Censo SUAS 2012
2012
CRAS, CREAS, Centros POP, Gest達o Municipal, Gest達o Estadual, Conselhos Municipais, Conselhos Estaduais e Unidades de Acolhimento
2012
CRAS, CREAS, Centros POP, Gestão Municipal, Gestão Estadual, Conselhos Municipais, Conselhos Estaduais e Unidades de Acolhimento
BRASÍLIA, 2013
Expediente Presidenta da República Federativa do Brasil | Dilma Rousseff Vice-Presidente da República Federativa do Brasil | Michel Temer Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome | Tereza Campello Secretário Executivo | Marcelo Cardona Secretário de Avaliação e Gestão da Informação | Paulo Jannuzzi Secretária Nacional de Assistência Social | Denise Colin Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional | Arnoldo Anacleto de Campos Secretário Nacional de Renda de Cidadania | Luis Henrique da Silva de Paiva Secretário Extraordinário de Erradicação da Pobreza | Tiago Falcão
Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação Secretária Adjunta | Paula Montagner Diretor de Monitoramento | Marconi Fernandes de Sousa Diretor de Gestão da Informação | Caio Nakashima Diretora de Formação e Disseminação | Patrícia Vilas Boas Diretora de Avaliação | Júnia Valéria Quiroga da Cunha
Secretaria Nacional de Assistência Social Secretária Adjunta | Valéria Maria de Massarani Gonelli Diretora do Departamento de Gestão do Sistema Único de Assistência Social | Simone Albuquerque Diretora do Departamento de Benefícios Assistenciais | Maria José de Freitas Diretora do Departamento de Proteção Social Básica | Léa Lucia Cecílio Braga Diretora do Departamento de Proteção Social Especial | Telma Maranho Gomes Diretora do Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS | Carolina Gabas Stuchi Diretor Executivo do Fundo Nacional de Assistência Social | Antonio José Gonçalves Henriques
2012
CRAS, CREAS, Centros POP, Gestão Municipal, Gestão Estadual, Conselhos Municipais, Conselhos Estaduais e Unidades de Acolhimento
BRASÍLIA, 2013
Publicação da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação
Equipe editorial Coordenação editorial: Kátia Ozório Projeto gráfico: Kátia Ozório Diagramação: Tarcísio Silva Revisão: Ana Freitas de Andrade Bibliotecária: Tatiane de Oliveira Dias Apoio: Jonathan Fernandes, Roberta Cortizo, Romário Silva, Victor Lima Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Censo SUAS 2012: CRAS, CREAS, Centros POP, Gestão Municipal, Gestão Estadual, Conselho Municipal, Conselho Estadual, e Unidades de Acolhimento - Brasília, DF: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2013. 164 p. ; 23 cm. ISBN: 978-85-60700-64-6
1. Assistência social, Brasil. 2. Política social, Brasil. I. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. II. Sistema Único de Assistência Social. CDU 364(81)
Tiragem: 10.700 exemplares impressão: Gráfica Brasil
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© 2013 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Todos os direitos reservados. Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) Esplanada dos Ministérios | Bloco A | Sala 340 70054-906 | Brasília | DF Telefone: (61) 2030-1501 www.mds.gov.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO DO MDS: 0800 707 2003 Solicite exemplares desta publicação pelo e-mail: sagi.dfd@mds.gov.br
Ficha Técnica
Coordenação-geral do Censo SUAS 2012 Caio Nakashima, Dionara Borges Andreani Barbosa, Frederico de Almeida Meirelles Palma, Luís Otávio Pires Farias, Marconi Fernandes de Sousa, Sabrina Medeiros Borges, Simone Aparecida Albuquerque.
Concepção, planejamento e operação Cinthia Barros dos Santos Miranda, Fernando Fúvio Ariclê Bento e Lima, Priscila Quicila Rodrigues Coelho da Gama, Sergio Bueno, Thais de Freitas Morais e Walkyria Porto Duro, Simone Albuquerque, Luís Otávio Pires Farias, Maria Cristina Oliveira Marques, Hugo Miguel Pedro Nunes, Sérgio Bueno da Fonseca, Frederico de Almeida Meirelles Palma, Kamila Rodrigues Sato, Caio Nakashima.
Desenvolvimento de aplicativos informatizados, coleta e tratamento de dados Caio Nakashima, Carlos Eduardo de Andrade Brasileiro, Carlos Henrique Araújo Santana, Davi Lopes Carvalho, Dionete de Sousa Gonçalves Sabate, Erika Paes de Castro, Fábio Alves Freire Carvalho, Flávio Jesus dos Santos, Frederico de Almeida Meirelles Palma, Giovanna Quaglia, Helbert de Sousa Arruda, João Pedro Oliveira Paiva, Luciana da Silva Oliveira, Maria de Jesus Rezende, Mariana Ferreira Peixoto dos Santos, Nicolle Yumi Yamada, Rafael Cotrim Henriques, Rebert Tomas Aquino, Ricardo de Carvalho Feitoza, Rogério Costa Faria Pacheco, Sabrina Medeiros Borges, Sérgio Matos de Andrade, Talita Santana dos Santos Barcellos, Thiago Hackbarth, Teotonio Ferreira Cunha e Uiran Couto de Mendonça, Luís Otávio Pires Farias, Hugo Miguel Pedro Nunes, Thais de Freitas Morais, Cinthia Barros dos Santos Miranda, Camila Nascimento Barros, Fernando Fúvio Ariclê Bento e Lima.
Análise e validação dos dados Alan Ioshikazu Ofuji, Camila Nascimento Barros, Cristiane Ala Diniz, Dionara Borges Andreani Barbosa.
Elaboração dos textos Alan Ioshikazu Ofuji, Ana Carolina Freitas de Andrade, Camila Nascimento Barros.
Validação de conteúdo Denise Colin, Paulo Jannuzzi, Paula Montagner, Marconi Fernandes de Sousa, Luís Otávio Pires Farias, Simone Aparecida Albuquerque.
Agradecimentos Aos gestores, técnicos e conselheiros da Assistência Social dos municípios e estados. Aos diretores, coordenadores e técnicos da Secretaria Nacional de Assistência Social e da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Ao Conselho Nacional de Assistência Social
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Prefácio É com muita satisfação que o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) publica a sexta edição do Censo do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), realizado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) em parceria com a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS). Elaborado anualmente desde 2007, este Censo busca retratar a implementação do SUAS em todo o Brasil, fornecendo dados objetivos acerca de seus avanços e desafios. Nos últimos seis anos, o Censo SUAS tem se fortalecido como uma ferramenta estratégica para aperfeiçoar a gestão da política de Assistência Social no País. As informações já tradicionais sobre infraestrutura, oferta de serviços socioassistenciais, controle social, recursos humanos e financeiros realizam uma fotografia anual do Sistema Único. Os dados apresentados neste volume confirmam, mais uma vez, o amadurecimento da política pública de Assistência Social. Os equipamentos públicos – CRAS, CREAS e Centros POP - continuam a expandir-se em todos os estados, sendo presentes em mais de 95% dos municípios. Observa-se a continuidade do crescimento dos recursos humanos e a melhoria de sua situação funcional, com o aumento de trabalhadores estatutários e a redução dos temporários. A expansão dos serviços é expressiva, tanto na proteção básica como na especial. Tem se ampliado o atendimento à população em localidades mais remotas e de difícil acesso, como é o caso de populações tradicionais apontadas neste levantamento, também reflexo do adensamento das ofertas de cofinanciamento federal, como as equipes volantes e os equipamentos tipo lanchas e veículos com tração. O Censo SUAS tem se aperfeiçoado, a cada ano, com ampliação do conjunto de informações disponibilizadas. Refletindo o esforço permanente da política de Assistência Social em incluir em seus serviços as populações mais vulneráveis de nossa sociedade, no ano anterior integraram-se ao levantamento os Centros POP - Centros de Referência Especializados para Pessoas em Situação de Rua. Neste ano, a principal novidade é a inclusão de um questionário voltado às Unidades de Acolhimento, que oferecem serviços de proteção social especial de alta complexidade para pessoas que estão vulneráveis e com laços familiares rompidos.
O Censo SUAS 2012 investigou 4.360 Unidades de Acolhimento em 1.517 municípios. As informações levantadas serão um importante instrumento para as gestões municipal, estadual e federal darem prosseguimento à prioridade assumida face ao reordenamento dos serviços de acolhimento. A garantia de maior e mais qualificado apoio público, assim como as normativas referentes ao tamanho das unidades e ao perfil das equipes técnicas, visam a qualificar o atendimento. E, principalmente, fortalecer o acolhimento (seja no abrigo institucional, república e residência inclusiva) para garantir o direito à convivência, à superação da violação de direitos e à busca da autonomia. O Censo SUAS 2012 apresenta, assim, um conjunto cada vez mais completo de indicadores estratégicos, visando ao fortalecimento do Sistema Único e à qualificação dos serviços sob sua responsabilidade. Permite uma análise mais criteriosa de nossos desafios e também de nosso progresso. A ampliação da capacidade da gestão, contando com a participação cada vez mais presente e qualificada do controle social é um dos aspectos que emerge deste retrato de 2012. Ele sinaliza a trajetória ascendente da política para enfrentar, com efetividade, metas e resultados, a proteção aos seus diversos públicos. Por fim, agradecemos a todos aqueles que responderam aos oito questionários do Censo SUAS 2012. Temos certeza de que esta publicação será para todos os responsáveis por esta política - secretários, gestores, técnicos, coordenadores, conselheiros e demais profissionais que trabalham ativamente na gestão do SUAS - um relevante instrumento para fortalecer cada vez mais a Assistência Social, cujos impactos têm sido efetivos na proteção e na melhoria das condições
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de vida das famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade.
Tereza Campello Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Apresentação O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) avalia e monitora de forma permanente a implementação, a execução e os resultados dos seus programas, dos serviços e benefícios oferecidos. O objetivo desse monitoramento é a obtenção de informações que subsidiem tomadas de decisão sobre as políticas públicas conduzidas pelo Ministério, bem como o aprimoramento destas políticas. O Censo do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) já se consagrou como instrumento de fundamental importância para a disponibilização de informações sobre a gestão da Política Nacional de Assistência Social. O levantamento dos dados é realizado conjuntamente pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) e pela Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), com o objetivo de analisar a implantação do SUAS nos âmbitos estadual e municipal, identificando os avanços, dificuldades e desafios. Esta publicação apresenta os dados do Censo SUAS 2012 e de edições anteriores, trazendo análises comparativas dos diferentes aspectos investigados, segundo o porte dos municípios, entre regiões e também ao longo dos anos. A consolidação das análises realizadas neste documento reflete o esforço contínuo de aperfeiçoamento da cobertura do levantamento das informações, tanto pela inclusão de novas temáticas nos questionários, quanto pela ampliação dos agentes e unidades públicas investigadas. No levantamento de 2012, introduzimos o questionário sobre as Unidades de Acolhimento em seus diversos tipos (Abrigo Institucional, Casa Lar, Casa Lar em Aldeia, Casa de Passagem, República, Residência Inclusiva, entre outros) conforme tipificação do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Nossa expectativa é de que os resultados ora apresentados possam contribuir, como nas edições anteriores, para subsidiar o debate qualificado, construtivo e baseado em evidências concretas sobre os avanços de estruturação do SUAS e
Paulo Jannuzzi
Denise Colin
Secretário de Avaliação e Gestão da Informação
Secretária Nacional de Assistência Social
9
dos desafios para seu aprimoramento em todo o País.
sumário INTRODUçÃO
13
CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
15
infraEsTruTura
21
financiamEnTo
25
rEcursos humanos
27
sErviços
31
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
39
infraEsTruTura
42
financiamEnTo
45
rEcursos humanos
47
sErviços
52
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO PARA PESSOAS EM SITUAçÃO DE RUA (CENTRO POP)
57
gesTão Financeira
59
inFraesTruTura
60
serViços e BeneFícios
61
recursos Humanos
65
GESTÃO MUNICIPAL
69
EsTruTura adminisTraTiva
70
gEsTão financEira
73
gesTão De serViços e BeneFícios
75
rEcursos humanos
82
GESTÃO ESTADUAL
85
esTruTura aDminisTraTiVa
86
gEsTão financEira
90
gesTão De serViços e BeneFícios
92
rEcursos humanos
95
CONSELHOS MUNICIPAIS
97
aspEcTos normaTivos
100
gEsTão financEira
102
EsTruTura adminisTraTiva
104
gesTão De serViços e BeneFícios
106
rEcursos humanos
110
sEcrETaria ExEcuTiva
114
CONSELHOS ESTADUAIS
119
aspEcTos normaTivos
120
gEsTão financEira
121
EsTruTura adminisTraTiva
122
gesTão De serViços e BeneFícios
124
rEcursos humanos
130
sEcrETaria ExEcuTiva
131
UNIDADES DE ACOLHIMENTO
135 Unidades de Acolhimento
gesTão Financeira
139
EsTruTura adminisTraTiva
140
gEsTão dE sErviços
147
rEcursos humanos
153
CONSIDERAçÕES FINAIS
157
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
162
Unidades de Acolhimento
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Introdução Há vários anos o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome realiza o Censo SUAS, combinando esforços entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a obtenção dos dados sobre o estágio de estruturação do Sistema Único da Assistência Social. Desde que foi criado, em 2007,o Censo vem ampliando seu escopo temático, inserindo novos questionários e respondendo às demandas de novas informações para aprimoramento do SUAS. Atualmente, o levantamento contempla praticamente todas as unidades, operadores e institucionalidades do SUAS, inventariando seus serviços, programas, recursos e equipamentos, como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS); Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS); Conselhos Estaduais de Assistência Social (CEAS), Conselhos Municipais de Assistência Social (CMAS) e Conselho de Assistência Social do Distrito Federal (CAS/DF); Gestão Estadual, Gestão Municipal e do Distrito Federal; Unidades de Acolhimento, e Centros de Referência Especializados para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop). O Censo é realizado por meio de um sistema eletrônico de coleta das informações, preenchido por gestores, conselheiros e por responsáveis técnicos, nos entes federados e nos equipamentos do SUAS. De modo a subsidiar as análises e discussões sobre o grau de estruturação do SUAS, esta publicação apresenta os principais resultados do levantamento do Censo 2012, organizados em oito capítulos, segundo temática levantada em cada um dos oito questionários aplicados (vide abaixo). Em cada capítulo apresenta-se análise descritiva dos dados coletados segundo região, porte municipal , evolução ao longo dos últimos anos, tratando da infraestrutura e institucionalidades, dos recursos humanos empregados, dos serviços ofertados e da estrutura de financiamento.
13
—— QUESTIONÁRIO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS): Estrutura física, caracterização dos serviços ofertados, gestão do território, articulação e recursos humanos
—— QUESTIONÁRIO DO CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS): Estrutura física, caracterização dos serviços ofertados, gestão, articulação e recursos humanos —— QUESTIONÁRIO DA GESTÃO MUNICIPAL: Estrutura administrativa; gestão SUAS; gestão financeira; gestão do trabalho; gestão de serviços, programas e projetos; gestão de benefícios; vigilância socioassistencial; inclusão produtiva —— QUESTIONÁRIO DA GESTÃO ESTADUAL: Estrutura administrativa; gestão SUAS; regionalização; serviços assistenciais; benefícios socioassistenciais; gestão financeira; gestão do trabalho; apoio técnico e financeiro aos municípios; vigilância socioassistencial; comissão intergestora bipartite —— QUESTIONÁRIO CONSELHO ESTADUAL E MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E CONSELHO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO DISTRITO FEDERAL: Regimento interno e legislações; orçamento e infraestrutura; secretaria executiva; dinâmica de funcionamento; composição do conselho e conselheiros;
—— QUESTIONÁRIO UNIDADE DE ACOLHIMENTO: Caracterização; estrutura física e área de localização da unidade; recursos humanos; —— QUESTIONÁRIO CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECALIZADO PARA PES-
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SOAS EM SITUAÇÃO DE RUA (Centro Pop): Estrutura física, serviços ofertados; gestão; articulação e recursos humanos.
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cras
| centro de referĂŞncia de assistĂŞncia social
cEnTro dE rEfErÊncia dE assisTÊncia social (cras) Concebido com um dos mais importantes equipamentos públicos estatais integrantes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) visa a prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e riscos sociais, por meio da oferta de serviços que articulem as diversas ações da proteção social básica no seu território de abrangência. Atuando com famílias e indivíduos prioritariamente em seu contexto comunitário, o CRAS tem como principal objetivo contribuir para o bom convívio sociofamiliar e comunitário, atuando na organização, coordenação e oferta dos serviços da Proteção Básica. De acordo com as recomendações da Norma Operacional Básica do SUAS – NOB-SUAS, os CRAS devem ser instalados em locais que concentrem situações de vulnerabilidade e risco social, levando em consideração que o conceito de vulnerabilidade social é multidimensional e englobando elementos outros além da pobreza financeira. Contudo, reconhece que os locais onde habitam pessoas que vivem em situação de pobreza são carentes de serviços básicos e, consequentemente, estas ficam expostas a circunstâncias que colocam em risco a segurança pessoal, o gozo dos direitos e o convívio familiar, social e comunitário. Além disso, outro critério de alocação deste equipamento, em situações onde haja locais com baixa densidade demográfica, áreas rurais, comunidades indígenas e assentamentos, por exemplo, o CRAS deve ser posicionado onde há maior acessibili-
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dade por estes diferentes espaços. Ainda no que se refere à NOB-SUAS, a capacidade de atendimento dos CRAS é variável de acordo com o porte do município em que se encontra. No entanto, a organização dos municípios, em função de fatores geográficos ou sociais, pode exigir um número de atendimentos e famílias referenciadas diferente dos padrões. Para isso, destaca-se que é adotado como parâmetro de dimensionamento da capacidade de atendimento do CRAS o número de famílias em vulnerabilidade e risco social. Para efetivar as ações e serviços oferecidos pela política de assistência social, estes são fundamentados na matricialidade sociofamiliar – que se refere à cen-
tralidade da família como núcleo social. Assim, a família é entendida como o “núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social e espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias dos indivíduos” (BRASIL, 2009, p. 12). Desta maneira, consideram-se serviços de proteção básica aqueles que potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos internos e externos de solidariedade, através do protagonismo de seus membros e da oferta de um conjunto de ações locais que visam à convivência, à socialização e ao acolhimento. São eles:
—— Serviço de Proteção e atendimento integral à família (PAIF); —— Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento de pobreza;
de vínculos familiares, o direito de brincar, ações de socialização e de sensibilização para a defesa dos direitos das crianças;
—— Serviços socioeducativos para crianças, adolescentes e jovens na faixa etária de 6 a 24 anos, visando sua proteção e socialização;
—— Programas de incentivo ao protagonismo juvenil; —— Centros de informação e de educação para o trabalho para jovens e adultos. Segundo a NOB-SUAS todo equipamento CRAS, sem exceção, deve possuir espaço físico suficiente e equipe qualificada para oferecer os serviços do PAIF independentemente das fontes de financiamento (municipal, federal e/ou estadual). O PAIF se caracteriza como um conjunto integrado de ações com o objetivo de atender plenamente à família e seus indivíduos expostos às situações de vulnerabilidade social. Logo, o CRAS pode oferecer todos os serviços da proteção básica desde que o desenvolvimento destes não prejudique a execução do PAIF.
CRAS
—— Serviços para crianças de 0 a 6 anos, que visem o fortalecimento
| Centro de Referência de Assistência Social
—— Centro de Convivência para Idosos;
Levando em consideração a capilaridade dos CRAS nos territórios, sabe-se que dos direitos socioassistenciais e, consequentemente, à proteção social. São, por-
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esses se tornan a porta de entrada das famílias ao SUAS, com vistas à efetivação
tanto, norteadores para os usuários da rede de proteção social no que se refere inclusive aos encaminhamentos à rede de proteção especial, possibilitando a essa população o acesso à renda, a serviços, projetos e programas – dependendo da complexidade de sua demanda. “É através do CRAS que a proteção social da assistência social se territorializa e se aproxima da população, reconhecendo a existência das desigualdades sociais intra-urbanas e que a presença de políticas sociais reduz essas desigualdades, pois previne e mitiga situações de vulnerabilidade e risco social, bem como identifica e estimula potencialidades locais, modificando a qualidade de vida das famílias que vivem na região.” (BRASIL, 2008) Segundo os dados referentes ao Censo Suas 2012, estão implantadas 7.725 unidades CRAS em 5.323 municípios, configurando uma cobertura de 95,5% dos municípios no país. Cinco unidades da federação têm unidades CRAS em todos os seus municípios, e nas demais, com exceção do Amapá, esses equipamentos estão presentes em 90% ou mais dos municípios. Essa cobertura territorial dos CRAS potencializa, certamente, como se pode visualizar no Mapa, o alcance dos benefícios, serviços, programas e ações da assistência social para toda população brasileira.
CENSOSUAS 2012
Figura 1 – Cobertura geográfica dos CRAS pelo território nacional, com destaque aos municípios que ainda não dispõem do equipamento (em branco) – Brasil, 2012.
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Desde 2007, quando foi realizado o primeiro Censo, até 2012 pode-se perceber um significativo aumento na implantação desses equipamentos, que passaram de 4.195 para 7.725 unidades. Em 2012, 242 municípios ainda não dispunham de CRAS em seu território. A medida que o número de municípios sem CRAS vai diminuindo, o ritmo de expansão vem declinando. Entre 2011 a 2012, foram implantadas 250 unidades, contra 674 entre 2010 a 2011 e pouco mais de mil equipamentos entre 2009 a 2010.
Gráfico 1: Evolução do quantitativo de CRAS – Brasil, 2007 a 2012.
9.000 8.000
7.725
7.475
7.000 6.801
6.000
4.195
3.000 2.000 1.000 0 2007
2008
2009
2010
2011
2012
Fonte: MDS, Censos SUAS.
Vem ocorrendo um aumento gradativo do número de CRAS nos diferentes portes municipais desde 2007. Entre 2011 e 2012, os aumentos mais expressivos em termos de novas unidades se verificaram nos municípios de Grande Porte e Pequeno Porte I, com aumentos respectivos de 95 e 61 Unidades.
cras
5.074
4.000
19
5.000
| centro de referência de assistência social
5.798
Gráfico 2: Total de CRAS com relação aos anos de 2007 a 2012, segundo porte populacional dos municípios – Brasil, 2007 a 2012.
392 380 342 274 269 257
Metrópole
1.420 1.325 1.205 1.032 954 855
Grande
716 673 657 537 468 399
Médio
1.365 1.326 1.247 1.006 928 790
Pequeno II
Pequeno I
0
500
1.000 2012
1.500 2011
2.000 2010
2.949
2.455
1.894
2.500 2009
3.000
2008
3.350
3.500
3.832 3.771
4.000
4.500
2007
Fonte: MDS, Censo SUAS.
O avanço da cobertura populacional dos CRAS – e da oferta de serviços de Proteção Social- pelo território brasileiro pode ser analisado pela razão entre a quantidade de CRAS e a quantidade de municípios por região. Em 2007, a razão era inferior a um, e bem menor na Região Sul (com 0,4). Em 2012, em todas as regiões a razão é superior a 1,3, atingindo 1,6 CRAS por município na Região
CENSOSUAS 2012
Sudeste.
Gráfico 3: Média de CRAS por município, segundo grandes regiões – Brasil, 2007 a 2012 1,8 1,6 1,5
1,6 1,4 1,4 1,3 1,3
1,4
1,3
1,3
1,3 1,2
1,2 1,1
1,2 1,0
1,1
1
1
1,0
1,0
0,9
0,9
1
0,9 0,8
0,8
1,3 1,3
1,2
0,8
0,7 0,6
0,6
0,6 0,4 0,4 0,2 0
2007
Sudeste 2008
2009
2010
Sul 2011
Centro-Oeste
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
INFRAESTRUTURA Embora o CRAS seja um equipamento estatal, os espaços físicos nem sempre são de propriedade das prefeituras municipais. Muito embora a propriedade seja um elemento importante para a execução dos serviços, é possível que a instalação de CRAS se dê em imóveis cedidos, alugados ou compartilhados. Segundo os dados do Censo SUAS, em 2012, dos 7.725 CRAS levantados, 3.632 eram imóveis próprios, representando 47% dos equipamentos. A observância à prestação de serviços em ambientes que garantam a acessibilidade aos seus usuários está intrinsicamente relacionada à concepção da Unidade enquanto espaço de concretização de direitos socioassistenciais. Nesse sentido, desde 2010, observa-se aumento da parcela de CRAS atendendo os
| centro de referência de assistência social
Nordeste
cras
Norte
21
principais quesitos de condições de acessibilidade.
Gráfico 4: CRAS com existência de condições de acessibilidade (%) – Brasil, 2010 a 2012 35,0% 30,0%
30,4% 28,9% 25,3%
31,7% 30,0% 27,2%
31,0% 28,8% 26,7%
25,9%
23,7%
25,0%
19,4%
20,0% 15,0% 10,0%
4,8% 5,4%
5,0%
2,2% 1,9%
0,0% Acesso principal Rota acessível aos Rota acessível ao Banheiro adaptado Suporte Pisos especiais adaptado com espaços do CRAS banheiro profissional com com relevo para rampas e rota conhecimento em deficientes visuais acessível desde a LIBRAS calçada até a recepção do CRAS 2010
2011
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Independente da situação do imóvel é imprescindível que os espaços que compõem os CRAS garantam acessibilidade aos seus usuários. Em que pese, o aumento na observância das normas de acessibilidade, em 2012 cerca de 60% das Unidades próprias ainda não estavam adaptadas. Entre os CRAS instalados em imóveis alugados, o quadro é mais desfavorável: cerca de 80% não atendiam às
CENSOSUAS 2012
normas de acessibilidade da ABNT.
Gráfico 5: CRAS com existência de condições de acessibilidade, segundo a situação do imóvel (%) – Brasil, 2012 100% 85,9% 79,3%
80%
58,8%
60%
57,0%
59,2%
56,0% 44,0%
42,9%
41,2%
80,4%
78,2%
40,8%
40%
21,8%
20,7%
19,5%
20%
14,1%
0% Não possui, não adaptado ou adaptado sem conformidade à ABNT
Acesso principal adaptado Rota acessível aos espaços com rampas e rota acessível do CRAS desde a calçada até a recepção do CRAS Próprio
Adaptado conforme ABNT
Não possui, não adaptado ou adaptado sem conformidade à ABNT
Rota acessível ao banheiro
Adaptado conforme ABNT
Não possui, não adaptado ou adaptado sem conformidade à ABNT
Banheiro adaptado
Alugado
Fonte: MDS, Censo SUAS 2012.
Desde que se começou a levantar informações sobre informatização dos equipamentos tem se observado uma evolução positiva na instalação de computadores e acesso à Internet nos CRAS. Os computadores e o acesso à Internet facilitam as ações de atendimentos e tendem a tornar a gestão mais eficiente. Nas metrópoles esse aumento de informatização foi ainda mais intenso e nelas encontram-se quase 7 computadores por unidade.
| centro de referência de assistência social
Adaptado conforme ABNT
cras
Não possui, não adaptado ou adaptado sem conformidade à ABNT
23
Adaptado conforme ABNT
Gráfico 6: Média de computadores por CRAS, por porte populacional – Brasil, 2009 a 2012 6,8
7 5,7
6 5
4,6 4,0
4 3,2 3
3,6
3,4
4,2
3,9
4,1
3,9
3,6
3,2
3,0
2,7
3,2
3,1
4,6 4,1
3,4
2 1 0 Pequeno I
Pequeno II
Médio 2009
2010
Grande
2011
Metrópole
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
O nível de informatização dos CRAS ainda se revela regionalmente bastante distinto. Mesmo com a crescente modernização dos CRAS, na Região Nordeste a informatização se processa em ritmo mais lento. Em 2012, havia 2,4 computadores por CRAS na região, inferior à média observada na Região Norte (3,7).
Gráfico 7: Média de computadores por CRAS, por Região – Brasil, 2009 a 2012 7
6,5
6
5,6 4,9
5
CENSOSUAS 2012
4,2
3
3,8
3,7
4 3,0
3,3
4,6
5,0
4,8
5,4
4,2
3,9
3,3
2,5 2,0 2,1
2,2
2,4
2 1 0 Norte
Nordeste
Sudeste 2009
Fonte: MDS, Censo Suas.
2010
2011
Sul 2012
Centro-Oeste
FINANCIAMENTO Ainda se verifica um percentual expressivo de CRAS cofinanciados apenas pelos Municípios e Governo Federal (39,3%), no entanto, observou-se a continuidade no crescimento da quantidade de CRAS com cofinanciamento das três esferas de governo (municipal, estadual e federal). Em 2008 o percentual de financiamento realizado pelos três níveis federativos subiu de 9,5% para 25,2% em 2012.
0,5
9,5% 13,6% 21,1% 22,0% 25,2%
1,1% 1,7% 1,4% 1,6% 2,1%
0,1
2,1% 1,7% 0,8% 0,9% 0,6%
0,2
12,9% 12,6% 7,0% 15,0% 14,4%
0,3
2,7% 2,0% 3,1% 2,3% 2,8%
25,1% 24,1% 15,6% 16,4% 15,6%
0,4
0 Somente municipais
Somente estaduais
Somente federais
2008
2009
Municipais e estaduais
2010
Municipais e federais
2011
Federais e estaduais
Federais, estaduais e municipais
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Analisando-se o percentual de CRAS de acordo com o tipo de fonte de financiamento e porte populacional, percebemos que no caso dos municípios de Pequeno Porte I, o tipo de financiamento mais frequente é o que conjuga recursos
| centro de referência de assistência social
0,6
cras
46,6% 44,3% 51,0% 41,7% 39,3%
Gráfico 8: CRAS por fonte de financiamento (%) – Brasil, 2008 a 2012
“municipais e federais”, com 31,4%. Já nas metrópoles, a maior parte dos CRAS conta com financiamento compartido entre recursos “municipais e federais”, re-
25
presentando 67,6% dos casos observados.
Gráfico 9: CRAS segundo fonte de financiamento e porte populacional (%) – 2012 100,0% 90,0%
24,1%
27,2%
80,0% 70,0% 60,0%
2,8%
31,4% 39,2%
50,0% 40,0%
2,3%
30,0%
21,8%
20,0% 10,0%
2,7%
,5% 17,2%
24,2%
26,6%
1,1%
,6%
Municipal, Estadual e Federal Estadual e Federal Municipal e Federal
42,6%
Municipal e Estadual
51,3% 67,6%
2,9%
4,3%
14,9%
13,4%
1,1% 12,1%
1,3% 13,1%
Pequeno II
Médio
0,0% Pequeno I
26,5%
Federal Estadual
3,8% 4,9%
Municipal
,5% 12,4%
,5% ,5% 4,8%
Grande
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Dentre os CRAS que funcionam menos de 30 horas por semana, destacam-se aqueles que recebem financiamento dos três entes federativos, (municipal, estadual e federal), representando 42,9% em 2012. Já entre os CRAS que permanecem abertos por mais de 49 horas por semana, o maior percentual de financiamento encontrado foi do tipo municipal e federal, que representou 52,3% do total de CRAS para este número de horas.
Gráfico 10: CRAS segundo fonte de financiamento e horas de funcionamento por semana (%) – 2012
CENSOSUAS 2012
100,0% 90,0%
17,1%
80,0%
2,8%
42,9%
10,0%
Municipal, Estadual e Federal Estadual e Federal
7,1%
38,0%
52,3%
Municipal e Federal Municipal e Estadual
21,4%
30,0% 20,0%
,4%
39,8%
60,0%
40,0%
20,8%
2,2%
70,0%
50,0%
25,8%
1,1% 21,5%
14,3% 1,7% 14,3%
16,0%
Federal
2,8% 16,0%
2,5%
,5% 14,5%
1,3% 12,8%
9,8%
Estadual Municipal
0,0% Menos de 30 De 30 a 39 horas/De 40 a 49 horas/Mais de 49 horas/ horas/semana semana semana semana
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
RECURSOS HUMANOS Como esperado, a expansão da cobertura territorial dos CRAS vem sendo acompanhada pela ampliação de recursos humanos nos equipamentos. Entre 2010 e 2012, o quantitativo de pessoal aumentou de 51.692 para 68.275. Dos trabalhadores identificados em 2012, quase metade possuíam o ensino superior, 41% o ensino médio e 9,5% o ensino fundamental.
Gráfico 11: Escolaridade dos Recursos Humanos do CRAS – Brasil, 2010 a 2012 100%
68.275
90%
49,9%
49,3%
60%
50.000
40.000
50%
30.000
40% 30%
37,6%
37,3%
38,2%
9,0%
8,1%
7,8%
20.000
20%
10.000 10%
5,0%
0%
2010
4,7%
4,7%
2011
2012
0
Nível superior completo, mestrado e doutorado
Nível médio completo e superior incompleto
Nível fundamental completo e médio incompleto
Sem instrução e nível fundamental incompleto
Total
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Ao longo dos últimos quatro anos, observa-se processo de melhoria da inserção laboral dos trabalhadores dos CRAS. A realização de concursos nos municípios
| centro de referência de assistência social
51.692
70%
cras
80%
60.000
59.106
48,5%
tem ampliado a parcela de estatutários nos quadros técnicos do SUAS, e redução
27
da parcela de servidores temporários, movimentos que se processam ainda a um
ritmo modesto frente às necessidades de qualificação dos serviços. Os resultados do Censo SUAS 2012 apontam que um terço dos trabalhadores eram estatutários, logo seguido pelos servidores temporários (32%). Se a esses últimos forem somados outros trabalhadores sem vínculo permanente e terceirizados, constata-se que, em geral, metade dos quadros técnicos dos CRAS é formado por pessoal com vínculos menos estáveis, sujeitos a alta rotatividade nas suas funções.
Gráfico 12: Vínculo empregatício dos trabalhadores dos CRAS (%) – Brasil, 2008 a 2012 100%
7,5%
5,6%
5,4%
7,6%
7,3% 7,7%
7,9%
90%
8,3%
9,3%
8,7%
39,9%
40,9%
36,7%
32,8%
31,6%
8,4%
10,0%
12,9%
14,2%
8,9% 7,8%
6,8%
6,4%
7,3%
7,2%
29,0%
30,6%
31,9%
32,9%
28,2%
2008
2009
2011
2012
80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
2010
Servidor Estatutário
Empregado Público (CLT)
Outro vínculo não permanente
Servidor Temporário
Comissionado
Terceirizado
Fonte: MDS, Censo SUAS.
No que se refere à formação dos profissionais dos CRAS, o Censo SUAS mos-
CENSOSUAS 2012
tra que 22,9% dos CRAS dispunham de Assistente Social, 13,2% de Psicólogo, 16,7% de profissionais com nível médio, 5,8% de Pedagogo, 0,4% de Advogados e 41% contavam com profissionais de outras formações.
Gráfico 13: Formação profissional dos trabalhadores do CRAS – Brasil, 2012
22,9% Assistente Social Psicólogo
41,0%
Profissional de Ensino Médio Pedagogo 13,2%
Advogado Outros*
0,4% 5,8%
16,7%
quenos e médios municípios, refletindo possivelmente as dificuldades de contratação de profissionais com os perfis desejados e necessários para prestação dos serviços socioassistenciais.
Gráfico 14: Profissionais por Formação Profissional, segundo o Porte do município (%) – Brasil, 2012 50% 45%
42,9%
42,3%
42,1%
39,9%
40%
39,2%
35% 30% 25% 22,2% 20% 15% 10% 5%
23,9%
21,8%
18,3%
18,0%
16,7%
15,5% 13,6%
23,1% 23,6%
21,6%
13,1%
12,2%
11,4%
8,6% 6,1%
5,7%
0,5%
0,4%
5,7% 0,4%
5,4%
5,2%
0,3%
0,3%
cras
A parcela de profissionais com outras formações é ainda mais elevada nos pe-
| centro de referência de assistência social
Fonte: MDS, Censo SUAS 2012.
0%
Pequeno I Assistente Social
Pequeno II Psicólogo
Médio
Profissional de Ensino Médio
Grande Pedagogo
Metrópole Advogado
Outros*
29
Fonte: MDS, Censo SUAS 2012.
No que tange à quantidade mínima de assistentes sociais atuando nos CRAS, os resultados do Censo SUAS 2012 revelaram que estes contemplaram a quantidade mínima considerando o porte populacional do município, conforme definido pela NOB/SUAS – RH. Pôde-se, ainda, observar um aumento na média de assistentes sociais por CRAS conforme aumento do porte populacional.
Tabela 1: Quantidade de CRAS que atendem à quantidade mínima de Assistentes Sociais – Brasil, 2012 Porte Populacional
Total de CRAS
Mínimo por CRAS
Total de Assistentes Sociais
Total Mínimo de Assistentes Sociais
Média de Assistentes Sociais por CRAS
Pequeno I
3.832
1
5.524
3.832
1,4
Pequeno II
1.365
2
2.691
2.730
2,0
Médio
716
2
1.562
1.432
2,2
Grande
1.420
2
3.890
2.840
2,7
Metrópole
392
2
1.395
784
3,5
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Uma das funções principais do coordenador do CRAS é articular as ações junto à política de Assistência Social e às outras políticas públicas visando fortalecimento da rede de serviços de Proteção Social Básica. Assim, segundo a norma operacional recomenda-se que seja um profissional com funções exclusivas. Em 2012, os resultados do Censo mostraram que em 56,3% dos CRAS havia coordenador atuando de forma exclusiva na função. Por outro lado, 39,2% dos CRAS
CENSOSUAS 2012
possuíam coordenador atuando, também, em outros serviços.
Gráfico 15: Quantidade de CRAS de acordo com a função do Coordenador – Brasil, 2012
11,1%
4,5%
Não há coordenador neste CRAS
Exerce exclusivamente a função de coordenador 28,1%
Acumula as funções de coordenador e de técnico neste CRAS 56,3%
Acumula as funções de coordenador com outra atividade da Secretaria Municipal de Assistência Social
análise desde 2008 sobre alguns dos principais serviços oferecidos pelos CRAS mostrou que houve um aumento no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família e, em 2012, já era oferecido em todos os CRAS. Além disso, constatou-se que 91,2% dos CRAS realizavam Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), embora em frequências distintas através dos diferentes grupos etários aos quais o programa se destina. Em relação aos grupos etários atendidos, é maior a parcela de CRAS com atendimento direcionado às populações idosas, seguido por jovens e adolescentes de 15 a 17 anos, crianças e adolescentes de 6 a 15 anos e, por fim, crianças de 0 a 6 anos de idade.
cras
Para o funcionamento do CRAS é necessário que exista a implantação do PAIF. A
31
SERVIçOS
| centro de referência de assistência social
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Gráfico 16: CRAS por serviços oferecidos (%) – Brasil, 2008 a 2012
100% 100% Serviço de Proteção Integral à Família - PAIF
99% 91% 90% 78% 73%
Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para idosos
70% 69% 67% 70%
2012
64%
Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para jovens adolescentes de 15 a 17 anos
62%
2011
37% 46% 69%
2010
60%
Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos
2009
52% 54% 58%
2008
46% 42%
Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para crianças até 6 anos
37% 35% 31% 0%
20%
40%
60%
80%
100%
Fonte: MDS, Censo Suas 2012.
Assegurados pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), os benefícios even-
CENSOSUAS 2012
tuais configuram-se como elementos potencializadores dos princípios de cidadania e direitos sociais e humanos. De 2010 a 2012 observou-se aumento percentual de CRAS que concederam benefícios eventuais. Os benefícios relacionados à segurança alimentar foram os mais frequentes nos três anos cobertos pelo levantamento e, em 2012, 54% dos CRAS os concederam.
Gráfico 17: CRAS que concedem benefícios eventuais, por tipo de benefício (%) – Brasil, 2010 a 2012 60% 51%
54%
45% 40%
34%
36%
31% 26%
28%
28%
29% 29%
23% 19%
20%
21%
22%
0%
2011
Passagens
Outros
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
A concessão de auxílios relacionados à segurança alimentar e a outros tipos de benefícios apresentou uma relação direta com o porte do município. Em 2012, cerca de 85% dos CRAS presentes nas metrópoles concederam auxílios relacionados à segurança alimentar. A concessão de auxílios relacionados a funeral, natalidade e passagens não apresentaram grandes diferenças em relação ao porte do munícipio.
| centro de referência de assistência social
2010
Auxílios relacionados à segurança alimentar
cras
Auxílio Natalidade
33
Auxílio Funeral
Gráfico 18. CRAS que concedem benefícios eventuais por tipo de benefício, segundo porte de município (%) – Brasil, 2012
60% 26%
20%
37%
20%
13%
22%
31%
29%
61%
29%
27%
47% 22%
31%
25%
30%
28%
35%
39%
33%
38%
40%
34%
60%
50%
80%
65%
85%
100%
0% Auxílio Funeral
Auxílio Natalidade
Pequeno I
Auxílios relacionados à segurança alimentar
Pequeno II
Médio
Passagens
Grande
Outros
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Procura espontânea respondeu, em 2012, por pouco mais da metade das formas de acesso aos serviços do CRAS, ligeiramente acima do observado em 2011. A Busca Ativa representou 22% dos acessos aos serviços. Observa-se uma leve redução nos encaminhamentos provenientes da rede socioassistencial e das demais políticas públicas e/ou sistema de garantia de direitos.
Gráfico 19: Média dos CRAS por forma de acesso aos serviços – Brasil, 2011 e 2012 60%
CENSOSUAS 2012
49%
52%
40% 22%
22%
20%
15%
14%
13%
12%
0% Procura espontânea
Busca ativa
2011
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Encaminhamento da rede Encaminhamento das socioassistencial demais políticas públicas e/ou sistema de garantia de direitos 2012
Em 2012 as situações mais frequentes para o atendimento nos CRAS foram: situações de negligência em relação à crianças/adolescentes (64%); atendimento às famílias em descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família (63,2%), negligência em relação a idosos (53,8%), jovens em situação de vulnerabilidade e risco social (50,8%), famílias em situação de insegurança alimentar (48,2%) e, situação de indivíduos sem documentação civil (44,5%). Em relação ao ano anterior as situações que mais se ampliaram foram as de negligência em relação aos idosos; situações de negligência em relação à crianças/adolescentes; e crianças e adolescentes fora da escola.
Gráfico 20: CRAS por situações frequentemente identificadas no território de abrangência (%) – Brasil, 2011 e 2012
3% 3%
51% 53%
Jovens em situação de vulnerabilidade e risco social 12% 13%
Exploração ou abuso sexual de crianças e adolescentes
18% 20%
Demandas de provisão material (exceto alimentos)
48% 50%
Famílias em situação de insegurança alimentar Famílias elegíveis não inseridas nos programas ou benefícios de transferência de renda Famílias em descumprimento de condicionalidades do Bolsa Família
34% 37% 63% 64% 45% 44%
Indivíduos sem documentação civil 14% 15%
Crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil
41% 37%
Crianças e adolescentes fora da escola 17% 17%
Outras situações de violência no território
14% 13%
Situações de violência contra idosos
20% 20%
Situações de violência contra crianças Situações de violência intrafamiliar/doméstica contra homens
2% 2% 28% 27%
Situação de violência contra as mulheres Situações de negligência em relação a pessoas com deficiência Situações de negligência em relação a crianças / adolescentes
17% 16% 64% 62% 54% 50%
Situações de negligência em relação a idosos
0% 2012
10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
| centro de referência de assistência social
39% 40%
Usuários de drogas
cras
Pessoas em situação de rua
2011
35
Fonte: MDS, Censo SUAS.
As atividades relativas aos serviços socioassistenciais devem ser orientadas pela utilização de informações nos relatórios e listagens sobre famílias do Programa Bolsa Família, beneficiários do BPC, incidência de descumprimento de condicionalidades, trabalho infantil etc. De fato, constata-se que o Cadastro Único e as listagens de beneficiários do Programa Bolsa Família tem sido os instrumentos utilizados para os serviços dirigidos à Busca Ativa e aos serviços de atendimentos das famílias em descumprimento de condicionalidades tanto na saúde quanto na educação.
Gráfico 21: CRAS, por tipo e uso de listagens (%) – Brasil, 2012
33%
Beneficiários do PETI
39% 41% 49% 53% 57%
Pessoas com deficiência beneficiárias do BPC/ Pessoas com Deficiência
50%
Idosos beneficiários do BPC/Idoso 41%
Famílias inscritas no CadÚnico
Famílias em descumprimento das condicionalidades de saúde do PBF
41%
Famílias em descumprimento das condicionalidades de educação do PBF
51% 52% 49% 47% 51%
61% 60% 58%
Beneficiários do PBF 0% Realiza busca ativa priorizando o público na lista
56% 58%
20%
40%
Planeja a oferta de serviços no CRAS
60%
66% 72% 80%
Prioriza no atendimento do PAIF
CENSOSUAS 2012
Fonte: MDS, Censo Suas, 2012.
O Censo Suas 2012 corrobora a tendência do fortalecimento das articulações dos CRAS com o conselho tutelar, serviços de saúde, serviços de educação e coordenação municipal do Programa Bolsa Família. Os percentuais por tipo de articulação com esses serviços e instituições superaram 80% e ocorreram com trocas de informação, encaminhamento de usuários para o CRAS, recebimento de usuários encaminhados pelo CRAS e por possuir dados da localização. As articulações com órgãos relacionados a trabalho e emprego ainda se constituem em desafios para os CRAS.
Gráfico 22: CRAS por tipo de articulação com serviços programas ou instituições (%) – Brasil, 2012
Organizações Não Governamentais (ONGs) Programas ou Projetos de Inclusão Digital Conselhos de Políticas Públicas e Defesa de Direitos Conselho Tutelar Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Serviços ou Programas de Segurança Pública Serviços ou Programas de Segurança Alimentar Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Órgãos/Serviços relacionados a Trabalho e Emprego Serviços de Educação Serviços de Saúde
Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica 0%
20%
40%
60%
Desenvolve atividades em parceria
Realiza estudos de caso em conjunto
Troca informações
Realiza reuniões periódicas
80%
100%
Acompanha os encaminhamentos
Encaminha usuários para este CRAS
Recebe usuários encaminhados por este CRAS
Possui dados de localização (endereço, telefone, etc.)
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
O esforço de provimento do atendimento socioassistencial junto a povos e comunidades tradicionais tem revelado avanços. Pela concentração na região Norte das aldeias indígenas, terras quilombolas e população ribeirinha, quase metade dos CRAS que atendem Comunidades Tradicionais estão nessa região. Vale ressaltar que a região Centro-Oeste concentra um terço dos demais equipa-
cras
Unidades Conveniadas da Rede de Proteção Social Básica
| centro de referência de assistência social
Unidades da Rede de Proteção Social Especial
37
mentos voltados a essa população.
Gráfico 23: CRAS segundo existência de Comunidades Tradicionais no território de abrangência, por região (%) – Brasil, 2012
33,0% 45,7%
14,8%
12,8% 28,6%
Norte
CENSOSUAS 2012
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
39
crEas
| centro de referĂŞncia Especializado de assistĂŞncia social
cEnTro dE rEfErÊncia EspEcializado dE assisTÊncia social (crEas) Além dos Serviços de Proteção Básica, o Sistema Único de Assistência Social está estruturado na oferta de serviços de Proteção Social Especial (PSE), destinados a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, cujos direitos tenham sido violados ou ameaçados. As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com níveis de complexidade (média ou alta) e conforme a situação vivenciada pelo indivíduo ou família. Inserido na categoria da PSE de média complexidade, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) configura-se como uma unidade pública e estatal que oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos pela violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto etc. Os CREAS devem buscar a construção de um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações familiares. Tais equipamentos devem estar localizados em áreas de vulnerabilidade social considerando as particularidades do território, a incidência de riscos e violações de direitos e a identificação da rede socioassistencial existente, tendo em vista a articulação no próprio ambiente do SUAS,
CENSOSUAS 2012
bem como com as demais políticas públicas e os órgãos de defesa de direitos. O número de CREAS vem crescendo no Brasil desde 2009, quando existiam 1.200 unidades. Em 2012, já eram 2.167 unidades, instaladas em pouco mais de um terço dos municípios brasileiros. Dos equipamentos existentes, a larga maioria - 2.114 unidades- caracterizaram-se como CREAS municipais e 53 como CREAS regionais, coordenadas pelo órgão gestor estadual. Tais equipamentos se localizam em um município sede e atendem à população de municípios vinculados, em geral, de menor porte.
Gráfico 24 - Quantidade de CREAS segundo a abrangência municipal ou regional – Brasil, 2009 a 2012
2.500 2.057 2.113
2.082
2.167
2.000 1.590
1.540 1.500
2010 2011
1.000
25
54
Municipal
Regional
Total
Fonte: MDS, Censo SUAS.
A região Nordeste concentrava em 2012 a maior parcela de CREAS implantados (39% das unidades), seguida da região Sudeste (com 27%). Norte e Sul são as regiões com menor número de CREAS implantados.
Gráfico 25: CREAS segundo as grandes regiões do país (%) – Brasil, 2012
219 10%
188 9% Norte
328 15%
Nordeste 848 39% 584 27%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Sudeste Sul Centro-Oeste
crEas
50 0
41
500
| centro de referência Especializado de assistência social
2012
O porte do município constitui uma referência importante para dimensionar a quantidade de CREAS a ser implantada. Em todas as 17 metrópoles e na quase totalidade dos Municípios Grandes há um equipamento CREAS. Conforme a orientação técnica sobre a gestão dos CREAS, sugere-se que os municípios classificados como de Pequeno Porte II e Médio Porte tenham ao menos uma unidade. Há ainda 194 municípios de Pequeno Porte II sem o equipamento. No caso dos municípios até 20 mil habitantes, a cobertura da PSE só será viabilizada com forte expansão dos CREAS regionais.
Tabela 2: Total de municípios e quantidade de municípios com CREAS, segundo o porte populacional do município – Brasil, 2012 Porte Populacional
Total de municípios
Quantidade de municípios com CREAS
Municípios CREAS/ Total (%)
Pequeno I
3.915
529
13,5
Pequeno II
1.043
849
81,4
Médio
324
305
94,1
Grande
266
261
98,1
Metrópole e DF
17
17
100,0
Brasil
5.565
1.961
35,2
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
CENSOSUAS 2012
Infraestrutura A grande maioria dos CREAS funcionam em imóveis alugados, em que pese o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) destinar recursos para apoiar projetos de construção de equipamentos, além de cofinanciar serviços e programas nas unidades. Em 2012, 1.582 CREAS estavam instalados em imóveis alugados e 585 eram unidades próprias.
Gráfico 26: Evolução da implantação de CREAS segundo situação do imóvel – Brasil, 2009 a 2012 Próprio
Alugado
1800 1523
1600
1582
1400 1094
1200 1000
781
800
496
586
585
2011
2012
0 2009
2010 Ano
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Em que pesem as determinações de que as unidades de prestação de serviços devam assegurar as condições para acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida, independentemente da situação do imóvel, mais de 65% dos CREAS não possuíam condições de acessibilidade ou não estavam adaptados em consonância com a ABNT. Contudo, em geral, os CREAS instalados em imóveis próprios tendem a estar em melhor situação quanto às condições de acessibilidade, em função dos esforços nos últimos anos.
crEas
200
419
43
400
| centro de referência Especializado de assistência social
600
Gráfico 27: CREAS segundo aspectos de acessibilidade e situação do imóvel (%) – Brasil, 2012 100,0% 90,3% 90,0%
81,9%
85,1%
81,6%
80,0% 69,6%
69,4%
70,0%
72,0%
68,7%
60,0% 50,0% 40,0% 30,6%
31,3%
30,4%
30,0% 20,0%
18,4%
18,1%
28,0%
14,9% 9,7%
10,0% ,0%
Adaptado Não possui, não Adaptado Não possui, não Adaptado Não possui, não Adaptado Não possui, não conforme ABNT adaptado ou conforme ABNT adaptado ou conforme ABNT adaptado ou conforme ABNT adaptado ou adaptado sem adaptado sem adaptado sem adaptado sem conformidade à conformidade à conformidade à conformidade à ABNT ABNT ABNT ABNT Acesso principal adaptado com Rota acessível aos principais rampas e rota acessível desde a espaços do CREAS (recepção, calçada até a recepção do sala de atendimentos e sala(s) CREAS de uso coletivo) Próprio
Rota acessível ao banheiro
Banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida (idosos, pessoas com deficiência, etc)
Alugado
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
De 2010 até 2012, as condições de acessibilidade que mais avançaram foram as que permitiram acesso principal até a recepção e movimentação interna. Menos de 15% dos CREAS tem banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida.
Gráfico 28: Evolução de CREAS segundo aspectos de acessibilidade (%) – Brasil, 2010 a 2012 25,0%
CENSOSUAS 2012
22,0%
20,8%
21,6% 21,5%
20,0%
19,0%
19,3%
19,3% 16,8%
16,0%
16,7% 14,6%
14,4% 13,7%
13,0% 10,9% 10,0% 2010
2011
2012
Acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até a recepção do CREAS Rota acessível aos principais espaços do CREAS (recepção, sala de atendimentos e sala(s) de uso coletivo) Rota acessível ao banheiro Banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida (idosos, pessoas com deficiência, etc)
Fonte: MDS, Censo SUAS.
A informatização é uma realidade na larga maioria dos CREAS, seja analisando-os por porte ou região. Contudo, isso não significa plena conectividade: na região Norte é aonde se encontra a menor parcela de CREAS com computadores conectados à internet, chegando a 19% nos municípios de grande porte.
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Pequeno II
Médio
Grande
Metrópole
100,0%
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Pequeno I
Pequeno II
Pequeno I
Metrópole
Grande
Médio
Pequeno II
Pequeno I
Metrópole
Médio
Grande
Pequeno I
90,0%
Pequeno II
92,0%
Centro-Oeste
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
FINANCIAMENTO No âmbito do financiamento, a LOAS previu sua estruturação tendo por base os fundos de assistência social - nacional, dos estados, DF e munícipios - com gestão atribuída aos órgãos responsáveis pela política de assitência social na respectiva esfera federativa. Encontram-se nos municípios de Pequeno Porte II a maioria dos CREAS cofinan-
crEas
94,0%
| centro de referência Especializado de assistência social
98,0%
100,0%
100,0%
Metrópole
100,0%
Pequeno II
100,0%
100,0%
Pequeno I
Grande
100,0%
Metrópole
Médio
100,0% Médio
Grande
100,0%
99,0%
99,1%
94,7%
96,0%
95,7%
95,2%
98,0%
96,4%
97,3%
98,0%
100,0%
97,6%
100,0%
100,0%
Gráfico 29: CREAS que possuem computador por região e porte (%) – Brasil, 2012
ciados (860 Unidades), seguidos pelos municípios de Pequeno Porte I com 529
45
unidades. As Metrópoles contam com 110 Unidades.
Gráfico 30: Quantidade de CREAS cofinanciados segundo porte de município – Brasil, 2012 1000 860
900 800 700 600
529
500 400
317
351
300 200
110
100 0 Pequeno I
Pequeno II
Médio
Grande
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
A grande concentração de CREAS encontra-se na área urbana. Contudo, em 2012 0,4% das Unidades cofinanciadas encontravam-se em área rural.
Gráfico 31: CREAS cofinanciados segundo área que se localiza (%) – Brasil, 2012 ,4%
urbano rural
CENSOSUAS 2012
99,6%
FONTE: MDS, CENSO SUAS, 2012.
Em 2012 40,1% dos CREAS receberam financiamento exclusivamente municipal e federal, enquanto que o percentual de recursos somente estaduais foi repassado para apenas 1,6% dos CREAS. A segunda maior fonte de financiamento para 2012 foi proveniente dos recursos “municipais, estaduais e federais”, que foram repassados para 24,6% do total de CREAS.
52,4%
Gráfico 32: CREAS segundo fonte de financiamento (%) – Brasil, 2009 a 2012
50,0%
40,1%
43,4%
60,0%
24,6%
25,3%
Somente municipais
Somente estaduais
Somente federais (MDS)
2009
Municipais e estaduais
2010
2011
Municipais e federais (MDS)
Estaduais e federais (MDS)
Municipais, estaduais e federais (MDS)
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS
RECURSOS HUMANOS A partir dos parâmetros da equipe de referência do CREAS prevista na NOB-RH, os recursos humanos de cada CREAS devem ser dimensionados de acordo com os serviços ofertados pela unidade, a demanda por atendimento, o acompanhamento e a capacidade de atendimento das equipes. Desde 2010 tem havido um acréscimo no quantitativo total dos recursos humanos nos CREAS, tendo passado de 14.575 para 19.876 profissionais em 2012, representando aumento percentual de 36,4% no período. Como era de se esperar, em relação ao CRAS, os CREAS tem pessoal com perfil mais qualificado. Em 2012, dos 19.876 trabalhadores dos CREAS, 63% possuíam o ensino superior completo ou mais. Ao longo dos últimos três anos, o perfil
crEas
0,0%
| centro de referência Especializado de assistência social
6,5%
17,0% 1,8% 2,1% 1,2% 2,5%
4,0% 1,7% 0,4% 1,8%
6,2%
1,6% 0,6% 1,1% 1,6%
10,0%
7,1% 3,0% 2,6% 9,4%
20,0%
13,9%
14,7%
30,0%
19,6%
24,8%
40,0%
47
educacional vem se mantendo muito próximo.
Gráfico 33: Escolaridade dos recursos humanos dos CREAS (%) – Brasil, 2010 a 2012 100,0%
19.876 18.265
90,0% 80,0% 14.575 70,0%
62,1%
15.000 63,5%
62,9%
60,0% 10.000
50,0% 40,0% 30,0% 29,5%
20,0%
28,0%
28,7%
5.000
10,0% 0,0%
5,5% 3,0%
5,2% 3,3%
5,2% 3,2%
2010
2011
2012
Nível superior completo, mestrado e doutorado
Nível médio completo e superior incompleto
Nível fundamental completo e médio incompleto
Sem instrução e fundamental incompleto
0
Total
Fonte: MDS, Censo SUAS.
De forma muito semelhante aos CRAS, as equipes técnicas dos CREAS caracterizam-se por vínculos menos estáveis que o desejável. Em 2012, cerca de 30 % dos servidores tinham contratos temporários, ao que se soma outros 10 % com
CENSOSUAS 2012
outro tipo de vínculo não permanente, contra um terço de estatutários.
Gráfico 34: Vínculos empregatícios de equipe técnica dos CREAS (%) – Brasil, 2012 32,9%
Servidor Estatutário
29,5%
Servidor Temporário
7,8%
Comissionado
7,5%
Empregado Público (CLT)
7,3%
Trabalhador de Empresa/Cooperativa/Entidade Prestadora de Serviços Sem Vínculo Voluntário
3,6% 1,2% 0,2%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Em razão da complexidade das situações atendidas no CREAS, além de psicólogos, assistentes sociais e advogados, as unidades devem contar, em sua equipe, com outros profissionais de nível superior ou médio. Com relação às equipes de referência do CREAS, em 2012, 24,5% estavam compostas de assistentes sociais, 19,4% de psicólogos, 6,5% de advogados, entre outros.
Gráfico 35: Formação profissional dos trabalhadores do CREAS (%) – Brasil, 2012
25%
29%
Assistente social Psicólogo Profissional de Ensino Médio Pedagogo
6%
19%
Advogado
crEas
Terceirizado
| centro de referência Especializado de assistência social
10,0%
Outro vínculo não permanente
Outros*
7%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012. Nota: (*) Inclui os outros profissionais de ensino superior e os sem formação profissional.
49
14%
No período de 2011 a 2012 houve um aumento esperado de assistentes sociais, psicólogos e advogados em detrimento dos profissionais com ensino médio. Verificou-se, em números absolutos, contratação de mais 454 assistentes sociais e 297 psicólogos entre 2011 e 2012.
Tabela 3: Quantidade de profissionais trabalhadores do CREAS segundo formação – Brasil – 2011 e 2012 Formação profissional
2011
2012
Assistente social
4.259
4.713
Psicólogo
3.426
3.723
Profissional de Ensino Médio
2.005
2.623
Pedagogo
1.453
1.401
Advogado
1.117
1.245
Outros*
6.007
5.531
Total
18.267
19.236
Fonte: MDS, Censo SUAS.
As normas de composição do CREAS estão sendo observadas nos municípios, mesmo com a eventual dificuldade de encontrar profissionais especializados. A participação de Assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e advogados é
CENSOSUAS 2012
semelhante nos CREAS dos diversos portes municipais.
Gráfico 36: Profissionais por Formação Profissional, segundo o Porte do município (%) – Brasil, 2012 35% 31,6 27,8 23,0
22,9 19,9
15%
10%
20,0
18,7
8,9 7,7
19,8 17,3
13,8
13,7 10,9 9,2 9,3
28,3 23,7
22,5
18,5
20%
28,6
27,9
13,1
7,2 6,3
05%
7,5
6,0 4,4
3,4
00% Pequeno I
Pequeno II
Assistente social
Psicólogo
Médio
Grande
Profissional de Ensino Médio
Pedagogo
Metrópole Advogado
Outros*
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
No período de 2010 a 2012 houve um crescimento contínuo de coordenadores que exerciam exclusivamente esta função, passando de 761 a 1245, respectivamente. Destaca-se que ainda existiam em 2012, 97 CREAS sem coordenador.
Gráfico 37: Quantidade de CREAS segundo a função do coordenador – Brasil, 2010 a 2012 1400 1200
1245
1158
1000 800
761
600
611
607
231 108
218 97
475
400
247
200
107
0
2010
2011
2012
Exerce exclusivamente a função de coordenador
| centro de referência Especializado de assistência social
25%
28,1
crEas
30%
Acumula as funções de coordenador e de técnico neste CREAS Acumula as funções de coordenador com outra atividade da Secretaria Municipal de Assistência Social
Fonte: MDS, Censo SUAS.
51
Não há coordenador neste CREAS
Serviços O planejamento da oferta dos serviços de Proteção Social Especial deve estar baseado em informações da realidade social da área de abrangência do CREAS. De fato, em 2012, 64% dos CREAS informaram elaborar diagnóstico das situações de risco e violação de direitos existentes no território. A maior parte do público atendido pelos serviços dos CREAS em 2012 foi de crianças e adolescentes, com destaque para as situações de abuso sexual (95,4%), violência psicológica (94,8%) e negligência ou abandono (93,4%). Destaca-se também o atendimento dos CREAS aos idosos em situação de negligência ou abandono, violência psicológica e física, situações constatadas em mais de 80% dos CREAS.
Tabela 4: Quantidade e percentual das situações e ciclo de vida da população atendida pelo Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi) – Brasil, 2012 Situações atendidas pelo PAEFI Violência física Violência psicológica Abuso sexual Exploração sexual
CENSOSUAS 2012
Negligência ou abandono Tráfico de pessoas Trabalho infantil
Crianças e adolescentes
Mulheres adultas
Homens adultos
Idosos
Não atende
Quant.
1.984
1.849
663
1.754
61 2,8%
%
91,6%
85,3%
30,6%
80,9%
Quant.
2.054
1.849
785
1.862
42
%
94,8%
85,3%
36,2%
85,9%
1,9%
Quant.
2.068
1.055
353
723
81
%
95,4%
48,7%
16,3%
33,4%
3,7%
Quant.
1.740
670
296
468
399
%
80,3%
30,9%
13,7%
21,6%
18,4%
Quant.
2.024
0
0
1.910
62
%
93,4%
0%
0%
88,1%
2,9%
Quant.
420
312
239
247
1.713
%
19,4%
14,4%
11,0%
11,4%
79,0%
Quant.
1.711
456
-
-
-
%
79,0%
21,0%
-
-
-
Quant.
1.038
980
1.158
944
666
%
47,9%
45,2%
53,4%
43,6%
30,7%
Discriminação em decorrência da orientação sexual
Quant.
1.002
704
781
478
935
%
46,2%
32,5%
36,0%
22,1%
43,1%
Discriminação em decorrência da raça/ etnia
Quant.
781
648
611
562
1.298
%
36,0%
29,9%
28,2%
25,9%
59,9%
Situação de rua
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
O Serviço Especializado em Abordagem Social é um serviço ofertado de forma continuada e programada, com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique nos territórios a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras. Os usuários desse serviço são crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência. O número de CREAS que realiza a abordagem social com crianças, adolescentes, jovens, população adulta e de idosos aumentou de 2009 a 2012, saindo do
1.200
1.072
1.118
813
853
1.000 791
800 600 400
587 512 407 224
159
200
143 120 76
53
57
81
0 2009
2010
2011
2012
Não realiza Apenas com crianças e adolescentes Apenas com jovens, população adulta e idosos Com crianças, adolescentes, jovens, população adulta e idosos
Fonte: MDS, Censo SUAS.
O Serviço Especializado em Abordagem Social visa a desencadear o processo de saída das ruas das pessoas e famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência e promover o retorno familiar e comunitário, além do acesso à rede de serviços socioassistenciais e às demais políticas públicas. Do
crEas
Gráfico 38: Quantidade de CREAS que realizam o Serviço Especializado em Abordagem Social do país – Brasil, 2009 a 2012
| centro de referência Especializado de assistência social
patamar de 407 para 1.118 unidades em 2012.
total de 2.167 CREAS cadastrados no Censo SUAS 2012, 1.314 das unidades distribuídas em todo o Brasil realizam o serviço de abordagem social. Dos CREAS que com 296 Unidades, seguida pela região Sudeste com 260 Unidades.
53
não realizam a abordagem, a maior parte estava concentrada na região Nordeste,
Gráfico 39: Quantidade de CREAS que realizam o Serviço Especializado em Abordagem Social segundo as regiões do país – Brasil, 2012
2500 2167 2000
1500 1118 1000
853
848 584
478
500 120 76
65 23 2
98
188
296 61 13
328
273
260
154 18 33
147 10 17
78
8 11
219 122
0 Brasil
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Não realiza
Apenas com crianças e adolescentes
Apenas com jovens, população adulta e idosos
Com crianças, adolescentes, jovens, população adulta e idosos
Total
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Segundo o Censo SUAS 2012, não obstante os municípios de Médio e Pequeno Porte II apresentarem elevados quantitativos de CREAS que não realizam o serviço de abordagem social, proporcionalmente eles realizaram o serviço acima da média (68,8% e 62,2%, respectivamente) quando comparados com o universo
CENSOSUAS 2012
de CREAS implantados (60,6%).
Gráfico 40: Quantidade de CREAS que realizam o Serviço Especializado em Abordagem Social segundo os portes populacionais – Brasil, 2012
2500 2167 2000
1500 1118 860
12076
268
224
24 13
452 325 51 32
99
317 185 19 14
351 157
154 24 16
110 59 48 2 1
Grande
Metrópole
0 Brasil
Pequeno I
Pequeno II
Médio
Não realizam
Apenas com crianças e adolescentes
Apenas com jovens, população adulta e idosos
Com crianças, adolescentes, jovens, população adulta e idosos
Total
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
| centro de referência Especializado de assistência social
529 500
crEas
853
55
1000
C E N S O S U A SS 22001102
57
cEnTro pop
| centro de referência Especializado para pessoas em situação de rua
cEnTro dE rEfErÊncia EspEcializado para pEssoas Em siTuação dE rua (cEnTro pop) De acordo com o Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, que instituiu a Política Nacional para a população em situação de rua, esta é conceituada como o grupo heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular. Dessa forma, utiliza-se dos logradouros públicos e das áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento de forma temporária ou permanente, bem como das Unidades de Acolhimento para pernoite temporária ou como moradia provisória. A partir da edição deste Decreto, as pessoas em situação de rua passaram a ter o direito a ser assistidas institucionalmente nos Centros de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centros POP), com oferta de serviço específico previsto na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Esta iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) faz parte da necessidade de se mapear e identificar os indivíduos em situação de rua e, mais que isso, retirar da “invisibilidade estes brasileiros, permitindo que o Poder Público conheça quem são e onde estão” (MDS, 2011), inserindo-os na lógica do Sistema Único de Assistência Social, no âmbito da proteção especial. Entre as atribuições dos Centro POP estão as seguintes: orientação e apoio para obtenção de documentação pessoal; encaminhamento para a rede de serviços
CENSOSUAS 2012
socioassistenciais; encaminhamento de usuários-dependentes de substâncias psicoativas para serviços da rede de saúde; entrevista individual e/ou familiar; acolhida e escuta inicial; encaminhamento para órgãos de defesa de direitos; estudo social; visitas domiciliares; mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio; busca ativa e ações/iniciativas voltadas para o acesso ao mercado de trabalho. Em 2011, o Censo SUAS incorporou questionário aplicado aos Centros POP nos municípios brasileiros. No Censo SUAS de 2012 foram identificados 105 Centros POP, representando aumento de 15 novas unidades com relação à 2011.
Dos Centros POP pesquisados, 26 localizavam-se no Estado de São Paulo e 13 no Rio de Janeiro. Seis Estados não ofereciam este serviço em 2011, sendo que dois destes passaram a disponibilizá-lo em 2012: Paraíba, que agora conta com duas
2011
26
2012
22
13 11 88 88
77 5
6 4
5
44
4 2
SP
RJ
PR
RS MG SC
PE
BA
CE
3
4
33 1
2 22 22
2 22 0
ES GO AL DF MA PA
0
1 11 11 11 11 11 11
PB AC AM MS
PI
RN RO SE
Fonte: MDS, Censo SUAS.
GESTÃO FINANCEIRA Segundo o Censo SUAS 2012, 91,4% dos Centros POP são financiados com recursos municipais para funcionamento e 83,8% das Unidades também se valem de recursos Federais (MDS). Percebe-se que em 2012 houve um pequeno aumento na participação dos Estados no financiamento dos Centro POP, aumentando de 22,2% em 2011 para 24,8%.
cEnTro pop
Gráfico 41: Quantidade de Centro POP por unidade da federação – Brasil, 2011 e 2012.
59
que se pode encontrar os Centros POP.
| centro de referência Especializado para pessoas em situação de rua
unidades, e Acre, com uma. Assim, atualmente há 23 Unidades da Federação em
Gráfico 42: unidades atendidas por tipo de fonte de financiamento (%) – Brasil, 2011 e 2012 2011
96,7%
2012
91,4%
85,6%
83,8%
24,8%
22,2%
2,2% Recursos Municipais ou do DF
Recursos Estaduais
Recursos Federais (MDS)
1,0%
Outros recursos
Fonte: MDS, Censo SUAS.
INFRAESTRUTURA Dentre os imóveis utilizados como sede para o funcionamento das atividades, verificou-se que mais da metade dos Centros POP (59 unidades) situa-se em imóvel alugado pela Prefeitura Municipal.
Gráfico 43: Quantidade de Centros Especializados da Assistência Social segundo situação do imóvel - Brasil, 2012 70
59
60 50 35
30
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
2
3
3
2
Cedido para a Prefeitura Municipal//DF por entidades/ instituições privadas
Outros
Alugado pela Prefeitura Municipal/DF
1 Próprio do Governo do Estado
0
Cedido para a Prefeitura Municipal/DF pela União
10
Cedido para a Prefeitura Municipal pelo Estado
20
Próprio da Prefeitura Municipal/DF
CENSOSUAS 2012
40
No que concerne às condições de acessibilidade nos Centro POP, identificou-se que o acesso principal, adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até a recepção da unidade, é encontrado na metade das unidades, sendo que
de 40% das unidades apresentaram este tipo de acessibilidade em 2012.
25,6% 21,0%
22,2% 16,2%
33,3% 24,4%
27,8% 21,0%
24,4% 31,4%
47,8% 45,7%
2012
47,8% 42,9% 27,8% 25,7%
28,9%
28,6%
24,4% 22,9%
46,7%
48,6%
2011
52,2% 62,9%
Gráfico 44: Distribuição percentual de Centro POP segundo aspectos de acessibilidade – Brasil, 2011 e 2012
SIM, com SIM, sem Não SIM, com SIM, sem Não SIM, com SIM, sem Não SIM, com SIM, sem Não ABNT ABNT possui ABNT ABNT possui ABNT ABNT possui ABNT ABNT possui Acesso principal adaptado Rota acessível aos principais Rota acessível ao banheiro Banheiro adaptado para com rampas e rota acessível espaços da Unidade pessoas com dificuldades de desde a calçada até a (recepção, sala de locomoção recepção da Unidade atendimentos e espaço(s) para atividades coletivas)
Fonte: MDS, Censo SUAS.
SERVIçOS E BENEFÍCIOS Entre as atividades desempenhadas pelos Centros POP, sobressaem as de encaminhamento para a rede de serviços socioassistenciais, entrevista individual e/ ou familiar e orientação e atendimento individual e/ou da família, que são exer-
cEnTro pop
ção de banheiro adaptado para pessoas com dificuldades de locomoção, menos
| centro de referência Especializado para pessoas em situação de rua
apenas 22,9% estão de acordo com as normas da ABNT. Com relação à adequa-
cidas em quase todos os centros pesquisados. A orientação e apoio para obtenção de documentação pessoal e o encaminhamento para outros serviços da rede
61
de saúde está presente em 98% e 96% dos centros, respectivamente.
Os Centros POP também ofereciam em seu espaço refeições aos usuários, sendo as do período diurno as mais ofertadas. Café da manhã, por exemplo, é ofertado em 85,4% das unidades, e almoço em 69,8%. Nota-se um pequeno aumento no percentual de unidades que oferecem lanche e café da manhã, de 82,7% em 2011 para 85,4% em 2012.
Gráfico 45: Unidades com refeições oferecidas aos usuários no espaço do Centro POP – Brasil, 2011 e 2012 2011 82,7%
2012
85,4% 78,1%
75,3% 69,8%
72,8%
32,1%
29,2%
7,4% 7,3%
Lanche/Café da Manhã
Almoço
Lanche/Café da Tarde
Jantar
Lanche/Café da Noite
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Segundo o Censo SUAS 2012, a totalidade dos Centros POP encaminham seus usuários para a rede de serviços socioassistenciais do município. A tabela abaixo
CENSOSUAS 2012
apresenta a distribuição dos Centros POP conforme as atividades desenvolvidas.
Tabela 5: Quantidade e percentual de Centros POP por atividades desenvolvidas – Brasil, 2011 e 2012 2012
Quant.
%
Quant.
%
Encaminhamento para a rede de serviços socioassistenciais
90
100,0%
105
100,0%
Entrevista Individual e/ou familiar
89
98,9%
105
100,0%
Acolhida e escuta inicial
88
97,8%
104
99,0%
Orientação e atendimento individual e/ou familiar
88
97,8%
104
99,0%
Encaminhamento de usuários/dependentes de substâncias psicoativas para serviços da rede de saúde
90
100,0%
103
98,1%
Orientação e apoio para obtenção de documentação pessoal
90
100,0%
103
98,1%
Elaboração de relatórios sobre casos em acompanhamento
87
96,7%
102
97,1%
Encaminhamento para outros serviços da rede de saúde
90
100,0%
101
96,2%
Registro de informações em prontuário
89
98,9%
101
96,2%
Acompanhamento dos usuários encaminhados para a rede
88
97,8%
100
95,2%
Encaminhamento para órgãos de defesa de direitos (Defensoria Pública, Poder Judiciário, Ministério Público, Conselho Tutelar etc.)
87
96,7%
100
95,2%
Estudo de Caso/Discussão de casos em equipe
85
94,4%
100
95,2%
Estudo social
85
94,4%
100
95,2%
Encaminhamento para serviços/Unidades das demais políticas públicas
86
95,6%
98
93,3%
Visitas Domiciliares
82
91,1%
97
92,4%
Busca ativa
73
81,1%
87
82,9%
Orientação e atendimento em grupo
70
77,8%
85
81,0%
Mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio
77
85,6%
84
80,0%
Oficinas e atividades coletivas de convívio e socialização
62
68,9%
81
77,1%
Encaminhamento para política de educação (educação de jovens e adultos, etc)
66
73,3%
78
74,3%
Elaboração de Plano de Acompanhamento Individual e/ ou Familiar
67
74,4%
77
73,3%
Ações de mobilização e participação social
61
67,8%
65
61,9%
Mobilização de família extensa ou ampliada
59
65,6%
63
60,0%
Orientação sociojurídica
35
38,9%
45
42,9%
Palestras e Oficinas envolvendo a comunidade
43
47,8%
44
41,9%
Outras
36
40,0%
37
35,2%
| Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua
2011
CENTRO POP
Atividades Desenvolvidas
63
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Em 2012, houve uma queda na média de casos acompanhados de maneira regular pelos Centros POP em relação ao ano anterior, oscilando de 111,9 em 2011 para 93 casos em 2012. Por outro lado, houve aumento na média de casos atendidos por dia de 2011 para 2012, passando de 24,7 para 29,8, respectivamente.
Tabela 6: Quantidade média de casos de atendimento e acompanhamento nos Centros POP – Brasil, 2011 e 2012 Média por Centro POP de casos de atendimento e acompanhamento - Brasil
2011
2012
Quantidade total de casos (famílias-indivíduos) em acompanhamento regular por este Centro POP (no mês de Agosto)
111,9
93,0
Quantidade total de novos casos (famílias ou indivíduos) inseridos no acompanhamento do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua durante o mês de Agosto
31,9
27,1
Do total de casos atendidos por este Centro POP, indique o total de famílias/ indivíduos que foram encaminhados para inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais no mês de agosto.
5,0
8,5
Do total de casos atendidos por este Centro POP no mês de agosto-2012, indique o total de famílias/indivíduos encaminhadas para atualização cadastral no Cadastro Único para Programas Sociais.
2,1
2,7
Do total de casos atendidos por este Centro POP no mês de agosto, indique o total de famílias/indivíduos encaminhados para acesso ao BPC.
1,2
1,0
Do Total casos atendidos no mês de agosto por este Centro, indique a quantidade de famílias/indivíduos encaminhados para acesso a benefícios eventuais.
15,8
20,0
Em média quantos casos (famílias-indivíduos) são atendidos por dia neste Centro de Referência para Pessoas em Situação de Rua?
24,7
29,8
Fonte: MDS, Censo SUAS.
CENSOSUAS 2012
No que diz respeito ao acesso a oportunidades de trabalho, os Centros POP encaminham seus usuários para capacitação profissional/curso profissionalizante (78,1%) e para programas de geração de trabalho e renda (72,4%). Cabe destacar que em 16,2% dos Centros houve inclusive a cessão de espaço físico para a realização de cursos de capacitação profissional ofertados por outras instituições em 2012, percentual um pouco acima dos 14,4% apresentados em 2011.
Gráfico 46: Quantidade de Centros POP por ações/iniciativas em relação ao acesso ao mercado de trabalho – Brasil, 2011 e 2012
72,4% 73,3%
Encaminhamento para programas de geração de trabalho e renda
63,8% 70,0%
Informações atualizadas sobre vagas disponíveis no mercado de trabalho
56,2% 47,8%
Cadastramento para participação em programas de qualificação profissional Cessão de espaço físico para realização de cursos de capacitação profissional ofertados por outras instituições Assessoramento para formação de cooperativas ou associações (unidades produtivas) Outros
16,2% 14,4% 4,8% 8,9% 27,6% 33,3%
Fonte: MDS, Censo SUAS.
RECURSOS HUMANOS Os recursos humanos dos Centro POP aumentaram em 37,8% em relação ao ano de 2011, passando de 1.187 em 2011 para 1.636 em 2012. Quanto ao grau de escolaridade dos trabalhadores dos Centros POP, o Censo SUAS 2012 revela que a maior parte deles, 44,6%, possui nível superior. O percentual de funcionários com nível médio é de 42,1% e o dos que cursaram apenas o nível fundamental é de 13,3%.
cEnTro pop
78,1% 77,8%
Encaminhamento para capacitação profissional/curso profissionalizante
| centro de referência Especializado para pessoas em situação de rua
2011
65
2012
Gráfico 47 : Escolaridade dos trabalhadores dos Centros POP (%) – Brasil, 2011 e 2012 2011
2012 1.636
1.187
730
688 550
491
146 12,3%
218 13,3%
41,4%
Nível fundamental
42,1%
46,3%
Nível médio
44,6%
Nível superior
100%
100% Total
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Dentre os trabalhadores dos Centro POP, observa-se que a maior parte apresenta vínculos empregatícios não permanentes, correspondendo a 44,8% do total de funcionários em 2012. Em segundo lugar, estão os servidores estatutários, representando 39,5% dos recursos humanos. A menor categoria dentre os funcionários dos Centros POP é representada pelos ocupantes de cargos comissionados, com participação de 5,1%.
Gráfico 48: recursos humanos dos Centros POP por vínculo empregatício (%) – Brasil, 2011 e 2012
CENSOSUAS 2012
2011
39,9%
Servidor Estatutário
Empregado Público (CLT)
Comissionado
Outros vínculos não permanentes
Fonte: MDS, Censo SUAS.
2012
39,5% 5,2% 10,6% 5,1% 5,1% 49,7% 44,8%
Em 2012, dentre os coordenadores dos Centros POP, o percentual de funcionários que exercem exclusivamente esta função aumentou para 70,5%. No entanto, 18,1% dos coordenadores ainda dividem esta função com a de técnico na
2012
Acumula as funções de coordenador com outra atividade da Secretaria Municipal de Assistência Social ou do DF
2011
9,5% 10,0%
18,1%
Acumula as funções de coordenador e de técnico nesta Unidade
17,8%
70,5%
Exerce exclusivamente a função de coordenador
Não há coordenador nesta Unidade
Fonte: MDS, Censo SUAS.
65,6%
1,9% 6,7%
cEnTro pop
Gráfico 49: Função do coordenador dos Centros POP – Brasil, 2011 e 2012
67
da Secretaria de Assistência Social.
| centro de referência Especializado para pessoas em situação de rua
unidade e 9,5% acumulam a função de coordenador com outra atividade dentro
C E N S O S U A SS 22001102
69
gest達o municipal
gEsTão municipal
Com relação à gestão municipal, a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) estabelece como competências dos municípios: destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos auxílios natalidade e funeral, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social; efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral; executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; atender às ações assistenciais de caráter de emergência; prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta lei (BRASIL, 2009). É fundamental a atuação municipal, articulada às demais esferas federativas, para a implementação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Estabelecidas a partir da NOB—SUAS, merecem destaque a gestão local dos Benefícios de Prestação Continuada, a gestão do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federa e do Programa Bolsa Família. A organização dos serviços socioassistenciais descentralizados e o modelo de gestão participativa são características basilares do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), permitindo articular esforços e recursos dos três níveis de governo, visando o financiamento e a execução da PNAS. Os resultados apresentados a seguir expõem os avanços obtidos até 2012 e permitem vislumbrar os
CENSOSUAS 2012
desafios enfrentados no âmbito municipal.
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA A existência de Secretaria Municipal exclusiva da área de Assistência Social tem sido um indicador da ampliação dos serviços prestados à população. Segundo o Censo 2012 houve aumento percentual de Secretarias Municipais de Assistência Social nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, enquanto nas Regiões Norte e Centro Oeste esses percentuais apresentaram pequena inflexão em sua trajetória de ampliação até então observada.
Gráfico 50: Secretaria Municipal exclusiva da área de Assistência Social por região do país (%) – Brasil, 2010 a 2012 2010 100% 80%
81,3% 76,2%
80,0%
83,1% 84,2%
82,0%
2011
2012 86,8% 84,6%
73,9% 76,2% 70,3%
80,8% 57,2%
61,1% 54,9%
60% 40% 20% 0% Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Em 2012, a área de Gestão do Programa Bolsa Família foi a que mais se destacou na estrutura formal dos órgãos gestores da assistência social nos municípios, atingindo 73%, seguida da formalização das ações da Proteção Social Básica (64%). Por outro lado, poucos avanços foram registrados na área de Gestão do Trabalho, com apenas 26,3% de formalização por meio de subdivisão administrativa. São destaques os desafios representados ainda pela implantação da Regulação do SUAS e da
71
vulnerável no país.
gestão municipal
Vigilância Social, área que apoia o planejamento de ações junto a população mais
Gráfico 51: Áreas da Assistência Social, por formalização enquanto subdivisão administrativa – Brasil, 2012 Não constituída
39% 34% 27%
30% 34% 36%
33% 28% 39%
46% 26% 28%
28% 20%
28%
6%
20%
17%
21%
28% 29%
38% 30% 32%
10%
26%
40%
43%
60%
52%
55%
64%
80%
Sim, de maneira informal
73%
Sim, na estrutura formal do órgão gestor
Fa m ls a
io s
Bo
ne fíc
do de
Be
Ge st ão
Fi
ão
ão
Ge
st
st Ge
íli a As si st en ci ai Ge s st ão do SU Ge AS st ão do Tr ab Re al ho gu la çã o do SU AS Vi gi M l â on nc ito ia So ra m ci en al to e Av al ia çã o
ia en tá r am
rç O
na nc ei ra
e
So ão
Pr ot eç
Pr ot eç
ão
So
ci al
ci al
Bá
Es pe
ci al
si ca
0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Dos 5.315 Órgãos Gestores Municipais de Assistência Social, 96,5% realizam a gestão do Cadastro Único para os Programas Sociais no município, indicando crescente compreensão de seu potencial uso para garantir acesso aos programas sociais para a população de menor renda. No entanto, os dados do Censo SUAS 2012 mostram que apenas 35,4% dos órgãos gestores da Assistência Social são também responsáveis pela política de
CENSOSUAS 2012
segurança alimentar e nutricional no município. A elaboração do Plano Municipal de Assistência Social (PMAS) é de responsabilidade do Município, e deve passar por aprovação do Conselho de Assistência Social. Analisando-se os dados do Censo SUAS 2012, observou-se que 4.877 gestores municipais de Assistência Social declararam que o município apresenta Plano Municipal de Assistência Social (PMAS), o que representa 87,57% dos municípios brasileiros. Destes, merece destaque a região Sul, onde a quase totalidade dos municípios, 95,6%, contam com este instrumento. Por outro lado, a região Norte apresentou 84,4% de existência do PMAS, menor percentual dentre todas as regiões.
Gráfico 52: municípios que possuem Plano Municipal de Assistência Social (PMAS) por região (%) – Brasil, 2012 100%
95,6% 95% 92,4%
91,4%
91,2%
Nordeste
Sudeste
90%
85%
84,4%
80% Norte
Sul
Centro-Oeste
Fonte: MDS, Censo SUAS 2012.
GESTÃO FINANCEIRA Segundo a Lei Orgânica de Assistência Social, a instituição e funcionamento do Fundo Nacional de Assistência Social (FMAS) é condição requerida para os repas-
travam em fase de implantação. Destes destaca-se a região Sul, com 97,1% de seus municípios com Fundo já implantado, seguida pelas regiões Sudeste, com 96,5% e Centro-Oeste, apresentando 96%. O maior número de municípios em atividades de implantação do Fundo encontrava-se nas regiões Norte (9,4%) e Nordeste (5,4%), respectivamente.
73
2012, 5.045 municípios tinham o Fundo em funcionamento e em 221 se encon-
gestão municipal
ses do governo federal para os municípios. Assim, de acordo com o Censo SUAS
Gráfico 53: municípios com Fundo Nacional de Assistência Social (FMAS) por região do país (%) – Brasil - 2012 Sim, implantado
1,1%
3,0%
5,4%
Sim, em fase de implantação
Não possui
0,4%
0,4%
3,0%
2,4%
96,5%
1,3% 2,7%
97,1% 96,0%
93,5%
9,4%
87,6%
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Fonte: MDS, Censo, SUAS 2012.
Dos 5.266 municípios com o FMAS já instituído, 95,1% o fizeram por Lei Municipal, 4,3% por Decreto e 0,6% por Portaria. Em 2012, os municípios da região Norte (83,7%) e do Nordeste (59,9%) persistem como aqueles sem cofinanciamento estadual, enquanto 67,5% dos municípios da Região Sudeste recebem os recursos por meio do repasse fundo-a-fundo, que amplia a eficiência do uso dos recursos, inclusive por permitir sua
CENSOSUAS 2012
repactuação anualmente. Em 2012, a modalidade fundo a fundo foi utilizada para cofinanciamento de 30,6% dos municípios do Centro Oeste e de 26,65 no Nordeste. Na região Sul e Norte apenas 15,3% e 6,4% respectivamente utilizaram esta modalidade de cofinanciamento.
Gráfico 54: municípios que recebem cofinanciamento estadual por modalidade segundo região do país (%) – Brasil, 2012 Não recebe
Sim, fundo-a-fundo
2,1%
Sim, via convênio
5,3%
7,8%
8,6%
6,4%
Sim, por convênio e fundo-a-fundo 8,3%
7,4%
18,2% 15,7%
83,7% 26,2%
9,8%
31,1%
30,6% 59,9%
15,4%
67,5%
Norte
Nordeste
4,5% Sudeste
45,2%
46,3%
Sul
Centro-Oeste
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
GESTÃO DE SERVIçOS E BENEFÍCIOS
tegral à Família – PAIF, o que representa 97,5% dos municípios brasileiros. Com percentuais igualmente elevados encontramos também os serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para idosos (95,5%) e Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos (90,5%) dos municípios. Percebe-se também ampliação expressiva de municípios que oferecem programas ou projetos de capacitação e inclusão produtiva. Em 2012, 78,4% dos municípios indicaram executar atividades nesta área.
gestão municipal
Em 2012, 5.184 municípios ofertaram o Serviço de Proteção e Atendimento In-
Vale destacar que os Centros de Referencia da Assistência Social (CRAS) respondem de forma exclusiva por 93% dos serviços do PAIF, 68,7% dos serviços de convência e fortalecimento de vínculos para adolescentes e jovens de 15 a 17 anos.
75
vivência e fortalecimento de vínculos para idosos e 63,7% dos serviços de convi-
Gráfico 55: Quantidade de municípios que ofertam serviços de Proteção Social Básica segundo localização da oferta – Brasil, 2012 Programas ou projetos de inclusão digital Programas ou projetos de capacitação e inclusão produtiva Serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para idosos Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para adolescentes e jovens de 15 a 17 anos Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças e adolescente de 6 a 15 anos Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças de 0 a 6 anos Serviço de proteção e atendimento integral à família – PAIF 0
1000
2000
Não realiza
Em entidade conveniada
No CRAS
Na própria sede do órgão gestor
3000
4000
5000
6000
Em outra unidade pública
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Vale explicitar que outras unidades públicas, que não o CRAS, respondem nos municípios por serviços de inclusão digital (41,8%) e serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças de 0 a 6 anos (36,1%). Em 2012, verificou-se ainda que 93,4% dos Órgãos Gestores Municipais da Assistência Social concederam auxílio funeral, 86,6% outros benefícios para famílias em situação de vulnerabilidade temporária, 64,7% concederam benefícios para situação de calamidade publica e 58,3% auxílio natalidade.
CENSOSUAS 2012
Grafico 56: Órgão Gestor Municipal de Assistência Social segundo tipo de Benefícios Eventuais concedidos (%) – Brasil, 2012 Não 100
86,6%
75
64,7%
58,3% 41,7%
50 25
Sim
93,4%
35,3% 13,4%
6,6%
0 Auxílio Funeral
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Auxílio Natalidade
Benefício Eventual para situação de calamidade pública
Outros benefícios eventuais para famílias em situação de vulnerabilidade temporária
Em 2012, apenas 29,9% dos Órgãos Gestores Municipais de Assistência Social tinham realizado, nos últimos cinco anos, algum tipo de estudo setorial e/ou diagnóstico socioeconômico do município (vocação, potencialidade, matéria prima, mercado e iniciativas existentes).
Gráfico 57: Órgão Gestor Municipal que tenha realizado nos últimos 5 anos algum tipo de estudo setorial e/ou diagnóstico socioeconÔmico do município (vocação, potencialidade, matéria prima, mercado e iniciativas existentes) (%) –– Brasil, 2012
26,7% 43,3%
Não Sim Não sabe
29,9%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
das pelos municípios que realizaram estudo setorial e ou diagnóstico socioeconômico nos últimos cinco anos foram utilizadas para subsidiar ações de desenvolvimento socioeconômico do município (66,8%) e para direcionar a oferta de cursos de capacitação e formação profissional realizados pelas prefeituras (55%). O Censo SUAS 2012 indica que 33% dos municípios que realizaram esses estudos utilizaram seus resultados para negociar vagas no PRONATEC com o Sistema S e Institutos Federais. Os dados revelaram, no entanto, que apenas 255 municípios utilizaram essas in-
gestão municipal
Os dados do Censo SUAS 2012 revelam que a maior parte das informações coleta-
formações para apoiar a formação de cooperativas, uma das formas de organiza-
77
ção de trabalhadores informais com menores oportunidades de emprego formal.
Gráfico 58: Utilização das informações pelo conjunto de municípios que realizaram estudo setorial e/ou diagnóstico socioeconÔmico nos últimos 5 anos - Brasil, 2012.
Ações para potencializar o desenvolvimento socioeconômico do município
66,8%
Direcionar a oferta de cursos de capacitação e formação profissional realizados pela prefeitura
54,9%
48,8%
Estruturação de ações para inclusão produtiva
Negociar com o Sistema "S" (Senai, Senac) e Instituto Federal a oferta de vagas do PRONATEC
33,0%
16,0%
Formação de cooperativas
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Entre 2011 e 2012 observou-se estabilidade do percentual de municípios que desenvolvem ações, programas ou projetos de inclusão produtiva para geração de trabalho e renda: de 81,2% (4.396 municípios) para 80,9% (4.298 municípios). Esta relativa estabilidade também ocorreu nas regiões Sudeste e Nordeste.
Gráfico 59: municípios cujo governo municipal desenvolve ações, programas ou projetos de inclusão produtiva para geração de trabalho e renda (%) - Brasil, 2011 a 2012 2011
2012 89%
81% 80,9%
83% 81,8%
84% 83,4%
82%
CENSOSUAS 2012
75%
85,7%
74,7% 66,2%
Brasil
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Dentre as ações desenvolvidas pelas municipalidades para apoiar formação e inclusão produtiva, em 2012 destacam-se Educação de Jovens e Adultos em 71,6% dos municípios, qualificação profissional em 66,9% e inclusão digital em 65,7%, respectivamente. O fomento ao empreendedorismo individual e coletivo e ao associativismo vem se ampliando embora ainda alcance número limitado de municípios.
Gráfico 60: ações desenvolvidas pelo governo municipal (%) – Brasil, 2012
Central de Comercialização Central de Autônomos Articulação da Prefeitura com o Sistema S, Institutos Federais ou Outras Instituições para Acompanhamento dos cursos oferecidos pelo PRONATEC Inclusão digital Fomento ao Artesanato Fomento ao Extrativismo Microcrédito Fomento ao Associativismo e ao Cooperativismo Sim
Fomento à Economia Solidária
Não Assistência Técnico-gerencial a empreendimentos coletivos Assistência Técnico-gerencial a empreendimentos individuais Fomento ao empreendedorismo coletivo Fomento ao empreendedorismo individual Intermediação de mão-de-obra Qualificação profissional Educação Técnica e Tecnológica Educação de Jovens e Adultos 0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 100
gestão municipal
Incubação de empreendimentos
79
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
O Censo SUAS 2012 revelou que houve aumento no percentual de municípios brasileiros que desenvolvem ações, programas ou projetos de formação, qualificação ou capacitação profissional, de 80,6% em 2011 para 81,1% em 2012, o que representa 4.308 municípios.
Gráfico 61: municípios cujo governo municipal desenvolve ações, programas ou projetos de formação, qualificação ou capacitação profissional (%) - Brasil, 2011 e 2012 2011
81%
81,1%
82%
2012 82,9%
77% 77,5%
85% 79%
78,7%
80%
84,1%
64,8%
Brasil
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Fonte: MDS, Censo SUAS.
De acordo com os dados do Censo SUAS, entre 2011 e 2012, a Educação de Jovens e Adultos alcançou 71,6% dos municípios, o que corresponde a 3.807 municípios, praticamente o mesmo número de 2011 (3.904 municípios).
CENSOSUAS 2012
Com a ampliação das ações de qualificação profissional nos municípios, foram investigadas as etapas realizadas pelos municípios por meio do Censo SUAS 2012. As ações de mobilização e sensibilização de usuários para cursos de capacitação, importante etapa que faz a informação chegar até o público de menores rendimentos, ocorreu em 45,1% dos municípios pesquisados. Ocorreu encaminhamento para cursos de qualificação profissional em 42,3% dos municípios. Vale destacar ainda que em 34,7% dos municípios houve negociação com o Sistema S para a oferta de cursos em atividades demandadas pela economia local e em 24,55% deles os cursos realizados por meio do PRONATEC foram acompanhados.
Como contrapartida da ampliação de outros tipos de qualificação, verifica-se ainda que ações mais tradicionais como o fomento ao artesanato vem decrescendo: eram realizadas em 59,9% dos municípios em 2011 e, em 2012, ocorreram em 45,1% dos municípios brasileiros. Nota-se também que os municípios tem dificuldade de oferecer assistência técnica para empreendedores autônomos, individuais e coletivos, mantendo-se pequeno o percentual dos que oferecem estes serviços ou que apoiam atividades de comercialização.
Gráfico 62: Ações desenvolvidas pelos municípios (%) - Brasil, 2011 e 2012
2012
2011 71,6% 72,1%
Educação de Jovens e Adultos
66,9% 69,2%
Qualificação profissional
65,7% 71,6%
Inclusão digital Fomento ao Artesanato
45,1%
Mobilização e sensibilização de usuários para cursos de capacitação
45,1% 42,3%
Encaminhamento de usuários para cursos de capacitação profissional Articulação da Prefeitura com o Sistema S, Institutos Federais ou Outras Instituições para oferta de cursos de capacitação profissional
34,7% 30,3% 30,1%
Fomento ao empreendedorismo individual
26,2% 32,6%
Fomento ao Associativismo e ao Cooperativismo
Acompanhamento dos cursos oferecidos pelo PRONATEC
24,5%
Fomento ao empreendedorismo coletivo
22,5% 24,4% 21,1% 22,0%
Intermediação de mão-de-obra
19,5% 14,2%
Educação Técnica e Tecnológica
14,8% 18,5%
Fomento à Economia Solidária
10,1% 9,4%
Assistência Técnico-gerencial a empreendimentos individuais
9,1% 9,7%
Assistência Técnico-gerencial a empreendimentos coletivos
8,7%
Apoio a Redes e Cadeias Produtivas
Fomento ao Extrativismo Central de Comercialização Apoio jurídico às empresas Central de Autônomos
Fonte: MDS, Censo SUAS.
5,1% 4,9% 5,0% 6,1% 4,1% 2,7% 1,1%
81
Incubação de empreendimentos
7,4%
gestão municipal
25,4% 20,3%
Microcrédito
Fomento ao pólo industrial
59,9%
RECURSOS HUMANOS Outro indicador da crescente importância de uma atividade esta associado ao continuo crescimento do número total de trabalhadores. Em 2012, havia mais de 243 mil trabalhadores na rede pública da Assistência Social, aumento de 10% em relação a 2010. No entanto, esta ampliação não vem ocorrendo com formalização de vínculos trabalhistas permanentes. Em 2012, 51,3% desses trabalhadores não possuíam vínculo permanente de trabalho.
Gráfico 63: Evolução do quantitativo de trabalhadores da assistência social por vínculo empregatício – Brasil, 2005 e 2009-2012 Estatutários
Celetistas
Sem vínculo permanente
100%
243136 250000
90% 80%
36,8%
38,3%
70% 60% 50% 40%
Total
38,6% 220730
34,0%
232085 51,3%
200000
182133 12,8%
8,5% 139549
48,8%
54,7%
12,8% 48,6%
150000
13,5% 52,5%
30%
12,9%
100000
35,8%
20%
50000
10% 0
0% 2005
2009
2010
2011
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Outro indicador da crescente especialização de serviços prestados é encontrado na ampliação de profissionais com nível superior. Entre 2005 e 2012, houve
CENSOSUAS 2012
aumento no número de trabalhadores na assistência social com nível superior, passando de 27% para 32,6%, respectivamente.
Gráfico 64: trabalhadores na gestão municipal por nível de escolaridade (%) – Brasil, 2005 e 2009-2012
Fundamental
Médio
29,6%
30,7%
Superior
Total
100% 90% 80%
27,0%
32,5%
32,6%
200000
70% 150000
60% 50%
46,7%
40%
50,8%
45,7%
49,2%
49,1%
18,3%
17,7%
2011
2012
100000
30% 20%
26,3%
10%
19,5%
23,7%
50000 0
0% 2005
2009
2010
83
gestão municipal
Fonte: MDS, Censo SUAS.
C E N S O S U A SS 22001102
85
gest達o Estadual
gEsTão EsTadual
Desde 2010 o MDS, por meio do Censo SUAS, começou a monitorar os dados referentes à Gestão Estadual visando a mensurar como se dá sua atuação no campo da Assistência Social. Entre 2010 e 2012, fruto da crescente articulação do SUAS, vem sendo ampliada a coleta de informações, possibilitando um panorama mais completo do trabalho desempenhado pelas administrações estaduais com relação ao SUAS. Segundo a LOAS, cabe aos Estados prestar apoio técnico e financeiro aos municípios, bem como ofertar os serviços de Proteção Especial, cujas deficiências municipais necessitem que se estabeleça uma rede social de serviços desconcentrada no âmbito do respectivo Estado. A oferta de capacitação de técnicos e gestores também é uma atividade a ser desenvolvida pelos Estados e DF.
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA Segundo os dados do Censo SUAS 2012, 29,6% das Secretarias Estaduais atuavam exclusivamente nas atividades de Assistência Social enquanto as outras 70,4% associavam às ações da Assistência outra políticas setoriais como Habitação, Segurança Alimentar, Trabalho, Direitos Humanos entre outras.
CENSOSUAS 2012
Gráfico 65: Caracterização da secretaria estadual de Assistência Social (%) – Brasil, 2012
29,6%
Secretaria estadual exclusiva da área de Assistência Social
Secretaria estadual em conjunto com outras políticas setoriais 70,4%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Tal como indicado pela legislação do SUAS, as áreas administrativas devem ser formalizadas e constituir a estrutura dos órgãos gestores de Assistência Social. As áreas cujos percentuais de formalização foram os mais altos na estrutura do órgão gestor são: Gestão Financeira e Orçamentária (92,6%), Proteção Social Básica e Proteção Social Especial (70,4%) e Gestão do SUAS (63%). Merecem destaque ainda as áreas de Gestão do Bolsa Família, com 59,3% e de Monitoramento e Avaliação, com 51,9% de formalização na estrutura dos órgãos gestores estaduais. Gráfico 66: Áreas da Assistência Social por formalização enquanto subdivisão administrativa (%) – Brasil, 2012
Constituída formalmente 51,9%
33,3%
Vigilância Social
22,2%
37,0%
Gestão do Trabalho
Gestão do SUAS Gestão de Benefícios Assistenciais Gestão do Bolsa Família
44,4%
18,5%
Gestão Financeira e Orçamentária
25,9%
44,4%
92,6% 7,4%
7,4%
63,0%
18,5% 3,7%
29,6%
44,4%
37,0%
59,3%
37,0%
Proteção Social Especial
70,4%
29,6%
Proteção Social Básica
70,4%
29,6%
0,0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
gestão Estadual
22,2%
Monitoramento e Avaliação
Constituída informalmente
87
Não constituída
Em 2012, das 27 Secretarias Estaduais em que as atividades de Assistência Social ocorrem, apenas seis indicaram ter estruturas administrativas descentralizadas, como escritórios regionais ou similares. As unidades da federação em que esta situação positiva se verificou são: Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Grafico 67: Quantidade de Secretarias Estaduais de Assistência Social que possuem estruturas administrativas descentralizadas – Brasil, 2012
6
Não Sim
21
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Em 2012, 21 Secretarias possuíam Plano Estadual de Assistência Social (PEAS) aprovado pelo Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS). Destas, cinco o atualizam anualmente, sete delas, a cada quatro anos e nove levavam mais de
CENSOSUAS 2012
quatro anos para atualizá-lo. Segundo os dados do Censo SUAS 2012, apenas o Fundo Estadual de Assistência Social e o Conselho Estadual de Assistência Social foram regulamentados em sua totalidade por Lei Estadual. Por outro lado, em 2012 a maior parte dos Padrões e parâmetros para a oferta de serviços de assistência social encontravam-se ainda não regulamentados (74%), assim como a Concessão de isenção fiscal para entidades da assistência social (67%).
Gráfico 68: Distribuição percentual dos instrumentos da Política de Assistência Social segundo mecanismo legal de regulamentação – Brasil, 2012.
15,40%
Comissão Intergestores Bipartite
Padrões e parâmetros para a oferta de serviços de assistência social
4%
54%
23,10%
8%
11,10% 11% 74%
7,70%
Critérios e modalidades do cofinanciamento dos benefícios eventuais
Critérios de concessão e prestação de benefícios eventuais
27%
4%
62%
7,40% 19% 4% 3,70%
Resolução da CIB
63% 22%
Critérios de repasses de recursos para entidades
3,70%
Resolução do CEAS
48% 19,20%
19% 8% 11,50%
Critérios de repasses de recursos para municípios
Portaria Estadual Concessão de isenção fiscal para entidades de assistência social
4% 7,40% 19% 3,70%
Projetos e programas de assistência social
4%
67%
Decreto Estadual
26%
14,80% 30% 11,10%
Plano Estadual de Assistência Social
Lei Estadual 52%
3,70% 33%
3,70%
22%
56%
Fundo Estadual de Assistência Social
100%
Conselho Estadual de Assistência Social
100%
0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
20%
40%
60%
80%
100%
89
Política Estadual de Assistência Social
gestão Estadual
Não regulamentado
19%
GESTÃO FINANCEIRA Todo fundo público deve ser instituído mediante autorização legislativa, conforme estabelece o Art. 167 da Constituição Federal. Para se organizar um fundo e colocá-lo em funcionamento, é necessário observar alguns aspectos, como o marco legal; a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), por se tratar de órgão constituído como unidade gestora de orçamento; o estabelecimento do ordenador de despesas; entre outros. Nesse sentido, em 2012, segundo os dados do Censo SUAS, havia apenas um FEAS que não possuía CNPJ e todos os Fundos foram caracterizados como unidades orçamentárias.
Gráfico 69: Caracterização dos Fundos Estaduais de Assistência Social (FEAS) – Brasil, 2010 a 2012 30
2010 26
25
20
2011
2012 26
26
27
23 19
15
10 5 5
3 1
1
0
0
0 Sim, como matriz
Não possui
CENSOSUAS 2012
O FEAS tem CNPJ próprio?
Sim
Não
O FEAS é uma unidade orçamentária?
Fonte: MDS, Censo SUAS. Notas: - O Censo SUAS 2010 abrange 27 unidades da federação, enquanto o de 2011 não engloba o DF. - No que diz respeito ao CNPJ, o Censo SUAS 2010 apresenta ainda a categoria “Sim, como filial”, porém, para fins de comparação com os resultados de 2011, os dados da referida categoria não foram inseridos no gráfico, justificando assim o motivo de o somatório dos dados de 2010 não resultar em 27 (no que diz respeito a se possui ou não CNPJ).
Pode-se observar que em 2012 houve queda no cofinanciamento dos serviços socioassistenciais. As maiores reduções ocorreram nos serviços de Proteção Social Básica (18,5 pontos percentuais a menos que em 2010).
Gráfico 70: Cofinanciamentos estaduais por tipo de serviço e benefício (%) – Brasil, 2010 a 2012 100,0% 90,0% 80,0%
2010
88,9%
2011
2012
83,3%
77,8%
70,0% 59,3%
60,0%
59,3%
59,3% 50,0%
50,0%
44,4%
40,0%
44,4%
38,9% 37,0%
33,3%
30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Serviço de Proteção Social Básica
Serviço de Proteção Serviço de Proteção Benefícios Eventuais Social Especial de Social Especial de Alta Média Complexidade Complexidade
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Em 2012, o orçamento da Assistência Social nos Estados previa recursos específicos para os Conselhos Estaduais de Assistência Social (CEAS) em 21 Órgãos Estaduais. Contudo, em todos os Estados a Secretaria continuou a disponibilizar e manter local específico para o funcionamento do Conselho, bem como dispopara o funcionamento do CEAS.
Gráfico 71: Quantidade de Órgão Gestor Estadual de Assistência Social segundo previsão de recursos específicos para o Conselho Estadual de Assistência Social – Brasil, 2012
6
Não Sim
gestão Estadual
nibilizar recursos humanos para a Secretaria Executiva e material de consumo
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
91
21
GESTÃO DE SERVIçOS E BENEFÍCIOS Em 2012, 46,2% das Secretarias Estaduais de Assistência Social possuíam estudo/diagnóstico sobre o volume e localização da oferta dos serviços de média e alta complexidade no Estado. Porém, 38,5% não haviam realizado nenhum estudo com este objetivo.
Gráfico 72: Secretarias Estaduais de Assistência Social que possuíam estudo/diagnóstico sobre o volume e localização da oferta dos serviços de proteção social especial no estado (%) - Brasil, 2012 46,2%
50 45 40
38,5%
35 30 25 20 15 10
7,7%
7,7%
Sim, possui estudo/ diagnóstico do volume e localização da oferta de serviços de média complexidade no estado
Sim, possui estudo/ diagnóstico do volume e localização da oferta de serviços de alta complexidade no estado
5 0 Não possui estudo/ diagnóstico do volume e localização da oferta de serviços de proteção especial no estado
Sim, possui estudo/ diagnóstico do volume e localização da oferta de serviços de média e alta complexidade no estado
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Em 46,2% dos Estados não havia serviço/unidade de caráter regional de proteção social especial em funcionamento. Em 2012, serviços de média complexidade estavam funcionando em 26,9% dos Estados, os de alta complexidade em
CENSOSUAS 2012
15,4% e em apenas 11,5% dos Estados ambos os serviços estavam funcionando ao mesmo tempo.
Gráfico 73: Estados em que algum serviço/unidade de caráter regional de proteção social especial estava funcionando (%) – Brasil, 2012 46,2%
50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0
26,9% 15,4%
Não há serviço/unidade de caráter regional da proteção social especial no Estado
Sim, de média complexidade
Sim, de alta complexidade
11,5%
Sim, de ambas
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Embora não tivessem serviços regionalizados, 20 Secretarias Estaduais informaram prestar serviços de Proteção Social Especial de alta complexidade em seus Estados em 2012.
Gráfico 74: Quantidade de Secretarias Estaduais de Assistência Social que executam diretamente serviços socioassistenciais – Brasil, 2010 a 2012 25 20
15
17 13
14
13 Serviços de Proteção Social Especial (média complexidade)
10 10
Serviços de Proteção Social Básica
7 5
5
Serviços de Proteção Social Especial (alta complexidade)
0 2010
2011
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
gestão Estadual
20 20
Adicionalmente, em 2012, metade das Unidades da Federação possuíam Programa Próprio de Transferência de Renda (transferência de recursos estaduais de
93
forma constante a um público específico).
Gráfico 75: Distribuição percentual de Unidades da Federação que possuíam algum Programa Próprio de Transferência de Renda - Brasil, 2012.
48,1% 51,9%
Não Sim
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Em 2012, 94,1% dos Órgãos Gestores Estaduais que distribuíam benefícios eventuais o fizeram em situações de calamidade pública, ou ainda quando era necessário auxílio funeral (58,8%) ou auxílio natalidade (58,8%).
Gráfico 76: Órgão Gestor Estadual de Assistência Social segundo tipo de Benefícios Eventuais concedidos (%) – Brasil, 2012 94,1%
100 90 80 70
CENSOSUAS 2012
60 50
58,8%
58,8% 52,9% 47,1%
41,2%
41,2%
40
Não Sim
30 20 5,9%
10 0 Auxílio Funeral
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Auxílio Natalidade
Benefício Eventual para situação de calamidade pública
Outros
RECURSOS HUMANOS
A crescente atividade municipal na oferta de serviços e sua articulação com a estrutura estadual não vem representando ampliação no número de trabalhadores no nível estadual. Segundo o Censo Suas, o número de trabalhadores nas Secretarias Estaduais de Assistência Social tem diminuído entre 2010 a 2012. A região Norte reduziu expressivamente a quantidade de estatutários no período de 2010 a 2012, enquanto a região Sudeste foi a única que apresentou aumento no quadro.
Gráfico 77: Quantidade de trabalhadores das Secretarias Estaduais de Assistência Social segundo vínculo empregatício por Grandes Regiões– Brasil, 2010 a 2012
Sul
56 4 13
Sudeste
86 64
1104 1135
Centro-Oeste
775
965 1597
118 140 27
Sul Sudeste
542 570
785
682
Nordeste
902 809
747 900
Norte
1714
gestão Estadual
Comissionados
3921
389 369 443
Norte
12 19 9
Centro-Oeste
Celetistas
2010
556
Nordeste
50 10 80
Sul
43 23 15
Sudeste
2558
Nordeste
36
2839
0 0 27
Norte Centro-Oeste Estatutários
2011
3448
2195
4013
250 267 214
Sul Sudeste
185
711 661
Nordeste
4043 1807 1873
Norte
0
500
Fonte: MDS, Censo SUAS.
1000
1500
2000
4592 4600
3093
2500
3000
3500
4000
4500
5000
95
Outros
2012
131 188 396
Centro-Oeste
Em 2012, as Secretarias Estaduais de Assistência Social contavam com um total de 18.433 trabalhadores, dos quais 10.808 eram trabalhadores estatutários, 2.659 celetistas, 3.200 comissionados e 1.766 com outros vínculos. Considerando o grau de escolaridade desses trabalhadores, verifica-se que pouco mais de dois terços dentre eles tinham concluído o nível médio. Segundo o Censo SUAS 2012, 4.568 tinham ensino fundamental, 8.059 ensino médio e 5.806 tinham concluído o ensino superior.
Gráfico 78: Quantidade de trabalhadores das Secretarias Estaduais de Assistência Social segundo vínculo empregatício e escolaridade – Brasil, 2012
12000 Superior
Médio
Fundamental
10000 3006 8000
6000 4597
4000 3205 2000
548 1396 715
CENSOSUAS 2012
0
Estatutários
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Cele4stas
1490
1385 325
Comissionados
762 681 323
Outros
97
conselhos municipais
consElhos municipais Criados e definidos pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS, Lei nº 8.742/1993), os Conselhos Municipais de Assistência Social (CMAS) compõem as instâncias deliberativas do sistema descentralizado e participativo da Assistência Social, em conjunto com os Conselhos Estaduais, Conselho Nacional e Conselho de Assistência Social do Distrito Federal. O CMAS é um órgão de “caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil” (LOAS, 1993), que tem como propósito a discussão de estratégias, o estabelecimento de normas e a fiscalização, relacionadas à prestação de serviços socioassistenciais (governamentais ou não) no município. É parte integrante da estrutura básica da secretaria ou órgão equivalente de assistência social, que, segundo a LOAS, deve prover a infraestrutura para o funcionamento dos CMAS, com recursos materiais, humanos e financeiros. Com objetivo primordial de exercer controle social, o CMAS deve realizar o acompanhamento da gestão e a avaliação da Política de Assistência Social, do Plano Plurianual de Assistência Social e dos recursos financeiros, prezando pela ampliação e qualidade da rede socioassistencial. De acordo com a Resolução CNAS nº 237/2006 o CMAS compõe-se 50% de representantes do governo e 50% de representantes da sociedade civil, sendo que a eleição do presidente deve ser feita entre seus membros, em reunião plenária. É recomendado pela Resolução que haja revezamento de representantes do governo e da
CENSOSUAS 2012
sociedade civil, tanto na Presidência quanto na Vice-Presidência, em cada mandato – de dois anos (também sugerido pela Resolução supracitada). Esse preceito descentralizador e participativo transforma a organização das ações da Assistência Social na medida em que mantém a sociedade civil em equidade de representatividade com o Governo Municipal, que não é nada mais que membro integrante do CMAS juntamente com outros segmentos. Esse formato permite a discussão horizontal de estratégias de funcionamento e fiscalização da política de Assistência Social. A mesma Resolução nº 237 / 2006 versa sobre a composição dos grupos de conselheiros que compõem o CMAS: os representantes do poder público, indicados
pelo Governo Municipal, e os representantes da sociedade civil, eleitos pelas entidades inscritas no CMAS. Os representantes do governo devem ser escolhidos pelo chefe do Poder Executivo e destaca-se a importância da inclusão de setores, além da Assistência Social, da Educação, Trabalho e Emprego, Finanças, Planejamento; e, ainda, dos Direitos Humanos, Políticas para as Mulheres, Políticas Raciais, Juventude, etc. Já os representantes da sociedade civil devem ser as entidades e organizações da Assistência Social, as entidades e organizações de usuários e as entidades e organizações dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social, eleitos em assembleia instalada para este propósito com a supervisão do Ministério Público garantindo a ampla participação da sociedade e principalmente dos usuários da Política Municipal de Assistência Social. A implantação dos CMAS deve ser fundamentada por lei municipal específica que deve estabelecer a maneira como se compõe, suas atribuições e a forma como as competências deverão ser exercidas (BRASIL, 2012). Segundo os dados do Censo SUAS 2012, até o momento foram implantados 5.178 Conselhos Municipais de Assistência Social em todo o país, restando ainda a implantação de 387 Conselhos. Destes, 319 deverão ser implantados nos municípios de Pequeno Porte I, 55 nos municípios de Pequeno Porte II, 12 nos de
Gráfico 79: Quantidade de Conselhos Municipais de Assistência Social implantados segundo porte populacional–– Brasil, 2012 5565
387 5178
4565 319 3596
2565 1565
55 988
12
1 265
Pequeno II
312 Médio
565 -‐435
Pequeno I
Ausência de Conselhos no município
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Grande
0 17 Metrópole
Total
Presença de Conselhos no município
99
3565
conselhos municipais
Médio Porte e um nos de Grande Porte.
ASPECTOS NORMATIVOS Os municípios devem construir seus conselhos a partir de iniciativas locais e autônomas, confirmadas por lei municipal. Em 2012, 97,4% dos Conselhos Municipais tinham sido criados por leis e menos de 1% por portarias e outros.
Gráfico 80: Conselhos Municipais de Assistência Social segundo instrumento legal de criação (%) – Brasil, 2012 100
97,4%
90 80 70 60 50 40 30 20 10
1,8%
0,5%
0,2%
Decreto
Portaria
Outro
0 Lei
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
De acordo com a NOB-SUAS de 2012, os Conselhos Municipais de Assistência
CENSOSUAS 2012
Social devem elaborar, aprovar e publicar seu respectivo Regimento Interno. Em 2012, 82,6% dos CMAS possuíam Regimento Interno. Este documento é importante pois contém, na maioria dos CMAS, os aspectos fundamentais para o exercício de suas atividades.
Gráfico 81: Conselhos Municipais de Assistência Social segundo posse de regimento interno (%) – Brasil, 2012
17,4%
82,6%
Não
Sim
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Quando ao conteúdo do Regimento Interno percebe-se um aumento do percen-
dos Conselheiros representantes da sociedade civil, de atribuições da Secretaria Executiva do Conselho ao longo do período de 2010 a 2012. O contrário foi observado quanto a orientações sobre como são publicadas as decisões do Plenário, à periodicidade das reuniões do Plenário, trâmites para a substituição de conselheiros e perda de mandatos.
101
do processo de eleição da presidência e vice-presidência, processo de eleição
conselhos municipais
tual de Regimentos que abarcavam a periodicidade das reuniões das Comissões,
Gráfico 82: Conselhos Municipais de Assistência Social segundo conteúdo de Regimento Interno (%) – Brasil, 2010 a 2012
61,4% 64,5% 62,3%
Temas que devem ser regulados por meio de Resolução desse Conselho Orientações sobre como serão publicadas as decisões do Plenário
75,5% 74,3% 43,1% 48,4% 50,4%
Periodicidade das Reuniões das Comissões Periodicidade das Reuniões do Plenário
77,3%
93,1%
Trâmites para a substituição de conselheiros e perda de mandatos
95,3% 93,6%
Processo de eleição da Presidência e VicePresidência
93,6% 95,4% 85,5% 86,6% 90,8%
Processo de eleição dos conselheiros representantes da sociedade civil
70,2% 75,4% 82,3%
Atribuições da Secretaria Executiva do Conselho 0% 2010
20%
40%
2011
60%
80%
100%
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
GESTÃO FINANCEIRA A previsão de recursos específicos para a manutenção e funcionamento dos Conselhos Municipais mostra o comprometimento dos órgãos gestores com o controle social. Nas Metrópoles, 88,2% dos Conselhos tem previsão de recursos
CENSOSUAS 2012
na Lei Orçamentária Municipal. Nos municípios de Pequeno Porte, ao contrário, pouco mais da metade se comprometeram com isso.
Gráfico 83: Conselhos Municipais de Assistência Social por previsão de recursos na Lei Orçamentária, segundo porte populacional (%) –– Brasil, 2012 88,2%
90% 85% 80%
75,8%
75% 70% 63,8%
65% 60%
62,8%
55,2%
55% 50% 45% 40% Pequeno I
Pequeno II
Médio
Grande
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
e do Programa Bolsa Família (PBF) e de contribuir para a execução de ações de responsabilidade do município, o MDS criou os Índices de Gestão Descentralizada (IGD) do SUAS e do PBF. O IGD-SUAS, instituído pela Lei n.º 12.435/2011, que altera a Lei n.º 8.742/1993 (LOAS), regulamentado pelo Decreto n.º 7.636 de 07 de dezembro de 2011, é um instrumento de aferição da qualidade da gestão descentralizada dos serviços, programas, projetos, benefícios socioassistenciais e possui duas modalidades – IGD-SUAS dos Estados e IGD-SUAS dos Municípios. O IGD-PBF, regulamentado pela Lei nº 12.058, de 13 de outubro de 2009, tem por finalidade demonstrar a qualidade da gestão do PBF na esfera municipal. Os Índices consistem em um número indicador variável entre 0 e 1 calculado a partir de fatores específicos
conselhos municipais
Com objetivo de incentivar o aperfeiçoamento da qualidade da gestão do SUAS
para cada modalidade. Dessa maneira, quanto maior o índice, maior é o valor de recursos repassados devem ser utilizados exclusivamente para investir no aprimoramento da gestão descentralizada.
103
suporte financeiro dado pela União para repasse aos entes. Destaca-se que os
De acordo com a LOAS, com objetivo de fortalecer os Conselhos Municipais de Assistência Social, no mínimo 3% (três por cento) dos recursos transferidos em consequência do IGD-SUAS deverão ser utilizados com atividades de apoio técnico e operacional dos Conselhos – vedando-se a utilização dos recursos para pagamento de pessoal efetivo ou qualquer tipo de gratificação a servidor público. O mesmo equivale para o IGD-PBF, quando o Conselho é a instância de controle social do PBF e do Cadastro Único. Em 2012, 55,5% dos Conselhos fizeram utilização de tal recurso para custear despesas de funcionamento; 34,5% não o utilizaram e em 10,1% dos Conselhos o agente público responsável pelas informações não soube responder.
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA No que diz respeito à infraestrutura, em 2012, 45,2% dos Conselhos Municipais possuíam sede própria para funcionamento. Nos municípios de menor porte, contudo, a cifra equivalente é menor. Dos 3.596 Conselhos localizados nos municípios de Pequeno Porte I, 37,1% possuíam sede própria. Todos os Conselhos Municipais localizados nas Metrópoles possuem sede própria, assim como a larga maioria nos municípios de Grande Porte.
CENSOSUAS 2012
Gráfico 84: Conselhos Municipais de Assistência Social por Sede Específica para funcionamento, segundo Porte Populacional (%) – Brasil, 2012
100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
100,0% 84,5% 71,8% 54,9% 37,1%
Pequeno I
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Pequeno II
Médio
Grande
Metrópole
No que se refere aos ambientes básicos contidos nas sedes dos Conselhos Municipais, pode-se perceber que, quando comparadas as grandes regiões entre os anos de 2010 a 2012, houve aumento na média de salas de uso exclusivo dos Conselhos com capacidade máxima de até 15 pessoas. As regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores médias das salas supracitadas, mas foram as regiões Sul e Sudeste que mais cresceram - 0,3 em relação a 2011. Assim, as salas compartilhadas com capacidade máxima de 15 pessoas diminuíram em todas as regiões de 2010 para 2012 – com maior queda na região Norte.
Gráfico 85: Média de salas e banheiros dos Conselhos Municipais segundo Região – Brasil, 2010 a 2012 Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
2,0
1,8 1,7 1,7
1,8
1,5
1,6
1,4
1,4 1,2
1,1 1,1 1,11,0
1,0
0,8 0,7 0,7
0,6
0,8
0,6 0,6 0,5 0,4
0,9
0,8
0,5 0,4 0,4
1,1 1,0 1,0 0,9 0,8
0,6
1,8 1,8 1,7 1,5 1,4
1,8 1,8 1,7 1,5 1,3
0,9 0,8 0,8 0,7 0,6
0,5 0,4 0,3
0,2 0,2 0,0 2010
2011
2012
2010
2011
2012
Salas exclusivas com capacidade Salas compartilhadas com máxima de 15 pessoas capacidade máxima de 15 pessoas
2010
2011
2012
Banheiros
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Da disposição de equipamentos e materiais para desenvolver as atividades dos Conselhos Municipais, as maiores deficiências foram relacionadas à ausência,
conselhos municipais
Norte
em 93,6% dos Conselhos, de telefone exclusivo, 98,2% de veículo de uso exclusivo e 92,3% de filmadoras. Os equipamentos mais presentes são os materiais e impressoras em 79,1%.
105
de escritório, em 91,8% dos CMAS, telefones para uso compartilhado em 87,4%
Gráfico 86: Conselhos Municipais com disponibilidade de equipamentos e materiais para o desenvolvimento das atividades (%) – Brasil, 2012 100
91,8
87,4
90
79,1
80
71,3
70 60 47,2
50 39
38,2
35,2
40
47,8
44,4
31
27,9
30 20
7,7
6,4
10
1,8 ra
a
so
pr
es
ra
or
ad
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C
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Te l
ef
on
e
rio
0
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
GESTÃO DE SERVIçOS E BENEFÍCIOS De acordo com o Censo SUAS 2012, 38,8% dos Conselhos Municipais de Assistência Social funcionavam apenas um dia na semana. No entanto, a maioria dos CMAS,
CENSOSUAS 2012
(47%), funcionavam nos cinco dias da semana.
Gráfico 87: Funcionamento dos Conselhos Municipais por dias na semana – Brasil, 2012 50
47%
45 40
38,8%
35 30 25 20 15 7,7%
10
3,8%
5
1,4%
0,3%
1,1%
6 dias na semana
7 dias na semana
0 1 dia na semana
2 dias na semana
3 dias na semana
4 dias na semana
5 dias na semana
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Norteando a execução da Política Nacional de Assistência Social (2004), o Plano de Assistência Social (PAS) deve ser elaborado pelo órgão gestor da política. No Plano devem ser estabelecidos os objetivos gerais e específicos, as diretrizes e
recursos materiais, humanos e financeiros disponíveis e necessários, os mecanismos e fontes de financiamento, a cobertura da rede prestadora de serviços, os indicadores de monitoramento e avaliação e o espaço temporal de execução. (BRASIL, 2012). O Plano deve ser deliberado pelo CMAS, aprovando-o ou não. Segundo o Censo SUAS 2012, 90,7% dos municípios que contam com o CMAS possuem Plano de Assistência Social. Destes, ocorreram a deliberação sobre o Plano em 96,4% dos Conselhos.
107
plementação, as metas estabelecidas, os resultados e impactos esperados, os
conselhos municipais
prioridades deliberadas, as ações e estratégias correspondentes para sua im-
Gráfico 88: Distribuição percentual de Conselhos Municipais de Assistência Social segundo deliberação sobre o Plano de Assistência Social - Brasil, 2012 120 96,4%
100
80
60
40
20 3,6% 0 Não
Sim
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Os Conselhos que fizeram as fiscalizações tanto da rede socioassistencial pública quanto da privada foram maioria – atingindo 88,2% dos Conselhos em Metrópoles. Este percentual também aumenta de acordo com o tamanho do porte municipal. Destaca-se que somente os municípios de Pequeno Porte I apresentaram um percentual menor de Conselhos que fiscalizaram ambas as redes quando em comparação com a fiscalização exclusiva da rede pública. Houve uma redução proporcional dos Conselhos que não fiscalizaram nem a rede pública e nem a rede privada, variando de 8,6% a 3,0%, respectivamente nos municípios de Pe-
CENSOSUAS 2012
queno Porte I e Metrópoles.
Gráfico 89: Conselhos por fiscalização dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais do SUAS segundo porte populacional (%) – Brasil, 2012 Pequeno I
Pequeno II
Médio
Grande
Metrópole
100,0%
88,2% 83,8%
90,0% 80,0%
70,2%
70,0% 56,5%
60,0%
52,9%
50,0% 38,8%
40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0%
33,6%
22,1% 8,6% 6,4% 4,8% 3,0% Não fiscaliza
11,8% 4,2% Rede socioassistencial pública do SUAS
1,9% 9,1% 1,3% 2,9% Rede socioassistencial privada do SUAS
Rede socioassistencial pública e privada do SUAS
para a inscrição das entidades e organizações de Assistência Social, bem como dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais nos Conselhos de Assistência Social dos Municípios e do Distrito Federal, em 2012 os Conselhos Municipais da região Sul apresentaram os maiores percentuais quanto à regulamentação da inscrição das entidades e organizações de assistência social, bem como dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.
109
Considerando a Resolução CNAS no 16/2010, que define os parâmetros nacionais
conselhos municipais
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Gráfico 90: conselhos por regulamentação da resolução CNAS no. 16/2010, por região (%) – Brasil, 2012 Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
100% 90%
65,9% 55,0%
42,0%
49,4% 25,5%
26,0% 16,1%
20%
28,2%
49,2%
30%
15,5%
40%
40,3%
50%
35,1%
60%
61,8%
53,5%
70%
65,8%
80%
10% 0% Regulamentação da inscrição das entidades Estabelecimento do Plano de Acompanhamento da execução do Planos de e organizações de assitência social, bem Acompanhamento e Fiscalização das Ação apresentados pelas entidades e como dos serviços, programas projetos e entidades e organizações de assitência organizações de assistência social, bem benefícios socioassistenciais social, bem como dos serviços, programas, como dos serviços, programas, projetos e projetos e benefícios socioassistenciais benefícios socioassistenciais inscritas no inscritos conselho
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
RECURSOS HUMANOS Quando analisadas as áreas de representação na composição governamental dos Conselhos, percebe-se que, desde 2010, a assistência social, a educação e a saúde foram as áreas de maior representação nos Conselhos – 99,6%, 96,9%
CENSOSUAS 2012
e 96,7% respectivamente em 2012. Já as de menor representação no período ficaram por conta das áreas de habitação e trabalho e empego – 7,1% e 8,8%.
Gráfico 91: Conselhos Municipais por áreas que compõem a representação governamental (%) – Brasil, 2010 a 2012 99,6% 99,4% 99,0%
Assistência Social
Saúde
96,7% 96,5% 95,1%
Educação
96,9% 96,5% 96,2%
Trabalho e Emprego
Habilitação Habitação
2011 2010
8,8% 8,6% 7,9% 7,1% 7,5% 5,4% 56,8% 55,9% 59,9%
Outra
0,0%
2012
30,5% 30,6% 33,0%
Fazenda
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
podem estabelecer comissões permanentes para que suas decisões e pareceres sejam fundamentados em informações e análises aprofundadas. Em 2012, apenas 19,7% dos Conselhos contavam com o auxílio de comissões permanentes. Dos Conselhos que possuem comissões permanentes, as que funcionam regularmente são: financiamento (45%), acompanhamento de benefícios e transferência de renda (40,2%), normas (36,1%), política (29,9%), ética (11,8%) e outras (41,6%).
111
Com o objetivo de auxiliar e assessorar os Conselhos em temas específicos, esses
conselhos municipais
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Gráfico 92: Conselhos Municipais de Assistência Social com Comissões permanentes por tema (%) – Brasil, 2012
50%
45,0%
45% 40%
40,2%
41,6%
36,1%
35%
29,9%
30% 25% 20% 11,8%
15% 10% 5% 0%
as
Norm
a
ic Polít
Ética
ento
ciam
Finan
o de
ment
a panh Acom
fíc bene
ncia
sferê
tran ios e
nda
de re
s
Outra
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Quando comparada a escolaridade dos conselheiros que representam o governo e os que representam a sociedade civil, a representação governamental apresenta a maioria de seus representantes com Ensino Superior – 59,6% - enquanto a representação da sociedade civil apresenta diferenças entre os grupos de representação, variando de 48,4% (entidades dos trabalhadores do setor) a
CENSOSUAS 2012
16,1% (usuários) de representantes com Ensino Superior.
Gráfico 93: Conselheiros, segundo grau de escolaridade e instância de representação (%) - Brasil, 2012 Sem escolaridade
Ensino Fundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
100% 90%
16,1%
23,1%
80%
42,0%
48,4%
59,6%
70% 60%
40,8% 46,3%
50% 40% 30% 20%
41,0%
33,7%
21,6%
36,6%
16,9% 21,5%
10,5%
10%
7,5%
0% Usuários
Entidades dos trabalhadores do setor
13,2% Organizações de usuários
10,1% 6,9% Entidades de assistência social
2,9% 0,9% Governamental
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Conselho foram os maiores responsáveis por esta atividade nas Metrópoles, 62,5%, em ambas as instâncias. Nos municípios de Grande Porte, este incentivo aconteceu por parte do gestor municipal e do gestor federal. Já nos municípios de Pequeno Porte I e II e Médio Porte, os cursos foram promovidos pelo gestor estadual e pelo gestor federal.
113
be-se que, de acordo com o Censo SUAS 2012, o gestor municipal e o próprio
conselhos municipais
Quando analisadas as instâncias responsáveis pela promoção de cursos, perce-
Gráfico 94: Conselhos Municipais de Assistência Social por Instância responsável pela promoção de cursos, por porte populacional (%) Brasil, 2012
Grande
Metrópole
32,1% 18,1%
10,0%
9,3%
6,3%
20,0%
37,5%
44,7%
42,9%
45,1%
43,0%
35,9%
54,2%
12,5%
34,2%
26,4%
40,0%
30,4%
50,0%
62,5%
Médio
52,3%
46,2%
60,0%
53,5%
70,0%
30,0%
Pequeno II
62,5%
Pequeno I
0,0% Gestor Municipal
Gestor Estadual
Gestor Federal
Próprio Conselho
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
SECRETARIA EXECUTIVA Dos 3.286 Conselhos que possuíam Secretaria Executiva, em 95,2% havia uma pessoa designada para ocupar o cargo de Secretário Executivo. Destes 19,3% trabalhavam exclusivamente no Conselho. Quanto ao grau de escolaridade dos
CENSOSUAS 2012
Secretários nas Metrópoles, observa-se que todos possuíam nível superior, sendo 64,7% com pós-graduação.
Gráfico 95: Conselhos Municipais de Assistência Social por escolaridade do responsável pela Secretaria Executiva, segundo porte populacional (%) – Brasil, 2012 70,0%
60,0%
64,7% 58,1%
56,2%
55,2%
52,9%
50,0% 39,7%
40,0%
30,0%
20,0%
35,3% 29,4%
29,1% 25,4% 16,1%
15,5%
14,5%
7,4%
10,0% 0,4%
0,3%
0,0% Pequeno I
Pequeno II Pós- Graduação
Médio Superior
Médio
Grande
Metrópole
Fundamental
va dos Conselhos, verificou-se em 2012 que 73,8% dos Conselhos contavam com apenas um funcionário lotado na Secretaria Executiva e que ainda existiam 9,3% dos Conselhos sem nenhum funcionário nesta condição.
115
Com relação à quantidade de funcionários trabalhando na Secretaria Executi-
conselhos municipais
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Gráfico 96: Quantidade de funcionários lotados na Secretaria Executiva do Conselho – Brasil, 2012 100 90 80
73,8%
70 60 50 40 30 20 10
11,6%
9,3%
5,3%
0 0 funcionário
1 funcionário
2 funcionários
3 ou mais funcionários
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
A formalização do cargo de Secretário (a) Executivo (a), ou seja, cargo previsto na estrutura organizacional da instituição, com fluxos de autoridade estabelecidos e que exige conhecimentos profissionais especializados para seu desempenho, deve ser oficializado por instrumentos legais. Em 2012, 69,9% das Secretarias Executivas apresentaram o cargo de Secretário (a) Executivo (a) de maneira formal por meio de algum instrumento legal.
CENSOSUAS 2012
Na comparação entre os anos de 2010 a 2012, vê-se que houve uma redução de 1,6 pontos percentuais entre os não formalizados e de seis pontos percentuais nos cargos formalizados por lei. Somente no que se refere à formalização através de Decreto e Portaria verificou-se aumento entre o mesmo período, de 2,7 e 5 pontos percentuais, respectivamente.
Gráfico 97: Conselhos Municipais de Assistência Social segundo o tipo de Instrumento que formaliza o cargo de Secretário(a) Executivo(a) (%) – Brasil, 2010 a 2012 35%
31,7%
30,1% 28,1%
30% 22,5%
25% 20%
22,1% 17,9% 13,8%
15%
13,2% 11,9%
22,8% 21,8%
21,8%
17,5%
13,7% 11,1%
10% 5% 0% Lei
Decreto
Portaria 2010
2011
Outro Instrumento Não está formalizado 2012
117
conselhos municipais
Fonte: MDS, Censo SUAS.
C E N S O S U A SS 22001102
119
conselhos Estaduais
consElhos EsTaduais Os conselhos estaduais têm como objetivo deliberar e fiscalizar a execução da Política de Assistência Social e seu funcionamento; convocar e encaminhar as deliberações das conferências de assistência social; apreciar e aprovar o Plano de Ação da Assistência Social do seu âmbito de atuação; apreciar e aprovar a proposta orçamentária dos recursos da assistência social a ser encaminhada ao Poder Legislativo; apreciar os relatórios de atividades e de realização financeira dos recursos do Fundo de Assistência Social do seu âmbito de atuação; acompanhar os processos de pactuação da Comissão Intergestores Tripartite – CIT e Comissão Intergestores Bipartite – CIB; e divulgar e promover a defesa dos direitos socioassistenciais. O Conselho Estadual de Assistência Social – CEAS é uma “instância deliberativa de caráter permanente e de composição paritária entre governo e a sociedade civil”, de acordo com o artigo 16 da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
ASPECTOS NORMATIVOS Segundo os resultados do Censo SUAS 2012 mais de 90% dos Conselhos Estaduais de Assistência Social tinham como detalhamento de seu regimento o processo de eleição da Presidência e Vice-Presidência, os trâmites para substi-
CENSOSUAS 2012
tuição de conselheiros e perda de mandatos e a periodicidade das reuniões do Plenário.
Gráfico 98: Conselhos Estaduais de Assistência Social segundo detalhamento do regimento interno (%) – Brasil, 2012 100 90 80 55,6%
70 60
85,2%
50
88,9%
92,6%
96,3%
96,3%
40
66,7% Sim
88,9%
Não 44,4
30
33,3
20
Os temas que devem ser regulados por meio de Resolução desse Conselho
As orientações sobre como serão publicadas as decisões do Plenário
11,1
3,7
A periodicidade das reuniões das Comissões
3,7
A periodicidade das reuniões do Plenário
7,4
Os trâmites para substituição de conselheiros e perda de mandatos
11,1
Processo de eleição da Presidência e VicePresidência
14,8
Processo de eleição dos conselheiros representantes da sociedade civil
0
Atribuições da Secretaria Executiva do Conselho
10
A maioria dos Conselhos Estaduais conta com previsão orçamentária por parte do órgão gestor da Assistência Social para sua manutenção e financiamento. Dos 27 Conselhos Estaduais, três não possuíam previsão de recursos no orçamento do órgão gestor para a manutenção e financiamento do conselho apesar de a Lei nº 8.742/1993 – LOAS (com as alterações da Lei nº 12.435/2011) afirmar que os estados devem garantir recursos materiais, humanos e financeiros aos conselhos.
121
GESTÃO FINANCEIRA
conselhos Estaduais
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Para fins de fortalecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito Federal, pelo menos 3% (três por cento) dos recursos transferidos no exercício financeiro devem ser gastos com atividades de apoio técnico e operacional a aqueles colegiados. Em 2012, 81,5% dos Conselhos utilizaram estes recursos para custear despesas de seu funcionamento, 11,1% não o utilizaram e em 7,4% o agente público responsável pelas informações não soube responder.
Gráfico 99: Conselhos Estaduais de Assistência Social segundo utilização dos Índices de Gestão Descentralizada (IGD-Bolsa Família e IGD-SUAS) (%) – Brasil, 2012 7,4%
11,1%
Não Sim Não sabe
81,5%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
CENSOSUAS 2012
Em 2012 todos os Conselhos Estaduais de Assistência Social compartilharam sua sede, especialmente com outros Conselhos (26). Ainda nesse ano, dois Conselhos compartilharam sua sede com ONG/Entidade. O compartilhamento com a Secretaria de Assistência Social ou congênere reduziu-se em relação ao ano anterior, passando de 10 Conselhos para 8.
Gráfico 100: Quantidade de Conselhos Estaduais por unidade de compartilhamento da sede de funcionamento – Brasil, 2010 a 2012 30 26 25
22
20 15
14
15 10 10
8 6
5
2
2
2
2
0
0
2
1
0
2
0
0 Secretaria de Outra unidade Assistência Social administrativa ou Congênere
Outra unidade ONG/Entidade Outros Conselhos pública de serviços da Assistência Social
2010
2011
Outros
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Em 2012, os Conselhos Estaduais, em sua maioria contavam, para o desenvolvimento de suas atividades, com equipamentos como computador (27), impressora (26), mate-
Gráfico 101: Quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social por disponibilidade de equipamentos – Brasil, 2012 30 27
26
26
25 21
21 20
15
10 6
5
conselhos Estaduais
rial de escritório (26), telefone de uso exclusivo (21) e veículo de uso exclusivo (21).
5
Computador
Impressora
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Veículo de uso Veículo de uso compartilhado exclusivo
Material de escritório
Telefone de Telefone de uso uso exclusivo compartilhado
123
0
GESTÃO DE SERVIçOS E BENEFÍCIOS Os atos do Conselho devem ser divulgados de modo que o público em geral tenha conhecimento das suas atividades. Assim, as decisões do Conselho de Assistência Social devem ser publicadas no Diário Oficial, e/ou em jornal de grande circulação. Ademais, os atos também devem ser redigidos e publicados em conformidade aos preceitos legais em vigor. Nesse sentido, verificou-se que 22 Conselhos Estaduais publicaram todas as deliberações/resoluções entre os anos de 2011 e 2012.
Gráfico 102: Quantidade de Conselhos por Deliberações/Resoluções publicadas em Diário Oficial –– Brasil, 2011 e 2012 25 22
22
20
15
10
5 5
4
0
1
0 Todas são publicadas
A maioria é publicada
CENSOSUAS 2012
2012
A minoria é publicada
2011
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Em 2012, dos 27 Conselhos Estaduais de Assistência Social, 70,4% contavam com Plano de Assistência Social e deliberaram sobre o mesmo.
Gráfico 103: Distribuição percentual de Conselhos Municipais de Assistência Social segundo existência do Plano de Assistência Social –– Brasil, 2012
29,6% Não Sim 70,4%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
O quantitativo de Conselhos Estaduais que fiscalizaram os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais do SUAS aumentou em relação ao período anterior. Para os que não fiscalizaram os serviços da rede socioassistencial
Gráfico 104: Quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social por fiscalização dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais do SUAS – Brasil, 2010 a 2012 14
13
13 12
12
11
10 8
8
8
8 6 6 4 2 2
conselhos Estaduais
do SUAS houve uma redução de oito para dois Conselhos entre 2010 e 2012.
0 Rede Socioassistencial do SUAS
2010
Fonte: MDS, Censo SUAS.
2011
Rede Socioassistencial pública e privada do SUAS
2012
125
Não fiscaliza
Segundo os resultados do Censo SUAS 2012, 72% dos Conselhos que fiscalizaram os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais do SUAS o fizeram por meio de visitas e análise de relatórios. 16% o fizeram apenas por meio de análise de relatórios e 12% por meio de visitas.
Gráfico 105: Conselhos Estaduais de Assistência Social que fiscalizaram os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais do SUAS, segundo a forma (%) - Brasil, 2012 80
72%
70 60 50 40 30 20
12%
16%
10 0
Por meio de visitas
Por meio de análise de relatórios
Ambas as formas
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Em 2012 todos os Conselhos Estaduais de Assistência Social apreciaram e emitiram parecer sobre o Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico-Financeira. Por sua vez, apenas três Conselhos não o fizeram para os Relatórios de Atividades e de Execução Financeira dos Recursos do FEAS e quatro não o fizeram
CENSOSUAS 2012
para o Plano de Ação Estadual de Assistência Social.
Gráfico 106: Quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social por Atividade de apreciação e Emissão de Parecer – Brasil, 2010 a 2012 30
25
27
22
22
27
27
24
23
24
22
20
15
10
5
0 Plano de Ação Estadual de Assitência Social
Demonstrativo Sintético Anual da Relatórios de Atividades e de Execução Físico-Financeira Execução Financeira dos Recursos do FEAS 2010
2011
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Desde 2010 observa-se que os Conselhos Estaduais vem ampliando seu papel como instância de controle social do Programa Bolsa Família. Em 2012, 21 Con-
Gráfico 107: Quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social, segundo fiscalização e formalização como instância de controle social do Programa Bolsa Família – Brasil, 2010 a 2012 1 2
Fiscaliza e acompanha a execução do PBF 1
4 3
É a instância do Controle Social do PBF 2
2010 2011 12
Não é a instância do Controle Social e não fiscaliza e acompanha o PBF
2012
6 3
conselhos Estaduais
selhos exerciam esta função.
10 É a instância do Controle Social e fiscaliza e acompanha o PBF
16
0
Fonte: MDS, Censo SUAS.
5
10
15
20
25
127
21
A quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social que acompanharam com regularidade os processos de pactuação da CIB e CIT em 2012 aumentou de 16 para 18 Conselhos. Três foram os Conselhos que não acompanharam os processos em questão e seis acompanharam sem regularidade.
Gráfico 108: Quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social por acompanhamento dos processos de pactuação da CIB e CIT –– Brasil, – 2010 a 2012 25 21 20
18 16
15
9
10
6 5 1
2
4
3
0 Não
Com regularidade 2010
2011
Sem regularidade
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
As reuniões ampliadas foram realizadas por 12 Conselhos anualmente e seis Conselhos nunca as fizeram. As reuniões descentralizadas também ocorreram
CENSOSUAS 2012
anualmente em 10 Conselhos, porém 11 nunca as realizaram. As ações de mobilização social também ocorreram em nove Conselhos anualmente, e em quatro Conselhos esta atividade foi realizada diariamente. Por fim, as visitas nas unidades da rede socioassistencial ocorreram em onze Conselhos anualmente e em oito semestralmente.
Gráfico 109: Quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social segundo a frequência com que realiza as atividades – Brasil, 2012 100% 2 90%
2 4
4
6
3
80%
2
7
4
70% 60%
8
10 15
50% 9
12 40%
11 30% 11
20% 6
8 6
10% 0%
4 1 Recebe denúncia
Nunca
Realiza reuniões ampliadas
Anualmente
Realiza reuniões descentralizadas
Semestralmente
Realiza ações de mobilização social
Mensalmente
Realiza visitas nas unidades da rede socioassistencial
Diariamente
das entidades e organizações de assistência social, dois estabeleceram o plano de acompanhamento e fiscalização e quatro acompanharam a execução dos planos de ação apresentados pelas entidades e organizações de assistência social, bem como os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.
129
Dos 27 Conselhos Estaduais de Assistência Social, seis regulamentaram a inscrição
conselhos Estaduais
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Gráfico 110: Quantidade de Conselhos Estaduais de Assistência Social por regulamentação da resolução CNAS nº 16/2010 – Brasil, 2012 30 25
2 6
4
20 15 25 10
21
23
sim nao
5 0 Regulamentação da inscrição Estabelecimento do Plano de Acompanhamento da execução das entidades e organizações de Acompanhamento e Fiscalização do Planos de Ação apresentados assitência social, bem como dos das entidades e organizações de pelas entidades e organizações serviços, programas projetos e assitência social, bem como dos de assistência social, bem como benefícios socioassistenciais serviços, programas, projetos e dos serviços, programas, benefícios socioassistenciais projetos e benefícios inscritos socioassistenciais inscritas no conselho
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
RECURSOS HUMANOS Em 2012, havia em todos os Conselhos representação das áreas de Assistência Social, Saúde e Educação na composição da representação governamental. As áreas de Trabalho e Emprego e Fazenda estavam presentes em cerca de meta-
CENSOSUAS 2012
de dos Conselhos.
Gráfico 111: Quantidade de Conselhos por área que compõe a representação governamental – Brasil, 2010 a 2012 30
27 27 27
27 27 27
27
26
27
27 27 24
25
20 14
15
12
13 10
11
12
10
7
6 6
5
0 Assistência Social
Saúde
Educação
2010
Trabalho e Emprego 2011
Fazenda
Habitação
Outra
2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
tiva e tinham uma pessoa designada para ocupar o cargo de Secretário. A região Sudeste foi a que apresentou maior média de funcionários lotados na Secretaria, quantidade semelhante a do ano anterior. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste observou-se aumento do número de funcionários e, no Sul, diminuição.
131
Todos os Conselhos Estaduais de Assistência Social possuíam Secretaria Execu-
conselhos Estaduais
SECRETARIA EXECUTIVA
Gráfico 112: Quantidade média de funcionários lotados na Secretaria Executiva do Conselho – Brasil, 2010 a 2012 8,0
7,5
7,3 7,3
7,0 6,0
5,5
5,3
5,1 5,0 3,9 4,0
4,0
3,7
4,3
4,0 3,0
3,0
2,3
2,1 2,1
2,0 1,0 0,0 Norte
Nordeste
Sudeste
2010
2011
Sul
Centro-Oeste 2012
Fonte: MDS, Censo SUAS.
Em 2012 92,6% dos Conselhos Estaduais de Assistência Social tinham Secretário(a) Executivo(a) que trabalhava exclusivamente no Conselho e dentro deste grupo todos possuíam nível superior completo.
Gráfico 113: Conselhos Estaduais de Assistência Social cujo Secretário(a) Executivo(a) trabalha exclusivamente no Conselho (%) – Brasil, 2012
CENSOSUAS 2012
7,4%
Não Sim
92,6%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012.
Ao observar o instrumento de formalização do cargo de Secretário(a) Executivo(a) do Conselho, nota-se que 40,7% foram formalizados por meio de Portaria.
Gráfico 114: Conselhos Estaduais de Assistência Social segundo o tipo de Instrumento que formaliza o cargo de Secretário(a) Executivo(a) (%) – Brasil, 2010 a 2012 45,0
40,7%
40,0
37,0%
35,0 30,0 25,9% 25,0
25,9%
22,2%
22,2%
2010 18,5% 18,5%
20,0 15,0
14,8% 11,1%
2011 2012
14,8% 11,1%
11,1%
10,0 5,0 0,0 Lei
Decreto
Portaria
Outro Instrumento
Não está formalizado
133
conselhos Estaduais
Fonte: MDS, Censo SUAS.
C E N S O S U A SS 22001102
135
conselhosde unidades Estaduais acolhimento
Unidades de Acolhimento
Unidades de Acolhimento
Unidades de Acolhimento
Como componente da política dos serviços de proteção social especial de alta complexidade, os serviços de acolhimento institucional têm por principal finalidade proteger pessoas que tenham tido os laços familiares rompidos ou que esses se encontrem de alguma maneira vulneráveis. Esse serviço deve ser prestado por unidades de caráter residencial inseridas na comunidade de forma a desenvolver relações equivalentes ao ambiente familiar. As Unidades de Acolhimento podem ser voltadas ao atendimento de crianças e adolescentes sob medida de proteção em situação de risco pessoal e social, cujas famílias temporariamente não disponham de condições de oferecer proteção e cuidado; de adultos e famílias em situação de rua e desabrigo por abandono, migração e ausência de residência; de mulheres em situação de violência, em situação de risco de morte ou ameaçadas em razão da violência doméstica; de jovens e adultos com deficiência com vínculo familiar rompido; ou de idosos que tenham esgotado as possibilidades de autossustento e convívio com os familiares. Com o importante papel de reestruturar os repertórios de convivência em família, reduzindo a violação dos direitos socioassisteciais (agravamentos ou reincidências), protegendo pessoas e dando-lhes a possibilidade de autonomia, as Unidades de Acolhimento se fundamentam como unidades de base para a saída
CENSOSUAS 2012
da situação de vulnerabilidade social e risco extremo. No Censo SUAS 2012, foram coletadas informações de 4.360 Unidades de Acolhimento, distribuídas em 1.517 municípios. Destes municípios, 591 são de Pequeno Porte I, representando pouco mais de um terço dos municípios com presença destas unidades. No entanto, é no conjunto de municípios das Metrópoles onde encontramos a totalidade de municípios com pelo menos uma unidade. Em seguida, temos o conjunto de municípios de Grande Porte, onde 89,5 % dos municípios tem ao menos uma unidade de acolhimento.
Gráfico 115: Quantidade de Municípios segundo existência de Unidades de Acolhimento por porte populacional – Brasil, 2012
5000
4000 4048 3000
2000
3324
1517
1000
588 591
0 Pequeno I
Pequeno II
0
28
108
455
17
238 Grande
216 Médio
Presença de Unidades no município
Metrópole
Total
Ausência de Unidades no município
Os municípios de Grande Porte concentram a maioria das Unidades de Acolhimento – 33,7% - e os municípios de Médio Porte apresentam a menor quantidade, representando 12,1 % do total de unidades.
Gráfico 116: Unidades de Acolhimento por porte populacional (%) – Brasil, 2012 1600
40,0% 33,7% 35,0%
1400
30,0%
1200 1000
25,0% 19,1% 20,0% 15,0% 10,0%
1470
17,4%
17,7%
600
12,1% 758
800
832 771
unidades de acolhimento
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
400
529 200
5,0%
Pequeno I
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Pequeno II
Médio
Grande
Metrópole
137
0
0,0%
Analisando a distribuição percentual das unidades acolhedoras por grandes regiões constata-se que as regiões Sudeste e Sul, juntas, representam 75,6% do total de unidades. As regiões Norte e Nordeste somadas agregam somente 15,8% das Unidades de Acolhimento. A região Norte é a que menos está amparada por este serviço com apenas 3,7% do total de unidades.
Gráfico 117: Quantidade de Unidades de Acolhimento por Região – Brasil, 2012 2.500
60,0% 52,1% 2.273
50,0%
2.000
40,0% 1.500 30,0% 22,9%
1.000
999
20,0% 12,1% 10,0% 3,7%
9,1%
527
500
398
163 0,0%
0 Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Sob o ponto de vista da localização, verifica-se que as Unidades de Acolhimento estão concentradas predominantemente nas áreas urbanas, que respondem por
CENSOSUAS 2012
94,7% do total de municípios pesquisados.
Gráfico 118: Unidades de Acolhimento por área de localização (%) – Brasil, 2012
5,3%
94,7%
Área Urbana
Área Rural
GESTÃO FINANCEIRA As Unidades de Acolhimento não governamentais, visando a manutenção do serviço de acolhimento em suas entidades, podem estabelecer convênios com o poder público municipal, de modo a receber repasses financeiros. A maior parte das unidades (82,2%) recebem auxílios neste sentido. Outra possibilidade de apoio é de maneira direta, sem convênio, onde o poder público municipal dá incentivos às entidades, pagando o aluguel da unidade, por exemplo. No que se refere à isenção de taxas ou tributos municipais, foi identificado o maior percentual dentre as Unidades de Acolhimento 33,9%. Já em relação à cessão de recursos humanos para as entidades, abrange 20% destas, enquanto o apoio para treinamento e capacitação de trabalhadores das mesmas contempla 17,9%. O fornecimento de materiais didáticos é concedido a 3,6% das unidades
unidades de acolhimento
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
- menor percentual apresentado - seguido do pagamento de aluguel, 4,1%. De acordo com os resultados do Censo SUAS 2012, 29% de unidades não recebem
139
nenhum apoio neste sentido do poder público municipal.
Gráfico 119: Unidades de Acolhimento segundo outras formas de apoio do poder público municipal (%) – Brasil, 2012 Fornecimento de materiais didáticos Pagamento de aluguel Cessão imobiliária Fornecimento de materiais de higiene e limpeza Pagamento de contas de luz ou telefone Pagamento de contas de água Outros Treinamento e capacitação de trabalhadores da entidade Cessão de recursos humanos Fornecimento de gêneros alimentícios Não recebe nenhuma outra forma de apoio do poder público municipal Isenção de taxas ou tributos municipais
3,6% 4,1% 5,6% 7,3% 11,2% 11,7% 16,9% 17,9% 20,0% 24,1% 29,2% 33,9%
0,0% 5,0% 10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%35,0%40,0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA Os tipos de unidade de acolhimento são divididos de acordo com o público que atendem. Os Abrigos Institucionais são voltados para crianças e adolescentes e pessoas idosas. As Casas de Passagem acolhem adultos e famílias e as Residências Inclusivas são voltadas para jovens e adultos com deficiência. Do total de unidades, 69,4% são Abrigos Institucionais seguidos de Casa Lar em Aldeia, Casa Lar e Casa de Passagem que representam, em conjunto, 25% das Unidades
CENSOSUAS 2012
de Acolhimento.
Gráfico 120: Unidades de Acolhimento por tipo de instituição (%) – Brasil, 2012 3.500
80,0% 70,0% 60,0%
69,4% 3.000
3.024
2.500
50,0%
2.000
40,0% 1.500
30,0% 20,0%
16,0%
10,0%
696
1.000
1,5% 65
7,5% 327
1,1% 47
0,9% 39
3,7% 162
República
Residência Inclusiva
Outra
0,0%
500 0
Abrigo Ins+tucional
Casa Lar
Casa Lar em Aldeia
Casa de Passagem
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Segundo o Censo SUAS 2012, 2.897 Unidades de Acolhimento são não governamentais (66,4 %), 1.388 são governamentais municipais (31,8%) e apenas 75
1,7% 75 Não Governamental
31,8% 1.388
Governamental Municipal ou do Distrito Federal 66,4% 2.897
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Governamental Estadual
141
Gráfico 121: Unidades de Acolhimento segundo a natureza da Unidade (%) – Brasil, 2012
unidades de acolhimento
unidades são governamentais estaduais (1,7 %).
A inscrição das Unidades de Acolhimento nos Conselhos de Assistência Social significa o reconhecimento público da atuação dessas unidades no referente à política de assistência social. Desde a Resolução CNAS nº 16 (05/05/2010), a inscrição das unidades nos Conselhos tem caráter condicional para o funcionamento das mesmas. No entanto, 80,6 % das unidades têm inscrição nos Conselhos Municipais de Assistência Social. Além disso, 51,3% das unidades estão inscritas nos Conselhos Municipais da Criança e Adolescente e 16,4% nos Conselhos Municipais dos Direitos do Idoso. Por fim, 9,8% das Unidades de Acolhimento não estão inscritas em nenhum dos conselhos citados (Assistência Social, Direitos da Criança e do Adolescente e Direitos do Idoso).
Gráfico 122: Unidades de Acolhimento segundo Inscrição em Conselhos (%) – Brasil, 2012 90,0% 80,6% 80,0% 70,0% 60,0% 51,3% 50,0% 40,0% 30,0% 16,4%
20,0%
9,8% 10,0% 0,0% Conselho Municipal de Assistência Social
Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescente
Conselho Municipal dos Direitos do Idoso
Nenhum dos citados acima
CENSOSUAS 2012
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Em relação à situação do imóvel, 60,9% das Unidades de Acolhimento em municípios de Pequeno Porte I estão em imóveis próprios. As unidades em municípios de Pequeno Porte II e Médio que possuem imóveis próprios ultrapassam os 58%. Já nas Metrópoles, 42,8% das unidades funcionam em imóveis alugados.
Gráfico 123: Unidades de Acolhimento segundo situação do imóvel, por porte Populacional (%) – Brasil, 2012 70,0% 60,9% 60,0%
58,8% 58,2% 50,2%
50,0%
42,8%
40,5%
40,0%
35,8% 29,7% 28,2% 24,8%
30,0%
16,7% 14,2% 14,0% 13,0% 12,1%
20,0% 10,0% 0,0% Próprio Pequeno I
Alugado Pequeno II
Médio
Cedido Grande
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Considerando que as Unidades de Acolhimento atendem pessoas com deficiên-
Censo SUAS 2012, em todos os portes municipais as Unidades de Acolhimento estão mais bem adaptadas quanto à rota acessível aos dormitórios e espaços de uso coletivo e à rota acessível ao banheiro. Destaca-se que as Metrópoles agregam os menores percentuais em todos os itens de acessibilidade pesquisados em comparação aos outros portes. O banheiro adaptado para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida está presente em apenas 46,6% das unidades de Pequeno Porte I e em apenas 38,1% das unidades na Metrópoles.
143
nam primordiais para adequação dos serviços destas unidades. De acordo com o
unidades de acolhimento
cia e/ou com dificuldade de locomoção, as condições de acessibilidade se tor-
38,1%
40,6%
46,6%
40,5%
73,6%
64,7%
78,7%
77,3%
77,7%
72,3% 59,8%
78,5%
40,0%
41,3%
50,0%
47,1%
54,4%
60,0%
53,3%
70,0%
61,6%
80,0%
56,3%
90,0%
74,9%
77,0%
Gráfico 124: Unidades de Acolhimento de acordo com as condições de acessibilidade, segundo porte populacional (%) – Brasil, 2012
30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Acesso principal com Rota acessível aos rampas de rota acessível dormitórios e espaços de desde a calçada até o uso coletivo interior da Unidade Pequeno I
Pequeno II
Médio
Rota acessível ao banheiro
Grande
Banheiro adaptado para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Analisando a média de computadores com acesso à internet das Unidades de Acolhimento segundo região e porte populacional, percebe-se que a média aumenta segundo o tamanho do porte populacional em todas as regiões. Destaca-se que nas regiões Norte e Nordeste, nos municípios de Pequeno Porte I, a média é inferior a um computador por unidade. Os municípios de Grande Porte da região Norte são os únicos que apresentam a média de computadores sem acesso à internet superior a média de computadores com acesso à internet - 2,1
CENSOSUAS 2012
e 1,6 respectivamente.
Gráfico 125: Média de computadores com acesso à internet por Unidade de Acolhimento segundo região e porte populacional – Brasil, 2012 6,0
5,0 0,8 4,3 0,7
Norte
0,4 1,2
Nordeste
Computadores com acesso à Internet
Sudeste
1,4
0,6
Sul
Metrópole
Metrópole
0,8 Médio
Pequeno I
0,5
0,4
1,0
0,7
0,7 2,0
1,8
Médio
2,1
1,1
2,7 2,8
Médio
1,3
1,8
0,7
Grande
0,4
Metrópole
Médio
Metrópole
0,5 Grande
Pequeno I
Pequeno II
0,4 0,5
0,3
Médio
0,2
0,9
Grande
0,5
Pequeno I
0,2
Pequeno II
1,0
1,8
2,7
Pequeno I
0,8 0,8 1,6
0,7
0,8
3,3
Pequeno II
0,9
2,0
0,0
0,8
4,0
3,8
Pequeno I
3,1
Grande
2,1
Pequeno II
3,0
0,9
Grande
1,1
Pequeno II
1,7
Metrópole
4,0
1,2 0,6
Centro-Oeste
Computadores sem acesso à Internet
enfermaria e dormitório para os cuidadores são os únicos espaços presentes em menos de 50% das Unidades de Acolhimento (32,2% e 45,5%, respectivamente). A quase totalidade das unidades contêm banheiros, cozinhas e dormitórios para acolhimento de usuários.
145
Em relação aos espaços disponíveis nas Unidades de Acolhimento, temos que
unidades de acolhimento
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Gráfico 126: Unidades de Acolhimento segundo espaços disponíveis (%) – Brasil, 2012 Enfermaria
32,2%
Dormitórios para os Cuidadores
45,5%
Sala para reuniões
54,6%
Sala para atendimento técnico especializado (psicólogo, assistente social, etc.)
67,4%
Área de recreação interna
73,9%
Sala de administração
82,4%
Área de recreação externa
82,5%
Banheiro exclusivo para os funcionários
87,2%
Refeitório
90,6%
Despensa
90,9%
Sala de estar, de convivência ou de outras atividades de grupo
93,5%
Lavanderia
95,9%
Dormitórios para os usuários acolhidos
98,5%
Cozinha para preparo de alimentos
99,1%
Banheiro para os usuários acolhidos 0,0%
99,2% 20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Em relação aos equipamentos disponíveis e materiais existentes nas unidades pesquisadas, 97,7% das unidades possuem camas. O armário de uso individual está presente em 64% das unidades e 20,8% das unidades possuem móveis
CENSOSUAS 2012
com tecnologia assistiva.
Gráfico 127: Unidades de Acolhimento segundo equipamentos e materiais existentes (%) – Brasil, 2012 Mobiliário/ materiais adequados para pessoas com
20,8%
TV a cabo
22,9%
Fax
33,0%
Veículo de uso compartilhado
41,3%
Mobiliário específico para atender crianças Veículo de uso exclusivo
41,5% 44,9%
Materiais esportivos
45,6%
Acervo bibliográfico
47,8%
Mesa para estudos Materiais pedagógicos e culturais
51,7% 57,0%
Forno/microondas Armários para guarda individualizada de pertences
62,3% 64,0%
Equipamento de som
66,2%
Armários de uso coletivos dos usuários Jogos educativos, jogos de passatempo, brinquedos
70,3% 71,6%
Impressora DVD/ Video Cassete
71,9% 79,6%
Freezer
84,2%
Máquina de lavar Telefone
88,8% 90,4%
Mesas de Jantar Televisão Camas Fogão Geladeira 0,0%
94,5% 97,1% 97,7% 98,1% 98,9% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
Pouco mais da metade das Unidades de Acolhimento tem capacidade máxima de atendimento de 20 pessoas. Unidades grandes, com atendimento para mais de 100 pessoas, representam 3,1% das unidades.
147
GESTÃO DE SERVIçOS
unidades de acolhimento
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Gráfico 128: Unidades de Acolhimento segundo capacidade máxima de atendimento (%) – Brasil, 2012 Acima de 201 pessoas
0,5%
De 101 a 200 pessoas
2,6%
De 51 a 100 pessoas
10,5%
De 41 a 50 pessoas
5,7%
De 31 a 40 pessoas
9,1%
De 21 a 30 pessoas
15,7%
De 11 a 20 pessoas
37,6%
Até 10 pessoas 0,0%
18,3% 5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Em relação ao público atendido, pouco mais da metade das unidades são voltadas para o atendimento de crianças e adolescentes e 28,1% atendem pessoas idosas.
CENSOSUAS 2012
Gráfico 129: Unidades de Acolhimento por público atendido (%) – Brasil, 2012 Famílias desabrigadas/desalojadas
0,3%
Jovens egressos de serviços de acolhimento
0,4%
Exclusivamente crianças / adolescentes com deficiência
0,7%
Pessoas com deficiência sem critério de idade
0,9%
Usuários de substâncias psicoativas
1,4%
Mulheres em situação de violência
1,7%
Exclusivamente pessoas adultas com deficiência
1,9%
Outro
2,2%
Adultos e famílias em situação de rua e/ou migrantes
8,9% 28,1%
Pessoas idosas
53,4%
Crianças / Adolescentes 0,0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) assegura a transferência mensal de um salário mínimo a idosos e a pessoas com deficiência que de alguma maneira são impedidos de realizar suas atividades sociais em plena igualdade com os demais. Dentre as unidades dos municípios de Pequeno Porte I, 38,7% atendem idosos beneficiários do BPC. A parcela de unidades que atendem este público decresce conforme aumenta o porte e, dessa forma, temos que 20,9% das unidades situadas em Metrópoles atendem idosos beneficiários do BPC. Em relação ao atendimento de beneficiários com deficiência do BPC verifica-se que, em todos os portes municipais, por volta de 35% a 39% das unidades acolhem este público.
Gráfico 130: unidades que acolhem beneficiários do BPC segundo porte populacional (%) – Brasil, 2012 40% 35%
37,5% 35,1% 38,5% 38,4% 35,4%
38,7% 32,7% 28,9% 25,2%
30% 25%
20,9%
20% 15% 10% 5% 0% Idosos Pequeno I
Pequeno II
Pessoas com deficiência Médio
Grande
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Quando analisadas as Unidades de Acolhimento segundo perfil de usuários atendidos, observa-se que mais de 70% das unidades, em todos portes municipais, acolhem pessoas com deficiência em geral (física, sensorial, mental ou
unidades de acolhimento
45%
149
intelectual).
40% 30%
39% 22% 29% 28% 29%
50%
46% 43% 40% 34% 27%
60%
59% 66% 69% 73% 73%
41% 42% 42% 51% 56%
70%
51% 53% 55% 59% 63%
73%
80%
72% 75% 73% 74% 74%
90%
76% 75% 75% 74%
Gráfico 131: Unidades de Acolhimento segundo perfil dos usuários por porte populacional (%) – Brasil, 2012
20% 10% 0%
Deficiência física ou Deficiência mental ou sensorial intelectual
Pequeno I
Dependência de álcool ou outras drogas
Pequeno II
Doentes crônicos (HIV/AIDS, Câncer, etc.)
Médio
Trajetória de Rua
Grande
Idosos ou pessoas com deficiência que requeiram assistência em cuidados diários e/ ou comprometimento cognitivo
Refugiado / Imigrantes
Metrópole
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
O Plano Individual de Atendimento (PIA) consiste na elaboração de um plano de acompanhamento para cada indivíduo ou família atendida nas Unidades de Acolhimento. Tem por objetivo orientar o trabalho interventivo durante o período do acolhimento de forma a enfrentar as situações que provocaram a aplicação da medida. De acordo com o Censo SUAS 2012, o uso do PIA foi maior nas metrópoles (89,6% das unidades o utilizaram). Este percentual diminui à medida que o porte municipal também diminui. Apesar disso, mais de 60% das unidades
CENSOSUAS 2012
fizeram uso deste instrumento no ano de 2012.
Gráfico 132: Unidades de Acolhimento por uso de Plano Individual de Atendimento, por município (%) – Brasil, 2012 100,0% 89,6%
90,0% 80,0% 70,0%
74,5%
77,8%
69,2% 61,6%
60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Pequeno I
Pequeno II
Médio
Grande
Metrópole
que as atividades recreativas são oferecidas em 83,5% das unidades. Destaca-se que as visitas domiciliares da equipe à família do usuário são realizadas por 64,9% das unidades e 38,3% das unidades realizam reuniões com grupos de famílias dos usuários.
151
Com relação às atividades realizadas nas Unidades de Acolhimento, observa-se
unidades de acolhimento
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Gráfico 133: Unidades de Acolhimento por atividades promovidas (%) – Brasil, 2012 Não realiza nenhuma das atividades acima
1,0% 38,3%
Reuniões com grupos de famílias dos usuários
51,9%
Atendimento psicossocial em grupos Envio de relatório semestral para o judiciário (exclusivo para criança/adolescente) Atendimento psicossocial das famílias das pessoas acolhidas
52,9% 53,1% 53,8%
Palestras / oficinas Visitas domiciliares da equipe técnica da Unidade à família do usuário
64,9%
Promove atividades com participação da Comunidade
72,3%
Atendimento psicossocial individualizado
72,3%
Promove a integração das pessoas acolhidas em projetos ou atividades existentes na comunidade Elaboração de relatórios técnicos sobre os casos em acompanhamento
73,6% 79,8%
Encaminhamento para retirada de documentos
80,3%
Discussão de caso com outros profissionais da rede
80,5% 82,3%
Passeios com usuários
83,5%
Atividades recreativas
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
O acompanhamento do usuário após a saída da unidade tem como objetivo o suporte à família e/ou ao indivíduo para reintegração familiar e/ou para auxílio na busca do usuário por uma vida autônoma. É um período de adaptação do usuário, que depois de um período de separação da família, pode apresentar dificuldades nesta reinserção. De acordo com o Censo SUAS 2012, das 4.360 Unidades de Acolhimento, 3.239 faziam acompanhamento de egressos (seja através da
CENSOSUAS 2012
própria unidade, ou pelo CRAS ou CREAS, ou ainda por outra entidade), representando pouco mais de 74% das unidades. Do total de unidades, destaca-se que 195 (4,4%) não souberam responder esta informação.
Gráfico 134: Unidades de Acolhimento segundo ente responsável pelo acompanhamento de usuários egressos (%) – Brasil, 2012 3.500
3.239
3.000
2.500
2.000
1.500 926
1.000
500
195
0 Faz acompanhamento de egressos
Não faz acompanhamento de egressos
Não sabe informar
As Unidades de Acolhimento empregavam em 2012 67.026 trabalhadores. Destes, 45,2% possuem ensino médio completo ou ensino superior incompleto. Trabalhadores sem instrução ou com nível fundamental incompleto chegava a 13,2%. Pessoas com nível superior completo ou pós-graduação representam 22,5% dos trabalhadores dessas instituições.
153
RECURSOS HUMANOS
unidades de acolhimento
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Gráfico 135: Quantidade e percentual dos Recursos Humanos das Unidades de Acolhimento segundo nível de escolaridade – Brasil, 2012 8.854 15.108 13,2% 22,5%
Sem instrução e nível fundamental incompleto Nível fundamental completo e médio incompleto
12.769
19,0%
Nível médio completo e superior incompleto Nível superior completo, mestrado e doutorado 45,2%
30.295
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Segundo o vínculo empregatício, percebe-se que praticamente 65% dos Recursos Humanos das Unidades de Acolhimento são empregados de acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Os servidores públicos estatutários representam o segundo maior percentual: 13,7% dos trabalhadores.
Gráfico 136: Unidades de Acolhimento segundo o vínculo empregatício dos Recursos Humanos (%) – Brasil, 2012 9,0% 6.012 3,6% 2.405 6,2% 4.152
13,7% 9.196 2,7% 1.791
Servidor Público Estatuário Cargo Público Comissionado
CENSOSUAS 2012
Empregado (CLT) Servidor Público Temporário Voluntário Outro vínculo não permanente 64,9% 43.470
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
Segundo a formação profissional, um quarto dos trabalhadores das Unidades de Acolhimento são assistentes sociais. Os profissionais da área da saúde representam 18% do contingente profissional e os psicólogos, 17,4%.
Gráfico 137: Unidades de Acolhimento segundo a formação dos Recursos Humanos (%) – Brasil, 2012 1,5% 1,7% 230 261 12,8% 25,8%
1.963
3.967 Terapeuta Ocupacional Advogado 17,4% 2.674
Pedagogo Psicólogo Profissionais da Área da Saúde Outras Formações de Nível Superior Assistente Social
22,7% 3.495 18,0% 2.774
155
unidades de acolhimento
Fonte: MDS, Censo SUAS, 2012
C E N S O S U A SS 22001102
157
Considerações Finais
CONSIDERAÇÕES FINAIS Como nos últimos seis anos, o Censo SUAS vem aportando um conjunto amplo de dados e informações que ajudam gestores, técnicos, coordenadores, conselheiros e demais agentes envolvidos na PNAS a avaliar o grau de estruturação das atividades, a disponibilidade de recursos humanos, financeiros e infraestrutura física para oferta e produção dos serviços socioassistenciais para a população brasileira. Em 2012 não foi diferente e, por meio do Censo, pode-se verificar avanços e identificar desafios da efetivação do SUAS, brevemente sumarizados em seguida. Os CRAS estão presentes na quase totalidade dos municípios brasileiros, e nos municípios de maior porte, expandindo-se pelo território, de modo a ampliar a cobertura dos serviços. Pela comparação com anos anteriores, houve melhora significativa dos espaços físicos das unidades, sobretudo na adequação para recebimento de pessoas com deficiência. O fortalecimento das ações de Busca Ativa da população para os serviços e para as ações do Plano Brasil Sem Miséria é outro ponto a destacar. No que se refere aos CREAS, a melhoria é também perceptível. Tem havido aumento da quantidade destes equipamentos instalados no país e, em 2012, um terço dos municípios já dispunha de pelo menos um CREAS instalado. Contudo, vale observar que a maioria destes equipamentos ainda não está em imóveis próprios e a adaptação para pessoas com deficiência ainda é um desafio a vencer. A qualificação e a adequação da equipe técnica vem se processando no sentido desejável, com maior número de profissionais com nível superior e nas
C E N S O S U A SS 22001102
especialidades requeridas. Nota-se também a ampliação da oferta do Serviço Especializado em Abordagem Social, que tem por objetivo identificar através da busca ativa pessoas em situação de vulnerabilidade e risco e assegurar o trabalho social. No segundo ano de implementação do Censo SUAS para os Centros POP, os dados mostram que esses aumentaram em quantidade, passando de 90 a 105 unidades entre 2011 e 2012, o que representa um aumento de 16,7% no quantitativo de unidades em todo o país. Os estados da Paraíba e Acre, que ainda não contavam
com o serviço, foram contemplados em 2012. Por outro lado, ainda foram identificados três estados que não possuíam Centros POP: Mato Grosso, Amapá e Roraima. De forma positiva, verificou-se ainda que os recursos humanos dos Centros POP obtiveram aumento de 37,8% no quantitativo de profissionais em relação ao ano de 2011, sendo que 44,6% dos funcionários possuem escolaridade de nível superior completo ou mais e dois a cada cinco funcionários são servidores estatutários. Dentre os coordenadores, a maioria (65,6%) exerce exclusivamente a função de coordenador. A quase totalidade dos municípios fazia a gestão do Cadastro Único para os Programas Sociais, indicando crescente compreensão de seu potencial uso para garantir acesso aos programas sociais para a população de menor renda. As ações de mobilização e sensibilização para cursos de capacitação para públicos do Plano Brasil Sem Miséria ocorreram em quase metade dos municípios. Em um terço deles houve negociação com o Sistema S para a oferta de cursos em atividades demandadas pela economia local. Como contrapartida da ampliação de outros tipos de qualificação, verificou-se ainda que ações mais tradicionais como o fomento ao artesanato vem decrescendo. Os dados referentes à Gestão Estadual revelaram que, em 2012, 30% das Secretarias Estaduais atuavam exclusivamente nas atividades de Assistência Social enquanto as outras 70% associavam às ações da Assistência outras políticas setoriais como Habitação, Segurança Alimentar, Trabalho, Direitos Humanos entre outras. Em quase metade dos estados não havia algum serviço/unidade de caráter regional de proteção social especial em funcionamento. Os serviços de média complexidade estavam funcionando em pouco mais de um quarto dos estados. Embora não tivessem serviços regionalizados, 20 Secretarias Estaduais informaram prestar serviços de Proteção Social Especial de alta complexidade em seus estados. Até 2012 foram implantados 5.178 Conselhos Municipais de Assistência Social pâncias significativas, segundo porte, com condições ainda não absolutamente
159
em todo o país. O Censo releva que os Conselhos Municipais apresentam discre-
ideais. No entanto, quando em comparação com os anos anteriores, há uma tendência de evolução no alcance das metas de trabalho demandadas pela PNAS em praticamente todos os aspectos. A observância das Resoluções que formalizam os Conselhos e suas atividades é de cada vez mais conhecimento dos CMAS, bem como a execução de suas atribuições e estratégias para sua realização. A previsão de recursos específicos para manutenção e funcionamento dos Conselhos Municipais indica comprometimento dos órgãos gestores com as responsabilidades do controle social. O orçamento da Assistência Social nos estados previa recursos específicos para os Conselhos Estaduais de Assistência Social (CEAS) em 21 Órgãos Estaduais. Em todos os estados a Secretaria de Assistência Social continuou a disponibilizar e a manter local específico para o funcionamento do Conselho, bem como disponibilizar recursos humanos para a Secretaria Executiva e material de consumo para o funcionamento do CEAS. Apenas o Fundo Estadual de Assistência Social e o Conselho Estadual de Assistência Social foram regulamentados em sua totalidade por Lei Estadual. Em 2012, identificou-se também que as Resoluções da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) foram mais utilizadas para os critérios de repasse de recursos para municípios. Pela primeira vez incluída no Censo SUAS, a coleta de informações referentes às Unidades de Acolhimento foi capaz de apresentar a caracterização destas unidades que são o principal alicerce para a retirada de pessoas do risco extremo e/ou situação de violação de direitos, mantendo a inserção na comunidade e os valores desenvolvidos em uma estrutura familiar. As Unidades de Acolhimento, segundo o Censo SUAS 2012, estão presentes em 1.517 municípios brasileiros
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concentrados principalmente na região Sudeste e em áreas urbanas. Destaca-se que a maioria das unidades é caracterizada como Abrigos Institucionais (69,4%) e recebem crianças e/ou adolescentes (53,4%). A larga maioria das Unidades (80,6%) possui inscrição nos Conselhos Municipais de Assistência Social, sujei-
tas ao controle social. Em relação à acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, há uma preocupação principalmente com relação à rota de acesso aos dormitórios, aos espaços de uso coletivo e aos banheiros. Destaca-se, ainda, que 20,8% das unidades estão equipadas com móveis de tecnologia assistiva. Das equipes técnicas das Unidades de Acolhimento, demonstrou-se o maior percentual de trabalhadores com nível médio completo (45,2%) e que a maioria (praticamente 65%) é contratada segundo a CLT. Considerando a importância do acompanhamento da reintegração da pessoa em sua família de origem ou adaptação em sua família adotiva, há acompanhamento de egressos em pouco mais de 74% das Unidades de Acolhimento. O Plano Individual de Atendimento (PIA), que consiste na elaboração de um plano de acompanhamento específico para cada indivíduo ou família em atendimento, se mostrou como ferramenta utilizada pela maioria das Unidades de Acolhimento, atingindo o expressivo percentual de 89,6% nas Metrópoles. A partir desse primeiro levantamento, portanto, é possível medir a oferta do serviço em todo o país com vistas a adequar as ações às reais demandas do público que dele necessita. O Censo SUAS vem se mostrando como um importante instrumento de monitoramento da gestão dos equipamentos de Assistência Social. Sua metodologia de aplicação - que exige o preenchimento de todos os questionários de todos os centros, com risco de perda de recebimento de recursos - bem como os próprios pontos estudados, contribuem para a tentativa de reproduzir um retrato verdadeiro das unidades. Os resultados aqui discutidos certamente contribuirão para o aprimoramento do SUAS, seja consolidando as ações que vêm trazendo impactos positivos, seja proporcionando a alteração de práticas que ainda não estejam atingindo os efeitos esperados. Os resultados do Censo SUAS 2012 revelam que muitos avanços foram empreendidos ao longo dos últimos anos, e estes avanços trazem novos desafios a serem superados pelos operadores da
161
Assistência Social no país.
Referências Bibliograficas BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 16 de 5 de maio de 2010. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Brasília, 2010. BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 33 de 12 de dezembro de 2012. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Brasília, 2012. BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 237 de 14 de dezembro de 2006. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Brasília, 2006. BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Perguntas e respostas sobre o funcionamento e estrutura dos Conselhos de Assistência Social. Brasília, DF: Conselho Nacional de Assistência Social, 2011. BRASIL. Decreto nº 7.636 de 7 de dezembro de 2011. Dispõe sobre o apoio financeiro da União a Estados, Distrito Federal e Municípios destinado ao aprimoramento dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social com base no Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social - IGDSUAS. Brasília, 2011. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Caderno de Orientações sobre o Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social – IGDSUAS. Brasília, DF: Secretaria Nacional de Assistência Social, 2012.
C E N S O S U A SS 22001102
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Censo SUAS 2012
2012
CRAS, CREAS, Centros POP, Gest達o Municipal, Gest達o Estadual, Conselhos Municipais, Conselhos Estaduais e Unidades de Acolhimento