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Grilinho
Mariana Ramos – 171
Oi, eu sou o Grilinho Sou pequeno e verdinho Vivo nesse mundão grande Sempre feliz e saltitante Tem um menino Chamado Lino Que anda por aí sem parar Tentando me capturar Ele corre rápido e eu tenho que fugir! Mas será que eu vou conseguir? Fugindo desse menino! Então você me pergunta: se me caça, o que faço aqui? Gosto de brincar de pega-pega, estou brincando de fugir! Ele sabe que é brincadeira, e ele quer brincar A brincadeira é me pegar! Pulo, pulo sem cessar De tanto pular, daqui a pouco vou é voar! Oh, Jesus! Ele vai tentar me capturar com o capuz!
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Oh, meu pai! Ele me pegô! O que que eu faço agora, meu senhor? A brincadeira vai acabar? Eu vou ficar sem brincar? Isso não! Não vou deixar não! Vou é me soltar daqui E pular ali! Quero ver ele me achar Se não pode me enxergar! Dali ele não me tira Não vai nem me achar! Mas a brincadeira parou Parei de fugir, ele não me achou Eu quero continuar a brincar Vou sair daqui e vou lá recomeçar! Esconderijo revelado Não pode mais ser utilizado!
A brincadeira recomeçou E o primeiro round, quem ganhou? Voltamos a correr e girar Era pular e pular sem parar! Dessa vez ele me achou Dessa vez ele me pegou! Não consegui me soltar Agora ele é quem vai ganhar? Em homenagem e vitória de meu amigo, cantei o hino Vamos! Vamos brincar de novo, Lino?
A Seca
Laura Bertozzi e Felipe Molinero - 172
Meu nome é Luís Carlos Andando na rua com meus passos Estava de boa Pensando no trabaio da patroa Foi aí que percebi Que a água não estava ali Todo mundo se assustô O nordeste se abalô Quando cheguei em casa Percebi que água também estava em falta
Todo mundo fugiu E para ver a água todo mundo se iludiu Parecia que o mundo tinha caído E todos tinham se distraído
Até os jumentos se chocaram Com aquele grande acontecimento O sertanejo tem medo do deserto Por isso faz o que acha certo Não tem gado? Vamos de xaxado!
Só vê gota d'água Quando vem o caminhão Sem ele A seca abala até o pão A fome faz doer a barriga E até o coração Sofre o homem Sofrem os animais O boi foi embora Acabô-se a fauna e a flora Esconde a dor na dança, E no sorriso da criança Que lava a alma Mesmo sem açude ou poço, Só calma Quando cheguei Ninguém estava lá Desembestei a chorar Então comecei a andar Em busca de alguma chance para salvar Pra minha região ajudar
Ceará, Pernambuco, Bahia São o paradoxo do Brasil Falta água, falta pão Mas não falta alegria Sergipe, Alagoas, Piauí, Quanta beleza tem ali Rio Grande do Norte e Paraíba, Fazem a gente ter vontade de ir pra riba Estender a mão, ajudar nosso irmão A voltar a sorrir com o luar do sertão.