UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO
SABRINA FAGIOLO RECEPUTE
ARQUITETURA HOTELEIRA: A IMPLANTAÇÃO DE UM HOTEL DE LAZER EM ITAÚNAS - ES
VILA VELHA 2017
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SABRINA FAGIOLO RECEPUTE
ARQUITETURA HOTELEIRA: A IMPLANTAÇÃO DE UM HOTEL DE LAZER EM ITAÚNAS - ES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Drª. Larissa Letícia Andara Ramos
VILA VELHA 2017
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SABRINA FAGIOLO RECEPUTE
ARQUITETURA HOTELEIRA: A IMPLANTAÇÃO DE UM HOTEL DE LAZER EM ITAÚNAS - ES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Parecer da comissão em 21 de junho de 2017.
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________ Prof. Drª. Larissa Letícia Andara Ramos Universidade Vila Velha Orientadora
___________________________________ Prof. Drª. Ana Paula Rabello Lyra Universidade Vila Velha Avaliador Interno
___________________________________ Melissa Cabral Arquiteta e Urbanista Membro Externo
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Dedico essa monografia Ă minha famĂlia e a todos que me apoiaram nesse processo.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e pela alegria de me proporcionar tantas pessoas queridas em minha trajetória. Aos meus queridos pais, Silvana e Luiz, e irmã, Karina, que sempre me incentivaram e me ajudaram de todas as formas possíveis. Obrigada pelo apoio, amizade, paciência e sobretudo pelo amor incondicional. À toda a minha família, por todo apoio e suporte nestes cinco anos de caminhada. Ao meu querido e amado Pedro, pelo carinho, por ter me ajudado e apoiado desde o início e por acreditar no meu potencial. A todos os amigos, que torceram e que trilharam esse caminho comigo, em especial, às amigas Alyne, que sempre se mostrou solícita e prestativa e a Nayhara, que foi incrível me ajudando e apoiando nessa etapa. Meninas, muito obrigada pela amizade, parceria, conversas e compreensão. À minha orientadora Prof.ª Dr.ª Larissa Andara, pelo aprendizado compartilhado, paciência e carinho, muito obrigada por ter me auxiliado e me ajudado nessa etapa. À minha co-orientadora Prof.ª Dr.ª Ana Paula Rabello, por ter aceitado o convite e pelas contribuições a este trabalho com seus conhecimentos. À arquiteta Melissa Cabral, pelas sugestões e incentivo para o início deste projeto, e por ter aceitado o convite para compor a banca compartilhando seus conhecimentos. A todos que de alguma forma contribuíram, expresso aqui minha imensa gratidão.
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“Agente precisa sonhar, se não as coisas não acontecem” Oscar Niemeyer 7
RESUMO
O hotel de lazer, popularmente conhecido como resort, oferece uma gama de atividades de todos os tipos, sejam desportivas, culturais, de lazer e convívio com a natureza. O presente trabalho de conclusão de curso visa a elaboração de um projeto para a implantação de um hotel de lazer em uma região que possui grande potencial turístico no litoral do estado do Espírito Santo, em Itaúnas. Quando há harmonia entre o local e a edificação construída, gera-se uma relação de vantagens para ambas as partes. Sendo assim, a proposta tem por objetivo integrar uma edificação arquitetônica à natureza existente e estimular as atividades culturais e econômicas da região, potencializando o turismo e cultura local.
Palavras-Chave: Hotel de lazer; Resort; Arquitetura hoteleira.
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ABSTRACT
The leisure hotel, popularly known as a resort, offers a range of activities of all kinds, whether sports, cultural, leisure or socializing with nature. The present work of conclusion of course aims at the elaboration of a project for the implantation of a hotel of leisure in a region that has great tourist potential in the coast of the state of EspĂrito Santo, in ItaĂşnas. When there is harmony between the place and the built building, a relationship of advantages for both parties is generated. Thus, the proposal aims to integrate an architectural building to the existing nature and stimulate the cultural and economic activities of the region, enhancing tourism and local culture.
Keywords: Leisure hotel; Resort; Hotel architecture.
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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Hotel Pharoux ............................................................................................ 24 Figura 2. Hotel Rio Sheraton ..................................................................................... 25 Figura 3. Categorias dos Meios de Hospedagem ..................................................... 27 Figura 4.Casa de banho de Bath............................................................................... 30 Figura 5. Club Mediterranée, Ilha de Itaparica. ......................................................... 30 Figura 6. Hotel Transamérica, Ilha de Comandatuba, BA. ........................................ 31 Figura 7. Complexo Costa do Sauípe. ...................................................................... 31 Figura 8. Sauípe Premium......................................................................................... 31 Figura 9. Vista aérea do Tivoli Ecoresort. ................................................................. 39 Figura 10. Localização do Tivoli Ecoresort. ............................................................... 40 Figura 11. Implantação do Tivoli Ecoresort. .............................................................. 40 Figura 12. Piscina principal. ...................................................................................... 42 Figura 13. Piscinas centrais. ..................................................................................... 42 Figura 14. Restaurante Goá. ..................................................................................... 42 Figura 15. Restaurante A Sombra do Coqueiral. ....................................................... 42 Figura 16. Recepção do Thalasso Spa. .................................................................... 42 Figura 17. Planta baixa quarto Premium. .................................................................. 43 Figura 18. Foto quarto Premium................................................................................ 43 Figura 19. Planta baixa quarto Master. ..................................................................... 43 Figura 20. Foto quarto Master. .................................................................................. 43 Figura 21. Planta baixa quarto Master Spa. .............................................................. 44 Figura 22. Foto quarto Master Spa. ........................................................................... 44 Figura 23. Planta baixa Suíte Deluxe. ....................................................................... 44 Figura 24. Foto Suíte Deluxe..................................................................................... 44 Figura 25. Planta baixa Suíte Presidencial. ............................................................... 45 Figura 26. Foto Suíte Presidencial (2016). ................................................................ 45 Figura 27. Casa Tivoli Pool Villas. ............................................................................. 45 Figura 28. Apartamentos integrados ao jardim.......................................................... 46 Figura 29. Bloco de hospedagem horizontal. ............................................................ 46 Figura 30. Decoração do lobby do resort. ................................................................. 46 Figura 31. Bar com estrutura de madeira e telhado de sapê. ................................... 47 Figura 32. Restaurante com estrutura de madeira e telhado de sapê. ...................... 47 Figura 33. Projeto Tamar Praia do Forte. .................................................................. 48 Figura 34. Vila da Praia do Forte............................................................................... 48 Figura 35. Localização do Nannai Resort. ................................................................ 49 Figura 36. Vista aérea do Nannai Resort. ................................................................. 49 Figura 37. Implantação do Nannai Resort. ................................................................ 50 Figura 38. Piscina central. ......................................................................................... 51 Figura 39. Piscina rasa à beira mar. .......................................................................... 51 Figura 40. Restaurante do Nannai Resort. ................................................................ 51 Figura 41. Bar anexo ao restaurante. ........................................................................ 51 10
Figura 42. Ambiente externo do Nannai SPA. ........................................................... 52 Figura 43. Sala de tratamento do SPA. ..................................................................... 52 Figura 44. Apto. Luxo. ............................................................................................... 52 Figura 45. Apto Super Luxo....................................................................................... 52 Figura 46. Bangalô Super Luxo. ................................................................................ 53 Figura 47. Quarto Bangalô Super Luxo. .................................................................... 53 Figura 48. Bangalô Premium. .................................................................................... 53 Figura 49. Quarto Bangalô Premium. ........................................................................ 53 Figura 50. Área externa Suíte Villa. ........................................................................... 54 Figura 51. Quarto Suíte Villa. .................................................................................... 54 Figura 52. Bangalô Master. ....................................................................................... 54 Figura 53. Sala de estar Bangalô Master. ................................................................. 54 Figura 54. Vista aérea do Resort............................................................................... 55 Figura 55. Bangalô em estilo polinésio. ..................................................................... 55 Figura 56. Bangalôs em estrutura de madeira e telhado de sapê. ............................ 56 Figura 57. Ambiente utilizando madeira como elemento estrutural e decorativo. ..... 56 Figura 58. Distritos de Conceição da Barra ............................................................... 58 Figura 59. Vista aérea da Vila de Itaúnas. ................................................................ 59 Figura 60. Localização da antiga e atual Vila de Itaúnas. ......................................... 60 Figura 61. Vista aérea das dunas de areia. ............................................................... 61 Figura 62. Turistas passeando pelas dunas de areia. ............................................... 62 Figura 63. Construção residencial típica. .................................................................. 62 Figura 64. Casa contemporânea. .............................................................................. 62 Figura 65. Pousada em Itaúnas. ............................................................................... 63 Figura 66. Fachada de pousada................................................................................ 63 Figura 67. Folder Festival de Forró ........................................................................... 63 Figura 68. Manifestação cultural. .............................................................................. 63 Figura 69. Rua de Lazer. ........................................................................................... 64 Figura 70. Entrada do PEI. ........................................................................................ 64 Figura 71. Quiosque praia de Itaúnas. ...................................................................... 64 Figura 72. Localização do terreno. ............................................................................ 65 Figura 73. Análise do entorno. .................................................................................. 67 Figura 74. Características do terreno. ....................................................................... 68 Figura 75. Esquina do terreno ................................................................................... 69 Figura 76. Cerca viva do terreno. .............................................................................. 69 Figura 77. Divisão da área das residências. ............................................................. 69 Figura 78. Estação de esgoto.................................................................................... 69 Figura 79. Testada do terreno. .................................................................................. 69 Figura 80. Planta de Perímetro da Zona de Itaúnas.................................................. 70 Figura 81. Tabela de Parâmetros Urbanísticos. ........................................................ 71 Figura 82. Tabela vagas de estacionamento............................................................. 71 Figura 83. Tabela de áreas de carga e descarga. ..................................................... 72 Figura 85. Sistema viário. .......................................................................................... 72 11
Figura 84. Rua Demerval. ......................................................................................... 72 Figura 86. Av. Bento Daher, em frente ao terreno..................................................... 72 Figura 87. Cerca viva do terreno. .............................................................................. 73 Figura 88. Divisão da área das residências. ............................................................. 73 Figura 89. Contexto ambiental. ................................................................................. 74 Figura 90.Trajetória solar .......................................................................................... 74 Figura 91. Implantação. ............................................................................................. 77 Figura 92. Entrada principal. ..................................................................................... 80 Figura 93. Acesso principal. ...................................................................................... 80 Figura 94. Bloco de recepção e administração. ........................................................ 81 Figura 95. Fachada recepção e administração ......................................................... 82 Figura 96. Perspectiva do bloco de recepção. .......................................................... 82 Figura 97. Visão de chegada ao lobby. ..................................................................... 83 Figura 98. Bancada recepção. .................................................................................. 83 Figura 99. Visão panorâmica do lobby. ..................................................................... 84 Figura 100. Visão de chegada ao lobby. ................................................................... 84 Figura 101. Perspectiva da parte detrás da recepção. .............................................. 85 Figura 102. Conexão entre os blocos de recepção e hospedagem. ......................... 85 Figura 103. Bloco de hospedagem ............................................................................ 86 Figura 104. Vista A recepção. ................................................................................... 87 Figura 105. Vista B hospedagem. ............................................................................. 87 Figura 106. Perspectiva do bloco de hospedagem. .................................................. 88 Figura 107. Vista frontal do bloco de hospedagem. .................................................. 88 Figura 108. Perspectiva da parte detrás do bloco de hospedagem. ......................... 89 Figura 109. Átrio com jardim e circulação vertical. .................................................... 89 Figura 110. Perspectiva da área de estar. ................................................................ 90 Figura 111. Perspectiva da área de estar. ................................................................ 90 Figura 112. Perspectiva interior da área de estar. ..................................................... 91 Figura 113. Perspectiva interior da área de estar. ..................................................... 91 Figura 114. Perspectiva interior da área de estar. ..................................................... 92 Figura 115. Fundo com imagem das dunas. ............................................................. 92 Figura 116. Perspectiva área de estar. ..................................................................... 93 Figura 117. Vista da área de estar para a piscina. .................................................... 93 Figura 118. Suíte Standart. ....................................................................................... 94 Figura 119. Suíte Premium........................................................................................ 94 Figura 120. Suíte Master ........................................................................................... 94 Figura 121. Suíte Deluxe. .......................................................................................... 94 Figura 122. Bangalô Premium. .................................................................................. 95 Figura 123. Bangalô Master. ..................................................................................... 95 Figura 124. Bangalô Deluxe. ..................................................................................... 95 Figura 125. Bangalô Acessível .................................................................................. 95 Figura 126. Perspectiva frontal dos bangalôs. .......................................................... 96 Figura 127. Perspectiva da varanda do bangalô premium. ....................................... 96 12
Figura 128. Perspectiva da varanda do bangalô deluxe. .......................................... 97 Figura 129. Vista aérea dos bangalôs. ...................................................................... 97 Figura 130. Área de lazer. ......................................................................................... 98 Figura 131. Vista aérea da área de lazer. ................................................................. 99 Figura 132. Perspectiva da área da piscina. ............................................................. 99 Figura 133. Perspectiva da área da piscina. ........................................................... 100 Figura 134. Visão da área da piscina. ..................................................................... 100 Figura 135. Perspectiva da área de entretenimento................................................ 101 Figura 136. Vista aérea da área de entretenimento. ............................................... 101 Figura 137. Vista frontal da área de entretenimento. .............................................. 102 Figura 138. Perspectiva interior da área de entretenimento. ................................... 102 Figura 139. Perspectiva da casa da árvore. ............................................................ 103 Figura 140. Vista aérea das quadras. ..................................................................... 103 Figura 141. SPA ...................................................................................................... 104 Figura 142. Bloco de serviços. ................................................................................ 105 Figura 143. Restaurante. ......................................................................................... 106 Figura 144. Perspectiva do restaurante. ................................................................. 106 Figura 145. Perspectiva interna do restaurante....................................................... 107 Figura 146. Espaço vila e área de eventos ............................................................. 108 Figura 147. Vista frontal do restaurante e espaço vila. ........................................... 109 Figura 148. Perspectiva do restaurante e espaço vila. ............................................ 109 Figura 149. Perspectiva do restaurante e espaço vila. ............................................ 109 Figura 150. Perspectiva do espaço vila. .................................................................. 110 Figura 151. Vista aérea da área de eventos............................................................ 110 Figura 152. Vista aérea da área de eventos e espaço vila. ..................................... 111 Figura 153. Perspectiva interna da área de eventos. .............................................. 111 Figura 154. Perspectiva aérea do hotel. .................................................................. 112
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LISTA DE TABELAS
Quadro 1. Áreas Comuns. ........................................................................................ 33 Quadro 2. Unidades Habitacionais (UH) ................................................................... 34 Quadro 3. Alimentos e Bebidas. ................................................................................ 34 Quadro 4. Diretrizes Gerais. ...................................................................................... 37 Quadro 5. Instalações oferecidas pelo Resort........................................................... 41 Quadro 6. Acomodações das Áreas de Hospedagem Tivoli – 1. .............................. 43 Quadro 7. Acomodações das Áreas de Hospedagem Tivoli – 2. .............................. 44 Quadro 8. Acomodações das Áreas de Hospedagem Tivoli – 3. .............................. 45 Quadro 9. Acomodações das Áreas de Hospedagem Nannai – 1. ........................... 52 Quadro 10. Acomodações das Áreas de Hospedagem Nannai – 2. ......................... 53 Quadro 11. Acomodações das Áreas de Hospedagem Nannai – 3. ......................... 54 Quadro 12. Atrativos da região de Itaúnas. ............................................................... 63
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
ABIH - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HOTÉIS EMBRATUR - EMPRESA BRASILEIRA DE TURISMO FUNGETUR - FUNDO GERAL DE TURISMO IJSN – INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES INCAPER - INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL MTur – MINISTÉRIO DO TURISMO PEI – PARQUE ESTADUAL DE ITAÚNAS SBClass – SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE MEIOS DE HOSPEDAGEM
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SUMÁRIO
1
2
3
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 19 1.1
CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA ................................ 19
1.2
OBJETIVOS ................................................................................................. 20
1.2.1
Objetivo Geral ........................................................................................ 20
1.2.2
Objetivos Específicos ............................................................................ 20
1.3
METODOLOGIA .......................................................................................... 21
1.4
TEMAS POR CAPÍTULO ............................................................................. 21
CONCEITUAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 24 2.1
ARQUITETURA HOTELEIRA NO PANORAMA BRASILEIRO .................... 24
2.2
MEIOS DE HOSPEDAGEM ......................................................................... 26
2.3
CONCEITO DE HOTEL LAZER: O RESORT .............................................. 28
2.4
BREVE HISTÓRICO DO RESORT .............................................................. 29
2.5
TIPOLOGIAS DE RESORT .......................................................................... 31
2.6
REQUISITOS PARA O PROGRAMA DO RESORT..................................... 32
2.7
PRINCIPIOS DA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL ..................................... 35
2.8
SÍNTESE GERAL ......................................................................................... 36
ESTUDOS DE CASO ......................................................................................... 39 3.1
3.1.1
Localização ............................................................................................ 39
3.1.2
Implantação e Infraestrutura .................................................................. 40
3.1.3
Áreas de Hospedagem .......................................................................... 43
3.1.4
Análise Arquitetônica ............................................................................. 46
3.1.5
Programas sociais e meio ambiente ...................................................... 47
3.2
4
TIVOLI ECORESORT PRAIA DO FORTE – BAHIA .................................... 39
NANNAI RESORT & SPA – PERNAMBUCO ............................................... 48
3.2.1
Localização ............................................................................................ 49
3.2.2
Implantação e Infraestrutura. ................................................................. 49
3.2.3
Áreas de Hospedagem .......................................................................... 52
3.2.4
Análise Arquitetônica ............................................................................. 55
CONTEXTUALIZAÇÃO DA REGIÃO DE ITAÚNAS ......................................... 58 4.1
HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS .............................................................. 58
4.2
ANÁLISE DO TERRENO ............................................................................. 65 16
5
4.2.1
Justificativa da escolha do Terreno ....................................................... 65
4.2.2
Contexto social e econômico ................................................................. 66
4.2.3
Contexto Urbano e Legal ....................................................................... 68
4.2.4
Contexto Ambiental ............................................................................... 73
PROPOSTA PROJETUAL ................................................................................. 77 5.1
CONCEITO E PARTIDO .............................................................................. 77
5.2
O PROJETO ................................................................................................ 78
5.3
SETORES .................................................................................................... 81
5.4
SÍNTESE DA PROPOSTA ......................................................................... 112
6
CONCLUSÃO ................................................................................................... 114
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 115
17
18
1 1.1
INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA
Nas últimas décadas, o turismo tem adquirido maior relevância no desenvolvimento econômico do Brasil (PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DO ES, 2004). Com o barateamento das viagens, a melhoria da malha viária e aeroportuária houve um aumento acentuado das viagens turísticas, sendo assim, o país passou a investir mais na indústria hoteleira (ANDRADE,2009). Por consequência, este aumento passou a influenciar o crescimento turístico do Espírito Santo e a elaboração de planos de turismo. O Estado apresenta vários atrativos e destaca-se nacionalmente pela sua localização de proximidade com o mar, a montanha e pelos aspectos culturais. O plano de desenvolvimento do turismo, visa fortalecer no Estado o produto turístico brasileiro de qualidade, contemplando as diversidades regionais, culturais e naturais. Um dos projetos previstos busca atrair investidores para a implantação de infraestrutura de hotelaria do tipo resort no litoral Sul e Norte do Estado (PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DO ES, 2004), visto que, ainda não existe nenhum tipo de empreendimento desse padrão na região. Segundo o Ministério de Turismo, o resort é um hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento. Quando bem planejados, são capazes de promover o turismo para uma região, apoiar os comerciantes locais, gerar empregos e estimular atividades culturais e econômicas. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo a elaboração de um projeto para a implantação de um hotel de lazer em uma região que possui grande potencial turístico no litoral Norte do Estado. Conhecido como Vila de Itaúnas, distrito de Conceição da Barra, a região possui diversos atrativos culturais e naturais, como por exemplo, o parque estadual de Itaúnas, que foi tombado como patrimônio da humanidade, as dunas de areia, (que chegam a 35 metros de altura), as festas, manifestações culturais e os festivais populares de forró. Por esses motivos, a região é muito valorizada, recebe anualmente uma grande quantidade de turistas, e consequentemente, tornou-se um ponto turístico nacional. 19
Entretanto existe uma carência por equipamentos de hospedagem com infraestrutura completa de lazer que atenda todos os públicos e idades. O local oferece apenas pousadas e pequenos hotéis, com prioridade para jovens e adultos. Sendo assim, considerando o potencial de crescimento e expansão das atividades urbanas da região, a proposta do resort tem por finalidade ajudar na demanda turística para atender todos os públicos e faixas etárias, principalmente famílias com crianças, pessoas com deficiências e idosos, promover a cultura do local, integrar uma edificação arquitetônica à natureza existente, enfatizar o turismo e por fim beneficiar a comunidade local. 1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral Desenvolver um projeto arquitetônico, em nível preliminar, de um hotel de lazer, que ofereça a interação entre a arquitetura, a natureza e a cultura local, em um terreno localizado no distrito de Itaúnas - ES. 1.2.2 Objetivos Específicos Para alcançar o objetivo geral, serão desenvolvidos os seguintes objetivos específicos:
Pesquisar e analisar dados referentes à arquitetura hoteleira, tais como: o panorama histórico e conceitos de hotel e resort;
Pesquisar e analisar os meios de hospedagem, o funcionamento e programa de um hotel de lazer;
Pesquisar e adotar princípios da arquitetura sustentável ao projeto, de forma a criar uma proposta de integração harmoniosa com o meio ambiente;
Identificar requisitos para a escolha de um terreno adequado a este tipo de empreendimento;
Analisar e compreender as características e condicionantes do local;
Considerar a relação direta com a comunidade e potencializar o turismo da região.
20
1.3
METODOLOGIA
Para efetuar este trabalho buscou-se realizar uma pesquisa bibliográfica específica sobre o tema, com busca em livros, em especial ANDRADE (2009) e MILL (2003), artigos, documentos, cartilhas do Sistema Brasileiro de classificação de meios de hospedagem, além de pesquisas sobre o local para a implantação do projeto. Para isso, foram realizadas as seguintes etapas: A primeira foi destinada a contextualização teórica, voltada aos temas:
Conceituação da arquitetura hoteleira no panorama brasileiro;
Conceituação e distinção dos meios de hospedagem;
Conceituação, história, tipologias e requisitos para o programa de um hotel de lazer;
Análise dos princípios de uma arquitetura sustentável;
Síntese geral das pesquisas.
A segunda, ficou destinada aos estudos de caso, com o objetivo de compreender e levantar dados suficientes e necessários para auxiliar no desenvolvimento do projeto. Em seguida, a terceira etapa analisa as características e turismo da região de Itaúnas, representando seu contexto histórico, social, econômico e cultural. Esta fase contempla ainda, uma visita ao local para coletar maiores informações e escolher um terreno ideal, de acordo com as condicionantes ambientais e requisitos estudados. Posteriormente, todas as pesquisas foram organizadas para o desenvolvimento do projeto, foi definido o conceito e partido e por fim, elaborado uma proposta arquitetônica em nível de estudo preliminar. 1.4
TEMAS POR CAPÍTULO
Após a introdução, que traz uma apresentação geral do conteúdo, o capítulo seguinte aborda a conceituação teórica da arquitetura hoteleira, relatando sua origem e evolução, bem como os meios de hospedagem de acordo com o Ministério do Turismo e posteriormente é apresentado o conceito de resort, explicando suas definições e características. Relata ainda o seu histórico no mundo e no Brasil, assim como suas diferentes tipologias. Finalizando, são apresentados os requisitos necessários para o programa de um hotel de lazer e os princípios da sustentabilidade na arquitetura. 21
Posteriormente, o terceiro capítulo aponta dois estudos de caso, o Tivoli Ecoresort Praia do Forte e o Nannai Resort & Spa. Ambos são hotéis de lazer inseridos em um conceito de preservação ambiental e integram a arquitetura com natureza existente. No quarto, é apresentado a contextualização da região de Itaúnas, apresentando um breve histórico, suas características e analise do terreno. O quinto capítulo abrange a proposta do projeto em estudo, mostrando a implantação, programa e os ambientes criados. O sexto e último, finaliza este trabalho com uma conclusão, sintetizando o conteúdo e o resultado final apresentado.
22
23
2 2.1
CONCEITUAÇÃO TEÓRICA ARQUITETURA HOTELEIRA NO PANORAMA BRASILEIRO
A história da hotelaria no Brasil começa no período colonial, onde os viajantes se hospedavam nas casas-grandes dos engenhos, nos casarões das cidades e nos ranchos que existiam à beira das estradas. Com o tempo essas pequenas hospedagens foram agregando outras atividades comerciais. Posteriormente começaram a surgir estalagens, que ofereciam, além de alojamentos e refeições, locais para guarda de animais (ANDRADE,2009). Em 1808, com a chegada dos portugueses e consequente abertura dos portos, houve um fluxo intenso de estrangeiros e a demanda por alojamentos aumentou. Com o decorrer dos anos, os proprietários das casas de pensão e hospedarias passaram a nomear as instalações de hotel, com o objetivo de elevar o conceito da casa e anunciar o serviço para os estrangeiros da cidade. (ANDRADE,2009) Nessa
época
destaca-se
o
Hotel
Pharoux
(fig.1),
considerado
um
dos
estabelecimentos de maior prestígio no Rio de Janeiro. Possuía uma localização estratégica junto aos cais do porto, no Largo de Paço. Figura 1. Hotel Pharoux
Fonte: ANDRADE, Nelson. Hotel Planejamento e Projeto, 2009, p.21.
A partir da década de 30, grandes hotéis passaram a ser implantados nas capitais brasileiras, geralmente funcionando junto aos cassinos, porém com a proibição dos jogos de azar (em 1946), muitos hotéis fecharam as portas. 24
Em 1966, foram criadas a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e o Fundo Geral de Turismo (Fungetur), ambas atuam até hoje. Na época, passaram a oferecer incentivos fiscais na implantação de hotéis e com isso, ocorre uma nova fase na hotelaria brasileira, proporcionando mudanças nas leis de zoneamento que tornaram mais flexíveis e favoráveis as construções de hotéis. Nos anos 60 e 70, chegam ao Brasil as redes hoteleiras internacionais, como por exemplo a Hilton Internacional Corporation e Rio Sheraton1 (fig.2), criando um novo padrão de serviço e preços (ANDRADE,2009). Figura 2. Hotel Rio Sheraton
Fonte: Site Its Rio, 2014
Atualmente, na década de 2000, as perspectivas de crescimento da indústria hoteleira no Brasil são promissoras. Devido ao aumento acentuado das viagens turísticas, principalmente ao exterior, nota-se que os turistas brasileiros passam a conhecer os padrões de hotelaria dos países desenvolvidos, que apresentam melhor qualidade e menores preços, e consequentemente passam a pressionar as empresas do setor hoteleiro brasileiro a oferecerem o mesmo (ANDRADE,2009). O mercado brasileiro, em resposta à diversidade das demandas, tal como à competição com outros estabelecimentos concorrentes, fez com que surgisse, no decorrer dos anos, vários tipos de hotéis, que serão apresentados no item seguinte, com características e singularidades próprias de acordo com a localização e o tipo de mercado para qual estão destinados.
1
Breve história do turismo e da hotelaria,2005. Disponível em: < https://docente.ifrn.edu.br/anave lasque/ disciplinas/breve-historico-do-turismo-e-da-hotelaria-cnc> Acesso em: 09 Nov 2016.
25
Devido ao barateamento das viagens e ao encurtamento das distâncias, o desenvolvimento do turismo e sua diversificação vem crescendo e gerando necessidade de novos tipos de hotéis. Com isso, novas cadeias hoteleiras surgem, e simultaneamente as cadeias mais antigas passaram a oferecer novos produtos, com o objetivo de ampliar ou manter sua participação no mercado (ANDRADE,2009). Dessa forma a edificação hoteleira cresce e suas instalações vem melhorando e se aperfeiçoando de maneira a atender e satisfazer as necessidades dos clientes. 2.2
MEIOS DE HOSPEDAGEM
Segundo o art. 23 da Lei n°11.771/2008 do Ministério de Turismo, entende-se por meio de hospedagem: Os empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de frequência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança diária.
Atualmente existem vários tipos de meios de hospedagem que atendem aos interesses de uma demanda cada vez mais exigente. Sendo assim, a Embratur e Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) classificam os hotéis conforme o padrão e as características das suas instalações. Essa classificação tem por objetivo informar ao público os níveis de conforto, preços e serviços oferecidos. É muito importante entender a diferença dos tipos de hospedagem, pois isso influencia diretamente na escolha mais adequada para o usuário ou investidor. O Ministério de Turismo classifica essa tipologia em basicamente sete categorias, sendo listadas da seguinte maneira:
Hotel - Estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo do hóspede, mediante cobrança de diária.
Resort - Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento.
Hotel Fazenda - Localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo. 26
Cama e Café - Hospedagem em residência com no máximo três unidades habitacionais para uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza, na qual o possuidor do estabelecimento resida.
Hotel Histórico - Instalado em edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida.
Pousada - Empreendimento de característica horizontal, composto de no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ser em um prédio único com até três pavimentos, ou contar com chalés ou bangalôs.
Flat/Apart-hotel - Constituído por unidades habitacionais que disponham de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, que possua serviço de recepção e limpeza.
Considerando que cada tipo de hospedagem reflete diferentes práticas de mercado, o Sistema Brasileiro de classificação de meios de hospedagem (SBClass) estabeleceu categorias específicas para cada tipo, como ilustrado na figura a seguir. Figura 3. Categorias dos Meios de Hospedagem
Fonte: Sistema brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem, 2016.
É necessário compreender que um Hotel de 5 estrelas é diferente de uma Pousada de 5 estrelas, por exemplo. Cada tipo de edificação possui características distintas, como a localização, que pode ser de cidade, praia ou montanhas, a natureza da edificação, a clientela preferencial, o tipo de infraestrutura, entre outros (ANDRADE,2009).
27
2.3
CONCEITO DE HOTEL LAZER: O RESORT
Denominados também como hotéis de lazer, os resorts são empreendimentos hoteleiros fortemente voltados para o lazer em área de amplo convívio com a natureza (BSH,2008). Instalados, na maioria das vezes, em áreas mais extensas, no meio da natureza conservada, exótica ou com atributos naturais exuberantes, oferecem uma gama de atividades de interesse para todas as faixas etárias, como por exemplo jogos de salão, parques aquáticos, esportes ao ar livre, passeios de barco ou cavalo, festas, teatro, entre outros (ANDRADE, 2009). A classificação dos resorts geralmente ocorre devido ao seu principal atrativo, capaz de estimular também o turismo da região, como por exemplo termas, praia, pesca, esqui na neve, cassino ou golfe. Os resorts também são conhecidos como complexos turísticos, uma vez que são planejados e destinados a uma demanda específica, neste caso, a de lazer (SILVA,2012). Para Rosa e Tavares (2002, p. 87) “os resorts podem ser definidos como hotéis de lazer, situados fora dos centros urbanos, em locais com algum atrativo natural, e que sejam auto-suficientes”, ou seja, com serviços completos. Por um lado, tais complexos ocasionam críticas pelos impactos sociais gerados por alguns dos empreendimentos nas comunidades locais, como por exemplo, a segregação espacial das classes e a exclusão social, uma vez que o turista não se relaciona com a comunidade (ESPÍNOLA,2014). Diante disso, cabe destacar que a proposta deste estudo, tem o objetivo totalmente oposto. Para evitar que o turismo se desenvolva de forma desordenada e consequentemente ocorra essa segregação, é necessário buscar uma integração entre o poder público, a iniciativa privada e a comunidade local. Para alcançar o desenvolvimento sustentável da atividade turística e beneficiar economicamente a população, é importante a participação de todos esses atores sociais, tanto no planejamento, quanto na gestão do turismo. Essa união no processo de desenvolvimento turístico pode contribuir para a evolução social, econômica e política de todos os envolvidos, garantindo assim a repartição de benefícios gerados e a minimização dos impactos negativos.
28
Segundo a Organização Mundial do Turismo (1999, Apud ÁVILA,2009) o resort, deve oferecer a comunidade local tais benefícios como:
Prioridade da criação de emprego para os residentes nas empresas de turismo e no empreendimento em desenvolvimento;
Assistência técnica e créditos empresariais locais para criar pequenas empresas de turismo;
Melhoria da infraestrutura básica;
Atribuição de parte dos ganhos do turismo para a melhoria de instalações e serviços gerais da comunidade;
Organização dos artesãos para produzir e vender seus artigos aos turistas;
Estimular atividades culturais como a dança, a música ou o teatro, preservando a autenticidade das tradições locais;
Desenvolver programas de uso de produtos locais.
Portanto, para obter um desenvolvimento adequado e resultado favorável para o empreendimento hoteleiro e para a comunidade, deverá ser considerado desde a concepção do projeto, requisitos adequados para beneficiar o entorno existente. 2.4
BREVE HISTÓRICO DO RESORT
Para compreender onde se encontra atualmente a indústria de resorts, é necessário entender como eles evoluíram através dos anos. Segundo Mill (2003) os primeiros indícios do conceito de resort surgiram com os romanos. Expandindo-se a partir dos banhos públicos, os resorts foram inicialmente construídos em Roma. Em meados do século II a.C., os locais para banhos eram pequenos e bem equipados, e o uso masculino separado do feminino. Mais tarde, passaram a ser integrados e aumentaram seus tamanhos. Logo, o banho público começou a permitir maiores relações entre as pessoas.
29
Sua estrutura baseava-se em um átrio com piscina natural, rodeado por instalações para recreação, esportes, salas e lojas.
Figura 4.Casa de banho de Bath.
Geralmente ficavam localizados em pontos
distantes
dos
centros
populacionais, perto de fontes de água mineral,
que
conhecidas
por sua por
seus
vez,
eram
poderes
medicinais. A figura 4 ilustra uma das primeiras casas de banho romana na cidade de Bath, Inglaterra.
Fonte: Wikipédia, 2014.
Na Europa, por volta de 1326 d.C., existia uma fonte perto de Liege, que curava diversas enfermidade com as águas ricas em ferro. Com isso, foi construído um alojamento para acolher outras pessoas. A instalação ficou tão popular que foi renomeada de Spa, que significa fonte. Em seguida a quantidade de Spas foram aumentando. As pessoas acreditavam que as fontes, os banhos e a ingestão de água salgada eram responsáveis pela cura, ajudando assim a promover os resorts no litoral. Assim como na Europa, nos Estados Unidos foram construídos os primeiros resorts ligados a spas e posteriormente surgiram os resorts litorâneos. (MILL, 2003). No Brasil, o conceito de resort só foi introduzido no país nos anos 70 com empreendimentos como Club Mediterranée, em Salvador, o Tropical Manaus e também Rio Quente Resorts (BSH,2008). A figura 5, mostra o resort Club Mediterranée, localizado na Ilha de Itaparica. O empreendimento faz parte da rede Club Med, considerada uma das principais redes mundiais de hotelaria. Figura 5. Club Mediterranée, Ilha de Itaparica. Bangalôs
Praça de chegada
Restaurante Boutique
Recepção
Anfiteatro Bar da Piscina Pp Fonte: Site Elite Operadora, 2011.
30
A partir de 1980, o turismo tomou impulso no Brasil com a melhoria na malha viária e aeroportuária, além da diversidade e atratividade dos destinos (BSH,2008). Foram inaugurados resorts como o Hotel Transamérica da Ilha de Comandatuba, na Bahia e o Salinas de Maragogi (Rosa e Tavares, 2002). A figura 6, ilustra o Transamérica, que tem destaque especial, pois assinala a introdução de um resort completo no país. Figura 6. Hotel Transamérica, Ilha de Comandatuba, BA. Quadras
SPA Bangalôs Hospedagem Fitness Center
Píer de chegada
Restaurantes Centro de eventos
Espaço Aldeia
Hospedagem
Fonte: Site GSP Travel, 2015.
O complexo turístico multiresort de Sauípe, em Salvador, é hoje, um dos principais destaques no Brasil (ANDRADE, 2009). É formado por 5 hotéis, com particularidades distintas. A figura 7 apresenta o complexo e a figura 8 o hotel Sauípe Premium.
2.5
Figura 7. Complexo Costa do Sauípe.
Figura 8. Sauípe Premium.
Fonte: Site Zarpo, 2016, adaptado pela autora.
Fonte: Site Zarpo, 2016.
TIPOLOGIAS DE RESORT
Como mencionado, um resort pode ser classificado de acordo com seu principal atrativo de maneira a estimular os diversos segmentos do turismo. Sendo assim, existem resorts com características específicas, como os de montanhas, de balneários, de golfe e de tênis. 31
Os resorts de Montanhas geralmente oferecem esqui de alta qualidade e são instalados em locais estratégicos como montanhas de topografia privilegiada. Não são muito conhecidos no mercado como resorts, pois oferecem menos atividades e apelam para um mercado limitado. Na maioria das vezes são empreendimentos pequenos e alguns funcionam somente em finais de semana (MILL,2003). Já os resorts em balneários são mais conhecidos, instalados em praias de belezas naturais, oferecem várias atividades recreativas utilizando os cursos d’água como forma de atração principal, como por exemplo a pescaria, canoagem e mergulho. A maioria possui uma marina que recebe barcos motorizados e até mesmo esportes aquáticos. (MILL,2003). Cabe ressaltar que, mesmo sendo em uma região litorânea, estes dois últimos não serão considerados na proposta deste projeto. Resorts direcionados ao golfe e ao tênis são frequentados com o principal objetivo da prática do esporte. Geralmente são instalados em terrenos irregulares e vales. Neste tipo de resort, o campo de golfe deve ser a atração principal do empreendimento. Sendo assim, essa parte é mais valorizada e cuidada (MILL,2003).
2.6
REQUISITOS PARA O PROGRAMA DO RESORT
O Ministério de Turismo, define três requisitos para a instalação de um meio de hospedagem: Infraestrutura, Serviços e Sustentabilidade. Para o tipo resort, o Sistema Brasileiro de Classificação (SBClass) estabelece as categorias de quatro a cinco estrelas. O de categoria de quatro estrelas, deve atender os requisitos mínimos de infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Já para a categoria de cinco estrelas, o hotel deve atender a uma série de requisitos adicionais que diferenciam as categorias entre si. O Ministério de Turismo disponibiliza em seu site, através da Portaria Ministerial Mtur N° 100/2011, matrizes de classificação de meios de hospedagem, que apresentam tabelas identificando os requisitos necessários para o planejamento de um resort. Vale ressaltar, que a proposta desse projeto tem o intuito de atender requisitos mínimos, para que não haja grande impacto no local e seja inserido de maneira harmoniosa no entorno existente. Portanto, serão estudados e considerados de forma a auxiliar na elaboração do programa e proporcionar um bom funcionamento. Tais requisitos são apresentados a seguir.
32
1- Infraestrutura: está relacionado às instalações e aos equipamentos do empreendimento. Subdivide-se em 3 categorias, apresentados nos quadros 1,2 e 3: Áreas Comuns, Unidades Habitacionais e Alimentos e Bebidas. Quadro 1. Áreas Comuns. Áreas Comuns Requisitos 01
Área de estacionamento quando há acesso por terra e marina, quando houver acesso somente por água
02
Existência de jardim com tratamento paisagístico
03
Entrada de serviço para funcionários independente
04
Área ou local específico para a portaria
05
Área para a recepção/lobby, contendo balcão de atendimento, área de estar, e sanitários.
06
Local para guarda de bagagens, maleiro
07 08
Observações consideradas para esse projeto Área de estacionamento permeável com ocupação mínima. Será feita uma complementação à paisagem natural existente
Elevadores (social e serviço) para edificações a partir de 2 andares Banheiros sociais, masculino e feminino, separados entre si, com ventilação natural Localizados nas áreas de estar distribuídas pelo hotel Será proposta uma área com ocupação mínima, porém que atenda a região Será projetado apenas um espaço mínimo e agradável.
09
Espaço destinado à leitura
10
Espaço para eventos ou auditório. Deve conter foyer, sanitários e áreas de apoio.
11
Salão de jogos equipado, contendo 3 opções de jogos ou mais.
12
Oferta de pelo menos 2 tipos de piscinas, que compõe o projeto paisagístico.
Será adotado somente uma piscina adulto e uma infantil, evitando ocupar dimensões exageradas.
13
Centros de tratamentos de estética ou SPA.
Projetado com dimensões mínimas e que se integre à natureza.
14
Clube infantil
15
Oferta de atividades de aventura como: rapel, tirolesa, arvorismo, etc. (requisito opcional)
16
Equipamentos esportivos como: quadra de tênis, campo de futebol, quadra poliesportiva, arco e flecha, voleibol, minigolfe, etc.
Será aproveitado a existência da área de preservação ambiental para o uso harmonioso de atividades como arvorismo e trilhas A vila já oferece duas quadras poliesportiva e de futebol, portanto será ofertado apenas as quadras de tênis e voleibol, que por sua vez, causam menos impacto.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado na Matriz de Classificação de Meios de Hospedagem (2011) e adaptado para o objeto deste estudo.
33
Em seguida, com relação as unidades habitacionais, serão considerados: Quadro 2. Unidades Habitacionais (UH) Unidades Habitacionais (UH) 01
UH com área de 25m² ou mais, considerando quarto, banheiro e desconsiderando varanda, em no mínimo 80% das UH.
02
Devem ser previstos apartamentos maiores, para acomodar camas adicionais, devido ao predomínio de grupos familiares.
03
Disponibilidade de UH especiais destinados a pessoas com deficiências
04
Disponibilidade de UH com banheira
05
Varandas em pelo menos 25% das UH
06
Local e equipamento para passar roupa à disposição nas áreas comuns ou nas UH (rouparia com possibilidade de WC)
07
Camas com dimensões superiores ao padrão nacional
08
Poltronas, sofás ou mesa com cadeira
Fonte: Elaborado pela autora, baseado na Matriz de Classificação de Meios de Hospedagem (2011) e adaptado para o objeto deste estudo.
Por fim, os requisitos relacionados às áreas de alimentos e bebidas considerados serão: Quadro 3. Alimentos e Bebidas. Alimentos e Bebidas Requisitos 01
Oferta de 2 tipos de bares
02
Oferta de 2 ou mais restaurantes com cardápios diferentes
03
Relação de lugares instalados em restaurantes com a capacidade máxima de hóspedes maior ou igual a 50%
Observações consideradas para esse projeto Será ofertado apenas um pequeno bar molhado para atender a piscina, para não prejudicar os bares da vila. Será projetado um restaurante da cozinha central, para atender todo o hotel (hóspedes e funcionários) e outro menor, para dar suporte a área de eventos e espaço vila.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado na Matriz de Classificação de Meios de Hospedagem (2011) e adaptado para o objeto deste estudo.
2- Serviços: São requisitos vinculados a oferta de serviços, como por exemplo, recepção aberta 24h, serviço de limpeza diária da UH em uso, troca de roupas de cama e banho diariamente, lavanderia e passadeira, serviço de alimentação, bar por 24 h, loja de conveniência, serviços de estética e massagem, programas recreativos, atividades culturais, como exposições e feiras de artesanato, entre outros. 34
3- Sustentabilidade: São requisitos relacionados às ações de sustentabilidade, que por sua vez trata-se do uso dos recursos de maneira ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável, como a adoção de medidas permanentes para a redução do consumo de energia elétrica e de água, com ações de monitoramento do consumo, coleta a aproveitamento da água da chuva. Deve ser proposto o gerenciamento dos resíduos sólidos para reciclagem e reuso, medidas permanentes de sensibilização para os hóspedes em relação à sustentabilidade e valorização a cultura local. Propor a geração de trabalho e renda para a comunidade local, assim como promover produção associada ao turismo, como por exemplo a produção artesanal, agropecuária ou industrial que detenha atributos naturais ou culturais de uma determinada região.
2.7
PRINCIPIOS DA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
Conforme apresentado no item anterior, o Sistema Brasileiro de Classificação define alguns requisitos de sustentabilidade. Entretanto, aborda somente ações e medidas do uso responsável dos recursos naturais. Como a proposta em estudo, envolve também a integração da edificação com a natureza de modo a não prejudicar o meio ambiente, devem ser previstos alguns princípios básicos para que a mesma possa ser alcançada. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a construção sustentável denomina um conjunto de medidas adotadas durante todas as etapas da obra que visam a sustentabilidade do edifício. Dessa forma, é possível minimizar os impactos negativos sobre o meio ambiente, além de promover a economia dos recursos naturais e a melhoria na qualidade de vida dos seus ocupantes. Qualquer empreendimento, para ser sustentável, deve atender de modo equilibrado, a quatro requisitos básicos: Adequação ambiental; viabilidade econômica, justiça social e aceitação cultural (CORREA,2009). Sendo assim, alguns princípios, que servirão de base e serão aplicados neste projeto, são destacados pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura e o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, como por exemplo: 35
Aproveitamento de condições naturais locais;
Utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural;
Implantação e análise do entorno;
Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar;
Qualidade ambiental interna e externa proporcionada pela arquitetura e energias alternativas;
Gestão sustentável da implantação da obra;
Uso de matérias-primas que contribuam com a eco-eficiência do processo;
Consumo energético eficiente;
Consumo de água mínimo e otimizado;
Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos;
Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável;
Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo.
Além disso, é de extrema importância consultar a legislação ambiental do local em que o empreendimento será inserido. No caso da região de Itaunas, será considerada a lei complementar nº 13 de 03 de maio de 2006 da prefeitura do município de Conceição da Barra, que estabelece que todos os tipos de atividades, empreendimentos ou imóveis, que direta ou indiretamente, possam produzir alteração adversa às características do meio ambiente, deverão ocorrer de forma sustentada, respeitar a preservação das espécies, dos ecossistemas e dos processos ecológicos essenciais, bem como, garantir a proteção e manutenção da biodiversidade.
2.8
SÍNTESE GERAL
Com base nas fontes pesquisadas, em Andrade (2009) e nas Matrizes de Classificação do Ministério do Turismo (2011), foram elaboradas diretrizes gerais para a instalação e o planejamento adequado de um resort conforme o quadro 4 apresenta. Para o estudo, serão utilizadas apenas as que forem necessárias e adequadas para a região.
36
Quadro 4. Diretrizes Gerais.
Terreno
Localização
Diretrizes Gerais Explorar locais de beleza natural e boas condições climáticas de forma harmoniosa e integrada a comunidade local. Possuir fácil acesso a partir dos centros emissores de turistas. Verificar a disponibilidade de água e infraestrutura de energia e telecomunicações na região. Se adaptar às características topográficas e geológicas, viabilizando as instalações pretendidas e ao mesmo tempo, preservando a ambiência existente. Inserir jardim com tratamento paisagístico nas áreas que não possuem ocupação direta.
Instalações Áreas de Serviços
Considerar a necessidade de acessos independentes e alojamentos para funcionários, além de vestiários e sanitários separados entre si.
Deverá ser dimensionado com dimensões generosas, em função da maior disponibilidade de tempo dos hóspedes para atividades como leitura, interação social e compras.
Áreas de Hospedagem
A quantidade de UH deve ser suficiente para dar suporte econômico ao conjunto de instalações de recreação, esporte e eventos.
Lobby
As piscinas são elementos de grande importância no projeto paisagístico. Propor opções que compõem a paisagem existente e que não a prejudique.
Considerar o número de restaurantes e bares em função do tempo médio de permanência dos hóspedes, assim como a necessidade de oferecer alternativas devido a sua localidade.
Implantar áreas de carga e descarga e demais pátios de serviços em locais afastados das vistas dos hóspedes. Prever área para lavanderia, com depósitos de roupas sujas e limpas. Considerar local para governança, com depósito para material de limpeza.
Propor áreas de estar, leitura, de TV e de exposição. Nos resorts há um predomínio de grupos familiares, dessa forma devem ser previstos apartamentos maiores para acomodar camas adicionais. Prever apartamentos especiais para pessoas com deficiências e mobilidade reduzida. Considerar locais de rouparia e sanitários no andar tipo.
Sustentabilidade
Implantar os blocos de apartamentos ou bangalôs em áreas com as melhores vistas. Observar a legislação de proteção ambiental do local. Procurar criar intervenções mínimas no terreno. Não provocar ou causar menos impactos negativos ao entorno. Utilizar de forma inteligente e respeitosa os recursos naturais existentes.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado na Matriz de Classificação de Meios de Hospedagem (2011).
37
38
3
ESTUDOS DE CASO
Com o propósito de obter mais conhecimento para a elaboração do projeto arquitetônico de um hotel de lazer, foram realizados dois estudos de caso. Em ambos, serão apresentadas observações sobre os aspectos funcionais, características arquitetônicas e relação com o entorno do projeto do hotel. Será feita uma análise individual de cada estudo, pontuando os elementos positivos e negativos que servirão de base para o projeto em estudo. Os resorts escolhidos foram o Tivoli Ecoresort Praia do Forte e Nannai Resort & Spa. 3.1
TIVOLI ECORESORT PRAIA DO FORTE – BAHIA
O Hotel Tivoli Ecoresort Praia do Forte possui classificação 5 estrelas e faz parte do grupo Tivoli Hotels & Resorts. É uma das principais cadeias hoteleiras em Portugal, contendo 12 (doze) unidades neste país e 2 (duas) no Brasil. Com 30 anos de operação, o resort da Praia do Forte, BA, possui uma das melhores qualidades de serviços e infraestrutura, sendo um
Figura 9. Vista aérea do Tivoli Ecoresort.
dos poucos empreendimentos do Brasil que integra a rede de hotéis de
luxo
Preferred
Hotels
&
Resorts2. Além disso foi eleito como o melhor resort familiar da América do Sul pela World Travel Awards3. A figura 9 mostra uma vista aérea da área central do empreendimento.
Fonte: Site Elite Operadora, 2016.
3.1.1 Localização O Tivoli Ecoresort está localizado no município de Mata de São João, no Estado da Bahia, a 80 Km de Salvador e 55 km do Aeroporto. Está implantado em uma reserva ecológica da Praia do Forte em um terreno de 300 mil metros quadrados, em frente à
2
Para ser aceito nesta categoria é necessária uma avaliação rigorosa, onde são verificados cerca de 1.600 itens, com atenção especial ao serviço. 3 Considerado o melhor prêmio do mundo para o setor de turismo, o World Travel Awards visa reconhecer, premiar e celebrar a excelência dos setores das viagens e do turismo.
39
praia de 12 Km de extensão e ao lado da vila da região. Para exemplificar, a figura 10 apresenta a localização do resort. Figura 10. Localização do Tivoli Ecoresort.
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora, 2016.
3.1.2 Implantação e Infraestrutura O resort é formado por blocos implantados em um eixo paralelo à praia. Analisando a figura 11, nota-se que grande parte das áreas comuns e de lazer (em laranja, vermelho e verde escuro), estão concentradas no centro do empreendimento e os blocos de apartamentos (em rosa), situam-se ao redor, sendo que alguns ficam mais afastados para proporcionar privacidade. Essa implantação permite que todos os quartos tenham vista para a praia. Figura 11. Implantação do Tivoli Ecoresort.
Fonte: Blog Sete Malas, adaptado pela autora, 2014.
40
A entrada ao hotel acontece em uma portaria única, próxima à bifurcação (em cor azul), que direciona o turista para dois acessos ao resort ou para a vila da Praia do Forte. O hóspede que estiver com veículo próprio tem a opção de deixa-lo na área de estacionamento (cinza), uma vez que dentro do resort não circulam veículos, apenas carrinhos de golf. A recepção (roxo) conta com um lobby espaçoso e um mini shopping na ala lateral. A área de lazer central possui um restaurante e um bar (laranja) que dá suporte as piscinas. Ao lado, concentra-se o anfiteatro e centro de convenções (vermelho), dividido em cinco tipos de salas e com capacidade para até 375 pessoas. À beira da praia, estão localizados dois restaurantes, um bar, a piscina principal e uma base náutica. Já em uma área mais reservada, encontram-se as instalações do Spa (verde claro), composto por salas de ginástica, de estética, ambiente fitness, piscina aquecida e saunas. Próximo ao Spa, situam-se as quadras esportivas (verde escuro) e o clube infantil, que oferece brinquedoteca e parque aquático. Em relação a área de hospedagem, o hotel conta com 18 blocos distribuídos em quatro setores, de acordo com as categorias, em sentido linear. Todos estão voltados para a praia e a face Sul, sendo assim, não recebem o sol da tarde. O quadro 5 informa algumas áreas públicas, sociais e de lazer presentes no hotel. Quadro 5. Instalações oferecidas pelo Resort.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado no site Tivoli Ecoresort.
As piscinas são distribuídas da seguinte forma: uma à beira da praia, sendo a mais extensa e com borda infinita (fig.12). Quatro na área central, aonde são realizadas as atividades de dança e hidroginástica (fig. 13). E duas delas são destinadas ao público infantil e à área do Spa.
41
Figura 12. Piscina principal.
Figura 13. Piscinas centrais.
Fonte: Blog de Luxo, 2010.
Fonte: Site Elite Operadora, 2011.
O hotel oferece três restaurantes com cardápios diferentes. No centro do resort localiza-se o restaurante principal (fig. 14), que oferece a culinária típica da Bahia. O segundo, à beira da praia, é especializado em frutos-do-mar. O terceiro (fig.15) conta com a vista da piscina e da praia, oferece gastronomia mediterrânea e internacional Figura 14. Restaurante Goá.
Figura 15. Restaurante A Sombra do Coqueiral.
Fonte: Blog viajando com pimpolhos, 2015.
Fonte: Site Elite Operadora, 2011.
A área destinada ao Spa (fig.16) é formada pela rede Thalasso. Ocupando uma área de 4 mil metros quadrados, possui uma estrutura completa com 25 salas para diversos tipos de tratamento, incluindo salão de beleza, hidromassagem e saunas. Figura 16. Recepção do Thalasso Spa.
Fonte: Site Torres Turismo, 2016.
42
3.1.3 Áreas de Hospedagem Todos os quartos têm vista para o mar e possuem como característica semelhante a decoração com tons naturais, elementos artesanais e design moderno. No total, são disponibilizados 287 quartos, classificados em cinco categorias distintas conforme os quadros 6,7 e 8 a seguir. Quadro 6. Acomodações das Áreas de Hospedagem Tivoli – 1.
1- Quarto Premium
Figura 17. Planta baixa quarto Premium.
Legenda: 1- Varanda com vista para o mar. 2- Corredor externo. Disponibilidade: 80 quartos. Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016). Figura 18. Foto quarto Premium.
Capacidade: 2 adultos (aceitaval mais 1 criança e/ou 1 adulto). Situado no centro do jardim do hotel. O quarto oossui vista para o mar, cama king size ou twin, cofre, Tv, minibar e possibilidade de quarto comunicante.
Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016).
2- Quarto Master
Figura 19. Planta baixa quarto Master.
Legenda: 1- Varanda com vista para o mar. 2- Corredor externo. Disponibilidade: 133 quartos. Capacidade: 2 adultos (aceitaval Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016). Figura 20. Foto quarto Master.
mais 1 criança). Com área de 38m², distribui-se entre o piso térreo e superior, possui cama king size ou twin, cofre,Tv, mesa de trabalho, minibar e
Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016).
possibilidade
de
quarto
comunicante.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado no site Tivoli Ecoresort (2016).
43
Quadro 7. Acomodações das Áreas de Hospedagem Tivoli – 2. Figura 21. Planta baixa quarto Master Spa.
3- Quarto Master Spa Legenda: 1- Varanda com vista para o mar. 2- Corredor externo. Disponibilidade: 54 quartos.
Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016).
Capacidade: 2 adultos (aceitaval mais 2 criança).
Figura 22. Foto quarto Master Spa.
Com área de 55m², foi desenhado para
acomodar
crianças.
Estão
Thalasso
Spa
famílias próximos e
com
com ao
acesso
grátuito, possuem 2 camas queen size, cofre, Tv, minibar, mesa de trabalho e possibilidade de quarto Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016).
comunicante.
Figura 23. Planta baixa Suíte Deluxe.
4- Suíte Deluxe Legenda: 1- Varanda com vista para o mar. 2- Corredor externo. Disponibilidade: 19 quartos. Capacidade: 2 adultos (aceitaval mais 1 criança e/ou 1 adulto).
Fonte: Site Tivoli Ecoresort. Figura 24. Foto Suíte Deluxe.
Com área de 76m², distribui-se entre o piso térreo e superior, possui sala de estar, varanda dupla, closet, banheira, cama king size, cofre, Tv, minibar, mesa de trabalho e acesso gratuito ao
Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016).
Thalasso Spa.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado no site Tivoli Ecoresort.
44
Quadro 8. Acomodações das Áreas de Hospedagem Tivoli – 3. Figura 25. Planta baixa Suíte Presidencial.
5- Suíte Presidencial Legenda: 1- Vista para o mar. 6- Closet
Fonte: Site Tivoli Ecoresort. Figura 26. Foto Suíte Presidencial (2016).
2- Varanda.
7- Sala Estar
3- Jardim
8- Sala Jantar
4-Jacuzzi
9- Lavabo
5-Banheiro
10- Suíte
Disponibilidade: 1 Quarto. Capacidade: 2 adultos. Com área de 220m², tem vista para o mar e jardim, cama king size, cofre, Tv, minibar, mesa de trabalho, sofás
Fonte: Site Tivoli Ecoresort (2016).
na sala de estar e acesso ao Spa.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado no site Tivoli Ecoresort (2016)
Ao lado do resort, localiza-se o condomínio Tivoli Pool Villas (fig. 27) com 42 casas de luxo de 320m² de 3 ou 4 quartos. Da mesma forma que podem ser compradas para moradia, podem ser locadas para hospedagem e os usuários têm acesso a todos os serviços do resort. As residências foram construídas com materiais naturais que causam menos impacto ao meio ambiente, como madeira, pedra e palha. Na estrutura dos telhados, pilares,
Figura 27. Casa Tivoli Pool Villas.
vigas e peças ornamentais, foi utilizada a madeira de eucalipto auto clavado, assim como a cobertura é de piaçava de manejo sustentável. O empreendimento tem cuidado com o uso eficiente de energia e água e aproveita ao máximo da iluminação e ventilação natural, integrando–se à paisagem. (LUXO SUSTENTÁVEL, 2013).
Fonte: Site Tivoli Ecoresort, 2016.
45
3.1.4 Análise Arquitetônica O resort é um empreendimento turístico de alto padrão. Seu projeto arquitetônico permite uma integração harmoniosa entre as edificações e a natureza. Evitou-se ao máximo agredir o meio ambiente, cada bloco foi inserido de acordo com a vegetação existente (LIDE,2011). As edificações apresentam escala horizontal e não ultrapassam dois pavimentos. As figuras 28 e 29, mostram a horizontalidade dos blocos de hospedagem e sua relação com o meio exterior. Figura 28. Apartamentos integrados ao jardim.
Figura 29. Bloco de hospedagem horizontal.
Fonte: Site ABR Resorts Brasil, 2016.
Fonte: Blog loucos por viagem, 2016.
A decoração de todos os ambientes privilegia o uso de materiais naturais e elementos decorativos criados por artistas locais da região (LIDE,2011). A figura 30, apresenta alguns desses elementos culturais presentes no lobby do hotel. Figura 30. Decoração do lobby do resort.
Fonte: Site ABR Resorts Brasil, 2016.
46
Ao analisar os ambientes das figuras 31 e 32, nota-se que os principais materiais utilizados nas edificações são elementos naturais, como a madeira (não só para estrutura, como também para decoração), pedra e telhados de sapê, que se integram à paisagem. Essa combinação proporciona ambientes aconchegantes e satisfatórios. Evita-se o uso de alvenarias nos blocos de áreas comuns, a maioria dos ambientes são abertos aos jardins e possuem aberturas zenitais, dessa forma, aproveita-se da iluminação e ventilação natural, dispensando o uso de ar condicionado e proporcionando uma sensação térmica mais agradável e confortável. Essa característica das edificações abertas torna-se favorável, pois cria uma relação mais forte entre interior e exterior. Figura 31. Bar com estrutura de madeira e telhado de sapê.
Figura 32. Restaurante com estrutura de madeira e telhado de sapê.
Fonte: Site Anastassiadis Arquitetos, 2016.
Fonte: Site Anastassiadis Arquitetos, 2016.
3.1.5 Programas sociais e meio ambiente Com o propósito de melhorar a qualidade de vida da população local, são desenvolvidos vários projetos socioambientais pelo resort. Segundo Alexandre Solleiro, diretor executivo do grupo Tivoli Hotels & Resorts, ao se hospedar no hotel, os clientes sabem que fazem parte de um empreendimento que foi o fio condutor do desenvolvimento social e econômico de toda a região. São promovidas atividades voltadas para a conscientização quanto à proteção do meio ambiente, tais como visitas às reservas naturais da região, plantio de mudas e sementes, pescarias, observação de baleias, entre outras (PERFIL,2011). O principal projeto social desenvolvido é o Projeto Tamar (fig.33), que tem a sede nacional na praia do Forte. O resort tem cuidado especial quanto a conservação marinha, em especial com as tartarugas. 47
A vila da Praia do Forte é bastante famosa (fig 34), possui uma diversidade de bares e atrativos culturais. Turistas e hóspedes do resort visitam o local frequentemente, beneficiando assim a comunidade. Figura 33. Projeto Tamar Praia do Forte.
Figura 34. Vila da Praia do Forte.
Fonte: Site Praia do Forte Bahia, 2016.
Fonte: Site Praia do Forte Bahia, 2016.
O resort tem um conceito que prioriza os valores socioambientais e não atua de forma isolada. Embora seja implantado em uma área de proteção ambiental, procurou proporcionar o menor impacto possível e preservar ao máximo a vegetação típica. Oferece uma arquitetura de alto padrão e ao mesmo tempo integrada a natureza e a cultura local, utilizando materiais naturais e da própria região. Apesar de ser um empreendimento grande, é capaz de preservar, proteger e principalmente respeitar a comunidade local.
3.2
NANNAI RESORT & SPA – PERNAMBUCO
O Nannai Resort & Spa é um hotel de lazer de categoria 5 estrelas, inaugurado em 2001. A escolha do estudo de caso, levou em consideração a arquitetura diferenciada e sua integração com a natureza, que privilegia o conforto e a privacidade para os hóspedes. Com treze anos de atuação, o empreendimento é um dos mais premiados no Brasil. Considerado como um resort exclusivo, foi premiado em duas categorias: melhores hotéis e melhores hotéis de luxo do país, por dois anos consecutivos, no Condé Nast Award for Excellence4 em 2014 e 2015.
4
Essa premiação é concedida como referência mundial para hospedagens de luxo e exclusividade, analisando a excelência das instalações, qualidade dos serviços, localização, gastronomia, decoração, conforto e ambiente de cada participante.
48
3.2.1 Localização O resort está situado na praia de Muro Alto, a 9 km do centro de Porto das Galinhas, litoral sul de Pernambuco à 54 Km de Recife (fig. 35). Possui localização privilegiada, visto que a praia neste ponto, é formada por arrecifes que compõem uma piscina natural de aproximadamente 2,5 Km de extensão (fig. 36). Figura 35. Localização do Nannai Resort.
Figura 36. Vista aérea do Nannai Resort.
Fonte: Google Earth, 2016, adaptado pela autora.
Fonte: Revista Class, 2012.
3.2.2 Implantação e Infraestrutura. O resort está implantado em uma área de 12 hectares. Dispõe de uma infraestrutura completa e exclusiva, oferecendo um parque aquático com 6.000 metros quadrados de piscinas que percorrem grande parte do terreno. Da portaria até a área central, estão localizadas as instalações de uso comum, como quadras esportivas, minicampo de golfe, boutiques, clube infantil e restaurante. Existem dois blocos de apartamentos perpendiculares à praia que separam uma área de bangalôs mais reservada, da área de bangalôs interligados ao parque aquático. Para as duas áreas foi considerada uma implantação em formato de “U” para aproveitar ângulos com vista para o mar e consequentemente usufruir a maior parte do sol da manhã. A figura 37 apresenta a implantação do resort e como foi disposta essa setorização.
49
Figura 37. Implantação do Nannai Resort.
Instalações oferecidas: 01 – Portaria; 02 – Recepção; 03 - Nannai Beach Boutique; 04 – Salas de Estar; 05 – Restaurante; 06 – Bar (sendo mais um na praia) 07 – Gazebos e Clube da praia; 08 – Apartamentos; 09 – Bangalôs Super Luxo; 10 – Suites Villa; 11 – Bangalôs Premium; 12 – Bangalôs Master; 13 – Primeiros socorros e Salas de Reunião; 14 – Kids Club, piscina infantil; 15 – Golf; 16 – Quadra de Tênis; 17 – Quadra de Futebol e Voleibol; 18 – Heliponto; 19 – Spa / 19 A – Fitness Center, Boutique, Cyber Lounge; 20 – Pista de cooper.
Fonte: Site Nannai Resort, 2013.
O resort disponibiliza ainda sala de eventos, uma biblioteca, sala de jogos, salão de beleza, baby copa, lavanderia e equipamentos para esportes aquáticos, como caiaque, jangada, stand up e passeios com buggys e carros. Sendo um elemento marcante na arquitetura do resort, as piscinas têm formatos exclusivos, percorrem todo o desenho da área de lazer e são conectadas às piscinas de alguns bangalôs. Possuem profundidades diferenciadas e são intercaladas com raias para natação e espaços de hidromassagem. A figura 38 mostra a piscina na parte central da área de lazer, já a figura 39 ilustra a parte rasa da piscina de frente para a praia. 50
Figura 38. Piscina central.
Figura 39. Piscina rasa à beira mar.
Fonte: Site Nannai Resort, 2013.
Fonte: Site Nannai Resort, 2013.
Embora o resort disponibilize apenas um restaurante (fig. 40), o mesmo possui espaço amplo e arejado, com área interna e varanda coberta. Oferece opções de cardápio diferenciado com gastronomia regional e internacional. Possui arquitetura rústica com elementos de madeira, pedra e vidro. O hotel conta ainda com dois bares, sendo que um deles está situado na praia, com estrutura de cadeiras e guarda-sol e outro, anexo ao restaurante, na área de piscina (fig 41). Figura 40. Restaurante do Nannai Resort.
Figura 41. Bar anexo ao restaurante.
Fonte: Site Nannai Resort, 2013.
Fonte: Site Vitrine Turismo, 2014.
O resort oferece o Nannai SPA by L’Occitane, que possui uma área de 1700 m², composto por nove ambientes de tratamento como saunas, piscinas aquecidas, hidromassagens, salão de beleza, academia e áreas de relaxamento. (NANNAI,2015). O projeto valoriza a relação do interior com o exterior, aproveitando ao máximo da iluminação e ventilação natural. A figura 42 ilustra a área externa do Spa, com piscinas aquecidas e gazebos integrados ao jardim.
51
A cobertura é alta para destacar a edificação e possui aberturas para a entrada de luz. A figura 43 ilustra um dos ambientes de tratamento, é totalmente aberto ao exterior, porém está situado em um local mais reservado do complexo, para proporcionar privacidade ao hóspede. Percebe-se o predomínio de materiais naturais como a pedra e a madeira, além disso, a decoração mescla itens que valorizam a cultura nordestina. Figura 42. Ambiente externo do Nannai SPA.
Figura 43. Sala de tratamento do SPA.
Fonte: Site Nannai Resort, 2013.
Fonte: Site Nannai Resort, 2013.
3.2.3 Áreas de Hospedagem O resort possui 91 opções de acomodações divididas em apartamentos e bangalôs com piscinas privativas, sendo que dez possuem vista para o mar. Estão classificados em 5 categorias conforme os quadros 9,10 e 11 a seguir. Quadro 9. Acomodações das Áreas de Hospedagem Nannai – 1. Figura 44. Apto. Luxo.
1- Apartamento Luxo e Super Luxo Disponibilidade: 40 unidades. (Luxo) Disponibilidade: 2 unidades. (Super Luxo). Área: 45m²(Luxo) Área: 45m²(Super Luxo)
Fonte: Site Nannai Resort (2013). Figura 45. Apto Super Luxo.
Os
Aptos.
Luxo
possuem
ampla
varanda de vista lateral para o jardim. Já os Super Luxo possuem duas (lateral e frontal), com vista para o mar e jardim. Todos tem cama queen size, mesa de trabalho, Tv,cofre e frigobar.
Fonte: Site Nannai Resort (2013). Fonte: Elaborado pela autora, baseado no site Nannai Resort & Spa.
52
Quadro 10. Acomodações das Áreas de Hospedagem Nannai – 2. Figura 46. Bangalô Super Luxo.
2- Bangalôs Super Luxo Disponibilidade: 39 unidades. Área: 64m². Distribuídos entre lâminas d'água e jardins, possuem varanda espaçosa .
Fonte: Site Nannai Resort (2013). Figura 47. Quarto Bangalô Super Luxo.
com acesso à piscina privativa de profundidade variada, para crianças e adultos.
São
compostos
por
um
ambiente de estar com sofás e mesa que se mescla ao quarto. Possuem cama queen size com dossel, mesa de trabalho, Tv, cofre, frigobar e banheira com ducha independente. Fonte: Blog viajar pelo mundo (2011). Figura 48. Bangalô Premium.
3- Bangalôs Premium Disponibilidade: 8 unidades. Área: 64m². Possuem
o
mesmo
conforto
e
instalações que os bangalos super luxo, contento os mesmos itens, como Fonte: Site Nannai Resort (2013).
varanda espaçosa, piscina privativa
Figura 49. Quarto Bangalô Premium.
com profundidade variada, ambiente de estar e quarto, sofás e cama queen size com dossel. O que os diferencia dos bangalos anteriores é o fato de terem um gazebo particular e estarem a beira mar com acesso direto a praia.
Fonte: Site Nannai Resort (2013). Fonte: Elaborado pela, baseado no site Nannai Resort & Spa.
53
Quadro 11. Acomodações das Áreas de Hospedagem Nannai – 3. Figura 50. Área externa Suíte Villa.
4- Suítes Villa Disponibilidade: 4 unidades. Área: 90m². Sendo um bloco com suítes que possuem jardim e piscina particular, as acomodações oferecem sala de estar
Fonte: Site Nannai Resort (2013).
com Tv, banheiro, quarto com cama
Figura 51. Quarto Suíte Villa.
king size, closet, Tv e banheiro com dois chuveiros independentes, sendo um deles a céu aberto e uma banheira. Possuem piscina térmica particular com hidromassagem e gazebo, terraço com
Fonte: Site Nannai Resort (2013).
day
bed
e
dois
acessos
independentes.
Figura 52. Bangalô Master.
5- Bangalô Master Disponibilidade: 2 unidades. Área: 120m². Estão localizados em frente a praia, contendo piscina privativa, jardim e gazebo particular. Possui dois pavimentos, no térreo
Fonte: Site Nannai Resort (2013).
estão localizados a sala de estar,
Figura 53. Sala de estar Bangalô Master.
contendo uma hidromassagem com acesso direto à piscina externa, lavabo e um espaço gourmet com frigobar e adega.
O
pavimento
superior
é
composto pelo dormitório e banheiro, com cama queen size e banheira de Fonte: Site Nannai Resort (2013).
hidromassagem.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado no site Nannai Resort & Spa.
54
3.2.4 Análise Arquitetônica Para a concepção do hotel, os espaços foram aliados à distinção e conforto em sua estrutura física, misturando-se visualmente à natureza como a figura 54 ilustra. O projeto respeita as características naturais do terreno, preservando resquícios de mata atlântica, mangues e a plantação de coqueiros, minimizando os impactos ambientais, integrando a paisagem da praia e a vegetação nativa com os elementos edificados (NANNAI,2015). Figura 54. Vista aérea do Resort.
Site Resorts Online, 2010.
Analisando a figura anterior percebe-se que a maioria das coberturas dos blocos possuem telhados altos com aberturas, criando pé - direitos maiores e aproveitando a iluminação e ventilação natural. Nota-se ainda, que os beirais são extensos, proporcionando mais sombreamento e tendo concordância com os telhados. O resort possui inspiração no estilo arquitetônico
da
Polinésia5,
Figura 55. Bangalô em estilo polinésio.
com
influências da Indonésia, Maldivas, Havaí e Tailândia. Foi projetado pelo arquiteto Pedro Motta, que viajou para diversos
países
buscando
essa
inspiração (JORNAL DO COMÉRCIO, 2002). A figura 55 mostra um dos bangalôs nesse estilo.
Fonte: Site Elite Operadora, 2011.
5
VELOSO, Paulo. A arquitetura Polinésia apresenta algumas similaridades com a arquitetura tradicional tropical brasileira, como a presença de varandas, integração interior x exterior, valorização da luz e ventilação naturais, uso de materiais naturais como palha de coqueiro e madeira.
55
Todo o material empregado na concepção do projeto para o paisagismo, decoração e mão-de-obra são de origem local (NANNAI,2015). Os principais materiais utilizados são a madeira, tanto para estrutura, quanto para decoração, e telhado de sapê, representados nas figuras 56 e 57. Figura 56. Bangalôs em estrutura de madeira e
Figura 57. Ambiente utilizando madeira como
telhado de sapê.
elemento estrutural e decorativo.
Fonte: Site Viajar pelo mundo, 2014.
Fonte: Site Elite Operadora, 2011.
O projeto procurou conservar as plantações de coqueiros existentes, integrando-se de maneira a fazer parte do cenário natural. As piscinas possuem formatos orgânicas, para se adequar ao terreno e à natureza. Apesar de não possuir projetos sociais e não ter interação direta com a comunidade, o resort tem a preocupação em preservar os valores ambientais e culturais da região, sendo assim, buscou representar a cultura do Estado em toda a decoração. Infelizmente, o hotel não possui uma relação com a comunidade, dessa forma, não consegue valorizar tanto quanto poderia. Este fator será considerado na concepção do projeto em estudo, a ideia é justamente proporcionar o oposto, criando uma interação direta com a vila de Itaúnas.
56
57
4 4.1
CONTEXTUALIZAÇÃO DA REGIÃO DE ITAÚNAS HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS
A implantação de um resort exige localização com potencial paisagístico, proximidade com o mar, rios ou montanhas, além de um certo distanciamento de áreas urbanizadas. O Espírito Santo é considerado um dos estados brasileiros mais atraentes, com belezas, paisagens naturais e rica cultura que compõem uma identidade própria, atraindo turistas e investidores nacionais e internacionais. A 259 km da capital de Vitória, localiza-se o município de Conceição da Barra, no litoral norte capixaba. Faz divisa com o sul da Bahia e é constituído pela sede e os distritos Braço do Rio e Itaúnas. A região apresenta imenso potencial turístico devido a integração da diversidade étnica, a existência de belezas naturais e a riqueza histórica e cultural (INCAPER,2011). Itaúnas é uma vila litorânea localizada a 20 km de Conceição da Barra. Segundo o Plano de Ordenamento da Vila de Itaúnas, 2011, realizado pela Petrobras e Instituto Jones dos Santos Neves, a estimativa de moradores em 2001 era de 1.033 pessoas Para exemplificar, a figura 58 ilustra a sua localização. Figura 58. Distritos de Conceição da Barra
Fonte: Instituto Jones Santos Neves – IJSN, 2012, adaptado pela autora.
58
O nome Itaúnas tem origem tupinikin e significa “itá c. Y-tá, o que é duro, a pedra, o penedo, a rocha, o seixo, o metal em geral, o ferro”, e “una adj. negro, preto, escuro”, referência à uma grande rocha escura que desponta no mar quando a maré está baixa, funcionando como uma barreira de recifes que delimita uma área mais protegida para a entrada e saída das canoas dos pescadores (FERREIRA,2002). A região possui um conjunto de rico paisagismo com dunas, praias, rio, alagados e fragmentos de Mata Atlântica. A figura 59 mostra uma vista aérea da vila, o rio Itaúnas e os alagados ao fundo. Figura 59. Vista aérea da Vila de Itaúnas. Alagados Rio Itaúnas
Vila
Fonte: Site Mapa da Vila de Itaúnas, 2008.
Antigamente a vila, que vivia da criação de animais e agricultura, situava-se na restinga, entre o rio Itaúnas e o mar. Por algum motivo e de acordo com relatos antigos, neste trecho a vegetação original foi retirada (FERREIRA,2002). Uma dos motivos contados, foi devido ao desmatamento ocasionado pelo comércio de madeira, que eram retiradas e transportadas pelo rio até chegar no porto de Conceição da Barra (HISTÓRIA DE ITAÚNAS,2008). Com a areia solta e a ação dos ventos Nordeste e Sudeste, inicia-se um processo de soterramento da Vila Antiga na década de 50. A areia começou a invadir o local e durante esse tempo, os moradores tentavam retirála das ruas, praças e moradias. Gastou cerca de 30 anos para efetivar o soterramento total e, devido aos obstáculos das construções e vegetação, a areia foi fixando-se provisoriamente e constituindo-se em dunas móveis (FERREIRA,2002). 59
Sendo assim, a alternativa de moradia para o povoado foi construída do outro lado do rio Itaúnas. A prefeitura comprou uma antiga fazenda localizado atrás do rio e fez um novo loteamento. Aos poucos, os moradores foram se mudando para o local e uma nova vila foi criada. Por fim, na década de 70, a antiga vila foi totalmente soterrada pelas dunas de areia (FERREIRA,2002). A figura 60, aponta a área da antiga vila, que hoje em dia está embaixo da areia e aonde se encontra a atual. Cabe ressaltar, que após a visita ao local, foram realizadas muitas perguntas e entrevistas com moradores antigos, novos e turistas. A maioria conta e confirma os mesmos relatos. Figura 60. Localização da antiga e atual Vila de Itaúnas.
Fonte: Google Earth, 2016.
O soterramento deixou como legado cerca de 2 km de dunas de areia de até 300 metros de largura, com picos que chegam a 35 metros de altura (VOU SEM GUIA,2016). Atualmente o que se pode ver sobre as dunas são vestígios de uma vila soterrada, que as vezes, com a ação dos ventos, mostra pedaços de telhados das construções mais altas. Essa característica de transformação da paisagem local imposta, desta vez, pela soberania da natureza sobre o homem, tornou-se um potencial turístico para a região. A figura 61, mostra uma foto aérea das dunas de areia e ao fundo a atual vila. 60
Figura 61. Vista aérea das dunas de areia.
Fonte: Fórum Saúde Doutíssima (2015)
Em 1991, as Dunas de Itaúnas passaram a constituir parte do Parque Estadual de Itaúnas, Unidade de Conservação de Proteção Integral criada pela Secretaria de Estado do Espírito Santo. O Parque foi um incentivo para o município criar uma proposta para o desenvolvimento do turismo ambiental ou ecoturismo da região (FERREIRA,2002). A paisagem composta pelo rio Itaúnas, a vila, as dunas e as praias criou um cenário exótico, passando a atrair muitos turistas, principalmente jovens e famílias (XAVIER, 2008). Nas temporadas de verão, a região chegou a receber cerca de 60 a 70 mil turistas. A atividade turística aumentou rapidamente a partir dos anos 90, quando a tradição local do forró tomou proporção nacional (FERREIRA,2002). De acordo com o último relatório de demanda turística, realizado em 2016 pela secretaria de turismo do Espirito Santo, o Estado recebeu uma estimativa de 1.590.000 turistas, sendo que Conceição da Barra foi o primeiro município escolhido pelo turista para pernoitar, correspondendo a 7% do total, o que equivale a uma estimativa de 111,300 turistas em janeiro de 2016 (SETUR,2017). A figura 62 ilustra uma foto de turistas passeando pelas dunas de areia.
61
Figura 62. Turistas passeando pelas dunas de areia.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Em relação a arquitetura local, a vila possui pequenas casas com tipologias construtivas tradicionais, uso de materiais locais, como madeira, pedra, tijolos ligados com argamassa e ainda algumas casas de taipa de pilão. A maioria apresenta somente um pavimento. A figura 63 ilustra uma construção residencial típica da vila (XAVIER, 2008). Figura 63. Construção residencial típica.
Figura 64. Casa contemporânea.
Fonte: XAVIER, 2008, p.39
Fonte: Acervo pessoal, 2017
A vila também apresenta algumas edificações, como casas, pousadas e hotéis, com características arquitetônicas contemporâneas (fig. 64) e outras com aspectos rústicos, utilizando principalmente a madeira e a pedra como material de construção e decoração. A trama de madeira é um elemento muito presente em detalhes de algumas fachadas (fig. 66). A figura 65 mostra uma das pousadas usando materiais de pedra, que foi aplicada nas alvenarias e em alguns elementos decorativos, e a madeira, que foi utilizada como elemento estrutural e estético. 62
Figura 65. Pousada em Itaúnas.
Figura 66. Fachada de pousada.
Fonte: Site Pousada Pargos, 2014.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Além das dunas de areia, Itaúnas oferece uma gama de atrações diversificadas conforme o quadro 12 apresenta. Quadro 12. Atrativos da região de Itaúnas. Figura 67. Folder Festival de Forró
Festival Nacional de Forró de ItaúnasFENFIT É considerada a capital nacional do forró, recebe todo ano turistas do país inteiro durante o Festival de forró pé de serra. O evento é responsável por um dos maiores movimentos de resgate da música regional nordestina. Ocorre alternadamente na primeira ou na segunda quinzena de julho de cada ano (POUSADA DUNAS,2016).
Fonte: Site Pousada dunas, 2016. Figura 68. Manifestação cultural.
Festas e manifestações culturais. Possui
diversas
manifestações
culturais
herdadas dos núcleos de cultura negra, como o Ticumbi, Alardo, Reis de Boi, Pastorinhas e Jongo. A região possui forte influência dos índios pataxás e aimorés, de portugueses, espanhóis e negros quilombolas. Ocorre entre os dias 16 e 22 de janeiro (POUSADA Fonte: Site Pousada dunas, 2016.
DUNAS,2016).
63
Bares, Restaurantes e Lojas.
Figura 69. Rua de Lazer.
A vila possui muitas opções de lazer e entretenimento.
Existem
muitos
bares
e
restaurantes que funcionam no período da manhã e da noite e oferecem uma variedade de comidas típicas. Misturam-se com algumas lojinhas das ruas e a maioria possui o mesmo tipo de tipologia. Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Parque Estadual de Itaúnas.
Figura 70. Entrada do PEI.
O Parque Estadual de Itaúnas, preserva uma variedade de ecossistemas integrados a fauna e a flora, que lhe deu o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco. Além de garantir a proteção do local, o Parque oferece aos turistas a oportunidade de interação direta com Fonte: Acervo pessoal, 2017.
a
natureza,
disponibilizando
vários
passeios ecológicos, ecoturismo, canoagem, passeios de barco e pelas trilhas.
Figura 71. Quiosque praia de Itaúnas.
Praia As
praias
de
Itaúnas
são
praticamente
desertas, possuem formação de piscinas naturais na maré baixa e temperatura média de 26°. A praia principal conta com a infraestrutura de poucos de quiosques, mesas, banheiros e chuveiros. As cadeiras de praia e guarda-sóis podem ser alugadas pelos ambulantes locais. Fonte: Acervo pessoal, 2017. Fonte: Elaborado pela autora.
Após as pesquisas, entrevistas e análises pessoais, conclui-se que o local é bastante interessante e propício para a possível instalação de um hotel de lazer. Porém, infelizmente, a vila carece de uma infraestrutura completa de meios de hospedagem que atenda famílias ou grupos maiores. As opções de quarto são limitadas a uma cama de casal e a oferta de entretenimentos para crianças e idosos são muito poucas. 64
Muitos entrevistados, acreditam que a região deveria ser mais valorizada e divulgada, a primeira sugestão falada por um dos moradores, que reside em Vitória, entretanto, passa mais tempo em sua segunda casa na vila, foi a implantação de um hotel com infraestrutura maior, do tipo resort, pois o local é distante do centro urbano e possui uma paisagem fascinante, ajudaria a aumentar o turismo e a economia da região. Portanto, considerando o seu potencial turístico, o projeto em estudo visa criar uma edificação arquitetônica que se integre ao local, de maneira a enfatizar o turismo, atender esta demanda e por fim beneficiar a região. A seguir serão apresentadas as análises e características do terreno que nortearam o desenvolvimento do projeto. 4.2
ANÁLISE DO TERRENO
4.2.1 Justificativa da escolha do Terreno A região de Itaúnas apresenta em sua maioria, áreas de preservação ambiental, principalmente no entorno das dunas, do rio e da vila. A escolha do terreno levou em consideração as características que o local apresenta, como proximidade com a vila, a relação com a paisagem, proximidade com áreas de preservação, solo com pouca vegetação, para não haver desmatamento e localização favorável para os usuários. A figura 72 apresenta o terreno identificado, que está cercado por áreas de preservação ambiental e posicionado entre a vila e o bairro novo, além disso, está situado na via principal de acesso a vila. Figura 72. Localização do terreno.
Fonte: Google Earth, 2016, adaptado pela autora.
65
É uma área de propriedade particular e o presente estudo possui a concessão do proprietário, que disponibilizou do material digitalizado zelosamente para o desenvolvimento do projeto preliminar. 4.2.2 Contexto social e econômico O terreno possui localização privilegiada, pelo fato de estar na Avenida principal de acesso à vila e em frente ao portal de entrada. Ao lado direito, separado por uma rua local, encontra-se um pequeno bairro novo, que tem predomínio residencial. Em relação ao fluxo de pessoas e veículos em frente ao terreno, a movimentação se dá pela ida e volta de moradores deste bairro à vila, assim como, de moradores da vila que vão para cidades vizinhas e a passagem de turistas pelo portal. Vale destacar ainda, que a localização do hotel em estudo possui muitas vantagens para os hóspedes, visto que os percursos podem ser realizados a pé, evitando o uso de automóvel. Conforme a figura 73 ilustra, existem muitos comércios e serviços, como restaurantes, bares, mercados e lojas na parte central da vila, distribuídos pela Avenida principal, próximo à entrada do Parque Estadual e em volta da praça. No que se refere a infraestrutura turística, a vila apresenta pousadas e hospedarias pequenas, assim como, muitos moradores alugam quartos de suas residências para turistas. Praticamente não existem hotéis com grande variedade de entretenimento para atender todas as faixas etárias, serviços exclusivos e opções diversificadas de quartos. Em relação as atividades econômicas, emprego e renda local da população, segundo o Plano de Ordenamento da Vila de Itaúnas, 2011, a pesca artesanal é uma atividade exercida durante todo o ano por parte da população. As pousadas empregam grande parte da comunidade local e outra trabalha na construção, lojas, restaurantes, quiosques e serviços públicos oferecidos, que é o da escola, posto de saúde, parque e cesan. Infelizmente existe pouca exposição do artesanato local, sendo necessário a existência de locais para feiras permanentes e móveis, para o incentivo do mesmo. Segundo fontes locais, a maioria dos moradores vivem com cerca de 80,00 por mês e muitos já venderam seus terrenos e casas para destinos ignorados, entretanto, há o desejo de permanecer na perspectiva de ganhos com o turismo. Considerando tais colocações, a proposta do hotel visa impulsionar o turismo e beneficiar a comunidade, gerando mais empregos e renda. 66
Figura 73. Análise do entorno.
Igreja da praça
Restaurante
Entrada PEI
Playground
Hospedaria
Entrada da Vila
Casa típica
Rua restaurantes
Fonte. Acervo pessoal, 2017.
67
4.2.3 Contexto Urbano e Legal Conforme abordado anteriormente, o terreno é uma propriedade particular e localizase em frente ao portal de entrada da vila. A testada está voltada para a avenida principal e sua lateral para uma rua local (fig.74). Possui área total de 28 mil m², topografia plana, sem curvas de níveis e em seu interior situam-se seis residências e uma pequena área de camping. O estudo tem por finalidade ocupar o menor espaço possível, para que não haja desmatamento e intervenções prejudiciais às construções, portanto, um dos objetivos será proporcionar uma relação harmoniosa com a vegetação e o contexto local existente. Figura 74. Características do terreno.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Atualmente o local está protegido por uma cerca-viva na testada principal (fig. 75 e 80). A lateral possui um alinhamento de árvores, que impede a visão da rua local e das residências do bairro vizinho para o terreno. As edificações existentes estão separadas do restante do terreno através de uma cerca viva e por algumas árvores, conforme as figuras 76 e 77 ilustram a seguir. A parte dos fundos está cercada por uma vegetação fechada da área de preservação, e possui ao lado, mas fora do terreno uma pequena estação de tratamento de esgoto (fig. 78). 68
Figura 75. Esquina do terreno
Alinhamento de árvores
Portal da Vila
Rua Local
Av. Principal Cerca viva
Fonte: Acervo pessoal, 2017. Figura 76. Cerca viva do terreno.
Figura 77. Divisão da área das residências.
Edificações existentes
Edificações existentes
Árvores separando as áreas
Divisão por árvores e cerca
Cerca viva Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Figura 78. Estação de esgoto.
Figura 79. Testada do terreno.
Vegetação fechada
Alinhamento de árvores. Portal da Vila Cerca viva
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
69
Segundo a Lei complementar n.º 009 de 02 de janeiro de 2006 da prefeitura de Conceição da Barra, que dispõe sobre o perímetro da zona urbana do distrito, Itaúnas é constituída por quatro zonas: Zona de Consolidação I e II; Zona de Expansão e Zona de Interesse Ambiental. O terreno está localizado na Zona de Consolidação II. O terreno em estudo está localizado na Zona de Consolidação II. Figura 80. Planta de Perímetro da Zona de Itaúnas.
Terreno
Fonte: Lei complementar de nº 009 de 02 de janeiro de 2006. Prefeitura de Conceição da Barra. Anexo II, p.03.
Conforme a lei de uso e ocupação do solo no município de Conceição da Barra (Lei complementar n°. 016 de 21 de junho de 2006) a Zona Urbana de Consolidação II é aquela que já apresenta um grau básico de urbanização, que requer qualificação urbanística destinada a adequar e melhorar o padrão urbano existente. Dentre os usos 70
permitidas para a área, está incluso o serviço de apoio a atividade de turismo, como por exemplo, hotelaria, sendo hotel, apart-hotel ou pousada. Como já foi citado, a região
de
Itaúnas
possui
grande
potencial
turístico,
o
investimento
de
empreendimentos hoteleiros em áreas destinadas a este propósito, poderiam valorizar a aumentar ainda mais este potencial. A região não possui muitas restrições quando à parâmetros urbanísticos, a principal preocupação é a preservação das áreas ambientais. A figura 81 apresenta o anexo V desta lei, contendo os índices urbanísticos mínimos. Para a Zona de Consolidação II o coeficiente de aproveitamento é 0,2 e não exige afastamentos. Um fato importante é o gabarito máximo, todas as edificações da vila não podem passar de 2 pavimentos, incluindo terraço, desta forma, a arquitetura do hotel será horizontal, respeitando o padrão construtivo da vila. Figura 81. Tabela de Parâmetros Urbanísticos.
Fonte: Lei complementar n°. 016 de 21 de junho de 2006 - Anexo V, p.37.
O anexo III desta lei, informa sobre a quantidade de vagas de estacionamento para veículos. Devem ser previstos uma vaga para cada três unidades privativas, independente da área do hotel. Figura 82. Tabela vagas de estacionamento.
Fonte: Lei complementar n°. 016 de 21 de junho de 2006 - Anexo III, p.33.
71
O anexo IV aborda as áreas destinadas a carga e descarga, que são calculadas de acordo com a metragem da edificação ou das unidades de hospedagem. Figura 83. Tabela de áreas de carga e descarga.
Fonte: Lei complementar n°. 016 de 21 de junho de 2006 - Anexo IV, p.34.
O sistema viário da Vila de Itaúnas é composto por duas vias principais, a Av. Bento Daher (fig. 86) e R. Demerval Leite Silva (fig. 84) que atravessam toda a área urbana, e por vias secundárias que interligam entre si. Não apresentam qualquer tipo de pavimentação e a maioria das vias encontram-se cobertas por grama. Não possuem meio-fio, bem como demarcação de calçadas, sendo assim, as vias são definidas pelo alinhamento das casas ou muros dos lotes. Segundo o Plano de Ordenamento da Vila de Itaúnas, 2011, deve ser previsto uma área de estacionamento fora da vila para que não haja trânsito de veículos, exceto de moradores, priorizando assim os pedestres. Figura 85. Sistema viário.
Figura 84. Rua Demerval.
Fonte: Acervo pessoal, 2017. Figura 86. Av. Bento Daher, em frente ao terreno.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
72
4.2.4 Contexto Ambiental O terreno possui localização privilegiada, visto que está situado entre duas áreas de preservação ambiental. Possui uma grande parte de restinga arbórea, que se mistura com a área de preservação, e outra área mais aberta. Em virtude disso, a proposta de implantação visa aproveitar justamente este espaço de área aberta, a fim de preservar a vegetação existente ao redor. A figura 87 a seguir ilustra esta área e logo ao fundo o início da vegetação arbórea. Já a figura 88, mostra a cerva viva na testada principal e algumas árvores ao fundo. Figura 87. Cerca viva do terreno.
Figura 88. Divisão da área das residências.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
A temperatura média anual da região é de 23,80° C e toda a vegetação presente favorece o clima, mantendo o local agradável. Por não haver nenhuma barreira, toda a área recebe diretamente os ventos nordestes, tornando - a bem ventilada. Não existem muitos agentes poluidores, somente os ruídos dos carros quando passam na avenida principal, e consequentemente a poeira gerada, pelo fato de ser estrada de chão. A figura 89 apresenta um esquema detalhando os elementos abordados anteriormente. Outro aspecto relevante é a orientação solar, que é determinante para o conforto térmico no projeto. Conforme é ilustrado na figura 90 a seguir, o terreno recebe insolação o dia todo, sendo que sua testada principal possui orientação voltada para o leste, recebendo o sol da manhã e os fundos, o sol da tarde. 73
Figura 89. Contexto ambiental.
Fonte: Acervo pessoal, adaptado, 2017. Figura 90.Trajetรณria solar
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
74
Considerando os contextos abordados, cabe destacar que o terreno possui características singulares e localização notável e privilegiada. A partir das pontuações estudadas, foi possível definir as condicionantes essenciais do projeto, levando em consideração que a intenção é adequá-lo ao entorno existente, de maneira a não prejudicar o meio ambiente e representar a cultura local em diferentes aspectos.Com base nesses dados foi elaborado uma proposta, a qual será apresentada no próximo capítulo.
75
76
5
5.1
PROPOSTA PROJETUAL
CONCEITO E PARTIDO
A premissa deste projeto esteve ancorada desde o início no conceito de integração da edificação hoteleira com a natureza e cultura local. Dessa forma, o trabalho desenvolvido consiste na implantação de blocos posicionados de acordo com a arborização original e a exposição de características regionais. A proposta teve como ponto de partida a disposição da maioria dos setores na área de forração mais aberta, evitando um possível desflorestamento. Cada edificação foi posicionada de modo a preservar as árvores existentes, e nos locais vazios, foram implantadas outras para compor o paisagismo. Na área de vegetação arbórea foram colocados os bangalôs e o SPA, com a intenção de trazer mais privacidade e proporcionar um contato ainda maior com a natureza. A figura 91 mostra uma simulação dessa implantação no terreno. Figura 91. Implantação.
Fonte: Arquivo pessoal, adaptado, 2017.
77
Para valorizar as características locais foram adotados materiais naturais de uso predominante na região. Além disso, a intenção é expor elementos decorativos que simbolizem o local e produzidos por artesãos da comunidade, será previsto uma área de convívio social para feiras e eventos artesanais da vila. 5.2
O PROJETO
Em relação ao programa, o hotel é composto pelos seguintes setores:
Recepção e administração
SPA
Hospedagem
Serviços e restaurante
Bangalôs
Área de eventos
Área de lazer e vivência
Espaço vila
Para melhor compreensão, o mapa adiante ilustra a implantação geral da proposta. Primeiramente, foram definidos dois acessos realizados pela Av. Bento Daher, o principal, que dá acesso à recepção e ao estacionamento privativo e um secundário, que dá suporte a área de eventos e espaço vila. Na rua lateral, foi estabelecido o acesso restrito aos funcionários e a doca de carga e descarga. Optou-se por distribuir cada setor em blocos separados, com o propósito de criar uma organização equilibrada das edificações no terreno, evitando a concentração de blocos em um único local, e ao mesmo tempo promovendo fluidez e naturalidade do espaço. São interligados entre si, através de um percurso de madeira, que começa no lobby e se bifurca para os demais. Tendo como um dos objetivos, criar uma integração harmoniosa com o meio ambiente, foram adotadas algumas medidas e recursos sustentáveis, aproveitando os benefícios que a natureza proporciona, como por exemplo, soluções de iluminação, ventilação e sombreamento natural, gerando economia de energia, além da coleta e o reaproveitamento da água, realizada através da captação da água da chuva pelas coberturas. Sendo assim, foram elaborados blocos permeáveis, com a composição de pilares e grandes aberturas para os jardins, aplicação de treliças vazadas nos ambientes de área comum, uso de materiais naturais, como a madeira ecológica, coberturas de palha de sapê em todos as edificações, concreto reciclado, tinturas ecológicas, pisos permeáveis, pedras e areia em algumas áreas de lazer, que por sua vez representam as dunas. 78
79
As figuras 92 e 93 ilustram a entrada principal e o acesso à recepção e ao estacionamento.
Figura 92. Entrada principal.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 93. Acesso principal.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
80
5.3
SETORES
Conforme citado anteriormente, os setores foram distribuídos em blocos individuais. A seguir serão apresentadas as características de cada um.
RECEPÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
O primeiro bloco é composto por um volume com pé direito duplo e telhado aparente, que abrange a recepção, e outro mais baixo, que contém a administração. A relação do espaçoso lobby com o meio externo se dá através de treliças de madeira vazadas e esquadria de vidro na fachada principal. A intenção é captar ao máximo a ventilação e iluminação natural, tornando o ambiente fresco e agradável e fazer com que o usuário chegue e perceba a relação direta do interior com o exterior. Através da treliça é possível visualizar outras áreas do hotel, como o da piscina por exemplo. Figura 94. Bloco de recepção e administração.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
81
Figura 95. Fachada recepção e administração
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 96. Perspectiva do bloco de recepção.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
82
Figura 97. Visão de chegada ao lobby.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
A figura 98 mostra a bancada da recepção, nota-se que ao fundo há um quadro com uma imagem das dunas. Esse recurso foi pensado justamente para demonstrar e evidenciar a paisagem exuberante da região. Figura 98. Bancada recepção.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
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O lobby foi pensado de modo a ser espaçoso e confortável, tornando-se o cartão de visita do hotel. Assim como todos os ambientes, a intenção é utilizar alguns móveis de madeira de demolição, ornamentos e objetos decorativos da própria região, dando oportunidade e incentivo aos artesãos da vila. Figura 99. Visão panorâmica do lobby.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 100. Visão de chegada ao lobby.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
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Figura 101. Perspectiva da parte detrás da recepção.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
O bloco se conecta à hospedagem através de um caminho de madeira protegido por uma cobertura de palha. Para chegar aos bangalôs, o hóspede tem a opção de ir andando ou ir em carros de golf, estacionados em um pergolado atrás do lobby. Figura 102. Conexão entre os blocos de recepção e hospedagem.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
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BLOCO DE HOSPEDAGEM E ÁREA DE ESTAR
Na sequência, encontra-se o bloco central de hospedagem composto por dois pavimentos. É subdividido ao meio por um átrio com jardim e circulação vertical. De um lado estão localizados quatro apartamentos, com vista e ligação direta com o jardim através de uma varanda, e do outro, uma generosa área de estar aberta, que possui pilares estruturais de madeira e solo de areia, representando e recordando as dunas. A mesma treliça usada no lobby é aplicada na parte lateral e se estende até o corredor dos quartos. No andar superior encontram-se oito apartamentos de modelos diferentes e varandas com vista para o jardim, piscina e área de preservação. Figura 103. Bloco de hospedagem
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
86
Para melhor entendimento, as vistas e figuras a seguir mostram a fachada principal do bloco da recepção, da hospedagem e imagens dessa proposta. Como já mencionado, o lobby, que possui pé direito duplo, possui na fachada frontal uma esquadria de vidro e madeira e nas laterais, foram utilizadas as treliças de madeira, identificadas na vista B. Para o bloco da administração, optou-se por colocar no corredor interno, um cobogó de madeira, para aproveitar a iluminação e ventilação natural, e ao mesmo tempo compor a envoltória da edificação. Figura 104. Vista A recepção.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Os apartamentos do hotel foram distribuídos em dois andares no bloco de hospedagem. Este, por sua vez, foi separado ao meio por uma caixa com esquadria de vidro e madeira, que envolve a escada e elevador. No térreo, os quartos ficaram do lado direito e do outro, a área de estar aberta contendo a treliça de madeira na parte de trás, como é ilustrado no corte a seguir. Figura 105. Vista B hospedagem.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
87
Figura 106. Perspectiva do bloco de hospedagem.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 107. Vista frontal do bloco de hospedagem.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
88
Figura 108. Perspectiva da parte detrás do bloco de hospedagem.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 109. Átrio com jardim e circulação vertical.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
89
A área de estar foi planejada para ser um ambiente aconchegante e agradável. Conecta-se diretamente com a área de lazer e se tornou o centro do hotel. As figuras a seguir mostram a ideia para este espaço. Figura 110. Perspectiva da área de estar.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 111. Perspectiva da área de estar.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
90
Figura 112. Perspectiva interior da รกrea de estar.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 113. Perspectiva interior da รกrea de estar.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
91
Figura 114. Perspectiva interior da área de estar.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Neste ambiente, além da areia que recorda as dunas, foi colocado ao fundo também outra imagem da paisagem de Itaúnas, conforme a figura 115 mostra. Figura 115. Fundo com imagem das dunas.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
92
Figura 116. Perspectiva รกrea de estar.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 117. Vista da รกrea de estar para a piscina.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
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Um dos objetivos deste projeto visa atender todos os públicos e faixas etárias, como casais, jovens, idosos, famílias com crianças e pessoas com deficiências, sendo assim, optou-se por criar apartamentos de modelos diferentes: 1- Suíte Standart
Figura 118.Suíte Standart.
Área total: 34.60 m² Capacidade: 2 adultos Quantidade: 6 unidades, sendo uma acessível. Distribui-se entre o piso térreo e Fonte: Arquivo pessoal.
superior. 2- Suíte Premium
Figura 119. Suíte Premium.
Área total: 39.30 m² Capacidade: 3 adultos ou 2 adultos e 1 criança. Quantidade: 3 unidades Distribui-se entre o piso térreo e Fonte: Arquivo Pessoal. Figura 120.Suíte Master
superior. 3- Suíte Master Área total: 44 m² Capacidade: 4 adultos ou 2 adultos e 2 crianças. Quantidade: 2 unidades.
Fonte: Arquivo pessoal. Figura 121. Suíte Deluxe.
Piso térreo e superior. 4- Suíte Deluxe Área total: 44 m² Capacidade: 2 adultos Quantidade: 1 unidade Piso superior.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Exclusivo banheira hidromassagem
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BANGALÔS
Como já informado, os bangalôs foram posicionados na área de vegetação arbórea, sendo assim, sua tipologia foi incorporada à ambiência paisagística. Procurou-se preservar o máximo do terreno, para isso, os blocos foram elevados a 60 cm do chão, de forma a agredir menos o solo e deixa-lo livre, logo, o acesso se dá através do caminho de madeira que vai se elevando suavemente até chegar ao nível da varanda. Foram propostos sete bangalôs, sendo distribuídos em 3 opções. Primeiramente, foi elaborado um modelo padrão, o Premium (fig. 122), que comporta dois adultos, possui duas varandas, uma copa, sala e banheiro. A partir deste, foram criados o Deluxe (fig. 124), com piscina privativa, localizados nos pontos mais afastados, e o Master (fig. 123), caracterizado pelo acréscimo de uma suíte à medida que a demanda for necessária, atendendo famílias ou grupos maiores. Vale lembrar, que também foi proposto uma unidade acessível. (fig.125). Figura 122. Bangalô Premium.
Figura 123. Bangalô Master.
Figura 124. Bangalô Deluxe.
Figura 125. Bangalô Acessível.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
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Com a intenção de proporcionar mais privacidade aos hóspedes dos bangalôs, foram previstas aberturas maiores apenas para a fachada norte, pelo fato de estar menos visível para quem passa pelas proximidades da entrada. Além disso, essa conformação permite com que a varanda aproveite a ventilação predominante nordeste e receba o sol da manhã e da tarde, beneficiando às piscinas privativas. Figura 126. Perspectiva frontal dos bangalôs.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 127. Perspectiva da varanda do bangalô premium.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
96
Figura 128. Perspectiva da varanda do bangalô deluxe.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 129. Vista aérea dos bangalôs.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
No que se refere a quantidade dos bangalôs, cabe ressaltar que não foi utilizado toda a área do terreno, portanto, é possível inserir outros blocos, na área que não foi utilizada, de acordo com a necessidade do hotel. 97
ÁREA DE LAZER E VIVÊNCIA
Esse setor foi projetado com a finalidade de diversificar os usos, por meio da criação de vários ambientes. O principal abrange a área da piscina, composta por uma piscina infantil e uma adulto, contendo níveis de profundidade diferentes e interação com o bar molhado. No entorno, estão dispostas mesas com guarda sol de palha, espreguiçadeiras, cadeiras e gazebos de palha com sofás de descanso. Figura 130. Área de lazer.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
98
Para melhor compreensão, as figuras a seguir mostram a proposta para a área de lazer da piscina.
Figura 131. Vista aérea da área de lazer.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 132. Perspectiva da área da piscina.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
99
Figura 133. Perspectiva da área da piscina.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 134. Visão da área da piscina.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Ao lado, situa-se a área de entretenimento, a qual foi proposto um espaço para jogos, uma área de estar com areia, que mais uma vez, recorda as dunas e uma área recreativa de caráter lúdico, que se subdivide em um ambiente coberto e outro ao ar livre. Composto por um piso emborrachado colorido, dispõe de um espaço para 100
narração de histórias, gincanas e atividades que proporcionem conscientização ecológica. O bloco é aberto para o exterior, e contêm apenas uma treliça vazada atrás do sofá e infraestrutura de sanitários e bebedouro. Figura 135. Perspectiva da área de entretenimento.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 136. Vista aérea da área de entretenimento.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
101
Figura 137. Vista frontal da área de entretenimento.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 138. Perspectiva interior da área de entretenimento.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Compondo o lazer do hotel, foram dispostos casa da árvore, quadras de tênis e vôlei de areia, vale ressaltar que as quadras não estão na orientação norte sul, pois se fossem rotacionadas para essa posição ocuparia muito espaço e prejudicaria o fluxo da implantação, porém, a posição proposta não se tornou tão prejudicial. Em relação à escolha das opções das quadras, a de futebol de campo ou poliesportiva não foram adotadas, pelo fato de possuírem grandes dimensões e a vila já oferece duas opções. 102
No meio da vegetação arbórea, será previsto atividades como arvorismo e trilhas, com programas de conscientização ecológica, proporcionando maior interação dos usuários com o meio ambiente. A figura 139, por exemplo, mostra a casa da árvore situada ao lado do bloco de entretenimento. Já a 140, ilustra as quadras situadas atrás do bloco de hospedagem e administração. Figura 139. Perspectiva da casa da árvore.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017. Figura 140. Vista aérea das quadras.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
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SPA
Este espaço foi concebido para ser o mais sereno e relaxante, sendo assim, foi afastado e inserido na área de vegetação arbórea, integrando-se à natureza de maneira harmoniosa. Foi planejado para ser totalmente aberto ao paisagismo externo, sendo delimitado por cortinas, apenas quando necessário.
Além do sanitário, é
composto por três ambientes, como a sala de espera e recepção, um espaço reservado para massagens e tratamentos estéticos, podendo atender dois adultos simultaneamente, e outro destinado a hidromassagem e tratamentos de beleza diversos. Figura 141. SPA
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
SERVIÇOS E RESTAURANTE
O setor de serviços foi posicionado estrategicamente aos fundos do terreno, com acesso direto pelos funcionários e caminhões de mercadorias, pela rua lateral, que por sua vez, é menos utilizada que a principal. É composto pela área de carga e descarga, triagem, depósitos, vestiário, refeitório, área de estar e descanso externo para funcionários, governança, lavandaria e sala de engenharia e segurança. 104
Além disso, conecta-se diretamente, não só com os apartamentos, que dá acesso direto ao elevador de serviço e rouparia, como também à cozinha do restaurante, através de um curto caminho coberto. Figura 142. Bloco de serviços.
Fonte: Arquivo Pessoal.
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Em relação ao restaurante, este espaço foi projetado para a criar uma relação direta com o exterior, logo, optou-se por deixar o salão das mesas aberto para os jardins, aproveitando-se da ventilação e iluminação natural e proporcionando uma sensação térmica mais agradável. Esses elementos, aliados ao telhado de palha, com beiral generoso e madeira, tornou o ambiente aconchegante e satisfatório. Figura 143.Restaurante.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017. Figura 144.Perspectiva do restaurante.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017.
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Figura 145.Perspectiva interna do restaurante.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017.
ESPAÇO VILA E ÁREA DE EVENTOS
Inicialmente, cabe destacar que a interação direta com a comunidade local, esteve ancorada nesse projeto desde o início. Como visto anteriormente, a vila não possui um espaço específico para a realização de eventos e feiras. Sendo assim, foi proposto uma área generosa e agradável, composta por posto de informação e turismo, ponto de espera para vam, que levam turistas para as dunas em horários programados, um restaurante público, uma área de vivência arborizada, e principalmente um espaço destinado à exposição ou eventos artesanais da região. A intenção é criar um local de uso frequente da comunidade, gerar uma relação ainda maior com os hóspedes e turistas, e consequentemente, expor e divulgar a cultura, potencializando o turismo. Elaborou-se também, uma área para a realização de eventos festivos e diversos, como casamentos, festas, palestras, exposições diversificadas e afins. O espaço tem o objetivo de ser utilizado, tanto pelos hóspedes, quanto pela comunidade e público externo. O bloco comporta um salão espaçoso, um deck contemplativo e um auditório.
107
Figura 146. Espaço vila e área de eventos
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017.
A seguir, as figuras irão mostrar a proposta para essa área. Cabe destacar que o espaço vila será livre, a intenção é que os moradores usem da maneira que acharem melhor, podendo instalar barracas ou outros recursos.
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Figura 147.Vista frontal do restaurante e espaรงo vila.
Figura 148.Perspectiva do restaurante e espaรงo vila.
Figura 149. Perspectiva do restaurante e espaรงo vila.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017.
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Figura 150.Perspectiva do espaço vila.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017. Figura 151.Vista aérea da área de eventos.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017.
110
Figura 152.Vista aérea da área de eventos e espaço vila.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017. Figura 153.Perspectiva interna da área de eventos.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017.
111
5.4
SÍNTESE DA PROPOSTA
Conforme abordado, não foi utilizada toda a área do terreno, o estudo sugere doze apartamentos distintos, somados a sete bangalôs. Portanto, o hotel tem a flexibilidade de aumentar o setor de hospedagem, criando outros blocos de acordo com a necessidade. Figura 154.Perspectiva aérea do hotel.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2017.
Vale ressaltar, que para este projeto foram aplicados requisitos mínimos para a instalação de um resort, evitando a concepção de um complexo grandioso, como os exemplos apresentados nos estudos de caso, que por sua vez, foram estudados para servirem de inspiração e base para o planejamento correto do programa, fluxos e combinação de elementos naturais. Foi pensado uma construção que, eventualmente acaba se destacando, por ser algo diferente para a região e para o estado, porém, que se assemelhe e se adeque as características locais e não provoque o oposto. De uma forma geral, todos os setores estão interligados entre si e integrados com a paisagem natural existente, não prejudicando ou alterando significa mente a vegetação e promovendo uma interação direta com a comunidade local. Nesse sentido, entende-se que a proposta alcançou a finalidade da criação de uma edificação harmoniosa com o entorno. 112
113
6
CONCLUSÃO
Compreender corretamente a conceituação teórica e requisitos do programa de um hotel de lazer foi fundamental para a concepção do projeto. Foi de extrema importância aliar todos as condicionantes arquitetônicas e sustentáveis junto às características do local em que será inserido, de forma a causar o menor impacto possível. De certo modo, os resorts são estabelecimentos completos e com maior capacidade de oferecer aos turistas melhores condições de estadia complementadas às atividades para todos os gostos. O empreendimento torna-se um negócio de sucesso quando possui interação com o local em que está implantado, tanto em relação à paisagem natural, buscando maior integração com vegetação nativa, quanto à comunidade local, originando postos de trabalhos, visibilidade, aumentando a riqueza e difundindo a cultura. Em outras palavras, tem a capacidade de promover ou potencializar o turismo do local. Com a proposta de um hotel de lazer para a região de Itaúnas, além completar a infraestrutura turística, atender todos os gostos e faixas etárias, ajudar na demanda em altas temporadas, tem também o objetivo de potencializar ainda mais o turismo, aumentar a economia, oferecer mais postos de trabalhos para os moradores locais, e utilizar o próprio empreendimento como um meio de divulgação maior da sua cultura e para atrair mais turistas. O projeto foi elaborado de modo a beneficiar o local e criar pela primeira vez um empreendimento hoteleiro do tipo resort para o estado do Espírito Santo.
114
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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