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REVISTA MENSAL DE TENDÊNCIAS E GUIA CULTURAL GRATUITO. NÚMERO 91. SETEMBRO 2012

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Editorial Dos recomeços. É inevitável. Setembro é aquele mês em que nos dá uma vontade irresistível de comprar

DIRECTOR

lápis, cadernos a cheirar a novo, borrachas e dossiês para estrear. É um mês de recomeço, em que ainda se sentem as ondas quentes do Verão, mas em que se vislumbram, por entre as folhas que ameaçam mudar de tonalidade, uma brisa mais fresca que pede um casaco de malha mais quente. E é com pezinhos de lã que nos aproximamos do colectivo Granda Malha, projecto tricotado que anda pela cidade de Lisboa a revestir objectos e árvores, num abraço público e aconchegante. Para quem prefere a intimidade de uma sala de cinema, sugerimos emoções diversas nas salas de cinema onde as temperaturas vão do arrepiante – com mais uma edição do Motelx, festival de cinema de terror – ao bastante encalorado – sob o signo do Queer Lisboa, o festival de cinema gay e lésbico. A propósito deste último evento, destaque também para o fenómeno Queer Rap, ou o que acontece quando o hip hop se cruza com a moda, com a dança e com o assumir da homossexualidade. Com as ventanias que ameaçam desprender as folhas das árvores vêm igualmente novas sonoridades, bandas sonoras com cheirinho a memórias coloridas: o novo disco do mestre da pop lo-fi, Ariel Pink’s Haunted Graffiti, e o regresso à ribalta, após 40 anos de ausência, de Bill Fay, percursor do folk progressivo. Tempo também de encontrar novos percursos e espaços cheios de luminosidade nesta Lisboa que “Outonece”. Sugerimos o inovador Mercado de Fusão, no renovado Martim Moniz, com petiscos pela noite dentro. Ou o Bairro das Artes, entre o Rato e o Cais do Sodré, para dar início à rentrée cultural da cidade. Além fronteiras, destaque ainda para o trabalho de Tiago Barros, arquitecto português radicado em Nova Iorque e que tem reflectido sobre a (melhor) utilização do espaço público. E também para as inquietas câmaras fotográficas floridas do brasileiro André Feliciano, autor e “jardineiro” conceptual. Numa altura em que a DIF chega às 90 edições, esta é também para nós uma época de recomeços. Porque trabalhar cada edição continua a dar o mesmo entusiasmo como se fosse a primeira. Tal como a arte, a moda, o design, a música, reinventamo-nos a cada passo. Recomecemos. Reinventemo-nos. Sempre.

Trevenen Morris-Grantham trevenen@difmag.com EDITOR

Rafael Vieira DIRECTOR DE ARTE

Ricardo Galésio EDITORA DE MODA E BELEZA

Susana Jacobetty COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Ana Rita Sevilha, André Gomes, Carolina Almeida, Célia F, Cristina Marques, Djamila Afonso, Emanuel Amorim, Filipa Penteado, Isa Silva, João Bacelar, João Moço, José Lage, Laura Alves, Marta Gonzalez, Miguel Meruje, Pedro Dourado, Sara Baptista de Sousa PARCEIRO ILUSTRAÇÃO E ARTE

Who Creative Talents Agency

REDACÇÃO E DEPARTAMENTO COMERCIAL Rua Santo António da Glória 81. 1250-216 Lisboa Telefone: 21 32 25 727 Fax: 21 32 25 729 info@difmag.com

Índice 10. Fotografia

Floriassance: Big Flower is watching you! Texto: Alex Hansen e Laura Alves Fotos: Alex Hansen

12. Arte

Utopia da Lei - Gonçalo Mabunda Texto: Sara Baptista

14. Design

Design cheio de lata Texto: Laura Alves

16. Moda

Diana Matias Jordann Santos Texto: Pedro Dourado

18. Moda

24. Capa Dura

48. Fotografia

26. Kukies 32. Places 34. Moda

52. Arquitectura

VV e Hotel - The Kills Texto: Filipa Penteado

Original – mais do que um conceito, é uma atitude Texto: Filipa Penteado

38. Shopping / Produto 42. Música

Ariel Pink’s Haunted Graffiti Texto: André Gomes

44. Música

Queer rap - Hip hop fora do armário Texto: João Moço

46. Música

Em Paz - Bill Fay Texto: Emanuel Amorim

Da alma – Predrag Pajdic Texto: Carolina Almeida

www.difmag.com myspace.com/difmagazine facebook: DIF

Tiago Barros, um arquitecto em Nova Iorque Texto: Ana Rita Sevilha

54. Intervenção Urbana

Crochet Street Art As malhas da lei de bem colorir o mundo Texto: Célia F.

58. Moda

Winterfall Fotografia: João Bacelar Styling: Susana Jacobetty

Adidas Originals O/I 2012 (adidas AG).

68. Moda

Freedom to Create Fotografia: João Bacelar Styling: Susana Jacobetty

76. Agenda

Destaque, Música, Cinema, Festivais

PROPRIEDADE Publicards, Publicidade Lda. DISTRIBUIÇÃO Publicards publicards@netcabo.pt REGISTO ERC 125233, NÚMERO DE DEPÓSITO LEGAL 185063/02 ISSN 1645-5444, COPYRIGHT Publicards, Publicidade Lda., TIRAGEM MÉDIA 20 000 exemplares PERIODICIDADE Mensal, ASSINATURA 12€


PEPE’S PEPE’SONONTHE THEMOVE. MOVE.

pepejeans.com pepejeans.com *o pepe *o pepe andaanda por aí por aí



E S TE M Ê S

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1/ Ana Rita Sevilha é arquitecta de formação, jornalista de profissão e ‘crafter’ nos tempos livres. Pelo AR.CO e acha que não fica por caminho estudou Comunicação e aqui. Gosta de cinema, fotografia, Imagem no IADE e Joalharia na cadernos em branco, caixas de lápis ocasionalmente moda, mas um dia e livros infantis. Escreve maioritari gostava de escrever ficção infantil. amente sobre arquitectura, desig 2/ Cristina Marques nasceu na Made ne ira há 22 anos, mas fugiu da ilha para sempre com um bloco de notas estudar Jornalismo. Tem o bichinho e uma caneta debaixo da asa, e escre das pessoas, das conversas até aman ve as mais pequenas recordações hecer e da escrita. Anda 3/ Djamila Afonso tem 19 anos. das pessoas e dos lugares que conh Nasceu em Luanda mas reside em eceu. Portugal há 12 anos. Estudou Com profissionais que vão desde a prod unicação e Cultura na Faculdade ução e gestão cultural ao jornalismo de Letras de Lisboa, com saídas . Desde cedo descobriu a paixão paixões e ser jornalista de moda. pela escrita e logo depois o gosto Por enquanto o seu blog de mod pela moda. Sonha juntar as duas a “Trending Topic” é o seu faz-de-con 4/ José Luis Lage tem 26 anos. Nasc ta, reportando as tendências e colec ido em Lisboa, actualmente resid ções recentes. e perto da prisão que mais políti algo que desenvolveu de hobby a cos teve. Começou a trabalhar com profissão. Trabalha com Mário Prínc fotografia há cerca de quatro anos, ipe, que à data é o detentor dos seja ele a discutir orçamentos e entra “Fashion Awards” em território nacio r de fato e gravata nas reuniões, nal. Desdobra-se para que um dia exactamente como se vê nos filme em mãos, pede a Deus que o dia s criados no outro lado do Atlân tenha 24 horas e a noite umas oito. tico! Com o início de um projecto 5/ Sara Baptista nasceu em Lisbo a, na Maternidade Alfredo da Cost a, em Março de 1988. Três dias depo capital – uma relação intensa que is, eis que surge ao mundo e vai dura até hoje. Com pouco jeito para para casa, onde se apaixona pela o desenho e para a pintura, form em Gestão Cultural. Sem talento ou-se em Ciências da Comunicação para a arte, dedica-se hoje a procu e da Cultura, com especialização rar artistas para divulgar, e, com tudo várias experiências, uma coisa nunc isto, aprendeu algumas coisas que a mudou: o gosto para a escrita. vieram a dar jeito. Depois de

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F O T O G RA F I A

FLORIASSANCE: BIG FLOWER IS WATCHING YOU! TEXTO ALEX HANSEN E LAURA ALVES FOTOS ALEX HANSEN

Fotografar é, na sua essência, a preservação da vida, uma tentativa de guardar uma imagem ou sensação que nos é preciosa. Uma fotografia é um momento no tempo que nunca mais irá ser real. E quando olhamos para uma fotografia, a nossa memória aviva-se, desabrocha como se de uma flor se tratasse. No seu trabalho, André Feliciano pode ter escolhido as flores como tema, mas torna-se também óbvio que as flores o escolheram a ele.

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No contexto do Photoville, o profissional consumado olha cuidadosamente para cada centímetro destas estufas fotográficas personalizadas. Num cenário de temperaturas escaldantes, as flores surgem como uma miragem no oásis de contentores industriais de Brooklin. As flores de André Feliciano são presenças atentas no Photoville, o mais recente encontro anual nova-iorquino para fotógrafos especializados tanto em antiguidades analógicas como nas mais recentes novidades digitais. Trata-se de uma autêntica vila de contentores de carga que foram transformados em espaços de exposições temporárias e oficinas. Já com uma carga respeitosa de exposições no currículo, nomeadamente, em diversas instituições de arte no Brasil, André Feliciano estreou-se em terras norte-americanas, na Photoville, com a sua primeira instalação pública. Claro, existem grandes forças de mudança no mundo da fotografia, tanto para melhor como para pior, e que explicam a forma como as coisas se passam actualmente. E, até certo ponto, cada fotógrafo está sujeito a essas forças. Mas há certos indivíduos que cavalgam a crista dessa mudança na tecnologia, levando-a na direcção que pretendem. Feliciano é uma dessas pessoas, devido ao alcance da sua visão, à sua vontade selvagem e à sua intensa paixão pela fauna e pela flora do trabalho que desenvolve. Nascido em São Paulo, no Brasil, Feliciano faz do uso das jardineiras um desporto, enquanto dá os toques e aparos finais num bouquet portátil de flores-câmara, mesmo antes de participar como orador num workshop em Photoville. Tanto os mais novos como os mais velhos encontram na estufa “Floraissance” um destino prioritário. Numa época em que a mudança tem tamanho significado, o que a singular arte figurativa de André Feliciano faz, tem que ser feito. Ele adapta a nostalgia pela câmara analógica de forma a encontrar contrapartidas no contexto digital. Assim como a flor é o sistema reprodutivo da planta, a fotografia é o fertilizante que faz com que a arte-natureza se reproduza. «Ao cultivar flores no jardim da arte-natureza, as flores fotográficas desabrocham e agora sei que geram vida», diz Feliciano. No passado, a ideia das flores fotográficas foi considerada de outro modo: comida em forma de câmaras que os convidados das exposições podiam comer. «É engraçado, porque assim que o jardim floresceu, alguns animais sentiram-se atraídos, tal como os humanos e as abelhas. E todos eles acrescentam vida a esta natureza fotográfica polenizada». Agora, com mais tempo, neste conceito de “Floriassance” de André – já no seu 15.º ano de existência – naturalmente que as flores fotográficas irão gerar frutos fotográficos na mente do artista. Para conhecer melhor o trabalho de André Feliciano: blog.natureza.art.br.

Este BIDI redirige a www.spf.com/fashionfilm

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A R TE

UTOPIA DA LEI

NEW YORK 5:17

TEXTO SARA BAPTISTA

Eis-me aqui Gonçalo Mabunda metalmorfoseando e esculpindo a arquitectura dos sonhos na “Utopia da Lei” Sabem, por vezes apetece deixar-me andar e, já que a LEI não protege mesmo, porque não ser um Homem sem Direitos?... Gonçalo Mabunda

Antes de ler ou escrever, Gonçalo Mabunda já conhecia conceitos como a morte e a guerra. Nascido em Maputo, Moçambique, em 1975, é artista a tempo inteiro desde 1997, e faz das armas de guerra uma expressão artística. Armas como AK-47, minas, botas e capacetes de soldados, e até mesmo partes pertencentes a tanques de guerra, tudo é moldado pelo artista com a finalidade de criar esculturas vívidas, capazes de entrarem no mundo da arte e serem mostradas em galerias de todo o mundo. O que traz de novo à arte Gonçalo Mabunda? Uma transformação do tradicional. O conceito do artista é transformar objectos de guerra -- armas desactivadas do tempo da guerra civil em Moçambique, desde os finais dos anos 90 -- em obras de arte. Datadas entre 1977 e 1992, todas as armas que usa como matéria pertencem a esta guerra, sejam armas antigas, balas ou minas. O trabalho do artista, como o próprio afirma numa entrevista ao canal CNN, é «tentar representar cada pessoa que foi vítima deste material» e conferir a cada peça uma consequência prática. «Se destruírmos as armas, elas não irão matar novamente», refere o artista. Sem qualquer rascunho sobre a peça que irá fazer, é o material que dita como será a obra, tendo sempre em mente a mensagem que pretende passar com o seu trabalho. Entre as suas várias obras, destaque para a “Cadeira Tribal Africana”: uma cadeira inspirada pelas tradições étnicas africanas, e que representa uma crítica aos mais variados governos que, várias vezes, manipulam o conflito armado para restabelecer o seu poder. Ou para os “Tronos” -- cadeiras criadas através de metal torcido, provenientes de armas de fogo -- simbolizando o poder atribuído aos homens. «Um soldado luta o dia inteiro, mas tem sempre algumas horas para dormir», afirma o artista sobre estas peças.

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Gonçalo Mabunda quer remover as armas da paisagem social do seu país. Numa fase inicial, o artista afirma que os seus trabalhos eram caracterizados pela insegurança, pois não sabia quanto tempo iria durar a paz no seu país. Contudo, o trabalho tomou novas direcções, mas sempre moldado por experiências que transformaram a sua pátria, com um interesse de permanecer na memória colectiva do seu país. Gonçalo Mabunda é, acima de tudo, um artista conceptual, a sua arte vai além do que se pode ver numa galeria. É uma arte que simboliza a devoção de um artista plástico ao seu país, e é notória a vontade de devolver paz ao povo de Moçambique, homenageando todos os que perderam a vida ou ficaram feridos na guerra civil. Na sua mais recente exposição em Londres, Mabunda apresentou um novo estilo de escultura: as máscaras. Criadas com os mesmos materiais, estas máscaras são tipicamente africanas, apenas criadas com outro tipo de material. É aqui que o artista mostra a sua contemporaneidade, aliando o tradicional do seu país a uma técnica e a uma matéria-prima inovadoras. Com uma exposição agora em Lisboa, o artista apresenta “Utopia da Lei”, patente até dia 28 de Setembro na Galeria BOZART, no Príncipe Real, em Lisboa. Este é um projecto que visa promover o trabalho de jovens artistas plásticos, oriundos de regiões e países com algum tipo de ligação histórica a Portugal. É ainda uma forma de apresentar artistas com mais dificuldades de acesso aos circuitos comerciais da arte europeia, como é exemplo Gonçalo Mabunda. Galeria BOZART Rua da Escola Politécnica, 4 R/C 1250-125 Lisboa Segunda a Sexta: 10h00 - 18h00 Sábado: 10h00 - 13h00

RIO DE JANEIRO 6:17

all originals represent CHICAGO 15:17

TOKYO 19:17

GO ALL IN e representa a tua tribo em adidas.com/originals


DESIGN

DESIGN CHEIO DE LATA TEXTO LAURA ALVES

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Traduzido à letra, o nome artístico de Ronen Tinman (Wasserman de nascença) será algo como Ronen Funileiro. Porque a lata é, de facto, a matéria prima deste artista-engenheiromecânico israelita. A partir de peças de carros resgatadas em ferros-velhos, Ronan desenvolve peças de mobília com muitas histórias para contar. Quem disse que a sucata é o destino final dos automóveis? Determinado a dar nova vida a peças de BMW’s, Citroëns ou Toyotas, Ronen muniuse da sua formação em engenharia mecânica para transformar capôs, malas, portas e outras partes de automóveis em peças de mobiliário. Mesas de café, aparadores, candeeiros, ou até peças mais elaboradas como lava-loiças ou armários fazem parte do portfólio deste homem cheio de lata. Desenvolver algumas destas peças pode ser um processo que demora meses, com muito corte, soldadura, perfuração e pintura envolvidos. «Gosto de dar destaque a algumas peças menos relevantes dos automóveis, assegurando que elas mostram todo o seu potencial», explica Ronen. «São investidos tantos recursos pelas empresas a criar estes componentes, e eu estou convencido de que podem ser reutilizados, em vez de estarmos constantemente a criar novas peças de origem». E mesmo que o material recolhido nas sucatas tenha já sofrido algumas mutilações, batidelas e amassos, o designer só aí vê valor acrescentado, ao mesmo tempo que preserva a marca da sua vida passada: «Cada cicatriz, cada deformação, só acrescenta história de vida a cada peça de mobília, o produto final». Trabalhadas à mão, as obras de Ronan Tinman são acima de tudo funcionais, ainda que, tal como o próprio refere, algumas delas revelem um certo lado cómico. Um dos grandes desafios, diz, é conseguir encontrar todas as peças que precisa, para corresponder a encomendas específicas. Nos ferrosvelhos de Israel, explica, nem sempre é fácil conseguir peças de determinadas marcas. Daí que Ronen se mostre disponível para «novas colaborações com pessoas e empresas da indústria automóvel» que lhe permitam liberdade artística. Mais em www.en.ronentinman.com


M O DA

DIANA MATIAS TEXTO PEDRO DOURADO

Diana Matias é uma jovem estilista que tem crescido a nível profissional. O seu interesse pela moda surgiu quando ainda era criança. Os seus pais trabalhavam na indústria da moda e, desde cedo, quando ia para a fábrica, em férias ou nos tempos livres, interessava-se por saber como tudo funcionava. Após completar o 10.º ano na área de artes foi estudar moda para o Porto onde, mais tarde, passou a residir. Juntamente com três amigos designers de moda, um jornalista de moda e um designer gráfico, decidiu criar um colectivo – Wolke Bos. “Era uma mostra de design de moda/plataforma para dar visibilidade ao nosso trabalho. Era realizada sazonalmente em diferentes espaços onde apresentávamos a colecção e convidávamos um ou dois designers independentes a participar” – diz-nos a estilista. Paralelamente a este projecto, Diana Matias foi convidada por Miguel Flor a apresentar o seu trabalho no espaço Bloom do Portugal Fashion, onde participa até à data. O processo de inspiração para o trabalho da designer “parte, fundamentalmente, de pesquisa e experiências associadas a formas, texturas, misturas de matérias, etc...”. Até à data só produziu peças exclusivas. “São pensadas de forma a terem equilíbrio e que, coordenadas, construam uma imagem total”, sendo este o fio condutor do seu trabalho. Caracteriza a mulher que veste como sendo “de opostos, descontraída, fria, clean mas feminina”. “A imagem total é sóbria, pela paleta, formas; mas com força, pela silhueta, texturas, acessórios…”, afirma Diana Matias. Neste momento está a desenvolver a colecção para o próximo Bloom.

JORDANN SANTOS TEXTO PEDRO DOURADO

Nasceu em Paris e, com apenas quatro anos, veio viver para a Cidade Invicta. O mundo da moda apenas se começou a fazer sentir aos 16 anos. O designer explica como: “Estava decidido a seguir Microbiologia, até que um projecto numa aula de artes me levou a desenhar uns figurinos que se transformaram num sketchbook. De repente tudo fez sentido. Com alguma insegurança anunciei aos meus pais a minha vontade de estudar design de moda, a qual foi recebida com apoio total”. Após o 12.º ano foi estudar para Inglaterra, onde iniciou o curso de Art Foundation. De seguida frequentou o curso de Fashion Design and Business Studies, em Brighton. Decidiu voltar a Portugal e, em 2004, entrou no CITEX (Modatex). Passados dois anos estreou-se no Portugal Fashion. No seu processo criativo esforça-se sempre por tentar afastar-se da última colecção. Jordann afirma a sua preferência: “Seguir um novo caminho, obrigar-me a sair da zona de conforto e tomar riscos. O seguro não me agrada, o risco sim.” Admite ser muito influenciado por “novas tendências, que ainda não se tornaram mainstream, vindas de filmes, livros ou de uma performance”. Adapta estas novidades ao seu trabalho, com as suas referências. Conta, assim, a sua versão. As suas colecções vestem, geralmente, uma imagem de mulher que o atrai. A de “uma mulher-guerreira, uma amazona contemporânea.” Como jovem criador que é, as suas maiores dificuldades consistem na distribuição e comercialização do seu trabalho, o “conseguir dar o salto que permita uma maior expressão e visibilidade, alcançando também, dessa forma, uma maior facilidade de produção na indústria”. No que toca ao futuro, está dividido entre leccionar na Escola de Moda do Porto e desenhar para indústria, para clientes privados e as suas próprias colecções.

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M O DA

511

SKATEBOARDING TEXTO DJAMILA AFONSO

A Levi’s e a Nike uniram–se para criar o denim de maior rendimento do mundo. O 511 Skateboarding. Recriando o modelo 511 Skinny da Levi’s, as marcas acrescentaram- lhe um desenho intemporal e um trabalho minucioso. A tecnologia inovadora de tecidos de alto rendimento da Nike torna os jeans mais leves, fortes e cómodos. Para além dos jeans foi produzido também um blusão “Trucker” destinado aos skaters, e ainda uma edição especial de sapatos criada pelo “team rider” Omar Salazar. A parte premium desta coleção, os jeans 511 Skateboarding Team Edition, foi desenvolvida em colaboração com o lendário Conne Mills e apresenta um tecido denim dos mais avançados a nível de rendimento alguma vez criado para skateboarding, incluindo vecran extraforte que oferece resistência e reduz o peso; sistema de controlo Nike “Dri – Fit” que elimina a humidade do corpo, e ainda a quantidade necessária de stretch para aumentar a mobilidade e a comodidade. Esta edição especial mais os sapatos Nike X Levi’s Omar Salazar LR’ serão vendidos exclusivamente nas melhores lojas de skate do mundo. A coleção jeans 511 Skateboarding também beneficia dos tecidos de Cone Mills, bem como das características de alto rendimento. O stretch avançado da Nike “Dri – Fit” e a técnica de acabamento da Levi’s Water<Less permitem economizar água nas lavagens sem fazer com que os jeans percam a suavidade e comodidade. Todos os produtos denim possuem rebites em cobre, costuras extrafortes e reforços nas zonas mais ‘problemáticas’. Esta colecção, juntamente com o blusão “Trucker”, já pode ser adquirida desde Agosto numa maior selecção de lojas Levi’s bem como em eu.levis.com.

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A Keith Haring Foundation, com sede na mesma localização da Broadway onde o artista tinha o estúdio, juntou-se à Obey Clothing para introduzir os gráficos criados por Haring a uma nova geração. Não só as figuras mais icónicas, como os cães a perturbar quem olha ou as caras com três olhos, mas também os padrões e mensagens, simples e coloridas, estão já disponíveis. Keith Haring foi um pioneiro da passagem das ruas para as galerias – um movimento que não estranhamos nesta era pós-street art – que chegou de fora e, por força do desconforto com o seu corpo e com a grande cidade, deixa todas as inibições de lado e quer deixar a sua marca. A perspectiva pictórica quase rupestre, o movimento embutido nas linhas simples e a transposição para plataformas mais ‘oficiais’ como as impressões, de modo a permitir uma disseminação acessível do seu trabalho carregado de cores chamativas e estridentes, serviu de ponte para os caminhos do metro onde desenhava a giz e para a Factory de Andy Warhol, que abria portas à decadência das margens e às dependências dos ricos. Apesar de ter um elemento cómico mais exposto, mas igualmente consciente e mobilizador, a arte de Keith Haring surge ora a sós, ora interpretada pelo traço já definido da Obey, estabelecida por Shepard Fairey, um dos sucessores quase-lógicos desta escola de rua com os olhos assentes numa ideia de reprodução e venda de uma estética facilmente identificável. Chegar, fazer e partir era a aproximação de Haring às ruas, onde o seu trabalho se notabilizou primeiro, sendo ele um pioneiro na venda de reproduções da sua própria arte, caminho pelo qual muitos artistas enveredam hoje, seja em toalhas ou t-shirts. A sua ascendência nas galerias foi meteórica, mas interrompida. Haring morreu com apenas 31 anos, mas o controlo sobre o seu trabalho é exercido pela Keith Haring Foundation, cuja componente social é igualmente importante, na assistência de organizações relacionadas com a caridade de crianças necessitadas e também daquelas que promovem a luta contra a SIDA. A colaboração entre a Keith Haring Foundation e a Obey Clothing está nas lojas, e ambientase fantasticamente na Pop Shop de Haring em Manhattan, pintada pelo próprio, mas agora uma recordação reproduzida em museus, cujas lojas influenciou. Andar com a arte de Haring na roupa vai arrancar uns sorrisos na rua e também nos beneficiados da Keith Haring Foundation.

KEITH HARING FOUNDATION

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OBEY CLOTHING TEXTO MIGUEL MERUJE

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ITS 2012 A CRIATIVIDADE VENCEDORA TEXTO CAROLINA ALMEIDA

Marius Janusauskas é o mais recente membro da equipa criativa da Diesel, que durante seis meses vai poder contar com este jovem designer que acaba de ganhar o Prémio Diesel, no Internacional Talent Suport 2012. Além do estágio em Itália na marca de denim, o estudante lituano da Hogeschool Antwerpern recebeu ainda 25 mil euros para promover e desenvolver o seu trabalho como designer. Sob o mote “Good or Evil”, a última edição do ITS deu mais uma vez provas de que o talento e os sonhos não devem conhecer barreiras. No evento final, que decorreu no passado mês de Julho em Trieste, Itália, estiveram a concurso mais de três dezenas de projectos criativos, que foram avaliados por um painel de júri internacional e conceituado. Marius Janusauskas, o estudante lituano que conquistou o Prémio Diesel, cativou o júri pelo “extremo equilíbrio da colecção”, que apresentava “um completo e maduro trabalho com forte consistência na ideia da execução”, explica a Diesel em comunicado. O mais importante foi o facto de o jovem designer ter conseguido responder com elevado nível de qualidade ao que era pedido: criar uma interpretação da alta costura do denim. Além deste galardão, o designer lituano arrecadou ainda o Prémio D-La Republica, na categoria ITS Jewelry.

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A Diesel é o principal parceiro na competição ITS Fashion, acreditando na missão de apoiar jovens talentos que ousam desafiar as normas, e defendendo um estilo de vida conduzido pela paixão, coragem e entusiasmo. Na categoria ITS Fashion estiveram a concurso 11 designers, de onde saíram vencedores o japonês Ichiro Suzuki, na Colecção de Moda do Ano; o britânico Luke Brooks, no Prémio Especial de Moda; o israelita Mark Goldenberg, nos Prémios Inovação de Marca Avery Dennison e Talentos Vogue; a alemã Isabel Vollrath, no Prémio La Febbre del Sabato Sera; a chinesa Shengwei Wang, no Prémio Modateca; e, por fim, o lituano Marius Janusauskas, no Prémio Diesel. O ITS 2012 nasceu pelas mãos da agência italiana EVE há 11 anos. A Diesel foi a primeira marca a apoiar o projecto, que entretanto juntou outros parceiros: o grupo japonês YKK, um dos maiores fabricantes de fechos do mundo, e a Swarovski Elements. Esta plataforma funciona como uma ponte entre as escolas de moda e a indústria da moda. Além da Diesel, a ITS Fashion colabora regularmente com importantes marcas como Antonio Marras, MaxMara, John Galliano, Armani e Viktor & Rolf. Mais: todos os finalistas seleccionados nas categorias ITS são incluídos na base de dados digital da plataforma, a qual está acessível a qualquer um, como uma enorme família de talentos à disposição do mundo.

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C A PA D U R A

VV E HOTEL * TEXTO TEXTO: FILIPA PENTEADO FOTOS KENNETH CAPPELLO

Alisson Mosshart e Jamie Hince conheceram-se num hotel, durante uma digressão. Ela, americana, tocava com os Discount, uma banda de punk rock. Ele, inglês, era membro de três bandas diferentes – Fiji, Scarfo and Blyth Power. Antes de se conhecerem cara a cara, Mosshart ouviu Hince tocar no quarto por cima do seu e resolveu fazer-lhe uma visita. A jam session correu tão bem que começaram a escrever música juntos, enviando notas e letras de um continente para o outro. Eventualmente, Alisson mudou-se para Londres, dando origem ao projecto que mais tarde viria a ser conhecido como The Kills. o no décim lançado é e ” u e q v o ri d is &D mas ma “Dream como banda, ro serve ário da v li rs e e st iv e n a o, alimenta ã e ç u ra q o a ic mem da quím l uma co ta pello, n p e a nneth C -docum ills. Ke objecto te mais K n e ra u Th d s s a do rafou-o g to a músic fo e , g a e em a banda o backst amigo d enciosa palco, n m h E . n s u a sil ano a testem i ce, de oito fo in o H ll , Cappe sshart e na viagem ntre Mo uvimos e o e e d u a q id o il lic u p q m a u s c da agen do em im traduzin inários extraord . bons ou as, em o música m sã ) s e u s a vel r s ache m o É discutí m u e q u z ere q e nos fa e haver aura qu do (até pod e tu d l, o o p o c m o ti Tudo é palco, tê último e rock. s viu no estrela d o a m m e u u r Q se . a o de rt lm e a c n de e m a um co tem atitu ntrega u assistiu e e e v D li . A o c s li u b rda m ú o ti p p sb o O aea que tran à músic comum o o ã im entrega ix lt a ú p , numa s viu no al entre ao outro Quem o raço fin o palco. d ra e u fo q o ab ra sido e para a sp h e ince ten s Alive, o e que Jamie H Optimu ll e e p rt p a a h C o Moss Kenneth segund e Alisson ) d o c te n ti pela le (hipoté o z d e d e rt is a a captado ça p orque m agem fa rive”. P essa im is. ream&D D “ o dema e rã d e g, volume nunca s nd swin ls a il ft K ri e d Th e s th o d ’s ic s s it mu ano ose nd that d I supp be. u are, a «(...) an ed up to who yo k u c o y ra c s ’s w o it g.» h ll s in a t , th a th ally is r every e and re membe re e m is a forc e ak hotos m These p sshart o M n o – Aliss e ames” d s “nickn o ao outro o m sã u l e s ote zaramti * VV e H p a B o . e n início c álcool, rt e Hin regada a Mossha e it o n uma assim, n Kills. e Th s o d

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Sessenta anos de revolta - A história única da música britânica e do estilo urbano

«These are photos of locomotion. Silent visions of things turned up past their load. The tremble of the nightclub, the dive of backstage temporaries, electricity flung like paint through space, the FACE, the posture, the vehicle that hounds the road, sweats (...)»

Dream&Drive Editora - Domino Hardcover, 192 páginas Inglês Mais informações em www.thekills.tv

SAGATEX, LDA – Tel. 22 508 91 60 – www.sagatex.pt


FRESH BOBBLE

Para desenvolver as colecções para o próximo Outono/ Inverno, a Fred Perry regressou às décadas de 30 e 40, inspirando-se nas antigas fábricas britânicas e uniformes de trabalho. A colecção masculina British Workwear apresenta casacos de flanela grossos e compridos; malhas texturadas e tricolores; peças refinadas nos tradicionais padrões Tartan e Oxford, evocando a perfeita união entre o clássico e o contemporâneo. O look feminino para esta estação mantém o espírito “maria-rapaz” que tem marcado a linha de senhora da marca, arriscando nas camisas boyfriend, pólos-vestidos, casacos desconstruídos e acessórios de inspiração vintage. CA

Já está à venda em Portugal a Bobble, uma garrafa de água reutilizável. Através de um filtro de carbono, a Bobble “limpa” a água da torneira de químicos e impurezas, melhorando o seu sabor e qualidade. Disponível em três tamanhos – 385 ml, 550 ml e 1 litro – esta garrafa ecológica destaca-se pelo design minimal, da autoria do designer Karim Rashid, e também pela durabilidade do filtro: cada um pode ser utilizado 300 vezes. FP

MINI E PUMA DÃO O NÓ Quando duas marcas de áreas distintas, mas que partilham um salero desportivo, um espírito minimalista e um forte cunho de lifestyle, se juntam, o resultado só pode ser surpreendente. É o caso da colecção MINI by PUMA, que nasce da parceria entre a marca de automóveis e a insígnia do felino. A engenhosa capacidade da Mini para maximizar espaços pequenos uniu-se à abordagem desportiva e de lifestyle da Puma no desenvolvimento de calçado, vestuário e acessórios e as duas criaram uma colecção leve mas funcional, com forros coloridos e tecnologia versátil. CA

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+351 214 459 404 - golaportugal@gmail.com

30'S À MODA FRED PERRY


FLY ME TO GUIMARÃES A Fly London inaugurou uma pop-up store no âmbito da Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012. Com funcionamento previsto até ao final do ano, esta nova loja foi concebida para ser um híbrido entre um espaço comercial e uma plataforma artística. As instalações multimédia são o foco principal, unificando todo o espaço. A restante decoração será feita com elementos de mobiliário, esculturas e painéis de vinil impresso que irão cobrir a montra e também alguns objectos dentro da loja. Para visitar, na Rua de Santo António, n.º 24, em Guimarães. FP

G-STAR RAW . RADAR A G-Star Raw pensou em todos os que gostam do estilo descontraído das calças descaídas, mas que dispensam o incómodo de, efectivamente, estarem sempre a cair. A marca resolveu a questão com o lançamento do modelo Radar, para o próximo Outono/Inverno. Concebidos pelo head designer da marca, Pierre Morisset, os jeans Radar apresentam bolsos frontais rebaixados conferindo uma atitude “effortless”, sem recorrer às calças descaídas. A versão masculina (sim, porque pela primeira vez também há para senhora!) está disponível nos cortes justo, afunilado e largo, em seis lavagens diferentes. CA

ARTE VISUAL DE BOLSO E se pudéssemos andar com um pedaço de arte no bolso todos os dias? A Retart, uma marca eslovaca independente de artistas visuais, pretende retirar as obras de arte do ambiente natural das galerias directamente para produtos de uso quotidiano. As suas colecções de carteiras, capas para portáteis, selins de bicicleta e tábuas de skate apresentam trabalhos originais desenhados por jovens artistas visuais eslovacos e eslovenos. O colectivo pretende fundir arte visual e peças práticas de uso diário, fazendo com que estas obras estejam acessíveis não apenas aos visitantes das galerias, mas a todos, todos os dias. www.retart.sk CA

NIKE SPORTSWEAR X LIBERTY COLLECTION

OLHA A SARDINHA BRANQUINHA! É a mais recente novidade da Lomo: a La Sardinha DIY, uma nova edição do modelo com nome de peixe que pode ser pintado, desenhado e rabiscado ao gosto do freguês. Ou do fotógrafo. Esta grande-angular pode, assim, não só criar obras de arte fotográficas, mas tornar-se ela própria uma obra de arte ao gosto da tua imaginação. A câmara inclui folhas transparentes para fixar as imagens e até uma pequena chave de fendas para separar a capa e, assim, criar arte em cada pedacinho. A La Sardinha DIY vem ainda equipada com flash. LA

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A Nike Sportswear e a Liberty juntam-se mais uma vez para fazer magia, desta vez, numa viagem ao futuro. A nova colaboração pretende arrebatar o coração dos amantes do running, com uma colecção de ténis que inclui a tecnologia Nike+, a mais recente inovação de performance da marca. Desta vez evitou-se o padrão floral icónico e optou-se por um design mais futurista e gráfico, em tons monocromáticos e com detalhes néon. A magia futurista está espalhada pelos míticos Nike Air Max 1, Nike Lunar Glide+, Nike Free Run+ e Nike Lunar Montreal. Disponíveis em www.liberty.co.uk. CA


LONG LIVE STREETWEAR!

DAR ASUS À IMAGINAÇÃO Já estão disponíveis o PadFone e a PadFone Station, as últimas novidades da ASUS que combinam um smartphone com um tablet dock. Sozinho, o PadFone é um smartphone equipado com a mais recente plataforma Android Ice Cream Sandwich e um ecrã de 4.3 polegadas. Mas, quando ligado à PadFone Station, transforma-se num tablet Android ICS de 10.1 polegadas com capacidade para até 63 horas de conversação. Isto, graças à tecnologia DynamicDisplay, que permite uma transição eficaz entre ambos os ecrãs. LA

Quem não tem saudades da divertida cultura dos anos 80, dos emocionantes filmes de Kung Fu e das longas horas em frente à televisão em criança? Dos primeiros filmes eróticos, do hip hop original e do wrestling? E de tudo isto estampado em t-shirts despretensiosas e originais, ao bom e velho estilo streetwear? A Boom Bap, marca francesa cujo produto-chave é a t-shirt, pretende regressar aos primórdios da cultura de rua, quando tudo era simples, eficiente e acessível, gritando o statement “Streetwear is dead! Long live streetwear!”. Em Portugal já a podemos encontrar à venda na Elle & Esse (Valença), Bacdoor (Espinho), Petit Mezannine, Cocktail Molotof (Porto), Waveshaper (Esposende), RetinaPhunk (Penafiel), Conceito X (Braga), Puppet Day (Leça da Palmeira) e loja online em www. boombapwear.com. CA

CONVERSE COM GORILLAZ A nova colecção Outono/Inverno da Converse combina imagens criadas por Jamie Hewlett, co-fundador do grupo Gorillaz, com a icónica silhueta dos Chuck Taylor All Star. As famosas personagens do grupo – Gorillaz 2D, Murdoc, Noodles, e ainda Mike, o macaco – protagonizam assim estes novos modelos que irão dar ritmo e estilo aos teus pés. A colecção, desenvolvida sob o mote “Three Artists. One Song”, conta também com um videoclip do tema “DoYaThing” lançado no início do ano e com a participação dos Gorillaz, Andre 3000 e James Murphy, dos LCD Soundsystem. LA

PEPE JEANS AGORA ONLINE PARA PORTUGAL A partir de agora, os fãs portugueses da Pepe Jeans London já podem comprar as suas peças favoritas em qualquer dia, a qualquer hora, sem sair do lugar. Setembro marca a renovação da morada digital da marca de denim, que alarga o comércio online a um maior número de países. Além da loja online, o site www.pepejeans.com apresenta novas funcionalidades como o Jeans Prescriptor, serviço de aconselhamento de denim; o Room 2.0, área de notícias e actualizações da marca nas redes sociais; a transmissão de concertos ao vivo do Singular Music Festival; e ainda uma secção dedicada à Red Bull Racing, equipa de Fórmula 1 patrocinada pela Pepe Jeans. CA

YOU CAN NEVER LOOK TOO TALL Depois dos Curve ID Ankle Skinny, a Levi’s reinventa mais uma vez um dos seus produtos-estrela e apresenta os Levi’s Curve ID Bootcut Skinny. Com uma silhueta muito justa, que alarga depois no tornozelo, estes jeans são ideais para usar com saltos altos ou plataformas. No entanto, quem for fã de sapatos rasos também sairá favorecida. Os ID Bootcut Skinny foram pensados para alongar as pernas e criar um look mais longilíneo. FP

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TEXTO CRISTINA MARQUES

MERCADO DE FUSÃO

P L AC E S

O mapa-múndi numa pequena praça. A renovada Praça do Martim Moniz tem dez quiosques nos quais se pode experimentar diferentes sabores. No “Xico Esperto”, salada de polvo, bifanas e picadinho de entremeada. O “Botequim Do Moniz” traz a praia carioca e o sabor a caipirinha. No “La Porota”, especialidades peruanas e chilenas. Para abrandar o ritmo, um chá personalizado ou um vinho quente no “BBTMX”. Passando pelo Japão, o“Sushi Spot” para os apaixonados por esta iguaria. E para aqueles que têm uma costela em África, “O Cantinho Africano”. Para quem preferir kebabs, falafels ou lassis, paragem obrigatória no “Kebab Ali House”. E para quem não come carne, o “Erva”. E no “Preta” há hambúrgueres em pão brioche, saladas, pizzas e gelados para a sobremesa. E porque nem só de sabores se faz o mundo, a cada sábado e domingo acontece aqui o Mercado de Fusão, que reúne o pequeno comércio do Martim Moniz com lojas famosas na cidade. E se tem muita energia para gastar, a Fun Track aluga karts a pedais, pranchas de streetsurfing, trotinetes, skates e patins, tanto para crianças como para adultos. Às quintas, sextas-feiras das 15h00 às 22h00, e sábados, das 15h00 as 00h00, há DJ para animar a praça e preparar o espírito para o fim-de-semana É um novo Martim Moniz para ir conhecendo, experimentando, com muita coisa diferente a acontecer.

PRO RUN NER

MERCADO DE FUSÃO PRAÇA DO MARTIM MONIZ, LISBOA

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ES

Desde o dia 29 de Julho que os amantes da corrida têm um novo espaço para alimentar “o bichinho”. A Pro Runner abriu portas no Parque das Nações. Com uma área de 618 m2, divididos em três pisos, a loja tem as três principais marcas de referência da categoria de corrida – Nike, Adidas e ASICS –, com um espaço próprio, desenvolvido por cada uma delas e enquadradas no conceito global da loja. Também a Puma e a New Balance marcam presença neste espaço. Esta loja inovadora contará com um clube de corrida dedicado a corredores amadores e que querem partilhar em grupo o prazer da corrida. Mas este projeto tem mais para oferecer: um estúdio de Cardio Fitness e consultas em diversas áreas. Conta também com um lounge, um espaço aberto para servir de ponto de encontro entre amigos, atletas, media, clientes e todos aqueles que se queiram juntar a este espaço único. A loja organizará também eventos desportivos. Para o seu lançamento organizou a primeira Ultra Maratona de Portugal, dividida em duas etapas que decorreram a 28 de Julho (véspera da inauguração), e outra no dia seguinte, aquando da inauguração da loja. PRO RUNNER ALAMEDA DOS OCEANOS, LOTE 1.01.1.1 PARQUE DAS NAÇÕES LISBOA

Quando vai a um restaurante normalmente senta-se, pega no menu e escolhe. Aqui, também vai encontrar de tudo um pouco. Rui Costa e Verónica Pacheco desenvolvem agora um projecto que já está a dar muito que falar. Trata-se de um conceito de moda alternativo, que ainda pouco se encontra nos centros comerciais. Uma loja com colecções de designers de todo o mundo, muito trendy e a preços muito acessíveis. Marcas de renome como Le Coq Sportif, Comme des Garçons, Marc Jacobs e os sapatos de Vivienne Westwood, Melissa, também têm um pézinho nesta loja... literalmente. Encontrará ainda muitos outros gadgets divertidos como os telefones pop para o telemóvel, leitores de mp3 que parecem cassetes aúdio dos anos 80, óculos de sol vintage... A ideia centrou-se em levar, com muita coragem, uma nova perspectiva de loja multimarca aos centros comerciais. O espaço, decorado pela dupla de designers, tem um ambiente vintage, e “neo luxuoso”, com peças Vitra Eames e candeeiros Ingo Maurer que pretendem contrariar todas as premissas das lojas de shopping e, ao mesmo tempo, não se descaracterizar. Para já a dupla tem muitos convites para abrir o mesmo conceito de loja em outros shoppings, e prometem continuar a surpreender os seus clientes. SHOPPING À LA CARTE, MAR SHOPPING, LOJA 1041, RUA DR. OOSCAR LOPES, MATOSINHOS

M A RQ U


MO DA

ORIGINAL MAIS DO QUE UM CONCEITO, É UMA ATITUDE TEXTO FILIPA PENTEADO

São a versão pós-moderna de uma tribo urbana. Representam o que ainda é nosso, de graça e sem pagar impostos – a individualidade. Numa acção de marketing global, a Adidas lança a questão, “quem és tu?”. Pelas ruas de Nova Iorque, Paris, Tóquio e Rio de Janeiro, a marca reafirma a sua identidade streetwear. É assim que começa o novo capítulo “all in” da Adidas. ‘All Originals represent’ é o nome da campanha, que conta com alguns dos embaixadores mais cool da marca – a luso descendente Sky Ferreira (a cantora que chegou a Hollywood através do Youtube); Nicki Minaj (que assegura também a banda sonora com o tema ‘Masquerade’ ); o MC Big Sean; Derrick Rose, jogador dos Chicago Bulls; os membros da banda Kids These Days; o cantor coreano 2NE1 e, finalmente, o designer de moda Jeremy Scott. Sete personalidades (sim, a banda conta como um só) que se destacam pela sua atitude mas são, ao mesmo tempo, parte de um todo. Uma tribo. Ou seja, não é preciso ser um “carneiro” para fazer parte da “manada”. É com esta convicção que se apresentam nas fotos e vídeos da campanha, lançando o mote ao público. Estão todos convidados a visitar o site www.adidas.com/originals e a deixar a sua marca, mostrando o que os representa enquanto indivíduos, mas também o que os distingue como parte de um grupo.

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MO DA

Indissociável deste conceito está a colecção Outono/Inverno 2012 da linha Originals e Originals by Jeremy Scott. Do denim a peças para skateboarding criadas por skaters, passando por apontamentos preppy e um espírito hip-hop, a Adidas aposta claramente num regresso às ruas. Sem regras, ao ritmo da personalidade de cada um. Tal como tem sido hábito nos últimos anos, é pela mão de Jeremy Scott que surgem as peças statement da marca. Pegando em básicos associados ao basquetebol – jerseys e calças de fato de treino – e ao look descontraído do hip-hop – hoodies e blusões volumosos – Scott leva o universo “gangsta rapper” ao encontro do kitsch. Ursos de peluche destacamse numa explosão de cores e padrões, espalhada por uma colecção que não é para meninos. Mais uma vez, os ténis são o ponto forte de Scott, concentrando nos pés a essência desta parceria. Tendo em conta que o próximo Inverno da Adidas vai ser passado na rua, parece-nos adequado.

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REALIZAÇÃO MARTA GONZALEZ FOTOGRAFIA ISA SILVA E JOSÉ LAGE AGRADECIMENTO PAPÉIS FEDRIGONI



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Ariel Pink’s TEXTO ANDRÉ GOMES

Haunted Graffiti Ariel Pink é, por vários motivos e mais algum, um dos nomes maiores da música feita nos últimos dez anos e picos. Depois de na década passada se ter destacado pelos seus estudos superiores na área da pop lo-fi (com destaque evidente para a imensa tese de mestrado que é “The Doldrums”), seguidos por uma minoria de simpatizantes devotos, Ariel Marcus Rosenberg – é este o seu verdadeiro nome – assinou pela 4AD e lançou o certeiro “Before Today” (2010), um disco que lhe rendeu um reconhecimento superior e um papel principal na música feita nos dias que correm. Sem que isso se note no seu discurso ou na missão que anunciou para si mesmo, tornou-se numa espécie de porta-voz de uma geração de lo-fiers, de saudosistas. Pelo caminho tem deixado a sua marca musical, aumentado consideravelmente o número de amantes da maravilhosa bizarria que tem vindo a produzir nos últimos anos e criado uma legião de seguidores, não fosse Ariel Pink tido por muitos como pai do chillwave, género que deu ao mundo nomes como Toro Y Moi ou Washed Out. Apesar da paternidade ter sido recusada, o ego de Ariel Pink – cuja considerável dimensão é admitida pelo mesmo – deve ter sentido um pequeno abanão. Nos últimos tempos tudo mudou para Ariel Pink e, ao mesmo tempo, nada parece ter mudado. Em “Mature Themes”, o novíssimo disco de Ariel Pink’s Haunted Graffiti, também com selo da 4AD, o norte-americano está cada vez mais distante dos meios rudimentares com que gravou os seus primeiros discos, das baterias simuladas com a boca, do corta e cola, da solidão e da auto-suficiência, do caos demencial dos primeiros tempos. Mas isso não significa que o norte-americano se tenha afastado muito da estética que gerou culto ao seu redor. Qualquer canção de “Mature Themes” continua a ser aquilo que Ariel Pink era desde o primeiro disco conhecido: o equivalente a enfiar um sem-fim de canções pop – muitas vezes duvidosas – das décadas de 70 e 80 numa enorme misturadora para criar daí algo de novo e excitante. Tudo pronto para servir a muita gente que facilmente se poderá rever no resultado final – com um pequeno chapéu colorido de papel no canto. Para Ariel Pink o que mudou foi essencialmente o processo, a forma de chegar até às canções. Para começar porque este é o primeiro disco em que o músico de Los Angeles não foi resgatar material ao baú que encheu com canções numa altura de grande inspiração – e isolamento – ainda por altura dos seus 20 e poucos anos. Depois porque este é, como nenhum outro, um disco de grupo, de colaboração – um esforço conjunto. Numa entrevista à revista Spin, Ariel Pink reconheceu as transformações deste novo álbum e não conseguiu esconder a satisfação com o resultado final: «É [um disco] tão diverso mas tão diferente de tudo o que eu já fiz. De uma certa forma, é o disco que eu queria fazer na

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altura em que gravei o “Before Today”, mas não consegui. Tivemos tempo para relaxar e tentar coisas novas», confessou. Quando Killian Fox do jornal The Guardian pediu uma descrição do novo álbum, Ariel Pink não podia ter sido mais sincero e transparente: «Acho que é uma avaliação precisa do ponto em que estou neste momento da minha vida. Não se leva a si próprio demasiado a sério – e isso é algo refrescante nos dias que correm», atirou. E essa é precisamente uma das qualidades mais entusiasmantes da música de Ariel Pink: não recear que lhe apontem os defeitos, não temer o erro, saber brincar consigo mesma. Uma de muitas, diga-se. Com naturalidade, “Mature Themes” confirmará – se ainda for necessário – a vitalidade da música de Ariel Pink e tratará de levar a sua música a mais ouvidos desejosos de tentações pop. Mas nem tudo é um mar de rosas no reino de Ariel Pink. Na mesma entrevista ao The Guardian, o músico norteamericano anuncia o seu próprio epílogo, temendo ser varrido para debaixo do tapete, com todo o dramatismo que uma declaração deste género possa implicar: «Sinto que isto é definitivamente o princípio do fim. Tive boas críticas na última vez e isso será usado contra mim», admitiu, sugerindo a natureza implacável da indústria musical e a essência temporária – e passageira -- dos dias que correm. Se assim for, terá valido sempre a pena; os seus discos ficarão para contar a história. E que bela história.

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Queer rap

hip hop fora do armário

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TEXTO JOÃO MOÇO

No mini-documentário “Cosmic Angel” podemos ver Mykki Blanco, travestido, no meio das ruas de Harlem, Nova Iorque, rodeado pelos olhares desconfiados de uma dezena de crianças afro-americanas enquanto improvisa. Ver um rapper neste contexto, provocando e colocando em causa os limites heteronormativos, e, ainda assim, conseguir gerar burburinho suficiente na Internet para aparecer ao lado do célebre fotógrafo Terry Richardson não seria sequer fruto de imaginação se escrevêssemos há dez anos. Muito mudou, mas o que parece ter-se mantido firme é a relação complicada entre o meio hip hop com a homofobia e a misoginia. Há décadas que assim é, sendo um género que tem nas suas raízes um problema com o questionamento sexual, assente que está no exercício de relações de poder. Mas descodificar estas relações dá normalmente azo a generalizações perigosas, a evitar a todo o custo. Por isso, o melhor que se pode fazer é ouvir o que rappers como Mykki Blanco, Le1f, Zebra Katz ou Cakes Da Killa têm para dizer na sua música. Todos eles vêm de Nova Iorque. Também eles começaram por emergir, a par e passo e sem o recente mediatismo, a partir de um circuito de clubes de “voguing”. Se Madonna em 1990 expôs esta cultura underground ao mundo mainstream com o teledisco de “Vogue”, há que lembrar que o “voguing” começou entre salas de baile nova-iorquinas e latino-americanas no Harlem (não é por isso coincidência o que Mykki Blanco fez em “Cosmic Angel”) onde grupos de dançarinos cruzavam a sua dança com as poses do mundo da moda, em “lutas” (tal como acontece nas “battles” de hip hop) para afirmarem o seu espaço. Só que no “voguing” dominaram sempre os gays afro-americanos e latinos. Esta cultura mantém-se viva em vários clubes novaiorquinos e permitiu a nomes como Mykki Blanco ou Zebra Katz explorar livremente e sem complexos as suas posturas dentro do hip hop. Entretanto, estes e outros rappers começaram a sair deste nicho dos clubes novaiorquinos. A sua música, os seus vídeos chegaram à grande rede cibernética e estão a deixar rasto. Depressa se inventou o termo “queer rap”. No entanto, não nos deixemos enganar. O “queer rap” não é propriamente um movimento. Cada um tem estilos e referências pessoais que os diferenciam. Ainda assim, alguns têm em comum um gosto pelas batidas que referenciam a cultura de clubbing europeia e industrial. Le1f, outro rapper nova-iorquino que entretanto foi integrado nesta cena, afirmou o mesmo ao site Pitchfork: «Eu não estou a tentar competir com os meus amigos com base na sua raça ou sexualidade. Se o mundo está preparado para um rapper gay, então está preparado para muitos mais. Se fossemos heterossexuais ninguém nos estava a comparar». Ainda assim a par de Mykki Blanco, Le1f é dos que

mais se expõe na sua música. E não falamos apenas de sexualidade, já que ambos os rappers fazem sim um statement de liberdade pessoal e criativa. Podem não ter ambições de mudar o rosto do hip hop, mas a pouco e pouco são eles (e outros nomes) que estão a destruir atitudes e percepções conservadoras, seja pela música, pelo conteúdo das letras ou pela imagem disruptiva que apresentam. Por exemplo, no teledisco da canção “Wut” (integrada na mixtape “Dark York”), Le1f aparece a dançar de uma forma conscientemente exuberante (e que vai contra à postura conservadora de masculinidade até então repetida entre rappers), sentando-se no colo do que se imagina ser um modelo de corpo escultural que enverga uma máscara da personagem de desenhos animados Pokémon. Isto estar a acontecer é uma pequena revolução, mesmo que não tenha pretensões de o ser. O mesmo Le1f na canção “Infinity” faz uma breve referência ao single “Born This Way”, de Lady Gaga. Musicalmente poucas afinidades encontramos entre o trabalho deles. Mas se alguns destes rappers começam a ganhar algum mediatismo (como é o caso de Zebra Katz com “Ima Read”, que já se fez ouvir na Semana da Moda de Paris), então isto surge como uma das consequências do discurso vincado de Gaga na valorização daqueles que se julgam menorizados ou diferentes por serem quem são. Nos últimos tempos outros rappers têm manifestado o seu apoio em relação aos direitos da comunidade LGBT, mesmo não fazendo parte dela, como foram os casos de A$AP Rocky ou Lil B. A atitude deste último põe mesmo em causa preconceitos de identidade sexual e de género no hip hop. Um dos seus discos mais aplaudidos intitula-se “I’m Gay”. Quem também coloca em causa esses preconceitos é Tyler The Creator e o “seu” colectivo Odd Future, mas fazendo da homofobia uma caricatura agressiva. Há quem os confunda com um grupo homofóbico. Algo que depressa se desmistifica quando sabemos que Syd Tha Kid (membro do grupo) é assumidamente lésbica e Frank Ocean é homossexual. Talvez devido a este contexto de maior aceitação em relação à sexualidade de cada indivíduo incluido no hip hop, a recente “saída do armário” de Frank Ocean (cantor de r&b, já compôs canções para Beyoncé e Justin Bieber e colaborou com Kanye West e Jay-Z) ganhe algum simbolismo, dado o seu posicionamento na indústria mainstream. Infelizmente, ao contrário de Le1f, Mykki Blanco ou Zebra Katz, o talento de Frank Ocean é parco e displicente. Ainda assim, em 2012 não se vive o cenário ideal. O preconceito perante a orientação sexual continua a fazer-se sentir e o hip hop não é uma excepção. Mas o que estes rappers estão a fazer é essencial para que, no futuro, questionar-se quanto à aceitação individual seja um assunto resolvido sem armários.

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Bill Fay

Em Paz

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A M O RI M A N U EL TE XT O EM E G U LL IC K EV ST TO FO

“Life is People” marca o regresso aos discos de originais, 40 anos depois de Bill Fay se ter retirado, e após dois discos que nos anos 70 ninguém parecer querer saber. Nome admirado por músicos que sempre procuraram inspiração no passado para escrever o futuro, Bill Fay vê finalmente reconhecido o seu imprescindível talento e, esperemos, consegue a atenção que sempre mereceu e que nunca conseguiu plenamente. Depois de em 1967 se ter estreado com um single, Bill Fay assinou pela Decca e lançou, três anos depois, disco homónimo. Nesse disco, Bill cruzava diversas influências, criando uma identidade própria, inconfundível e, já em 1970, anacrónico. Difícil de catalogar, a crítica disse que o que fazia era folk progressivo, um palavrão de todo o tamanho, mas que serve de linha de orientação. As influências, essas, iam do inevitável Bob Dylan a Leonard Cohen, mas também às canções que o avô e uma tia cantavam lá em casa. Apesar dos arranjos orquestrais, o disco nunca perdia uma certa noção de intimidade que será uma imagem de marca de Bill. Essa noção vem, em grande medida, da sua voz frágil e despida e omnipresença do piano de Bill. Em “Time Of The Last Persecution”, de 1971, Fay abandona os arranjos orquestrais e centra o disco na combinação de piano, guitarra e voz. As canções continuam a ser falsamente simples e continuam, também, a espelhar as preocupações espirituais e sociais de Bill Fay. Num registo quase de pregador desempregado, isto é, sem pregar, Bill leva-nos por uma viagem espiritual e obscura, com uma elegância e um cuidado ímpares. Também impossível de ignorar, o virtuosismo (não confundir com exibicionismo bacoco) do guitarrista de Ray Russel, companheiro inseparável de Bill, é um dos grandes responsáveis da sonoridade do britânico. Estes dois discos foram um falhanço comercial e, por isso mesmo, Bill Fay viuse impossibilitado de dar continuidade à sua carreira. Retirou-se, foi à sua vida, fez-se operário, mas nunca deixou de escrever canções. Lentamente foi sendo redescoberto e admirado por nomes como David Tibet, Wilco ou Jim O’Rourke. Os discos foram reeditados e material inédito viu também a luz do dia para que as novas gerações não perpetuassem a injustiça do seu esquecimento. “Tomorrow, Tomorrow and Tomorrow”, disco gravado no final dos anos 70, só viu a luz do dia em 2005. E assim chegamos a “Life is People”, primeiro disco de estúdio em 30 anos. Se tivermos presentes os primeiros discos de Bill Fay, a primeira sensação que temos é que continua tudo na mesma. O que, não sendo verdade, é elogioso. É impressionante a capacidade de Bill Fay voltar a soar a Bill Fay, ainda que tenha estado 30 anos afastado. Teve a inteligência de se rodear de alguns dos seus companheiros de há 30 anos porque sabe que a identidade é tão importante quanto fácil, muito fácil, é perdê-la pelo caminho de um regresso tão demorado. As canções são melancólicas e falam sobre a perda, a morte e a redenção. “Be At Peace With Yourself” é o título de uma canção mas é, também, um resumo daquilo que Bill Fay procura reflectir nas suas canções. A sua música não tem tempo nem se enquadra numa época porque responde e corresponde ao que de mais básico há no homem: a busca da paz espiritual. Os arranjos são de um bom gosto a todo os níveis, talvez menos experimentais que em 1970, mas mais eficazes. O piano de Bill Fay continua omnipresente, assim como a guitarra de Ray Russel que, menos efusiva, continua a pairar sobre as canções com suavidade desarmante. Em algumas canções surge um coro gospel a conferir a grandiloquência que as canções Bill Fay sempre reclamaram. Complicado é debitar géneros e/ou etiquetas que ajudem a classificar a sua música. E isso é, mais uma vez, elogioso. No meio de 11 originais aparece “Jesus, etc”, um original dos Wilco, que assenta bem no universo de Bill Fay, daí que faça todo o sentido, mas que é, também, uma bonita forma de agradecer a atenção que os Wilco lhes deram quando estava afastado, sendo por isso uns dos responsáveis pelo regresso de Fay aos discos. “Life is People” é um belo regresso de Bill Fay, que o merece como poucos. Prova que a gentileza e a busca da paz de espírito fazem tanto sentido em 2012 como faziam em 1970, ainda que se renovem e se preocupem com novas realidades.

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F O T O GRAF IA

TEXTO CAROLINA ALMEIDA

Predrag Pajdic, artista, fotógrafo e curador de arte contemporânea baseado em Londres, é daquelas pessoas que não nos deixa esquecer as coisas simples da vida, nos dá uma lição de moral através da sua visão profunda sobre a alma e nos faz ter vergonha de aceitar, impávidos, os cânones da sociedade onde vivemos. Um eterno apaixonado pela vida, Predrag está prestes a lançar o seu primeiro livro de fotografia – “Beneath The Shadows the Soul Walks” – que foi desenhado e impresso no Porto. Depois da exposição Noetic Corpus, na galeria da Wrong Weather em Abril, o artista está de regresso à Invicta para os últimos preparativos do livro. E foi de lá, à distância de um clique, que contou à DIF tudo sobre este projecto.

Gostava que começasse por falar do livro que será lançado no próximo dia 12 de Outubro. Como surgiu a ideia deste projecto? Comecei há algum tempo atrás, ao ver revistas de moda e a perceber a quantidade de fotos que são retocadas e passadas pelo Photoshop, de modo a criar a “imagem perfeita do corpo”. Sempre fui contra qualquer tipo de estereótipos e, a moda, apesar do meu grande interesse, começou a incomodar-me, porque a maior parte do tempo mostra apenas jovens. E as gerações mais velhas? Teremos vergonha de envelhecer? É errado ter rugas na cara? E quanto ao ser real que está debaixo de toda a maquilhagem e roupas? O que acontece se retirarmos tudo e uma pessoa nua permanecer ali à nossa frente? Poderia alguém capturar a alma, o ser, a pessoa verdadeira que habita naquele corpo? Acredito que há beleza em cada um de nós, independentemente da idade, raça, cor de pele ou género. Eu estava determinado a captar a alma que representa o ser verdadeiro sem máscaras, aperfeiçoamento de Photoshop ou glamour artificial, que muitas vezes é apenas o sonho para muitos e nunca a realidade... Viajei e conheci tantas pessoas extraordinárias, que cedo comecei a fotografar. Não para fazer algum tipo de afirmação em particular, mas antes para tentar capturar a verdadeira chama que nos faz estar vivos, para amar, desejar, sonhar, ter esperança, ser... A imagem da alma passou a ser a minha obsessão, e a fascinação por ela, o meu longo caminho. Neste livro estarão representados alguns vislumbres dessa jornada.

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Também convidei o magnífico escritor e amigo de longa data JL Nash para escrever oito histórias para o livro que, em palavras, explicam o que tenho vindo a tentar capturar nas minhas imagens. Qual a principal mensagem que gostaria de passar com o livro? Talvez a mais importante seja que todos nós somos seres belos. Palavras como velho, novo, alto, baixo, magro, gordo, são apenas etiquetas. Somos todos perfeitos à nossa maneira e, se dermos a nós próprios tempo suficiente e mais atenção aos outros, iremos, talvez, ver isso claramente. Não julgues os outros, aceita-os apenas como são e irás perceber em breve o quão maravilhosos poderão ser. E eu acredito que não existe essa coisa do fim. Recuso-me a acreditar na morte como o fim da viagem. Para mim a morte sempre foi simplesmente um novo começo, uma transformação de um estado para outro, como de um casulo a uma borboleta, ou de um botão a uma majestosa flor. Que tipo de matérias usou nas fotos? Utilizo bastante borboletas, pássaros, animais, flores, porque todos eles são seres vivos na sua mais bela fase de transformação. A vida é uma força e o maior dom que nos foi dado, por isso, vamos aproveitá-la, rendermo-nos a ela e sermos conscientes de cada segundo. Explicou-nos que o livro está a ser desenhado e impresso em Portugal. Onde? E porquê esta escolha? Estou a trabalhar com uma equipa maravilhosa da Wrong Design, no Porto. É uma empresairmã da Wrong Weather, com a qual tenho vindo a colaborar. Além disso estou apaixonado por Portugal e qualquer desculpa para passar ainda mais tempo neste país é pura alegria e felicidade! “Beneath The Shadows The Soul Walks” estará disponível a partir de 12 de Outubro em livrarias seleccionadas, incluindo a Wrong Weather, no Porto, assim como online, através do site de Predrag Pajdic (www.pajdic.com).

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F O T O GRAF IA

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ARQ UITECTURA

TIAGO BARROS,

um arquitecto em Nova Iorque Viajar nas nuvens

TEXTO ANA RITA SEVILHA

Já todos lemos um dia a frase que diz que “o que vale é a viagem, não o destino”. Em jeito de crítica a uma forma de viajar que privilegia o destino e o chegar o mais rapidamente possível, Tiago Barros desenhou o “Passing Cloud”. A ideia, para além da crítica directa, é a de possibilitar um viajar nas nuvens, sem local definido nem hora de aterragem, e promover uma sensação de liberdade, leveza e flutuação. A ideia recebeu recentemente uma distinção pela Conde Nast Traveller Innovation & Design Awards 2012, na categoria de aviação.

Em 1995 foi pela primeira vez a Nova Iorque e apaixonou-se pela “cidade que nunca dorme”. A partir daí voltou sempre, até que um dia ficou de vez. Pelo menos até à data que estão a ler este texto. Tiago Barros é o exemplo de que “o que é nacional é bom”, de que Portugal é berço de uma escola de arquitectura que soma e segue por esse mundo fora, e ainda de que ser jovem não é sinónimo de comodismo. Este português tem dado que falar nos últimos tempos, com um conjunto de propostas com uma linha de trabalho mais livre e mais artística, que reflectem sobre problemas sociais e urbanos, identificando-os e sugerindo soluções para os mesmos. Mas comecemos pelo princípio...

“Praticar arquitectura em Nova Iorque é ainda mais intenso” Depois de ter feito em 1995 o último ano da escola secundária em Nova Iorque, Tiago Barros voltou a cada ano, até que ingressou no mestrado em Advanced Architecture Design, na Universidade de Columbia, corria o ano de 2007/2008. Seguiu-se a experiência profissional em diversos ateliês que o levou onde está actualmente, nos BIG, sob o comando de Bjarke Ingels. Para Tiago, embora a profissão de arquitecto seja intensa, exercê-la em Nova Iorque aumenta em muito essa intensidade. “É como se estivéssemos ligados à corrente”, explica. Contudo, a prática de Tiago Barros não se encerra nos BIG. O jovem arquitecto português tem levado a cabo um conjunto de projectos que têm chamado a atenção do mundo arquitectónico, e com os quais já ganhou prémios e convites para exposições. Alicerçado em conceitos contemporâneos e sustentáveis, e alavancado por pesquisas sobre vivências sociais e urbanas, Tiago admite que gosta de começar cada exercício com uma análise do que já existe e do que falta existir, com o objectivo de gerar novos conceitos com uma base sólida e em virtude de um futuro melhor. O seu trabalho tem-se desviado do dito “tradicional”, porque não procura construir, é uma linha de trabalho livre e artística, sustenta. Mas ainda que não se traduza em volumes, do seu ponto de vista, “se acaba por gerar discussão é porque teve sucesso”. “Sky Network”, “Passing Cloud” e o mais recente “Lofty Corner” são disso exemplos. 52 DIF

Solução futura para um problema actual “A cidade de Nova Iorque cresce verticalmente, e o mesmo se deveria passar com o seu espaço público”. Esta é a frase que melhor pode legendar uma imagem do “Sky Network”, que procura propor uma solução futura para um problema actual: o contínuo crescimento da densidade urbana e populacional de Nova Iorque. Tiago Barros agarrou a grelha ortogonal desenhada para a cidade em 1811 e desenhou um sistema de pontes elevado e suportado pelos edifícios circundantes, de onde surgem novas “ruas” a várias alturas com potenciais unidades comerciais nos pontos de convergência. Esta rede pedonal em altura aparece como uma alternativa numa cidade onde, segundo Tiago Barros, as estradas estão constantemente congestionadas, sendo ainda um exemplo de mobilidade sustentável, uma vez que os peões se moveriam em transportes “amigos do ambiente”, e a sua movimentação seria captada por sensores que posteriormente transformavam essa energia em iluminação ao nível do solo. O “Sky Network” integrou recentemente uma exposição internacional organizada pelo Architecture League e que esteve patente no Museum of the City of New York.

Às nove lá em cima O mais recente projecto de Tiago Barros debruçou-se sobre a relação entre vizinhos, ou melhor, a falta dela. Segundo o arquitecto, o projecto, que se materializa numa esfera colocada no canto superior de um edifício, pode ser utilizado por todos os inquilinos do prédio em questão e é acessível pelo último piso do mesmo. O “Lofty Corner” tem como base 487 pedaços triangulares iguais, que formam uma esfera com um raio de cinco metros, que seria montada no local e reproduzida várias vezes no ambiente urbano. E, assegura o arquitecto, embora tenha a cidade de Nova Iorque como alvo prioritário pode ser implementado em qualquer ambiente urbano. Esta é também uma proposta pensada à luz da sustentabilidade, uma vez que cada peça do projecto contém três montantes estruturais préfabricados, que se unem e seguram um sistema de vidro sem moldura, em forma triangular, onde cada pedaço de vidro contém uma camada intermédia reflexiva de células fotovoltaicas. Por sua vez, esta camada capta a luz do sol – que é transformada em electricidade e utilizada para iluminar o local à noite, e protege o interior de raios UV perigosos. Para Tiago Barros, o facto de ter um espaço comum entre vizinhos, que permitisse um sistema de vistas único a partir do edifício, levaria a que os inquilinos habitassem este loft e, desta forma, se cumprisse o objectivo de estreitar as relações. Depois de ter surpreendido o mundo com estes três projectos, Tiago Barros não ficará certamente por aqui. Para este jovem arquitecto português o regresso a Portugal não está equacionado para breve, mas também não é “carta fora do baralho”. Até lá, resta-nos aguardar novos desenvolvimentos, que certamente serão para breve. www.tiagobarros.eu DIF 53


INTER VENÇÃO URB AN A

Crochet Street Art TEXTO CÉLIA F.

As malhas da lei de bem colorir o mundo A lei do acaso dá, muitas vezes, lugar ao nascimento acidental de coisas maravilhosas. Um dia, a dona de uma loja decidiu embrulhar com crochet a maçaneta da sua porta. Um acto inocente que deu origem ao mais recente movimento de arte de rua. O crochet é quase tão velho como o mundo. Há quem diga vir já da pré-história, embora só tenha chegado à Europa no século XVI, vindo das Arábias e das tribos précolombianas da América do Sul. Uma arte que consiste em fazer um entrançado, parecido ao da renda ou malha, usando uma agulha de ponta em gancho. Era o lavor favorito das meninas bem comportadas. Marginalizado com o chegar dos tempos modernos, voltou às lides da moda nos últimos anos. Agora, o crochet é usado como expressão artística que rompe barreiras e limites, e há artistas a conquistar o lugar ao Sol expressando o seu génio cobrindo tudo e todos com cor e muitas malhas. Agata Oleksiak (Olek) é um tremendo exemplo disso. Radicada em New York, esta polaca cria padrões e ambientes totalmente feitos em crochet. Carrinhos de supermercado, bicicletas, estátuas conhecidas da cidade e até apartamentos inteiros. Agata cobre obsessivamente tudo, desde as paredes à mobília e até os ocupantes. A verdadeira viúva negra do crochet que recusa um paralelo entre o seu trabalho e o yarn bombing, pois vê a rua apenas como uma extensão da galeria. Nas ruas, o movimento corre mundo. Ao caminhar por São Paulo, Buenos Aires, Praga, poderemos ser surpreendidos por um objecto urbano ou uma árvore feliz vítima de uma intervenção deste tipo.

Agata Olek

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INTER VENÇÃO URB AN A

Foi o que aconteceu ao subir a Calçada da Glória, em Lisboa, onde encontrámos uma árvore muito bem vestida, toda coberta de rosáceas de cores garridas. Seguiu-se o rasto dos ousados e encontraram-se mais pistas. Postes de sinais de trânsito. Estruturas do estacionamento de bicicletas. No fim da linha o grupo – Granda Malha. As guerrilheiras da lã. Fãs de tricô e de ataques furtivos de intervenção artística em locais públicos, sobretudo usando linhas e lã. Sem vandalizar. Apenas para dar calor a algo que o esquecimento tornou frio. O que é o Street Crochet e como nasceu? Granda Malha: O Street Crochet ou Yarn Bombing é um movimento que nasceu nos Estados Unidos quando Magda Sayeg se lembrou de forrar em lã a maçaneta da sua loja de roupa. As pessoas adoraram o pormenor e ela foi aplicando a ideia em outros elementos da cidade. Como chegou a Portugal, ou até vós? GM: Chegou através do gosto e da pesquisa sobre todos os tipos de Street Art. O gosto existia, só faltava encontrar algo que soubéssemos fazer. No fundo foi começar a partilhar com os outros algo que já se fazia em casa. Quem são os/as yarn bombers portugueses(as)? GM: Yarn bomber pode ser qualquer pessoa que à partida saiba ou não fazer malha, anónima na maioria das vezes, pode não “reivindicar” o bombardeamento e não precisa necessariamente de ser um grupo. Já temos visto acções isoladas aqui e ali em diversos locais do país.

O que vos provoca a vontade de cobrir tudo de crochet ? GM: A malha é um material que transmite conforto, calor e alegria através da cor. É muito maleável, o que torna as possibilidades infinitas, pois permite cobrir quase tudo e o crochet é, em particular, uma técnica que dá imensa vontade de experimentar e criar. A vontade é de passar às pessoas a mensagem de que não devemos ignorar a nossa criatividade. Podemos transformá-la em mensagens que transmitam que é possível melhorar o que nos rodeia e que podemos ser nós os intervenientes dessa mudança. O espaço urbano é-nos imposto, ninguém nos pergunta se queremos edifícios abandonados, se queremos mais rotundas sem sentido, centros comerciais colossais, urbanizações e condomínios fechados. Por isso a cor faz falta, bem como algo artesanal que alguém prescindiu do seu tempo para fazer e oferecer, que possa surpreender e levar ao sorriso, que nos leve a despertar da indiferença e a reparar em pormenores bons e maus nunca antes vistos. Que coisa, monumento, objecto, pessoa... gostariam de poder enrolar nas vossas malhas? Porquê? GM: A estátua de D. Pedro IV em Lisboa, por ser enorme e se situar no coração da cidade. É uma estátua pela qual se passa e volta a passar, mas que já só faz elevar os olhares de grupos de turistas. Seria muito bom poder dar cor a essa praça tão movimentada e cheia de História. Mais em www.facebook.com/granda.malha.1

Qual a melhor intervenção feita até agora? GM: Difícil escolher, porque todas fazem histórias únicas, tanto durante a produção como durante a instalação. Quanto tempo leva a ser feita, planeada, concretizada uma peça? GM: É possível determinar tudo isso, mas varia muito, porque todas as peças e locais são diferentes. Depende também do que nos vai motivando e inspirando, da nossa disponibilidade e do próprio ritmo de “malhar” de cada uma de nós.

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FOTOGRAFIA JOAO BACELAR REALIZAÇÃO SUSANA JACOBETTY

Winterfall

Henrique, gorro e gola Tommy Hilfiger, camisa e casaco Alexandra Moura, calças Diesel, botas Merrell. Inger, vestido e gola Alexandra Moura, colete Replay, saia Alexandra Moura, botas Dkode. (página seguinte) Gorro Bench, casaco Levis Nike, sobretudo Tommy Hilfiger


Chapéu New Era, camisa Fred Perry, casaco Patrizia Pepe, calças Pepe Jeans, mala Pelcor, botins Fly London. (página seguinte) Camisola Odd Molly, casaco Patrizia Pepe, calças Cheap Monday


Inger, camisa Diesel, casaco Odd Molly, calรงas Adidas, sapatos Fly London. Henrique, t-shirt Adidas, casaco Miguel Vieira, calรงas Dino Alves, botins Caterpillar. (pรกgina seguinte) Sweat-shirt Levis, casaco Pinko, cinta e leggings Alexandra Moura


T-shirt Nike, casaco e botins Pepe Jeans, saia Dino Alves

Fita Fernanda Pereira, vestido H&M, casaco Volcom


Inger, chapéu Mango, camisa, casaco e calças Billabong. Henrique, camisa e casaco Billabong, calças Diesel

Camisa Fred Perry, casaco Diesel, calças Carhartt, ténis Puma

Fotografia João Bacelar Realização Susana Jacobetty Maquilhagem Alex Me Cabelos Nikita Modelos Inger Hammarstrom (L’agence), Henrique Winkel (Just Models)


FREEDOM TO CREATE REALIZAÇÃO SUSANA JACOBETTY / FOTOGRAFIA JOÃO BACELAR

Luíza Collet, Fabiana Capra, Maria Borges,Adélia Cachimano, Bruno Rosendo, Hugo Lopes, Carlos Martins (L’Agence), Fabio Coentrão, Ricardo Claudino, Milena Cardoso (Elite Lisbon) Marlon (JUST) Luís Borges (Central Models) Matilde Maia Loureiro, Aspen, Rebecca Goby, Matilde, Kristina Luskova, Emma Karlson, Kristina Luskova, Joaquim Gaspar, Helena (BEST Models)

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OS BURGUESES

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RICARDO ANDREZ

RICARDO DOURADO


AG E N DA : DE S TAQ UE

ENSAIOS PARA O FUTURO NO QUEER LISBOA 16 TEXTO JOÃO MOÇO

Serão quase uma centena os filmes que formam este ano a programação do Queer Lisboa. Durante uma semana, de 21 a 29 de Setembro, as três salas do Cinema São Jorge abrem assim as suas portas para a evolução e para os ensaios futuros do cinema queer. Esse caminho futuro passa, necessariamente, pelo cinema queer que é também produzido em Portugal. Mesmo que a sua expressão no actual panorama cinematográfico ainda não seja o mais mediático, tornou-se essencial para a organização do Queer Lisboa criar o Prémio Pixel Bunker para a Melhor Curta-Metragem Portuguesa: “Tendo em conta o número crescente de curtas portuguesas que nos chegam todos os anos por submissão, já fazia sentido ter um prémio específico para a produção nacional neste formato. Por outro lado, tratando-se de um prémio logístico, no valor de cinco mil euros em serviços de pós-produção vídeo, pretendemos que este prémio seja um aliciante para mais realizadores fazerem filmes de temática queer e os enviarem ao festival”, explicou à DIF o director artístico do festival, João Ferreira. As novidades para esta 16.ª do Queer Lisboa são diversas. Desde a legendagem em português da quase totalidade da programação a ser exibida na sala Manoel de Oliveira do São Jorge, aos workshops de “vídeo + dança” e análise e crítica de cinema, à secção Queer Focus (dedicada à comunidade LGBT dos surdos) ou à associação que foi estabelecida com o Brasil, que é o segundo país mais representado na programação. “Ao longo The Man That Got Away destes quase dez anos em que tenho trabalhado na programação do Queer Lisboa, nunca consegui entender porque é que o cinema destes dois países não se dá a conhecer um ao outro”, começou por afirmar o director, acrescentando ainda: “A forma como o cinema brasileiro tem focado as questões queer é muito particular e tem oferecido um importante leque em termos de dar a conhecer ao mundo novas realidades”. “Amores Possíveis”, de Sandra Werneck, “Como Esquecer”, de Malu de Martino, e “Teus Olhos Meus”, de Caio Sóh são três longas a ser exibidas. Apesar da diversidade de temáticas e linguagens ser um ponto-chave da programação, João Ferreira acaba por destacar alguns títulos mais prementes: “O ‘Keep the Lights On’, de Ira Sachs, é um filme que, parecendo convencional em termos narrativos, mostra como no cinema, mais do que a história, é a forma de a filmar, são as imagens, que contam a narrativa”. Noutro registo propõe, da secção Queer Art, “Joshua Tree, 1951, de Matthew Mishory, um biopic do James Dean, rodado a preto e branco e que é a mais interessante abordagem às muitas ambiguidades e mitos sobre a sexualidade do actor”. O certame mantém as secções Queer Pop (com exibição de telediscos) e Noites Hard (cinema pornográfico). Já o mediático “Weekend”, de Andrew Haigh, é o filme que vai dar início a esta 16.ª edição do Queer Lisboa a 21 de Setembro, pelas 21h00.

ANI VER SÁ RIO CELEBRE CONNOSCO 1 ANO DE FESTA LÁ EM BAIXO. Em Setembro a Baixa-Chiado PT Bluestation faz 1 ano a promover a cultura em Lisboa. Celebre connosco o que de melhor se viveu durante o ano.

CINEMA SÃO JORGE, LISBOA, DE 21 A 29 DE SETEMBRO

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Acompanhe a agenda cultural em

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Vem festejar 15 anos de evolução das espécies WIP-Hairportae

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AG E N DA : MÚSIC A

B FACHADA TEXTO JOÃO MOÇO

Há mais de três anos B Fachada prometia em formato canção que iria gravar dois discos por ano. Isto por altura do seu primeiro álbum, “Um Fim-de-Semana no Pónei Dourado” (2009), que já se seguia a três EPs editados entre 2007 e 2008. O ritmo prometido tem sido cumprido com a constante reinvenção da persona B Fachada, mantendo sempre firme a personalidade que o destaca de todos os outros. Não é exagero afirmar que B Fachada é o mais talentoso compositor de canções da nossa era e o recente “Criôlo” volta a afirmar essa posição. É sem dúvida o seu disco mais pop, dançável, onde o piano e a guitarra de outros tempos deram lugar a sintetizadores africanos. A contaminação de referências que extravasam as fronteiras nacionais é uma ideia chave neste “Criôlo”, porque a música que define o hoje (e possivelmente o amanhã) vive dessa permanente miscigenação entre sensibilidades distintas que com o toque certo se conjugam na perfeição. Serão as canções deste álbum que estarão no centro das atuações no Lux Frágil e no Passos Manuel, sendo estas uma das últimas oportunidades de ver B Fachada em cima de um palco, já que o músico anunciou que em 2013 vai viver um ano sabático. LUX FRÁGIL, LISBOA, 21 DE SETEMBRO PASSOS MANUEL, PORTO, 28 DE SETEMBRO

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Seria fácil comparar os Black Dice aos Animal Collective. Não só porque nos últimos cinco anos estiveram ligados à Paw Tracks (editora gerida pelo grupo), ou porque com eles lançaram em 2004 um split-CD, “Wastered”, mas porque ambos os grupos vêm da mesma “escola”, aquela em que a sensibilidade psicadélica permite a inclusão dos mundos sonoros mais díspares, trabalhados com uma visão plástica e autosuficiente. Mas como o recente “Mr. Impossible” (edição Ribbon Music) reafirma, os caminhos trilhados pelos Black Dice – e a concretização das suas ideias – nunca se confundem com os dos Animal Collective. E, passados 15 anos desde a sua formação, período durante o qual lançaram seis álbuns, os Black Dice mantém-se um caso ímpar na música contemporânea. É verdade que “Mr. Impossible” é, até à data, o álbum mais acessível do trio norte-americano, mas essa maior facilidade, se assim o podemos afirmar, em entrar no mundo inventado dos Black Dice não torna a sua veia experimentalista menos desafiante. Os caminhos melódicos e as escolhas texturais desta manta psicadélica, cada vez mais assente no manuseamento de samples e manipulações vocais, mantêmse impossíveis de descodificar com superficialidade. Daí que este único concerto que vão dar no MusicBox (Lisboa), a 20 de setembro, continue a ser tão premente como no passado. MUSICBOX, LISBOA, 20 DE SETEMBRO

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AGENDA : CINEMA / F ES TIVAIS

MOTELX

PARA ROMA COM AMOR DE WOODY ALLEN

TEA DO TEXT O FILI PA PEN

TEXTO MIGUEL ANTUNES

Woody Allen mantém a sua jornada pelas grandes cidades europeias. Depois de Londres (com “Match Point”, “Scoop” e “O Sonho de Cassandra”), Barcelona (“Vicky Cristina Barcelona”) e Paris (“Meia-Noite em Paris”), agora é a capital italiana a que motiva uma especial atenção por parte do cineasta norte-americano, com “Para Roma Com Amor”, que se estreia a 20 de Setembro. Tal como os últimos títulos do realizador, para esta nova obra volta a recrutar um elenco de luxo. Penélope Cruz, Alec Baldwin, Roberto Benigni, Jesse Eisenberg, Ellen Page e o próprio Woody Allen (que aparece no grande ecrã pela primeira vez em seis anos) são apenas alguns dos nomes envolvidos. A narrativa de “Para Roma Com Amor” reparte-se em quatro vinhetas, quatro histórias. Desde o casal recém-casado, a outro casal que está de visita para conhecer a família do noivo da sua filha, a um trabalhador de origens humildes que se torna uma celebridade da noite para o dia, sem esquecer o peculiar arquitecto norte-americano, também de passagem pela cidade. Entretanto, Woody Allen já está de “regresso” aos EUA, uma vez que o seu próximo filme, com Louis C.K., Cate Blanchett e Alec Baldwin, está a ser rodado em São Francisco.

BAIRRO DAS ARTES A RENTRÉE CULTURAL DA SÉTIMA COLINA TEXTO SARA BAPTISTA

Já na sua 3.ª edição, o Bairro das Artes volta à capital, consolidando o projecto como uma referência na arte contemporânea. Com um aumento de galerias participantes, espaços entre a zona do Rato e o Cais do Sodré juntaram-se para a rentreé cultural da sétima colina de Lisboa. Se em 2011 eram apenas 14 as galerias associadas, um ano mais tarde este número aumenta para as 21, com espaços públicos mais abrangentes. A ideia de “bairro aberto” que está aliado ao Bairro das Artes proporciona uma visão diferente do espaço de uma galeria, um espaço elitista mas onde qualquer um pode ir, ver as obras, falar com os galeristas, numa relação informal entre o visitante e a equipa que os receber. É esta relação de descoberta que estabelece entre a cidade de Lisboa, os seus agentes culturais, os artistas e o público, uma relação única num projecto que, além de possibilitar o encontro com novos artistas, nos leva a recordar os já consagrados artistas visuais, promovendo o trabalho em rede e a colaboração. Isto, além de parcerias entre os diversos agentes, oferecendo um melhor conhecimento e vivência da cidade. Com inaugurações, visitas guiadas, lançamentos de livros, encontros com os artistas, o Bairro das Artes transforma a cidade num bairro aberto, onde galerias, livrarias, espaços museológicos e institucionais, se transformam num bairro típico e especial da cidade de Lisboa, que além de uma vasta oferta artística proporciona outras manifestações culturais gastronomia, música, teatro, bem como uma vista privilegiada da cidade. LISBOA, 20 DE SETEMBRO, DAS 19H ÀS 23H PROGRAMA COMPLETO EM BAIRRODASARTES.ILOVEBAIRROALTO.COM

passamos assombrada na qual ema S. Jorge é a casa ergentes, o em Todos os anos, o Cin es dor liza rea zer. Dos clássicos aos a casa tem horas a fio, com pra a que mostra que est programação variad ma nu sta do que se ror ter Motelx apo de a em cin ores. E há mais no e João muitas portas e corred zadores, Pedro Souto falou com os organi DIF A . nar agi telx deste ano. Mo possa im no ver os em que antevisão do que pod através das pessoas Monteiro, e faz uma «O cinema prospera famosas “Curtas ao . as tico o com tás 15, em Fan a ver 13h em às de s vez de Cin os dia dores de terror” em balho – mas «Começamos todos nteiro. ser “grandes realiza tempo de voltar ao tra Mo am a o , ion Joã ror bic diz ter am de ”», tos rio ar nu dito “sé e aument Almoço” – 45 mi olim para o cinema as longas mais cedo onado com a género como tramp erimentar começar ema de terror relaci to. cin Sou vamos também exp ro um Ped ver os nça am ava ion », bic ões am etiç ós tir do nosso rep «N par de a e s ror ter o número de sessõe oço ou umas horas de quem consiga criar ssa realidade e já há eçar a pegar nos um café depois do alm no a com par s po uém ola alg tem pér o er tiv das and as qu Quem tarde para ver algum Será interessante ver . da no s dia sõe oti ança que inclui ses qu as her a itar m um É . Co gazeta, pode aprove to passado nacional. awl”, de Paul China vas “Cr do lo, os mp ent exe cim por nte coloniais, estados aco l. Como medievais, guerras representante escondidas do festiva Coen, “Crawl” é um inquisições, torturas s, ãos dio Irm ocí aos gen ock . chc Motelx influências de Hit a presença assídua no fascistas», conclui. Perdido”. Ao feito down under, um ge a secção “Quarto nos australianos, al do cinema de terror itu hab é e qu do desta lógica que sur ca tro éri osf den É tugal, lançam-se atm is Por ma em um os o Com uma violência filmes de género feit funciona quase com e s) qu , uco ho (po ran os r est e era up foram beber à sua rec s «um film rer». a Austrália ou o Japão China apresenta-no uimos gritar nem cor a o futuro. Tal como seg par con es não também Portugal bas e , as qu ror ter em , de de” fia daqueles pesadelos uir uma cinematogra egoria “pérolas da tar str cat a con sm a me par ia na e igação de um ênc viv , film «Parece-nos ser a obr subterrâneos Em “Urban Explorer” o mesmo caminho. . Passado nos túneis uir nas seg nema de terror per erá “ci das dev um uso de o a a ade nic convém não perder trabalhar a possibilid ser a resposta germâ te põe me pro se pro e er qu l sch er tiva Fet end o que ficou fes Andy e foi tentado e compre de Berlim, o filme de ”, mostrar aquilo qu uês tug de um cinema por lha adi na arm Na “Wolf Creek”. pode fazer sem cair Plaza e de “REC 3”. se o e Pac qu o de e go er car faz a por fica mais A sessão de abertura lica João Monteiro. ro capítulo traz-nos e “O incaracterístico», exp são da saga, o tercei rio”, de Raoul Ruiz, bies. zom em o ent antecâmara da conclu am cas recaiu sobre “O Territó a um olh de s lo esc a , ado Pau vid ano por e con os Est zid ar os . Em conjunto nders. Ambos produ violência, ao transform Coisas”, de Wim We ets “Runaway Bride” ical entre bil me das l” um ado Evi ção Est ent liga sid a um “Re os em Uma espécie de Sintra, os filmes têm paranormais captad pôs a Branco e filmados em e sobre fenómenos ers visitou o set e pro a o domínio anh com “Emergo”, film Esp a de Ruiz, Wim Wend a m par a age rod lam a equipa rec sm te a 3” me ran a EC Du “R si. com s, o, lho âne me vídeo e infra-ver outro filme em simult e tem sido abordado um qu er ero faz king gén ma nco sub um Bra lo se um Pau tage, riamente, como se fos na categoria found foo O guião foi escrito dia mesmo. ir Witch”. os. do Bla ári te to jec par cen à e Pro a obr “O a de lo um Bustil ciclicamente des embora seja também francesa Alexandre Roger Corman of do filme de Ruiz, o regresso da dupla er qual é a ligação de ” é o nome do sab É de destacar ainda a vid par “Li e r”. res ieu no tér me l’in por “À is dia 14 de ma por a no , eis Par sáv nco Bra pon lo res um e Julien Maury, istir ao Q&A com Pau mas mais madura. «É ass al or cer fav é vis , s no isto o me tud ia a histór segundo filme, uma ra», diz Pedro Souto. a Nobu Setembro. adultos. Poesia macab pão Retro”. Dedicada nvidado Co o. ent Arg conto de terror para rio Da tacamos a secção “Ja de des ça ar, nta os sen aliz ese pre fin a apr a é Par ção ção sec edi tugal com terror japonês, esta Incontornável nesta , Argento vem a Por ivo que o a, o pai do cinema de os” cat aw Viv ar s kag lug Na stre o ua Me pet dos de per ema da secção “Culto eram esse epíteto e que influenciou o cin três filmes que lhe val spira”, obra-prima e mais recente. ental. film cinco filmes – de “Su ori o a , em rs” cin Tea o of a er par er) basta Motelx tem uintes, a “Moth stra muito mais para sab terror nas décadas seg ações (e há mesmo o realizador, esta mo pel orm a inf dad is ma ass a rcl Par ste a ma Em conjunto com um otelx.org. ao mestre do giallo. consultar o site www.m menagem completa mio pretende ser uma ho ema português. O Pré cin do ça sen pre a é te SETEMBRO e ano, Não menos importan , LISBOA, 12 A 16 existe desde 2009. Est CINEMA S. JORGE ror ter de ta cur r lho bém Motelx para a me vencedor ficará tam o monetário, o filme eia de Festivais para além do prémi rop Eu ção era Fed Méliès d’Or, da seleccionado para o

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A TUA CAS M E F I D A RECEBE NOME*

Editorial

ENDEREÇO*

Dos recomeços. É inevitável. Setembro é aquele mês em que nos dá uma vontade irresistível de comprar

EDITOR

Rafael Vieira

ALFRED DIRECTOR DE ARTE Ricardo Galésio 25-0129 EDITORA DE MODA E BELEZA

Susana Jacobetty COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Ana Rita Sevilha, André Gomes, Carolina Almeida, Célia F, Cristina Marques, Djamila Afonso, Emanuel Amorim, Filipa Penteado, Isa Silva, João Bacelar, João Moço, José Lage, Laura Alves, Marta Gonzalez, Miguel Meruje, Pedro Dourado, Sara Baptista de Sousa PARCEIRO ILUSTRAÇÃO E ARTE

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REDACÇÃO E DEPARTAMENTO COMERCIAL Rua Santo António da Glória 81. 1250-216 Lisboa Telefone: 21 32 25 727 Fax: 21 32 25 729 info@difmag.com

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Insight Mango T. 93 760 Tiago 02 00 Barros, um arquitecto T. 21 347 08em 30 Nova Iorque www.insight51.com Marc by Marc Jacobs Texto: Ana Rita Sevilha Intimissimi T. 21 342 93 15 T. 21 837 65 76 Marta Fontes Moda –Unip., Lda la T.Urbana 91 717 02 79 Original mais do que um La Princesa y Intervenção Tm. 91 744 97 78 Lechuga conceito, é uma atitude Crochet Street Art Melissa Fly London T. 96 274 11 77 T. 244 860 030 Texto: Filipa Penteado As malhas da lei dewww.plastica.pt, bem colorir Fortunato O. Lacoste – Devanlay o mundo Frederico & Cª Lda. Portugal, Lda www.melissa.com.br T. 25 Shopping 355 91 40 / Produto T. 21 112 Texto: 12 12 Célia F. Munich www.flylondon.com www.lacoste.com T. 21 464 36 00 Fornarina Lee www.munichsports.com Música Moda Tm. 91 218 18 88 New Balance, PF Ariel Pink’s Haunted Graffiti www.eu.lee.com Winterfall www.fornarina.it Le Coq Sportif Flyers - Vestima Texto: André Gomes Fotografia: João Bacelar Fred Perry - Sagatex Filipe Beu – Tm. 91 999 T. 22 953 59 67 Styling: Susana Jacobetty T. 22 508 91 53 15 57 www.newbalance.com GASMúsica Dayanny Cabral – Tm. 91 Nike Sportswear T. 22 rap 377 -11Hip 64 hop fora do 605 50 02 www.nikesportswear.com Queer Moda www.gasjeans.com Levi’s – Freedom Levi’s to CreateNikita – Lightning armário GolaJoão / Shulong Portugal Bolt Europe, SA. Texto: Moço – Fotografia: João Bacelar Upset Lda T. 21 799 81 49 T. 25 230 06 39 Styling: Susana Jacobetty T. 21 445 9404 Levi’s Acessórios – www.nikitaclothing.com Música H&M Pedro Nunes lda Nuno Baltazar EmT.Paz - Bill Fay 21 324 5174 T. 239 802 500 Agenda T. 22 606 50 81 Havaianas – Cia Lightening Bolt Música,www.nunobaltazar.com Texto: Emanuel Amorim Destaque, Cinema, Brasil T. 22 940 Festivais 99 78 Odd Molly T. 29 121 18 60 Luís Buchinho T. 91 986 67 66 Hilfiger Denim T. 22 201 27 76 Onitsuka Tiger – T. 21 394 40 20 Luís Onofre Asics Portugal Hoss T. 21 342 19 80 T. 21 340 40 96 / Tm. 96 T. 22 619 90 50 Maison Margiela, 528 55 89 Hugo Boss – Hugo Bernard Willhelm Pepe Jeans Boss Portugal Por Vocação, Porto – T. 22 T. 21 340 00 10 Tel. 21 234 31 95 092 70 02 www.pepejeans.com

38. 42. 44. 46.

DIRECTOR

Trevenen Morris-Grantham trevenen@difmag.com

lápis, cadernos a cheirar a novo, borrachas e dossiês para estrear. É um mês de recomeço, em que ainda se TELEFONE sentem as ondas quentes do Verão, mas em que se vislumbram, por entre as folhas que ameaçam mudar de tonalidade, uma brisa mais fresca que pede um casaco de malha mais quente. E é com pezinhos de lã que nos aproximamos do colectivo Granda Malha, projecto tricotado que anda pela cidade de Lisboa a revestir objectos e árvores, num abraço público e aconchegante. Para quem prefere a E-MAILintimidade de uma sala de cinema, sugerimos emoções diversas nas salas de cinema onde as temperaturas vão do arrepiante – com mais uma edição do Motelx, festival de cinema de terror – ao bastante encalorado – sob o signo do Queer Lisboa, o festival de cinema gay e lésbico. A propósito deste último evento, destaque também para o fenómeno Queer Rap, ou o que acontece quando o hip hop se cruza com a moda, com a dança e com o PROFISSÃO assumir da homossexualidade. DATA NASCIMENTO Com as ventanias que ameaçam desprender as folhas das árvores vêm igualmente novas sonoridades, bandas sonoras com cheirinho a memórias coloridas: o novo disco do mestre da pop lo-fi, Ariel Pink’s Haunted Graffiti, e o regresso à ribalta, após 40 anos de ausência, de Bill Fay, percursor do folk progressivo. Tempo também de encontrar novos percursos e espaços cheios de luminosidade nesta Lisboa que “Outonece”. * CAMPOS OBRIGATÓRIOS PARA AMercado RECEPÇÃO DIF EM CASA Sugerimos o inovador deDAFusão, noTUA renovado Martim Moniz, com petiscos pela noite dentro. Ou o ENDEREÇO : PUBLICARDS PUBLICIDADE . RUA T. Bairro das Artes, entre o Rato e, LDA o Cais doSSodré, para dar início à rentrée cultural da cidade. Além fronteiras, para o trabalho de Tiago Barros, arquitecto português radicado em Nova ANTÓNIO DA G LÓRIA, 8 1destaque . 1 2 5 0 -0 8ainda 0 LISBOA Iorque e que tem reflectido sobre a (melhor) utilização do espaço público. E também para as inquietas câmaras RECORTA OU FOTOCOPIA ESTE FORMULÁRIO E ENVIA-O PARA PUBLICARDS PUBLICIDADE LDA. fotográficas floridas do brasileiro André Feliciano, autor e “jardineiro” conceptual. JUNTO COM UMaltura CHEQUE VALOR 120 EUROS Numa emNO que a DIFDEchega às 90OU edições, esta é também para nós uma época de recomeços. Porque REALIZAtrabalhar TRANSFERÊNCIA PARA O NIB.: 0 a0 3dar 8 0o0 5mesmo 1 0 0 9 0entusiasmo 4 6 5 8 7 7 1 9como 6 , ENVIANDO cada edição continua se fosse a primeira. Tal como a arte, a moda, o COMPROVATIVO O E.reinventamo-nos MAIL: INFO@DIFMAG .COM design, aPARA música, a cada passo. Recomecemos. Reinventemo-nos. Sempre.

54. 58. 68. 76.

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