Azul 41 completa

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41 SET 2016

HISTÓRIA E GASTRONOMIA MINEIRA NA ESTRADA REAL A ELEGÂNCIA ATEMPORAL DO COPACABANA PALACE, NO RIO

MAG AZINE

Jalapão UMA INCRÍVEL MISTURA DE DUNAS, CACHOEIRAS E RIOS CRISTALINOS NO CORAÇÃO DO TOCANTINS


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Sumário

//

SETEMBRO 2016

Destaques

38

51

As paisagens preservadas, as espécies do cerrado e o inesquecível pôr do sol da reserva do Tocantins

Um ensaio fotográfico do manejo sustentável do grande peixe amazônico, no médio Solimões

88

108

O paulistano Rogério Fasano e os próximos projetos da rede de hotéis e restaurantes de luxo

Por dentro do hotel mais famoso do Brasil, o favorito das celebridades no Rio de Janeiro

JALAPÃO

COPACABANA PALACE

Foto: Fernanda Frazão

ENTREVISTA

PESCA DO PIRARUCU

14 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016


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Sumário

94

118

Fotos: Gui Gomes; Anna Carolina Negri; Chema Llanos

56

18 CARTA DO PRESIDENTE 20 EXPEDIENTE 22 BASTIDORES

Universo Azul 26 NEWS 28 CARTÃO-POSTAL 30 GENTE AZUL 32 ENQUETE 34 ALMANAQUE

Destinos 56 ESTRADA REAL

As atrações do Caminho dos Diamantes

68 ASSOCIAÇÃO MICO-LEÃO-DOURADO

78 HOTSPOT

118 NÓS TESTAMOS

82 DICA DO TRIPULANTE

120 LIFESTYLE

Endereços obrigatórios de São Francisco Cultura e história em Porto Alegre

Executiva 94 MADE IN BRAZIL

O sucesso do site Casa de Valentina

98 POR UM MUNDO MELHOR

Ações do Maio Amarelo por um trânsito seguro

100 CINCO PERGUNTAS

Para a estilista mineira Tereza Santos

102 REPORTAGEM

As principais incubadoras de startups do Brasil

Highlights

72 PERSPECTIVA

110 CONCIERGE

74 CHECKLIST

112 GASTRONOMIA

Rooftops com drinques e vistas incríveis

16

A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Dicas de moda, beleza e bem-estar

128 OPINIÃO

Uma visita ao instituto que cuida da espécie Todos os detalhes do MON, em Curitiba

Uma aula de culinária no Eataly

A reabertura do Hotel Watergate, em Washington A descontração do Büccan, em Palm Beach

Efeitos do mundo virtual, por Christian Dunker

130 AGENDA

As melhores estreias culturais do mês

Azuis 136 EXPERIÊNCIA AZUL 138 LINHAS DE ÔNIBUS 140 TV AO VIVO 142 TUDOAZUL 143 MAPA DE ROTAS 146 QUIZ



Carta do Presidente

Solidariedade em pauta Caro leitor,

COM UMA CULTURA FOCADA EM PESSOAS E COM A MALHA AÉREA MAIS ABRANGENTE DO BRASIL, A AZUL CONTRIBUI EM AÇÕES VOLTADAS À EDUCAÇÃO, À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE”

Foto: Paulo Pampolin

Temos realizado nos últimos anos um grande trabalho social por meio do apoio a diversas iniciativas que beneficiam moradores de todas as regiões do País. Com uma cultura focada em pessoas e com a malha aérea mais abrangente do Brasil, a Azul contribui com ações voltadas à educação, à saúde e ao meio ambiente. Em parceria com a Operação Sorriso (leia mais na pág. 27), que oferece cuidados médicos a crianças com lábio leporino e fenda palatina, já contribuímos com quatro programas humanitários. O mais recente, realizado em julho na cidade de Mossoró (RN), somou cerca de 50 cirurgias corretivas. Desde 2014, quando a companhia iniciou o apoio à entidade, mais de 700 pessoas foram atendidas e 379, operadas. Em 2015, fomos a empresa que mais transportou órgãos para transplantes no Brasil, segundo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). De um total de 3636 órgãos e tecidos conduzidos via modal aéreo, a Azul levou 1192 deles, cerca de 33%. A companhia também apoia uma iniciativa que proporciona o acesso à leitura em comunidades da Amazônia Legal. Em parceria com a ONG Vaga Lume, já foram realizadas mais de 60 expedições para a região desde 2012. Neste segundo semestre, haverá pelo menos mais três. Mais de dez toneladas de alumínio já foram recicladas pela empresa desde 2014. Este é o resultado do ReciclaAzul, programa de coleta e reciclagem das latas de alumínio provenientes de nosso serviço de bordo, presente nos aeroportos de Campinas (Viracopos), São Paulo (Guarulhos), Belo Horizonte (Confins) e Recife. O valor obtido é usado para a compa de cadeiras de rodas que são doadas a várias instituições. Pelo sétimo ano consecutivo a companhia apoiará o Outubro Rosa. Nesta edição ela vai ampliar sua atuação para disseminar a necessidade de prevenção do câncer de mama durante todo o mês da campanha. Todas essas ações contam com o auxílio de nossos mais de mil Tripulantes voluntários espalhados por todo o País que, alinhados com a missão, a visão e os valores da Azul, colocam em prática o espírito de servir, cuidar e fazer a diferença na vida das pessoas. Agradeço a confiança e a preferência de voar conosco. Desejo a você uma boa leitura e um excelente voo.

Antonoaldo Neves

PRESIDENTE DA AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS

AZUL NAS REDES 18

A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

facebook.com/ AzulLinhasAereas

twitter.com/ azulinhasaereas

@azulinhasaereas

azulinhasaereas

voeazul.com.br



Expediente

MARKETING D IR E T O R A D E M A R K E T IN G E C O MUNI C A Ç Ã O

Claudia Fernandes

G E R E N T E D E M A R K E T IN G

Beatriz Spira

C O O R D E N A D O R D E M A R K E T IN G

Francisco Almeida

COMUNICAÇÃO E MARCA G E R E N T E D E C O MUNI C A Ç Ã O

Carolina Constantino

GERENTE DE PRODUTO

Renata Florenzano

C O O R D E N A D O R D E C O MUNI C A Ç Ã O

Fabio Abud

A N A L I S TA D E M A R K E T IN G

Euristone Custódio

REDAÇÃO

DIREÇÃO

EDITORA

CEO

Bruna Tiussu

E D I T O R A-A S S I S T E N T E

Marina Azaredo

EDITOR DE ARTE

André Graciotti

Rodrigo Ferrari

D IR E T O R C O ME R C I A L

Rodolfo Ferrari

MARKETING

REPÓRTER

Ariane Amaro Rafaella Cambiaghi Garcia

P R O D U T O R A E X E C U T I VA

D IR E T O R A F IN A N C E IR A

Mônica Reolom Thais Lutti

E S TA G I Á R I A S

FINANCEIRO/ADMINISTRATIVO

Rio de Janeiro

A S S I S T E N T E F IN A N C E IR A

andreamedrado.rio@ftpi.com.br 21 3852 1588

Bruna Veiga

REVISÃO

Paulo Vinicio de Brito

C O O R D E N A D O R A C O ME R C I A L

G E R E N T E A D MINI S T R AT I VA

T R ATA ME N T O D E IM A G E N S

Vitor Soares

E X E C U T I V O S D E C O N TA S

Ana Paula Matozo Claudia Gama Daniel Stelzer Paula Rezende Laisa D’Ambrosio

Thuany Tirapani

PRODUÇÃO GRÁFICA

contato@azulmagazine.com.br 11 3254 9895

Valquiria Gomes Vilela

Nathalí Isquierdo Vitória Batistoti Everaldo Guimarães

PARA ANUNCIAR São Paulo

PROJETO GRÁFICO

André Graciotti

DISTRIBUIÇÃO G E R E N T E D E D I S T R IB UI Ç Ã O/C IR C UL A Ç Ã O

Andrea Medrado

Brasília

Luciana Mir

lucianamir.brasilia@ftpi.com.br 61 3035 3750

Minas Gerais

Ronaldo Spagnuolo

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IMPRESSÃO

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LOG & PRINT Gráfica e Logística S.A.

TIRAGEM

70.000 exemplares

Cristiane Prataviera

cristiane.curitiba@ftpi.com.br 41 3026 4100

Rio Grande do Sul Patrícia Koops

pkoops@jazz.ppg.br 51 9792 9898 A Azul Magazine é uma publicação mensal da Editora Ferrari LTDA. com conteúdo desenvolvido em parceria entre as empresas Azul Linhas Aéreas e Editora Ferrari.

Editora Ferrari LTDA. CNPJ: 11.052.806/0001-40 Av. Paulista, 2200, 19º andar Consolação, São Paulo — SP CEP 01310-300 11 3254 9950

Nordeste

Yuri Laurentino

yuri.nordeste@ftpi.com.br 81 2128 4350

Internacional

Marcela Miranda

marcela.miranda@ferraripublisher.com +1 407 701 0738

Azul Magazine não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de Azul Magazine ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em seu poder uma carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada por pessoa que conste do expediente.

20

A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016


Quando um não pode, dois se divertem do mesmo jeito.

Grandes relações são as que marcam a nossa vida. E, para a Unimed, isso significa estar sempre ao seu lado, cuidando de você para que possa realizar todos os seus planos.

#ESSEÉOPLANO


Bastidores

Suando a camisa F O T O DE C A PA

Fernanda Frazão Leia também no tablet. O app da Azul Magazine está disponível para os sistemas iOS e Android

COM O PÉ DIREITO P. 124 As produtoras da Azul Magazine, Thais Lutti e Nathalí Isquierdo, deram trabalho aos corredores de montanha Pedro e Vanessa, da assessoria esportiva Upfit-Half Dome-Polar Brasil. Pilhadíssimas, elas não descansaram até conseguirem a foto perfeita. Só depois de três horas de corrida pelo Parque Ibirapuera, em São Paulo, gostaram do que viram e dispensaram os atletas.

Pausa para comemorar

Uma animada festa marcou a estreia do novo projeto gráfico da revista, lançado na edição de agosto. O presidente da Azul, Antonoaldo Neves (dir.), e o CEO da Editora Ferrari, Rodrigo Ferrari (esq.), receberam colaboradores e convidados em um dos endereços mais tradicionais de São Paulo: o Terraço Itália.

Aula particular

NATUREZA INTOCADA P. 38 A repórter Marina Azaredo aproveitou a sombra de uma árvore no fervedouro do Soninho para aprender lições básicas de produção do artesanato com o capim dourado. Guiada pela artesã Adjane Alves França e observada pela pequena Ana Clara, deu pontos com fio de seda de buriti em uma mandala e descobriu que a atividade exige cuidado. Embora flexível, o material é frágil e pode se quebrar facilmente.

Colaboraram neste número

TIME INCANSÁVEL Wagner Machado

Gui Gomes

Jonatan Sarmento

ALERTA PELA VIDA P. 98 SEM MEDO DE EMPREENDER P. 102

PRECIOSIDADES MINEIRAS P. 56 NA CONTRAMÃO P. 112

NA BALANÇA P.34

Escrever sobre incubadoras fez bem ao jornalista, que se sentiu mais otimista com o mundo ao terminar a apuração. “Descobri que os jovens empreendedores estão desenvolvendo em suas startups um capitalismo cada vez mais voltado à criatividade, à cooperação e à sustentabilidade, interferindo positivamente no mercado e no dia a dia da sociedade.” Onde encontrá-lo: facebook.com/wagner.machado

Desde que voltou de Diamantina (MG), o fotógrafo prepara, todo santo dia, um chá de folha de limoeiro. “Aprendi com a moça da copa da Pousada Relíquias do Tempo que o segredo para não amargá-lo é não rasgar nem ferver as folhas”, revela. Por sorte, ele tem um pé de limoeiro na porta de casa, em São Paulo. Onde encontrá-lo: guigomes.com.br

JORNALISTA

FOTÓGRAFO

ILUSTRADOR

“Meus interesses pelo desenho e pela aviação surgiram praticamente juntos, ainda na infância”, lembra Jonatan, que ilustrou informações relativas ao peso dos aviões. “Mas quem diria que a distribuição correta do peso, a limpeza e até mesmo a quantidade de revistas de bordo teriam impacto na performance da aeronave? Fiquei surpreso!” Onde encontrá-lo: jonatansarmento.com

OUTROS COLABORADORES

TE X TO Felipe Mortara, Flávia Ribeiro, Lívia Aguiar, Marcelo Camacho, Mariana Mesquita FOTOS Alexandre Rezende,

André Dib, Anna Carolina Negri, Chema Llanos, Eduardo Zappia, Fernanda Frazão, Leo Eloy, Marcia Tavares ILUSTR AÇÕES Eduardo Asta, Evandro Bertol, Johnny Brito, Marcia Albuquerque 22 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

foi o tempo total que Evandro Bertol levou para produzir as ilustrações para o infográfico do Museu Oscar Niemeyer (CURVAS EM EVIDÊNCIA P. 72). Dessas, 4 horas foram necessárias apenas para fazer o estudo das referências de imagens e plantas e 16 para desenhar o Olho, prédio mais famoso do museu

1821

foi a quantidade de registros que o fotógrafo Gui Gomes fez durante a viagem pelo Caminhos dos Diamantes, na Estrada Real (PRECIOSIDADES MINEIRAS P. 56). Após uma primeira triagem, enviou 456 para o nosso editor de arte, André Graciotti, que selecionou as 24 belas imagens da matéria escrita pela repórter Mônica Reolom ERRATA

Diferentemente do que foi publicado na reportagem Alegria em dose tripla, da Azul Magazine 40, o nome da esposa do piloto Silvio Faccio é Fabiana Ventura.

Fotos: Arquivo Pessoal; Fernanda Frazão; Leo Eloy; Rodrigo Zorzi

20 horas


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Universo Azul AS PESSOAS QUE VOAM COM A GENTE

Foto: Divulgação Azul

p.26 Os novos voos para Orlando a partir da capital pernambucana

p.30

p.34

O Tripulante que é vocalista de uma banda de heavy metal

Quanto pesam um avião e os produtos que ele transporta


News

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AS PRINCIPAIS NOVIDADES DA AZUL E SEUS PARCEIROS

Aos 90 anos, Clóris de Barros Moutinho — ou Coly, como é conhecida —, subiu pela primeira vez a bordo de um avião da Azul. Após a viagem entre a mineira Juiz de Fora e Campinas, ela escreveu uma carta à mão para a companhia falando sobre a excelente experiência vivida. Diante da mensagem carinhosa, a Azul resolveu presenteá-la com uma homenagem. Pouco antes de seu segundo voo com a empresa, a área de embarque do aeroporto de Viracopos

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virou palco de uma encenação especial, em que atores representaram os principais momentos da vida de Coly. Emocionada, ela agradeceu a surpresa e reiterou sua paixão pela companhia. “A homenagem a Clóris representa o carinho da Azul com todos os viajantes que embarcam em nossas aeronaves. Ficamos muito felizes em realizar sonhos”, diz Claudia Fernandes, diretora de Marketing e Comunicação da empresa.

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Fotos: Carla Formanek; Divulgação Azul

Com emoção


Ações de Norte a Sul do Brasil Com uma cultura de valorização das pessoas, a Azul trabalha ao lado de organizações cujos projetos auxiliam brasileiros de todo o País. Mais de 25 mil pessoas já foram beneficiadas pela área de Responsabilidade Social Empresarial da companhia em parceria com a ONG Operação Sorriso (foto), que oferece cuidados médicos e cirurgias gratuitas a crianças com lábio leporino, e a Associação Vaga Lume, que promove o acesso à leitura em comunidades da Amazônia Legal. A Azul transportou mais de 300 profissionais da saúde e seis toneladas de equipamentos médicos em quatro missões da Operação Sorriso, em Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Santarém (PA) e Mossoró (RN). Desde o início da parceria, 752 pacientes foram atendidos e 379 passaram por cirurgia. Já a ONG Vaga Lume fez, desde 2012, 62 expedições com o apoio da Azul, que levou mais de 270 mediadores de leitura e educadores a 23 cidades da região amazônica.

DESTAQUE

Pôster Flórida R$ 29,80

A operadora da companhia apresenta mais uma novidade para você. Além dos cruzeiros para o Caribe, com embarque em Orlando e Fort Lauderdale/ Miami, ela oferece agora uma opção pela América do Sul, com saída do Rio de Janeiro. A viagem no Norwegian Sun conta com paradas em Búzios, Ilha Grande, Ilhabela, Punta del Este e Montevidéu. O pacote de nove noites, com refeições e aéreo custa R$ 3.294 por pessoa. Saída no dia 12/2/2017. azulviagens.com.br

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De Recife para os EUA Orlando, na Flórida, será o primeiro destino internacional da Azul com saída a partir de Recife – a estreia da rota está prevista para o dia 7 de dezembro. O voo, exclusivo da companhia, será operado às quartasfeiras e aos domingos e terá como principal diferencial a conectividade. “Recife está ligada a todas as capitais e a diversas cidades do interior do Nordeste por meio de nossos voos, o que nos permitirá conectar toda uma região aos Estados Unidos”, celebra Antonoaldo Neves, presidente da empresa. As viagens serão realizadas com aviões Airbus A330, que estabelecem um padrão único em termos de tecnologia e conforto.

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S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E

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Cartão Postal

Praia do Espelho BA // BRASIL

Acordei às 4h30 para apreciar o famoso nascer do sol do Espelho e fiquei encantado. As luzes eram divinas, pareciam dançar sobre as águas, enquanto a areia refletia um dourado profundo. A natureza grandiosa do lugar tem o poder de transformar uma rústica ponte à beira da praia em uma cena inesquecível.

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Marcos Silveira

ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

// OS MELHORES REGISTROS DOS CLIENTES AZUL


Viajou e tirou uma foto incrível? Envie para nós (em alta resolução) pelo e-mail cartaopostal@editoraferrari.com.br que ela poderá ser publicada nesta seção. E você ainda ganha 500 pontos no programa de vantagens TudoAzul

Fernando de Noronha PE // BRASIL Antes de colocar o pé na areia da Praia do Sancho, um mirante nos presenteia com esta vista grandiosa. Impossível não registrála para guardar as cores dessa emoção!

Grazielly Lopes PROFESSORA

Colonia del Sacramento URUGUAI

A 2h30 de ônibus de Montevidéu, a cidadezinha de colonização portuguesa tem um céu azul inacreditável! Uma dica é alugar uma bicicleta para conhecer suas ruas e sua charmosa orla.

Londres

Fotos: Arquivo pessoal

INGLATERRA

A Albert Bridge é a minha ponte favorita dentre as 33 da capital inglesa. Adorei correr na orla do Tâmisa, ao lado do Parque de Battersea, durante o verão. Não resisti e fiz esta foto.

Marina Pucci PUBLICITÁRIA

Rodrigo Peixoto FOTÓGRAFO

S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 29


Gente Azul

Talento para o palco

Conheça Júlio Federici, 34 anos, o aplicado analista de planejamento da Azul que também é o enérgico vocalista da banda de heavy metal King of Bones

Como você entrou para o universo da música? Minha família é muito ligada à música. Desde pequeno eu vi meu pai cantar e ele me passou muitas dicas importantes. Também fiz aulas de canto lírico durante quatro anos, quando eu era adolescente, e, mais tarde, de técnicas vocais para aprender as especificidades do rock.

Como surgiu sua banda, a King of Bones? Ela começou oficialmente em 2012, ano em que lançamos nosso primeiro álbum. De lá para cá já fizemos turnê por todo o Brasil. Aliás, nossa primeira apresentação foi inesquecível. Foi em Porto Alegre, os ingressos estavam esgotados, e nós não conseguíamos embarcar porque o aeroporto de lá estava fechado. Quando o voo finalmente saiu estávamos em cima da hora. Resultado: chegamos e fomos direto para o local do show. Nem deu tempo de sentir o nervosismo. E a recepção do público foi incrível.

E sua paixão pela aviação vem de onde? Eu sempre gostei de aeroporto, do clima de viagem, das pessoas se despedindo e recepcionando amigos e parentes. Quando criança costumava pedir aos meus pais para me levarem ao aeroporto para poder ver todo esse movimento.

Aqui, Júlio Federici na Azul; acima, o músico (segundo da esq. para a dir.) com os integrantes da banda King of Bones

30

A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Meus colegas da Azul dificilmente acreditam que aquela pessoa em cima do palco sou eu. Porque, no escritório, sou profissional, contido e determinado. Já num show assumo um personagem, com características agressivas, próprias do estilo heavy metal. Eu gosto de aliar essas duas “personalidades”, acredito que todos podem desenvolver várias habilidades, ainda que bem diferentes. Bruce Dickinson [vocalista do Iron Maiden], por exemplo, meu maior ídolo, é também piloto de avião.

Quais os próximos projetos da banda? Já gravamos nosso segundo disco, Don’t Mess With the King, agora em fase de lançamento. Este mês damos início à segunda turnê brasileira e no mês que vem começamos a viajar pela América Latina.

Fotos: Renan Facciolo; Arquivo Pessoal

Como é conciliar um trabalho formal, no escritório, com a rotina de um cantor de heavy metal?



Enquete

TRIPULANTES E CLIENTES AZUL RESPONDEM:

QUAL FOI O DESTINO DE SUA

Retratos: Marcia Tavares e arquivo pessoal Fotos: Tupungato/Shutterstock.com; fotomak/Shutterstock.com; Victor Affaro, Julia Rodrigues; Divulgação

lua de mel

Paris

Escolhemos a cidade porque ela é super-romântica. Sua arquitetura, seus restaurantes... Um dos locais de que mais gostamos foi o bairro Montmartre, onde fica a Basílica de Sacré Couer, com uma vista muito bonita da capital francesa.

Decidimos ir para a capital francesa nessa que foi a primeira viagem internacional de minha mulher. O que mais me impressionou foi o transporte público, supereficiente. Há uma entrada de metrô em cada esquina. É muita organização e praticidade.

Daiani e Edison Parente

Rogério Iantorno

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PILOTO DA AZUL


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Miami

Kenji Ribeiro ADMINISTRADOR

Eu me casei em Cancún, no México, e na sequência fui com minha mulher para Miami. A cidade da Flórida é um lugar para o casal ir a festas e aproveitar os restaurantes. Gostamos muito do Gulfstream Park, um centro comercial com bares, cassinos e lojas.

Roseane Oliveira

ANALISTA DE SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE

Punta del Este

Apesar de eu ser de Maceió, amo o frio e só viajo para lugares com temperaturas amenas. Então escolhemos viajar por Argentina, Uruguai e Chile. E amamos! Minhas cidades preferidas foram Punta del Este (foto) e Colonia del Sacramento, no Uruguai, pelo ambiente, pela história e pelo romantismo.

Caldas Novas

Nossa lua de mel foi um presente. Ou seja, não escolhemos o destino. Mas foi perfeito porque nos apaixonamos pelo Rio Quente Resort (foto), na cidade goiana. Tudo ali é maravilhoso: a água quentinha, a estrutura do hotel e as atividades que ele oferece.

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Almanaque

Na balança José Jacques Cardeal de Godoy Jr., comandante e gerente de Qualidade & Flight Standards da Azul, dá números curiosos sobre o peso de componentes de um avião e produtos indispensáveis para um bom voo

16.153 litros é a capacidade do tanque de um Embraer 195 — isso corresponde a pouco mais de 293 vezes o tanque de um carro popular. Antes de cada decolagem a aeronave é abastecida com a quantidade de combustível necessária para chegar ao destino, ir a um aeroporto alternativo, além de eventuais esperas ou desvios na rota

Para um voo entre Campinas e Porto Alegre (duração de 1h40), por exemplo, o avião é abastecido com 7.473 litros. A viagem entre os destinos consome 3.742 — pouco mais da metade do combustível. O restantante destina-se a um eventual pouso em aeroporto alternativo, esperas ou desvios na rota

Um Embraer 195 vazio tem peso médio de 29,3 toneladas. Quando totalmente ocupado, ele salta para 52,3 toneladas — apenas a metade do peso de uma baleia-azul, o maior animal do planeta

As bagagens de um Embraer 195 lotado somam, em média, 1,8 tonelada. Esta estimativa é válida para todas as épocas do ano, seja no verão, seja no inverno

34 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Este exemplar da Azul Magazine que você está lendo tem 146 páginas e pesa 295 gramas. A revista de bordo está disponível em todas as rotas da companhia

Ilustração: Jonatan Sarmento

Em um voo doméstico lotado os passageiros pesam 8,8 toneladas — mais do que o maior mamífero terrestre, o elefante africano, que pode chegar a 7 toneladas


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Destinos AS MELHORES VIAGENS NO BRASIL E NO MUNDO

Foto: Gui Gomes

p.38 A natureza intocada do Jalapão, no Leste do Tocantins

p.56 Cultura, história e sabores incríveis pela Estrada Real

p.68 Um passeio pelo habitat do micoleão-dourado


Jalapão

CERRADO

PURO A REGIÃO DO JALAPÃO, NO TOCANTINS, GUARDA PAISAGENS ESPETACULARES QUE MISTURAM RIOS, CACHOEIRAS, MONTANHAS, DUNAS E UM CÉU DE UM AZUL IMPRESSIONANTE. PARA PERCORRER ESTE CENÁRIO AINDA INTACTO É PRECISO DISPOSIÇÃO PARA ENFRENTAR SUAS ESTRADAS ARENOSAS

38 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

P O R MARINA AZAREDO F OTO S FERNANDA FRAZÃO


H

á quem diga que é verde-esmeralda, outros chamam de verde-azulado e os mais básicos apelam para adjetivos como límpida e cristalina. A verdade

é que enquanto não inventarem a expressão verde-cachoeira-do-Formiga não será possível definir com precisão a cor desta quedad’água, uma das principais atrações do Jalapão, no Leste do Tocantins, próximo das divisas com a Bahia, o Piauí e o Maranhão. O melhor mergulho da região é no seu poço de três metros de profundidade com temperatura surpreendentemente agradável — pode esquecer aquele tradicional banho geladíssimo de cachoeira.

O banho de água fria, no entanto, fica por nossa conta: chegar à Cachoeira do Formiga não é muito fácil. A empreitada requer disposição para enfrentar horas a fio em estradas arenosas que mais parecem a de um rali. Veículos 4x4 são imprescindíveis para desbravar os tortuosos caminhos e a companhia de um guia local evita erros ao longo dos 34 mil quilômetros quadrados da área ecológica que abriga oito municípios — a título de comparação, o Estado de Sergipe tem 22 mil quilômetros quadrados. Por isso, fazer a viagem por conta própria só é recomendável para os aventureiros mais experientes. Se este não é o seu caso, a dica é procurar uma das empresas que fazem expedições ali. A pioneira Korubo oferece dois roteiros que contemplam

atrações ao redor das cidades de Mateiros e Ponte Alta do Tocantins, com hospedagem em um superconfortável acampamento permanente. O itinerário mais curto tem duração de cinco noites, sendo duas em Palmas, a 180 km do Jalapão e onde fica o aeroporto mais próximo. O primeiro dia, assim como o último, é passado quase que todo no carro, com paradas estratégicas para banhos refrescantes. Na ida, a chegada a Ponte Alta do Tocantins, última cidade servida por asfalto e uma das portas de entrada da reserva, indica o verdadeiro início da expedição, que exige dos forasteiros certa energia para se acostumar com o chacoalhar do veículo avançando pelas estradas de terra em meio à paisagem do Cerrado.

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Jalapão

Cachoeira do Formiga, que proporciona o melhor mergulho do Jalapão

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A primeira atração fica no meio do caminho entre o município e o acampamento, separados por 120 km. É o Cânion da Suçuapara, uma fenda de 60 metros de comprimento e 15 de altura onde até cinco anos atrás havia uma cascata com um poço de quatro metros de profundidade — a placa, desatualizada, ainda indica a presença da cachoeira. Embora a água já não seja abundante como outrora, no local em que a fenda se estreita ainda escorre uma ducha perfeita para aplacar o calor que facilmente ultrapassa os 35 graus. Depois de mais algumas horas no carro, a chegada ao acampamento traz um misto de alívio e regozijo. As 15 tendas para duas pessoas equipadas com camas e banheiro individual (sanitário e pia) são estrategicamente posicionadas em uma área sombreada por cajueiros e mangabeiras às margens do Rio Novo, um dos últimos de água potável do mundo — fique à vontade para encher a sua garrafinha. Em um banheiro coletivo, há potentes duchas à base de aquecimento solar, que garantem o banho quente à tardezinha (no período da seca, de abril a outubro, pode fazer frio à noite). Também há tomadas para recarregar equipamentos eletrônicos ligadas duas vezes ao dia e pequenos leds dentro das barracas, mas não existe energia elétrica, o que assegura o céu estreladíssimo. Celulares, a propósito, não funcionam por lá. Prepare-se para se desconectar. Nos dois dias que se seguem, a programação se concentra nas redondezas, o que não significa estar livre do veículo. Mesmo com distâncias não muito longas, as estradas que ligam as atrações são precárias. E nós agradecemos. Afinal, isso permite que o Jalapão mantenha sua aura de paraíso selvagem. A 68 km, a Cachoeira do Formiga, aquela da cor difícil de se definir, é combinada com o poço do fervedouro do Soninho, uma experiência com um quê de surrealismo. Ali fica a nascente de um rio e, devido à pressão da água que brota do solo, é impossível afundar, por mais que se tente. O fenômeno é conhecido como ressurgência e também acontece em outros pontos do Jalapão. Foi a descoberta dos fervedouros pelos forasteiros, lá em 2001, que deu força ao turismo local.


Em sentido horário, a partir desta foto, amanhecer no Rio Novo; barraca do acampamento; paisagem com a Serra do Espírito Santo ao fundo; e Cânion da Suçuapara

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Jalapão Aqui, prainha do Rio Novo; e, ao lado, Cachoeira da Velha

Terra que reluz

Se no primeiro dia come-se muita poeira, o segundo é mais tranquilo, com atividades no próprio acampamento ou bem perto dele. Uma trilha fácil de seis quilômetros leva o grupo para contemplar o nascer do sol e observar a fauna e a flora típicas do Cerrado. Em um caminho margeado por chuveirinhos, pequizeiros e mangabeiras, os pica-paus quebram o silêncio das primeiras horas do dia abrindo cavidades nos troncos das árvores. Com o subir do sol e a redução do vento, que sopra forte pela manhã e nesta época do ano pode chegar a 70 km/h, o calor aumenta e todos só querem cair na água. A canoagem pelo Rio Novo costuma ser a atividade mais concorrida, mas este ano foi proibida nos meses de agosto e setembro pelo Naturatins, órgão ambiental estadual, devido ao período de reprodução do pato-mergulhão. Em extinção, o animal soma apenas 250 indivíduos no Brasil, e 14 deles vivem naquelas águas. A alternativa encontrada para substituí-la, no entanto, é igualmente refrescante: vestindo coletes salva-vidas, os turistas sobem a pé 600 metros pela margem do rio e se jogam nele para ter a deliciosa sensação de serem levados de volta pela leve correnteza. Após algum tempo para almoçar e curtir o redário do acampamento, é hora de colocar o pé na estrada novamente,

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agora rumo ao cenário mais fotografado dali: a Duna do Jalapão. O trajeto é curto, de apenas 18 km, e o visual é deslumbrante. De um certo ponto, observam-se o Morro do Fumo, o Morro da Bigorna, a Serra do Meio, o Morro Saca Trapo e a imponente Serra do Espírito Santo, com seus 34 km de extensão. É da erosão de uma das faces dessa serra, a propósito, que se formou a imensa duna, perfeita para se contemplar o espetáculo do pôr do sol, quando o céu exibe um impressionante degradê que vai do azul ao rosa, passando pelo amarelo e pelo laranja. Para aplacar a tristeza do último dia da expedição, quando se inicia o caminho de volta para Palmas, ainda há duas atrações de tirar o fôlego. Com ares intocados e águas tranquilas, a prainha do Rio Novo é o último ponto para banho. Já na Cachoeira da Velha, o mergulho não é permitido devido à força das águas, mas o panorama compensa: em forma de ferradura, ela conta com duas quedas que merecem os derradeiros — e talvez os mais belos — cliques da viagem. Os destemidos ainda podem se aproximar de uma das quedas pelas pedras e sentir pela última vez o frescor das águas do Rio Novo. A sensação de ficar inteiramente molhado apenas pelo respingar da potente cachoeira é inesquecível. E faz ter certeza de que os 900 km percorridos nas sacolejantes estradas do Jalapão valeram muito a pena.


Uma das estradas da regiĂŁo, com o Morro Saca Trapo ao fundo

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PĂ´r do sol contemplado do alto da Duna do JalapĂŁo

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Jalapão

SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA É difícil passar pelo Jalapão sem ouvir falar do Seu Abelo. Morador mais velho e um dos fundadores da comunidade quilombola do Rio Novo, Abelino Pereira Lobato diz ter 105 anos, mas os familiares garantem que já soma 107. O que se sabe é que ele nasceu por volta de 1911 na região de Santa Rita de Cássia, na Bahia, a 300 km dali, e partiu a pé em direção às terras onde hoje fica o Estado do Tocantins quando era “jovem e solteirão”. Depois de algumas paradas pelo

caminho, conheceu Maria da Conceição Batista, hoje com mais ou menos 85 anos, e ficou na região do Jalapão. Os dois se casaram e tiveram 11 filhos e tantos netos e bisnetos que já perderam a conta. “Parece até cupim”, ele brinca. Mas um bisneto afirma que na última contagem, em 2015, eram 57. Sem nenhum hospital por perto — o posto de saúde mais próximo fica a 120 km, em Ponte Alta —, eles não pensam em sair dali. “Aqui a gente tem muita água”, justifica Abelo.

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Jalapão Aqui, a artesã Adelice Siqueira; ao lado, hastes de capim santo e vasos feitos com a matéria-prima

COM SELO DE QUALIDADE PRINCIPAIS SUVENIRES DA REGIÃO, BRINCOS, BOLSAS E MANDALAS DE CAPIM DOURADO SÃO FEITOS POR ARTESÃOS QUE LUTAM PARA PROFISSIONALIZAR A ATIVIDADE E TORNÁ-LA MAIS LUCRATIVA O capim dourado é onipresente no Jalapão. Em setembro e outubro, brilha nos campos e veredas, pronto para ser colhido. No ano todo, reluz em forma de artesanato em diversas lojinhas. São brincos, pulseiras, bolsas, mandalas, sousplat, vasos, tiaras e mais uma infinidade de objetos produzidos com essa espécie de sempre-viva que cresce exclusivamente nas terras do Leste do Tocantins. O início da manipulação artística da planta é incerta. Diz-se que começou com os indígenas em algum momento da história que ninguém sabe bem qual é e chegou ao Jalapão levado por um grupo do Piauí que fugia da seca. O fato é que a popularização se deu por meio de Dona Miúda, moradora do povoado de Mumbuca, que morreu em 2012, não sem antes passar seus conhecimentos a familiares e vizinhos.

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Apesar de reconhecido como um dos tesouros locais — em 2011, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial criou o Selo de Origem do Jalapão, legitimando a região como centro produtor do artesanato com capim dourado —, algumas entidades ainda brigam para que a atividade seja mais lucrativa. A Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros, por exemplo, passou recentemente por um processo de profissionalização supervisionado pelo Sebrae e pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), parte do projeto Mulheres do Tocantins. Entre as medidas implantadas estão a criação de uma página no Facebook, a instalação de um sistema de código de barras e o começo das operações com máquinas de cartões de crédito e débito. Desde a introdução das novidades, as vendas cresceram 40%. “Temos até uma lista de espera por alguns produtos”, revela Adelice Siqueira, presidente da entidade. Mas não é difícil encontrar também empreendedoras individuais nas andanças pelo Jalapão. É o caso de Adjane Alves França, de 29 anos, que instalou sua banquinha na entrada do fervedouro do Soninho depois que o marido conseguiu emprego como caseiro da propriedade, há cinco anos. “Aqui todo mundo sabe fazer artesanato com capim dourado. Eu aprendi observando as outras pessoas”, conta ela, que começou com peças pequenas e este ano passou a produzir itens mais elaborados, como as mandalas, que custam R$ 80. “O pessoal gosta tanto delas que ainda não consegui ficar com nenhuma para mim”, orgulha-se.



Jalapão

COMO IR A Azul leva você a Palmas, a 180 km do Jalapão. Há voos diretos a partir de Goiânia, com conexões para diversas cidades brasileiras.

Brasil

Foto: Raphael Oliver/Makeup

Mais informações: 4003 1118 / voeazul.com.br

MA ONDE FICAR Palmas

MT

PI Jalapão

TO

BA

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MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA 1 Além dos sempre úteis repelente e protetor solar, lanterna é um item imprescindível para quem participa da expedição, tanto para procurar roupas e acessórios nas malas — o led das tendas é bastante fraco —, como para se movimentar pelo acampamento depois que o sol se põe. A do celular ajuda, mas o ideal é ter uma luz mais potente. 2 Quem costuma sofrer de enjoos deve levar medicamentos para preveni-los. Não é raro sentir um certo desconforto devido ao balanço dos veículos nas estradas arenosas, principalmente porque muitas vezes os trajetos são feitos logo após as refeições.

Hotel Girassol Plaza (foto)

Inaugurada no início dos anos 1990, quando Palmas ainda era uma capital recém-fundada, é uma das opções de hospedagem mais tradicionais da cidade. A suíte máster possui três ambientes independentes e conta com enxoval 200 fios, ar-condicionado e cama box superking.

101 Norte, R. NS A, Conj. 2, Lote 4, Palmas 63 3212 0202 / hotelgirassolplaza.com.br

103 Sul, Conj. 3, Lote 39, Palmas 63 3219 4500 / pousadadosgirassois.com.br

ONDE COMER

Adelaide Bistrô

Mercatto Empório Gourmet

Apesar da fachada discreta, parecendo uma residência, o restaurante é um dos mais badalados da capital. Em uma área externa, com mesas no entorno da piscina, serve receitas como o risoto de pequi com espumante (R$ 67). Vá sem pressa, pois o único garçom da casa tem de se desdobrar para atender a todos.

Com ambiente agradável ao ar livre, o restaurante ganha ares de bar à noite. Oferece boas opções de petiscos e pratos mais elaborados para compartilhar, como o arroz com camarões flambados e o talharim ao molho branco e camarões — ambos custam R$ 99.

404 Sul, Alameda 3, Lote 6/8, QR 3, Palmas 63 99214 0792

204 Sul, Alameda 9, Palmas 63 3224 3520

QUEM LEVA

A Korubo organiza dois roteiros pelo Jalapão, concentrados ao redor de Mateiros e de Ponte Alta do Tocantins. O mais curto dura cinco noites, sendo duas delas em Palmas, e inclui passeios para o Cânion do Suçuapara, as cachoeira da Velha e do Formiga, a praia do Rio Novo, o fervedouro do Soninho, a duna, as artesãs de Mateiros e programação no acampamento, além de pensão completa. O mais longo tem uma noite a mais e sua principal atração extra é a trilha do Mirante da Serra, que proporciona uma vista panorâmica da região.

11 4063 1502 / safarinojalapao.com.br

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Pousada dos Girassóis

Considerado o primeiro quatro estrelas do Tocantins, fica no centro de Palmas e conta com piscina, sala de ginástica, internet gratuita e um bom restaurante, além de suítes especiais equipadas com sala de estar e banheira de hidromassagem. O café da manhã tem especialidades regionais preparadas na hora.


Um mundo melhor está em obra.

E a Tigre acredita que saneamento deve ser acessível a todos. Nós da Tigr e estamos tr abalhando par a que cada vez mais pessoas tenham acesso a água e esgoto tratados e sistema de coleta em casa. Em todos os países onde atua, a Tigre oferece soluções para a universalização do saneamento com o compromisso de melhorar o ambiente onde as pessoas vivem. Um mundo melhor está em obra. E, no que depender da gente, esta obra não fica um dia parada.

t i g r e . c o m . b r

É TIGRE pra toda obra.



Grande Angular

GIGANTE DO RIO

PARA ACABAR COM A CAPTURA DESCONTROLADA DO PIRARUCU AMAZÔNICO, FONTE DE SUSTENTO DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MÉDIO SOLIMÕES, O INSTITUTO MAMIRAUÁ CRIOU UM PROGRAMA DE MANEJO QUE PERMITE A PESCA LIMITADA DO ANIMAL, PARA ALIMENTAÇÃO E INCREMENTO DE RENDA. EM 2014 O FOTÓGRAFO ANDRÉ DIB ACOMPANHOU E REGISTROU A ATIVIDADE, UMA DAS GRANDES REPRESENTAÇÕES CULTURAIS DO POVO DA FLORESTA


Grande Angular Ribeirinhos viram a noite em suas canoas na época em que a pesca é permitida — cerca de dez dias do mês de novembro. O pirarucu, que chega a três metros de comprimento, é capturado com arpões

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As mulheres também pescam e levam seus filhos na atividade. A contagem dos peixes ao final é uma exigência do instituto e os animais devem ser divididos entre as famílias da comunidade

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Grande Angular

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Além do pirarucu, outras espécies habitam os rios amazônicos e servem de alimento para os locais, como as piranhas, pescadas pelo menino

A Azul leva você para a Amazônia. Confira todas as opções de voos em voeazul.com.br S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 55



PRECIOSIDADES MONTANHAS MAJESTOSAS, HERANÇA COLONIAL E UMA RICA GASTRONOMIA SÃO OS ATRATIVOS ENCONTRADOS AO LONGO DO CAMINHO DOS DIAMANTES, UM DOS TRAJETOS DA ESTRADA REAL. SIGA O MAPA, EXPLORE A REGIÃO E SURPREENDA-SE COM A SIMPATIA E O BOM PAPO DE SEUS MORADORES P O R MÔNICA REOLOM F OTO S GUI GOMES

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o século 18, ao avistar o Pico do Itambé, os garimpeiros sabiam que estavam chegando a uma região abundante em pedras preciosas. Ponto mais alto da Serra do Espinhaço, cujos mil quilômetros de extensão vão do centro de Minas Gerais até a Bahia, o pico de 2 mil metros servia como referência a exploradores, escravos e bandeirantes que rumavam ao Arraial do Tijuco — embrião da cidade mineira de Diamantina. Até hoje o “teto do sertão”, como ficou conhecido, funciona como guia no trecho final do Caminho dos Diamantes, uma das rotas da Estrada Real. Com 1630 quilômetros que perpassam 199 municípios de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, a Estrada Real

foi o trajeto oficial, determinado pela Coroa portuguesa no século 17, para trânsito de ouro e diamantes. Recentemente transformada na maior rota turística do Brasil, ela possibilita diversos trajetos, sendo um deles o dos Diamantes — traçado à época com o intuito de conectar a capital Vila Rica (atual Ouro Preto) a Arraial do Tijuco. Apesar de não esbanjar mais ouro nem brilhantes, esse caminho guarda atualmente outros tipos de preciosidades, como uma culinária passada de geração para geração, festividades que lembram o Brasil Colônia, natureza surpreendente e personagens que acabaram se transformando em entidades culturais de seus locais de nascimento. Acompanhado pelo Pico do Itambé, sempre no horizonte, percorra a seguir parte desse itinerário, de Diamantina até Conceição do Mato Dentro.


Estrada Real

SEM PERDER A MAJESTADE Dos diamantes nasceu a cidade. Depois de adulta ela continuou fazendo fama não pelas pedras brilhantes, que escassearam, mas pelos filhos ilustres: o ex-presidente Juscelino Kubitschek e a escrava Xica da Silva. Hoje, quase tricentenária, canta suas glórias em um dos mais autênticos espetáculos musicais ao ar livre do País: a Vesperata. Pois a mineira Diamantina conservou muito bem sua opulência. No século 18, quando era um local estratégico para a Coroa portuguesa pela abundância de diamantes, elite colonial e grande população escrava ali conviveram. Entrar e sair da cidade exigia uma autorização da realeza para que ninguém explorasse a mineração sem uma licença. As mesmas ruas de pedra em que outrora circularam comerciantes de pedras preciosas recebem agora turistas em busca de história e cultura, ávidos por adentrar nos preservados casarões transformados em pousadas, restaurantes e museus. Um deles tornou-se cartão-postal do lugar. A Casa da Glória — antigo orfanato e educandário de meninas, onde a irmã de JK estudou — compreende, na verdade, dois imóveis interligados por um passadiço, inspirado na Ponte dos Suspiros de Veneza. De madeira pintada de azul e branco, a passagem foi o símbolo da campanha de Diamantina ao posto de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco, título conquistado em 1999. Outro patrimônio (não oficial) e motivo de orgulho do município é o próprio JK. Na casa em que ele morou com a mãe e com a

Uma das ruas com calçamento de pedra da histórica Diamantina

CAMINHO DOS DIAMANTES 14 km até Biribiri


Nobreza efêmera

Aqui, o Passadiço da Glória; acima, noite de Vesperata

Belmiro Nascimento tirou a sorte grande. Quando jovem, encontrou com o pai um diamante azul de cinco quilates — que valeria hoje US$ 5 milhões, assegura ele. “Fomos parar do outro lado do mundo. Vivi uma vida de rei. Mas junta meus 18 anos com uma fortuna no bolso e nada na cabeça. Acabou o dinheiro”, lamenta. Ele teve então de voltar à atividade na qual sua família trabalha há mais de 200 anos, o garimpo. Diariamente, passa horas no terreno conhecido como Garimpo Real, a 9 km de Diamantina, em busca da pedra mais valiosa de todas, e também recebe turistas para explicar a prática. Se o visitante encontrar um diamante durante o passeio, ele garante que pode levar para casa. Ninguém ainda teve essa sorte.

GARIMPO REAL

BR-367 p/ Belo Horizonte, km 10. Visitas agendadas 38 3531 1557

irmã após a morte do pai, o visitante encontra até a receita do seu prato preferido, o Xico Angu, que leva frango, quiabo e fubá. No porão fica o Bar do Nonô, seu apelido, com uma deliciosa oferta de comidinhas. A ida ao local é mais gostosa nas noites de sexta-feira, quando os jovens se reúnem para se divertir ao som de música ao vivo — no repertório, sem erro, estará a canção folclórica Peixe Vivo, a favorita do ex-presidente. Ali perto, uma casa branca de janelas e sacadas verdes foi residência de Xica da Silva, escrava alforriada que se casou com um dos homens mais ricos do século 18, o comerciante de diamantes João Fernandes de Oliveira. Estão lá episódios controversos (e não comprovados) de sua vida, como o que diz que ela mandava arrancar os dentes das escravas que conviviam com seu marido, por ciúme. Fábulas, aliás, não faltam nessa histórica cidade mineira, assombrada por exorcismo, espíritos, noivas que vagueiam após a meia-noite e bolas de fogo. Uma forma original de conhecê-la é à noite, no tour das lendas, roteiro que passa

pelos pontos turísticos desertos para revelar os mistérios que permeiam o lugar, com direito a arrepio na espinha em vários momentos. A época que Diamantina mais gosta de receber visitantes é de abril a outubro, período sem chuvas em que ela pode se exibir sem imprevistos durante a Vesperata. Em ao menos dois fins de semana de cada mês, músicos transformam as janelas dos casarões da Rua da Quitanda em palco, enquanto o público permanece na via. O maestro, por sua vez, faz a regência em meio à multidão. É uma curiosa e encantadora serenata invertida, com repertório surpreendente, que vai de Almir Sater a Raça Negra. Embora possa ser assistido de graça, de pé, vale comprar uma mesa para apreciar o espetáculo com mais conforto (R$ 160 para quatro pessoas). JK já dizia: "a serenata em Diamantina é mais bela que uma noite de trovadores em Nápoles. A cidade toda canta, despreocupada, diluindo na beleza dos sons as angústias comuns da vida”. É mesmo para esquecer os problemas e aproveitar as incríveis experiências oferecidas por essa nobre cidade.


Estrada Real

Cachoeira da Sentinela, com águas transparentes e rica vegetação do cerrado ao seu redor

EXUBERÂNCIA MILENAR Os 17 mil hectares do Parque Estadual do Biribiri, a 14 km de Diamantina, reservam ao turista um passeio regado a história. Nos paredões de pedra estão preservadas pinturas rupestres de 7 mil anos atrás. Já a formação geológica da região, com 2,5 bilhões de anos, favoreceu o surgimento de cachoeiras cristalinas, cercadas pela vegetação do cerrado. O melhor exemplo é a da Sentinela, perfeita para banho. Ali também é possível percorrer (somente a pé) um caminho de pedras que fazia a ligação entre a atual Diamantina e o distrito de Mendanha. Com 20 km no total, o trajeto foi construído por escravos no século 18. Mas a maior surpresa está incrustada no meio do parque: um pequeno vilarejo formado por 30 casas brancas com portas e janelas azuis. A Vila de Biribiri tem ainda uma igreja, uma pousada e as instalações de uma antiga fábrica de tecidos, fundada em 1877 e cujas atividades foram encerradas em 1973. Depois de se refrescar na cachoeira, o lugar é perfeito para almoçar e curtir o visual.

Marca registrada

Aos sete anos, Raimundo Geraldo Souza teve de amputar o braço direito. Após quebrar o pulso e ficar sem atendimento médico por três dias, não houve jeito de salvar o membro. A falta dessa parte do corpo tornou-se sua marca registrada, enaltecida em seu negócio: instalado na Vila de Biribiri, o restaurante do Raimundo Sem Braço é reconhecido em toda a região pelo incomparável frango ao molho pardo (R$ 102 o frango inteiro; R$ 60 a metade). “Faço tudo. Dirijo, cozinho. Até couve eu consigo cortar”, diz ele, divertindose. O delicioso carro-chefe da casa pode vir acompanhado de um copo de cachaça curtida em ingredientes tão distintos quanto chuchu, nozmoscada, pequi e até doce de leite.

RAIMUNDO SEM BRAÇO

Vila de Biribiri 38 99997 4828

55 km até Milho Verde


Estrada Real

UM CONVITE AO DESCANSO Construída de madeira e barro e emoldurada por uma cadeia de montanhas, a capela de Nossa Senhora do Rosário é o principal símbolo local. Em suas pacatas ruas de terra, meninos se divertem jogando bola entre galinhas soltas. E por onde quer que se vá, um incrível aroma de café parece impregnar as paredes das casas de época. Eis o clima de Milho Verde, pequeno distrito de Serro que proporciona, invariavelmente, deliciosos momentos de contemplação. As paisagens do entorno adicionam charme à pequena vila, que tem entre seus atrativos cachoeiras como a do

Carijó, dona de um dos poços mais frequentados pelos moradores da região, e a do Moinho, cujo rio que a alimenta teve, no passado, um moinho para transformar o milho em fubá. Mas não foi o ingrediente gastronômico que deu origem a seu nome. Curiosamente, o português que fundou o povoado, em 1711, chamava-se Manoel Rodrigues Milho Verde, e nada mais natural que ganhar a homenagem. Para se chegar ali a partir de Diamantina, trilhas atravessam uma antiga e belíssima ponte sobre o Rio Jequitinhonha. Sua nascente, bem próxima, pede uma parada para fotos.

Quitutes para o mundo A plaquinha na porta da casa, próxima à capela do Rosário, entrega o "abrigo" de Geralda Francisca dos Santos, de 73 anos, a cozinheira mais famosa da região. Seu instrumento de trabalho é o forno de barro em forma de iglu, de onde saem diariamente pães de queijo e de abóbora, rosquinhas de nata e de canela com coco e outras guloseimas tipicamente mineiras. Neta de escravos, ela aprendeu a cozinhar aos 11 anos e tem orgulho de contar que os gringos que por ali passam encomendam seus quitutes (R$ 18 o quilo) para levar “para tudo que é canto”. Geralda recebe os visitantes na varanda da sua casa, onde a grande circulação de gente — sua mãe, de 93 anos, além de filhos, netos e bisnetos — dá aquele clima de lar do interior.

QUITANDAS CASEIRAS

Trav. dos Catopês, 29, Milho Verde 38 98814 3206

Ponte sobre o Rio Jequitinhonha, no trajeto entre Diamantina e Milho Verde

25 km até Serro


Estrada Real

Ao fundo, a Igreja de Santa Rita, símbolo da cidade de Serro

PATRIMÔNIO DUPLO A visão que o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire teve da então Vila do Príncipe em 1817 não mudou. Quem chega ao município mais tarde batizado de Serro, a 90 km de Diamantina, ainda encontra uma “vila edificada sobre a encosta de um morro alongado”, com “casas dispostas em anfiteatro, jardins que entre elas se veem e igrejas disseminadas formando um conjunto de aspecto muito agradável”. Não à toa, a cidade foi uma das primeiras do País a ter seu acervo urbano-paisagístico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938. Sua região central preserva ares do século 19 com as casinhas brancas e os moradores que caminham no meio

da rua, cientes de sua prevalência sobre os carros. No topo de uma colina, após vencer 57 degraus, chega-se à Igreja de Santa Rita, com uma bela fachada poligonal. É dali que se tem a vista mais bonita da cidade. Além da arquitetura, o queijo do Serro, com mais de 300 anos de história, também é tombado. O modo artesanal de sua produção é patrimônio imaterial do Estado e deve seguir rígidos procedimentos para merecer o selo de qualidade. Tão antigas quanto a iguaria, as tradições folclóricas e religiosas também continuam vivas por ali. Uma das mais famosas, a Festa de Nossa Senhora do Rosário, celebra com danças e bandeiras coloridas a aparição da santa aos escravos negros.

64 km até Conceição do Mato Dentro


Estrada Real

Terroir do Serro

Túlio Madureira é daqueles predestinados: em Portugal, seu sobrenome vem do verbo madurar, que corresponde a maturar no Brasil. Era lá que seus ancestrais faziam queijos, deixando-os descansar (ou amadurecer) por dias antes de consumi-los. Em uma fazenda a 7 km do centro de Serro, Túlio e seu pai, Bento, honram as origens e produzem um dos mais reconhecidos queijos da região. Batizado de Queijo do Gir, em

homenagem à raça do zebu que fornece a matériaprima, o produto é feito com leite cru e matura por 60 dias antes de ser vendido (a partir de R$ 50 a peça). O resultado é tão delicioso que chega a ser quase sagrado. “É preciso cortá-lo bem fininho e deixá-lo derreter na boca igual uma hóstia”, compara Túlio. O mineiro ainda brinca: “Aqui temos ‘tremrruás’, em vez de terroirs”.

FAZENDA RANCHO SANTO ANTÔNIO

Est. Serro-Alvorada, Zona Rural, Serro. Visitas agendadas 38 99823 4207


Estrada Estrada Real Real

MARAVILHA DA ESTRADA REAL LOCAIS Cachoeira do Tabuleiro, a mais alta de Minas Gerais

Foto: Katsuyoshi Tanaka

Conceição do Mato Dentro é o tipo de cidade privilegiada pela natureza. Seus parques abrigam cânions, quedas-d’água e ótimas trilhas para quem busca aventura e belos cenários. Dentro do Parque Municipal Ribeirão do Carmo, por exemplo, fica a Cachoeira do Tabuleiro, a mais alta de Minas Gerais e a terceira no ranking nacional, com 273 metros de altura. Não à toa, é considerada uma das “sete maravilhas” da Estrada Real, ao lado de lugares como a Praça Minas Gerais, no centro de Mariana, e o Parque Nacional da Serra do Cipó. Este, aliás, fica a 60 km de Conceição e também merece a visita, nem que seja para tirar fotos com a estátua do Juquinha, um andarilho que dizia morar nas montanhas e que distribuía flores em troca de roupas e comida. A vista dali é uma das mais privilegiadas de toda a serra mineira.

Buquês e guirlandas de sempre-vivas. A partir de R$ 4

Zelo sem igual

Na casa de Lélia Maria Generoso Evangelista até os panos de chão são lavados, passados e engomados. As toalhas de mesa (106 no total, ela enumera) são todas bordadas à mão. E quem aparecer a qualquer hora do dia encontra mesa posta e farta. Lélia, de 72 anos, atribui esse cuidado com seu lar aos aprendizados passados por sua mãe, que ficou viúva aos 38 anos e, para sustentar os filhos, passou a vender pastel de angu. A receita havia sido aprendida com a escrava que a criou. “Todos os 18 filhos de minha mãe aprenderam as lidas igualmente, não importa se homens ou mulheres”, explica ela, que transformou a receita herdada em um dos tesouros da cidade. A massa, feita de angu (fubá), recebe recheio de carne moída ou queijo colonial (R$ 3). A visita vale tanto pela iguaria quanto pela conversa prazerosa com a simpática senhora.

PASTEL DE ANGU DA D. LÉLIA

R. Raul Soares, 75, Centro, Conceição do Mato Dentro 31 3868 1408

Tapetes Arraiolo feitos à mão. A partir de R$ 385 o metro quadrado

Cerâmicas do Vale do Jequitinhonha. A partir de R$ 18



Estrada Real COMO IR A Azul leva você para Belo Horizonte, um dos hubs da companhia. O Aeroporto de Confins fica a 280 quilômetros de Diamantina.

Mais informações: 4003 1118 / voeazul.com.br

ONDE FICAR

ONDE COMER

Instalada no casarão histórico da família de sua proprietária, Carmen Couto Nascimento, a hospedagem manteve o estilo colonial. O chá da tarde servido aos sábados, à luz de velas, é famoso pelos bolos e chás aromáticos.

A chef mineira Rachel Palhares quis dar um clima retrô ao seu restaurante garimpando itens como televisores e telefones antigos para a decoração. A comida, no entanto, é contemporânea: prove os dadinhos de tapioca, os risotos e o petit gâteau de pão de mel com calda de maracujá.

Pousada Relíquias do Tempo

R. Macau de Baixo, 104, Centro, Diamantina 38 3531 1627 / pousadareliquiasdotempo.com.br

Hotel Tijuco

Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer a pedido de Juscelino Kubitschek, o prédio modernista chega a destoar do estilo barroco da região. Os melhores quartos têm uma linda vista da Serra do Espinhaço e o mobiliário é dos anos 1940 e 1950.

R. Macau do Meio, 211, Centro, Diamantina 38 3531 1022 / hoteltijuco.com.br

Relicário

R. Joaquim Gomes da Costa, 59, Centro, Diamantina. 38 3531 4294

Espaço B

O café e livraria está situado na mais charmosa rua da cidade, o Beco da Tecla, cheia de restaurantes e lojinhas. Oferece pratos simples, saborosos e bem servidos, como o filé-mignon acompanhado de massa ao molho de ervas e cogumelos. Para acompanhar, há cervejas artesanais e vinhos.

Beco da Tecla, 29, Centro, Diamantina. 38 3531 6005

PASSEIOS

Trilhas de Minas

A agência da capital mineira oferece traslado de e para Diamantina, city tours e passeios pela região, além de vender ingressos para a Vesperata.

R. Piauí, 69, Santa Efigênia, Belo Horizonte. 31 3657 1751 / trilhasdeminas.com.br

Diamantina Milho Verde

Serro

OS CAMINHOS Diamantes

Surgiu para conectar Ouro Preto ao principal local de exploração de diamantes, a atual Diamantina. Inclui Serro e Mariana. São 395 km.

Conceição do Mato Dentro

Sabarabuçu

Belo Horizonte Ouro Preto

O itinerário foi feito por exploradores em busca de ouro na Serra da Piedade. Sai de Barão de Cocais e passa por Caeté, Sabará e Glaura. São 160 km.

Velho Primeiro trajeto oficializado pela Coroa portuguesa, liga Ouro Preto e Paraty, passando por Tiradentes, São João del-Rei e Caxambu. São 710 km

Caminho Novo

Paraty

Rio de Janeiro

Após registros de saques no Caminho Velho, este foi aberto como alternativa ao escoamento de ouro e diamantes. Liga Lavras Novas a Rio de Janeiro, passando por Juiz de Fora e Petrópolis. São 515 km institutoestradareal.com.br

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA 1 Alguns trechos da Estrada Real são de terra, como nos arredores dos distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, em Serro. O ideal é viajar com um carro 4x4, para não atolar, e evitar dias chuvosos. 2 Nos eixos principais dos caminhos estão situados marcos para ajudar sobretudo em bifurcações. Além de indicar num mapa onde o visitante está, eles servem como guias. Por exemplo: se o marco estiver fincado à esquerda da via num cruzamento, siga para lá. 3 Não deixe de levar seu passaporte da Estrada Real sempre com você. Criado pelo Instituto Estrada Real, o documento pode ser carimbado em locais autorizados nas cidades dos quatro caminhos. Quem completa a viagem garante um certificado.



OURO DA

MATA ATLÂNTICA

INSTALADA EM SILVA JARDIM, A 110 KM DA CAPITAL RIO DE JANEIRO, A ASSOCIAÇÃO MICO-LEÃO-DOURADO LUTA PELA PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE E PROMOVE VISITAS ÀS ÁREAS EM QUE OS ANIMAIS VIVEM E SE EXIBEM P O R FLÁVIA RIBEIRO F OTO S EDUARDO ZAPPIA


Associação Mico-Leão-Dourado

Aqui, panorâmica da Mata Atlântica da região

E

m fila indiana, o grupo é conduzido por um guia Mata Atlântica adentro. Durante a trilha, ora aberta, ora fechada, desviando de um pouco de lama e de galhos, ele mantém firme a curiosa antena que leva nas mãos. Alguém poderia jurar que se trata de uma versão diminuta das antigas antenas de TV externas, onipresentes nos telhados das casas Brasil afora numa época não muito distante. Mas o aparelho vai além. Ele capta sinais da natureza. Ou melhor, de simpáticos e saudáveis micos-leões-dourados que vivem naquela área preservada do município fluminense de Silva Jardim — a 1h40 da capital Rio de Janeiro — e são monitorados pela Associação Mico-Leão-Dourado. Duas famílias, uma de oito indivíduos e outra de 16, povoam a região, e aparecem sem medo para os visitantes. Quando isso acontece não é raro que se prenda a respiração. Os micos chegam devagar e com o sol batendo em seu pelo cor de ouro é difícil não se emocionar. Poder observar de perto os movimentos rápidos dos animais, que desde 2002

estampam as notas de R$ 20, é uma alegria contagiante. Algo apenas possível graças ao trabalho da entidade, que tirou a espécie endêmica do País da condição de 200 indivíduos, no início dos anos 1970, para 3200, atualmente espalhados por oito municípios do Estado: Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Rio Bonito, Rio das Ostras, Búzios, Cabo Frio, Araruama e Saquarema. O Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado começou na década de 70, com a cooperação entre o Instituto Smithsonian/Zoológico Nacional de Washington, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (atual Ibama) e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (atual INEA), por meio do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro. Em 1974, foi criada a Reserva Biológica de Poço das Antas, hoje casa de 450 indivíduos da espécie. E, em 1992, o trabalho de preservação, proteção e pesquisa passou a ser capitaneado pela Associação Mico-Leão-Dourado. Com exceção dos 450 bichos da reserva, a maioria vive em matas dentro de propriedades privadas, como a que abre suas portas para visitação, em parceria com a entidade — são aceitos grupos de no máximo 20 pessoas por dia, para não estressar os micos.

S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 69


Associação Mico-Leão-Dourado

Carrapeta, fruta que é alimento dos micos

Perfeita para os fãs do ecoturismo, a visita inclui não apenas o encontro com os animaizinhos dourados, mas também explicações sobre seus hábitos. Enquanto se vê um pulando para cá, outro para lá, o guia explica, por exemplo, que eles adoram uma frutinha chamada carrapeta, tradicional da Mata Atlântica, e a apresenta ao grupo. Afinal, não é daquelas encontradas em feiras e mercados. “Não é muito gostosa”, avisa Oberlan Cezar Cabral Junior, há 16 anos no projeto, enquanto mostra outras árvores frutíferas em que a espécie faz a festa, como pixirica e ingá. “Eles não comem banana normalmente, como se imagina, porque a bananeira não é típica deste bioma”, completa Junior. Conhecer a Mata Atlântica também faz parte do passeio. Sua conservação é um dos objetivos da Associação, que realiza um extenso trabalho de restauração florestal, com plantio de mudas nativas e corredores verdes. “Para salvar a espécie nossa meta era ter 2 mil indivíduos em uma área de 25 mil hectares de floresta. Chegamos a 3200, mas esbarramos na questão do espaço: temos entre 12 e 13 mil hectares de matas protegidas e conectadas. É pouco. Por isso, trabalhamos no replantio de áreas privadas, numa relação de confiança com os proprietários", explica Luís Paulo Ferraz, superintendente da Associação. Até mesmo o visitante pode participar da iniciativa e plantar sua muda. Basta combinar com antecedência. Assim ele não se restringe a ser apenas um observador dos micos-leões-dourados, mas também colabora com a manutenção do habitat dos animais.

FIQUE POR DENTRO História

As primeiras referências ao mico-leão-dourado datam de 1519. Mas só em 1766 o Leontopithecus rosalia (seu nome científico) foi efetivamente descrito na biologia, por Carl Linnaeus

Cardápio vasto

A espécie é onívora. Ou seja, come de tudo. De frutas a insetos e pequenos vertebrados, passando por ovos de pássaros e seiva das árvores

Bons companheiros

Os micos se organizam em grupos, normalmente com oito a 12 indivíduos, no máximo 16. E são territorialistas: cada grupo necessita de cerca de 50 hectares para viver

COMO VISITAR

Associação Mico-Leão-Dourado

As visitas são realizadas às segundas-feiras e aos sábados, com agendamento prévio por meio da operadora Compass Brazil. O passeio completo custa R$ 285 e inclui transfer de e para o Rio de Janeiro, guia bilíngue e almoço na Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda dos Cordeiros. A outra opção inclui apenas a visita guiada, com almoço (R$ 200), ou sem (R$ 150). Parte dos valores é destinada aos projetos de conversação da Mata Atlântica e do mico-leão-dourado.

Brasil

ES

MG RJ Silva Jardim

Rio de Janeiro

22 2778 2025 / micoleao.org.br Reservas pelo e-mail ecoturismo@micoleao.org.br

COMO IR

A Azul leva você para o Rio de Janeiro. A capital fluminense está a 110 km de Silva Jardim, onde fica a Associação Mico-Leão-Dourado. Mais informações: 4003 1118 / voeazul.com.br

70 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

RIO DE JANEIRO Três noites no Prodigy Hotel Santos Dumont Airport, com café Saída em 19/10 (de Campinas) 10x de

R$

96 ,70

sem juros

azulviagens.com.br / 4003 1181


Geraldo Bernardes, Profissional de Educação Física e Técnico da Rafaela Silva.

Rafaela Silva sabe que as vitórias começam pelas lições do Profissional de Educação Física, um grande mestre.

Rafaela Silva, atleta e Estudante de Educação Física.

CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Em agosto de 2013, Rafaela entrou para a história do esporte ao se tornar a primeira brasileira campeã mundial de Judô. Este

A orientação que faz ase diferença. ano, veio a maior conquista: a tão sonhada medalha de ouro das Olimpíadas do Rio. Grande parte desse sucesso deve a Geraldo Bernardes, técnico de Rafaela desde os 8 anos de idade e Profissional de Educação Física registrado no Sistema CONFEF/CREFs. Não é fácil se tornar um grande campeão olímpico. Por isso, o apoio do profissional certo é fundamental. Conheça outras histórias e conte a sua em www.orientacaocerta.com.br

Profissional de Educação Física. A orientação que faz a diferença.

CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A orientação que faz a diferença.


Perspectiva

EVIDÊNCIA

Foto: Deniz Abruzzo; Infográfico: Eduardo Asta e Evandro Bertol; Fonte: MON e Fundação Oscar Niemeyer

Curvas em

CARTÃO-POSTAL DA CAPITAL PARANAENSE, O MUSEU OSCAR NIEMEYER (MON) CATIVA À PRIMEIRA VISTA PELA BELEZA ARQUITETÔNICA DE SEU COMPLEXO, QUE TEM COMO DESTAQUE O PRÉDIO BATIZADO DE OLHO

PRÉDIO PRINCIPAL OLHO

Com projeto assinado pelo grande arquiteto brasileiro, o Museu Oscar Niemeyer (MON) tornou-se um dos endereços mais visitados de Curitiba após sua inauguração, em 2002. Ele é formado por dois edifícios: o principal, de 1978, que funcionou como sede de várias secretarias do Estado do Paraná até passar por adaptações arquitetônicas para ser transformado em área expositiva; e o famoso Olho, prédio anexo erguido em 2002. Confira aqui detalhes e curiosidades da construção, que exibe as tão celebradas curvas e linhas de Niemeyer.

MUSEU OSCAR NIEMEYER

R. Marechal Hermes, 999, Centro Cívico. Ter. a dom., das 10h às 18h. R$ 12. 41 3350 4400 / museuoscarniemeyer.org.br

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A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Dimensões externas 70 m 13,5 m

16 m 35 m

O MON EM NÚMEROS

12 17

mil m2

salas de exposições

de área expositiva

20

mostras, em média, são realizadas por ano

300

mil

visitantes anualmente


Construído em 2002 para ser o anexo do museu, tornou-se o seu ícone. Ele abriga o salão principal de exposições e está conectado ao outro prédio pelo subsolo

Salão principal, com 1,5 mil m2

AN

DA

R

Espaço expositivo Araucária

AN

DA

No centro do Olho, as janelas do salão têm até 12 m de altura

R

A torre abriga fotos da construção do museu que fazem parte de seu acervo pemanente

RR

EO

Miniauditório, ainda em construção

Entrada Túnel que conecta o Olho ao prédio principal

VOCÊ

SABIA? Saída

SU

BS

OL

O

Escadas Elevadores

Três das quatro fachadas da torre do Olho são decoradas com desenhos de Niemeyer feitos em azujelos. O exemplo acima, localizado no lado Oeste, traz uma bailarina cujos braços descrevem um arco que lembra as curvas do prédio 73


Checklist

De

o

tirar

fôlego

1

BARES EM COBERTURAS DE EDIFÍCIOS OFERECEM VISTAS ESTONTEANTES DE GRANDES CIDADES E AMBIENTES PERFEITOS PARA DEGUSTAR UM BOM DRINQUE. CONHEÇA ALGUNS DOS ROOFTOPS MAIS CONCORRIDOS DO MUNDO POR

MARINA AZAREDO

Flair

XANGAI // CHINA

Fotos: Chris Cypert/The Ritz-Carlton Hotel Company LLC; Juan Fernando Ayora; Divulgação

A localização do bar, no 58º andar do hotel RitzCarlton, garante vistas inesquecíveis do Rio Huangpu, da Pearl Tower e do skyline da maior cidade chinesa. Sua decoração é marcada por detalhes contemporâneos e sofás na parte externa. Da cozinha saem sushis e tapas com sabores da Indonésia, do Vietnã e da Tailândia. Os mais de 40 tipos de vodca disponíveis são usados em drinques como o Ghost Orchid, que leva o destilado japonês shochu, abacaxi e bitter de esquisandra chinesa. Mas, uma vez no Flair, prepare-se para abrir a carteira: os preços são altos. Shanghai IFC, 8 Century Avenue, Lujiazui, Pudong, Xangai +86 21 2020 1888 / ritzcarlton.com

74

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2 Park

LISBOA // PORTUGAL

3

Pawn Broker MIAMI // EUA.

A poucos passos do Largo Camões, no boêmio Bairro Alto, o local é um dos points mais badalados da capital portuguesa. Ocupa o último andar de um prédio de estacionamentos e conta com muita madeira e plantas, que ajudam a manter o ambiente fresco nos dias mais quentes do verão. No cardápio, destacam-se bebidas como a sangria, e, para matar a fome, as bem servidas tábuas de queijos e embutidos. Na programação há festas com DJs e exibição de filmes ao ar livre. Chegue ao entardecer e deleite-se com o lindo pôr do sol. Calçada do Combro, 58, Bairro Alto, Lisboa. +351 21 591 4011

Instalado no topo de um hotel em Downtown Miami, o Pawn Broker tem atmosfera inspirada nos bares clandestinos da época da Lei Seca dos Estados Unidos e uma ousada carta de drinques. Aparecem entre as opções o furiosa, que leva mescal, maracujá e aloe, e o lovepotion nº 10, com pisco, mel e limão.

Pratos para compartilhar são as estrelas do menu do chef José Mendin. Apesar da temática retrô, não espere saborear sua bebida ao som de Frank Sinatra. Os DJs da casa apostam nas últimas tendências da música americana. The Langford Hotel, 121 SE 1st St, Miami. +1 305 420 2200 / pawnbrokermiami.com

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75


4

Fotos: Nelson Kon; Divulgação

Checklist

Skye

SÃO PAULO // BRASIL

Com uma atmosfera moderna, o bar instalado na cobertura do Hotel Unique, no bairro Jardins, tem uma das melhores vistas da capital paulista, recentemente citada pelo site The Most Perfect View. Além do panorama, que abrange o Parque Ibirapuera e os prédios da Avenida Paulista, o lugar também é conhecido por sua gastronomia, comandada pelo chef francês Emmanuel Bassoleil.

Entre as suas criações com influências brasileiras e europeias está o risoto PF, uma combinação de arroz arbóreo, feijão, carne-seca, queijo de coalho, couve, farofa, banana, castanha-de-caju e ovo de codorna frito. Tranquilo no almoço, o restaurante ganha clima de balada à noite. Hotel Unique, Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4700, Jardim Paulista, São Paulo. 11 3055 4702 / hotelunique.com.br

5

New York Bar TÓQUIO // JAPÃO

Além da impressionante vista do 52º andar do Park Hyatt Tokyo, o local ganhou fama por ser um ótimo endereço para se escutar música ao vivo, com variada programação de jazz. Em dias claros é possível ver o Monte Fujiyama ao longe. Quando a noite cai e os neons se acendem, a panorâmica também é estonteante. No menu, fazem sucesso os hambúrgueres, os ceviches, as pizzas e a grande variedade de coquetéis. Escolha o seu e sinta-se o próprio Bill Murray em Encontros e Desencontros (2003) — algumas das cenas do filme de Sofia Coppola foram rodadas ali. Park Hyatt Tokyo, 3-7-1-2 Nishi-Shinjuku, Shinjuku-ku, Tóquio +81 3 5322 1234 / tokyo.park.hyatt.com

A Azul e seus parceiros levam você a todos esses destinos. Confira as opções em voeazul.com.br



Hotspot

Queridinha da Costa Oeste PULSANTE E MÚLTIPLA, SÃO FRANCISCO EXIBE SEU ESPÍRITO CONTEMPORÂNEO EM DIVERSAS REGIÕES. UMA DAS MAIS TURÍSTICAS, NOS ARREDORES DA UNION SQUARE E DE CHINATOWN, REÚNE UMA GRANDE EFERVESCÊNCIA GASTRONÔMICA, ARTÍSTICA E CULTURAL DA CIDADE MAIS COBIÇADA DA CALIFÓRNIA POR

FELIPE MORTARA

5

7 2

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4

10

8

1

78 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

3 9


1

Powell-Market Cable Car Turntable

Uma vez na cidade, o visitante não pode deixar de experimentar um percurso nos famosos bondinhos. A Powell Turntable é uma tábua de madeira no meio da rua, sobre a qual o veículo para e, a partir dali, gira sobre seu eixo para definir qual rota seguirá — o lugar, acredite, é alvo de muitos cliques. Dela é possível embarcar para seguir por duas das três linhas disponíveis: a Powell-Mason é a mais indicada para se ir até o famoso Píer 39, enquanto a Powell-Hyde alia passado e presente ao parar na porta do Cable Car Museum.

1 Powell Street

Ilustração: Johnny Brito. Fotos: Andrey Bayda/Shutterstock.com; Scott Chernis; Divulgação

2

Cable Car Museum

3

Hakkasan

Percorrendo as ladeiras da cidade, os bondes tornaram-se um de seus grandes símbolos desde que começaram a circular, em 1873. O precioso acervo deste museu gratuito resgata um passado de significativas inovações tecnológicas e a ampliação da malha ferroviária, além de retratar como os bondes se confundem até hoje com a própria identidade da cidade. Entenda não apenas o que evoluiu, mas o que continua igual há décadas, para a alegria dos locais e dos visitantes.

Desde que abriu as portas, em 2001, o restaurante foi ganhando fama até alcançar o status de entidade gastronômica. Misturando a tradicional culinária chinesa com toques contemporâneos, sua cozinha tornou-se objeto de desejo dos gourmands. Pratos como os camarões picantes com bulbo de lírio e amêndoas e a lagosta com mel chinês e molho de pimenta-negra já renderam à casa uma estrela no Guia Michelin. Em algumas noites o ambiente se transforma num badalado clube com DJ’s como Calvin Harris e Tiësto.

1201 Mason Street +1 415 474 1887 / cablecarmuseum.org

1 Kearny Street +1 415 829 8148 / hakkasan.com

4

Chinatown

Maior e mais antiga dos Estados Unidos, a Chinatown de São Francisco é praticamente uma viagem transoceânica sem precisar cruzar os mares. Grande evento do bairro, o Ano-Novo Chinês é comemorado em fevereiro, mas há atrações o ano todo. Cruze o Chinatown Gate e explore suas vielas para descobrir restaurantes absurdamente autênticos, templos budistas, casas de chá e escolas de xadrez. Vale desvendá-lo sozinho ou em um dos tours guiados.

sanfranciscochinatown.com

5

Coit Tower

Marco da arquitetura da cidade e um de seus principais mirantes, a torre foi concluída em 1933. De seu topo — ela tem apenas 64 metros de altura, mas está no topo de uma colina — a vista alcança uma panorâmica que inclui a Golden Gate e a Bay Bridge. Contudo, não é apenas o último andar que merece atenção. Ao retratar com realismo a violenta greve dos estivadores, em 1934, os delicados painéis pintados no térreo converteram-se em símbolos artísticos e históricos do destino.

1 Telegraph Hill Boulevard +1 415 249 0995 / coittowertours.com

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Hotspot 6

Ferry Building Marketplace

Vivo, colorido, perfumado e muito apetitoso. Eis as características do mercado preferido dos moradores e também dos visitantes, localizado no distrito de Embarcadero. De bancas de flores a peixarias, de açougues a restaurantes caprichados, há um pouco de tudo. É opção certeira para um almoço, para provar o tradicional clam chowder de São Francisco (sopa de vôngole) e para garantir um bom vinho local.

1 Ferry Building +1 415 983 8030 / ferrybuildingmarketplace.com

7

La Mar Cebicheria Peruana

Os frescos frutos do mar da costa californiana são transformados em obras de arte gastronômicas pelas mãos do festejado chef peruano Gastón Acurio. Harmonizados com um excelente pisco-sour, os ceviches são o destaque absoluto do restaurante. Para além dos produtos do mar, o hambúrguer de quinoa e o típico lomo saltado — tenras tiras de bife preparadas com batatas em molho de ostra e coentro — fazem bastante sucesso.

Píer 1 ½, The Embarcadero. +1 415 397 8880 / lamarsf.com

Union Square

333 Post Street / visitunionsquaresf.com

9

San Francisco Museum of Modern Art

10

Apple Union Square

Reinaugurado em maio, após uma reforma de três anos, o SFMoMA voltou ao radar dos visitantes com uma estrutura de respeito. Ao custo de R$ 305 milhões, o novo prédio — projetado pelo escritório norueguês Snohetta, responsável pela Ópera de Oslo e pelo Memorial 11 de Setembro, de Nova York — possui dez andares, somando quase 16 mil metros quadrados de áreas expositivas. Ele abriga hoje 19 exposições simultâneas, como a que reúne os móbiles do escultor Alexander Calder (1898-1976) e a das telas de Paul Klee (1879-1940).

A novíssima loja da marca digital favorita dos geeks (foi aberta há cinco meses) traz muito do estilo que consagrou suas filiais mundo afora: grandes vitrines e escadas com degraus de vidro, as linhas de produtos e os lançamentos dispostos em despojadas mesas de madeira, além da famosa maçã símbolo da grife do lado de fora. Dentro, vendedores jovens e superantenados atendem às demandas dos clientes. Há quem diga que o espaço já se tornou um novo marco da Union Square.

151 Third Street. +1 415 357 4000 / sfmoma.org

300 Post Street. +1 415 486 4800 / apple.com/retail/unionsquare

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Fotos: Nader Khouri; Cdrin/Shutterstock.com; Tinnaporn Sathapornnanont/Shutterstock.com

8

Cercada de lojas (enormes, vale dizer) de algumas das maiores grifes do mundo, a praça é o grande templo do consumo da cidade. Com menos badalação do que a Quinta Avenida, em Nova York, butiques de Marc Jacobs, Gucci e Prada dão o tom do lugar. Por outro lado, cafés e restaurantes sempre cheios, agitados clubes de jazz e blues e um teatro deixam claro que o espírito do lugar vai além das compras.


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Dica do Tripulante

Ícone local

De fácil acesso e instalado em um edifício com forte influência neoclássica, o Mercado Público é um dos patrimônios da cidade e lugar ideal para conhecer seus cheiros e sabores. Sugiro provar os deliciosos sorvetes artesanais da famosa Banca 40.

Lazer democrático

Compondo um dos cenários mais bonitos da capital, a orla do Lago Guaíba é famosa pelo belo pôr do sol. Vale passear por ali e, nos fins de semana, aproveitar a via exclusiva para pedestres para praticar atividades físicas.

Com programação voltada para o cinema, a música, a literatura e as artes visuais, a Casa de Cultura Mario Quintana é endereço obrigatório. Chamam a atenção ainda o agradável terraço e o acervo com obras do poeta gaúcho, que viveu no prédio quando ele abrigava o Hotel Majestic.

Ar cosmopolita FERNANDO KEHL, ENGENHEIRO MECÂNICO DA AZUL, É TAMBÉM UM AFICIONADO POR VIAGENS. AQUI, ELE DÁ DICAS DE ENDEREÇOS CULTURAIS, HISTÓRICOS E COM BELAS PANORÂMICAS QUE ENRIQUECEM A VISITA A PORTO ALEGRE (RS)

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Depois de longo período abastecendo a cidade de energia, a Usina do Gasômetro foi transformada, em 1989, em centro cultural. Atualmente é um dos principais palcos de exposições e oficinas artísticas, além de ponto concorrido para ver o pôr do sol.

sem juros

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Fotos: Joel Vargas/PMPA; Anselmo Cunha/PMPA; Fredy Vieira/PMPA; Arquivo Pessoal

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Executiva

Foto: Divulgação

GRANDES NEGÓCIOS E EMPREENDEDORES DO BRASIL

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p.94

p.102

A trajetória de sucesso da grife Fasano

Por dentro do site de decoração Casa de Valentina

O papel das incubadoras de startups no Brasil


Entrevista

EU QUERIA DAR UM AR CONTEMPORÂNEO PARA A MARCA Com perfil empreendedor desde a juventude, Rogério Fasano fez renascer a marca da família, que hoje soma quatro hotéis e 15 restaurantes e é sinônimo de luxo e qualidade no Brasil e no exterior POR

N

BRUNA TIUSSU

eto de um restaurateur italiano, o paulistano Rogério Fasano, 54, seguiu os passos do avô e mergulhou no mundo gastronômico quando tinha pouco mais de 20 anos. Reergueu a marca da família,

investiu em equipe e matéria-prima de qualidade para reposicioná-la como símbolo da alta gastronomia nacional e realizou o sonho de ter também uma rede hoteleira. Com 114 anos de trajetória, a grife possui quatro hotéis de luxo e 15 restaurantes — pioneiro, o Fasano de São Paulo acumula inúmeros prêmios por sua cozinha italiana clássica, além de ter uma estrela no Guia Michelin. Em fala dos próximos projetos do grupo, que incluem outros hotéis no Brasil e um em Miami, nos Estado Unidos, e das mil ideias que surgem a cada dia em sua cabeça inquieta.

88 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Foto: Divulgação

constante expansão, o empresário e também restaurateur


S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 89


Entrevista

ESTUDOS DE MERCADO SERVEM PARA INDICAR QUAL CAMINHO NÃO SEGUIR ”

Criada por seu avô, em 1902, a marca Fasano tornou-se ícone da alta gastronomia paulistana. Mas depois ficou esquecida, até a retomada encabeçada por você e seu pai, nos anos 1980. Como foi esse processo? Eu havia voltado para o Brasil após uma temporada no exterior e pensava em estudar cinema. Até que um investidor procurou meu pai para reabrir o Fasano. Ele não demonstrou interesse, mas eu sim. No fim, entrou nessa comigo. Ele não tinha experiência com gastronomia, mas seu pai havia sido restaurateur a vida inteira. Então eu o consultava muito. Nessa época tive de recomprar a marca, pois meu avô a tinha vendido. Por sorte, a empresa que a detinha me cobrou só um valor simbólico.

Hoje todos os negócios do grupo — os quatro hotéis e os 15 restaurantes — prezam por um luxo sem ostentação. Como você chegou a este conceito? Ele surgiu como um trauma. Em 1982 abri o Fasano no Shopping Eldorado, em São Paulo, que não deu certo. Depois, em 1987, reabri na Rua Amauri, e, em 1990, o transferi para a Rua Haddock Lobo. Ali ele era suntuosíssimo. Eu encomendei um restaurante e recebi um palácio. Aos 26 anos tinha esse palácio nas mãos, onde as pessoas iam de terno e vestido longo. O lugar dividiu a cidade: aqueles que o amavam e os que não gostavam de jeito nenhum. Aquilo me incomodou muito. Eu queria dar um ar contemporâneo para a marca do Fasano, sem

LINHA DO TEMPO

abrir mão da qualidade. Quando abri o Gero, em 1994, com uma simplicidade e uma elegância ímpares, quis adotar esse conceito para todo o grupo. Ele tornou-se nosso lema.

Depois você partiu para a hotelaria com o Fasano de São Paulo, aberto em 2003. Por que um hotel? Desde que abri o primeiro restaurante eu quis ter um hotel. Nunca fiz pelo dinheiro, nunca fui ligado nisso. Mas subir na vida, para mim, era alcançar o degrau da hotelaria. Meu desejo era que a marca Fasano fosse reconhecida internacionalmente. Até hoje, quando estou em algum lugar do mundo e uma pessoa reconhece nossa marca, fico satisfeito e orgulhoso.

Este hotel foi o primeiro assinado pelo arquiteto Isay Weinfeld, à frente do projeto de vários restaurantes do grupo. Por que essa parceria deu (e ainda dá) tão certo? Eu procurei o Isay lá atrás. Queria o trabalho dele neste primeiro projeto, com nossos inputs, claro. Acho fundamental você saber o que quer para a parceria dar certo. Nós construímos um prédio muito sólido. Não quis economizar em nada nesse hotel, para oferecer o melhor ambiente e o melhor serviço. Hoje é como se o Isay tivesse o DNA do grupo.

O Isay assinará o hotel de Miami, o primeiro nos Estados Unidos. Como encontraram o local e em que pé está o projeto? Nós procurávamos um endereço em Miami há tempos. Até que a empresa imobiliária HFZ Capital Group nos convidou para operar o novo hotel do Shore Club, um local incrível de Miami Beach. Coincidentemente eles já haviam contratado o Isay. O hotel está previsto para 2018. Para ele penso num restaurante que nunca fiz. Não gosto de ficar me repetindo. Quero algo próximo da Trattoria, mais informal do que o Fasano, mas não tanto quanto o Gero, e com receitas de toda a Itália.

Antes do de Miami vocês vão inaugurar outros hotéis. Quais são eles? O primeiro será uma reinauguração. Em dezembro reabriremos o Fasano Punta del Este, que passou por uma reforma. Em março do ano que vem será a vez do de Angra dos Reis, no complexo Frad.E. Este também foi um convite do grupo imobiliário. O hotel será praticamente dentro d’água, por isso o restaurante que idealizo chamase Crudo: com muitas opções cruas do mar. Depois, no segundo semestre de 2017, abriremos o de Belo Horizonte, com um Gero, e o de Salvador, no prédio que foi sede do Jornal da Tarde. Mas não tenho ideia de seu restaurante.

1982

1987

1990

1994

1998

Retomada da marca com o Fasano do Shopping Eldorado, em São Paulo

Transferência do restaurante para a Rua Amauri

Nova mudança de endereço: o Fasano é instalado na Rua Haddock Lobo

São Paulo ganha a primeira unidade do Gero

Inauguração do restaurante Parigi Foto: Divulgação

90 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016



Entrevista

Como cada um desses empreendimentos são idealizados? Nós visitamos as cidades que têm mercado para receber um hotel Fasano e pensamos em cada projeto. Também conversamos com pessoaschaves, mas com cautela. Acredito que você deva ser o que você é em qualquer lugar. Não adianta querer se adaptar sempre. Nós abrimos novas unidades, mas sempre com o nosso DNA, com a qualidade do grupo. Sou absolutamente contra estudos de viabilidade econômica. Quando quis erguer o hotel de São Paulo todos mostravam que eu jamais conseguiria cobrar uma diária acima de US$ 300. Porque eu não era hoteleiro nem fazia parte de uma grande rede. Estudos de mercado servem para indicar qual caminho não seguir.

Tocar novos projetos num ano de crise assusta? É claro que é difícil, dá medo e frio na barriga. Mas nós, brasileiros, tivemos de nos adaptar a fazer coisas durante crises. O baque desta vez é maior porque passamos por um longo período de prosperidade e de esperança.

Um marco importante do grupo foi a abertura do hotel Fasano Rio, em 2007. Por que acha que ele fez sucesso tão rápido? Apesar de o Rio de Janeiro ter um dos hotéis mais fascinantes do mundo, o Copacabana Palace, sua falta de espaço fez com que a cidade não ganhasse algo novo por muito

RAIO X

4 HOTÉIS

São Paulo, Fazenda Boa Vista (SP), Rio de Janeiro e Punta del Este (Uruguai)

15

RESTAURANTES

São Paulo: Fasano, Gero, Parigi, Nonno Ruggero, Nonno Ruggero Cidade Jardim, Trattoria, Parigi Bistrot e Baretto Rio de Janeiro: Fasano Al Mare, BarettoLondra, Gero Ipanema, Gero Trattoria Leblon e Gero Trattoria Barra Brasília: Gero Fazenda Boa Vista: restaurante do hotel

tempo. Então, abrir o Fasano foi um golaço em todos os sentidos. Sobretudo por sua localização incrível, mas também por conta do design [de Philippe Starck], que homenageia os anos 1960, dos ambientes aconchegantes e dos restaurantes Fasano Al Mare e Baretto-Londra, dois sucessos.

É mais difícil empreender na gastronomia ou na hotelaria? Com certeza é muito mais complicado emplacar um restaurante do que um hotel. Porque um hotel tem regras.

Você sabe que ele levará três anos para atingir seu pico de ocupação e, se estiver vazio, basta mexer no preço que ele reage. No caso de um restaurante não há regras, não existe uma cartilha. Ou você o inaugura e dentro de um mês ele está bombando ou ele já nasceu meio esquisito. Ele tem de cumprir bem a transição: ser novidade, virar moda e depois tornar-se um endereço clássico.

Manter os restaurantes no patamar dos clássicos é uma de suas grandes missões como restaurateur? Sim, meu papel é manter a qualidade dos restaurantes. O equilíbrio perfeito entre chef e equipe e a excelência dos produtos. Tento agir na casa que pede minha atenção. Há quatro anos, por exemplo, o Fasano de São Paulo não estava como eu gostaria. Para minha sorte, eu posso trocar de chef. Coloquei o Luca Gozzani e seu sangue novo, misturado com o da equipe, deu energia, renovou o restaurante.

O que mais te apaixona nessa profissão? Eu me encontrei neste negócio. Ele me traz muita alegria. Fisicamente é desgastante, ter de passar de casa em casa, acompanhá-las de perto. Mas o processo de idealizar um restaurante, vê-lo nascer e crescer, é muito gostoso. Eu adoro deixar a cabeça livre para as ideias surgirem. Sou muito inquieto, estou sempre pensando numa nova unidade. Vira e mexe digo que este ou aquele será meu último restaurante. Mentira!

2003

2007

2010

2011

2016

Hotel de São Paulo é aberto e restaurante Fasano muda-se para seu térreo

Rio de Janeiro ganha seu hotel Fasano

Início da expansão internacional, com o hotel Fasano Punta del Este

Inauguração do hotel da Fazenda Boa Vista (SP)

Abertura do Gero Trattoria Leblon, no Rio Fotos: Divulgação

92 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016


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A paulistana Lucila Turqueto, criadora do site Casa de Valentina


Uma casa de

RESPEITO Há oito anos a jornalista e publicitária Lucila Turqueto apostou numa ideia que considerava nerd: criou o blog de decoração Casa de Valentina, hoje um site cujo catálogo de produtos e profissionais se tornou referência no setor POR

Q

MÔNICA REOLOM

F OTO S

uando ficou noiva, em 2008, a jornalista e publ icitá r ia pau l ista na Lucila Turqueto começou a montar um arquivo de referências de decoração para sua nova casa. Se hoje isso seria feito no Pinterest, naquela época — anos-luz atrás em termos digitais — o documento foi montado no PowerPoint. A certa altura, porém, o arquivo travou. Um amigo recomendou que ela criasse um blog para evitar a perda do material. Embora não estivesse totalmente segura da ideia, que achava um tanto nerd, Lucila fez o Casa de Valentina. E, para sua surpresa, viu a plataforma crescer, entusiasmou-se com aquela “coisa de geek” e enxergou nela

ANNA CAROLINA NEGRI

uma possível fonte de renda, a ponto de, seis anos mais tarde, demitir-se do emprego para abraçá-la. O rápido aumento do número de leitores fez com que o blog evoluísse para um site. Seu sucesso explica-se, sobretudo, por ter sido um dos primeiros a apresentar um catálogo de móveis de grifes diversas, justamente o que Lucila sentia falta quando buscava referências para seu novo lar. Nele, é possível encontrar uma seleção de produtos específicos, como uma “cadeira azul” ou um “cabideiro de banheiro”, de várias marcas e preços, sem ter de pesquisar no portal de cada uma separadamente. Artefacto, Studio Bergamin, Origami Desig e Art Maison são algumas das 200 grifes oferecidas na plataforma, que gera em transações cerca de R$ 270 mil por mês — destes, a publicitária fica com uma comissão que varia conforme o item vendido.

S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 95


Made in Brazil

Peças decorativas à venda na plataforma

ATRÁS DO BALCÃO De vez em quando, a Casa de Valentina sai do ambiente virtual e surge como loja pop-up em algum lugar de São Paulo. Além de vitrine para o site, nesse comércio itinerante os clientes encontram à venda uma seleção dos produtos disponíveis no e-commerce. A primeira experiência foi em 2005 e a mais recente, no fim de 2015, com uma unidade temporária no Shopping Cidade Jardim. “Foi a maior loucura que já fiz. Tinha reposição diária de produtos. E como só podia repor o estoque de madrugada, eu mal dormia. Emagreci seis quilos em 15 dias”, relata Lucila. “Sempre que acaba uma pop-up eu

96 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

decido que nunca mais vou fazer outra. Mas depois de um tempo já estou achando a ideia uma delícia de novo”. Enquanto resolve onde será a deste ano, ela aproveita para participar de feiras de arquitetura e decoração. No mês passado, montou e mobiliou um apartamento de 45 metros quadrados na High Design, feira de mobiliário de alto padrão que fazia parte da Design Weekend, na capital paulista. Sua proposta era mostrar que é possível viver com estilo em ambientes compactos. Lá reuniu móveis e objetos de seu site, além de peças da sua própria residência, para deixar o ambiente bem acolhedor.


680 itens são vendidos mensalmente

749

mil

pessoas visitam a plataforma por mês

Lucila no apartamento que montou para a feira High Design, em São Paulo

Outra entrada de receita é a publicidade. Lucila levou um susto, aliás, quando a procuraram em busca de espaço para propagandas. “Eu nem sabia quanto custava um banner quando pediram para anunciar ali pela primeira vez”, lembra ela, que na época ainda trabalhava na área de Marketing da Rede Globo e usava as madrugadas para escrever e atualizar o Casa de Valentina. Em 2014, já com significativo retorno financeiro, saiu do emprego e investiu ainda mais na plataforma, hoje bastante ampla: além dos produtos do e-commerce, há conteúdo variado e uma lista de profissionais de arquitetura, design e decoração com alguns de seus projetos. Por meio das plantas, o leitor encontra facilmente os melhores nomes para suprir suas necessidades e seus desejos. Se antes Lucila fazia tudo sozinha, agora ela conta com 11 funcionários trabalhando em seu escritório no Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo. “Os professores da minha pós-graduação em administração sempre falaram muito sobre planejamento. Mas vejo que o site foi crescendo de forma orgânica, levando em conta os comentários de pessoas próximas e dos meus leitores. Faço um esforço para manter o radar ativado, estar aberta ao que eles sentem falta”, diz ela, que tem como principal público as mulheres da classe alta.

R$

270

mil

é o valor comercializado no site por mês

Depois de todo o sucesso alcançado nestes oito anos de empresa, Lucila busca agora uma rotina um pouco mais leve. “Saí da Globo e falei: ‘agora vou fazer o que amo’. Mas estou no mesmo ritmo de quando trabalhava lá e voltei a escrever posts na madrugada”, reconhece. Seu plano é dedicar mais tempo ao conteúdo do site, área de que mais gosta, e preocupar-se menos com a parte administrativa do negócio. Até porque, com o filho Bento, de quase dois anos, ela quer aproveitar a família. “Minha vantagem é que tenho horários flexíveis. Mas tento controlar o número de eventos a que vou, senão não vejo meu marido.” Mas, e a Valentina nessa história, quem é? “Ninguém. Quando decidi criar o blog, fui atrás de um nome forte de mulher para nomeá-lo que não fosse o meu, pois morria de vergonha de contar sobre ele, com medo de parecer uma geek”, diverte-se. A pergunta a persegue. Nos eventos de arquitetura dos quais participa sempre questionam “quem é a Valentina” e até a chamam assim, mas Lucila já nem se importa de atender. Resolveu assumir o nome da sua criação e, sempre simpática, convida todos para entrarem em sua casa. casadevalentina.com.br

S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 97


Por um Mundo Melhor

Criado em 2014, o movimento Maio Amarelo promove ações que incentivam a sociedade a refletir sobre um trânsito seguro e a transformar ruas e estradas em lugares de respeito P O R WAGNER MACHADO

Aqui, Maio Amarelo em ação; abaixo, Catedral de Brasília e Jardim Botânico de Curitiba com as cores do movimento

RAIO X 1 O Maio Amarelo trabalha em um tripé que abrange estudos e pesquisas para reduzir acidentes de trânsito, ações de educação e conscientização e atuação junto ao poder público com o objetivo de mudar a legislação

98 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

2 Inspirado em outras campanhas da sociedade civil, o símbolo do movimento é um laço. O amarelo foi escolhido por ser a cor conhecida mundialmente como sinal de alerta

3 A iniciativa está presente em 24 países espalhados pelos cinco continentes, de Gana à Geórgia, dos Estados Unidos à Austrália, da Índia ao Uruguai

N

os cursos de formação de condutores no Brasil, os aspirantes a motoristas são treinados a associar as infrações de trânsito às penalidades. Ou seja, eles são ensinados a evitar a punição legal por não usar o cinto de segurança, cruzar o sinal vermelho ou dirigir embriagados. Mas o que deveriam aprender ali, acima de tudo, é que o desrespeito ao código de trânsito pode provocar mortes ou lesões sérias a si mesmo e a outros. A constatação é de José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), ONG responsável pelo Maio Amarelo, campanha por um trânsito seguro. Segundo dados oficiais, o Brasil é o quinto país no ranking de óbitos decorrentes de acidentes de trânsito. Em 2013, foram cerca de 43 mil mortos, sem falar nas 170 mil internações financiadas pelo SUS, o Sistema Único de Saúde. “Para se ter uma ideia, a dengue matou 4 mil pessoas nos últimos dez anos e o trânsito, 500 mil”, compara Ramalho. Diante desses números dramáticos, a organização passou a tratar como prioritária a criação de um movimento que fosse desvinculado do poder público e de empresas privadas. “Notávamos que não existia uma ação nacional para reduzir acidentes. Então, inspirados em campanhas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul (que tratam, respectivamente, de câncer de mama e de próstata), criamos o Maio Amarelo”, diz Ramalho. Lançada em 2014, a iniciativa, ao contrário do que o nome indica, promove ações durante o ano inteiro. Estudos, pesquisas, visitas a escolas e atividades nas ruas são algumas das frentes trabalhadas, sempre em busca de promover uma reflexão sobre o comportamento de cada um ao volante. A ideia logo se espalhou pelo Brasil e também para fora dele. Hoje, 20 das 27 unidades da Federação já decretaram maio como o mês do trânsito. “O Maio Amarelo já está em todos os continentes. Nossa grande conquista foi fazer com que a sociedade abraçasse a causa”, destaca.

maioamarelo.com

Fotos: Jennifer Grebmov; Valter Campanato/Agência Brasi; Divulgação

Alerta pela vida



5 Perguntas

Com identidade e À frente do TS Studio, na capital mineira, a estilista Tereza Santos desenvolve roupas que traduzem a imagem e a cultura de empresas. Em 2013, ela criou os belos uniformes dos Tripulantes da Azul POR

estilo

LÍVIA AGUIAR ALEXANDRE REZENDE

R E T R ATO

T

ereza Santos não tem medo de lançar-se no desconhecido. A estilista mineira, natural de Carmo do Rio Claro e radicada em Belo Horizonte, começou sua carreira na década de 70 com a marca de sapatos Le Soulier. Pouco depois, em 1978, investiu na moda feminina com a grife Patachou, e mostrou seu estilo em fashion weeks do mundo

100 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

todo, chegando a exportar para 11 países. Há oito anos, deixou de vez a alta-costura para dedicar-se a uma área completamente nova: a de uniformização profissional. São dela, por exemplo, os uniformes dos Tripulantes da Azul, criados em 2013. Dona de uma risada contagiante, Tereza fala, a seguir, do trabalho desenvolvido por ela e pela equipe de seu escritório, o TS Studio, instalado em uma ampla casa do bairro Santo Antônio, na capital mineira.


Quais são os desafios da uniformização corporativa?

1.

Quais foram as premissas para criar os uniformes da Azul?

3.

5.

Quando comecei, tinha certeza de que trabalhar com uniformização era algo muito difícil. E continuo achando. Na moda você tem liberdade para criar, enquanto no corporativo é preciso colocar a imagem e a cultura de uma empresa na roupa. O que, para mim, é também muito fascinante. Outro aspecto é que o colaborador veste literalmente a camisa da empresa. Ele tem que se sentir confortável e feliz no uniforme, porque vai usá-lo todos os dias. O pertencimento é um sentimento essencial no trabalho e acredito que a gente ajude a cultivá-lo por meio do vestuário.

Nós desenvolvemos uma modelagem inspirada na letra A, de Azul, em todas as peças: blazer, camisa, vestido, chapéu das comissárias, entre outras. E buscamos um tecido com textura de alta tecnologia, sofisticado, térmico e que não marca a pele. Isso é algo sutil, mas traz a identidade que é só da Azul. E também é um aliado dos colaboradores em seu cotidiano. Nós testamos as roupas de dia, de noite, sob sol, sob chuva, no calor úmido de Manaus e no frio do ar-condicionado. Voamos para várias bases da companhia e conversamos com muita gente até chegar ao resultado final.

Nosso futuro é nos internacionalizarmos. Ainda não temos clientes corporativos fora do Brasil, mas desejamos expandir. Também temos vontade de buscar novas soluções para os processos. Queremos, por exemplo, descobrir meios de melhorar o descarte de uniformes velhos.

2.

Foto: Divulgação

Como se dá o processo de desenvolver os uniformes de uma empresa? Atendemos marcas de vários ramos, como a Azul, o GRU Airport, a SICOOB [Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil] e o Hospital Mater Dei, mas a estrutura de trabalho varia pouco. Primeiro fazemos um briefing com a empresa, escutamos suas necessidades e começamos a criar. Temos de traduzir esse portfolio de informações em vestuário. Depois, apresentamos os desenhos e croquis e produzimos as peças-piloto para validação. Com tudo ajustado e aprovado, entramos em produção com nossos parceiros. Tentamos trabalhar com fornecedores que têm base nacional, para facilitar a logística de entrega e reposição, algo muito importante no dia a dia de uma empresa.

Quais são os próximos planos do TS Studio?

TS STUDIO

R. José Ribeiro, 241, Santo Antônio, Belo Horizonte 31 3290 1600 /tsstudio.com.br

4.

Você atua em outras frentes de trabalho além da uniformização? Sim, o TS Studio tem um braço cultural que realiza exposições e instalações. A mostra Sou do Mundo, Sou Minas Gerais, por exemplo, levou estampas e peças criadas por brasileiros para a Expo Milão de 2015, entre outros eventos. Também realizamos consultorias, ajudando empresas com processos criativos e comerciais, sempre no âmbito da moda. E tocamos o Ready to Go, projeto em parceria com o Sindivest-MG [Sindicato da Indústria do Vestuário], que ajuda jovens estilistas a se profissionalizarem. Eu falo de minha experiência no mercado, de meus erros e acertos. A criatividade de cada um é fundamental, mas é preciso ter proporção impecável. Design de moda é pura arquitetura. A roupa deve acontecer no corpo, em diferentes corpos. É essa expertise que tento passar à nova geração.

Dois dos uniformes da Azul, criados em 2013 pelo TS Studio

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Fotos: Bruno Todeschini; Divulgação

Reportagem

Jovens empreendedores na incubadora Raiar, em Porto Alegre

Sem medo de empreender São Paulo é a sexta cidade do mundo escolhida para receber o Campus, iniciativa do Google que se junta a outras 368 incubadoras espalhadas pelo País para incentivar negócios criativos e inovadores POR

WAGNER MACHADO

102 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

D

epois de Londres, Tel Aviv, Seul, Madri e Varsóvia, São Paulo foi recentemente escolhida pelo Google para ser a sexta cidade do mundo a sediar um espaço cujo objetivo é incentivar o empreendedorismo com criatividade e inovação. Em atividade desde junho, o Campus São Paulo, instalado nas imediações da Avenida Paulista, funciona como coworking e incubadora de novos negócios. A primeira seleção de startups para o programa de residência foi concluída no mês passado com a escolha de 15 projetos entre 857 inscritos. Uma das empresas eleitas, a ProDeaf, trabalha com tradução para a linguagem de sinais. “Nós quebramos a barreira da comunicação, traduzindo qualquer conteúdo por meio de um time de avatares 3D”, explica Renato Kimura, sócio do negócio. O Campus é uma aposta do Google para incentivar o desenvolvimento de ideias que estão moldando o futuro. “Acreditamos que as startups são as empresas que irão transformar a maneira como vivemos”, afirma André Barrence, diretor do espaço. A ideia, no entanto, não é nova. Criadas nos Estados Unidos na década de 50, as incubadoras surgiram com o propósito de acompanhar projetos inovadores, do estágio inicial até a consolidação no mercado.


Mas no Brasil a prática chegou depois. Segundo José Aranha, vice-presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), ela ganhou força a partir da criação da Lei da Inovação, em 2004. “Obtivemos uma aceitação muito grande a uma palavra que antes era vista com receio”, comemora. Hoje há 369 incubadoras distribuídas pelo País.

De cima para baixo, aplicativo criado pela ProDeaf; membros da startup; e recepção do Campus São Paulo

Descentralização

Sócio da Goga, uma empresa de animação de imagens de Porto Alegre, Arthur de Franceschi ficou maravilhado durante o festival de música Coachella, na Califórnia (EUA), em 2012, ao ver o rapper Snoop Dogg dividir o palco com o cantor Tupac Shakur, morto 16 anos antes. O dueto foi possível graças à holografia, tecnologia que permitiu reproduzir a imagem viva e nítida em três dimensões do ídolo assassinado em 1996. O espírito empreendedor de Franceschi viu ali uma oportunidade. “Fiquei pensando em como a gente poderia trazer essa experiência para dispositivos móveis, como tablets e smartphones”, recorda. Foi aí que ele procurou a Raiar, incubadora da PUC-RS, também na capital gaúcha, e desenvolveu o projetor holográfico Holotab. “Sem esse apoio não teríamos conseguido”, resume. Espalhadas pelo Brasil inteiro, as incubadoras têm como um de seus pilares justamente a promoção do desenvolvimento local e a retenção do capital intelectual. Foi isto que norteou, há 30 anos, em Florianópolis, a criação da Celta, a pioneira no País. “A cidade tinha duas universidades fortes, mas o pessoal se formava e ia embora”, relata o diretor Tony Chierighini. Hoje, com a alavancada da incubadora, o PIB oriundo da tecnologia supera o da atividade turística na capital catarinense. Em Manaus, o Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (Cide) trabalha com 23 empresas que aproveitam o capital que orbita na Zona Franca da cidade. “O Cide faz o intermédio entre as empresas associadas e as companhias instaladas no polo”, explica o diretor José Grosso. Entre os seus casos de sucesso está a Tap4, que desenvolve aplicativos para clientes como Samsung, Sony e Globosat. Prova de que o sistema de incubadoras também se movimenta na direção contrária: daqui para lá.

OS 6 MANDAMENTOS DO EMPREENDEDOR DE STARTUPS 1 Entenda qual o problema que a empresa se dispõe a resolver e estabeleça quem é o seu cliente

2 Não é preciso ser o único no mercado, mas sim o melhor. O bom empreendedor é aquele que pensa em superar os concorrentes

3 Selecione bem o seu time. Um grupo multidisciplinar e com ideias de qualidade tem mais chance de entrar em uma boa incubadora

4 Encontre um ecossistema que lhe ajude a crescer: use conexões e networking de acordo com as suas necessidades

5 Observe os pontos fortes de uma incubadora que possa contribuir para o seu crescimento: as melhores têm acesso a capital e investimento e uma equipe muito forte de mentores e consultores, com amplo conhecimento do mercado

6 Esforce-se para conquistar mercado. Isto é algo que ninguém pode fazer por você

S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 103



Carmen Steffens


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Experimenta. Vai que fica bom.

Nova Temporada

TODA QUARTA, ÀS 20:30 Estreia 14 de setembro.

(1) Custo de ligação local para capitais e regiões metropolitanas. Para demais localidades, ligue (11) 4004-1111. Confirmar o custo com a sua operadora.


Highlights

Foto: Leo Eloy

DESTAQUES E NOVIDADES PARA APRIMORAR SEU ESTILO DE VIDA

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p.112

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Todas as mordomias do Copacabana Palace

O menu do restaurante Büccan, em Palm Beach

Produtos e dicas para se dar bem na corrida


Hotelaria Fachada do hotel, instalado em frente ao mar de Copacabana

C

Clássico dos clássicos Inaugurado em 1923, o icônico hotel Copacabana Palace mantém o requinte e o glamour do passado sem abrir mão de benesses e luxos contemporâneos POR

MARCELO CAMACHO

108 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

ruzar as portas giratórias do número 1702 da Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio de Janeiro, é repetir o mesmo gesto de grandes estrelas internacionais do passado, como Marlene Dietrich, Gene Kelly e Elizabeth Taylor, e também da atualidade, como Tom Cruise, Madonna e Mick Jagger. Todos, afinal, já se hospedaram nesse mesmo endereço, onde fica o hotel mais deslumbrante do Brasil. Inaugurado em 1923, com projeto do arquiteto francês Joseph Gire, que se inspirou nos cinco estrelas Negresco, de Nice, e Carlton, de Cannes, dois marcos arquitetônicos da Riviera Francesa, o Hotel Belmond Copacabana Palace — este é o seu nome oficial, já que pertence à rede internacional de hotéis de luxo Belmond — passou, em 2012, por uma merecida reforma de R$ 35 milhões. O quebra-quebra de cinco meses o deixou pronto para encarar com ainda mais elegância a última década dos seus primeiros 100 anos de existência. Dentre seus 241 aposentos, as sete penthouses do sexto andar são as mais cobiçadas — e também o destino certo dos astros internacionais. São apartamentos de aproximadamente 100 metros quadrados equipados com móveis modernos, obras de arte contemporâneas, adegas recheadas de rótulos importados, livros e, nos banheiros, sedutoras banheiras com vista do mar. E o luxo não para por aí: quem se hospeda nos desejados aposentos também tem o direito de usufruir de um dos segredos bem guardados do hotel: a piscina preta de 40 metros quadrados instalada no fim do corredor, na lateral esquerda do edifício — e que muita gente nem sabe que existe.


CHEIO DE GRAÇA AUTÓGRAFOS

O livro de ouro do Copacabana Palace, assinado apenas por hóspedes ilustres, fica guardado em um cofre. Uma das assinaturas mais espirituosas é a de Arnold Schwarzenegger, que escreveu: “Hasta la vista, baby” Fotos: Romulo Fialdini; Tomás Rangel; Divulgação

DE GALA

Em sentido horário, a partir desta foto, piscina preta; biblioteca; penthouse; e remon uni, do Mee

Além de todo o conforto, o Copacabana Palace também é uma festa para o paladar. Ao redor da lendária piscina semiolímpica do térreo ficam seus três restaurantes. O Pérgula, onde é servido o café da manhã, funciona também para almoço, jantar e drinques ao ar livre. O Cipriani, especializado em culinária italiana, é o mais suntuoso, com móveis, quadros e lustres clássicos. Mas o destaque atual é o asiático Mee, que pertence ao exclusivo grupo das cinco casas cariocas a ostentar uma estrela no Guia Michelin Brasil. Sempre cheio, o restaurante comandado pelo jovem chef Kazuo Harada oferece delícias como o remon uni (R$ 42), sashimi de ouriço fresco servido com limão sciliano, e a costela de wagyu (R$ 62) acompanhada de purê de abóbora. É o lugar da vez para ver, ser visto e comer e beber muito bem.

Quem se hospeda no Copacabana Palace, aliás, pode passar dias inteiros sem precisar sair de lá. Além de espaço para leitura, a biblioteca, decorada com mobiliários brasileiro e europeu dos séculos 17 a 19, é palco de jantares privados e eventos para até 60 pessoas. Para relaxar, o spa conta com massagens e tratamentos corporais e estéticos que podem durar de 30 minutos até cinco horas — caso da Experiência Copacabana, que inclui, entre outros mimos, esfoliação corporal purificadora, banho aromático, massagem relaxante e almoço. O difícil, depois de tudo isso, é querer voltar para casa.

COPACABANA PALACE

Av. Atlântica 1702, Copacabana, Rio de Janeiro. Entre R$ 2.090 e R$ 8.120 21 2548 7070 / belmond.com/copacabana-palace-rio-de-janeiro

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O baile de carnaval black-tie do hotel, conhecido como Baile do Copa, é uma das festas mais concorridas do Rio de Janeiro. A primeira edição foi realizada em 1924

VEIA ESPORTIVA

Enorme (são mais de dez mil metros quadrados de área), o Copacabana possui uma quadra de tênis ao ar livre no primeiro andar. O concierge pode providenciar raquetes e bolas, assim como treinamento profissional

NOITES MUSICAIS

Um novo programa, em parceria com a Orquestra Sinfônica Brasileira, levará, a partir de outubro, quatro hóspedes para um concerto da OSB no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, seguido de um jantar no Cipriani com o regente e o solista da orquestra


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HOSPEDAGENS QUE GARANTEM UMA EXPERIÊNCIA PERFEITA

Menos política, mais turismo WASHINGTON Watergate é sinônimo de escândalo, mas já foi associado ao luxo. Em 1972, um assalto ao Comitê Nacional Democrata colocou em evidência o prédio modernista da capital norteamericana, onde se reuniam políticos e famosos. Após ganhar novos proprietários e passar nove anos fechado para a maior reforma de sua história, o Hotel Watergate foi reinaugurado em junho e, por acaso ou não, está aproveitando a fama internacional de seu nome para voltar a ser um símbolo de

ÚLTIMO DESCANSO CONHEÇA HOTÉIS QUE OFERECEM PACOTES BABYMOON, PARA O CASAL RELAXAR ANTES DO BEBÊ CHEGAR

110 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

requinte. Nas chaves de suas 336 suítes está escrito No need to break in (não há necessidade de arrombar), e os discursos do presidente Richard Nixon, que renunciou após a crise instalada, podem ser ouvidos nos banheiros comuns do hotel e nos telefones. O local ainda conta com um restaurante e um bar — cujas paredes são forradas de garrafas de uísque —, um spa e um rooftop, o Top of The Gate, com vista 360 graus que inclui o Rio Potomac, o Capitólio e o Monumento a Washington. thewatergatehotel.com

US$

200 milhões

foram gastos nos nove anos de reforma

US$

425

é o valor da diária mais barata do hotel

Para lembrar

A invasão aos escritórios do Partido Democrata no Complexo Watergate, em 1972, levou a uma investigação, liderada pelo Washington Post, que revelou uma ligação entre os arrombadores e o então presidente republicano Nixon. O jornal conseguiu mostrar que a Casa Branca sabia do assalto, cujo objetivo era colocar escutas dentro do comitê democrata. Nixon renunciou em 1974 para evitar um processo de impeachment.

UXUA

CASA DA MONTANHA

TRANCOSO // BA

GRAMADO // RS

PEQUENA TIRADENTES

Drinque de boasvindas não alcoólico, massagem para o casal, jantar e óleo de coco Uxua para o bebê

Flores e café da manhã no quarto, jantar, massagem para o casal, espumante e seleção de frutas ou chocolates

Fotógrafo para clicar o casal, CD com as fotos, cesta de frutas e kit com produtos Dove Baby

TIRADENTES // MG

Fotos: Ron Blunt; Johannes Compann; Scott Wiseman; Divulgação

Concierge


Com o pé na areia

Conforto e regionalismo

MANAUS Um casarão histórico a poucos passos do Teatro Amazonas abriga agora um elegante hotel boutique. Dos mesmos proprietários do aclamado Anavilhanas Jungle Lodge, em meio à selva, o Villa Amazônia tem apenas 30 suítes, todas com varandas voltadas para um jardim interno e uma piscina de pedra natural. O local ainda abriga sala de ginástica, espaço para reuniões, bar e o Restaurante FITZcarraldo — uma referência ao filme homônimo que teve cenas filmadas no teatro. O menu mescla clássicos internacionais com toques da culinária local. 92 3622 8996 / villaamazonia.com

FORT LAUDERDALE Destino certo para quem não abre mão de dias de sol na praia, a cidade da Flórida agrada com seus preços convidativos durante a baixa temporada. De frente para o mar, o hotel Sonesta Fort Lauderdale Beach, por exemplo, concede neste mês descontos de até 30% nas diárias e no restaurante Bistro, de comida contemporânea. Sua programação especial de verão também foi estendida até o fim do ano, com oferta de um mimo diário que envolve comidinhas ou atividades (nas segundas, cookies quentinhos, nos sábados, aula de ioga, e, nos domingos, uma atração surpresa). Um novo drinque também foi criado para fazer a alegria dos hóspedes no bar, o Libertine, feito com maple syrup, alecrim, bourbon, geleia e suco de laranja, suco de limão e um ovo. sonesta.com

QUEM RESISTE

a um spa? MIAMI As opções contemplam dos que buscam uma simples massagem relaxante até quem prefere tratamentos específicos. As 30 salas privativas e as áreas comuns do Lapis Spa, no Fontainebleau Miami Beach, estão distribuídos em 4 mil metros quadrados construídos especialmente para promover o bem-estar do corpo e da mente. Para se recuperar de um voo cansativo, há um programa de regeneração que inclui banho turco, esfoliação e hidratação com jatos massageadores poderosos. Aos que buscam soluções anti-idade, as terapias faciais promovem a renovação da pele. Já o relaxamento total pode ser alcançado com tratamentos com água, que envolvem mergulhos, duchas e flutuação. portuguese.fontainebleau.com

TIDELINE OCEAN RESORT & SPA

PONTA DOS GANCHOS

VALE D’OLIVEIRAS QUINTA RESORT & SPA

PALM BEACH // EUA

GOVERNADOR CELSO RAMOS // SC

Jantar na ilha do hotel, ursinho de tricô para o bebê, livro sobre cuidados com o recém-nascido, massagem, cesta de frutas, chocolate e café da manhã no bangalô

Massagem para o casal, jantar, curso de preparação para o parto e presente para o bebê

Massagem pré-natal, manicure e pedicure para a mãe, três opções de drinques não alcoólicos e creme hidratante específico para grávidas

A Azul e seus parceiros levam você a todos esses destinos. Confira as opções em voeazul.com.br

ALGARVE // PORTUGAL


Gastronomia

Na CONTRAMÃO

Com clima informal, pequenas porções para compartilhar e um cardápio internacional que foge de modismos, o Büccan deu um sopro de renovação na gastronomia de Palm Beach, luxuosa ilha a 115 quilômetros de Miami POR

MARINA AZAREDO GUI GOMES

F OTO S

Q

uando começou a planejar a abertura de seu próprio restaurante, Clay Conley não pensava em outro lugar que não fosse Miami. Mas os planos do então chef do Azul, no badalado hotel Mandarin Oriental, mudaram depois que ele conheceu Palm Beach, reduto de milionários a 115 quilômetros dali. Além da atmosfera mais tranquila, uma rápida pesquisa mostrou que os estabelecimentos da exclusiva ilha têm em torno de 25 anos, ao contrário dos de Miami, que muitas vezes não passam de uma temporada. Foi assim que Palm Beach ganhou o Büccan — e a cidade vizinha perdeu o talentoso chef. Aberta em 2011, a casa é um respiro informal em meio aos endereços empolados da ilha da Flórida. O ambiente é escurinho — o restaurante só funciona no jantar —, a música é relativamente alta, a cozinha, aberta, e o cardápio tem uma série de opções para compartilhar. Como o hamachi sashimi (US$ 16), em que as pimentas peruanas e a raiz de lótus contrastam com a textura amanteigada do peixe, num dos raros exemplares de fusion food do menu. Natural do Maine, Estado do Norte dos Estados Unidos, Clay, de 42 anos, rodou o mundo antes de se estabelecer na Flórida, no extremo Sul do país. Após abandonar a faculdade de administração hoteleira, conseguiu emprego com o chef-celebridade Todd

112 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Aqui, o hamachi sashimi; acima, o ambiente descontraído do Büccan


ONDE COMER

POR CLAY CONLEY 1

Café Boulud

Reformado recentemente, este restaurante de hotel tem um brunch aos domingos que é imperdível.

301 Australian Ave., Palm Beach 2

Avocado Grill

A casa serve pequenas porções e excelentes drinques em um ambiente descontraído.

125 Datura St., West Palm Beach 3 Pistache French Bistro

Gosto deste clássico bistrô francês, sobretudo por causa do agradável espaço ao ar livre.

Aqui, o sweet corn agnolotti; acima, as short rib empanadas

English e passou por restaurantes em Boston, Washington, Las Vegas e Tóquio até virar o número um do Azul. A vasta experiência lhe rendeu opiniões assertivas sobre alguns dos modismos da gastronomia. “A comida no Büccan é americana, italiana, francesa, asiática, mas sem muitas misturas. Não vejo problemas em servir um prato grego, um francês e um japonês na mesma refeição, mas não costumo misturar as nacionalidades nas receitas. O hamachi é uma exceção que abro apenas porque a gastronomia peruana já tem muita influência da asiática”, justifica. Entre as outras boas opções para compartilhar estão as saborosas short

101 N Clematis St., West Palm Beach

rib empanadas (US$ 6 cada), que também levam tempero peruano, e o steak tartare com trufas negras (US$ 14), com textura aveludada. Mas, como Clay é adepto da cartilha do sustentável, não é garantido que você encontre esses pratos por lá. Para se adaptar ao calendário dos produtores, ele muda o menu regularmente. “Tentamos usar o máximo possível de ingredientes locais. Os tomates, a burrata, o milho e os peixes, por exemplo, são daqui”, enumera ele. Alguns itens, no entanto, são fixos, devido ao enorme sucesso. É o caso do U8 shrimp “scampi” (US$ 8 cada), graúdos camarões servidos sobre

uma cama de torradas e rúcula, e do sweet corn agnolotti (US$ 15 a porção pequena), que leva ricota, bacon, milho, ervilha e crispy de bacon. Completam a lista de best-sellers a pizza de cogumelos (US$ 16), o hot dog panini (US$ 12), com chucrute, queijo gruyère e mostarda, e o prime beef burger (US$ 19), que chega à mesa acompanhado de uma crocante porção de batata frita. O Büccan, afinal, também tem sua faceta americana.

BÜCCAN

350 South County Road, Palm Beach, Flórida +1 561 833 3450 / buccanpalmbeach.com

S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 113


Gastronomia

O Taste Festival faz seu début na América do Sul com edição que celebra, de 8 a 11 deste mês, a culinária saborosa e multicultural de São Paulo POR

VITÓRIA BATISTOTI

Aqui, Taste Festival em Melbourne, em 2015; e, abaixo, alguns chefs participantes da edição de São Paulo

O

QUEM VAI ESTAR LÁ CLUBE HÍPICO DE SANTO AMARO

Av. Visconde de Taunay, 508, Vila Cruzeiro. De 8 a 11 de setembro. Qui., das 18h às 22h; sex., sáb. e dom., das 12h às 16h e das 18h às 22h. Entre R$ 50 e R$ 60 11 3082 5533 / saopaulo.tastefestivals.com

114 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Adega Santiago Astor Bar Dona Onça Bráz Trattoria Casa do Porco Clandestino — Canto da Bel Esquina Mocotó Fasano

Fechado para Jantar Kinoshita Le Jazz Brasserie Manacá Maní NB Steak Tian Tuju

Fotos:Jessica Wyld; Celina Germer

Gostinho paulistano

enorme gramado do Clube Hípico de Santo Amaro era tudo o que os organizadores do Taste Festival buscavam. Fundado em 2004, em Londres, o evento nasceu com o objetivo de levar a alta gastronomia das principais metrópoles do mundo para um parque aberto, como um piquenique democrático. Depois de passar por cidades da Europa, da Ásia, da América do Norte e da Oceania, chegou a vez do début em terras latinoamericanas. E São Paulo, cuja cozinha variada e de qualidade é reconhecida internacionalmente, foi naturalmente eleita para receber o festival. Em quatro dias de celebração da culinária paulistana — de 8 a 11 de setembro — haverá workshops, palestras, degustações, feira de produtos, barraquinhas de chefs renomados, além de apresentações musicais. Tudo a céu aberto e pensado para todos os tipos de público. “O evento é uma grande festa para quem gosta de comida e quer ter acesso a boas receitas em uma atmosfera descontraída”, diz José Carlos Oliveira, diretor-geral do Taste of São Paulo. Para protagonizar a festa, foram convidados chefs de 16 casas paulistanas, que vão preparar três pratos de seus cardápios, além de um novo, pensado especialmente para o evento. Luca Gozzani, à frente do restaurante Fasano, levará as clássicas massas da casa. A culinária nordestina do Esquina Mocotó, comandado por Rodrigo Oliveira, também marcará presença. Assim como as receitas inspiradas na gastronomia antiga de São Paulo do Bar Dona Onça, de Janaina Rueda, e as criações orientais de Tsuyoshi Murakami, do celebrado Kinoshita. Ao todo, o visitante poderá escolher entre 60 opções, com preços que variam de R$ 15 a R$ 30. “Nossa âncora são os bons restaurantes, mas só o ingresso já garante música ao vivo, demonstrações gastronômicas, degustações de vinhos e cervejas e aulas práticas com grandes cozinheiros”, completa José Carlos. Com tais ingredientes, o Clube Hípico de Santo Amaro será transformado num paraíso para os amantes dos sabores de São Paulo.



Menu

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NOVIDADES E ENDEREÇOS PARA COMER E BEBER BEM

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RIO DE JANEIRO No cardápio, nada de proteína animal nem alimentos industrializados. Na cozinha, não há fogão, mas sim desidratadores e liquidificadores. Adepto da raw food, proposta já disseminada nos Estados Unidos e na Europa, o restaurante Ró teve suas portas abertas em julho no Rio e tem chamado a atenção por seus criativos pratos. Seguindo os princípios da vertente gastronômica, cuja base é o vegetarianismo crudívoro, a chef Inês Braconnot, à frente da casa, manipula os alimentos a não mais do que 42 graus,

O QUE É A RAW FOOD?

INÊS BRACONNOT, CHEF DO RÓ E PESQUISADORA DA COZINHA CRUA HÁ 15 ANOS

116 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

O conceito surgiu como uma questão de sobrevivência para os humanos e para o planeta. Nosso sistema fundamentado em alimentos ultraprocessados, industrializados e com muita carne animal está minando nossa saúde. Vegetais crus são íntegros, possuem os nutrientes de que precisamos e são facilmente absorvidos pelo corpo.

justamente para manter seus nutrientes. O resultado são receitas saborosas, saudáveis e com apresentações impecáveis. As campeãs de pedidos são: texturas de tomates, com cracker de tomate, ketchup Ró, flor de tomate, manjericão e ricota de amêndoa 1 ; crepe de cogumelos com farofa de avelã 2 ; coral negro, com alga nori, palmito com wasabi, legumes e molho oriental 3 ; e lasanhola, abobrinha marinada, ricota de macadâmia, pesto de pistache e molho de pimentão vermelho 4 . R. Pacheco Leão, 102, Jardim Botânico. 21 3559 0102 / ro-raw.com

COMO SE PREPARAM AS RECEITAS?

Não se cozinha, frita ou assa os alimentos. Não utilizamos fogo acima dos 42 graus para manter o máximo de nutrientes naturais que possuem. Usamos desidratadores que controlam a temperatura e fazem com que a água dos vegetais evapore e eles adquiram novas texturas. O liquidificador também é bastante usado nas receitas líquidas.

POR QUE DECIDIU APOSTAR EM UMA CASA COM CARDÁPIO 100% CRU?

Para mostrar a riqueza de sabores, cores, texturas, aromas e formas que se podem obter com os vegetais crus. Estamos muito acostumados a vê-los como coadjuvantes, mas no Ró acreditamos que eles têm potencial para ser estrelas. Devem ser valorizados.

Fotos: Rodrigo Azevedo; Henrique Peron; Tadeu Brunelli; Thays Bittar; Divulgação

Cru e criativo


Clima de descontração

MIAMI O restaurateur Stephen Starr já faz muito sucesso no Bal Harbour Shops, complexo de compras mais luxuoso da região de Miami, com as receitas orientais contemporâneas do Makoto. Agora, ele atrai nova clientela com o Le Zoo, típica brasserie que combina a cozinha francesa com o espírito animado da Flórida. Clássicos como a sopa gratinada, o steak tartare e moules frites estão no cardápio e são ótimas pedidas para serem acompanhadas das cervejas e dos drinques da casa. Para melhor aproveitar o clima local, as mesas da área externa são perfeitas.

9700 Collins Avenue, Bal Harbour +1 305 602 9663 / lezoo.com

Doce universo

Cafezinho antes do voo

SÃO PAULO Da combinação de framboesas frescas e creme de

CAMPINAS O Terminal 1 do Aeroporto de Viracopos, que concentra todas as operações da Azul, acaba de ganhar novas opções gastronômicas. O Octavio Café, cujos grãos são exportados para mais de 20 países, inaugurou duas unidades no local, uma na área do embarque e outra no desembarque. Ali os passageiros e familiares podem apreciar os mais de 15 métodos de preparo do café, produzido por empresa própria em Pedregulho, no interior de São Paulo. A marca ainda abriu mais uma unidade no Shopping Eldorado, Zona Oeste da capital paulista.

chantilly de pistache surgiu o macaron Sophia (R$ 22,50; foto), mais recente criação da Brigadeiros by Cousin’s. Desde 2011, a loja inspirada na arquitetura parisiense oferece mais de 60 tipos de brigadeiros, com sabores que vão do cappuccino ao vanilla com cookies, passando por avelã e champanhe — todos são feitos com chocolate importado. Da cozinha da confeitaria também saem outras delícias, como o croissant recheado com brigadeiro suíço, o boulette de chocolate belga e outras variações de macarons criadas pelas chef e empresária Giulianna Loduca Scalamandré, especializada em pâtisserie pela francesa Ecole Lenôtre.

R. Cardoso de Almeida, 1371, Perdizes 11 3862 5391 / brigadeirosbycousins.com.br

Rod. Santos Dumont, km 66, Aeroporto de Viracopos, Campinas octaviocafe.com

O DRINQUE PERFEITO

ARAPURU & TONIC POR FABIO LA PIETRA

HEADBARTENDER DO ASTOR E SUBASTOR, EM SÃO PAULO

INGREDIENTES: 60 ml de Arapuru Gin — primeiro London Dry Gin produzido no Brasil 150 ml de tônica Schweppes 1 fatia de caju 1 fatia de limão-cravo

MODO DE PREPARO: Em um copo alto, coloque o gin e a tônica. Misture bem. Por fim, acrescente as fatias de limão e caju

S E T E M B R O 2 016 A Z U L M A G A Z I N E 117


Nós Testamos

Aqui, alunos montando suas saladas; abaixo, o pato no ponto certo e a professora e chef Inês Oliva

Bienvenue

à la cuisine

D

istribuídos em nove mesas equipadas com panelas, facas e outros utensílios e voltados para uma grande bancada de cozinha, eu e mais 16 alunos nos familiarizávamos com o menu: salada com queijo de cabra quente, magret de pato com maçãs e petit gâteau. Receitas da nouvelle cuisine française que eu já havia provado. Provado apenas. O desafio da vez era preparar os dois primeiros — o terceiro seria como uma recompensa aos bravos cozinheiros — sem economizar esforços para “entregar” pratos tão caprichados como os dos tradicionais bistrôs parisienses. Para cumprir a função, deveríamos seguir o mestre. No caso, a mestra: Inês Oliva, chef especializada em

118 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Assumimos o comando das panelas em uma aula do Eataly, em São Paulo, cujo objetivo era aprender o preparo de duas receitas da nova gastronomia francesa P O R BRUNA TIUSSU F OTO S CHEMA LLANOS

cozinha francesa pelo Institut Paul Bocuse, em Lyon, ministra este, batizado de Vive la France, e outros cursos rápidos, de duas horas, na escola do Eataly, famoso complexo gastronômico de São Paulo. A primeira recomendação logo foi dada: para cozinhar é preciso ser organizado. Pois bem. Com espaço na mesa e os ingredientes limpos e dispostos em potinhos começamos a montar a salada. O segredo de uma bela apresentação está na altura do prato. Alfaces frisée e roxa devem estar concentradas no centro para criar uma base para as duas rodelas de baguete com queijo de cabra gratinado. Num cantinho, os aspargos frescos passados na frigideira, al dente. Fatias de bacon defumado, nozes e molho à base de mostarda dijon para finalizar. Simples, gostoso e confortavelmente fácil de fazer.


CURSOS DO MÊS: DIA

9

La Peruana R$ 160

DIA

13

Massas Regionais Italianas R$ 160 Pratos finalizados com sucesso: aqui, magret de pato com maçãs; acima, salada com queijo de cabra

DIA

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Clássicos da Confeitaria Francesa R$ 160

DIA

15

Festival de Trufas R$ 160

DIA

20 Ainda terminando a salada, partimos para o prato principal. Com carne macia e uma capa de gordura singular, o peito (magret) do pato vai à frigideira. O desafio é acertar seu ponto: dourado por fora e rosado no interior. Para ter sucesso, a sugestão é fazer cortes transversais em sua gordura e temperar com sal só este lado. Logo a carne ganha tom de ouro e a capa de gordura se transforma numa crosta crocante. Pronto. Eis o indicativo de que está na hora de virá-la para selar o outro lado. Seguimos em frente com as maçãs, que dão a textura da receita. Um aluno cogitou usar azeite na frigideira. Outro propôs a manteiga. Nem um nem outro. A gordura do pato que ali restou serve perfeitamente para cozer os pedaços da fruta, mantendo sua firmeza. Para a montagem, aprendemos o “estilo leque”: a carne, fatiada, é disposta na parte superior do prato e as maçãs, logo abaixo. Joga-se o molho (pré-preparado pela chef, feito à base de mel, balsâmico e blueberries), finaliza-se com flor de sal e tomilho. Voilà! Um brinde para comemorar os bem executados e saborosos pratos da noite. Só resta agora repetir o feito em casa.

O Sushi Chic R$ 180

C

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CM

MY

CY

CMY

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DIA

27

Trilogia do Bacalhau R$ 180

DIA

28

Light com Sabor R$ 160

DIA

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Trilogia do Bacalhau R$ 180

EATALY

Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1489, Vila Nova Conceição, São Paulo Cursos entre R$ 160 e R$ 180 11 3279 3300 eataly.com.br/events


Lifestyle

// AS ÚLTIMAS TENDÊNCIAS DE MODA, BELEZA E BEM-ESTAR

Óculos Colcci R$ 439 colccioculos.com.br

Colar Hector Albertazzi R$ 462 hectoralbertazzi. com.br

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Moletom New Other R$ 487 18 3916 4545

Os atores Jaden Smith e Ruby Rose

Liberdade de escolha

Sem fazer distinção entre o masculino e o feminino, a moda genderless tem ganhado espaço no mundo fashion. Confira uma seleção de peças inspiradas nos estilos cheios de personalidade dos atores Jaden Smith e Ruby Rose, dois adeptos da tendência POR

THAIS LUTTI

PRODUÇÃO

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120 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Calça Giuliana Romanno R$ 979 giulianaromanno.com.br

Oxford Repetto R$ 898 repettoparis.com.br

Fotos: Taylor Hill/Getty Images; Theo Wargo/Getty Images; Armando Grillo; Divulgação

Blusa Uma R$ 288 uma.com.br


DICA DO MÊS BY

Lamê

Giuliana Romanno Saia de lamê R$ 8.200 Top de seda R$ 1.686

HISTÓRIA // Criado no fim dos anos

1930, o tecido de fios metalizados logo conquistou as divas do cinema durante a Golden Age de Hollywood, que passaram a circular com longos lânguidos feitos com o material. Na década de 70, o lamê viveu dias de glória nas pistas, vestindo musas do Studio 54, como Bianca Jagger e Jerry Hall.

A TENDÊNCIA // Nos desfiles para o

Juliana Jabour Vestido de lamê R$ 1.689 Jaqueta bomber R$ 1.065

inverno 2016/17 do Hemisfério Norte, grifes como Chloé, Faith Connexion e Vanessa Seward decidiram inverter a lógica: o lamê perdeu o caráter festivo e apareceu em produções urbanas, em climas boho, street e esporte. No Brasil, o material dá vida a belos looks das coleções de verão de estilistas como Juliana Jabour e Giuliana Romanno — a aposta da última são saias feitas de uma versão supersofisticada do tecido, produzida em uma pequena tecelagem francesa e que ganhou aspecto mais rústico, combinadas com camisas brancas de algodão.

COMO USAR // Inspire-se nas passarelas e

Noasn Look da grife doasnod Vanessa nasod Seward naosdn

Lingerie com selo de origem

Sucesso no mundo inteiro, a grife italiana Intimissimi lançou em julho seu e-commerce no Brasil. A loja virtual se soma às 35 unidades físicas da marca, espalhadas por 11 estados. A coleção de primavera, que acaba de chegar às vitrines, tem padrões florais em relevo e rendas ton sur ton. E a linha de verão, também já disponível, tem uma coleção cápsula chamada Um Dia em Santorini, com inspiração na mais famosa das ilhas gregas. Com o foco no marketing digital, a empresa de underwear espera chegar a R$ 2 milhões em vendas on-line nos primeiros sete meses de funcionamento do e-commerce e aumentar em mais de 50% seu faturamento mensal em 2017.

subverta o metal, apostando em dourados e prateados à luz do sol. Contrastar um vestido de lamê com uma jaqueta bomber esportiva, como mostrou Juliana Jabour em seu desfile para o verão 2016/17, é o styling da vez. Não tenha medo de brilhar!

Peças da nova coleção da grife

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Lifestyle

Beleza democrática

Cuidar do corpo, do rosto e dos cabelos faz parte da rotina de todos. Confira produtos desenvolvidos para satisfazer os desejos tanto de mulheres quanto de homens POR

Creme Densificador da Profuse, combate os sinais de envelhecimento da área dos olhos. R$ 161,20 profuse.com.br

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Perfume Phebo Patchouli unissex, com aroma amadeirado. R$ 175,50 granado.com.br

Body Wash Red Musk da The Body Shop, com fragrâncias de pimenta, canela e tabaco. R$ 59 thebodyshop.com.br

Volume

EM ALTA

EM QUE MOMENTO VOCÊ PASSOU A ASSUMIR SEU CABELO NATURAL?

Quando fui para um acampamento, aos 17 anos, e não tinha minha mãe ali para fazer escova e chapinha em meus cabelos. Fiquei meio desesperada por ter que deixá-los naturais, mas me olhei no espelho e gostei do que vi. Eu me enxerguei de um jeito diferente. Descobri como ele combinava de verdade comigo. QUAL SEU CONSELHO ÀQUELAS QUE AINDA NÃO SE LIBERTARAM DO CULTO AOS CABELOS LISOS?

OS BELOS CACHOS DA BLOGUEIRA RAYZA NICÁCIO, 24 ANOS, TÊM INSPIRADO MUITA GENTE A AMAR SEUS CABELOS NATURAIS. ELA DÁ DICAS DE COMO ACEITÁ-LOS E TRATÁ-LOS:

122 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Cada um tem seu tempo. E muitas pessoas estão contentes alisando o cabelo. Porém, para quem não está feliz e quer se libertar, aconselho ter foco, porque não é fácil passar por essa transição: deixar o cabelo crescer, cortar a parte alisada, esperar... É difícil, mas vale muito a pena. Acho que todos deveriam dar uma chance ao seu cabelo natural.

Gel Skin Balance Normaderm da Vichy, limpa e controla a oleosidade do rosto. R$ 49,90 vichy.com.br

QUAIS PRODUTOS VOCÊ USA PARA CUIDAR DE SEUS CACHOS?

1. Creme de pentear Tresemmé selagem capilar: indispensável para ter cabelos definidos. Aplico após molhá-lo, fazendo fitagem (separando os cachos em fitas) e passando em mecha por mecha. 2. Óleo de coco extravirgem: deixa o cabelo com brilho e hidratado, além de fechar as cutículas dos fios e evitar o frizz. Eu deixo agir por 30 minutos e lavo em seguida. 3. Mousse Bed Head Foxy Curls: fortalece e dá sustentação aos cachos. Aplico com os cabelos molhados, logo após o creme para pentear. 4. Modelador Líquido Curl Correct da C.Kamura: o finalizador é excelente quando misturado com o creme para pentear. Também pode substituir a mousse.

Fotos: Divulgação

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Seja qual for o seu destino temos um hotel para receber você. CONFORTO, PRATICIDADE, TRANQUILIDADE E BENEFÍCIOS nos principais programas de recompensas* do país.

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Lifestyle

COM O

PÉ DIREITO

Basta força de vontade para se aventurar na corrida. Porém, alguns cuidados podem assegurar a boa evolução individual. Confira itens ideais e dicas para você se dar bem na atividade

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C

M

Y

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ENCONTRE SEU PACE

Antes de calçar os tênis e sair por aí, é fundamental fazer um checkup médico e receber orientações de um treinador ou educador físico. “O coach tem estratégias específicas para diferentes objetivos. Ele faz com que a pessoa alcance sua meta de forma mais eficaz”, explica Luiza Fellippa, treinadora no Nike Run Club, no Rio de Janeiro.

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OS PRIMEIROS PASSOS

Tenha paciência. “Evoluir gradualmente é fundamental para o corpo se adaptar ao exercício e evitar lesões”, alerta Luiza. Se você não pratica nenhum esporte, deve caminhar mais tempo do que correr — cinco minutos andando e um correndo, por exemplo. “Aos poucos, é possível aumentar as distâncias ou diminuir o tempo de recuperação entre cada tiro.”

CUIDE DE VOCÊ

Todo corredor que deseja evoluir tem de fazer um fortalecimento muscular com orientação de profissionais da área. “A musculação ajuda o corpo (tendões, ligamentos e músculos) a aguentar o impacto e todas as exigências da corrida”, comenta Luiza.

HORA DO LANCHE

Quem pratica qualquer esporte precisa de energia antes, durante (dependendo do tempo de exercício) e depois do treino ou da prova. A alimentação correta — que deve ser recomendada por um nutricionista — vai fazer o atleta render mais, além de ajudar na recuperação de seu corpo.

SIGA EM FRENTE

Para não deixar o ritmo de treino cair, inscrevase em uma prova. Uma ótima experiência para os iniciantes é se aventurar em uma competição de 5 quilômetros. Para alguns, correr num grupo funciona muito bem. Para outros, nada melhor do que um som alto no fone de ouvido para ajudar a ir além.

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Para correr com mais precisão e um pouco de desafio, vale utilizar um monitor cardíaco. Primeiro é necessário calcular sua frequência máxima: basta subtrair a sua idade de 220. O número resultante é o seu limite, o mais rápido que seu coração bate durante o esforço. “Ele serve como indicativo para planejar os treinos”, diz Luiza. Funciona mais ou menos assim: iniciantes devem manter-se entre 65% e 75% da frequência cardíaca nas primeiras semanas. Depois é possível correr alternando esses números, aumentando a intensidade da corrida. Dessa forma, a evolução se dá de maneira equilibrada e os objetivos almejados começam a ser alcançados.

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Transformar o futuro de uma região e contribuir para um planeta melhor com cidadãos mais conscientes é o principal compromisso do Circuito Cultural MRN. Executado pelo Grupo Komedi, o projeto estimula a leitura e promove a cultura, levando teatro, educação e diversão para 24 mil crianças e adolescentes de escolas públicas em Óbidos, Oriximiná, Faro e Terra Santa, na região oeste do Pará. O Circuito Cultural MRN envolve apresentações de teatro, doações de livros com os temas das peças e brinquedotecas, criando um ambiente de aprendizado com diversas atividades relacionadas ao meio ambiente, à literatura brasileira, à cidadania e à mineração. Não existe um futuro melhor sem transformação. E não existe transformação sem pensar no futuro.

PATROCÍNIO

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REALIZAÇÃO

A G O STO 2016 AMAIS Z U LSOBRE M A G A Z I N E 125 CONHEÇA O PROJETO CIRCUITO CULTURAL MRN

Fotos: Divulgação

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Lifestyle

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Materiais e acabamentos de qualidade asseguram a durabilidade de acessórios, produtos para a casa e brinquedos. Confira opções que não quebram nem estragam facilmente e podem ser passadas de geração para geração POR

THAIS LUTTI

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Fotos: Divulgação

TODA A VIDA


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Opinião

Aumente seu eu ou diminua o tamanho do seu mundo POR CHRISTIAN INGO LENZ DUNKER

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COMO USAMOS O MUNDO VIRTUAL PARA TRANSFORMAR O REAL?”

1.

Sentimento persistente de irrelevância: uma vez que a obsessão por se comparar aos outros leva à criação de idealizações massivas e frustrações, a visibilidade alcançada por colegas de escola ou profissão torna-se uma ameaça narcísica perene. Complexo de valentia reativa: quando substituímos nossa luta inglória por individualização pela força de pertencer a um grupo. Dentro dele nos sentimos protegidos e fortes. Falamos alto e postamos bravatas, muitas vezes protegidos pelo anonimato. Perturbação da relação com a palavra: acontece pela inconsequência entre o que se diz na rede e o que se faz fora dela ou pela adesão ingênua ao que se diz na vida virtual, como se ela fosse o decalque de uma conversa presencial. Muitas pessoas temem cada vez mais a fala em seu “estado natural”, como em seminários e apresentações de trabalho, porque nelas o tempo é outro.

2. 3.

Não há como apagar o que dizemos impulsivamente, editar a imagem como fazemos on-line ou esperar a melhor hora para responder a mensagem. O mundo virtual não é uma fonte de corrupção nem a salvação para uma realidade que se tornou demasiadamente complexa para ser gerida sem tecnologia. Ele recoloca a questão de como devemos lidar com um fragmento adicional de poder. Portanto, é preciso substituir o falso problema do aumento do eu e da diminuição do mundo pela verdadeira questão: como usamos o mundo virtual para transformar o real? Há muitos que praticam na experiência digital o contrário da dinâmica da segregação e do enaltecimento do eu. Mas isso só é alcançado à custa de um trabalho adicional, seja pela busca ativa da diferença que aumenta o tamanho do mundo, seja pela disposição para diminuir o tamanho do eu. // CHRISTIAN INGO LENZ DUNKER é psicanalista

e professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Seu livro Estrutura e Constituição da Clínica Psicanalítica ganhou o prêmio Jabuti, em 2012. Em 2015 publicou Mal-Estar, Sofrimento e Sintoma

Foto: Arquivo Pessoal

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á um efeito sutil, porém constante, na vida digital: ela está sendo desenhada para excluir pessoas cujos discursos são pouco semelhantes aos nossos. É como se nos mudássemos para um condomínio fechado, composto de pequenas escolhas feitas por nós sobre consumo, hábitos e ideias. Os algoritmos virtuais baseiam-se na lei do semelhante atrai semelhante. Isso vale para os sites de relacionamento, de envio de notícias e de oferta de produtos. Depois de um tempo, sem percebermos, nós nos mudamos para um mundo de iguais. Um mundo virtual muito menor do que o real. Nesta terra de “gente como a gente” vigora o que a psicanálise chama de narcisismo das pequenas diferenças. Ou seja, de repente a semelhança começa a incomodar, vira competição e ganância por distinção. A necessidade de aumentar o tamanho do eu dissolve a zona intermediária entre o público e o privado. Tudo se reduz a confirmar valores e a indiferença apática. As duas atitudes combinadas, a diminuição do mundo e o aumento do eu, ocasionam três sintomas colaterais:



Agenda

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O MELHOR DO MÊS NO MUNDO DO ENTRETENIMENTO

Reflexões do mundo todo EXPOSIÇÃO Com o título Incerteza Viva, a 32ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, que tem estreia marcada para o dia 7 deste mês, celebra o desconhecido por meio de instalações, pinturas, vídeos, entre outras plataformas. Do aquecimento global às instabilidades políticas e econômicas, mais de 80 artistas e coletivos de 33 diferentes países refletem sobre temas da vida humana. Os brasileiros Jonathas de Andrade e Luiz Roque, o zimbabuano Misheck Masamvu e

o jamaicano Ebony G. Patterson são alguns dos nomes que apresentam trabalhos nesta edição. O que o futuro nos reserva? Enquanto a dúvida paira no ar, a arte contemporânea se atreve a especular. Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Ibirapuera, São Paulo. De 7 de setembro a 11 de dezembro. Ter., qua., sex. e dom., das 9h às 19h; qui. e sáb., das 9h às 22h. Grátis 11 5576 7600 / bienal.org.br

OBRAS DE DESTAQUE

Passo Largo

de Misheck Masamvu (Zimbábue)

Estás Vendo Coisas de Bárbara Wagner (Brasil)

Fambily Series de Ebony G. Patterson (Jamaica)

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Fotos: E. G. Schempf; Marcos Hermes ; Jay Maidment ; Divulgação

O Peixe

de Jonathas de Andrade (Brasil)


Maratona cultural TEATRO Uma das principais

atrações do Porto Alegre em Cena deste ano, com início marcado para o dia 13 deste mês, é o espetáculo francês BiT, da companhia de dança de Maguy Marin, com coreografias pulsantes e batidas de música eletrônica que prometem uma analogia com o mundo hiperconectado. Nomes ilustres do teatro nacional também marcam presença, como Matheus Nachtergaele, em Processo de Conscerto do Desejo (foto); Dan Stulbach, em Morte Acidental de um Anarquista; e Debora Bloch, em Os Realistas. No total, o festival apresenta 35 montagens.

Vários espaços culturais de Porto Alegre. De 13 a 26 de setembro. Espetáculos entre R$ 30 e R$ 80 portoalegreemcena.com

Raízes alimentícias

CINEMA A tradição culinária e o conceito de “quilômetro zero” (priorizar alimentos que não percorram grandes distâncias até o consumidor) são os pilares da sétima edição do festival Slow Filme, no município goiano de Pirenópolis. Serão exibidos longas internacionais inéditos, como Noma – Minha Tempestade Perfeita, documentário sobre o premiado restaurante do chef René Redzepi, e produções nacionais, como Comer o Quê?, que vasculha os hábitos alimentares dos brasileiros, com depoimentos de Alex Atala e Bela Gil. Durante os quatro dias, também haverá degustações de biscoitos, produtos do cerrado, queijos, azeites e vinhos.

Cine Pireneus, R. Direita, Pirenópolis. De 15 a 18 de setembro. Grátis. 61 3443 8891 / objetosim.com.br

Encontro sonoro

MÚSICA Aproveitando os holofotes mundiais voltados para o Rio de Janeiro, o festival Semente celebra a música brasileira no Bar Semente, na Lapa. Dando continuidade aos espetáculos de agosto, a festa segue com apresentações variadas. Às terças e quartas-feiras sobem no palco os músicos Carlos Malta, Nicolas Krassik, Zé da Velha & Silvério Pontes. E, para fechar o evento, no dia 27 o violonista Zé Paulo Becker convida o ilustre Ney Matogrosso.

Bar Semente, R. Evaristo da Veiga, 149, Lapa, Rio de Janeiro. Ter. (dias 6, 13, 20, 27) e qua. (dias 7, 14 e 21), às 21h. R$ 40 21 2507 5188 / barsemente.com.br

Poderes sobrenaturais CINEMA Ninguém melhor do que Tim Burton para dirigir a adaptação para a telona do livro O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Rigs. No filme, que ganhou o nome de O Lar das Crianças Peculiares, após passar por uma tragédia familiar, Jake (Asa Butterfield) segue pistas deixadas por seu avô e encontra uma ilha isolada misteriosa, com moradores um tanto quanto “especiais”. Um deles é o vilão Barron, interpretado por Samuel L. Jackson.

Estreia no dia 29 de setembro.

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Agenda Drama urbano

LITERATURA Em Meia-noite e Vinte, quinto romance do gaúcho Daniel Galera, três amigos de longa data se encontram em meio a uma devastadora onda de calor em Porto Alegre. Aurora, Antero e Emiliano seguiam seus caminhos quando a morte de um quarto integrante da turma, Andrei, grande nome da literatura brasileira, provoca uma reaproximação inesperada. Quando é convidado a escrever a biografia do escritor, o jornalista Emiliano revisita lembranças do grupo, que publicava um fanzine de sucesso nos anos 1990. A narrativa discorre sobre promessas nunca cumpridas e a efemeridade da vida.

Lançamento no dia 13 de setembro. Companhia das Letras. R$ 34,90

OS OUTROS ROMANCES DE DANIEL GALERA

Barba Ensopada de Sangue (2012)

Um professor de educação física busca refúgio em Garopaba, um pequeno balneário no Sul de Santa Catarina, após a morte do pai. R$ 44,90

Cordilheira (2008)

Recém-saída de um relacionamento amoroso e sob impacto do suicídio de uma amiga, uma escritora resolve passar uma temporada em Buenos Aires. R$ 44,90

Mãos de Cavalo (2006)

Um garoto leva um tombo de bicicleta. Um temido homem sofre falta num jogo de futebol. Dois amigos preparam-se para escalar uma montanha. Estes acontecimentos vão se conectando no tempo e no espaço. R$ 42,90

Até o Dia em que o Cão Morreu (2003)

Solitário, sem dinheiro e entediado, um homem ancorado numa adolescência tardia vive uma reviravolta quando um cachorro e uma modelo entram em sua vida. R$ 34,90

Duelo dentro de casa CINEMA Baseado na obra homônima de José Antônio Severo, o longa Senhores da Guerra é inspirado em histórias reais ocorridas durante a Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul. A produção independente, dirigida por Tabajara Ruas, conta a história de uma família dividida pela política: de um lado, Julio (Rafael Cardoso), chimango e legalista que luta pela manutenção do governo; do outro, Carlos (André Arteche), seu irmão maragato e revolucionário, em combate para derrubar o poder. As filmagens foram realizadas na região dos pampas e contaram com apoio da Azul.

Estreia no dia 15 de setembro.

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Ensaio sobre a ausência

CINEMA A Espera, filme de estreia do italiano Piero Messina, é um drama psicológico sobre duas mulheres que se encontram após uma tragédia. A francesa Jeanne (Lou de Laâge), namorada do filho de Anna (Juliette Binoche), viaja até a Sicília para visitá-lo sem saber que ele acaba de morrer em um acidente. A jovem é recebida por Anna, que não tem coragem de contar-lhe a verdade. A partir daí, estabelece-se uma enigmática relação entre elas. Com as bucólicas paisagens do Sul da Itália como cenário, o longa foi bem recebido pela crítica nos festivais internacionais.

Estreia no dia 22 de setembro.

Hits do rock nacional

MÚSICA Após o lançamento do recente Acústico NYC, a banda Capital Inicial sai em turnê com um show que mistura canções inéditas e sucessos das décadas de 80 e 90. As famosas Como Devia Estar, Primeiros Erros e Quatro Vezes compõem o repertório da apresentação marcada para o dia 10 deste mês, em São Paulo, junto com as novas Vai e Vem, A Mina e Doce e Amargo.

Espaço das Américas, R. Tagipuru, 795, Barra Funda, São Paulo. Sáb. (10), às 23h (a casa é aberta às 20h30). R$ 200 a R$ 240 — Clientes TudoAzul têm 30% de desconto

Fotos: Susanne Schleyer; Alberto Novelli; Eduardo Moura; Divulgação

Diálogo sobre a loucura TEATRO A histórica cidade mineira de Tiradentes é palco, de 8 a 18 de setembro, do Festival Artes Vertentes, com uma programação que contempla artes cênicas, visuais, música, literatura e cinema — em sua maioria gratuita. O mote curatorial é Elogio à Loucura, uma homenagem à psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1905-1999), que se opôs às formas agressivas de tratamento de sua época. Entre os destaques estão uma exposição com trabalhos do artista Fernando Diniz, ex-interno do Hospital Psiquiátrico de Barbacena que participou durante décadas dos ateliês de pintura dirigidos por Nise, e a peça Doida (foto), com a atriz Teuda Bara.

Espaços culturais de Tiradentes. De 8 a 18 de setembro. Há espetáculos gratuitos e outros que custam R$ 20. artesvertentes.com



Azuis Foto: Divulgação Azul

SERVIÇOS E DICAS PARA A SUA VIAGEM

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Informações para um voo tranquilo e seguro

Os horários dos ônibus executivos da companhia

Filmes, séries e programas disponíveis na TV ao vivo


Experiência Azul

Dicas

Aeroporto

A Azul recomenda que você chegue ao aeroporto pelo menos uma hora antes de seu embarque, no caso de voos nacionais. E duas horas antes, em viagens internacionais.

Bagagem

Na hora de preparar sua mala, lembre-se: o limite total para bagagem despachada é de 23kg nos voos domésticos e 32kg nos internacionais. A de mão deve pesar até 5kg e não pode conter objetos cortantes e inflamáveis.

Como tornar sua viagem segura, tranquila e confortável

Bem-Estar

Faça uma alimentação leve e hidrate-se bem antes de embarcar; prefira viajar com roupas confortáveis; se sentir um desconforto nos ouvidos devido à mudança de altitude, tampe o nariz e engula saliva algumas vezes.

Check-in

App check-in

Com o aplicativo da Azul, disponível gratuitamente para os sistemas iOS e Android, o bilhete fica guardado no passbook do smartphone e é possível embarcar mostrando apenas a tela do aparelho.

SMS check-in

Basta enviar um SMS para o número 26990 com o localizador do voo ou o CPF do passageiro. Ao final do processo, o Cliente recebe um SMS com o link para o acesso ao cartão de embarque.

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Web check-in

No site da Azul é possível fazer o check-in de forma rápida e simples a partir de 48 horas antes de seu embarque.

Documentos

Sempre que viajar com a Azul, tenha em mãos um documento de identificação em bom estado e com foto. Apresente-o no balcão de check-in e no portão de embarque.

Ônibus Azul

Serviços de ônibus para o aeroporto estão disponíveis em São Paulo. Não é necessário fazer reserva. Apenas apresente seu cartão de embarque. Confira a tabela de horários em nossos canais de atendimento e no site da Azul.

TudoAzul

Para garantir pontos no programa de vantagens informe seu CPF na reserva ou na hora do check-in. Se você ainda não é Cliente, cadastrese e ganhe 1.000 pontos. voeazul.com.br/ tudoazul

A Azul oferece cinco maneiras diferentes para realizar o seu check-in

Fast check-in

Para utilizar esta opção é preciso apenas digitar o endereço fc.voeazul. com.br no navegador do celular e inserir uma das quatro informações: número do localizador, RG, CPF ou número do TudoAzul.

Totem check-in Para os Clientes que preferem o método tradicional de check-in, a Azul disponibiliza totens de autoatendimento nos aeroportos.

Clientes com conexão para voos da United Airlines em Guarulhos devem dirigir-se diretamente ao Terminal 3. Não é preciso refazer o check-in nem despachar as bagagens novamente LEIA MAIS EM

voeazul.com.br


Azul Experience

Tips

Airport

Azul recommends that you plan to arrive at the airport at least one hour before your departure, for domestic flights, and two hours earlier when travelling internationally.

Luggage

When preparing your suitcase, remember: the total limit for checked luggage is 23 kg on domestic flights and 32 kg on international flights. Carry-on baggage must weigh no more than 5 kg and must not contain sharp or flammable objects.

Well-Being

Have a light meal and hydrate yourself well before boarding; it is recommended to travel in comfortable clothing; if you feel discomfort in your ears due to the change in altitude, hold your nose and swallow (saliva) a few times.

Documents

Whenever you travel with Azul, have an identification document in hand, in good condition and with a photo. Present it at the check-in counter and at the boarding gate.

Azul Bus

Azul offers bus shuttle services to and from Viracopos Airport, in Campinas, to the cities of São Paulo and Sorocaba. No reservation is needed. Simply present your boarding pass. Please check the schedule time table (p. 144) and on our website.

TudoAzul

To ensure the points for TudoAzul, our Loyalty Program, please provide your CPF at booking or at check-in. If you are not yet a TudoAzul Client, register and receive 1,000 welcome points. voeazul.com.br/ tudoazul

Check-in

App check-in

With Azul’s app, available free of charge for iOS and Android systems, the ticket is saved in the smartphone’s passbook and it is possible to board by simply showing the screen of your device.

SMS check-in

Just send an SMS to the number 26990 with the flight locator or CPF of the passenger. At the end of the process, a SMS will be sent to you with the link to access the boarding pass.

Web check-in

On Azul’s website, it is possible to do your check-in quickly and simply up to 48 hours before your departure.

Fast check-in

To utilize this option, you need to only type the address fc.voeazul.com.br in the browser and enter one of the four information options: record locator number, RG, CPF, or TudoAzul number.

Totem check-in For Customers who prefer the traditional method of check-in, Azul provides selfservice kiosks at the airports.

Customers with connecting flights from United Airlines in Guarulhos Airport should go directly to Terminal 3 . No need to redo the check-in and dispatch your baggage again READ MORE

voeazul.com.br

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Linhas de Ônibus // Bus Shuttles

Transporte exclusivo

EXCLUSIVE TRANSPORTATION

A Azul oferece ônibus executivos gratuitos, com Wi-Fi e ar-condicionado, em lugares estratégicos no Estado de São Paulo. Entre a capital paulista e o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, a companhia opera linhas de 30 em 30 minutos. Para utilizar o serviço, apresente seu cartão de embarque ou seu itinerário 15 minutos antes da partida do ônibus.

TERMINAL

BARRA FUNDA SEGUNDA A SEXTA MONDAY TO FRIDAY BARRA FUNDA VIRACOPOS

Azul offers free executive buses, with Wi-Fi and air conditioning, to and from Viracopos Airport, in Campinas, to strategic locations in the cities of São Paulo and Sorocaba. To use the service, present your boarding pass or itinerary 15 minutes before the departure of the bus. Please check bus schedules according to the location of your departure.

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TV ao Vivo

Entretenimento a bordo Filmes, séries e programas para você nos voos da Azul

SKY AO VIVO

DESTAQUES DO MÊS DE SETEMBRO

99 Discovery Kids | Miss Moon

52 Discovery | Harley-Davidson: A Série

91 TLC | Anthony Bourdain: Fora do Mapa

90 Home & Health | Troca de Estilos com Gaby Amarantos

LISTA DE CANAIS 1 Canal do Cliente 7 Record 16 Rede TV 25 Bandsports 35 Viva 36 Off 37 SporTV3 38 SporTV2 39 SporTV 40 Globo News 41 GNT 42 Multishow 52 Discovery 53 Animal Planet 58 Space 60 TNT 70 TCM 82 ID 83 TruTV

84 TBS 85 Comedy Central 90 Home & Health 91 TLC 96 Disney XD 97 Disney 98 Gloob 99 Discovery Kids 100 Nick 101 Cartoon 107 Bandnews 109 SBT 110 CNN Inter 115 Bandeirantes 160 TV Cultura 181 Play TV 500 Globo SP 501 Globo RJ 502 Globo EPTV Campinas

503 Globo BH 504 Globo RBS TV POA 505 Globo RPC TV Curitiba 506 Globo DF 507 Globo TV Bahia 508 Globo Belém 509 Globo Natal 510 Globo Recife 511 Globo Amazonas 512 Globo Cuiabá 513 Globo TV TEM Bauru 514 Globo TV TEM SJRP 515 Globo TV Anhanguera 516 Globo TV TEM Sorocaba 517 Globo EPTV Ribeirão Preto 518 Globo TV Verdes Mares 519 Globo TV Vanguarda SJC 520 Globo TV Tribuna Santos

1-4 AZTV Multishow 1-5 AZTV Tele Cine Preview 1-6 AZTV Gloob

1-7 AZTV SporTV 1-8 AZTV Canal Brasil 1-10 AZTV Mapa de Voo

1-1 AZTV Rádio Azul Viagens 1-2 AZTV Coca-Cola FM 1-3 AZTV GNT

140 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016

Fotos: Divulgação

CONTEÚDO GRAVADO



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Confira todas as regras no site voeazul.com.br/tudoazul 142 A Z U L M A G A Z I N E S E T E M B R O 2016


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A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 145


Quiz

Você sabe tudo sobre

SÉRIES? A maior premiação da televisão americana, o Emmy, será realizada no dia 18 de setembro. Cheque seus conhecimentos sobre as produções favoritas nas principais categorias

1.

Game of Thrones lidera mais uma vez a disputa pelo Emmy, com 23 indicações. O papel de Jon Snow, interpretado por Kit Harington, quase ficou com qual ator da série na fase de testes?

a Nikolaj Coster-Waldau b Aidan Gillen c Iain Glen d Iwan Rheon

4.

b Jerry Maguire (1996) d O Gângster (2007)

3.

Qual foi a primeira produção da Netflix a receber um Emmy?

6.

a Mera Coincidência (1997)

a Os Donos da Rua (1991) c Amor Além da Vida (1998)

Veep, indicada em 17 categorias, entre elas a de melhor série de comédia, é inspirada em qual desses filmes?

b Politicamente Incorreto (1998)

a Transparent

c In the Loop (2009)

b The Americans c Black-ish

d Os Candidatos (2012)

5.

Caitlyn Jenner, ex-padrasto de Kim Kardashian, que passou por uma transição de gênero, estará na próxima temporada de qual dessas séries?

d Master of None Qual é o verdadeiro nome do protagonista de Better Call Saul, Saul Goodman, que é interpretado por Bob Odenkirk?

7.

Homeland, indicada em três categorias, inclusive de melhor série dramática, tem um nome brasileiro no elenco. Quem é?

a House of Cards

a Howard Hamlin

a Alice Braga

b Orange is the New Black

b Mike Ehrmantraut

b Morena Baccarin

c Better Call Saul

c Jimmy McGill

c Damian Lewis

d Unbreakable Kimmy Schmidt

d Ignacio Varga

d Lino Facioli

Respostas: 1d; 2b; 3a; 4c; 5c; 6a; 7b

Não deu tempo de ler a Azul Magazine inteira? Acesse o pdf da revista no site azulmagazine.com.br ou utilize o QR Code ao lado

Ilustração: Marcia Albuquerque

2.

Com 22 indicações, The People v O.J. Simpson: American Crime Story ficou na vice-liderança. O protagonista da série, Cuba Gooding Jr., já havia interpretado um jogador de futebol americano em qual filme?


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Leve leve MKT / Freeway


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