UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO E CURRÍCULO
RELATÓRIO FINAL DA PESQUISA “Numeramentalização: normatividade matemática, dispositivos e tecnologias de governo de si e dos outros”
PESQUISADOR: Samuel Edmundo Lopez Bello
Porto Alegre, maio de 2018.
2) Dados de Identificação: 2.1) Título do projeto; Numeramentalização: normatividade matemática, dispositivos e tecnologias de governo de si e dos outros. 2.2) Pesquisador Responsável: Prof. Dr. Samuel Edmundo Lopez Bello 2.3) Instituição sede do projeto: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Ensino e Currículo – FACED Programa de Pós-Graduação em Educação 2.4) Equipe de pesquisa: Colaborador Externo: Dr. Jean Claude Régnier (Universidade de Lyon 2 – Lyon França) Equipe UFRGS: Diego de Souza Marques – Aluno Doutorado PPGEDU Grace da Ré Aurich – Aluna de doutorado PPGEDU Karin Ritter Jelinek – Aluna de doutorado PPGEDU Patrícia Moura Pinho – Aluna de doutorado PPGEDU Renata Sperrhake – Aluna de doutorado PPGEDU Suelen Assunção Santos – Aluna de doutorado PPGEDU Gilberto Santos – Aluno Mestrado PPGQVS Marcelo Carvalho Antunes – Aluno de Mestrado PPGQVS Virgínia Crivellaro Sanchotene – Aluna de mestrado PPGEDU Wagner Ferraz – Aluno de mestrado PPGEDU Equipe na modalidade Pós-doutorado Dr. Francisco Javier Muriel Durán – Universidade de Extremadura Dr. Lucas Nunes Ogliari – CESUCA 2.5) Registro no sistema pesquisa: 23869 2.6) Período: 01/10/2012 a 31/05/2018
3) Resumo do projeto proposto: o projeto de pesquisa intitulado: Numeramentalização: normatividade matemática, dispositivos e tecnologias de governo de si e dos outros, objeto de apresentação deste relatório teve por objetivo propor uma reflexão filosófico-analítica que mostrasse “de que maneira, em uma sociedade numeramentalizada, práticas sociais - fazendo uso e outorgando um caráter do dizer-verdadeiro a números, índices, medições, taxas [o quantitativo] - intervêm sobre os modos de ser e agir de sujeitos produzindo modos de subjetivação individuais e coletivos, em diferentes espaços socialmente institucionalizados, particularmente na escola e na universidade”. A ideia de um estudo das práticas do governo em Educação, pela normatividade matemática, e seus dispositivos e tecnologias de governo de si e dos outros estabeleceu-se desde a perspectiva de M. Foucault a respeito da relação existente entre práticas sociais, produção de saberes e formas sujeito; bem como desde a compreensão relacional do poder-saber e das formas de Governo, dentro daquilo que o nosso filósofo (1988, 2008) denominou de Governamentalidade, com a qual houve a possibilidade de compreender artes, racionalidades, saberes, regimes específicos de formas de pensar e agir, em determinados momentos históricos. envolvidos na produção de práticas e tecnologias, para o governamento de si e dos outros. Esse governamento de si, aproxima-se também, sem dúvida, de um pensar na produção de subjetividade ou do governo de si, visto que as formas de governamento no âmbito do coletivo apontam também para a constituição de determinados tipos de sujeitos, no âmbito do individual. Igualmente, foi através do entendimento wittgensteiniano da linguagem como norma e seu caráter constitutivo das práticas que as atividades matemáticas foram entendidas numa perspectiva normativa, isto é, passou-se a considerar a possibilidade de se usarem as proposições matemáticas como normas que ao constituírem as práticas organizariam nossa experiência empírica. A matemática, nesta perspectiva, não descreveria uma situação observável que fora interpretada, mas produziria e orientaria a própria situação. Fazer matemática é saber jogar um jogo que fora instituído histórica e socialmente, através de regras de uso dos seus saberes. A concepção normativa aqui assumida nos possibilitaria investigar também como os sujeitos operam e se constituem seguindo regras, em diferentes jogos de linguagem os quais configuram práticas sociais distintas: ora, nos usos e mobilizações por exemplo de proposições matemáticas, em atividades que envolvem o uso de números, registros de quantidades, ou, de modo geral, a partir de regras e saberes de práticas sociais em qualquer que seja a instância social-institucional (PINHO e BELLO, 2011). Igualmente, ao propor esse projeto destacamos um aspecto não menos importante desenvolvido pela perspectiva foucaultiana qual seja mostrar, num movimento problematizador, como certas verdades se constituem ou concretizam historicamente. Para Foucault, os saberes, compreendidos na sua materialidade, nas suas práticas, são dispositivos políticos articulados com as diferentes formações sociais que se inscrevem numa política geral de verdade; daí a afirmação de que todo saber é político. O sujeito é assim um lugar de produção discursiva, é efeito do discurso e das relações de poder, rejeitando-se toda concepção transcendental sobre o mesmo, bem como a sua subjetividade psicológica. Logo, o interesse é pelo estatuto de verdade do saber científico e pelo papel econômico e político que este desempenha. Nessa nossa analítica, foi de interesse considerar, como pelas práticas sociais, os fatos discursivos operam como jogos estratégicos que orientam e provocam condutas. Esses jogos de orientação e condução de conduta evidenciam o caráter
estratégico das regras que compõem as práticas sociais, isto é, jogos de governo ou governamento. Segundo Foucault (1988), o governo constitui-se no ponto de contato entre o modo como se dá a condução e o conhecimento dos indivíduos e o modo pelo qual os indivíduos se conduzem e se conhecem a si próprios. Na esteira dessas considerações, a matemática, a educação e suas práticas são consideradas como constituídas e constituintes de processos disciplinares incidindo sobre os viventes1, tornando-os indivíduos através do que Foucault (2010) denominou de foco de experiência. Uma analítica prévia, com base na ideia de foco de experiência e Governamentalidade, foi desenvolvida por nós do PPGEDU/UFRGS em trabalhos como os de TRAVERSINI e BELLO (2009); BELLO e TRAVERSINI (2011) no que tange à constituição disciplinar do saber estatístico e suas finalidades biopolíticas. Nesses estudos, discutimos como os usos dos números, medidas, taxas, índices considerados domínios do saber científico - vêm operando como tecnologias para orientação de condutas das populações, no quadro do que Foucault tem denominado de uma racionalidade política que incide e conduz a ação de indivíduos e da sociedade. Isto porque, na governamentalização do Estado, espera-se um tipo de governo que não vise apenas à manutenção do território, e sim à maneira correta de se disporem as coisas para alcançar uma pluralidade de fins, como produzir riqueza e fornecer meios para subsistência das pessoas. A conduta torna-se uma preocupação política. A Governamentalidade trouxe, pois, um referencial para se compreenderem aspectos políticos e econômicos amplos com efeitos na produção de práticas e na redefinição das condutas no âmbito das micro-relações e dos micro-poderes. É nesse quadro teórico que emerge a Numeramentalidade como conceito, que extrapola o âmbito da educação matemática, trazem à tona a problematização discursiva de números, taxas e índices, os quais incidem nos modos de subjetivação individuais e coletivos e que, por diferentes espaços socialmente institucionalizados, operam por meio de: a) discursos de verdade sobre as letras e números como algo que incide sobre a preservação e potencialização da vida, retardando a finitude; b) ações estratégicas governamentais ou não-governamentais, pautadas por indicadores numéricos, que intervém sobre modos de vida coletivos, justificadas para aumentar o desenvolvimento econômico, a qualidade de vida e diminuir fatores de risco social; c) formas de mobilização de cada indivíduo e do conjunto deles a se relacionarem com letras e números de modo a fazer com que, pelos saberes e pelos poderes que estão em jogo na atual época histórica, se tornem sujeitos atentos a sua vida e se sintam incluídos na sociedade contemporânea. Registrar e analisar práticas sociais institucionais entendendo discursos, cartografando ações e subjetivações perfilou-se como uma possibilidade de levar adiante o objetivo deste projeto de investigação. 4. Desenvolvimento teórico-conceitual 4.1 O dispositivo de Numeramentalidade
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De janeiro a março de 1980, M. Foucault ofereceu no Collège de France o curso intitulado: Du gouvernement des vivants, traduzido para o português como o governo dos vivos. Um curso anterior a um outro intitulado o Governo de si e dos outros, oferecido de janeiro a março de 1983, para tratar da forma de constituição dos sujeitos pelos atos e práticas do dizer-verdadeiro. Neste texto preferimos
Foucault estabelece o conceito de dispositivo argumentando que tal conceito amplia o de épistémè, utilizado nos seus primeiros trabalhos. O dispositivo faz essa ampliação ao agregar à análise discursiva o eixo do poder e as práticas não discursivas, além de empreender uma análise genealógica. Um dispositivo responde a uma urgência histórica, configurando-se como uma grande rede de relações que se estabelecem entre o dito e o não dito, agregando elementos díspares e heterogêneos, e possui um caráter estratégico que entrelaça e faz funcionar a relação poder-saber. A metáfora do “entrelaçar” funciona bem para tratar desse conceito, uma vez que diversos autores, especialmente Deleuze, tratam o dispositivo como uma rede, “[...] uma espécie de novelo ou meada, um conjunto multilinear” (DELEUZE, 1990, p.1). A leitura deleuziana do conceito de dispositivo o considera como uma “máquina de fazer ver e fazer falar” (DELEUZE, 1990, p.1), na qual há curvas de visibilidade e curvas de enunciação. Cabe destacar também o engajamento entre dispositivos que faz com que a existência de um dispositivo só seja possível pela sua articulação com outros de seu tempo. Por fim, teríamos uma experiência como produção de um dispositivo. Ou então, o dispositivo como um foco de experiência. Diante disso se explicita a potencialidade metodológica e analítica do conceito, funcionando como uma ferramenta estratégica para as nossas investigações. Propõe-se neste caso a Numeramentalidade como dispositivo. Esse entendimento pode ser discutido sob três enfoques: O dispositivo da Numeramentalidade como um dispositivo histórico; como um programa de pesquisa e como grade analítica. 4.1.1 Numeramentalidade: um dispositivo histórico A Numeramentalidade pode pensada como um dispositivo histórico. Isso implica mostrar como se tornou possível, paulatinamente, a configuração de práticas numeramentalizadas ou numeramentalizadoras que obedecem a certas regras. Descartes, no início da filosofia moderna, critica a semelhança, mas não exclui do pensamento racional o ato comparativo, apenas limita-o à forma da medida e à da ordem. É por meio da comparação pela medida e pela ordem que, no século XVII, o pensamento se organiza (GAMBARATO, 2005, p.51).
Em “As palavras e as coisas”, ao tratar do modo de organização do saber a partir do século XVII, Foucault afirma que os atos comparativos pela medida e pela ordem possibilitaram uma nova forma de conhecer, diferente da que se operava anteriormente. Amparando sua análise na obra de Descartes, o autor mostra o deslocamento da comparação como reveladora da ordem do mundo, para a comparação como uma operação de pensamento que vai do simples ao complexo. Medir e ordenar. Dois procedimentos que comporão a ordem discursiva do saber científico. Seria, então, o início do racionalismo: “podemos, se não tivermos na cabeça senão conceitos prontos, dizer que o século XVII marca o desaparecimento das velhas crenças supersticiosas ou mágicas e a entrada, enfim, da natureza na ordem científica” (FOUCAULT, 2007, p.75). A comparação passa a ser a prova que vai determinar, seja pela medida ou pela ordem, a certeza do conhecimento. Um primeiro ponto fundamental destacado por Foucault na sua análise da épistémè clássica é a relação entre o saber e a máthêsis, “entendida como ciência universal da medida e da ordem” (FOUCAULT, 2007, p.78), que apresenta duas características principais: 1) a possibilidade de estabelecer entre as coisas,
mensuráveis ou não, uma sucessão ordenada; 2) essa relação não deve ser entendida como uma imposição das matemáticas aos demais conhecimentos. O autor salienta que em grande parte dos domínios de conhecimento emergentes nesse período não há indícios de matematização. A relação, portanto, se dá no estabelecimento de uma ciência da ordem muito mais vinculada a um sistema de signos do que a um sistema numérico. Tal relação se apresentada, segundo autor, na gramática geral (ordem das palavras), na história natural (ordem dos seres) e na análise das riquezas (ordem necessidades). Um segundo ponto que merece destaque é a afirmação de que ao se colocar o conhecimento em ordem através de signos, as empiricidades entram na ordem das identidades e das diferenças. De posse disso, considera-se que essa relação com a máthêsis não deixa de aparecer na atualidade, porém, sendo reatualizada naquilo que chamamos de dispositivo da Numeramentalidade, especialmente através dos saberes estatísticos e dos processos de classificação. Assim, poderíamos dizer que passamos de uma épistémè em que a máthêsis controlava a produção e a organização dos conhecimentos – em uma ordem discursiva –, a um dispositivo da Numeramentalidade no qual as ações de medir e de ordenar são reatualizadas e entram no jogo do poder-saber. Tal reatualização está associada ao disciplinamento dos saberes e a consequente incorporação dos mesmos naquilo que chamamos de ciência. Foucault (2007, p.153) afirma que “A ciência não existia antes do século XVIII” e que o desaparecimento da máthêsis “como projeto de uma ciência universal que serviria tanto de instrumento formal quanto de funcionamento rigoroso a todas as ciências” (FOUCAULT, 2007, p.154). O filósofo argumenta que a ciência teria tomado o lugar da máthêsis e funcionado como disciplinadora dos saberes. Desse modo, as ações de medir e de ordenar entram no âmbito do fazer científico disciplinado, no qual se estabelece outro modo de relação entre saber e poder e, também, entre saber e verdade. Nesta última, vemos operar a produção da verdade pela produção do conhecimento científico. Este movimento mostra [...] como foram se desvinculando os domínios de saber – neste caso, aqueles referentes ao uso das quantidades, dos números, das medidas, das séries - engendrados a partir de práticas sociais, constituindo-se como conjuntos autônomos e heterogêneos de normas, estratégias e ações; ou seja, as disciplinas (BELLO, 2012a, p. 104).
Porém, as práticas classificatórias e os saberes numéricos, reatualizados no dispositivo da Numeramentalidade, não se restringem ao domínio científico. Se tínhamos uma épistémè organizada pela máthêsis, medindo e ordenando as práticas em uma ordem discursiva, teremos, posteriormente, um dispositivo da Numeramentalidade, que organiza práticas quantificadoras e classificatórias, em uma ordem que não é mais apenas discursiva, é também não discursiva, e abrange não apenas o saber, mas também o poder e a subjetivação. É nesse sentido que somos levados a emergência do dispositivo da Numeramentalidade com uma racionalidade na qual os domínios de saber não funcionam apenas em um âmbito descritivodiscursivo, mas também em um âmbito estratégico-discursivo. Como apontou Foucault, com a invenção das ciências do homem, e dos sujeitos desses discursos (sujeito que fala, sujeito que produz, sujeito que vive), inventam-se mecanismos disciplinares de modo a normalizar e otimizar a conduta de cada um. Para tanto, o autor analisa as práticas disciplinares que atuam de forma a normalizar condutas no interior de instituições, como o hospital, o exército e a escola. Essas
ações tinham como foco o homem-corpo, individualmente, e engendram estratégias, técnicas, exercícios para dele tirar as suas máximas forças: “[...] nos séculos XVII e XVIII, viram-se aparecer técnicas de poder que eram essencialmente centradas no corpo, no corpo individual. Eram todos aqueles procedimentos pelos quais se assegurava a distribuição espacial dos corpos individuais (sua separação, seu alinhamento, sua colocação em série e em vigilância) e a organização, em torno desses corpos individuais, de todo um campo de visibilidade (FOUCAULT, 2007, p.203).
Com a governamentalização do Estado moderno (FOUCAULT, 2008), contudo, outra forma de poder passa a atuar, integrando-se ao poder disciplinar. Esse homem-corpo passa a ser visto compondo uma espécie, “[...] uma massa global, afetada por processos de conjunto que são próprios da vida [...]” (FOUCAULT, 2010, p.204). Sobre o homem-espécie passa a atuar o biopoder. O foco dessa forma de poder é uma população cujos fenômenos e regularidades também precisam ser controlados e normalizados. A temática do governo ou governamento, apesar de não ser o foco central, percorre uma parte significativa da obra de Michel Foucault estando, inclusive, no título de alguns de seus cursos do Collège de France, “O governo de si e dos outros” (2010) e “Do governo dos vivos” (2011), e em vários textos e entrevistas, além de permear diversas discussões empreendidas pelo autor (como sobre a sexualidade e o disciplinamento). Ainda que a preocupação central das investigações de Foucault tenha sido, conforme ele mesmo afirmou em alguns momentos, a constituição do sujeito na sua relação com a verdade – ou como nos tornamos o que somos –, o autor percebeu que a maneira pela qual essa constituição é possível se faz, em grande parte, pelo governamento das condutas, tanto no âmbito individual quanto no coletivo. E é justamente “o encontro entre as maneiras pelas quais os indivíduos são dirigidos por outros e os modos como conduzem a si mesmo” (FOUCAULT, 2011, p.155) que o autor irá chamar de “governo”. Essa compreensão acerca do governo como condução de condutas, especialmente a partir da década de 1980, visibiliza um deslocamento operado pelo autor da noção de poder-saber para a noção de governo pela verdade. Esse deslocamento provoca uma ampliação em seu pensamento e “conecta o interesse em uma ‘política anatômica do corpo humano’ com a investigação dos processos de subjetivação e as formas morais ou políticas de existência” (LEMKE, 2014, p.110). O dispositivo da Numeramentalidade, com seus procedimentos de medida, de quantificação, de classificação, integra essas duas dimensões de governo dos homens. É nesse quadro que Foucault estabelece a emergência da estatística como um saber do Estado que, nessa transição – nesse processo de governamentalização do Estado que instaura uma nova matriz de racionalidade (FIMYAR, 2009), produz informações necessárias à nova forma de governo que está se estabelecendo. [...] inicialmente Foucault estabelece a tarefa de redelinear a mudança no olhar governamental no início da Modernidade, nos Estados da Europa ocidental: dos problemas do território para os problemas da população, da administração dos recursos para a administração do poder sobre a vida (ou seja, do biopoder), das ameaças exteriores ao Estado para os riscos internos que emergem em relação à população (FIMYAR, 2009, p. 38).
A população é esse novo corpo que será alvo do biopoder e de suas técnicas específicas de controle, regulação, monitoramento e normalização. As estatísticas serão convenientes ao governo da população, pois através delas dá-se a conhecer os “[...] elementos que permitem a manutenção e o desenvolvimento das forças” (BELLO; TRAVERSINI, 2011, p.859). As estatísticas se mostram capazes de articular um poder disciplinar, individualizante, com um poder biopolítico, massificante. Pois elas, ao mesmo tempo em que organizam um espaço de visibilidade a partir da distribuição (classificação) daquilo que foi quantificado ou medido, também colocam em operação, a partir dessas quantificações, mecanismos de previsões, de estimativas, com foco de intervenção em nível global. Ou seja, parte-se de um mapeamento no nível individual – do corpo-homem – para uma intervenção no nível da população – ao homem-espécie. Segundo Desrosières (2004), na década de 1830, passa a ser difundido o argumento que enlaça o discurso probabilístico com as observações estatísticas. O autor argumenta que Esta construção mantem unidos, por um lado, o aspecto aleatório e imprevisível dos comportamentos individuais e, por outro, a regularidade e, por conseguinte, a previsibilidade do cálculo estatístico desses atos individuais através da noção de homem médio. Se apoia na generalidade da distribuição gaussiana de probabilidade (a futura ‘lei normal’) e também nas séries da ‘estatística moral’ (matrimônios, crimes, suicídios) elaboradas pelas oficinas estatísticas (DESROSIÈRES, 2003, p.24)
Conforme dito acima, a noção de homem médio congregaria esse caráter individualizante e totalizador possibilitado pela estatística. É interessante considerar que Foucault localiza a emergência dessa preocupação com a população com sua correlata forma de poder – o biopoder – na segunda metade do século XVIII, mesmo século em que localizou a emergência da ciência como forma de organização do saber, em detrimento da máthêsis. Podemos considerar que esses fatores seriam pontos de proveniência para a emergência do dispositivo da Numeramentalidade, reatualizando tanto as formas de medir e ordenar no âmbito cientifico e de produção da verdade, quanto na utilização desses conhecimentos no âmbito da gestão do Estado, investindo-os de poder, contribuindo para o processo de governamentalização do Estado. Nesse sentido, o dispositivo da Numeramentalidade apresenta os seus primeiros traços como uma reatualização das práticas de medir, de quantificar, de classificar – anteriormente organizadas pela máthêsis – com vistas a responder a essa nova racionalidade, na qual se “[...] outorga valor de verdade aos números, permitindo o governamento das instituições sociais e a modelação das condutas, com impactos na tomada de decisão de caráter político” (BELLO; RÉGNIER, 2016, p.6). É por esse caráter de normativo dos números e das estatísticas produzidas no dispositivo da Numeramentalidade que se extrapola o domínio científico e da disciplina, pois há ações de governamento atreladas a esses números, que além de organizar formas de ver o “real”, operam na orientação e na condução de condutas. 4.1.2 O dispositivo da Numeramentalidade como um programa de pesquisa O conceito de Numeramentalidade foi criado por analogia ao conceito foucaultiano de Governamentalidade e é entendido “como a combinação entre essas artes de governar e as práticas e as normatividades em torno do numerar, do medir, do
contabilizar, do seriar, as quais orientam a produção enunciativa das práticas [...]” (BELLO; 2012a, p.104). Tal conceito propõe uma perspectiva analítica para o estudo [...] dos processos de governo e ao [do] caráter normativo das linguagens e dos saberes constituintes de tais processos, normatividades essas produtoras, orientadoras e reguladoras de condutas, modos de pensar e agir; normatividades que na contemporaneidade se baseiam fortemente na quantificação, na medição, no uso e registro de números (BELLO; 2012a, p.104).
A analogia entre Numeramentalidade e governamentalidade estabelecida por Bello (2012a, 2012b) remete diretamente à relação entre saber e poder, já que governamentalidade pode ser entendida como uma grade de análise a partir da qual se pode analisar as “relações de poder, ou seja, para analisar a maneira como se conduz a conduta dos homens” (TRAVERSINI; BELLO, 2009, p.142). Foucault (2012) argumenta que as relações de poder podem ser entendidas como estratégias para se governar, para se conduzir a conduta dos outros. E, por esse ângulo, podemos compreender como jogos de verdade se acham imbricados nas relações de poder, pois o discurso verdadeiro está na raiz da governamentalidade (FOUCAULT, 2010). Esse entendimento favorece uma compreensão acerca do funcionamento e do direcionamento de comportamentos na relação com os outros e consigo mesmo. Nesse sentido, a Numeramentalidade pode ser entendida como um dispositivo do nosso tempo, que através das suas curvas de visibilidade e regimes de enunciabilidade2, organiza práticas numeramentalizadas que produzem formas de ver e de dizer, orientam e incitam modos de pensar e de agir que, por sua vez, criam maneiras de ser na contemporaneidade. Sobre a potencialidade do conceito, não apenas como dispositivo de uma época, mas, conforme referido em Bello (2012a), como um programa de pesquisa, quatro linhas de ação são traçadas: 1. uma analítica histórico-filosófica a ser empreendida no intuito de se explicar como a nossa sociedade foi aos poucos se numeramentalizando, isto é, como foram se desvinculando os domínios de saber – neste caso, aqueles referentes ao uso das quantidades, dos números, das medidas, das séries - engendrados a partir de práticas sociais, constituindo-se como conjuntos autônomos e heterogêneos de normas, estratégias e ações; ou seja, as disciplinas. 2. uma problematização em torno da produção discursiva, do ponto de vista cognitivo (as numeralizações) e sócio-culturais (os numeramentos), na linha do poder-saber, que têm fabricado sujeitos, identidades culturais, hierarquizado diferenças, com base nos usos, expressões e manejos dessas quantidades, registros, medidas, operações por parte dos indivíduo e de suas instituições. 3. Uma grade de análise para se entender a produtividade da centralidade das quantidades, dos números (medições, índices, taxas), seus registros e usos e que, na racionalidade política governamental neoliberal
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Marcello (2003, p.80) justifica a utilização do termo: “Embora Deleuze (1999) denomine regimes de enunciação, preferi adotar a expressão regimes de enunciabilidade, pois creio que assim posso deixar mais claro que tais regimes ultrapassam a dimensão do dito em si mesmo. Ou seja, é o caráter de enunciabilidade que dá condição de existência às enunciações”.
contemporânea, vem provocando, conduzindo, dirigindo, orientando modos de pensar e de agir dos indivíduos na sociedade; 4. O entendimento de produção de toda uma tecnologia de governamento, no sentido Foucaultiano, de incidência institucional e de gestão (escolas, currículos, campanhas educacionais) para a tomada de decisão e intervenção política com base nos números e seus usos como expressão da verdade (BELLO, 2012a, p.104-105).
Dentro desse programa de pesquisa, a Numeramentalidade já foi utilizada para ensaiar análises no campo da Educação e da Saúde. Um primeiro trabalho trata da inserção dos saberes estatísticos nas práticas curriculares contemporâneas. Bello e Traversini (2011) problematizam a curricularização do saber estatístico nos diferentes níveis de ensino, argumentando que esse saber, quando adquirido na escola, disciplina o olhar do indivíduo sobre o seu cotidiano, fazendo com que o aluno explique e a aja sobre o mundo de uma determinada maneira. Além disso, os autores também argumentam que a inserção dos saberes estatísticos nas práticas curriculares responderia à necessidade de administração do risco do social produzindo sujeitos prudentes. Em Bello e Sperrhake (2016) desenvolve-se uma análise na qual se apontou para curricularização do saber estatístico estando de acordo “[...] com demandas e práticas da ordem governamental, revestidas de uma importância epistemológica” (2016, p.423). Analisa-se, também, que a “[...] psicologia do desenvolvimento cognitivo funciona como uma racionalidade, como um modo de pensar o sujeito-aluno infantil para o qual as práticas escolares vinculadas ao ensino do saber estatístico estão moldadas” (2016, p.423), assim, primeiramente, é necessário familiarizar o aluno com a “gramática estatística”, para, posteriormente, avançar tanto para a utilização de ferramentas matemáticas mais avançadas quanto para incluir a curricularização do risco e de seu gerenciamento. Já Bello, Régnier e Sperrhake (2014, p. 1) analisam como “[...] a normatividade numérica está implicada na produção e modificação de condutas desde um aspecto mais amplo, como a formulação de políticas públicas, até em um aspecto mais micro, como a ação pedagógica de professores em sala de aula”. Nesse sentido, mostra-se como o Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), através de dados produzidos por uma avaliação em larga escala, investe na conduta de professoras alfabetizadoras com vistas a alfabetizar as crianças. O conceito de Numeramentalidade tem auxiliado também a pensar como e por que o IDEB governa a instituição escolar (BELLO, 2012b), uma vez que essa ferramenta analítica permite discutir [...] o caráter normativo dos saberes em torno dos índices de desempenho para se governar e se conduzir as condutas dos sujeitos escolares, como uma questão de verdade que orienta modos de pensar e agir pelas práticas curriculares que institui e as posições identitárias que produz (BELLO, 2012b, p.26).
Assim, o autor mostra como o índice mobiliza condutas e procedimentos com o objetivo de melhorar o desempenho e a eficiência da Educação escolar. Kreutz (2012) também faz uso da ferramenta da Numeramentalidade para analisar os números produzidos na área da saúde como uma forma de legitimar o saber dessa área e instituir práticas de governo das populações. O autor analisa a produção de registros numéricos dos Agentes Comunitários de Saúde e de como esses
registros integram mecanismos que regulam e projetam a formação desse profissional, bem como das comunidades que são alvo do programa. Já Pinho (2013), mobiliza o conceito para analisar as práticas escolares que fazem uso dos números e seus registros. A autora mostra como as práticas escolares, numa problematização indisciplinar da matemática, se constituem como jogos nos quais numerar, ordenar e ler operam estrategicamente nas formas de se conduzir a conduta dos indivíduos. A Numeramentalidade foi utilizada também para mostrar como as práticas avaliativas de larga escala da alfabetização funcionam como tecnologias de governo da instituição escolar. A análise apontou que as práticas avaliativas conectam saberes pedagógicos e processos de medida para produzir o governo das condutas da população escolar, especialmente das professoras alfabetizadoras, assim como controlar o risco do analfabetismo infantil. (BELLO, SPERHAKE, 2016). Sperrhake (2016) utiliza do conceito de Numeramentalidade para analisar documentos relacionados à Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) visando traçar as linhas desse dispositivo que operam na constituição das práticas avaliativas em larga escala. Ao colocar em funcionamento esse conceito, entendido como um dispositivo de nossa época, a autora traçou três tramas discursivas entre as suas linhas. A primeira trama aborda a produção do risco do analfabetismo infantil e as estratégias de produção numérica das práticas avaliativas para comparar. A segunda trama trata da metodologia adotada nos testes de desempenho da ANA, marcada pela medição e por processos classificatórios, a partir dos quais discute-se a construção de níveis de leitura e escrita proposta pelas escalas de proficiência da ANA. Na terceira trama argumenta-se que o dispositivo da Numeramentalidade, através dos saberes estatísticos, dos processos classificatórios e das verdades que coloca em jogo, produz formas-sujeito e subjetividades numeramentalizadas. Tomando o dispositivo da Numeramentalidade como um programa de pesquisa, cabe destacar como a matemática, como um jogo, é entendida e, para isso, nos ancoramos na compreensão wittgensteiniana de linguagem. De acordo com Wittgenstein, é a noção de jogos de linguagem que nos permite [...] pensar em um conjunto amplo e variado de signos que, articulados por regras de significação, constituem formas de pensar objetos empíricos; formas de atribuirmos significados às palavras quando operamos com elas em uso, segundo determinadas atividades (BELLO, 2012, p.90).
Nesse sentido, a noção de jogo impele a pensarmos na noção de regras, e é assim que chegamos a uma perspectiva de linguagem como prática regrada e, portanto, normativa. As matemáticas e suas proposições podem, assim, ser tomadas como “[...] normas constitutivas das práticas a partir das quais, sem dúvidas, organizamos nossa experiência empírica” (BELLO, 2012a, p.91). Bello (2012a) complementa argumentando que a matemática não funcionaria descrevendo uma situação observável, desvelada, descoberta, a ser ou não interpretada, mas que ela faria parte da própria constituição da situação, produzindo-a. Essa concepção normativa da matemática permite que a vejamos não apenas como um campo de saber, numa perspectiva epistemológica, mas também, e principalmente, como um conjunto de regras que constituem práticas que operam no dispositivo da Numeramentalidade, incitando e produzindo condutas, comportamentos e subjetividades. Além disso, “[...] o que denominamos de matemática trata-se de uma maneira muito particular de entender o tempo e o espaço, de classificar e ordenar o
mundo, e de compreender as relações sociais e políticas” (BELLO; RÉGNIER, 2016, p.4). Dessa forma, podemos problematizar o estatuto científico atribuído à matemática, ao mesmo tempo em que entendemos o quanto esse saber pode atuar, e atua, como um dizer verdadeiro investido de poder. Bello (2012a) considera, ainda, a possibilidade de tratar a Numeramentalidade em meio a processos de Numeramentalização, ampliando, com isso, a possibilidade analítica do conceito ao considerar a produção de singularidades numa perspectiva do governo de si sobre si mesmo atrelado a uma formação ética. Cabe considerar que uma analítica que faz uso do dispositivo da Numeramentalidade não se limita às análises aqui apresentadas. A ideia de utilizar esse dispositivo extrapola o que aqui se apresenta. Com isso, queremos salientar a potencialidade do conceito para a análise de outras práticas envolvendo números, quantificações, medidas, classificações, entre outros. 4.1.3. O dispositivo da Numeramentalidade: uma grade analítica Tendo em vista o que foi apresentado anteriormente, toma-se o dispositivo da Numeramentalidade, também, como uma grade de inteligibilidade, como um aparelho, com o objetivo de focar um problema histórico específico (DREYFUS; RABINOW, 2013), [...] no qual se organizam formas de fazer ver e dizer; formas de se organizarem maneiras de expressar e constituir racionalidades de governo, isto é, ferramentas de compreensão das tecnologias de instituição e de gestão das pessoas que afetam a tomada de decisão de caráter político; formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros a partir das quantificações e medições visibilizadas e visibilizadoras (BELLO; RËGNIER & SPERRHAKE, 2015, p.3-4).
Bello (2012a) destaca que a Numeramentalidade pode ser vista não apenas como um dispositivo, mas também como uma ferramenta metodológica e conceitual para se entender a produção de tecnologias de governamento das instituições e das práticas de gestão (das escolas, dos currículos, das práticas pedagógicas, etc.) com impactos na tomada de decisão de caráter político. A ideia de tecnologia agrega à ideia de prática as noções de estratégia e tática: “Com efeito, estudar as práticas como técnicas ou tecnologias consiste em situá-las em um campo que se define pela relação entre meio (táticas) e fins (estratégias)” (CASTRO, 2009, p.412). Além disso, a ideia foucaultiana de tecnologia congrega a dimensão do poder voltado para os outros, (podendo ser nomeada de tecnologia de governamento), e a dimensão do poder voltado para si mesmo, ao tratar das tecnologias de si ou de subjetivação, direcionadas para a maneira de regular a conduta de si mesmo. As tecnologias de governamento, portanto, necessitam de um discurso verdadeiro, de táticas e de finalidades. Tomar a Numeramentalidade como o dispositivo que amarra tecnologias de governamento, táticas, jogos de verdade e estratégias mostra-se produtivo para a presente pesquisa, pois se pode compreender como, em certo período histórico, “se operam práticas, constituem-se discursos e identidades, regulam-se condutas, incitando-se, sempre que possível, a processos de subjetivação” (BELLO, 2012b, p.22).
A compreensão do conceito de dispositivo formulada por Agamben (2005, p.13) vem ao encontro do que temos tentado argumentar a respeito da Numeramentalidade: “[...] chamarei literalmente de dispositivo qualquer coisa que tenha de algum modo a capacidade de capturar, orientar, determinar, interceptar, modelar, controlar e assegurar os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes” (AGAMBEN, 2005, p.13). Foucault explicita sua vontade ao estudar a sexualidade da seguinte forma: “Gostaria de passar em revista não somente esses discursos, mas ainda a vontade que os conduz e a intenção estratégica que os sustenta” (FOUCAULT, 1988, p.15). Desse modo, somos levados a problematizar porque os números, e também as classificações, são percebidos tão inequivocamente, com tanta certeza e solidez em nossa sociedade; porque, mesmo quando são questionados, não é possível deles livrar-se; como esses signos e seus processos são tão valorizados pela sua veracidade, enquanto outros signos (linguísticos, imagéticos) não o são. A que vontade de poder, a que intenção estratégica, responde a centralidade dos números na contemporaneidade? “Em suma, trata-se de determinar, em seu funcionamento e em suas razões de ser [...]” (FOUCAULT, 1988, p.17) o jogo de saber-poder que sustenta, na nossa sociedade contemporânea, um dispositivo da Numeramentalidade. Os aspectos do programa de pesquisa proposto por Bello (2012a) servem de inspiração para a realização de pesquisas que se interessem pelos saber numéricos produzidos contemporaneamente, pois a abrangência do Dispositivo da Numeramentalidade engloba as diversas práticas envolvendo a produção numérica, seus usos e seus significados. Dentre os números produzidos pela nossa sociedade, na atualidade, as estatísticas têm se tornado foco de análise em pesquisas que buscam compreender seus efeitos e sua produção. Tomar as estatísticas no dispositivo da Numeramentalidade permite compreender a produção de um aparato discursivo – e técnico – que, calcado na objetividade científica, pode ser capaz de “[...] fazer suas verdades conduzirem a conduta de professores e alunos” (CAMINI, 2015, p.109). Foucault afirma que a família é um dos “elementos táticos mais preciosos” para o funcionamento do dispositivo de sexualidade (FOUCAULT, 1988, p.122). Em analogia, consideramos que as estatísticas são elementos táticos preciosos para o funcionamento do dispositivo da Numeramentalidade, especialmente quando pensamos nesse dispositivo no âmbito da Educação, como é o caso das pesquisas que tratam do assunto. Porém, a estatística não é o único saber que consideramos precioso para o dispositivo em questão. Os processos classificatórios também operam no interior do dispositivo da Numeramentalidade. Ambos constituem-se como linhas de poder-saber desse dispositivo.
5) Atividades Realizadas no período vinculadas ao desenvolvimento do projeto 4.1. Leituras Dirigidas (L.D.), seminários avançados (S.A), Seminários Especiais (S.E) e Práticas de Pesquisa (PPE) em nível de mestrado e doutorado no PPGEDU/UFRGS: S.A Corpos em devir (2012/2) L.D. Diferença e Repetição: Imagens do Pensamento em Educação (2012/2) PPE: Arte, poéticas (2013/1) S.E: Saberes Estatísticos, governamentalidade e Educação (2013/1) S.E: Racionalismo, empirismo e subjetivaçãoo no Pensamento da diferença (2013/2) L.D: Prática e Linguagem em Wittgenstein e Foucault (2014/2) S.A: Práticas, saberes e linguagens: o problema da representação na Educação (2015/1) S.A. Captura, Governo e Dispêndio (2015/2) S.E. Subjetividade/Subjetivação em Michel Foucault (2016/1) S.A. Ética, Ciência e Filosofia na Educação Científica (2016/2) S.E. Com Wittgenstein e Foucault: Uma practice approach para Educação (2017/1) 5.1.1 Disciplina oferecida no PPG: Educação em Ciências, química da Vida e Saúde (PPGQVS) • •
Educação e Ensino de Ciências e Matemática: Práticas, saberes e Sujeitos (2016/1) Descartes e Nietzsche: alma e corpo noi pensamento científico e filosófico (2017/2) 5.2 Realização de atividades junto a grupos de pesquisa, intercâmbio e visitas acadêmicas: 5.2.1 Estágio Pós-doutoral
Durante o período de 10/2013 a 09/2014 foi realizado o Estágio Sênior, sob a supervisão do Prof. Dr. Jean Claude Régnier, da Universidade de Lyon-2 coordenador do grupo de pesquisa ADATHIC vinculado ao Laboratório: Interactions, corpus, apprentissages, représentations (UMR 5191 ICAR – CNRS/ Université de Lyon 2– ENS Lyon). Este estágio contou com o apoio financeiro da CAPES através de bolsa de estudos como consta no processo CAPES BEx: 4392/13-2. O referido estágio foi orientado pelo projeto de pesquisa intitulado: Saberes Estatísticos e Práticas Sociais : a normatividade estatística como produção Cultural, cujo objetivo estava centrado na criação de um quadro teórico-conceitual da produção, organização do saber (etno)estatístico, nos modos e formas de se produzir uma Educação Estatística, no desenvolvimento curricular Escolar. Esse nosso projeto
tomou como base as teorizações e pesquisas que viemos desenvolvendo em torno da Etnomatemática, proposta de trabalho para a Educação Matemática; as teorizações e pesquisas do Grupo do ICAR – Université Lumière/Lyon 2, sobre a educação estatística; bem como teorizações advindas do quadro teórico do pensamento educacional contemporâneo. A realização deste estágio pós-doutoral estava previsto no cronograma de atividades no período respectivo, conforme registro do projeto n. 23869 no sistema pesquisa UFRGS, objeto do presente relatório. 5.2.2 Visita Acadêmica à Universidade de Lyon 2, de maio a setembro de 2016. Do estágio Sênior bem sucedido surge a possibilidade de retornar à Universidade de Lyon 2, desta vez na modalidade professor Visitante, com ônus limitado, no período de maio a setembro de 2016. Durante esse período, foi dada continuidade ao trabalho de parceria iniciado durante o estágio sênior, recebendo nesta ocasião o convite do professor Dr. Andreas Moutsios Rentzos, do departamento de Matemática da Universidade de Atenas, para proferir em 12/09/2016 a palestra intitulada: What does a research on Ethnomathematics under a normative approach mean? No mestrado em Ensino de Matemática. Esta Palestra, em sua versão ampliada compôs o artigo intitulado: Normative approach to ethnomathematics: linguistic and philosophical grounds, publicado junto com o professor J.C. Régnier e a Profa. Ekaterina Kuznetsova, na revista da Universidade do Estado de Tomsk (Russia). Nessa mesma palestra esteve presente a professora Dra. Charoula Stathopoulou, da qual recebemos o convite para participar do simpósio: Ethomathematics meets curriculum theory through crisis, junto a professores de outras universidades estrangeiras, no 9th Mathematics, Education and Society, que se realizou na Universidade de Thessaly, em abril de 2017. Naquele simpósio apresentamos a conferencia When Ethnomathematics runs from multiculturalism. A nossa participação naquele encontro serviu também para estabelecer contatos com outros professores de universidades europeias, alguns dos quais reencontraríamos no 69 CIEAEM, na cidade de Berlin, em julho de 2017, quando apresentamos o trabalho Mathematisation as a ruled practice: Questioning the production of knowledge of school practices under a normative Wittgensteinian perspective. A continuidade deste trabalho está previsto ainda para outubro de 2018, o qual depende de financiamento dos respectivos órgãos de fomento. 6) Descrição e avaliação do apoio Institucional ou órgãos de Fomento. Durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa, objeto do presente relatório, temos a agradecer o apoio financeiro institucional dado por diferentes instâncias da UFRGS e à CAPES à participação e realização das seguintes atividades acadêmicas: 1. VII Congresso Iberoamericano de Educação Matemática. Montevideu/ Uruguai. De 16/09/2013 a 20/09/2013. Apoio PROPESQ/UFRGS – Diárias 2. Estágio Pós doutoral Sênior. De 01/10/2013 a 30/09/2014. Universidade Lyon 2 – Lyon – França Apoio: Bolsa CAPES . Bex: 4392/13-2
(CIBEM)
3. Satellite Conference of the International Association for Statistical Education (IASE), 2015, Rio de Janeiro. De 22/07/2015 a 24/07/2015. Apoio: PROPESQ/UFRGS – Diárias 4. CIEAEM 69 – Mathematisation: social process and didactic principles. Berlin – Alemanha. Apoio: PROPESQ/UFRGS – Diárias PPGEDU/UFRGS – Inscrição PPGQVS/UFRGS – Passagens. 7) Participação em eventos científicos. A participação em eventos sempre esteve acompanhada de uma apresentação de trabalho, seja na forma de conferência, palestra, comunicação oral, entre outros; assim podemos destacar: 1. APPELBAUM, P.; STATHOPOULOU, C.; BELLO, S. E. L.; OREY, D. C.; SWANSON, D.; FAVILLI, F.; TORIANO, F. ETHNOMATHEMATICS MEETS CURRICULUM THEORY THROUGH CRISIS, 2017. Home page: http://mes9.ece.uth.gr/portal/; Local: Valis Hotel; Cidade: Volos; 9th Mathematics, Education and Society; University of Thessaly 2. BELLO, Samuel E. L.; OGLIARI, L. N. Mathematisation as a ruled practice: Questioning the produc-tion of knowledge of school practices under a normative Witt-gensteinian perspective, 2017. Home page: http://www.ewipsy.fuberlin.de/en/einrichtungen/arbeitsbereiche/grundschulpaed/3_mathematik/CIEAE M69_n/index.html; Local: Campus Dahlem; Cidade: Berlin; CIEAEM 69 Mathematisation: social process & didactic principle, Freie Universität 3. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Etnoestatística: uma nomeação histórica, pragmática e linguística da contemporaneidade, 2016. Goiânia; 5to Congresso Brasileiro de Etnomatemática; Universidade Federal de Goiás 4. OGLIARI, L. N.; BELLO, Samuel E. L. Práticas da Cozinha de merendeiras escolares: textos e contextos Etnomatemáticos, 2016. Goiânia; 5to Congresso Brasileiro de Etnomatemática; Inst.promotora/financiadora: Universidade Federal de Goiás 5. LOPEZ BELLO, Samuel E. What does a research on Ethnomathematics under a normative approach mean?, 2016. Local: Mestrado em Ensino e Metodologia da Matemática; Cidade: Atenas; Evento: Ciclo de Conferencias; Universidade Nacional e Kapodistrian de Atenas 6. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. SAVOIRS STATISTIQUES ET CURRICULUM SCOLAIRE AU BRÉSIL, 2015. Bordeaux - France; Colloque Francophone International sur l’ Enseignement de la Statistique; Université de Bourdeaux 7. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Statistical Knowledge in the school curriculum: studying ways of government In: Satellite conference of the International Association for Statistical Education (IASE), 2015, Rio de Janeiro.
Advances in statistics education: developments, experiences and assessments. Texas , USA: International Association for Statistical Education - University of Texas, 2015. p.1 - 4 http://iase- web.org/Conference_Proceedings.php 8. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J.; SPERRHAKE, R. Quando os números produzem formas - sujeito: a quantificaçao como prática de governo In: Encontro de Etnomatemática do Rio de Janeiro, 2014, Niteroi. Anais do encontro de Etnomatemática do Rio de Janeiro. Niteroi: Universidade Federal Fluminense, 2014. v.1. p.199 – 213. http://www.etnomatrj.uff.br/images/CC_Bello_Reggnier_e_Sperrhake_etnomat_rj. pdf 9. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Langage, subjectitivité et pratique: qu'appelle-t-on réalité en éducation mathematique?, 2014. Home page: http://www.cieaem.org/?q=node/41 Apoio CAPES. Cidade: Lyon; 66 CIEAEM Mathématiques et réalités ENS - Lyon 10. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Savoirs statistiques, histoire et curriculum scolaire, 2014. http://jds2014.sfds.asso.fr/prog/details.php Rennes France. ENSAI; Rennes; 46 journées de Statistiques;: Societé Française de Statistique 11. DURAN, F. J. M.; BELLO, Samuel E. L. El desempeño en matemáticas y la producción de los indicadores educativos IDEB (Brasil) y ped (España) : un análisis comparativo In: VII Congresso Iberoamericano de Educação Matemática, 2013, Montevideu. Actas do VII CIBEM. Montevideu: Sociedade Uruguaia de Educaçao matemática, 2013. p.3746 3753 http://www.cibem7.semur.edu.uy/7/actas/index.html 12. BELLO, Samuel E. L. Numeramentalidade: a emergência de um dispositivo In: VII Congresso Iberoamericano de Educação Matemática, 2013, Montevideu. Actas do VII CIBEM. Montevideu: Sociedade Uruguaia de Educaçao matemática, 2013. p.4125 4132 Uruguai. http://www.cibem7.semur.edu.uy/7/actas/index.html] 13. BELLO, S. E. L. Educação e Governamento, 2012. de 24 a 28 de novembro; Universidade de Santa Cruz do Sul; Cidade: Santa Cruz do Sul; IV seminário Nacional de Pesquisa em Educação; V seminário nacional de literatura infantil - Educação e pedagogias. Programa de Pós graduação em Educação UNISC 8) Publicações resultantes e/ou vinculadas ao desenvolvimento teóricometodológico do projeto, objeto do presente relatório: 8.1) Artigos em revistas científicas; 1. BELLO, Samuel E. L.; SANCHOTENE, Virgínia C. Pensamento e verdade na Educação (Matemática): conversações com Foucault e Deleuze. In: Revista de Educação, Ciência e Cultura. Canoas, RS, Vo. 23, n. 1, mar 2018, p. 141-147.
2. OGLIARI, L. N.; BELLO, Samuel E. L. A Feitura Quando se Joga com a Linguagem e a Prática que Faz o Sujeito: A Etnomatemática está na Diferença das Coisas Feitas. JOURNAL OF MATHEMATICS AND CULTURE. , v.11, p.122 138, 2017. Home page: https://journalofmathematicsandculture.files.wordpress.com/2017/10/article7_luc as_samuel.pdf 3. ANTUNES, M.; BELLO, Samuel E. L.; Santos, Suelen Assunção A Matemática escolar a partir da perspectiva wittgensteiniana: entre normatividade e empirismo. REMAT: REVISTA ELETRÔNICA DA MATEMÁTICA. , v.3, p.147 – 158, 2017. https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/REMAT/article/view/2195/1607 4. SANTOS, Suelen Assunção; BELLO, Samuel E. L. Docência em Matemática e o Paradoxo das múltiplas identidades: contribuições da filosofia deleuziana. PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. , v.10, p.222 - 242, 2017. http://www.seer.ufms.br/index.php/pedmat/article/view/3332 5. BELLO, Samuel E. L.; MARQUES, D. Entre comportamentos, discernimentos e desenvolvimentos: os sujeitos da aprendizagem em quatro movimentos. INTERESPAÇO: REVISTA DE GEOGRAFIA E INTERDISCIPLINARIDADE. , v.3, p.248 265, 2017. http://dx.doi.org/10.18764/2446-6549.v3n11p248-265 6. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Etnoestatística(s): Uma nomeação histórica, pragmática e linguística da contemporaneidade. RLE (PASTO). , v.10, p.111 - 128, 2017. http://www.revista.etnomatematica.org/index.php/RevLatEm/article/view/400 7. BELLO, Samuel E. L.; MARQUES, D. Imagens estilhaçadas: fissuras de um método de pesquisa-aprendizagem. ETD: EDUCAÇÃO TEMÁTICA DIGITAL. , v.19, p.759 - 772, 2017. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8646255 8. OGLIARI, L. N.; BELLO, Samuel E. L. Práticas da cozinha de merendeiras escolares: Textos e contextos etnomatemáticos. RLE (PASTO). , v.10, p.19 - 38, 2017. http://www.revista.etnomatematica.org/index.php/RevLatEm/article/view/393 9. BELLO, Samuel E. L.; SPERRHAKE, R. Educação e risco social na curricularização do saber estatístico no Brasil. ACTA SCIENTIARUM. EDUCATION (ONLINE). , v.38, p.415 - 424, 2016. http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciEduc/article/view/27882/17265 10. FERRAZ, W.; BELLO, Samuel E. L. CORPO: MATERIALIDADE CORPORAL E INTENSIDADE CORPÓREA. Alegrar (Campinas). , v.18, p.39 49, 2016. http://www.alegrar.com.br/revista18/pdf/3-CORPO%20%20WAGNER%20FERRAZ.pdf
11. REGNIER, J.; BELLO, Samuel E. L.; KUZNETSOVA, E. M. Normative approach to ethnomathematics: linguistic and philosophical grounds. Vestnik Tomskogo gosudarstvennogo universiteta. , p.57 63, 2016. http://journals.tsu.ru/vestnik&journal_page=archive&id=1500 12. BELLO, Samuel E. L.; JELINEK, K. R. Lorsque les hautes compétences en mathématiques ne sont que des formes de vie. Quaderni di Ricerca in Didattica, v.25, p.579 584, 2015. http://math.unipa.it/~grim/CIEAEM%2067_Pproceedings_QRDM_Issue%2025, %20Suppl.2_WG4.pdf 13 BELLO, S. E. L.; ZORDAN, Paola; MARQUES, D. Signos e interpretação: entre aprendizagens e criações. CADERNOS DE EDUCAÇÃO -UFPel (ONLINE). , v.52, p.1 19, 2015. : https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/issue/view/455 14. JELINEK, K. R.; BELLO, S. E. L. A constituição da identidade discente do Portador de altas habilidades em Matemática no Brasil. Revista Internacional sobre diversidad e identidad en la educación. , v.1, p.1 - 12, 2014. http://revistainternacionalsobrediversidadeidentidadenlaeducacion.cgpublisher.c om/product/pub.319/prod.12 15. JELINEK, K. R.; BELLO, Samuel E. L. HIGHLY ABLE MATHEMATICS LEARNERS FROM A PRAGMATIC PERSPECTIVE OF LANGUAGE. Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática (RIPEM). , v.4, p.139 - 154, 2014. http://www.sbem.com.br/ojs/index.php/ripem/issue/view/12 16. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Langage, subjectivité et pratique: qu'appelle-t-on réalité en éducation mathématique?. Quaderni di Ricerca in Didattica. , v.24, p.336 343, 2014. http://math.unipa.it/~grim/CIEAEM%2066_Pproceedings_QRDM_Issue%2024, %20Suppl.1_WG4.pdf 17. BELLO, Samuel E. L. As práticas Curriculares em Matemática que se produzem pelo governo do IDEB. Horizontes (EDUSF). , n.30, v.2, p.19 - 30, 2012. http://www.usf.edu.br/revistas/horizontes/v30-n22012/uploadAddress/revistahorizontes_vol30_02_artigo02%5B1%5D%5B19593 %5D.pdf
8.6) Capítulos de livros publicados; 1. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Linguagem, realidade e subjetividade : elementos para uma educação matemática contemporânea In: Educação Matemática: Linguagens, Práticas e Sujeitos.1 ed.Porto Alegre : Canto - Cultura e Arte, 2017, v.1, p. 24-41.
2. JELINEK, K. R.; BELLO, Samuel E. L. O portador de altas habilidades em Matemática sob uma perspectiva pragmática da linguagem In: Educação Matemática: Linguagens, Práticas e Sujeitos.1 ed.Porto Alegre : Canto - Cultura e Arte, 2017, v.1, p. 74-96. 3. FERRAZ, W.; BELLO, S. E. L. Corpo a Dançar: entre educação e criação de corpos In: Caderno de notas 9 - Panorama de Pesquisa em Escrileituras: observatório da Educação.1 ed.Porto Alegre : UFRGS/Doisa, 2016, v.9, p. 144155. 4. JELINEK, K. R.; BELLO, S. E. L. O estudo das funções no Ensino Fundamental In: Formação acadêmica e práticas profissionais inovadoras.1 ed.Porto Alegre : Cidadela, 2015, p. 119-137. 5. FERRAZ, W.; BELLO, Samuel E. L. O que pode um corpo no encontro com um currículo? In: Parafernálias II: currículo, cadê a poesia?.1 ed.Porto Alegre : INDEPin - Processoc3, 2014, p. 206-217. 6.SANTOS, Suelen Assunção; BELLO, Samuel E. L. Portfólio de aprendizagens: dispositivo pedagógico interdisciplinar In: Aprendizagens em rede na educação à distância: práticas e reflexões.1 ed.Porto Alegre : Evangraf, 2014, p. 211-231. 7. UBERTI, L.; BELLO, S. E. L. A docência-pesquisa em movimento no PIBID. In: Iniciação à docência : articulações entre ensino e pesquisa..1 ed.são leopoldo : Oikos, 2013, p. 17-32. 8. FERRAZ, W.; BELLO, Samuel Edmundo Lopez Estudar o Corpo: do que (não) se trata In: Estudos do Corpo: Encontros com Artes e Educação.01 ed.Porto Alegre : INDEPIn, 2013, v.01, p. 255-272. 8.7) Livros publicados com membros da equipe como autor, organizador ou editor; 1. JELINEK, K. R.; BELLO, Samuel E. L.; Suelen Assunção Santos Educação Matemática: Linguagens, Práticas e Sujeitos. Porto Alegre : Canto: Cultura e Arte, 2017, v.1. p.175. 2. UBERTI, L.; BELLO, Samuel E. L. Iniciação à docência : articulações entre ensino e pesquisa.. São Leopoldo : Oikos, 2013, v.1000. p.229. 9. Orientações e supervisões Como projeto vinculado ao PPGEDU/UFRGS e posteriormente aos trabalhos junto ao PPGQVS, do departamento de Bioquímica, foram orientadas a seguintes dissertações e Teses. 9.1) Dissertações defendidas;
Virgínia Crivelaro Sanchotene. A potência da Evanescência: da impossibilidade da permanência. 2013. PPGEDU/UFRGS Wagner Ferraz. Corpo a Dançar: Entre Educação e Criação de Corpos. 2014. (PPGEDU) - UFRGS Gilberto Silva dos Santos. Saber-realidade: das prescrições aos desejos de constituir docências em educação (matemática) contemporânea. 2015. PPGQVS: Educação em Ciências – UFRGS. Marcelo Carvalho Antunes: Uma reflexão sobre práticas curriculares na educação matemática: uma perspectiva wittgensteiniana. Em andamento com previsão de defesa para julho de 2018. PPGQVS: Educação em Ciências – UFRGS. 9.2) Teses defendidas. Karin Ritter Jelinek. A produção do sujeito de altas habilidades: os jogos de poderlinguagem nas práticas de seleção e enriquecimento educativo. 2013. PPGEDU/UFRGS Patrícia Moura Pinho. Numeramentalização: olhares sobre os usos dos números e de seus registros em práticas escolares na Contemporaneidade. 2013. PPGEDU/UFRGS. Suelen Assunção Santos. Docenç(ci)ação: do dual ao duplo na docência em Matemática. 2015. PPGEDU/UFRGS. Renata Sperrhake. O dispositivo de Numeramentalidade: e as práticas avaliativas: uma análise da Avaliação Nacional da Alfabetização. 2016. PPGEDU/UFRGS. Grace da Re Aurich. Reescrita de si: a invenção de uma docência em Matemática. 2017. PPGEDU/UFRGS. Diego Souza Marques. Aprendizagem da diferença: Signos e subjetivação nos estilhaços da representação. 2017. PPGEDU/UFRGS. 9.3. Supervisão de Estágio Pós-doutoral No período de desenvolvimento do projeto de pesquisa, objeto deste relatório foram realizadas duas supervisões de pós-doutoramento: 1. Dr. Francisco J. Muriel Duran, professor da Universidade de Extremadura. De 01/02/2013 a 31/07/2013. As atividades desenvolvidas pelo professor Dr. Francisco estão devidamente registradas no SABi (UFRGS), entre as quais podemos encontrar: a. Muriel Durán, Francisco Javier. El desempeño en matemáticas y la producción de los indicadores educativos IDEB (Brasil) y PED (España) : un análisis comparativo. In: Actas do VII CIBEM (Congresso Iberoamericano de Educação Matemática), Montevideu, p. 3746-3753;
b. Muriel Durán, Francisco Javier. O que quer uma avaliação em larga escala? o IDEB (Brasil) e o PED (Espanha) [gravação de vídeo]. Porto Alegre : UFRGS. Faculdade de Educação. Curso de Pós-Graduação em Educação, 2013. 1 DVD c. Parte D : crenças sobre a matemática e seu ensino [questionário] European Standards. 2012. 7 f. d. Muriel Durán, Francisco Javier. Relatório de atividades : pós-doc. 2013. 178 f. 2. Dr. Lucas Nunes Ogliari, professor do Centro Universitário Superior de Cachoeirinha (CESUCA) - RS, de 01/03/2016 a 01/03/2017; Entre as atividades desenvolvidas pelo professor destacar:
Dr. Lucas Ogliari, podemos
a. Desenvolvimento de atividades de Docência, junto a Turma B da disciplina Teoria de Currículo (DEC/FACED/UFRGS); no semestre 2016-2; b. Desenvolvimento de produção científica conforme registros 02 e 08, do item 8,1; c. Participação em eventos científicos com apresentação de trabalhos, conforme itens 02 e 04 do item 7, deste relatório. 10. Comentários adicionais e perspectivas de continuidade O projeto de pesquisa, objeto do presente relatório, com duração prevista de 4 anos, teve sua realização estendida para um período de pouco mais de 5 anos, motivado principalmente pelo desenvolvimento de diferentes trabalhos de pesquisa (Dissertações, Teses e estágios pós-doutorais) que estiveram a ele vinculados no período. Entre os pontos fortes do conjunto de atividades executadas temos a destacar o processo de internacionalização, o qual foi impulsionado fortemente pelo estágio pósdoutoral realizado na Universidade de Lyon 2 e pela publicação de textos e apresentação de trabalhos em Inglês e Francês em diferentes eventos científicos e revistas internacionais. Outro ponto a destacar é o aprofundamento teórico-metodológico na perspectiva Pósestruturalista, a qual vinha sendo adotada desde os estudos foucaultianos num projeto anteriro, desta vez com a contribuição de autores como Jaques Derrida e Gilles Deleuze. Outrossim, dadas as características dos diferentes assuntos abordados e a necessidade de retomar alguns estudos sobre linguagem e prática - no que se refere ao estudo das estatísticas e das Matemáticas - aproximamo-nos de algumas ideias trazidas por autores como L. Wittgenstein e de contemporâneos neo-pragmatistas, que sob o movimento filosófico anglo-saxon denominado de “Practice turn”, trouxeram interessantes e convergentes contribuições à produção de ideias em nossas investigações. Nesse sentido, perfila-se a possibilidade de num próximo projeto abordar todos esses autores a partir de uma caracterização mais abrangente, não apenas pós-estrutural mas talvez pós-metafísica, no sentido de eles trazerem rupturas, descontinuidades em relação aos entendimentos sobre significados, linguagens, práticas, valores, saberes dados pela filosofia moderna.
11. Referências AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? Outra Travessia, Florianópolis, n.5, p. 9-16, 2005. BELLO, Samuel Edmundo Lopes. Numeramentalização: o estudo das práticas e do governamento em educação (e) matemática na contemporaneidade. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, vol. 20, nº 2, p.88-114, jul/dez. 2012a. BELLO, Samuel E. L. As práticas Curriculares em Matemática que se produzem pelo governo do IDEB. Horizontes (EDUSF). , n.30, v.2, p.19 - 30, 2012b. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J. Etnoestatística: uma nomeação histórica, pragmática e linguística da contemporaneidade, 2016. Goiânia; 5to Congresso Brasileiro de Etnomatemática; Universidade Federal de Goiás BELLO, Samuel E. L.; SPERRHAKE, R. Educação e risco social na curricularização do saber estatístico no Brasil. ACTA SCIENTIARUM. EDUCATION (ONLINE). , v.38, p.415 - 424, 2016. BELLO, Samuel E. L.; REGNIER, J.; SPERRHAKE, R. Quando os números produzem formas - sujeito: a quantificaçao como prática de governo In: Encontro de Etnomatemática do Rio de Janeiro, 2014, Niteroi. Encontro de Etnomatemática do Rio de Janeiro. Niteroi: Universidade Federal Fluminense, 2014. (texto digitado) 5f. BELLO, Samuel Edmundo López; TRAVERSINI, Clarice Salete. Saber estatístico e sua curricularização para o governamento de todos e de cada um. Bolema, Rio Claro (SP), v.24, n.40, p.855-871, 2011. CAMINI, Patrícia. Por uma problematização da classificação da escritas infantis em níveis psicogenéticos. Porto Alegre, 2015. 155 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação, Porto Alegre, 2015. CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault – Um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Tradução: Ingrid Muller Xavier. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009. DESROSIÈRES, Alain. Pour une sociologie historique de la quantification: L’argument statistique I. Mines-ParisTech, Paris, 2008. DESROSIÈRES, Alain. La política de los grandes números. Tradução de Mónica Silvia Nasi. 1.ed. Editorial Melusina, 2004. DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução: Vera Portocarrero e Gilda Gomes Carneiro. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.
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Dr. Samuel Edmundo López Bello DEC/FACED/UFRGS