olhos. - É um rapaz inteligente, mas teimoso. Esse elmo... quando lhe dizem que é teimoso como um touro, ele o atira em suas cabeças. Ned tocou a cabeça do rapaz, passando os dedos pelos espessos cabelos negros, - Olhe para mim, Gendry - o aprendiz ergueu o rosto. Ned estudou a forma de seu maxilar, seus olhos, que eram como gelo azul. Sim, pensou, agora vejo, - Volte ao seu trabalho, rapaz. Peço desculpa por tê-lo incomodado - e assim Ned regressou à casa com o mestre. - Quem lhe pagou para contratá-lo como aprendiz? - perguntou em tom ameno. Mott pareceu inquieto. ‐ O senhor viu o rapaz. É tão forte. Aquelas mãos, aquelas mãos foram feitas para os martelos. Era tão promissor que o recebi sem pagamento algum. ‐ Agora quero a verdade - insistiu Ned. - As ruas estão cheias de rapazes fortes. O dia em que você receber um aprendiz sem pagamento será o dia em que a Muralha cairá. Quem pagou por ele? ‐ Um senhor - disse o mestre, com relutância. - Não deixou nome, e não usava nenhum símbolo no casaco. Pagou em ouro, duas vezes o montante habitual, e disse que estava pagando uma vez pelo rapaz e uma vez pelo meu silêncio. ‐ Descreva-o. ‐ Era corpulento, redondo de ombros, não tão alto como o senhor. Com uma barba castanha, mas eu podia jurar que havia nela um pouco de ruivo. Trajava um manto rico, recordo bem, um pesado veludo púrpuro trabalhado com fios de prata, mas o