REVISTA MENSAL DE TENDÊNCIAS E GUIA CULTURAL GRATUITO. NÚMERO 92. OUTUBRO 2012
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Editorial O toque do papel A época dourada da telefonia como centro da casa substituiu-se na televisão que se viu substituída pela world wide web. Longe de pensar que cada uma das tecnologias sucumbiu à mais recente e se ficou pela estática, alastrou a convivência. A rádio persiste, mais interessante e ouvida do que nunca. A televisão é companheira da Internet, convivendo as duas lado a lado ou uma dentro da outra, ao teu comando. Em streaming segue a onda média, que se fez ouvir sobre a geração das big bands sem se perder nas ondas aéreas. Recuperam-se também uns nunca realmente desaparecidos vinil e cassetes, com o trabalho do artesão destas e daquelas, cada vez mais aprimorado. A comunicação progride por inúmeras vias que se vêem paralelas, e onde nenhuma é excluída e questionada. E muito menos a palavra posta em papel. A DIF celebra uma década de toque do papel. Dez anos de material transportável, folheável, legível, consumível e coleccionável. Uma década de escrita que não dá para resumir numa frase, quanto mais numa palavra. Pensamos ser uma contribuição forte que acrescenta ao quotidiano um olhar sobre tendências que escapam à situação do momento, ou zeitgeist. Uma leitura onde os olhos se alinham com as mãos e os braços, para que, com os dedos e em dança contínua, nos toques e nos folheies. Ao somar dez anos como os dez dedos das mãos que seguram a DIF neste momento, consideremo-lo simbólico. Porque mais dez anos virão, e outros dez de seguida. Terás dedos para isto tudo? E para demonstrar que somos mais do que apenas letras a formar nomes por detrás de cada artigo, agradecemos sentidos. Dedicamos estes dez anos e esta 92ª DIF aos colaboradores, colunistas, escritores, jornalistas, fotógrafos, ilustradores, criativos, designers e modelos. Aos patrocinadores, parceiros e entrevistados e aos espaços que nos acolhem. E dedicamos também, com especial atenção, a todos os leitores que nos acompanham e aos que se seguem. A ti que nos lês. Vocês também são parte da equipa, pois é com um sorriso e a pensar numa leitura com prazer contínuo que te trazemos a DIF. Obrigado..
DIRECTOR
Trevenen Morris-Grantham trevenen@difmag.com EDITOR
Rafael Vieira DIRECTOR DE ARTE
Ricardo Galésio EDITORA DE MODA E BELEZA
Susana Jacobetty COLABORADORES DESTA EDIÇÃO
Ana Rita Sevilha, André Gomes, Carolina Almeida, Célia F, Cristina Marques, Elsa Garcia, Fernando Alvim, Filipa Penteado, Inês Alvim, João Bacelar, João Moço, Laura Alves, Leandro Pinto, Marta Gonzalez, Nian Canard, Pedro Dourado, Pedro Figueiredo, Sara Baptista de Sousa, Tiago Santos, Valeria Galizzi Santacroce PARCEIRO ILUSTRAÇÃO E ARTE
RAFAEL VIEIRA
Who Creative Talents Agency
ÍNDICE
16. 10 anos, sem anos
Texto: Fernando Alvim Ilustração: Miguel Sousa
18.
Intervenção Urbana Spidertag - Tecelão de constelações Texto: Laura Alves
20.
Design Texto: Cristina Marques
38.
Puma Universe Realização: Marta Gonzalez Fotografia: Valeria Galizzi Santacroce
46. Beleza 48. Shopping / Produto 52. Música
74. Arquitectura
Nigga Poison Texto: André Gomes
54.
Música 10 anos sem Joe Strummer Texto: Tiago Santos
32. Places
Moda Do Zero ao Dez Texto: Lígia Gonçalves Fotografia: Nian Canard Styling: Sara Soares
Teatro Rápido Texto: Sara Baptista
34. Moda
78.
58.
Música O que andámos a ouvir Bodyspace - O observatório musical Texto: Célia F.
60.
www.difmag.com myspace.com/difmagazine facebook: DIF
76.
Cultura Japanese Scooter Culture Texto: Rafael Vieira Fotos: Sean Wood
24. Kukies 30. Capa Dura
REDACÇÃO E DEPARTAMENTO COMERCIAL Rua Santo António da Glória 81. 1250-216 Lisboa Telefone: 21 32 25 727 Fax: 21 32 25 729 info@difmag.com
Arte Fátima In Love O Sagrado da Inocência Texto: Elsa Garcia
56.
22.
Portugal Surf Guide Texto: Célia F.
Na Trafaria, junto ao rio... Texto: Ana Rita Sevilha
Fotografia O “tijolo” enquanto símbolo da liberdade de expressão Texto: Laura Alves
Música Cais Sodré Funk Connection O Funk sai à rua Texto: Pedro Primo Figueiredo
Arte Nuno Vasa Texto: Pedro Dourado
68.
Moda Refined Art Fotografia: João Bacelar Styling: Susana Jacobetty
80. 82.
Moda 10 Fotografia: João Bacelar Styling: Susana Jacobetty
90.
Agenda Destaque, Música, Cinema, Festivais
Capa Pedro Lança
PROPRIEDADE Publicards, Publicidade Lda. DISTRIBUIÇÃO Publicards publicards@netcabo.pt REGISTO ERC 125233, NÚMERO DE DEPÓSITO LEGAL 185063/02 ISSN 1645-5444, COPYRIGHT Publicards, Publicidade Lda., TIRAGEM MÉDIA 20 000 exemplares PERIODICIDADE Mensal, ASSINATURA 12€
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E S TE M Ê S
João Brandão, nasceu na cidade do Porto. As suas ilustrações exploram o lado figurativo e imaginário, as texturas, as cores e as colagens de papel. As suas referências vão desde autores contemporâneos, movimentos artísticos e também a imagens gráficas vintage. Trabalha as suas ilustrações a partir do desenho, tentando alcançar sempre a melhor composição e harmonia. Estudou na ESAD Matosinhos e trabalha actualmente como freelancer. É representado pela “Who” e ilustra em estreia nesta DIF. Miguel Sousa vem de Barcelos, é um jovem designer com apenas 22 anos. Acabou recentemente a sua formação em Design Gráfico no IPCA e continuou por aí para tirar o Mestrado em Ilustração e Animação e dar continuidade à sua formação. É ilustrador e designer gráfico a trabalhar como freelancer que tem desenvolvido alguns projectos de cariz pessoal como fanzines, notebooks e ilustrações. Nesta edição da DIF ilustra o artigo “10 anos, sem anos.” Lígia Gonçalves, estudou Ciências da Comunicação, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Fez assistência para televisão e editoriais de moda; passou pela “ELLE”, primeiro como estagiária e depois como colaboradora. Hoje para além de trabalhar como freelancer, é Directora de Conteúdos na “The Draft Mag” e assina “Do Zero ao Dez” neste número da DIF.
Co labora dores 14 DIF
Pedro Lança nasceu a 28 de Junho de 1990, num lindo dia de Verão, em Lisboa. Desde cedo, Pedro demonstrou um enorme interesse pelas artes, dizendo que queria ser arquitecto. Só aquando da sua inscrição na faculdade, pensou em design e decidiu arriscar. Assim, em Setembro de 2008 começa a sua viagem pelo mundo do design. Acabada a licenciatura em Junho de 2011, decide aprofundar os seus conhecimentos na área de design gráfico, escolhendo assim a “Lisbon School of Design” para o fazer. Actualmente é “Junior Designer” na Power Creative Minds, trabalhando também como freelancer. É o autor da capa do décimo aniversário da DIF. Nian Canard cria um trabalho delicado em que o movimento é a característica marcante, assim como a paleta de cores e a relação harmoniosa entre luz e ambiente. Desde a fusão da natureza com a arquitectura urbana, do retrato à fotografia de moda, as sobreposições e as transparências são características únicas que no seu conjunto provocam um suster de respiração. Especializada em fotografia de moda em Nova Iorque é em Lisboa que agora desenvolve o seu trabalho. www.niancanard.com .
CRÓ NIC A
10 anos, sem anos Fernando Alvim
TEXTO ILUSTRAÇÃO MIGUEL SOUSA
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xiste um período na nossa adolescência em que em plena fase de afirmação pensamos invariavelmente em duas coisas: ou meter-nos na droga ou fazermos uma revista. Eu lamentavelmente escolhi a segunda e hoje posso dizer-vos que estou arrependido. As pessoas falam muito de que um restaurante é uma prisão sem terem conhecido a redacção de uma qualquer revista. Prisão? Esperem lá, comparar um restaurante a uma prisão? Um restaurante onde podem ir falando e petiscar jaquinzinhos e peixinhos da horta a uma redacção onde só há café em pacote? Tenham vergonha. Ter uma revista sim, não só é uma prisão, como são duas, uma cidade inteira de prisioneiros se quiserem, um estado americano, pronto. E porquê? Porque não é só uma coisa circunscrita ao espaço, é também a nossa cabeça que fica presa e a qualquer hora e em qualquer sítio é na revista e em função dela que estamos a pensar. Se querem um exemplo, eu já dei comigo a fazer amor com a minha mulher enquanto pensava: “Era bom fazermos um artigo sobre novas tendênciasE. A minha mulher a dizer-me: “Ai querido, não pares agora, tu não pares!” E eu a pensar: “Era bom entrevistar aquele indivíduo que irá revolucionar o mundo musical”, a minha mulher “Ai, ui, ai, ui” e eu: “Temos que mudar o grafismo da capa, mudar o esquema habitual da coisa.” E é isto. E depois cada um dorme para o seu lado. Ter uma revista é um cabo dos trabalhos mas também, como as mães dizem, é muito compensador. É como um filho, dá muito trabalho sim, o puto baba-se todo, tem que se dar banho à criança, mas quando sai, quando se corta o cordão umbilical na gráfica, quando se embala a revista e se folheia para ver se está sequinha, é uma maravilha só de pensar, “Ai que me mordo todo”. Daí que uma revista que faz 10 anos nos dias de hoje mereça os parabéns de todos, porque a idade de uma revista, sobretudo com esta crise toda do papel e da publicidade, consegue ainda ser superior à dos animais que, como se sabe, é 7 vezes superior à sua vida real. Isto é, se um São Bernardo tiver 10 anos é lógico que ele deverá ter uns bons 70, mas se uma revista tiver 10, não tenham dúvidas que estará agora a fazer 100. Aliás, com os primeiro-ministros dos países
ainda deverá ser pior, sobretudo o nosso e o americano. Vocês já viram o quanto eles envelhecem em tão poucos anos? Olhem o Obama. O Obama está com mais cabelos brancos que o Richard Gere. Olhem o nosso primeiro actual, o homem está quase a apanhar o Manoel de Oliveira em apenas um ano. Daí que seja justo dizermos e até com absoluta propriedade que a DIF faz 100 anos embora nos pareçam 10. Mas não são, são 100 anos: de vida e dos anos que de facto ficamos sem eles, a tal ponto que muitas das vezes por manifesta falta de tempo, não comemoramos sequer os nossos. Não serão portanto muitas as revistas que nos dias de hoje se poderão orgulhar de fazer 100 anos, na verdade 10, mas a DIF pode e está de parabéns por isso. Por fazer 10 anos e ainda não sofrer de dores de tudo, por ter 10 anos e ainda não querer ir para casa ver televisão em frente ao sofá, por ter 10 anos e querer tudo, e melhor que isso, por pensar - mesmo que assim não seja - que está ainda tudo por fazer. E está mesmo, nós é que pensamos que não, que somos uma mera reinvenção, que só novas roupagens do que já existe é que serão agora criadas. Eu nunca escrevi este texto para nenhuma revista, isto é, deixem cá ver nas minhas gavetas (só um bocadinho)… cá está, nunca o fiz. E espero que a DIF nunca se reescreva nem reinvente, mas quanto muito nasça outra vez e crie novas coisas. A DIF faz 10 anos e está numa belíssima altura para fugir de casa. Parabéns! Fernando Alvim é director da revista 365 (www.revista365.com)
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I N TE R V E NÇÃO UR B A N A
Spidertag
Tecelão de constelações TEXTO LAURA ALVES
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simplicidade do material necessário contrasta com a complexidade das formas geométricas desenhadas pelo espanhol Spidertag, yarn artist e eco-bomber. Fios de lã de cores contrastantes, um martelo e pregos bastam para criar autênticas teias, nas telas improvisadas que podem ir do chão de cimento a uma parede de tijolo, das ruínas de um prédio a um muro ou até mesmo um tronco de árvore. Nem será necessário pensar muito para perceber a principal referência, cujo nome terá inspirado o tag deste artista. Tal como o Homem-aranha, ou Spiderman, desde 2008 que Spidertag espalha as suas teias de lã pelas cidades, numa obsessão imaginativa e rendilhada. A delicadeza dos fios de lã, em contraste com o metal dos pregos (ou parafusos, dependendo de onde é colocada a peça) e a rudeza de algumas
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superfícies, criam efeitos visuais que frequentemente se assemelham a constelações, ora simétricas, ora não. A lembrar ainda os jogos de infância, como as brincadeiras com fios de lã enrodilhados nas mãos, ou o passatempo de unir os pontos para encontrar uma determinada imagem, estas “construções” quase etéreas têm na sua base uma simples equação, que surge como uma espécie de lema do artista: “Tudo se resume a pregos + fio + geometria + abstracção + ruas”. Spidertag não é propriamente um rosto novo na arte urbana. Pioneiro na arte do yarn-art movement, juntamente com nomes como Aimee Dymond, Hottea, Moneyless e Nittin, a sua reputação por essa Europa fora é já considerável. Em Espanha participou em diversos eventos de arte urbana, como “La Tabacalera” e “Urban Arts”, em Madrid, “Festival Imagina San Javier”, em Murcia, ou o “Miau Thermal”, em Barcelona. Em
2001 colaborou também na “Spot Converse Foot Locker European Campaign”, em Berlim, com peças executadas de propósito para uma campanha publicitária para as marcas. Na sua galeria no Flickr – www. flickr.com/photos/spidertag – Spidertag reúne imagens das obras que, qual aranha paciente, vai tecendo em diversos pontos do mundo, mas sobretudo em Espanha. Passou inclusive por Portugal, pela cidade do Porto, onde criou algumas teias em edifícios abandonados. Também muito popular no meio artístico em diversas outras cidades europeias, Spidertag tem colaborado amiúde com vários artistas e adaptando-se a diferentes linguagens, como o stencil. Bastará uma breve pesquisa online para depararmos com vídeos em que Spidertag introduz o elemento fio nas criações de, por exemplo, Sr. X, numa complementaridade inesperada entre stencil e lã. Lã essa que continua, colorida e em novelos, a percorrer mundo na maleta de Spidertag, à procura da próxima tela improvisada.
Ver as obras de Spidertag em spidertag.wordpress.com.
A teia colorida do yarn bombing tem crescido cada vez mais, com inventivas técnicas e ainda mais inovadores artistas a dar novos usos à lã. Ao invés das tintas, há todo um culto que vive nas ruas e que pratica a intervenção artística e urbana por meio do fio de lã colorido. Spidertag é um desses exemplos, trabalhando a solo ou em colaborações de técnica mista.
+351 +351 214 214 459 459 404 404 -- golaportugal@gmail.com golaportugal@gmail.com
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DESIGN
Pé de Porco, Fernando Brízio
Bench Years Mauricio Freyre
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TEXTO CRISTINA MARQUES FOTO MIGUEL ANGELO GUERREIRO / FLARE STUDIO
O “London Design Festival” e a empresa inglesa “Established & Sons” convidaram a ExperimentaDesign para participar no projecto “Bench Years”. Este projecto celebra 10 anos e foi apresentado à imprensa no dia 14 de Setembro, em Londres, no Victoria & Albert Museum. “Bench Years” reuniu dez dos mais consagrados designers internacionais, que responderam a um desafio: trabalhar utilizando 10 materiais distintos e produzir uma edição limitada de bancos para o espaço público. Os bancos que nasceram deste projecto estiveram no Victoria & Albert Museum de 14 a 23 de Setembro. O designer português Fernando Brízio representou Portugal, e desenvolveu um banco em cortiça numa parceria com a corticeira “Amorim”. Carlos Jesus, Director de Comunicação da Corticeira Amorim, considera que “a inovação e o design, associados à cortiça, são prioridades estratégicas para a Corticeira Amorim. Esta participação é mais um exemplo bem sucedido dessa aposta.” Brízio desenhou o banco “Pé de Porco”, uma homenagem à cortiça, ao ecossistema que rodeia a produção deste material, fazendo também referência ao porco preto. O designer português integra um grupo de designers que são referências incontornáveis do panorama internacional como Konstantin Grcic, Jasper Morrison, Martino Gamper e Barber&Osgerby, entre outros. Guta Moura Guedes, directora da ExperimentaDesign, afirma que “é sempre um privilégio poder internacionalizar o design nacional não só através do trabalho de um designer tão significativo quanto Fernando Brízio, mas também através da capacidade de uma empresa como a Corticeira Amorim.”
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CORK BEEHIVE TEXTO CRISTINA MARQUES
Cortiça. Não é só de rolhas que se fala. E foi o que Ana Loskiewicz, designer polaca, veio demonstrar. Ana é a vencedora do concurso patrocinado pela Corticeira Amorim, que desafiou a comunidade internacional de designers e arquitectos a conceber novas aplicações de cortiça ou a melhorar o actual portfólio de produtos concebidos por este material. De um total de 367 propostas apresentadas, 20 designers internacionais foram convidados a participar num workshop especializado no Domaine de Boisbuchet, para o desenvolvimento do protótipo idealizado. Tendo por base as características da cortiça, a designer projectou em CORK BEEHIVE uma colmeia moderna. Segundo Ana Loskiewicz, este modelo de colmeia contemporânea enquadra-se também no espírito sustentável de uma paisagem urbana como Nova Iorque ou Londres, cidades onde a apicultura é uma actividade cada vez mais popular. Dada a relevância das propostas e a elevada qualidade que resultou da prototipagem, foram ainda atribuídas cinco menções honrosas a outros projectos finalistas. Carlos de Jesus, director de marketing e comunicação da Corticeira Amorim e membro do júri, destaca “a excelência dos projectos concebidos, designadamente ao nível da inovação e do design”. Ao projecto vencedor foi atribuído um prémio no valor de 10.000€.
Cinema
A R TE
Vasa
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uno Vasa e a sua obra são sempre surpreendentes. O modo como cada um a interpreta é como um labirinto de descobertas. Para compreender o seu produto enquanto artista, é essencial ter em atenção o seu trajecto individual. Assim, Nuno Vasa, quando interrogado acerca do seu percurso, afirma que a sua formação de base é em escultura, no entanto, ao longo dos anos, procurou integrar na sua expressão “diversas linguagens”. Diz: “Não perco muito tempo a criar categorias, nem gosto de criar fronteiras”. Fala de 2012 como um “ano gratificante”: venceu um prémio POP’s da Fundação de Serralves e foi convidado para representar o nosso país na “III Bienal IberoAmericana de Design”. No seu caminho, como criador, destaca o prémio Casa de Velázquez (2005), uma vez que o apresenta como “uma grande influência” no trabalho que viria a desenvolver. No que toca à exposição “Nuno Vasa, Introspetiva. O Jogo Possível”, esta é um “pequeno revisitar de todo o [meu] trabalho” – diz o próprio. Conta-nos, ainda, que “não queria uma retrospectiva da obra” e explica: “Sou um tipo novo, mas pareceu-me essencial repensar o meu caminho, colocar em confronto, num mesmo espaço, algumas das minhas peças mais marcantes”. Acredita que, com este diálogo entre ele, o observador e as peças, aprenderá algo mais sobre o que faz e sobre os trilhos pelos quais vai rumar. Quando se aborda a “Edge Arts”, Nuno assegura que é um “projecto de valor”. Acredita que “é sempre importante e compensador sentir que a cultura encontra no sector privado algum apoio”. Define a “Edge Arts” como “uma estrutura muito recente que procura apostar em criadores emergentes”. Para Nuno Vasa é uma honra inaugurar o novo espaço desta
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organização, sentindo-se, também, extremamente bem recebido. O artista sabe o contexto económico-social do país no qual habita, afirmando, sem hesitar: “Vivemos uma fase difícil e é importante referir que convivemos diariamente com um orçamento de estado cujo financiamento à Cultura não chega a 1%. Sendo o desenvolvimento cultural um factor essencial para qualquer país, é de louvar que algumas estruturas privadas criem condições e permitam que os criativos continuem a trabalhar, apoiando a sua internacionalização e apostando na continuidade do seu trabalho, da sua expressão!”. A “Introspetiva” está patente na Edge Arts, “um projecto sem pretensões, propõe-se a fazer e, simplesmente, faz”, até dia 19 de Novembro de 2012 no Espaço Amoreiras, Rua D. João V nº24 1.01, Lisboa.
Chair of Champions
TEXTO PEDRO DOURADO
Sessenta anos de revolta - A história única da música britânica e do estilo urbano
Nuno
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SAGATEX, LDA – Tel. 22 508 91 60 – www.sagatex.pt
KU KI E S
Cor a entrar pelos olhos
P D U I V C I S P I M ON U J
Se há algo que não se pode dizer sobre a colecção “Fliperama” da Chilli Beans é que tem pouca cor. As cores vibrantes e a estética psicadélica dos jogos electrónicos dos anos 70 e 80 são as referências da nova linha de óculos de sol e de relógios da Chilli Beans. Inspirada em jogos como o Pinball e o Pacman, as lentes espelhadas dos óculos e os tons vibrantes dos relógios retro revelam um espírito bem-humorado, para espalhar irreverência e atitude em qualquer ocasião. Procura a colecção em www.facebook.com/ ChilliBeansPortugal LA
WANTED POSSE
VANESSA LE MOIGNE
Wii U em Portugal em Novembro Não esquecer de marcar na agenda: 30 de Novembro é o dia em que estará à venda em Portugal a nova “Wii U”, uma consola HD que permite novas experiências de jogo, possibilitadas pelo “Wii U GamePad”. Este comando oferece um segundo ecrã integrado e pode também ser usado de forma independente do televisor. A Nintendo anunciou que a “Wii U” será comercializada em dois pacotes diferentes: o “Basic Pack” (contém uma “Wii U” e um “Wii U GamePad”, ambos brancos e com uma capacidade de armazenamento de 8 GB) e o “Premium Pack” (que inclui a “Wii U” e um “Wii U GamePad” em preto, com 32 GB de espaço). Sabe mais em wiiu.com.pt LA
photo : Laurent Clément / artistic director : Naïr Goncalves
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O estranho mundo de Tim Burton by Springfield Woven Nike O modelo de sapatilhas “Inneva Woven” é a nova aposta da marca americana, internacionalmente conhecida, Nike. Com um design detalhado, que facilmente reporta para os produtos artesanais, devido à complexidade do tecido entrelaçado, a inspiração vem das tecnologias de “Nike Running” e a sua sola é flexível, proporcionando um enorme conforto. São, assim, uma óptima aposta para quem gosta de correr com estilo. PG
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Para os fãs de Tim Burton, o Halloween chega mais cedo. Mais concretamente, a 15 de Outubro. Três dias antes da estreia de ”Frankenweenie”, o mais recente filme de Burton, a Springfield coloca à venda seis T-shirts de edição especial (quatro de homem e duas de senhora) baseadas nas personagens do filme. Conjugadas com as peças que completam a colecção – um blusão de pele preto, jeans skinny e botas de motoqueiro - temos o look perfeito para celebrar o Dia das Bruxas. Tim Burton style. FP
Mamson, Yugson, Moyson, Noxson, Kapelson & Martson, Wanted Posse dancers & Vanessa Le Moigne, a very sportive journalist!
infos Ecko Unltd: 933796560 rogerio@tribestation.com
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KU KI E S
Ray-Ban: Aviator Folding Ultra Uma ultra edição limitada lançada para celebrar os 75 anos da Ray-Ban – marca com três quartos de século dedicados a proteger a visão do efeito nefasto do Sol e a emprestar estilo a milhentas faces pelo mundo afora. Reconhecida sinónimo de óculos de sol, a Ray-Ban lança uma edição dobrável, exclusiva e limitada a 7500 exemplares, o Ray-Ban Aviator Folding Ultra. Esta é a recuperação do seu modelo mais lendário de óculos de sol, de bom gosto numa versão em ouro branco e em ouro amarelo com 22 quilates. Se dúvidas houvesse quanto a que modelo adquirir para aumentar a tua colecção de Ray-Ban, esta é a melhor oportunidade de o fazer, em ultra exclusividade. LM
Bazar da Lapa “Não vira à direita, não vira à esquerda”... aqui não há nada que enganar. Rua da Bela Vista à Lapa, número 88. Paragem obrigatória. No Bazar da Lapa, marcas como Merrell, Cat, Dockers, Hang Loose, Gola, Catarina Martins, Rokin Footwear, Chloe, Bluemarine, Day Birger, Philosophy, Twin-Set, Paul and Joe, Água de Coco, Antimilk, Lavand, Pierre Cardin, Timezone, Scotch & Soda, Champagne Ruinart, Vale das Areias, Quinta do Real, Luxury, Pinhais, Rituals, Velosolex não são estranhas. Neste bazar, como o próprio nome indica, encontrará um pouco de tudo, para todos os gostos e a metade do preço. Se quer oferecer uma prenda diferente, descobrir objectos inusitados, ir a um happy hour no lançamento de uma marca nova, ou aproveitar as “Vendas Flash” no final de cada mês, encontrou o local certo, com um cheirinho a comércio tradicional de rua e com “aquele” atendimento personalizado. A porta está sempre aberta: de quarta a domingo, das 10 às 20 horas. CM
Parceria Obey e Generic Surplus Melhor que uma nova colecção da Obey para o Outono/Inverno, é uma nova colecção da Obey em colaboração com a marca de calçado Generic Surplus. O resultado desta parceria são cinco diferentes estilos, numa fusão entre os looks de rua e o ser urbano. De silhuetas simples, complementadas por uma variedade de materiais, as propostas desta colecção irão decerto agradar tanto aos fãs da Obey como aos da Generic Surplus. Para saber mais e quem sabe comprar um “miminho”: www.genericsurplus.com. LA
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KU KI E S
Isso é denim ou estás contente de me ver? Há uma lufada de ar fresco na roupa interior masculina. A Diesel apresenta Underdenim, uma nova linha de roupa interior que resgata a sensação de conforto à moda antiga que desde sempre esteve associada aos jeans. Feita a partir de um suave algodão elástico, a linha Underdenim tem costuras triplas e está disponível em três tons de azul. Pormenores como o cinto elástico, os pespontos em cor de tabaco, os contrastes de cores e o efeito mesclado do tecido tornam esta colecção imperdível. LA
Carhartt x AIAIAI A Carhartt WIP dá mais uma vez cartas longe da Moda e traça uma parceria com a marca de headphones dinamarquesa AIAIAI para lançar uma edição especial de dois dos modelos de maior sucesso da empresa nórdica. Testados pela créme de la créme dos DJs e artistas musicais, os TMA-1 combinam uma qualidade acutilante com um design intemporal e minimalista. Este modelo surge com uma bolsa especial e um conjunto de cabos extra. Os fones Pipe também não descuram a qualidade do som ou o isolamento do ruído, mas apresentam um design mais ergonómico e um tamanho XS. CA
Fred Perry by Raf Simons “Ecléctica” parece ser a descrição perfeita para a 8.ª colaboração de Raf Simons com a Fred Perry. Entre cores sóbrias e muitos padrões (do floral ao camuflado) o clássico pólo da marca continua a ser o elemento chave da colecção Primavera/Verão 2013. Desta vez, o elemento diferenciador são as golas destacáveis, disponíveis em várias cores e motivos. Apresentada há cerca de dois meses na Men’s Fashion Week, em Paris, esta colecção de 28 peças chega às lojas em Fevereiro do ano que vem. FP
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C A PA D U R A
Portugal Surf Guide Uzina Books TEXTO CÉLIA F.
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panhar ondas, ficar na praia, viajar para destinos incríveis em busca da onda perfeita. Parece ser só boa vida e não dar trabalho nenhum, mas dá. Implica arte, conhecimento de causa e sapiência. Há que saber ler as entrelinhas das ondas, conhecer as correntes e saber esperar pelo melhor vento. Dois veteranos do surf, Francisco Cipriano e António Pedro de Sá Leal, não foram atrás da onda perfeita, mas sim atrás de todas elas. Depois de muitos quilómetros de prancha às costas, percorrendo Portugal de lés a lés, incluindo as ilhas, vão lançar um guia sobre as características de cada onda e cada praia em particular. Um guia completo, com mapas, testemunhos de surfistas, condições de alojamento e acessibilidade feito a partir da experiência vivida pelos dois autores. Apresenta-se dividido por zonas, sendo elas – Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira. Este guia bilingue, verdadeiro relatório da dissecação de cada onda ao pormenor, releva-nos todos os seus aspectos essenciais - consistência, tipo de onda, melhor ondulação, crowd, melhor vento e maré. Os locais e praias são apresentados com o auxílio de mapas e é disponibilizada informação sobre as características geográficas e tantas outras essenciais a uma boa estadia e viagem. O guia conta com a colaboração de André Carvalho, fotógrafo que há muito se especializou na missão de captar com a máquina o melhor do surf. Simples, prático e seguramente eficaz. Um guia que pode ser o ponto de partida para uma surf trip inesquecível.
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P L AC E S
Teatro Rápido O tempo passa rápido no Teatro Rápido TEXTO SARA BAPTISTA
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ascido em Maio, o Teatro Rápido surgiu em Lisboa, em pleno Chiado, depois de passar por grandes metrópoles como Madrid, Londres e Nova Iorque. Oito meses depois da sua abertura, fomos saber como está o projecto a correr e quais os desafios, numa conversa com Andreia Madeira, produtora executiva do Teatro Rápido (TR). O conceito do espaço é simples: 4 salas, peças de 15 minutos. Com mais de 6000 espectadores desde a sua abertura, esta casa de teatro conta histórias com um princípio, um meio e um fim, num conceito inovador onde toda a acção tem de ser gerida nuns curtos 15 minutos. Cada mês um tema, numa programação que “pretende ser o mais ecléctica possível, apresentando abordagens diferentes sobre o mesmo tema”, e que vai desde o microteatro ao TR BAR, um tema que une o espaço num todo. “Como tal, vamos dos clássicos ‘Julieta está grávida’, uma revisitação ao texto de Shakespeare ou ‘Sobre o orgulho e a incapacidade de andar’, uma proposta que misturava texto e audiovidual”. O tema da abertura “Felicidade”, e o mês de Setembro, “O Tempo”, foram os mais apreciados não só para o público em geral, mas também pela classe artística. Mas estes temas não são escolhidos tão linearmente como se possa pensar, “tentamos perceber a relação do mês com feriados, ciclos da natureza ou simplesmente dinâmicas humanas e de alguma forma fazer a ligação”. Com um preço acessível, “o público tem sido uma descoberta soberba” com visitantes que vão desde os mais novos aos mais velhos, das profissões mais elitistas às mais convencionais. “O mais interessante é a presença de turistas” revela a produtora do TR, “se os brasileiros não são surpresa, pois não têm a barreira da língua, os franceses, italianos ou peruanos, entre outros, foram uma boa surpresa”. “Chegam, compram bilhete, ficam até ao fim e ainda nos dizem que, mesmo sem entender a língua, adoraram a peça pela proximidade, estímulo humano e proposta cenográfica”. Com menos de um ano, o Teatro Rápido já tem de dizer cada vez mais não a projectos que lhes são enviados, “sentimos que os artistas gostam de por cá passar, pois temos projectos com pessoas repetentes”. E o espaço passa ainda por um
Rua Serpa Pinto, 14, Lisboa teatrorapido.blogspot.pt
encontro entre várias personalidades, criadores, “encenadores, actores escritores que se conhecem aqui e convivem durante aquele mês, mais tarde apresentam projectos em conjunto”. Em oito meses, “os projectos que por cá passaram foram enriquecendo a nossa história, deixando marcas que nos fazem avançar com entusiasmo e claro, com vontade de crescer aprendendo com todos”, comenta Andreia Madeira. Na pequena equipa do Teatro Rápido prevê-se um futuro optimista - mesmo numa era onde a cultura em Portugal se sente ameaçada e é cada vez mais ignorada - com novos objectivos para um espaço apetecível, onde a ideia é podermo-nos sentir em casa. Nós por cá, ficámos à espera de grandes novidades.
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e a colecção de Jeremy Scott é o paraíso dos fashionistas mais arrojados, a linha “adidas Blue” (também parte da colecção “Originals”) pode ser vista como a meca de quem prefere um estilo mais trendy e discreto. Pensada para o consumidor que está a par das tendências de moda, a linha “Blue” foi inspirada pelo universo britânico, aqui especialmente visível nos materiais escolhidos - flanela, pele, tweed e malha são as texturas chave da colecção. No que diz respeito ao calçado, o conceito foi homenagear o 40º aniversário da marca, reinterpretando modelos icónicos dos anos 70, 80, e 90. Em conjugação com as outras propostas da “adidas Originals” que vão desde o estilo preppy a peças pensadas para skateboarders, passando também por influências glam rock - é possível criar uma infinidade de looks eclécticos e adaptados à personalidade de cada um. O segredo é não ter medo de misturar e arriscar. Be original, diria a adidas. FP
I’ve got the blues
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Outono jovem e quente com le coq sportif TEXTO LAURA ALVES
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le coq sportif comemora 130 anos de existência e, revelando a sua alma e carácter sempre jovens, apresenta a nova colecção Outono/Inverno, pensada especialmente para o regresso às aulas. Outubro é o mês, por excelência, do retorno ao estudo e às roupas quentes. Apetece sair da escola ou da faculdade e, depois das aulas, passear com os amigos pelos parques, dar pontapés nas folhas que caem douradas das árvores. Para estes momentos outonais, e antecipando os dias mais frios, a le coq sportif propõe, para as meninas, pólos em piquê bordeaux e azul marinho, que combinam com saias curtas plissadas e às riscas. Para os rapazes, e a pensar nos dias chuvosos, a marca propõe jaquetas leves e parkas com o logotipo do galo em tom dourado. Casacos de Inverno com forro de sherpa e cardigans de malha com gola smoking são outros dos principais destaques da linha “Atelier”, que mantém os tons que
tão bem caracterizam a estação: bordeaux, verde pinheiro e azul marinho. Para descobrir, temos ainda a linha “Cannetille”, que alia o look desportivo a um estilo mais requintado; a linha “Equipe”, que resgata o desenho das camisolas da selecção de futebol francesa de 1956, bem como a linha “Cyclisme”, que inclui camisolas coloridas das corridas dos ciclistas de outros tempos, para amantes do design retro. A linha “Training”, colecção de desporto especialmente para o sexo feminino, ganha protagonismo através dos motivos coloridos, que vão dos tons de ameixa ao vermelho escuro, amarelo limão ou vermelho cereja. A marca le coq sportif nasceu em 1882 em França, pela mão de Émile Camuset, artesão apaixonado pelo desporto. Mais de um século depois a marca sobrevive, destacando-se pela inovação e inspiração constantes. Podes conhecer a nova colecção Outono/Inverno em www.lecoqsportif. com
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Levi’s goes global TEXTO FILIPA PENTEADO
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colecção Outono/Inverno da Levi’s traz-nos um conceito diferente dentro do universo da marca, apresentando uma proposta com peças que permitem usar Levi’s em look integral, em (quase) todas as ocasiões. Mais pormenorizada e com apontamentos de alfaiataria, esta nova colecção constrói uma imagem mais polida e refinada. A sofisticação começa pelos materiais escolhidos. Sem serem luxuosos de uma forma óbvia, destacam-se pela sua simplicidade e easy wear (a nova forma de luxo). Algodão, lã e malha são elevados pelas técnicas escolhidas para os trabalhar: costuras de agulha simples, feitas à mão; desgastes de aspecto vintage, em tons de azul índigo; acabamentos sustentáveis. A paleta de cores segue o mesmo critério de understated luxury, com tons intemporais – cinzentos e verdes para homem, azuis profundos, vermelho e rosa para senhora. No que diz respeito às silhuetas, o destaque vai para o look tapered, para homem – modelos mais justos a partir da anca e com perna slim – e para o regresso das calças à “boca de sino”, para senhora. Não se trata de um mero revival, mas sim da reinvenção de um clássico, tornando-o mais sexy. Parte integrante da coleção Curve ID, as Levi’s Bootcut Skinny, foram desenhadas de forma a alongar as pernas. Muito justas em cima, começam a alargar apenas na zona do tornozelo, numa ligeira “bocade-sino”. São as companheiras ideais
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para saltos altos e plataformas. Ainda dentro da Levi’s ID, é de realçar os jeans com detalhes Swarovski, pensados para looks de noite ou situações mais formais. A estética “modern vintage” também encontra reflexo na Levi’s Red Tab Men, recuperando os Levi’s STA-PREST. Originalmente lançado nos anos 60, este modelo non-denim foi adoptado pela geração mod. Em 2012, está disponível no modelo retro 508 com pinça. É de destacar ainda as camisas, blazers e coletes em tweed, para homem. Peças inusitadas dentro da estética Levi’s, mas que tornam as propostas Outono/Inverno da marca mais abrangentes. Dentro da mesma lógica, surge também uma linha de vestidos em tecidos denim e não denim. Com vários estilos e silhuetas, estes vestidos assumem-se como peças transversais a todas as exigências do dia-a-dia. Terminamos esta viagem ao mundo Levi’s com a “Commuter”, a linha pensada para os ciclistas urbanos. Dentro das novidades, realçamos o tratamento “NanoSphere”, que torna o denim resistente à água e anti-machas.
REFINED
ART
FOTOGRAFIA: JOテグ BACELAR STYLING: SUSANA JACOBETTY
Camisa e calテァas LEVIS, sapatos Goldmud / Artista: Richard Deacon, Obra: Breed 2, 1989, Museu Coleテァテ」o Berardo
camisa LEVIS
Tshirt, casaco e calças LEVIS / Artista:Peter Phillips. Título: AutoKUSTOMotive, 1964, Museu Coleção Berardo
Camisa e calças LEVIS, botas Goldmud /Artista: Frank Stella. Título: Hagamatana II, 1967, Museu Coleção Berardo
Vestido LEVIS / Artista: Larry Bell. Título: Vertical Gradient on the Long Length, 1995, Museu Coleção Berardo
Camisa e calças LEVIS, sapatos Fly London / Artista: Larry Bell. Título: Vertical Gradient on the Long Length, 1995, Museu Coleção Berardo
FOTOGRAFIA JOÃO BACELAR STYLING SUSANA JACOBETTY CABELOS E MAQUILHAGEM ALEX ME MODELOS ISA (BEST MODELS) LUÍS BATALHA (KARACTER AGRADECIMENTOS NAMALIMA COELHO, MUSEU COLEÇÃO BERARDO
Vestido LEVIS, sapatos Goldmud / Artista: Rigo. Título:Sapukay - Cry For Help, 2005-2008, Museu Coleção Berardo
Camisa e calças LEVIS, sapatos Dkode / Artista: Rigo. Título:Sapukay - Cry For Help, 2005-2008, Museu Coleção Berardo
FOTOGRAFIA: PHOTO: JOテグ JOテグ BACELAR BACELAR STYLING: SUSANA JACOBETTY
WINTER BEAUTY
WORK HARD PARTY HARD
Desde cima, da esquerda para a direita: Ray-Ban, VonZipper, Miu Miu, Fly London, Fly London, Dolce & Gabbanna, VonZipper, RVS na André Ópticas, Persol.
REALIZAÇÃO: MARTA GONZALEZ FOTOGRAFIA: VALERIA GALIZZI SANTACROCE
Ténis Le Coq Sportif, ténis Pepe Jeans, garrafa Bobble, mala Gola, headphones Wesc, câmara fotográfica Lomo, mala Billabong, ténis Adidas, ténis Puma, óculos Jeremy Scott, perfume Diesel, pulseira Diesel
Desde cima, da esquerda para a direita: Lacoste, Nixon, Nixon, Casio, Adidas, Adidas, Nixon, G-Shock.
Desde cima, da esquerda para a direita: Saltos Irregular Choice, botins Cheap Monday, mala Diesel, mala Fly London, botins Pepe Jeans, perfume Givenchy, Luvas Pepe Jeans, Botins Fly London, perfume Kenzo
Desde cima, da esquerda para a direita: ténis Fred Perry, ténis Merrell, máquina fotográfica Lomo, ténis Converse, headphones Nixon, pasta para tablet Fred Perry, chapéu New Era, perfume Jean Paul Gaultier, Cinto Pepe Jeans, cds na Louie Louie
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m Outubro de 2002 a DIF, na sua primeira edição, mostrava os Nigga Poison na capa numa altura em que o hip-hop português conhecia um período de fértil e interessante crescimento. Em 2011, a dupla Karlon e Praga, dois jovens descendentes de caboverdianos, lançaram o seu primeiro EP (Podia Ser Mi) que havia de se revelar como uma peça fundamental para perceber o caminho que os Nigga Poison iriam prosseguir ao longo de todos estes anos. Karlon reconhece o papel desempenhado na altura por Joaquim Pinto, Nuno Leonel, o Chapitô e Têtê (Teresa Ricou), que “abraçaram” um projecto que “ainda era um bebé” e Praga guarda boas desse pós-Verão de 2002: “lembro-me que duas semanas antes de darmos a entrevista para a DIF tínhamos feito um grande concerto nos Açores (Ilha de São Miguel), e mal aterrámos em Lisboa demos a entrevista para a DIF e as críticas foram muito positivas”, conta. “Apercebi-me logo que afinal Nigga Poison podia ser mais do que um pequeno grupo de rap do bairro”, admite. O que mudou desde Outubro de 2002? Pouco ou nada: “os Nigga Poison da época são os mesmos Nigga Poison de agora, falando da parte musical porque como ser humanos crescemos e muito. Mas, no que toca à música, as nossas mensagens continuam a ser interventivas, educativas, consciência e party”, remata. O caminho não foi longo, diz Karlon, porque “quem corre por gosto não cansa, sinto que tudo está a começar agora sempre de olhos no presente, mas sim, adquiri experiência e uma enorme satisfação pessoal”, confessa. Ao longo dos anos, a biografia dos Nigga Poison foi-se escrevendo ao mesmo tempo que a biografia do rap e do hip-hop em Portugal e por isso a pergunta tornava-se inevitável. O que mudou no hip-hop português este tempo todo e o que é devia ter mudado? “Muita coisa”, responde Praga. “Eu faço parte daquela tribo que gravava mixtapes em formato K7. Os estúdios de gravações eram
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Poison Nigga TEXTO ANDRÉ GOMES
escassos. Éramos poucos MCs, mas bons. Mesmo tendo pouca qualidade. E havia muita mensagem. Hoje em dia há muita qualidade, pouca mensagem, muitos MCs bons sem dúvida, e que investem a sério neles próprios, mas também há muita larva por aí que jamais se vai transformar em borboleta. O hip-hop português está com muita poluição sonora e pouca musicalidade”, admite. Karlon acha que “os novos artistas já não se dão ao trabalho de investir na psicologia” e que falta “uma mente mais positiva no rap”, mais vozes que se dediquem “à mensagem da ajuda”. Na equação do hip-hop, mais do que o DJing, o b-boying, Karlon acha que foi o graffiti que teve maior evolução em Portugal: “hoje temos excelentes writers (pintores) nacionais”, admite. Apesar de tudo, Karlon acredita que o hip-hop continua a desempenhar um “papel fundamental” nestes tempos conturbados: “é uma terapia física e psicológica, é onde os jovens se sentem bem, mesmo tendo muitos problemas à volta ou de integração, a comunidade de hip-hop recebe de braços abertos os que se esforçam por marcar a diferença nas suas acções”. “E é um estilo de vida”, remata. “Eu desde criança sempre vivi na crise”, diz-nos Praga, “e faço parte do movimento hip-hop desde os 9 anos. Hoje em dia já sou um homem chefe de família e o papel continua a ser branco e a tinta azul”, ironiza. Karlon acredita que existem “novos talentos” e uma “geração de rap crioulo tuga com muita força” com uma “mentalidade bem definida das suas realidades”. Feitas as contas, para os Nigga Poison não há dúvida
possível: Portugal aproximou-se mais da música africana nos últimos anos. “A RDP África e a RTP África contribuíram bastante para essa aproximação de Portugal para com a música africana”, admite Praga. “Já oiço portugueses a gostar de kizomba, hip-hop, ragga, funana, reggae e afro beat”, conta-nos Karlon. A diversidade estilística é, precisamente, um dos pontos fortes de Nigga Poison. Gerir todas essas variáveis num mesmo disco ou mesmo numa mesma carreira pode ser complicado mas os Nigga Poison não temem perder o foco: “não temos medo de experimentar outros estilos musicais. Que venham eles. Eu sinceramente acho que nascemos para a música, só que vivemos num país onde produtos foras de prazo têm mais saída do que produtos em dia. A nossa versatilidade musical e o nosso processo criativo mantêmse sempre em foco”, diz-nos Praga. Planos para o futuro depois de Simplicidadi, editado em 2011? “Neste momento estou a gravar, sem pressas e calmamente, o meu primeiro álbum a solo de rap, reggae e dancehall que sairá para o ano”, conta-nos Praga. “O Karlon também já tem o seu primeiro álbum a solo de rap puro, ready e pronto a rebentar aí. Mas no princípio de 2014 eu e o K-Tronik vamos juntar-nos no buraco e por as mãos no químico para fazer a nossa magia e depois espalhar o doce veneno lá para o final de ano de 2014”, revela. Até lá muita tinta vai rolar mas arriscamos já a pergunta: voltamos a fazer novo ponto da situação daqui a dez anos?
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10 anos sem Joe Strummer TEXTO TIAGO SANTOS
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ILUSTRAÇÃO JOÃO BRANDÃO
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e todas as minhas recordações rock’n’roll da juventude, por entre aquelas paixões que nos faziam vestir como os artistas e escolher os grupos na escola em função da música que ouvíamos, já muito poucas serão ainda capazes de me fazer sobressaltar o coração. Ainda assim, este Verão em road trip pela costa, resolvi recuperar algumas cassetes do tempo do liceu para me acompanharem nas lentas viagens no meu velho Clio. Um pouco às cegas, lá juntei duas mãos cheias de fitas e zarpámos rumo ao Sul. Em toda a viagem, por todas as suas paragens e aventuras, uma só cassete ganhou a titularidade indiscutível e gritou comigo estrada fora debaixo do calor das estradas de Agosto. Os The Clash, continuam a ser e serão uma das melhores bandas do mundo. Claro que isso já todos sabem, mas nestes 10 anos sobre a morte de Joe Strummer é fundamental relembrar a urgência da sua mensagem, a importância da sua música, a fúria na sua voz. Joe, nasceu John Graham Mellor em 1952 para arranhar as cordas de uma Fender Telecaster e gritar palavras de ordem anti-imperialistas. Daí a alcunha com que se autobaptizou a partir de 75, Joe Strummer. Como ele o afirmou, foi a paixão pelos Beach Boys que o levou para a música, mas a paixão por Woody Guthrie ainda lhe garantiu durante algum tempo a alcunha Woody. Mas vamos regressar ao passado e recordar os primeiros passos da juventude rebelde deste verdadeiro herói do rock’n’roll e da sua batalha maior, os Clash. Agora estamos em 76 com Strummer e os 101ers, a sua primeira banda londrina, a prepararemse para mais uma actuação de Rhythm’n’Blues, Blues e Rock’n’Roll. Mas a abrir, temos ainda uma banda que está agora mesmo a começar e que simplesmente vai varrer o planeta como um furacão alucinado. Os Sex Pistols, causaram uma impressão tal no jovem Strummer
que nessa mesma noite aceitou o convite dos London SS para abandonar os pubs e ser a sua voz principal. À banda de Mick Jones e Paul Simonon, juntava-se agora a voz rebelde do jovem nascido em Ankara, na Turquia. Em Julho nasciam os The Clash e em Janeiro de 77 assinavam para a CBS. O ano de 77 mudou para sempre a face da música. Tal como na década anterior 68 havia sido o ano de todos os perigos e transformações, com a música a assumir as revoluções que se espalhavam pelas ruas, agora parecia que de novo um sopro varria as cabeças de jovens sedentos de liberdade e cansados das podres instituições das democracias ocidentais. Na Jamaica, os Culture gravavam “When Two Sevens Clash” como um sinal de protesto e aviso em jeito de Juízo Final. Nos Estados Unidos, Elvis era encontrado morto na sua mansão de Graceland enquanto os Kiss eram nomeados a banda mais popular do ano. Era claro que com tanta maquilhagem e luxo decadente, uma nova geração de putos tinha de gritar a plenos pulmões que não havia Futuro! Nem para eles, mas muito menos para o rock. A partir desse momento o rock deixou de ser mero entretenimento e passou a ser uma missão, uma maneira de estar na vida e um motivo por que valia a pena viver e talvez morrer. E os Clash, com o seu profundo enraizamento na cultura punk, sempre injectaram o seu rock’n’roll com as cores vermelhas da rebelião, criando um poderoso cocktail pronto a rebentar mesmo na cara da burguesia. Mas acima de tudo, o que os distinguia do resto da mixórdia punk era a estrela e ambição do seu vocalista, um jovem incapaz de pensar pequeno se bem que eram os heróis da classe operária que o inspiravam. Strummer sempre cantou a vida do Joe-darua, o homem comum. A classe trabalhadora, os emigrantes e todas as vítimas do império, tomavam parte
das suas canções, transformadas agora em hinos de uma geração. E assim os Clash, voltavam a pintar o rock com cores de outras latitudes, tornaram o punk um movimento global, aberto a todos os “suferahs” e, claro, ao reggae. Estava criada a condição para que os públicos reggae e punk se unissem, numa frente comum de luta anti-racista e antiimperialista sob um mesmo groove, exactamente o do “strumming” da guitarra de Joe Strummer. Conscientes e insatisfeitos por natureza, os Clash na voz e nas letras de Strummer abriram o punk ao mundo, mostraram como a opressão alastrava pelo globo enquanto iam explorando outras sonoridades, alimentadas a electricidade como sempre, mas com vontade de crescer para lá dos 3 acordes de guitarra. Sintetizadores e fusões com o dub e o funk, fizeram do triplo “Sandinista” o disco mais arrojado do punk desde os seus primeiros dias, mesmo que isso possa fazer com que muitos fãs, agora mesmo, rasguem de imediato este artigo. Mas a grandeza dos Clash está exactamente na sua capacidade de serem maiores que eles próprios. Eles ultrapassaram-se, fizeram de tudo bem e mal feito, foram a maior banda do rock, viveram em squats mas também em casas na Andaluzia, mas nunca traíram a sua mensagem de contestação, de consciência activa, de amor à luta e à vida. O fim dos Clash em 1985, talvez pudesse nunca ter acontecido. Joe Strummer era afinal um homem como todos os outros. Os seus Mescaleros, anos mais tarde, apenas alimentaram com a sua excelente música a esperança num regresso ao campo de batalha, que nunca chegou. Há 10 anos, Joe Strummer partiu. E agora, em tempos conturbados como estes, resta-nos apenas saber o que fazer com a herança que ele nos deixou escrita em tantas canções. A sua enorme crença nas pessoas e na sua luta.
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Cais Sodré Funk Connection
O Funk sai à rua TEXTO PEDRO PRIMO FIGUEIREDO FOTOS MANUEL PORTUGAL
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s Cais Sodré Funk Connection são daqueles nomes que toda a gente em Lisboa conhece. Andam há anos a animar a noite da capital, integram músicos com muitos anos e bagagem cultural em cima, e chegam agora finalmente ao primeiro disco em longa-duração. “You are Somebody” é festa anti-austeridade e pró-abanar de anca. Tiago Santos, responsável pelas guitarras e um dos mentores maiores do grupo, respondeu a algumas questões da DIF. Que tal está a aventura de sair do Cais do Sodré para o mediatismo que um lançamento em álbum implica? Sair no Cais do Sodré é muito bom. Ficamos sempre muito contentes quando lá tocamos porque para nós é como sair à noite no bairro que mais amamos, ver as mulheres mais bonitas a dançar o funk, com um subsídio de representação e ajudas de custo no bolso. Agora, sair do Cais do Sodré mete-nos algum medo porque não gostamos de perder pitada do que lá se passa. Mais a sério: consegues resumir o vosso percurso desde os primeiros ensaios até chegar a “You Are Somebody”? O percurso tem sido da sala de ensaios para o Musicbox e viceversa. A banda cresceu como o défice. Ao início era para ser quatro elementos com um cantor rotativo. Agora somos nove com dois cantores fixos. Nós sim, vivemos acima das nossas possibilidades, mas é tudo para o bem do funk. Mas acima de tudo somos muito suor, soul e risos. De cada concerto retiramos a energia para o próximo e ver a adesão crescente do público é a nossa grande droga. Isso e o vinil.
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Parece-me que este é um disco mais para o Verão e que acaba por sair já em cima do Outono, em contraciclo. Concordas com esta análise? É a tua opinião, mas não concordo. A soul e o funk não se servem do Verão para se exporem e dar a conhecer. Antes pelo contrário, podem incendiar qualquer noite de chuva e frio e fazer-te suar como se tivesses parado na ponte numa tarde de Agosto. Agora, pode-te saber melhor ouvir os Cais Sodré Funk Connection nessa altura no rádio em Agosto em vez da música da Fanny, mas isso é uma questão de gosto. Vocês são mais que as mães. Isto em termos de cachet não deve dar grande coisa a cada um por concerto. Estamos a falar de genuíno amor à música ou a ‘troika’ e as novas medidas de austeridade são um bom pretexto para a partir de agora pedirem mais por espectáculo? Se temos um grupo grande, é porque a dada altura compreendemos que para fazer esta música não podíamos estar a olhar a custos. Há coisas que ou se fazem bem ou não se fazem. Toda a tradição tem as suas regras. O funk e a soul precisam do peso de uma quase-orquestra para embalar a máquina do groove, e nós precisamos uns dos outros sem os quais a química da banda não existe. Somos uma família feliz por tocarmos juntos e fazermos esta música que vem da alma mas é para o corpo. E se as pessoas nos quiserem vamos tocar sempre, que é o que mais amamos, mas nunca vamos usar truques e recorrer a artimanhas digitais e outras para enriquecer. Se continuarem a ir ao bolso dos músicos e a tratarem-nos como se fôssemos ricos para proteger os bancos e os poderosos… não vamos ao bolso a ninguém, mas vamos lutar com o resto dos portugueses. Esta é uma música genuína, crua e simples, mas muito poderosa porque vem das raízes da música popular e dos blues e está muito ligada ao povo. É como a comida caseira, mas para a alma.
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O Q UE ANDÁMO S A O UVIR
THE LEGENDARY TIGER MAN Naked Blues (Subotnick Enterprises, 2002)
DEAD COMBO Volume 1 (Transformadores, 2004)
Bodyspace O observatório musical TEXTO CÉLIA F.
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á dez anos, enquanto mudávamos o conteúdo do porta-moedas, esvaziando-o de maduros escudos e enchendo-o de reluzentes euros, nascia a DIF. Ao mesmo tempo, no outro lado do Atlântico, era eleito Lula da Silva como presidente do Brasil. Jonas Savimbi morreu e abriuse o caminho para o fim da guerra em Angola. Em Portugal rebentava o “escândalo Casa Pia” que começou não por iniciativa da justiça, mas pela mão de uma cidadã jornalista. A distância entre os sistemas e meios e as pessoas encurtara-se e isso contaminou todas as áreas da sociedade, acompanhando a tendência verificada no resto do mundo. 2002 foi um ano de transformações e viragens que determinaram muitas das cores com que se pinta o presente aqui e no mundo. Por terras da Lusitânia, assistiu-se ao florescimento em massa de muitas e variadas novas formas de comunicar, expressar ideias e artes e de dar morada à explosão criativa que por aqui se vivia. Das
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pessoas para as pessoas. No lume brando dessa louvável cozedura, um grupo de pessoas apurou, ao ponto da concretização, a ideia de criar um site para discutir música – o Bodyspace. Um sítio onde podem ser descobertas novas músicas todos os dias. Um observatório que transmite as suas descobertas. Novos discos e concertos, em modo antes, na agenda, e depois, nas críticas. Uma ferramenta multifuncional feita de texto, áudio e vídeo. Um sítio sobre a música que se faz, feito por pessoas que a consomem e não só. O nome é produto de uma teoria do design que dita que os objectos se devem adaptar às pessoas e o espírito que a anima é o da missão de falar e discutir música independente. Actualmente, o BodySpace galgou as margens do seu caudal original e saiu do ecrã para chegar aonde tudo o que lá está acontece em 3D. Mais do que um sítio de crítica e divulgação musical, o Bodyspace agita hoje o tecido cultural com ciclos como o Bodyspace au Lait, os concertos em Serralves e Guimarães, no âmbito da Capital
Europeia da Cultura, ou o D´Bandada Optimus. Videotecas, compilações, programação de ciclos de cinema relacionado com música, exposições de fotografia e outras artes na sua relação com a música. O modesto grupo de pessoas inicial é hoje multidisciplinar e não é passível de ser adjectivado de pequeno. A equipa tem hoje cerca de 50 elementos. Além da escrita, há realizadores, operadores de som, ilustradores, designers, manobradores do site, fotógrafos. Para comemorar os dez anos de existência o Bodyspace vai lançar uma compilação, cuja antevisão é partilhada em: http://bodyspace. net/noticia.php?id=002671. As congratulações são mútuas e, por isso, alguns colaboradores do BodySpace escolheram para a DIF alguns dos discos que, na década passada, andámos a ouvir.
Paulo Cecílio Sendo verdade que ao longo da última década se tem assistido ao nascer de inúmeros projectos capazes de pegar numa ideia de música tradicional portuguesa e transpô-la para o século XXI, poucos o terão feito de forma tão proveitosa como os Dead Combo. “Volume 1” não será o melhor álbum feito em Portugal neste período, mas é sem dúvida o mais português. Consegue, em meia hora, sintetizar a mais forte das nossas emoções – a saudade; percorre, qual explorador renascentista, o Velho Oeste Americano e a África gingona; perde-se no urbanismo lisboeta do novo milénio; e tudo isto partindo de uma raiz assumidamente lusitana, expressa na guitarra e nos dedos de Tó Trips. A excelência de clássicos instantâneos como “Eléctrica Cadente” e “Um Homem Atravessa Lisboa Na Sua Querida Bicicleta” só confirmam o seu estatuto: Volume 1 é o momento mais importante da guitarra portuguesa desde que Carlos Paredes entrou nos estúdios da Alvorada pela primeira vez.
BERNARDO SASSETTI Ascent (Clean Feed, 2005) Nuno Catarino Bernardo Sassetti não era um músico de jazz. Dominava essas ferramentas, claro, mas a sua música ia além das regras desse mundo. A vocação cinemática da sua música era evidente e Sassetti extrapolava frequentemente as fronteiras do jazz tradicional. Tendo registado já dois discos importantíssimos da sua carreira (“Nocturno” e “Indigo”), foi preciso chegar a este “Ascent” em 2005 para encontrarmos o mais depurado Sassetti. Combinando a sua raiz jazz com uma delicada vertente de câmara, o pianista trabalhou melodias originais com extrema sensibilidade e elegância. Para este disco o pianista reuniu o seu trio habitual - os grandes Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) - e convidou ainda dois músicos extra, Jean-François Lezé (vibrafone) e Adja Zupancic (violoncelo). O resultado foi um fabuloso monumento de lirismo, que atravessou universos e se afirmou como marco definitivo da obra de Sassetti, da história do jazz português e um dos momentos maiores da música portuguesa da década que passou.
FRANGO Whole Hit Bloomer (Searching Records, 2005) Bruno Silva Verdadeira aparição no epicentro de um “algo” tão indefinível quanto excitante, a que se convencionou chamar de música periférica portuguesa, “Whole Hit Bloomer” é um disco libertário no sentido mais literal do termo. Ainda hoje desamparado de quase toda a música em seu redor, trata-se de uma peça continuamente intrigante, tão indefinível quanto fascinante nessa mesma órbita. Evocativas daquela aura de ressaca - do rock? - sem o desconforto implícito desse mesmo estado, as duas faixas deste CD-R abrem espaço por entre a dormência para se deixarem vaguear pelo vazio, naquilo que tem de mais gratificante. Por entre a barragem de guitarras, vozes, baixo e percussão, a música dos barreirenses nunca se deixa abater em territórios estanques, numa exploração contínua em torno do desconhecido. Normalmente, casos destes são apelidados de únicos. Mas mais do que isso, “Whole Hit Bloomer” é um objecto singular de redescoberta constante.
DAVID MARANHA Marches of the New World (Grain of Sound, 2007) Pedro Rios Exercício complicado, complicadíssimo, escolher um álbum em dez anos cheios de música incrível feita em Portugal, dos Frango a Sam The Kid, dos Gala Drop aos Buraka Som Sistema, dos Loosers a Norberto Lobo ou aos Dead Combo. Mas talvez poucos discos tenham feito tanta mossa neste escriba como este de David Maranha. Figura histórica da música desafiante portuguesa (é membro dos Osso Exótico), “Marches of the New World” é o álbum em que Maranha explora com resultados mais belos uma ideia de som total, de imersão, de transe, com antecedentes históricos como a colaboração entre Tony Conrad e os Faust ou os Velvet de “Venus in Furs”. Ouvimos uma torrente de órgão Hammond em reboliço extático, violino e violoncelo aos círculos, percussão paciente, cerimonial. Música contínua, monolítica, que caminha, lentamente mas em força, rumo a um esvaziamento do ouvinte – nela somos totais, completos, vazios (não há contradição). O encarte do disco pede-nos: “To be played loud”. Façamo-lo.
Gustavo Sampaio A apresentação do disco inaugural da one man band de Paulo Furtado realizou-se na mítica discoteca “Broadway”, instalada num armazém da Pedrulha, decrépita zona industrial de uma cidade – Coimbra – cuja principal indústria consiste em formar médicos e juristas. É na Pedrulha que jazem as ruínas da Triunfo, das Cerâmicas Estaco ou da Fábrica de Cerveja de Coimbra. Um cemitério pós-industrial nas proximidades da “Broadway”, a típica danceteria de berma da EN1, local de pousio para camionistas, proxenetas, dançarinas profissionais e motoqueiros Famel Zundapp. O cenário ideal para o lançamento do novo projecto de um dos expoentes da cena rockabilly – É Mas Foice, Tédio Boys, Wraygunn, D3ö, Bunnyranch, etc. – de Coimbra, o Lado B da “cidade dos estudantes”. Foi um concerto quase privado, mas desde logo se pressentiu o nascimento de algo maior. Sozinho em palco, artilhado com bateria, guitarra, kazoo, bombo e pratos de choque, o Homem-tigre arrancou do corpo um blues rock tão rudimentar quanto lascivo e cinematográfico. Seguiram-se diversos LPs e The Legendary Tiger Man expandiu-se até ao reconhecimento internacional. Contudo, “Naked Blues” persiste como o seu melhor disco.
GALA DROP Gala Drop (Gala Drop Records, 2008) Rafael Santos É assim que se abrem as portas da percepção para alguns: num exercício surrealista onde o mundo todo cabe na palma da mão e simultaneamente se fita, bem para além da última estrela, toda a esperança de um dia Deus salvar a humanidade do seu permanente estado pueril, guerreiro, conflituoso. Exagero meu? Talvez, mas que o disco de estreia de Gala Drop é um exercício livre entre electrónica cósmica, África primordial, krautrock esventrado, pop cavernosa e dub refulgente capaz de induzir um puro estado – e quando digo puro, é mesmo puro, sem recurso a estimulantes psicotrópicos – de transe que proporcionam a cada melómano singulares percepções apenas condicionadas - e com a devida deferência – à esmerada imaginação. Se alguém vos tentar convencer que Tiago Miranda, Nelson Gomes e Afonso Simões flutuam exageradamente pela terra de ninguém, ignorem; se há motivos de orgulho nesta obra especuladora, parida em 2008, é precisamente ela estar nos antípodas de tudo o que se fez em Portugal nos últimos anos, o que, para qualquer melómano atento à música feita neste desgovernado país, é um feito muito, muito raro.
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Do Zero ao
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TEXTO LÍGIA GONÇALVES
São 10, dez os anos que tanto DIF e “Showpress” celebram este ano. Para ambas uma década passada não só a fazer moda, mas principalmente a mudá-la. Uma década de desafios, mudanças, adaptações, mas sobretudo de conquistas.
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m 2002 o euro entrava em vigor, Tom Ford reinava na Gucci e na YSL, as mini-saias voltavam em força aos roupeiros femininos, a it bag “Louis Vuitton Murakami” aparecia pela primeira vez nas passerelles, nascia a DIF e Luís Pereira, uma das vozes mais respeitadas da moda nacional, fundava a “Showpress”. A agência de comunicação inaugura, no mesmo sítio onde ainda hoje a podemos encontrar: na Avenida da Liberdade. Mas, na altura, a paredes meias com a “Best Models” e com outro nome, “Showroom”. “Trabalhava como stylist, era freelancer e comecei a aperceber-me que havia uma falha no mercado. Afinal sempre que precisávamos de roupa tínhamos de ir a lojas,” explica Luís. Apostado em mudar esse cenário, convidou Mariama Barbosa para trabalhar com ele e contactou os representantes nacionais de marcas de topo como D&G, Versace Jeans e Just Cavalli. Por enquanto apenas como showroom, a “Showpress” dava início à sua actividade. Na mesma altura, a DIF tornava-se na primeira revista de moda de
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distribuição gratuita em Portugal. Entretanto a indústria começava a mudar, o press substituía o room no nome, os objectivos alargavam-se à comunicação de marca, ao branding e às relações públicas. A equipa cresceu: Sandra Pereira juntou-se a Luís Pereira e Mariama Barbosa; a seguir vieram Marta Duarte, Tiago Veiga, Ana Fialho e Paulo Subtil. Hoje a “Showpress” representa uma panóplia de designers portugueses, de marcas globais e espaços conceituados. Encarrega-se ainda da organização de eventos, alguns deles bastante conceituados, como o “Vogue Fashion’s Night Out 2011” e 2012, o “Fashion Awards 2011”, ou a reabertura das lojas Hugo Boss e Emporio Armani em Lisboa e Wrong Weather no Porto. Por seu lado, dirigida a um público urbano e alternativo, a DIF lançava os seus primeiros números, estabelecendo-se não só na vida de cada um de nós, mas também na de cada um dos membros da equipa da “Showpress”, numa relação tanto profissional como pessoal. Luís Pereira, Paulo Subtil e Mariama Barbosa conhecem-na
desde o início, sendo que a última confessa orgulhosamente já ter sido “fotografada para a DIF várias vezes”. Tiago Veiga encontrou-a “num bar do Bairro Alto”, Marta Duarte “pela rua”, Ana Fialho, “na faculdade” e Sandra Pereira “na antiga loja ‘Big Punch’”. O dia, a hora ou o momento exacto em que pela primeira vez se cruzaram com a revista são-lhes, no entanto, difíceis de precisar, provavelmente porque, 10 anos volvidos, a DIF se assemelha já a uma companheira de longa data. Do boom do online à crise financeira, sem esquecer a crise do papel, muita coisa mudou nesta década. Mas não a premissa de qualidade constante que permitiu à “Showpress” estabelecer-se como referência no mercado, conquistando legitimamente a confiança tanto de imprensa como de clientes. “Nunca fizemos publicidade, nem atacámos o mercado com preços baixos, mas quando aceito um trabalho é para o fazer bem, do princípio ao fim. Sou exigente porque quero que o resultado final seja sempre positivo,” afirma peremptoriamente Luís. Exigente, mas não intransigente, porque afinal a “Showpress” é também “uma família”. Hoje cantam-se os parabéns e apagam-se dez velas a duas referências na Moda nacional. No futuro, e em bom português: mais virão.
Fotografia: Nian Canard assistida por Leandro Pinto Styling: Sara Soares @ C’est fantastique! styling Cabelos: Helena Vaz Pereira Make-up: Sónia Pessoa Agradecimentos: Kare Lisboa info@kare-lisboa.com
( da esquerda para a direita ) Mariama - Jumpsuit Diesel , Clutch Pelcor, Colares Mango, Pulseira Mango. Marta - Blusa Lacoste, Calções Diesel, Cinto Lacoste, Botins Fly London Paulo - Pólo Lacoste L!ve by Micah Lidberg, Casaco Miguel Vieira, Calças Lacoste L!ve, Botas Gant, Lenços Decenio Luís - Blazer Diesel Black gold, Camisa Lacoste, Calças Henry Cotton’s, Sapatos No Brand e Relógio Diesel Sandra - Vestido Diesel, Estola em pêlo H&M, Anel H&M, Botas Fly London Tiago - Blazer Gant, Camisa Gant, Calças Gant, Meias Gant, Papillon Miguel Vieira, Sapatos Zara Ana - Camisola Decenio, Cinto Pelcor, Botas Fly London, Pulseira Mango
Sandra - Vestido Diesel, Estola em pêlo H&M, Anel H&M, Botas Fly London
Luís - Blazer Diesel Black gold, Camisa Lacoste, Calças Henry Cotton’s, Sapatos No Brand e Relógio Diesel
Mariama - Jumpsuit Diesel , Clutch Pelcor, Colares Mango, Pulseira Mango
Marta - Blusa Lacoste, Blazer Gant by Michael Bastian, Calçþes Diesel, Cinto Lacoste, Botins Fly London
Tiago - Blazer Gant, Camisa Gant, Calรงas Gant, Meias Gant, Papillon Miguel Vieira, Sapatos Zara Ana - Camisola Decenio, Cinto Pelcor, Botas Fly London, Pulseira Mango
Paulo - Pรณlo Lacoste L!ve by Micah Lidberg, Casaco Miguel Vieira, Calรงas Lacoste L!ve, Botas Gant, Lenรงos Decenio
REALIZAÇÃO MARTA GONZALEZ FOTOGRAFIA VALERIA GALIZZI SANTACROCE
ARQ UITECTURA
João Segurado, João Figueiredo, Manel Espada, José Pereira, Mauro Jerónimo, Filipe Freitas e Luís Sezões responderam ao desafio lançado pela Architecture for Humanity, e propuseram dar vida à Trafaria através da criação de um “Observatório do Oceano”. A ideia valeulhes um prémio e a participação na Bienal de Veneza. TEXTO ANA RITA SEVILHA
Na Trafaria, junto ao rio...
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ar nova vida e novo uso a espaços militares desactivados, abandonados e caídos em desuso, em prol de um novo carácter cívico, social, económico e ambiental, foi o tema que este ano a Architecture for Humanity lançou no seu “Open Architecture Challenge”. A organização que norteia a sua actuação na construção de um futuro mais sustentável alicerçado no poder do design, e que através de uma rede global de profissionais que actuam nas áreas da arquitectura, design e construção, ajuda as populações
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mais necessitadas, chama a atenção internacional a cada dois anos através de um concurso que foca questões problemáticas de ambientes construídos que afectam a prosperidade, saúde e bem-estar das comunidades em geral. Este ano, o “Open Architecture Challenge: [UN] RESTRICTED ACCESS” contou com um júri composto por 33 profissionais que elegeram a proposta portuguesa como vencedora. Conheça o que João Segurado , João Figueiredo, Manel Espada, José Pereira, Mauro Jerónimo, Filipe Freitas e Luís Sezões propuseram para a 5ª bateria da Trafaria, situada no estuário do Tejo.
OCO A participação da equipa portuguesa no “[UN] RESTRICTED ACCESS” aconteceu de uma forma espontânea. O facto de não se sentirem totalmente preenchidos com o trabalho desenvolvido nos respectivos ateliers criou-lhes a vontade de participar no concurso que a seu ver tinha um tema aliciante e provocador. Já o lugar de intervenção, a Trafaria, “foi uma consequência do facto de todos acharem inacreditável estar da forma que está tendo o potencial que tem”, explicou a equipa à DIF. País de navegantes e descobridores, Portugal na óptica deste grupo de arquitectos continua muito ligado ao mar, sendo este um elemento que nos define como povo e país, que nos dá identidade e que faz parte da história de todos e de cada um. Aliando isto ao actual estado da Trafaria, que de acordo com os mesmos tem ficado “na sombra dos sucessivos favorecimentos à capital”, e à vontade de colocar a costa Sul de Lisboa no centro da discussão, a equipa portuguesa decidiu transformar a 5ª bateria da Trafaria num espaço para supervisionar o desenvolvimento sustentável da preservação da costa, e assim nasceu o “OCO - Ocean & Coastline Observatory”, um lugar onde diferentes comunidades da população podem conhecer e partilhar as suas preocupações, planos e ambições para o litoral. Para os sete arquitectos o grande desafio foi transmitir as
potencialidades únicas que aquele lugar tinha enquanto localização e enquanto ponto estratégico, uma vez que a sua anterior função, que era a de observar, teria com a proposta um carácter de preservação e sustentabilidade, respondendo assim ao repto da Architecture for Humanity. A proposta para o OCO valeulhes o primeiro lugar no concurso e a presença na Bienal de Veneza integrados na “13 International Architecture Exhibition – Traces of Centuries & Future Steps”, que está patente até 25 de Novembro de 2012. Com isto esperam alcançar algum reconhecimento e projecção. João Segurado, João Figueiredo, Manel Espada, José Pereira, Mauro Jerónimo, Filipe Freitas e Luís Sezões trabalham há cerca de 8 anos naquilo que gostam e acreditam. Contudo, a situação política e económica do país recorda-lhes por vezes que é cada vez mais complicada a caminhada em direcção ao crescimento profissional. Este prémio, sublinham, traz-lhes uma carga de confiança extra para continuar.
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AR TE
Fátima In Love
O Sagrado da Inocência TEXTO ELSA GARCIA
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assaram da rudeza do gesso à brancura imaculada da porcelana para conceber a instalação “Fátima in Love” que reúne 30 peças cerâmicas de autor das irmãs Lígia e Raquel Carteiro. Lígia tem formação em design e Raquel é artista plástica. Decidiram fazer uma simbiose e dar um passo que transformou ex-votos em arte através da concepção de dez órgãos humanos todos eles ligados entre fios eléctricos, materializando um candeeiro de partes corporais. Uma instalação apresentada pela primeira vez no evento da Vogue Fashion Night Out na Pop Up Store by Arte Assinada. Como é que tudo começou? Um dia fomos a Fátima, e andávamos a passear quando nos deparámos com os icónicos ex-votos. Aproveitando a estranheza daquelas peças feitas em cera e o facto de serem órgãos, começámos desde logo a pensar em reproduzi-los numa versão em cerâmica. Quase macabro… Sim, as peças são toscas, feias e tornam-se quase mórbidas, mas ao mesmo tempo não estão ligadas à morte e sim ao culto de Fátima. Interessou-nos a questão de haver uma doença que corresponde a um órgão e a pessoa queima essa peça no sentido de devolver a vida a esse órgão.
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Quanto tempo demoraram até executar cada peça? As peças expostas foram esculpidas por nós, não são uma cópia das que se vendem em Fátima e passaram por várias fases. Primeiro esculpimos a peça, depois executámos o molde em gesso, preparámos a cerâmica líquida, ou seja a porcelana. Depois vieram as fases da secagem e acabamentos e o processo da instalação eléctrica. Digamos que desde o início até à execução demorámos um mês e meio, mas de forma intensa. A instalação é composta por todos os ex-votos que existem? Não, seria impossível porque existem milhares de órgãos e tivemos que escolher. Agarrámos nas peças que achámos plasticamente mais interessantes e escolhemos 10. Demos vida ao coração, ouvido, fígado, entre outros e cada peça acaba por funcionar como um signo. Para além da instalação per se que é composta pelas dez peças, criámos diversos candeeiros compostos por três órgãos, para que a linguagem da instalação se mantivesse. As pessoas podem escolher as peças que entendem e o candeeiro pode ser montado pelas mesmas. Porquê “Fátima in Love”? Porque Fátima pode ser uma mulher comum e não queríamos agarrar apenas na questão da religião e sim dar-lhe outro sentido. Todas as peças estão conectadas, são órgãos ligados a fios. Reflectem a importância que damos a determinadas partes do nosso corpo. A peça central que escolhemos é composta por um seio, uma mão e um coração. Existe algo de maternal e de paixão nesta escolha. Acham que estas peças também podem ser vistas com alguma subversão? De repente os exvotos passam a ter uma conotação completamente diferente… A religião e a fé são temas tão frágeis e é o perceber que o projecto abre outros caminhos que o tornam mais interessante. Não se fixa no sentido religioso. Propõe a reflexão e o questionar. Um rim pode significar purificação, e todas elas têm um código linguístico. O que nós pretendíamos era que a união de três órgãos formasse uma linguagem
que depende da junção das peças. A riqueza do trabalho consiste na interpretação de cada um. A junção do pé com o ouvido pode estar ligada à música, o pulmão ao respirar, etc. Como foram as reacções das pessoas ao se depararem com a instalação? Inicialmente de estranheza, como se considerassem um pouco macabro, mas lentamente essa imagem foi-se dissipando. Houve um casal que se adivinhava religioso e a senhora ficou emocionada com o trabalho. Adorou, embora tivesse interpretado pelo caminho religioso. As peças continuam a ser objectos de culto, mas com um novo material e dimensão. Referem que a instalação é sobre algo sagrado. O que entendem como sagrado? A nossa vida está cheia de coisas sagradas e a preocupação que temos com determinadas partes do nosso corpo pode estar relacionada com sentimentos. O corpo é o veículo da nossa existência e a forma como lhe atribuímos cuidados pode ser sagrada. Pretendem de alguma forma expurgar o mal para canalizar o positivo? Sim, até porque expurgar o mal é o principal objectivo das velas de Fátima. Acima de tudo é necessário ter Fé e esta não se relaciona apenas com a questão da religião. A instalação é um estímulo para a reflexão, a ideia não é encerrar mensagens. Propõe-se a reflexão interpretativa e cada um encontra a sua mensagem.
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F O T O GRAF IA
O “tijolo” enquanto símbolo da liberdade
de expressão
TEXTO LAURA ALVES
Teremos de recuar às décadas de 70 e 80 para visualizar, ainda que mentalmente, o aparato de carregar uma boombox ao ombro. Em bom português calão, recordem-se os termos “tijolo” ou “cantante”, rebuscando na memória letras clássicas como “O Negro do Rádio de Pilhas” de Rui Veloso: «Patilha comprida e carapinha / Com um visual garrido / Dançando enquanto caminha / Rádio colado ao ouvido». A boombox vive ainda, com o sopro do fotógrafo Lyle Owerko, apaixonado confesso e coleccionador destas relíquias musicais.
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uem hoje transporta num leitor de MP3 vários gigabytes de música, facilmente se esquece dos tempos em que os rádios de pilhas comportavam apenas uma cassete com alguns minutos de música de cada lado. Mas as boombox não se tratavam apenas de música. Tratavam de dar espectáculo. De propagar vozes inconformadas. Com dois ou mais poderosos altifalantes, cuspiam jorros de música para toda a vizinhança ouvir, especialmente, se carregadas ao ombro pelas ruas. “The Boombox Project”, uma série de fotografias da autoria de Lyle Owerko publicada em livro, resgata do baú as memórias dessa época e do ícone cultural que foi (e ainda é) a boombox. Hoje, estes enormes e vistosos rádios são vistos como um símbolo de desafio e de rebeldia. Lyle, fotojornalista e realizador, é autor de algumas das mais icónicas imagens relacionadas com os ataques de 11 de Setembro ao World Trade
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Center, tendo passado por inúmeras publicações de referência, inclusive a revista Time. Parte do seu trabalho é ainda dedicado à música, tanto que Lyle trabalhou vários artistas como Jesse Harris, Rufus Wainwright e a banda pop punk American Hi-Fi. E é este caminho que nos leva à paixão do fotógrafo pelo objecto boombox, a caixa musical que andou às costas de uma geração. Lyle é, ele próprio, coleccionador de boombox. À medida que a colecção ia crescendo, o fotógrafo terá começado a sentir a faísca criativa a querer saltar cá para fora, dando à sua colecção particular uma escala mais alargada. «O projecto nasceu de uma curiosidade pessoal em ver a boombox elogiada como um objecto de culto para além das suas dimensões físicas», diz-nos Lyle. «Enquanto metáfora, a boombox em si foi uma agitadora cultural numa escala maciça. Na qualidade de artista quis vê-la grande, arrojada, e a entrar-nos pelos olhos dentro – daí as minhas fotos gigantes.» O fotógrafo recorda a quantidade de movimentos musicais – hardcore, hip-hop, metal, new wave – afirmações culturais e marcos urbanos históricos que foram desencadeados pela boombox: «Desde a incubação do hip-hop ao punk de garagem, e até aos primeiros traços de graffiti durante o renascimento artístico dos centros urbanos, que ultrapassaram as
fronteiras e se tornaram comuns. A boombox estava lá, mesmo no centro de tudo isso, a providenciar a banda sonora!» Trinta anos depois, as boombox continuam a ter muito para dizer às gerações contemporâneas e futuras, acredita Lyle. «Elas foram, de facto, um ponto de encontro cultural que juntou as pessoas em torno de uma série de crenças, gerando calor, debate, arte e novos movimentos. Muito mais que uma caixa de plástico cheia de componentes electrónicos, a boombox foi realmente uma plataforma para que muitos movimentos juvenis pudessem amplificar a sua voz e gritar algo ao sistema.» E é por isso que Lyle não hesita, também ele, em gritar: «Viva a boombox!». A sua especial e carinhosa ligação com estas máquinas vai além do aspecto visual, que seria, numa primeira leitura, o que mais apela a um fotógrafo. Lyle surge, digamos, como um antropólogo visual e criativo no que diz respeito às boombox. «Elas são, na verdade, uma metáfora para a liberdade de expressão e para a provocação. E, de alguma maneira, acabam também por ser tremendamente sexy!» Enquanto obras de arte, tal como estão apresentadas em The Boombox Project – livro e instalação – carregam em si tanta história e experiência bem vivida, defende Lyle, que olhar para elas transmite-nos um conjunto enorme de sensações. «Creio que terá sido por isso que a imagem da boombox resistiu à passagem do tempo de diversas formas, quer seja estampada em T-shirts ou em capas de álbuns ou até mesmo como inspiração para graffiti que lhe prestam homenagem.» Mais em www.owerko.com.
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CULTURA
Japanese Scooter Culture TEXTO RAFAEL VIEIRA
FOTOS SEAN WOOD
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illiam Gibson viu o universo cyberpunk que foi construindo livro após curta após livro, materializar-se perante si, quando lhe mostraram a paisagem urbana de Shibuya, Tóquio. Assombrado e logo depois deliciado, viu concretizarse ali, naquele delírio tecnológico a povoar fachadas e a enxamear de reflexos de anúncios as faces da multidão constante, aquilo que apenas sonhara pela sua escrita. O que até então era distópico e essencialmente ficção, era bem real. Em nenhuma outra parte do mundo, aquilo que era diagnosticado como um futuro possível era já ali uma realidade presente, naquela metrópole e naquele arquipélago do Sol Nascente. O Japão é a emulação de tudo em tudo. Longe de querer fazer uma evocação ao Neuromancer de Gibson ou até discorrer ponto por ponto quanto a postulações de escritores e teóricos futuristas, é nas ruas japonesas que encontramos todas as modas em passeio de exagero. Ele é as dekochari ou os dekotora,
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as harajuku e o restante todo, de relance pelo karaoke e pelo anime. Desfile de elementos ocidentais com locais, filtrados pelos olhos japoneses, exacerbados de desejo de individualidade que contraria uma postura contida e transformados via uma inesgotável potência criativa. Sean Wood refere que “[no Japão], o que pode ser personalizado, o será certamente.” É assim bem natural, ainda que aos olhos ocidentais cause uma sentida estranheza, que os japoneses alterassem as suas scooters. Nem o poderiam deixar de fazer, é-lhes tão natural como lançar uma vénia em respeito ou deglutir sashimi com filões de wasabi. Sean Wood, australiano estabelecido em terra de samurais, documentou a moda das custom scooters (a que também chamam de big ou super scooters na generalidade e que são referidas de ‘Space Invaders’ na Grande Tóquio) e tirou-lhes as medidas todas. A sua galeria foi sendo montada de orgulhosos nativos empoleirados em cima das suas Yamaha e Honda e Suzuki, que trasvestiram de artifícios que envergonham ou, ao menos atarantam, a malta do tuning. Ainda que a comunicação com os praticantes, grupos e revendedores tenha sido entrecortada por oceanos de linguagem, o que ressalta à vista é a sua vontade de mostrar as suas scooters. Optimizadas e lustrosas. E importantes, como refere um animado Hiraku Baba, “tenho nela anos [de trabalho] da minha vida.” E de investimento também, certamente. Cada uma destas motas individualizadas, sublinha Sean Wood, ultrapassa facilmente os 5000 euros e pode alcançar as várias dezenas de milhares em peças e alfaiataria. Pelo Japão pululam tribos (clãs ou zoku) de motoqueiros barulhentos de Bōsōzoku, que estão no extremo oposto dos aficcionados das big scooters, dados mais a mostrar-se do que a acelerar algum rebuliço motard. E o objecto de devoção será sempre diferente, assim como os resultados. Aos primeiros correspondem customizações equiparáveis às cafe racer inglesas e às chopper americanas. Já as big scooter circulam ao melhor gosto pop
nipónico aplicado a motas de baixa e média cilindrada – geralmente 250cc. E são, aparentemente, socialmente aceites, bem ao contrário dos clãs de motas e de carros Bōsōzoku, perseguidos constantemente pelas autoridades japonesas. Em parada e em grupo pelas avenidas alto-tecnológicas, ou em visita a enormes departamentos comerciais e aos espaços nocturnos do momento, as custom scooters surgem com um sem número de adereços que lhes celebra a sociedade. E a irmandade do momento. Televisores, sistemas de som, projectores, bancos espreguiçadeiras. Prolongadas até aos dois e três metros (mais longas que as maxi-scooters) e ornamentadas com diversos adereços que se prolongam até ao seu sorridente condutor. Obsessão encantadora aos olhos ocidentais, tão extrema quanto atraen te e por isso sempre hipnótica, as big scooters são o fenómeno do momento no Japão, no que às tendências motorizadas diz respeito. Um fenómeno distante e não tão exportável quanto outros que povoam a moda e a música do país, não negociável quanto a um consumismo levado ao extremo por uma classe média que engole a cultura das massas em massa. Nalgum momento do caminho a influência ocidental desvaneceu-se e sobreviveu um elemento inteiramente japonês – a japanese scooter culture.
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Fotografia João Bacelar Realização Susana Jacobetty www.susanajacobetty.blogspot.com
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Top e calças Diesel
Casaco H&M, saia Springfield, tĂŠnis Merrel, cogumelos e coelho na Kare Lisboa
Vestido H&M pรกgina seguinte Camisola Fred Perry, leggins Nike, botas H&M
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Maquilhagem Alex Me com produtos Dior Cabelos Arminda Rosário para Simplesmente Chic com produtos L’oreal Assistente de Fotografia Kátia Jacob Modelo Daniela Hanganu (Central Models) Agradecimentos A Casa do Carnaval: www.houseparty.pt Kare Lisboa: info@kare-lisboa.com Miss Suzie Guarda Roupa, Ideias e Afins: ideiaseafins@yahoo.com
Roupão Jeremy Scott para Adidas, calções Levis, sapatos Pepe Jeans, cadeira e urso na Kare Lisboa
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AG E N DA - DE S TAQ UE
LisbonWeek De 22 a 28 de Outubro www.lisbonweek.com
TEXTO SARA BAPTISTA
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artindo das 7 colinas de Lisboa, durante 7 dias, vai ser possível descobrir 7 rotas dedicadas a um tema específico. Cada rota foi desenhada por um embaixador, profissionais aclamados que se juntaram a este projecto de elogio a Lisboa. Eis a 1ª edição do Lisbon Week, um projecto inovador turístico e cultural. “Share Portugal” é o primeiro tema desta edição e pretende transformar a capital numa plataforma de mostra de projectos, produtos e artistas portugueses, bem como incentivar o comércio, mobilizando restaurantes, galeristas, lojistas, profissionais das artes, estudantes e grande parte dos cidadãos. Na rota da Moda, o premiado bloguista José Cabral, ou Alfaiate Lisboeta, oferece-nos uma viagem pelo mundo da moda através dos encontros onde o público poderá contactar com os criadores, conhecer os seus ateliers e partilhar ideias. Já na rota da CGD Arte, a embaixadora Isabel Sarmento convidou a curadora Filipa Oliveira para dar o seu olhar pessoal sobre Lisboa. Durante 7 dias, ao final da tarde, dois artistas portugueses apresentarão o seu mais recente trabalho, sendo possível visitar um total de mais de 20 galerias e museus na cidade. Como não poderia deixar de ser, na rota Optimus Música será o guitarrista dos aclamados Xutos e Pontapés, Zé Pedro, o embaixador, que seleccionou cerca de 30
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espaços nocturnos que considera incontornáveis na cidade. E com o toque do Chef José Avillez a Rota da Gastronomia foi desenhada, onde “todos os restaurantes da rota vão criar uma edição limitada de um prato Lisbon Week que representará qual é, para estes chefs, um sabor de Lisboa”. Desenhada pelo professor José Sarmento de Matos, na Rota da História será possível conhecer alguns dos edifícios históricos mais desconhecidos da cidade. Da Rua do O Século à Mouraria, vai ser possível descobrir uma cidade escondida para muitos. Na Rota Panorâmica, o evento convida o público a fazer uma caminhada aos Miradouros de Lisboa, através de um passeio imaginado por João Botelho. Terminando com a Rota da Tradição, Carlos Coelho será o embaixador, “apaixonado por marcas e por Portugal” e que nos convida a visitar espaços locais e lojas que representam a verdadeira alma lisboeta. Ao longo desta rota será dado a conhecer o passado reinterpretado. Cada uma das rotas será explorada a partir de locais como o Miradouro de São Pedro de Alcântara, Praça Luís de Camões, Largo de São Paulo ou Martim Moniz, e todas elas apresentarão um “olhar especial e contemporâneo da cidade”. Durante 7 dias serão 7 rotas diferentes onde o novo vai de encontro à tradição, numa Lisboa onde tudo pode acontecer.
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AG E N DA - MÚSIC A
100 Cage Teatro Maria Matos, Lisboa 21 de Outubro TEXTO JOÃO MOÇO
Mais que músico ou compositor, John Cage foi um dos mais revolucionários criadores do Século XX. Alterou para sempre a forma como hoje ouvimos os sons e os silêncios que nos rodeiam e, consequentemente, a música. Fez da obra musical objecto capaz de ganhar vida nas artes plásticas. Se hoje existe liberdade exploratória para concretizar o vanguardismo, é porque antes existiu John Cage, que abriu muitas das portas que pareciam fechadas. Em 2012 celebra-se o centenário do seu nascimento e o Teatro Maria Matos, em Lisboa, assinala este marco no dia em que comemora o seu 43.º aniversário. Assim, no dia 21 de Outubro diversos músicos nacionais vão invadir o Maria Matos, do palco principal ao foyer, passando pelos camarins ou pela sala de ensaio, interpretando peças de John Cage. Entre os músicos que vão celebrar a obra de Cage podemos enumerar nomes como Joana Sá, Carlos Zíngaro, David Maranha, o colectivo Drumming, Eduardo Chagas, entre outros. As entradas custam cinco euros.
Ornatos Violeta Coliseu Micaelense, Açores, 19 de Outubro Coliseu dos Recreios, Lisboa, 25, 26 e 27 de Outubro Coliseu do Porto, 30, 31 de Outubro e 1 de Novembro TEXTO JOÃO MOÇO
Precisaram apenas de dois discos no final dos anos 90 para se tornarem um marco de uma geração. Falar de rock português dessa era passa inevitavelmente pelos dois únicos álbuns que os Ornatos Violeta editaram: Cão e O Monstro Precisa de Amigos. Há 10 anos a banda decidiu colocar um fim no seu percurso e vários dos seus elementos perseguiram muitos outros projectos (só o vocalista Manel Cruz tem no currículo os Pluto, os Foge Foge Bandido e os Supernada). Durante anos os muitos fãs da banda portuense pareceram incansáveis nos pedidos de um regresso e como a data é redonda, 10 anos depois o grupo reuniu-se para uma série de concertos de celebração, para depois fechar novamente as portas para outros projectos. Depois de terem encerrado a edição deste ano do festival Paredes de Coura, só entre os Coliseus de Lisboa e do Porto vão dar seis concertos. Antes vão ainda passar pelos Açores.
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Peter Brötzmann Passos Manuel, Porto, 14 de outubro Galeria Zé dos Bois, Lisboa, 15 de outubro TEXTO JOÃO MOÇO
Peter Brötzmann já conta com 71 anos e sempre que o ouvimos, seja em disco ou em cima de um palco, aquele fôlego intenso parece não tremer com o peso da idade, tornando-se cada vez mais arrebatador na energia que emana. Regressa este mês a palcos nacionais, sendo os concertos que vai dar no Porto (no cinema Passos Manuel) e em Lisboa (na Galeria Zé dos Bois) mais uma excelente oportunidade para ver um dos músicos mais vanguardistas do actual cenário jazz. Depois de ter passado pela última vez por Portugal com o projecto HairyBones (concerto que foi editado em CD este ano pela portuguesa Clean Feed), desta vez o saxofonista alemão traz os seus Full Blast, dividindo assim o protagonismo com o suíço Marino Pliakas e o alemão Michael Wertmüller. Sketches & Ballads foi o último disco editado pela trio, mas o que se poderá esperar destes concertos não é a repetição de fórmulas já trilhadas, mas a exploração sistemática de novos caminhos para o jazz mais disruptivo.
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AG E N DA - F E S TI VA IS
13ª Festa do Cinema Francês De 4 de Outubro a 9 de Novembro, Lisboa, Almada, Faro, Porto, Coimbra e Guimarães www.festadocinemafrances.com/13a TEXTO INÊS ALVIM
AGENDA - CINEMA
Em Outubro, Lisboa – que nos perdoe Amália – é francesa, toda ela boquilha, boinas, bocas perfeitas e baguette a tiracolo. Entre 4 e 14 de Outubro, o Cinema São Jorge, a Cinemateca, o Cinema Nimas e o Institut Français du Portugal abrem portas ao melhor e mais recente cinema francês, numa edição que consagra como Madrinha a realizadora portuguesa mais francesa do mundo: Maria de Medeiros. De Lisboa, a festa propaga-se e conquista Almada, o Porto, Faro, Coimbra e Guimarães. O festival estreia com “Paulette”, de Jérôme Enrico, e em boa hora homenageia o cineasta do mundo, francês de nascimento, Olivier Assayas. A secção principal do festival está reservada a antestreias com artistas convidados, entre as quais pontuam “Le Fils de l’autre” de Lorraine Levy, “De bon matin” de Jean-Marc Moutout e “La Pirogue” de Moussa Touré, entre tantos mais. Um cocktail de cinema de autor com filmes actuais do “país-luz”, que conta com a presença de realizadores como Camille Brottes Beaulieu, Mehdi Ben Attia e muitos outros. Não é um ciclo de cinema – é uma festa, uma celebração da luz, cor e dinamismo daquela que é considerada a escola europeia de cinema mais dinâmica e audaz. Uma invasão francesa em paz e em película. On y va?
doclisboa’12 De 18 a 20 de Outubro Culturgest, Cinema São Jorge e Cinemateca Portuguesa Museu do Cinema, Lisboa TEXTO SARA BAPTISTA
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Entre os dias 18 e 28 de Outubro, espaços como a Culturgest, a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema e o Cinema São Jorge abrem portas a uma nova edição do Festival doclisboa, que surge com uma nova imagem e novidades na sua estrutura principal, na celebração da sua 10.ª edição. Como novidades desta edição surgem as rubricas “Cinema de Urgência”, que reúne filmes que documentam e testemunham acontecimentos que desafiam os cineastas a repensarem o cinema como acção directa e exercício concreto de cidadania; e “Verdes Anos”, que engloba uma selecção de filmes produzidos em escolas de vídeo, cinema, audiovisuais e comunicação, cursos de pós-graduação relacionados com o cinema. Como sempre, o doclisboa celebra os grandes e importantes contributos no cinema documental. “United We Stand Divided We Fall”, uma retrospectiva que nos apresenta filmes de colectivos que surgiram entre os anos 60 e 80 e foca os momentos em que a luta política e social obrigou à reinvenção da prática cinematográfica e do estatuto de autor. E, em parceria com o Museu do Cinema, uma retrospectiva da realizadora belga Chantal Akerman, trazendo a relação do documentário com outras práticas cinematográficas e artísticas. Voltam as secções “Competição Internacional” e “Nacional”, e ainda as secções “Investigações”, filmes que se relacionam com questões contemporâneas, propondo o cinema como modo de investigação; “Riscos”, que se desenha a partir de propostas que desafiam as categorias e formatos habituais do documentário, e “Heart Beat”, que inclui obras que se constroem na relação com a música e as artes performativas.
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Frankenweenie De Tim Burton Estreia 18 de Outubro
TEXTO JOÃO MOÇO
á 28 anos, ainda Tim Burton estava longe de se tornar num dos mais peculiares e singulares cineastas do nosso tempo, quando realizou uma pequena curta-metragem onde um jovem recupera a história mítica de Frankenstein para tentar trazer de novo ao mundo dos vivos o seu cão morto. “Frankenweenie”, o filme, regressa agora ao grande ecrã, transformado em longa-metragem de animação a preto e branco em stop motion. O universo é o típico do realizador norte-americano, ou seja, histórias macabras que têm a morte como fascínio e atenção primordial, mas abordando-a sem deixar que o bom sentido de humor desapareça. No entanto concretizar este remake de uma curta-metragem criada em 1984 não foi um processo imediato. Apesar de “Frankenweenie” ser distribuído pela Walt Disney Pictures, com quem Tim Burton já tinha trabalhado na adaptação de “Alice no País das Maravilhas” (2010), o projecto para “Frankenweenie” já remonta a 2005. Josann McGibbon e Sara Parriott começaram a escrever o primeiro argumento, mas foi o guião rescrito por John August (que para Tim Burton escreveu “Sombras da Escuridão”, “A Noiva Cadáver”, “Charlie e a Fábrica de Chocolate” e “O Grande Peixe”) que foi o escolhido. Não nos admiremos,
entre muitas outras particularidades, Tim Burton é conhecido por gostar de trabalhar regularmente com as mesmas pessoas de projecto para projecto. E neste seu regresso ao cinema de animação recrutou não só John August, mas uma boa parte dos animadores que trabalharam consigo em “A Noiva Cadáver” (2005), o seu último filme de animação. Numa altura em que também dominam nas salas de cinema mundiais filmes de animação criados exclusivamente em formato digital e produzidos com tecnologia a três dimensões, é no mínimo curioso que para este “Frankenweenie”, Tim Burton tenha escolhido recorrer à animação stop motion. Foram utilizados à volta de 200 bonecos, sendo que o de Sparky, o cão que regressa ao mundo dos vivos, teve de ter o tamanho de um cão verdadeiro. Enquanto “Frankenweenie” não se estreia nas salas de cinema nacionais, já estão nas lojas duas bandas sonoras do filme. Uma com a música original do compositor Danny Elfman, um dos mais fiéis colaboradores de Tim Burton. A segunda reúne uma grande diversidade de artistas, desde Karen O (conhecida como vocalista dos Yeah Yeah Yeahs), Robert Smith (a incontornável voz dos The Cure), Flaming Lips em parceria com Grace Potter, Passion Pit, Plain White T’s ou AWOLNATION.
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famosa vidente Zila, que lê a mão e deita cartas e vê o que o futuro, os astros, o universo ou lá o que é, nos reservam (só falhou na previsão de que o Alvim ia casar aos 30 e de que o Benfica ia ser campeão na época que passou; ninharias). Convida-nos a assistir a um filme animado pela “Sardinha em Lata” e mima-nos com pastéis de nata quentinhos, avessos a momentos azedos ou más digestões, e logo na hora em que a fome aperta. Uma estação pan-polar, que não sabe quem é nem para onde vai, até porque nunca lhe tinham dito que podia ser e ir o que quisesse. E é, agora, um bocadinho nossa e um bocadinho do Alvim, a meias. Se calhar um bocadinho mais do Alvim, paciência, ele empresta-nos. Nas tardes de Outubro, a Baixa-Chiado PT Bluestation é o que o Alvim quiser que seja, e isso é muito, que toda a gente sabe que o Alvim tem uma imaginação delirante. E a BaixaChiado PT Bluestation alinha, a oferecida.
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Fernando Alvim acredita em coisas do arcoda-velha. Agora, por exemplo, acredita que uma estação de metro pode ser o que quisermos. E a “Baixa-Chiado PT Bluestation” conspira com ele e pode e quer ser muitas coisas, que é menina para não aguentar a monotonia da vida de uma mísera estação de metro, cinzenta e farta de ser pisada por gente que nem olha para ela. A estação “Baixa-Chiado PT Bluestation” é transformista e desenvergonhada, como o são quase todas as coisas que vão parar às mãos do Alvim. Durante todo o mês de Outubro, de segunda a sexta, sempre entre as 17h e as 19h, a “Baixa-Chiado PT Bluestation” quer ser muitas coisas e é mesmo. É palco de standup comedy pela mão das “Bang Produções”, de aulas de cozinha macrobiótica, molecular ou japonesa e de concursos improváveis, como o do “Passageiro Herói”, aquele que qualquer estação gostaria de ter. Dá a conhecer ao mundo um freak show dos diabos, um freak show como deve ser. Mostra ao mundo o que é um “halo”, o gambuzino dos instrumentos musicais. Acolhe iniciativas de escrita de “Uma Aventura no Metro”, obra a várias mãos ao estilo “cadáver esquisito” - cadavre exquis (um livro com a participação de todos, em que cada um dá continuidade ao que foi escrito pelo anterior), jogatanas de “Quem é quem?” e sessões com a
Feira do Livro do Alvim
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Editorial
A TUA CAS M E F I D A RECEBE NOME*
ENDEREÇO*
O toque do papel
TELEFONE
A época dourada da telefonia como centro da casa substituiu-se na televisão que se viu substituída pela world wide web. Longe de pensar que cada uma das tecnologias sucumbiu à mais recente e se ficou pela estática, alastrou a convivência. A rádio persiste, mais interessante e ouvida do que nunca. A televisão é companheira da Internet, convivendo as duas lado a lado ou uma dentro da outra, ao teu comando. Em streaming segue a onda E-MAIL média, que se fez ouvir sobre a geração das big bands sem se perder nas ondas aéreas. Recuperam-se também uns nunca realmente desaparecidos vinil e cassetes, com o trabalho do artesão destas e daquelas, cada vez mais aprimorado. A comunicação progride por inúmeras vias que se vêem paralelas, e onde nenhuma é excluída e PROFISSÃO questionada. E muito menos a palavra posta em papel. DATA A DIF celebra uma década de toque do papel. DezNASCIMENTO anos de material transportável, folheável, legível, consumível e coleccionável. Uma década de escrita que não dá para resumir numa frase, quanto mais numa palavra. Pensamos ser uma contribuição forte que acrescenta ao quotidiano um olhar sobre tendências que escapam à situação do momento, ou zeitgeist. Uma leitura onde os olhos se alinham com as mãos e os braços, para que, com os dedos e em dança contínua, nos toques e nos folheies. * CAMPOS OBRIGATÓRIOS PARA A RECEPÇÃO DA DIF EM TUA CASA Ao somar dez anos como os dez dedos das mãos que seguram a DIF neste momento, consideremo-lo ENDEREÇO: PUBLICARDS PUBLICIDADE, LDA. RUA ST. simbólico. Porque mais dez anos virão, e outros dez de seguida. Terás dedos para isto tudo? E para demonstrar ANTÓNIO DA GLÓRIA, 8 1 . 1 2 5 0 -0 8 0 LISBOA que somos mais do que apenas letras a formar nomes por detrás de cada artigo, agradecemos sentidos. Dedicamos estes dezESTE anosFORMULÁRIO e esta 92ª DIF aos colaboradores, colunistas, escritores,LDA jornalistas, fotógrafos, RECORTA OU FOTOCOPIA E ENVIA -O PARA PUBLICARDS PUBLICIDADE . ilustradores, criativos, designers e modelos. Aos patrocinadores, parceiros e entrevistados e aos espaços que nos JUNTO COM UM CHEQUE NO VALOR DE 120 EUROS OU acolhem. E dedicamos também, com especial atenção, a todos os leitores que nos acompanham e aos que se REALIZA TRANSFERÊNCIA PARA O NIB.: 0 0 3 8 0 0 5 1 0 0 9 0 4 6 5 8 7 7 1 9 6 , ENVIANDO seguem. A ti que nos lês. Vocês também são parte da equipa, pois é com um sorriso e a pensar numa leitura com COMPROVATIVO PARA O E.MAIL: INFO@DIFMAG.COM prazer contínuo que te trazemos a DIF. Obrigado..
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