios, seus dentes são sensíveis.

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OPINIÃO

Continuação da capa

SENSIBILIDADE DENTÁRIA

Main Cott, gue esgulhãmpassôn! Cumôia! Chá tizia o Renado Rúss e a pãnda Lechiôn Urpãna: gue país é êsde? Barés gue aguí virô uma dôre te pabel, uma vêiz, ninquén zê endende! Na vertáde, ésda bantemia dá aí, brá mosdríra gue a chênde non den maturitáde brá litá gon ziduazôn te emerchêns. E o pior é gue nen é máiz emerchêns e zê gondinua gômo paráda tonda. Há máiz te um ano as manchét tos chornál falan to covít. Tás brevenzôn, te non aclomeríra, te ussá másgara e lavá as môn, e bor aí vái. Atiãnda alcúma gôissa? Zê non divéss êsde mínimo te boliziamênt, a chênde zó ía dê a medáte da bobulassôn... Taí den as príga polític, zê du ussá ésda vazín, dú é tesde bardído, zê non ussá, é te ôdro. E es-gués gue a víta é dua e zê du é um goió, chlús brá di. E as vazín ropáda? Guen fáiz ísdo dá matando chênde. E a esgulhãmpassôn tas pantera? Lócha gon drêis bezôa den gue fechá, enguando ônipus gon zinguênda bóde, azín gomo zubermergato gon tucênts. E o novo normal gue ton guerênto? Adé acóra zó dô vendo o velho normal pioráto: máiz fésda, máiz aclomerazôn, máiz pepetêra, máiz raiva bor ussá másgara. Aliás, eu ájo gue másgara a chênde tevia ussá bro résdo tá vita: guen den críp, guen drapálha gon gomíta. Máiz gomo eu tís, a esgulhãmpassôn fáiz parte tá nóza víta e ninquén cósda te zequí récra!

Certamente esta sensação não deve ser ignorada, achando que vai passar, pois pode levar a outros problemas de saúde bucal. Ainda mais se a dor fazer com que você não escove bem os seus dentes, deixando-os vulneráveis às cáries e doenças gengivais. Geralmente esta sensibilidade dos dentes pode ser tratada e curada. Seu dentista pode prescrever flúor para bochechos diários, ou ainda cremes dentais com formulações específicas para dentes sensíveis. Portanto, pergunte ao seu dentista quais os produtos mais adequados para sua sensibilidade.

CLOSSÁRIO Aclomeríra – aglomerar Atiãnda - adianta Bardído - partido Bobulassôn população Bóde – pode Boliziamênt policiamento Brevenzôn – prevenção Chlús - fim Críp - gripe

Cumôia – bom dia Divéss – tivesse Dôre te Babel – Torre de Babel Dua - tua Emerchêns emergência Esgulhãmpassôn - esculhambação Fésda – festa Goió - coió Gomíta - comida Guerênto – querendo

Lechiôn Urpãna – Legião Urbana Litá – lidar Lócha – loja Main Cott – Meu Deus Manchét – manchete Másgara - máscara Medáte - metade Môn - mão Mosdríra – mostrar Pãnda – banda Pantera – bandeira Paráda – barata

Pepetêra – bebedeira Pioráto – piorado Príga - briga Récra - regra Ropáda – roubada Tonda – tonta Tucênts - duzentos Vazín - vacina Víta - vida Ziduazôn – situação Zinguênda – cinquenta

Tenha cuidado com a escovação muito agressiva, use sempre escova dental macia ou extra macia, com movimentos circulares e nunca aperte a escova contra os dentes. Com certeza o que limpa é o movimento e não a força na escova. Outro cuidado a ser tomado é com prótese parcial com grampos e aparelhos muito apertados e justos, pois esses podem também levar a abrasão. Pense nisso! Fonte: https://dramarciaschardosim.com.br/


MAIOR DE 60 |ABRIL DE 2021 | 3

Psicóloga - CRP07/22872 Especilização em Neuropsicologia - UFRGS Mestre em Psicologia e Saúde - UFCSPA Doutoranda em Ciências da Reabilitação - UFCSPA

O novo coronavírus segue ceifando vidas, e neste momento mais do que em qualquer outro período, acompanhamos as centenas de mortes diárias no país. A dor que assola os que perderam seus entes queridos pode ser devastadora. Embora todos os holofotes, neste momento, estejam mirando para os óbitos, é necessário um olhar para os que ficam. Entendo que neste momento o grande foco é salvar vidas, mas penso que já seja a hora de pensarmos em políticas públicas para o futuro, levando em conta que todo este luto coletivo precisará ser acolhido. Precisamos olhar para a saúde mental dos que ficam. A vida segue? Segue sim, porém não da mesma forma que já foi um dia. Cada um precisará passar pelo processo de luto e encontrar mecanismos internos de enfrentamento. Esse é um processo individual, de encontro com a dor, cada um irá reagir e lidar de uma forma diferente, de acordo com seus próprios recursos. Muitas vezes poderá ser necessária uma ajuda profissional, e é fundamental que reconheçamos quando necessitarmos de auxílio, para que este luto não se torne patológico. Mas que processo é este, o do luto? Ele é um processo necessário para a elaboração de perdas, que normalmente está relacionado a rompimentos de vínculos afetivos. O processo de luto é complexo, pois transita por aspectos físicos, emocional, social e espiritual. O LUTO É O PREÇO DO AMOR! O luto é inevitável e esperado, precisamos viver o luto para que não vivamos em luto por toda a vida. Deve ser vivenciado para que a pessoa consiga se restabelecer, se reorganizar novamente, buscando encontrar novos sentidos para sua vida. Este é um momento de intenso sofrimento e ressignificação, que deve ser respeitado. Podemos pensar metaforicamente em um grande quebra cabeça, onde uma peça foi retirada e não poderá mais retornar. Não terá mais nenhuma peça que preencherá aquele espaço, exatamente daquela mesma forma, o que teremos que fazer é aprender a conviver com esta falta. Me identifico com uma analogia que fala que o processo de luto é como entrarmos em uma caverna, onde precisamos cavar a saída com as próprias mãos. Essa saída jamais será a mesma a qual entramos. Não será um processo fácil, mas sairemos em um outro espaço, com um novo horizonte, outra paisagem e este será o local que nos instalaremos. Este é o momento em que aquela dor sofrida já vai abrindo espaço para a saudade. E, é com ela que iremos seguir... O papel das pessoas que convivem com uma pessoa enlutada é respeitar, desenvolver a empatia e se colocar à disposição nesse momento. Em alguns casos, que chamamos de luto complicado, recomenda-se o acompanhamento de um profissional habilitado para auxiliar no restabelecimento da pessoa, para que aos poucos ela possa aprender a viver além da perda, aprender a viver com a ausência da pessoa que partiu. Atualmente as diretrizes dos velórios (paciente covid) mudou, e isso terá sim, impacto no processo de elaboração do luto.

COVID 19: Aos que ficam, vida que segue? Sob risco de contaminações, algumas etapas que seriam fundamentais no processo de construção de sentido e aceitação da perda foram suprimidas: não se acompanha o familiar nos últimos dias no hospital, velórios e sepultamentos são mais rápidos, caixão lacrado, com poucas pessoas e à distância. Despedir-se sempre foi uma etapa essencial no processo de luto, na medida que promove o contato com a realidade da perda e favorece a assimilação. Ao mesmo tempo, permite que o sofrimento e desamparo diante da perda possam ser compartilhados e acolhidos entre aqueles que o sentem. Ainda devemos levar em consideração que a forma de morrer interfere no enfrentamento ao luto. Uma morte em meio a restrições de recursos terapêuticos, com sofrimento é mais complicada de digerir. Se você está vivenciando um momento de luto, ou conhece alguém que esteja neste estado e precisa de ajuda, procure falar mais sobre o assunto, e quem sabe até procurar o acompanhamento de um psicólogo. O mais importante é respeitarmos quem está vivenciando essa fase difícil e desenvolvermos a empatia, sempre! Usualmente aqueles que necessitam ajuda psicológica apresentam dificuldade em: » Expressar a dor; » Lidar com a ambivalência de sentimentos; » Aceitar a nova realidade; » Assumir novos papéis; » Lidar com o luto familiar e com a sociedade. Além disso, há casos nos quais a psicoterapia é indicada, como em situações de: » Perda traumática; » Vulnerabilidade pessoal; » Falta de apoio social; » Adoecimento físico relacionado à perda; » Presença de Transtornos Psiquiátricos.

COMO A PSICOTERAPIA PODE AJUDAR? A psicoterapia visa a prevenção de complicações associadas ao luto, melhorar a qualidade de vida e oferecer suporte ao enlutado para seguir vivendo diante da nova situação imposta pela perda. A psicoterapia também visa tratar a pessoa que se vê moderada ou severamente afetada pela perda, cujo funcionamento habitual está comprometido do ponto de vista psicológico, físico, social e/ou espiritual. Durante o tratamento, a psicoterapia ajuda o enlutado no processo de construção de sentido e significado da perda e do novo momento de vida, fortalecendo e desenvolvendo seus recursos de enfrentamento.

*Credenciada Drenofitness - DF 0163 *Credenciada Drenofitness Power - DF 09

Lidiane Andreza Klein

SAÚDE

Drenofitness Power Andreza Milanez Velho

Primeira Credenciada da técnica Drenofitness Power, do Rio Grande do Sul! A técnica de massagem que é a preferida dos atletas e celebridades!

Fone: 51.99227.8231 A Drenofitness Power é um protocolo ampliado focado a atender atletas, praticantes de esportes e pessoas apaixonadas pelo universo fitness. Trabalha a modulação muscular, a tonificação muscular, a definição muscular e auxilia no fortalecimento e na resistência física dos praticantes.


PALAVRA DO PRESIDENTE

AVISOS

Medo do Covid-19

Quando se ouvia falar em guerra mundial, não se tinha ideia do estrago que fazia na humanidade. 1ª Guerra Mundial – no dia 6 de abril de 1917 os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha. 2ª Guerra Mundial – Dia da Vitória, 8 de maio de 1945. Nesta data, anualmente, são homenageados os mortos e os “Pracinhas” da Força Expedicionária Brasileira – FEB. Até poucos anos, um pracinha que participou desta sangrenta guerra, fez parte da nossa associação, mas este é um assunto para o próximo mês. 3ª Guerra Mundial – ouvia falar que seria pela disputa da água e que no mundo todo, este líquido precioso seria escasso. Filmes do velho oeste já mostravam brigas pelos cursos de água, os grandes estancieiros que tinham o poder sobre os mais fracos, entravam em luta pela água que a Natureza oferecia. A verdadeira guerra mundial chama-se Covid-19, inimigo invisível e mais terrível que as guerras. Nesta pandemia mundial estamos na expectativa das pesquisas. O mundo todo sofre com perdas humanas e cada país quer ser o protagonista de uma vacina confiável. Surgem nomes de vacinas de procedência estrangeira e a gente torce pela sua eficácia e segurança.

ESTAMOS ENGAJADOS

Bernadete Beuren Cerutti | Eva Maria Da Silva Garcia | Germano Felicio Bueno | Herondina Massena Carvalho | Ivo Luis Schefer | Marina de Moraes | Noé de Lima | Pedro Paulo RoIdailton Alexandre Velho drigues | Therezinha Dutra Da Rosa Presidente da Atapnh Nossos sentimentos 2º Vice-Presidente da Fetapergs aos familiares e amigos!


MAIOR DE 60 |ABRIL DE 2021 | 5 BENEFÍCIOS OFERECIDOS NA SEDE Clínico Geral (com agendamento) Fisioterapia | Ginástica | Yoga | Dança do Ventre Ginástica: 2ª feira: 8h, 9h e 14h30min e 15h30min 3ª feira: 8h, 9h, 14h30min e 15h30min 4ª feira: 8h, 9h e 14h30min e 15h30min Yoga: 3ª e 5ª feira: 10h e 13h30min 6ª feira: 9h e 10h Jogos de Câmbio: 4ª feira às 16h Local: CESAPA - Centro Social Assistencial São Paulo Informações: 3066.4010, com o sr. Idailton

Além de descontos oferecidos por nossos parceiros

ASSOCIADO EM DESTAQUE Augusto Mário Schievelbein nasceu em 2 de

novembro de 1950, em São Lourenço do Sul. Mora em Novo Hamburgo desde os três anos, quando os pais se mudaram para cá. É viúvo de Irmgard Marlize, com quem teve dois filhos, Augusto e Bárbara, e dois netos, Gustavo e Rafaela. De profissão orçamentista, trabalhou por 31 anos na Otomit, até sua aposentadoria, em 1998. Sócio na Atapnh desde 2018, seus passatempos são esporte coletivo (Câmbio), pescaria e viajar.

GALERIA DA SAUDADE

ABRIL/2021

4200

Associados

ASSEMBLEIAS De março a novembro

ATAPNH Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de N.H.

Sempre na última quinta-feira do mês às 14h30min

O Cine Aída, de Hamburgo Velho, Novo Hamburgo, na década de 60

ASSOCIE-SE: A CONTRIBUIÇÃO

Avenida Pedro Adams Filho, na década de 60

MENSAL É DE 1,5% DO SALÁRIO Estádio do Adams, em 1952, na Vila Rosa, antes de ser S. C. Floriano, após E. C. Novo Hamburgo e agora um conjunto residencial

DESCONTADO EM FOLHA


É POSSÍVEL COMER CARNE E LUTAR PELA CAUSA ANIMAL?

Abril 2021 - Ano 5 - Nº 66 Circulação mensal

BOY, com Anna Heck

PINGO DE AMOR, com Shelly Feller

O TOQUINHO, com Mari Brino

LEOPOLDO, com Carolina

ROCKET, com Erick, Gisele e Flávio

THUCA, com Gabrielle Cunha

Desde que o caso do Instituto Royal veio à grande mídia, imensa foi a quantidade de pessoas que vi postarem no Facebook frases como: “vai lá, protege os animais e continua comendo carne, bando de hipócrita”; “se sensibiliza por cachorros porque são fofos, mas não rejeita uma picanha! Hipócritas!”. De primeiro momento me abstive de fazer qualquer julgamento, seja condenando quem come carne e protege animais, seja condenando quem dispara críticas furiosas a esses últimos. Apenas me dispus a refletir sobre isso e acabei chegando a algumas conclusões. Comer carne e lutar pela causa animal é hipocrisia? Bom, eu não diria hipocrisia, mas sim uma incompatibilidade ética. Por que a sensibilização tem restrições? Por que amar uns e consumir outros? Por que um cão abandonado é capaz de comover mais que um pedaço da carne de um animal morto sobre um prato, em uma refeição corriqueira? Por que alguém beira às lágrimas ao ver o que acontece durante a experimentação animal em laboratórios, mas encara com naturalidade o fato de ter vários tipos de seres sencientes (que são capazes de sentir dor, afeto, tristeza, etc.) mortos e assados em cima da mesa, em uma data que celebra o nascimento de alguém cujos principais ideais eram a compaixão, o amor, o respeito à vida, pacifismo? São questionamentos importantíssimos, mas não cabe a mim respondê-los. E tampouco a você, que é vegetariano ou vegano e acha hipocrisia alguém querer contribuir para a causa animal e não seguir o mesmo estilo de vida que você. Quem se sensibiliza por animais de alguma forma e ainda come carne, certamente em algum momento começa questionar as próprias atitudes, inclusive, se é o caso, há quem já esteja pensando em respostas para as perguntas que fiz anteriormente e sentindo um certo desconforto mental. O conflito interno que surge diante de duas coisas tão antagônicas é inevitável.

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BILLY, com Cristina

FRIDA, com Lara

Castração é a melhor opção. Castre seu animal de estimação! 6

Bichos de Estimação | Abril de 2021

Jornal Maior de 60 - CNPJ: 27.950.751/0001-25 - Inscrição Municipal: 9867 Rua Júlio de Castilhos, 600 - 93900-000 - Ivoti - RS - Fone: 51. 99400.9911 Diretora geral: Sandra Carvalho de Alcantara - Comercial: Gilberto R. Winter - Fone: 51.98456.4614 Jornalista Responsável: Rafael Geyger - MTb/RS: 12397 saberviver3@gmail.com | www.maiorde60.com.br - facebook.com/maiorde60 Retire seu exemplar gratuitamente em Novo Hamburgo: Tabacaria do Junka Em São Leopoldo: Tabacaria Central Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores


GRUPO 8, MESTIÇOS E SEM RAÇA DEFINIDA (SRD) ADESTRAMENTO

Cabrinha da queijaria

canva.com

Bem pessoal, chegamos ao fim da nossa jornada canina. Nos últimos meses comentei de forma bem objetiva quem são nossos amigos caninos. Hoje, no último “capítulo’, vou comentar sobre dois exemplares bem conhecidos e para muitas pessoas os mais espertos e bonitos. Começo pelos mestiços. Mestiços: são cães que descendem de duas ou mais raças diferentes, possuindo características de cada uma das raças. Pode-se citar como exemplo, cães que tenham antepassados de cães de caça, de guarda, de companhia, pastores, sabujos ou terriers. Um mestiço pode ter características físicas e comportamentais bem claras e aparentes do pai ou pais e da mãe, mesmo de raças diferentes. Ex.: Uma fêmea cruza com dois (ou mais) machos. Um dos pais é um Pastor Alemão e o outro um Dobermann e a mãe uma Labrador. Já que cada filhote nasce na sua própria placenta, pode acontecer de os espermatozoides vencedores sejam de um Pastor e outro de Dobermann e outro com as características da mãe Labrador. Entenda que a genética sem manipulação é aleatória em um caso assim. Então todos os filhotes podem possuir características físicas e comportamentais aparentes, mas distintas, de acordo com o pai e a mãe.

Agora, falando dos famosos vira latas ou sem raça definida, estes em particular podem ser os mais simples, mas também podem ser os mais complexos. Para mim, como profissional, para avaliar e criar um perfil, preciso de informações comportamentais e físicas como referência padrão. É aqui que está o mistério ou a graça da surpresa. Um SRD não tem padrão algum nem referencial. Possuir um SRD sempre será uma surpresa a cada dia e a cada mês uma descoberta, até o animal ficar adulto e ter sua personalidade definida pela educação que recebeu (como qualquer outro cão) e pela carga genética que carrega. Então, o que você achou das apresentações dos nossos amigos caninos? Espero que tenha gostado e lembre, que se quiser rever alguma das descrições é só ir no site do Jornal Maior de 60. Grande abraço a todos e até a próxima Raphael Piccoli, Adestrador desde 1997, especialista em comportamento obediência. Membro do CEUA Universidade Feevale Minhas redes são Facebook Raphael Piccoli Adestrador e Instagram @adestradoraphaelpiccoli, @petterapiacomajade

Abril de 2021 | Bichos de Estimação

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É POSSÍVEL COMER CARNE E LUTAR PELA CAUSA ANIMAL?

PROTETORES

Continuação da página 6

E o reflexo disso se dá de forma diferente em cada um. Alguns passam a diminuir o consumo da carne, outros param com a carne e passam a evitar ingredientes de origem animal, há quem não pare com a carne e ingredientes animais mas compre somente produtos livre de testes em animais, há quem faça um pouco de cada, ou tudo, porém em etapas, e se empenha a melhorar e contribuir cada vez mais. O ponto chave é respeitar o fato de que cada um tem o seu tempo. Quando você tacha alguém de hipócrita e reprime o mínimo que este faz pela causa animal, você não só não ajuda no despertar de consciência dessa pessoa (que a leva a mudar seus hábitos) como também a repele de auxiliar de alguma forma. E na concepção de que estaria contribuindo para uma causa que ele mesmo ajuda a perpetuar, ou o indivíduo criticado muda radicalmente, ou simplesmente para de ajudar o mínimo, por se sentir inútil, incapaz. Obviamente, essa última situação é que mais acontece. Se você é vegetariano ou vegano e se acha no direito de criticar duramente quem ajuda os animais de alguma forma, entenda que sim, deparar-se com esse tipo de pessoa causa uma certa revolta e desconforto, mas se você realmente quer ajudar, comece mudando a abordagem. Ensine maneiras diversas de eliminar a carne e alimentos de origem animal do cardápio, mostre que viver dessa forma não só é possível como agradável em todos os sentidos, indique produtos e marcas não testadas em animais, sites e artigos confiáveis que mostrem os malefícios da carne, ovos, leite e derivados, etc. e maneiras de substituí-los de modo saudável. Já quem come carne, não se empenha pela causa animal e ainda dispara baboseiras a quem tenta ajudar, seja o vegetariano ou vegano ou o onívoro, garanto que a maioria das pessoas estão simplesmente se lixando para o que você acha. Hoje, felizmente, temos noção de que pessoas como você são retrógradas, intragáveis, antiquadas e é só questão de tempo até não terem mais lugar em uma sociedade que caminha inexoravelmente para a pluralidade, quebra de paradigmas e insistentes preconceitos. Por fim, se você ainda come carne, mas se sensibiliza com os animais e tenta ajudá-los de alguma forma, saiba que o seu esforço é válido e faz diferença, sim. Mas é importante se manter completamente consciente dos impactos éticos, sociais, ambientais e nutricionais dos seus hábitos alimentares (e esses impactos são graves).

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Bichos de Estimação | Abril de 2021

Esse é o gatilho para a mudança de hábitos, sem sombra de dúvidas, mesmo que ela seja gradual. A resistência da família dificulta a mudança alimentar, é verdade, mas o respeito independe do tipo de laço que você mantém com quaisquer pessoas e críticas invasivas jamais devem ser permitidas. Ignore brincadeiras, respeite e exija respeito, é o mínimo. Questões culturais também exercem grande influência no nosso modo de agir e pensar e inclusive nos nossos hábitos alimentares, mas elas não validam a exploração (seja humana ou animal). A escravidão e a subjugação extrema da mulher já foram culturalmente e socialmente aceitáveis por centenas de anos – hoje são coisas abomináveis (embora ainda existam). Não é porque algo “é cultural” que é necessariamente correto, que deve ser legitimado, defendido, perpetuado ou não deve ser questionado. A história nos mostra isso escancaradamente. Defender o consumo da carne como algo “cultural” é um argumento falho e revela que a pessoa provavelmente está tentando tirar a responsabilidade disso de si, transferindo para algo além, na tentativa de justificar a resistência à mudança. Entendamos, de uma vez por todas, que a ajuda, mesmo que mínima, é importante. Não é o ideal, mas é o início de um caminho que muitos, uma vez que começam a seguir, não voltam atrás. A indiferença e a omissão é um verme que corrói a sociedade e a cabeça de incontáveis pessoas. Nesse sentido, fazer algo por alguém, seja uma pessoa ou um animal, é gratificante, engrandecedor e faz diferença. Não rechace quem tenta fazer o mínimo para mudar o mundo à sua volta. POR NYLE FERRARI Jornalista em formação, vegana, feminista e natureba. Louca por bichos, mas nem por isso insensível aos humanos. Há cinco anos, descobriu que os cosméticos que usava continham químicas nocivas para a saúde. Desde então, luta para que outras pessoas repensem o que estão colocando em suas peles todos os dias. https://lookaholic.wordpress.com/


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