SÉRIE ORIGINAL NETFLIX POR ELLIOT WHEELER
nov. 2018
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Editorial Essa é a primeira edição da Revista Jongo! Nós temos foco no público jovem em especial negros e periféricos. Somos uma produtora de mídia, focada em música. Nesta edição de estréia, trouxemos um pouquinho sobre a série The Get Down e Hip Hop. Oferecimento:
Expediente Edição Sabrina Mares Gomes Redação Isaac Eugenio Lira da Silva Pesquisa de Conteúdo Isaac Eugenio Lira da Silva Sabrina Mares Gomes Imagens Google Imagens Ilustrações Isaac Eugenio Lira da Silva Sabrina Mares Gomes Diagramação Sabrina Mares Gomes Isaac Eugenio Lira da Silva
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Indice 6 The Get Down 7 A Historia 8 Get Down Brothers
e os pilares do Hip Hop
9 Mylene Cruz 10 Dezzee 12 TEMPO BOM
LInha DO TEMPO HIP HOP
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Texto: Bruno Fonseca
A série The Get Down não surgiu do nada e muito menos abordou alguns assuntos - muitos deles oriundos dos guetos do sul do Bronx - sem o menor PhD. Sim, foram 10 anos entre a produção cuidadosa e o lançamento da série. Desde o ínicio no projeto, Baz Luhrmann, diretor australiano de filmes como “Romeu + Julieta” (1996), “Moulin Rouge!: Amor em Vermelho” (2001), “O Grande Gatsby” (2013), assumiu a produção e a direção da série. Para não errar nada, Luhrmann contou com um time forte ligado a cultura hiphop americana. Um dos cabeças se chama Nelson George, jornalista norte-americano que já produziu muito conteúdo sobre a cultura
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afro-americana - seja publicando perfis de ícones musicais como James Brown e Michael Jackson ou livros contando a história de como determinados gêneros musicais como soul, o blues e o próprio hiphop nasceram. George foi um dos caras que supervisionou as gravações de The Get Down e era sempre o braço direito de Luhrmann quando o assunto era algum detalhe que somente ele conhecia sobre o Bronx. Outro protagonista do surgimento do hip-hop norte-americano, Grandmaster Flash, foi produtor da série. Interpretado por Mamoudou Athie, Grandmaster foi essencial para ajudar a adaptar o que seria real e o que seria ficção em The Get
Down. É em volta dele, que os atores Justice Smith, Shameik Moore, Skylan Brooks, Tremaine Brown Jr. e Jaden Smith vão construir uma narrativa e passar a mostrar como tudo surgiu. Ele também foi essencial para ensinar os atores como comandar as pick-ups e como fazer o momento que leva o nome da série, o “Get Down”, acontecer. Finalizando o time, vem o rapper Nas, que teve uma colaboração muito forte na parte musical da série. Afinal, ele foi um cara que cresceu e viveu dentro da cena do hip-hop norte-americano. Fonte primária importante, ele ajudou e muito para que a história do hiphop fosse contada da forma mais real possível.
A Historia A década é de 1970. Os Estados Unidos vivia uma das épocas mais difíceis da sua história. O uso de drogas crescia, a criminalidade crescia, as gangues tomavam conta das ruas de Nova York, prédios e mais prédios eram queimados, a disco music vivia seus anos dourados e batia cada vez mais todos os recordes de vendas. Um sucesso que não refletia nas ruas, pois quem mais se beneficiava de verdade com ele eram as grandes gravadoras. Mais precisamente em 1977, no sul do Bronx, Ezekiel (Justice Smith), criado pela tia após a morte trágica dos pais, é um cara que adora escrever e transpõe todos os seus sentimentos para o papel. Ele fala das dificuldades da sua vida, do seu sentimento com os pais e também do seu amor por Mylene (Herizen Guardiola), garota que sonha em ser a próxima Donna Summer, porém vive sob uma criação conservadora do pai, Ramon Cruz (Giancarlo Esposito). Mylene vive aquele dilema de saber que tem talento, de saber que pode ser uma estrela da disco, mas seus pais não a encorajam e não aceitam esse tipo de atitude por parte da filha de um pastor de uma igreja no Bronx. Ezekiel também sabe que tem talento pra música, ele toca piano na igreja de Mylene enquanto ela canta, e suas poesias são ótimas. Isso fica
evidente quando ele ganha um concurso de poesias do colégio logo no primeiro episódio da série. Mas como de costume, muitas pessoas que fazem esse tipo de produção tem receio de admitir isso no começo. Poesia é algo valorizado por poucos e, em alguns casos, pode até ser motivo de chacota. Mas ele acaba encontrando alguém que o encoraja de verdade. Eis que surge Shaolin Fantastic (Shameik Moore), um grafiteiro muito conhecido na cidade que chama a atenção dos aspirantes a arte dos muros por conta des seus grafites misteriosos. Assinando vagões de trens, muros, pilastras e túneis com a tag “Shao 007”, ele desperta a admiração de Dizzee (Jaden Smith), um grafiteiro em ascensão, e dos irmãos Kipling: Ra-Ra (Skylan Brooks) e Boo-Boo (Tremaine Brown Jr.). Todos eles são amigos de Ezekiel. Quando o destino deles se cruza com o de Shaolin e com o do Grandmaster Flash, a história desses moleques muda para sempre. A Nova York de prédios abandonados será o grande palco para a personificação dos pilares do hip-hop. Mas antes de falar desses pilares, é importante falar sobre como personificaram a representação e a transição da disco music para o hip-hop.
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Get Down Brothers e os pilares do hip hop O hip-hop é formado por quatro pilares, são eles: MC (Mestre de Cerimônias), o Grafite, o Break e os DJs. Em The Get Down, esses quatro elementos são apresentados pelos integrantes do Get Down Brothers. A história da série é costurada entre presente e passado. Ela parte do ano de 1996 em um show de Ezekiel no Madison Square Garden. A voz de Zeke é feita por Nasir Jones, o rapper Nas, um dos caras que que representa a costa leste americana quando o assunto é hip hop e dono de um dos álbuns mais emblemáticos do gênero, “Illmatic”, de 1994. A vida de Nas é muito parecida com a de Ezekiel, pois em seu álbum ele tratou de temas como a violência de gangues, a pobreza, a crise social do lugar onde vive e todo o ódio acumulado transformado em palavras - assim como Ezekiel também fez. Foi ele quem criou as letras que tocam a história de Ezekiel. Já o corpo do protagonistal de 96 é do ator Daveed Diggs. Nesses pilares, Ezekiel assume o papel de MC juntamente com Ra-Ra. Shaolin Fantastic, o grafiteiro responsável por dar liga e sentido para o Get Down Brothers nascer, é personificado como o DJ. Para isso acontecer ele teve ajuda de um grande mentor, o Grandmaster Flash. Dizzee, mais conhecido n as ruas por Rumi 411, representa o grafite. Para representar com veracidade a função social da arte gráfica das ruas, os produtores contaram com a consultoria de Crash and Daze, dois artitas renomados do grafite nova iorquino. Boo-Boo representa o break sendo o b-boy do grupo. Esses quatro pilares se fundem justamente no momento onde o break acontece ou melhor dizendo, o get down! O termo que leva o nome da série é que faz esses quatro elementos se tornarem uma coisa só. E o cenário onde isso acontece, mostra exatamente cada um dos elementos. As ruínas do Bronx, o grafite na parede, as pickups do Shaolin, o figurino usado por cada um deles, o rap de Zeke embolado nas interferências de RARA e o agito causado por Boo-Boo, consolida o nascimento da cultura hip-hop na primeira batalha de DJs do sul do Bronx.
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Mylene Cruz Mylene é uma garota que sonha em ser uma diva da disco music, cantar profissionalmente e frequentar os bailes onde as musicas faziam sucesso, algo que na série foi representado pela boate Les Inferno. Naquela época, você só emplacava um sucesso se a sua música caísse nas mãos do DJ certo. Era tocar a música em um baile e ela ganhava a dimensão necessária para o status de “diva” ser incorporado ao seu novo momento de vida. Mas por fazer parte de uma família tradicionalista e religiosa, ela tem medo da reação dos seus pais e por isso mantém tudo as escondidas. E é na busca de se tornar a nova Donna Summer - considerada a rainha da disco - que ela e suas amigas vão atrás do DJ Malibu(Billy Porter) e contam com a ajuda de seu tio Francisco “Papa Fuerte” Cruz (Jimmy Smits) para dar início a sua carreira. Papa Fuerte é um líder comunitário que sonha em construir casas populares em meio ao Bronx devastado, mas para isso acontecer
ele acaba se vendendo aos interesses dos mesmos políticos que estão causando toda a crise social e econômica do bairro. Papa será o homem que vai fazer com que a carreira de Mylene aconteça. É na pele de Mylene que tudo isso é personificado. As dificuldades de gravar, de alguém acreditar, de superar barreiras pessoais, de achar uma rede que possa espalhar suas músicas e lá na ponta final poder ocupar as paradas de sucesso na Billboard. Usando como base a relação de amizade e de amor entre Mylene e Ezekiel é que Baz Luhrmann mostra a transição musical da época. Isso fica evidente na cena em que Mylene e Ezekiel estão no terraço de um prédio e ela pergunta pra ele o seguinte: “Será que conseguimos nos manter com um pé em cada mundo?”. A cena simboliza os caminhos que cada um dos ritmos vai tomar, mas será que é possível manter um pés em dois mundos?
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Dizzee O jovem Jaden Smith, acordou Marcus “Dizzee” Kipling, um grafiteiro. Dizzee faz “tag” nos vagões de metrô sob o nome de Rumi. Um dia conhece um artista de grafite, Thor (Noah Le Gros). Os dois definitivamente compartilham uma conexão especial imediata. O Hip Hop é uma forma de arte tradicional ultra-masculino, no entanto são espirituosos com a Disco Music, que era quase como um todo formada por gays. Dizzee faz a ponte entre estes dois mundos.
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Tempo Bom 1969
1978
O DJ Kool Herc, jamaicano criado no Bronx, introduz nos EUA as disco mobiles, equipamentos móveis de som populares na Jamaica. Esse é também o ano do surgimento das gangues de break, promotoras de batalhas de dança em lugar das brigas entre rivais.
Kool Herc realiza a primeira block party, festa de rua que conjugaria os diferentes elementos do hip hop. No ano seguinte, Afrika Bambaataa funda a Universal Zulu Nation, base para a escolha do 20 de novembro de 1974 com dia oficial de nascimento do hip hop.
Fundação da Funk & Cia., a pioneira posse de break do ex-agricultor pernambucano Nelson Triunfo (ainda hoje na ativa) e de Nino Brown, entronizado por Bambaataa como King Zulu, o representante oficial brasileiro da Universal Zulu Nation.
1988
1990
1992
Lançamento da coletânea Hip Hop – Cultura de Rua (selo Eldorado), primeiro vinil brasileiro de rap, com nomes como o dos pioneiros Thaíde & DJ Hum. Chega ao mercado Consciência Black, disco inaugural do selo Zimbabwe, que lançaria mais tarde Racionais MCs.
Inspirados no Public Enemy, entre outros, os Racionais MCs lançam o primeiro disco, Holocausto Urbano, e sacodem a periferia paulistana.
Snoop Doggy Dogg, gangsta-rapper californiano, estréia em The Chronic, de Dr. Dre. No ano seguinte, lança Doggstyle, um dos álbuns mais vendidos da história do rap. Gabriel, o Pensador estoura com “Tô Feliz, Matei o Presidente”, com referências a Fernando Collor de Mello.
2000
2002
2004
Eminem lança The Marshall Mathers e vende quase 2 milhões de cópias em uma semana. Mallokeragem Zona Leste (BMG), do Doctor’s MCs, é o primeiro disco de rap feito por uma multinacional no Brasil. O clipe “Isso Aqui É uma Guerra”, do grupo paulistano Facção Central, é censurado.
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1972
Inspirados no Public Enemy, entre outros, os Racionais MCs lançam o primeiro disco, Holocausto Urbano, e sacodem a periferia paulistana.
Expoentes do gangsta rap americano, Snoop Doggy Dogg e Ja Rule vêm ao Brasil para o megafestival “Hip Hop Manifesta”. O fenômeno americano 50 Cent faz show no estádio do Pacaembu. Marcelo D2 ganha três prêmios no Video Music Brasil da MTV.
1982
Bambaataa se populariza como artista solo e o rap de cunho social se consagra com o álbum The Message, de Grandmaster Flash and the Furious Five. As gangues de break começam a se reunir periodicamente na rua 24 de Maio, no centro de São Paulo.
1994
Tupac leva cinco tiros à queima-roupa em Nova York, mas sobrevive. O atentado é atribuído aos rappers Notorious B.I.G. e Puff Daddy. A guerra entre rappers das costas leste e oeste dos EUA culmina com o assassinato de Tupac, em 1996, e Notorius B.I.G., em 1997
1983
Michael Jackson lança o álbum Thriller, fonte musical para coreografias apoiadas no moonwalk, o passo arrastado que ajudaria a popularizar o break e daria origem a concursos de dança em programas de auditório da TV brasileira como o de Barros de Alencar.
1998
Lançamento de Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MCs, recorde de vendas do rap no Brasil, com 500 mil cópias oficiais. O rap americano vende 81 milhões de discos, superando todos os demais gêneros nos EUA no ano.
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1986
Public Enemy lança seu primeiro álbum, Yo! Bum Rush The Show, e se torna um dos grupos mais influentes do período. A dupla de rappers Run DMC lança o LP Raising Hell, que vende 2 milhões de cópias, um marco para a época.
1999
Fundação da Casa do Hip Hop de Diadema (SP), a primeira no gênero criada pelo poder público, em parceria com a Zulu Nation Brasil. lançamento do CD Traficando Informação, do carioca MV Bill. Lauryn Hill, ex-Fugees, recebe cinco prêmios Grammy por disco solo.
Ghetto Brothers era um grupo de gangues (ou clube) e de música fundado no South Bronx de Nova York no final dos anos 60. A gangue acabou se espalhando por grande parte do nordeste dos Estados Unidos. Eles estavam envolvidos no nacionalismo porto-riquenho, incluindo uma associação com o então novo Partido Socialista porto-riquenho. Esta gangue tinha motivação política para elevar jovens latinos e negros na comunidade.
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Portifolio Isaac Eugenio Lira da Silva @bu.gre
Sabrina Mares Gomes @inferninhw
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O futuro é NEGRO.
www.jongo.com
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