A aliança do pacífico e a importância das relações bilaterais entre brasil e peru

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No. 73 – Setembro/2013 Disponível em: http://mundorama.net/2013/09/06/a-alianca-do-pacifico-e-a-importancia-dasrelacoes-bilaterais-entre-brasil-e-peru-por-samuel-de-jesus/

A Aliança do Pacífico e a importância das relações bilaterais entre Brasil e Peru

Samuel de Jesus Samueldj36@yahoo.com.br

Doutor em Ciências Socias. Docente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – campus de Coxim Membro do Núcleo de Pesquisas sobre o Pacífico e Amazônia-NPPA/UNESP Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4 759747Z2

A Aliança do Pacífico é formada por México, Peru, Chile e Colômbia. Essa aliança possui cerca de 40% do PIB da América Latina. É o segundo maior bloco econômico da América Latina em exportações, ficando atrás apenas do MERCOSUL. A Aliança do Pacífico foi fundada oficialmente em 06 de junho de 2012, em Antofagasta no Chile durante a 4ª Cúpula da Aliança do Pacífico. Nesta data, os presidentes dos países-membros assinaram o Quadro-Acordo do bloco. São observadores da Aliança do Pacífico os seguintes países: Austrália, Canadá, Equador, Espanha, França, Guatemala, Honduras, Japão, Nova Zelândia, Panamá, Portugal, Paraguai, República Dominicana, El Salvador e Uruguai.


Disponível 04/09/2013

em: http://alianzapacifico.net/paises/paises-observadores/ Extraído

em:

Atualmente, a Aliança do Pacífico já é o nono maior bloco econômico, possui 209 milhões de habitantes, 35% do PIB da América Latina, estimado em US$ 2,0 bilhões e com um PIB per capita de aproximadamente US$ 10.000. Concentra 50% do comércio latino americano com o mundo.[1]

Tudo isto devido às potencialidades da região que compreende grande parte do oceano Pacífico chamada Bacia do Pacífico. Essa Bacia forma um triângulo aproximado entre a costa oeste dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia e o leste asiático. Na região do oceano Pacífico encontram-se também outras potências econômicas como a China e Japão. A china na última década aumentou sua influência política e militar no planeta. Também se encontram Austrália e da Nova Zelândia e os chamados Tigres Asiáticos como a Coreia do Sul e Taiwan. Possui importantes portos como o de São Francisco (EUA), Vancouver (Canadá), Yokohama (Japão), Pusan (Coreia do Sul), Xangai e Cantão (China), Cingapura (Cingapura) e Sidnei (Austrália). [2]


A aliança do pacifico poderá representar uma dificuldade à projeção continental Brasileira, afinal está gerando novos protagonistas da América do Sul como Colômbia, Peru e Chile. O Brasil deve entender esse novo momento. Diante dessa conjuntura, o país deverá ampliar seus tratados e parcerias com os países sul-americanos banhados pelo Oceano Pacífico como o Peru. A construção da aliança estratégica Brasil – Peru completa neste ano, de 2013, seus 10 anos. Essa aliança é responsável pela articulação do Brasil à Bacia do Pacífico, afinal o Peru é membro do Fórum Ásia-Pacífico (APEC). A construção conjunta da Estrada Transoceânica que permite o aceso do Brasil ao Pacífico é o marco dessa aliança.

A Estrada do Pacífico, chamada também de Rodovia Interoceânica liga o noroeste do Brasil ao litoral sul do Peru, pelo Acre, BR-317, passa por Rio Branco, Assis Brasil e do lado peruano Iñapari e depois possui duas rotas, uma a oeste na rodovia PE-030, desde Nazca, depois Cuzco chegando ao porto de San Juan de Marcona. A rota sul se subdivide em duas uma rumo ao lado Titicaca chegando pela PE-034 até Matarani e a outra pela PE-036 até o porto de Ilo. A transoceânica é muito importante. [3]

Disponível em: http://economia.ig.com.br/na-nova-estrada-brasilpacifico-o-progresso-evia-de-mao-dupla/n1597074945819.html Extraído em 04/09/2013.


Em 2003 Brasil e Peru assinaram um memorando [4] de entendimento sobre a cooperação em matéria de vigilância e proteção da Amazônia. Nesse memorando o governo do Brasil ofereceu assessoramento e cooperação técnicas necessárias que permitiram o acesso progressivo do Peru às informações geradas pelo sistema de vigilância da Amazônia – SIVAM, assim como a integração peruana ao sistema de proteção da Amazônia – SIPAM. Foi estabelecida a cidade de Pucallpa, no Peru, como a base das operações que permitiriam trocar, em tempo real, informações do radar na franja de fronteira comum entre os dois países. (Memorandum de Cooperação na área de Vigilância entre Brasil e Peru, Brasília, 2003).

Em viagem ao Peru em 2009 o então presidente Lula manifestou apoio a proposta peruana que pretendia adotar um Protocolo de Paz e Segurança entre os países-membros da UNASUL. Segundo essa Proposta de Paz, Segurança e Cooperação, os países da UNASUL reduziriam em 3% suas despesas militares, cortariam em 15% os investimentos em compra de armas ao longo de cinco anos e cooperariam para a criação de um corpo de segurança regional parecido com os capacetes-azuis da Organização das Nações Unidas – ONU. (O Estado de S. Paulo de 10 de novembro de 2009).

Em junho deste ano de 2013 o ex-presidente Lula visitou o Peru e defendeu o aumento do comércio entre Brasil e Peru, considerou que “o fluxo do comércio entre Brasil e Peru é muito pequeno para o tamanho” das duas economias. As exportações peruanas ao Brasil cresceram de US$ 217 milhões em 2002 até US$ 1,2 bilhão anuais na atualidade. O presidente peruano Ollanta Humala declarou que existe entre Peru e Brasil uma “aliança natural”, que integra “um bloco bioceânico Atlântico-Pacífico, porque uma saída natural do Brasil ao Pacífico é pelo Peru, e a projeção natural do Peru ao Atlântico é pelo Brasil. Seria uma loucura não investir em sua integração”.[5]

Considerações finais O estreitamento das relações com o Peru parece fundamental ao Brasil, assim o avanço dos intercâmbios entre os dois países deve ser uma das prioridades da Política Externa Brasileira, o contrário será um equívoco do Itamaraty, afinal o Peru nos dá


demonstrações de sua amizade e principalmente neste momento de avanços da Aliança do Pacífico, é um amigo valioso e que merece grande atenção. Aumentar a balança comercial, fomentar parcerias nas áreas científicas e criar intercâmbios culturais entre os dois países é uma questão estratégica para o Brasil. Esta é a uma grande proposição para que a projeção continental brasileira avance frente à Aliança do Pacífico.

Bibliografia: Alianza Del Pacífico. Disponível em: http://alianzapacifico.net/paises/paisesobservadores/ extraído em 04/09/2013. Alianza Del Pacífico. Disponível em: http://alianzapacifico.net/que_es_la_alianza/valorestrategico extraído em 04/09/2013 BRAYAN, Samuel. Estrada do Pacífico integra economia e cultura com o Peru.21/06/2013, Disponível em:http://www.agencia.ac.gov.br/index.php/noticias/especiais/25126-estrada-dopacifico-integra-economia-e-cultura-com-o-peru.html extraído em 04/09/2013. CARVALHO, Pedro. Na nova estrada Brasil-Pacífico, o progresso é via de mão dupla.12/07/2011, Disponível em: http://economia.ig.com.br/na-nova-estrada-brasilpacifico-o-progresso-e-via-de-maodupla/n1597074945819.html extraído em 04/09/2013. Lula destaca vantagens de aliança estratégica com Peru assinada em 2003, 05/06/2013, Disponível em:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/29284/lula+destaca+vantagens+de+ alianca+estrategica+com+peru+assinada+em+2003.shtml Extraído em 04/09/2013.

[1] Disponível em:http://alianzapacifico.net/que_es_la_alianza/valorestrategico/ Extraído em: 04/09/2013.

[2] Disponível em: http://alianzapacifico.net/paises/paises-observadores/ Extraído em: 04/09/2013. [3] Disponível em:http://www.agencia.ac.gov.br/index.php/noticias/especiais/25126estrada-do-pacifico-integra-economia-e-cultura-com-o-peru.html Extraído em: 04/09/2013.

[4] Memorandum de Entendimiento entre los Gubiernos de la República del Perú y la República Federativa del Brasil sobre Cooperación en Materia de Vigilancia y Protección de la Amazonia.


[5] DisponĂ­vel em: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/29284/lula+destaca+vantagens+de+alia nca+estrategica+com+peru+assinada+em+2003.shtml ExtraĂ­do 04/09/2013.


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