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CENÁRIO 4 – ALIMENTAÇÃO
A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que a população mundial chegará de nove a 10 bilhões de pessoas até 2050. Se os recursos naturais do nosso planeta são limitados, como vamos alimentar tanta gente? Cientistas de todo o mundo estão em busca de soluções.
A agricultura tradicional exige grandes plantações. Para alimentar todo mundo em 2050, teríamos que aumentar as áreas cultivadas em 1 bilhão de hectares. Isso equivale a aproximadamente 555 milhões de campos de futebol.
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E se pudéssemos mudar os locais das plantações? A fazenda do futuro é uma das respostas. Ao invés de uma plantação horizontal pelos campos e colinas, ela é vertical, vai para cima. Mas como é isso? Imagine uma estante cheia de bandejas empilhadas. Nelas, as plantas são colocadas em água enriquecida com nutrientes. A luz e a temperatura são artificiais, feitas com lâmpadas de LED, controladas por computadores. Plantações verticais como estas estarão dentro de casa, prédios, edifícios e arranha-céus em grandes centros urbanos. A fazenda do futuro sai do campo e ganha a cidade para produzir mais alimentos para todo mundo.
Jardineiro urbano
Quem vai cuidar dessas fazendas do futuro? Alguém que entenda de jardinagem e de tecnologia para cuidar do cultivo e da manutenção da plantação. E quais os saberes desse profissional? Essa atividade poderá ser exercida por pessoas com formação em biologia, engenharia agrônoma, arquitetura e até design de interiores.
Gestor de resíduos
Decidir o direcionamento do lixo, aproveitando cada parte da melhor maneira possível para se preservar o meio ambiente, será a tarefa do gestor de resíduos. Na indústria de alimentos, esse profissional vai escolher para onde vão as partes que costumamos jogar fora, como as cascas das frutas e os talos dos vegetais. Junto com os cozinheiros, criam-se receitas que têm 100% do alimento aproveitado.
Alimentação sustentável
A carne animal é a principal fonte de proteínas para a maioria da população, mas muitas pessoas procuram por fontes alternativas de proteínas vegetais. Alguns exemplos são: hambúrguer de soja ou grão de bico, tofu, algas e a polpa da jaca, que em algumas receitas lembra a textura do frango.
Quem teria coragem de comer insetos?
Nem todos se aventurariam. Grilos, larvas de besouros, formigas, lagartas, gafanhotos e vespas são fontes ricas de proteína, gorduras boas e minerais, como cálcio, ferro e zinco. A criação não ocupa tanto espaço e exige menor quantidade de recursos do que o gado, por exemplo. Alguns tipos de insetos já fazem parte da dieta de povos da Ásia, da África e de comunidades indígenas na América Latina.
A
formiga tanajura é usada na culinária, no interior de São Paulo e no Nordeste.
Criador de insetos
Se vamos comer insetos, vamos precisar criá-los. Será que no futuro teremos um pecuarista de insetos? Talvez essa profissão exija o estudo das características físicas, do comportamento e da reprodução dos insetos, ciência chamada entomologia. Esse conhecimento servirá para o profissional entender quais bichinhos são próprios para o consumo humano e como cuidar deles. Hoje, já existem fazendas próprias, que os coletam na natureza e os colocam em caixas com ração para que se alimentem, cresçam e se reproduzam. Essas fazendas de insetos são usadas para produzir alimentos para animais como pássaros, lagartos e aranhas.
BugBurger
É um hambúrguer feito de insetos, ou melhor, de larvas de besouro. Você teria coragem de dar uma mordida?
Bug quer dizer inseto em inglês. Conta-se que, certa vez, uma mariposa entrou em um computador, no tempo dos primeiros computadores. O bichinho ficou preso lá e causou um problemão. A partir daí, o termo foi usado na informática toda vez que um sistema de computador falha.
Imagine um churrasco com carne de laboratório!
As células de um animal são colocadas em um líquido nutritivo, onde crescem e se multiplicam. No computador, é definido o formato e o tamanho da peça de carne que desejamos produzir. Os dados são enviados para a bioimpressora 3D. Daí a máquina imprime o corte da carne com músculo, gordura e vasos sanguíneos, quase idênticos à carne de origem animal. Será que o sabor é parecido?
Cozinheiro do futuro
Se vamos comer insetos, carne de laboratório e sobras de alimento, os preparos que fazemos irão mudar? Você sabe cozinhar um inseto? E fazer um bife na impressora? Teremos que descobrir! Máquinas podem até executar receitas prontas. Mas para criar combinações saborosas e gostosas de se ver, é preciso mais do que técnica: requer uma pitada de criatividade e o uso de sentidos, como o olfato e o paladar, e aqui entram os seres humanos. Que receitas o cozinheiro do futuro irá criar?