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H765 O Homem que caiu na Terra/ Gisele Andrade, Roberta Sauerbronn, João Cândido Zacharias (organizadores). Rio de janeiro: Saraguina Filmes, 2017. – (Catálogo) 52 p. : 17 il. ISBN 978-85-92801-02-1 1. Cinema. 2. David Bowie. 3. Ficção. 4. Documentário. I. Andrade, Gisele. II. Sauerbronn, Roberta. III. Zacharias, João Cândido. IV. Catálogo CDD: 302.2343 CDU: 778.5 Este livro foi impresso pela JSBT Gráfica Ltda. Miolo com 48 páginas + CAPA s/ orelhas, form. aberto 300X200mm, form. fechado 150 X 200mm. CAPA, formato 150 X 200mm, 4/4 cores. Miolo 48 páginas, 4/4 cores, em papel couché fosco 120mg. Tipografias ATC Krueger e Adobe Garamond Pro.
A CAIXA é uma empresa pública brasileira que prima pelo respeito à diversidade, e mantém comitês internos atuantes para promover entre os seus empregados campanhas, programas e ações voltados para disseminar ideias, conhecimentos e atitudes de respeito e tolerância à diversidade de gênero, raça, orientação sexual e todas as demais diferenças que caracterizam a sociedade.
Ao patrocinar mais esta mostra, a CAIXA reafirma sua política cultural de estimular a discussão e a disseminação de ideias, promover a pluralidade de pensamento, mantendo viva sua vocação de democratizar o acesso à produção artística contemporânea.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL o homem que caiu na terra. foto: divulgação.
A CAIXA também é uma das principais patrocinadoras da cultura brasileira, e destina, anualmente, mais de R$ 80 milhões de seu orçamento para patrocínio a projetos nas suas unidades da CAIXA Cultural, além de outros espaços, com ênfase em exposições, peças de teatro, espetáculos de dança, shows, cinema, festivais de teatro e dança, e artesanato brasileiro. Os projetos patrocinados são selecionados via edital público, uma opção da CAIXA para tornar mais democrática e acessível a participação de produtores e artistas de todo o país.
Cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor, pintor, mímico, ator de cinema e teatro, Bowie escreveu roteiros, dirigiu videoclipes, assinou trilhas sonoras e atuou em dezenas de filmes e programas de TV em seus mais de 40 anos de carreira. A influência de seu trabalho abrange não só a música, como também o cinema, a moda e o comportamento. A mostra compreenderá filmes de ficção em que ele trabalha como ator ou roteirista, obras de curta, média e longa duração.
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O HOMEM QUE CAIU NA TERRA
Os filmes selecionados para a mostra apresentam uma galeria de personagens exóticos e variados, que ilustram como o artista adquiriu prestígio e independência em sua singular trajetória como ator. Curtas, médias e longas, comédias, dramas, filmes experimentais, clássicos, cult, sucessos de bilheteria, filmes incensados pela crítica, polêmicos e fracassos retumbantes – as escolhas de Bowie como ator são tão diversas e interessantes
quanto suas fases musicais. É difícil imaginar um fã do Bowie, por mais aficionado que seja, adorando igualmente todas suas facetas e etapas de sua carreira. Diz-se que nem ele mesmo afirmava isso, e ria muito de si próprio, não caindo na armadilha fácil de se descrever como um camaleão, ou como um ser em constante reinvenção. Ele preferia pensar que havia uma continuidade real em tudo o que fazia, e que sua maior capacidade era saber se expressar de um modo contemporâneo. E ele mostrou isso para o mundo todo, orquestrando sua vida e morte de forma poética e vibrante. David Bowie levou o rock a novos patamares, inventando personas pop, casando teatro e música popular de uma forma inovadora, com notável capacidade de combinar tendências e ideias que estão fora do mainstream e trazê-las para o palco, cheias de brilho e glamour. Nosso projeto-tributo traz um catálogo com textos, links para playlists, podcasts, editorial de moda e vídeos, todos especialmente produzidos por amigos e fãs interessados em dividir um pouco do amor que sentem pela criatura mais fascinante de quem já ouviram falar. E, em paralelo aos filmes, apresentaremos um ciclo de ideias com debates e oficinas para conversar sobre identidade de gênero, sexualidade, vaidade, fama, ultraexposição, contracultura e arte, convidando o público a refletir conosco sobre as influências da obra de Bowie na cultura e no comportamento contemporâneos.
o homem que caiu na terra. foto: divulgação.
é uma retrospectiva com 27 filmes que trazem David Bowie experimentando sua máscara de ator e roteirista, um catálogo com atrações multimídia e uma série de atividades paralelas pensadas em torno da obra do cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor, pintor, mímico, intérprete em cinema e teatro. Bowie escreveu roteiros, dirigiu videoclipes, assinou trilhas sonoras e atuou em dezenas de filmes e programas de TV em seus quase 50 anos de atividade. É um dos artistas mais influentes de todos os tempos, amado, imitado e reverenciado, e que deixou marcas não apenas na música e cultura pop, como também no cinema, na moda e no comportamento. Não há elogios que lhe bastem, rótulos que o expliquem, alcunhas que lhe façam justiça, e, mesmo assim, ninguém cansa de enumerar suas virtudes: é o astro mais audacioso, sensual, estiloso e bonito que já vimos, com uma capacidade inacreditável conversar com os adolescentes mais solitários do mundo. Ou seja, com todos nós.
Roberta Sauerbronn Curadora
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o homem que caiu na terra | a odisseia no espaço do homem que caiu na terra, Saraguina Filmes david bowie, seu labirinto de personagens, Nelson Gobbi
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A grande arte, Silvio Essinger
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duplo sentido, Abonico Smith
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we can be heroes, just for one day, Diego Paleólogo Assunção
de bowie, Zona Norte Etc.
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onde está bowie? em tudo!, Tom Leão
O Homem que Caiu na Terra, Saraguina Filmes.
Compilação de trailers e vídeos com curiosidades sobre os filmes da mostra, selecionados pela equipe da Saraguina Filmes.
conexões tempo-espaciais de bowie, Carol Athaller david bowie e o brasil, Ricardo Schott | blackstar, Igor Abreu
A Odisseia no Espaco do Homem que Caiu na Terra, Saraguina Filmes.
do tempo, fez-se bowie, Cristiano Castilho
filmes
Playlist inspirada por uma pesquisa do jornalista Rob Sheffield, publicada na biografia David Bowie - Uma Vida em Canções, com músicas que dialogam com Space Oddity, uma das mais importantes obras da carreira de Bowie. A lista tem versões, músicas nas quais ele se inspirou, citações, respostas e outras músicas do artista que retomam o tema do astronauta perdido no espaço.
ciclo de ideias
a jornada do herói, Leticia Gicovate 6
david bowie, seu labirinto de personagens Nelson Gobbi Antes de ser música, David Bowie foi imagem para mim. Uma recordação tremeluzente do VHS da locadora, a reminiscência da dublagem da reprise televisiva. Antes de ser Major Tom, Ziggy Stardust ou Halloween Jack, ele foi Jareth, o rei dos duendes de Labirinto. Anos depois, quando suas letras me abriam outros universos, por vezes voltava a referência visual do ser fantástico de cabelos espetados, girando a esfera de cristal entre os dedos. Nos anos seguintes, vieram o prisioneiro de guerra Jack Celliers, de Furyo, o sedutor vampiro John de Fome de Viver – a mente pré-adolescente em parafuso para compreender o triângulo com Catherine Deneuve e Susan Sarandon – ou o Andy Warhol de Basquiat. Todos passando de forma randômica na memória, junto a outros personagens criados por Bowie na música, enquanto as letras de Life on Mars?, Space Oddity, Rebel Rebel, Changes e Let’s Dance começavam a fazer cada vez mais sentido, permitindo ver o mundo de maneira diferente e mais interessante. No dia 10 de janeiro do mal-afamado 2016, tivemos de aprender a viver num mundo sem David Bowie. Restaram na memória as canções e os personagens, inclusive o derradeiro: o homem cego dos clipe de Lazarus e de Blackstar, sua saída em grande estilo da arte e da vida. Novamente, sua música seria uma aliada para vencer um momento difícil. Seria preciso voltar a ela para velá-lo e, ao mesmo tempo, tentar encontrar a força para seguir adiante.
labirinto. foto: divulgação.
Neste reencontro, acabei levando comigo um fã tardio: meu filho, hoje com sete anos, foi arrebatado pela forma de cantar, de vestir, de se apresentar de Bowie, ou por aquela coisa que sabíamos que ele tinha mas jamais soubemos conceituar nos 69 anos em que permaneceu entre nós. Vimos juntos clipes, animações, ouvimos canções e falamos sobre suas letras. Através de seu encantamento, vi Bowie com os olhos de criança novamente, a mesma que rebobinava o VHS de Labirinto para tentar entender qual era a de Jareth, com seu enigmático olhar que parecia ir muito além da tela de TV. Ainda não consegui desvendar. Sigo tentando.
Nelson Gobbi é repórter do Segundo Caderno, do jornal O Globo. Foi editor do Caderno B e da Revista Programa, do Jornal do Brasil. É formado em Jornalismo e Cinema pela UFF e Pós-graduado em Jornalismo Cultural pela UERJ. 01
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a grande arte
duplo sentido
Silvio Essinger Antes de mais nada, um aviso: tudo, na realidade, pode ser bem diferente do que aquilo que a lembrança evoca – mas isso é o que David Bowie faz por você. Então, vejamos. Devia ser começo dos anos 1980, e num programa de TV a criança assistia ao um clipe de Blue Jean. Não era só a novidade – a música do rádio transformada em imagem. Era aquela figura misteriosa, de rosto pintado, dançando de uma maneira que o menino nunca tinha visto ninguém dançar, num ambiente de divina decadência. Promessas de um mundo adulto, prazeres desconhecidos etc. Não dava para confundir com mais ninguém, era só o que ele sabia: aquele era David Bowie, que algumas leituras posteriores identificariam como o camaleão. Um rosto que ele voltaria a encontrar numa cena do filme Christiane F. na capa de um disco da coleção da menina – seria Aladdin Sane, Pin ups? De certo, só que era Bowie, aquele alienígena que parecia ter virado seu tio, alguém que faz aparições bombásticas para salvar as tediosas festas da família. Revistas e discos fizeram o adolescente ver que o inglês era parte de algo maior – a música pop. Uma parte importante, aliás, que atravessava bom pedaço de sua história e que sempre apontava para o futuro. Bowie era alguém descolado de qualquer tempo, que dava a impressão de estar sempre à frente de todos. Por mais que desse para identificar de onde ele pegou um ou outro elemento que compunha sua fantasia, tudo ficava melhor e mais elegante nele. Quando Bowie aportou pela primeira vez no Brasil, em 1990, numa turnê que deveria incluir um deslumbrante aparato de vídeo, o jovem pode vê-lo, pequeno no palco, agigantar-se. Talvez fosse a imponência do ator, que lutava ali para passar a limpo uma trajetória musical de mais de 20 anos e resgatar uma canção como Starman, então sequestrada pela versão de sucesso de um grupo brasileiro. Em sound&vision, o artista continuou a fascinar o jovem. Era uma época em que a melhor produção do rock e do pop, toda ela parecia pedir permissão a Bowie para existir. De Kurt Cobain cantando The man who sold the world ao Nine Inch Nails imaginando um futuro de perversões com sintetizadores, havia algo dele ali, do cara que pensou a música de rádio como algo maior, mais cheio de possíveis sentidos, e que estava ali para confundir/seduzir, não para explicar. Quando ele caiu novamente em Terra Brasilis, em 1997, o jovem-já-nem-tanto pôde ver de bem perto o homem quando resolveu fazer uma visita ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói e o repórter foi atrás – era um inglês muito simpático, educado, aparentemente mais jovem que seus 50 anos de idade, de dentes brilhantes, um tanto artificiais, e roupa de turista. Só no palco, alguns dias depois, é que ele se assemelhou a Bowie. Uns quase 20 anos depois daquilo, o homem feito acompanhava a gradual retirada de cena do cantor pop que beirava seus 70 anos. Desaparecer sem deixar rastros, semeando enigmas – o que mais artístico, mais David Bowie poderia haver? A mortalidade era o tema mais evidente de Blackstar, o disco que ele lançara no dia no aniversário de 69 anos, em 8 de janeiro de 2016. Eis a grande arte: celebrar metaforicamente a finitude humana, com sons e imagens que perturbavam o público e o faziam chorar, em comoção. O que ninguém esperava é que o homem fosse fazer sua partida para as estrelas dois dias depois do lançamento do disco. Uma comunhão com a obra tão sensacional que deixou a humanidade em suspenso por um dia, pensando: David Bowie existiu ou foi um sonho que a gente teve?
Silvio Essinger é repórter e crítico musical do Segundo Caderno do jornal O Globo, roteirista de TV e autor dos livros Batidão, uma história do funk (Record, 2005) e Punk, anarquia planetária e a cena brasileira (Editora 34, 1999). 9
Abonico Smith
O maior mérito de Bowie, ao compor Space Oddity, foi ter feito uma letra dúbia, que conseguia retratar poeticamente – com extrema perfeição, diga-se de passagem – dois momentos históricos pelo qual a humanidade viva naquele tempo. Se os versos forem analisados da forma mais primária, você verá que a música conta a história de um astronauta que, embora acostumado com o status de herói da corrida espacial, acaba sendo traído pelo acaso e perdendo todo o contato com sua base na Terra, e condenado a passar o resto de sua vida flutuando pelo espaço como um mero dejeto sideral. Nas entrelinhas, porém, estava algo ainda mais impressionante e que ia muito além da mera crônica artística daqueles dias de expectativa pela ida do homem à lua. Movido por toda a outra efervescência da época, Bowie pincelou o crescimento sociopsicodélico da contracultura, com a juventude cada vez mais jogada de cabeça nos ideais da liberdade de comportamento e pensamento, e erguendo os estandartes dos excessos de sexo, drogas e rock’n’roll. Então, Major Tom não seria um astronauta, mas sim um hippie junkie que não conseguia lidar com sua vida real até perder de vez a conexão com a Terra. A odisseia vivida por Major Tom prosseguiu muito além da missão bem-sucedida dos astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin em solo lunar naquele julho de 1969. Quando reeditado nos EUA por uma grande gravadora (a RCA), em janeiro de 1973, o segundo álbum da carreira de David Bowie (que então levava apenas seu nome) foi rebatizado como Space Oddity, e assim permanece até os dias atuais. Para o lançamento, um novo vídeo foi feito para a canção, mostrando Bowie já com o visual transitório entre Ziggy Stardust e Aladdin Sane. É esse o clip que sempre é exibido pelas grandes emissoras de televisão (MTV inclusive). O mesmo disco ganhou nova versão britânica em 1975 – foi quando Space Oddity ganhou um novo compacto (com Velvet Goldmine e Changes como b-sides) e deu ao artista seu primeiro número 1 nas paradas de seu próprio país. Hoje, quarenta anos depois, Major Tom é celebrado como o primeiro grande personagem da bem-sucedida trajetória camaleônica de David Bowie nos palcos e filmes para o cinema durante os anos 70. Depois viriam o alienígena Ziggy Stardust, o andrógino Aladdin Sane, o sombrio Thin White e o isolado artista kraut dos discos gravados durante o autoexílio na então murada cidade alemã de Berlim. Até que vieram os anos 80 e sua confirmação como um megastar do rock’n’roll, agora desprovido de personas e alter egos. O sinal para a definitiva mudança na carreira foi a segunda chance dada ao querido Major Tom. Bowie despediu-se dele revivendo-o brevemente na letra (e no videoclipe) da música Ashes To Ashes, agora produzida por Tony Visconti. Encarando-o como um junkie, então, transformou-o definitivamente em cinzas.
Abonico Smith é jornalista cultural há 30 anos. Atualmente, é editor do website Mondo Bacana e conduz o programa de entrevistas Joaquim Apresenta. 10
We can be heroes, just for one day Diego Paleólogo Assunção David Bowie é o despertar erótico dos corpos adormecidos; é o corpo-imagem que transita entre os espelhos das temporalidades contemporâneas. Na experiência labiríntica da pós-modernidade, Bowie é o estranho, perverso e sedutor guia que conduz cada vez mais às profundidades para revelar não o núcleo (o fim) e sim outros labirintos. Como um vampiro, nos convida à disruptiva estética de suas músicas. Através das performáticas metamorfoses imagéticas, das ousadas negociações com o próprio corpo e das rupturas com a sexualidade hegemônica, Bowie borra as fronteiras e desorganiza as engessadas estruturas da cultura pop – just dance, put on your red shoes and dance the blues, e uma inesperada versão de Dorothy Gale dança away as tristezas melancólicas e políticas da década de oitenta – porque, talvez, não haja outra saída. É urgente recusar, destruir e, a partir dos destroços, produzir novas e outras corporalidades não/menos humanas:
You’ve got your mother in a whirl She’s not sure if you’re a boy or a girl Bowie abraça e recusa sua humanidade: I always had a repulsive need to be something more than human. A herança humanista não o atrai: ele produz para si um não-binarismo multicolor, expresso em músicas que resistem diante de um mundo humano, demasiadamente humano. Rebel, rebel. Tornar-se monstro. Sua monstruosidade é fluída, uma raça fabulosa e fantástica que não se dobra ao normativo; alteridade lírica de um corpo que assume outras formas, provoca desejos, metamorfoseia o humano sem concessões: o monstro freak do rock. O corpo humano, tão frágil – esse delicado e grosseiro invólucro –, tomado pelo insidioso descontrole... mas Bowie usou seu corpo como matéria, como imagem, como corpo; ele gastou, de forma preciosa, o que lhe foi dado: seu corpo era a brilhante superfície reflexiva, sua voz, sua arma; as letras, as composições, o palco, o redemoinho onírico que nos sugava, nos tragava, e girando na espiral sonora, no olho do furacão estava ele: Bowie foi radicalmente seu corpo.
a grande aposta. foto: divulgação.
A plasticidade das imagens geradas por suas músicas surgiam em nossos cérebros, metabolizadas por álcool, drogas ou pelo puro êxtase da experiência de ouvir Bowie no quarto, na boate, na rua, na casa de amigos... A estranheza quase decadentista de Bowie – uma decadência romântica reinventada, metalizada, futurística, don’t believe in modern love –, a estranheza felina dos olhos heterocromáticos, o olhar que invita ao lust, à entrega: façamos uso sexo-político-estético dos nossos corpos.
Oh we can beat them, for ever and ever. 01
Diego Paleólogo Assunção é pós-doutorando na ECO-UFRJ, com pesquisa sobre as questões de representação do corpo, alteridade, monstruosidades, estética e política; sexualidades disruptivas no cinema de terror; futuros imaginários e o apocalipse; teoria queer, erotismo, violência e ficção científica. 12
a jornada do heroi
De Bowie,
Editorial de Moda, Zona Norte Etc.
Leticia Gicovate Berlim não obedece à temporalidade cafona que rege o mundo. Berlim está acontecendo agora em todos os tempos, te obrigando a encarar buracos de outras guerras, percorrer caminhos retos rumo ao absurdo da história, tropeçar em garrafas que moram lá no fundo, dançar até que não haja mais sol, até que não haja além do que se quer escapar. E recomeçar. Em 1976, aos 30 anos, David Bowie chegou dividido em muitos na cidade dividida em duas, lá descansou de caras, nomes e vícios, e se reinventou na forma dele mesmo. Sem nenhuma outra camada alegórica, ele voltou a ser um cara comum, nobody people, estranho e genial como tantos outros que lhe cruzavam pelas esquinas de Schöneberg. Bowie não chamava atenção no lugar onde quase tudo beirava o surreal, flanava tranquilo, dançava novos ritmos e reconstruía sua lucidez de frente pro muro que não lhe aprisionava, mas protegia, fumando o mesmo cigarro e produzindo sem parar. Entre as avenidas largas de Brecht, Kirchner e Dietrich, ele se curou da ressaca de L.A., estudou, atuou, pintou, converteu barulhos internos em som de máquina, restaurou a carreira do amigo Iggy Pop e criou com a mãozinha de Brian Eno uma obra genial. A Berlin Thrilogy traduz não só uma nova sonoridade, influenciada pelos ecos e ruídos da cidade que o habitava, como também uma nova narrativa, estranha, solitária e monumental. Juntos, Low, Heroes e Lodger seguiriam lembrados por ele como seus discos preferidos, seu DNA. FICHA TÉCNICA Criação e Execução: Zona Norte Etc Produção Executiva: Carol Rabello Direção Criativa: Igor Frossard Fotografia e Edição: Bléia Campos Assistência de Fotografia: Fabiano Albergaria e Nanda Attianezi Styling e Produção de Moda: Nathália Cherém Assistência de Produção de Moda: Camila Morais Beleza: Leo Ferreira Assistência de Beleza: Fernanda Suzz Modelos: Pedro Marques, Clarissa Ribeiro, Tago Oli Agradecimentos: Estúdio Mundo Novo, Jacaré Moda, Fragmentos Vintage, Melissa, Fernando Cozendey e Press Pass
O Zona Norte Etc. mostra como a moda é interpretada pelas mais diversas personalidades que circulam pela zona norte do Rio de Janeiro.
Berlim é uma cidade generosa, que acolhe derrotados, sonhadores e perdidos com a mesma vontade, oferece uma cerveja quente, um chão frio e os melhores dias da vida de qualquer um. E foi para lá que ele voltou, como anunciou no seu elegante epílogo, pra vagar entre mortos e vivos, entre cacos e brilhos, Ost und West. Pra sempre à frente do seu tempo, perdido no tempo, em qualquer tempo desses que acontecem agora, pelas ruas de Berlim.
Letícia Gicovate é escritora, editora da revista de arte erótica Nin, apaixonada por David Bowie e Berlim. 13
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Onde esta Bowie? Em tudo!
Conexoes tempoespaciais de Bowie Carol Althaller
Tom Leão Dizem que Elvis is everywhere. Na verdade, quem está em toda parte mesmo (e continua), nos últimos 40 anos, é David Bowie. Ele estava nos shows, na Inglaterra, no começo dos anos 1970, que foram vistos por milhares de humanos em formação, que acabaram encontrando um caminho a seguir (seja mudando de vida e visual, seja montando uma banda, como fez o jovem Ian Curtis, cantor do Joy Division, que saiu de um desses shows direto com esse intento); está numa musica do Kraftwerk (Trans-Europe Express), citado ao lado de Iggy Pop, com quem passou temporada detox em Berlim; na letra da musica Major Tom, one hit wonder do alemão Peter Schilling; em ideias, influências e citações de bandas como Blondie, Nine Inch Nails (é como um mentor pra mim, disse Trent Reznor), Muse, The Killers (Changes é a música da minha vida, declarou Brandon Flowers), Depeche Mode, Bauhaus (que não apenas regravou Ziggy Stardust, como o vocalista Peter Murphy, era uma versão dark de Bowie), Placebo, The Cure (seu trabalho teve um grande impacto em mim, como o de nenhum outro artista, revelou Robert Smith), Pixies, Arcade Fire (que o carregou para o disco e clipes do álbum Reflektor) e tantas mais; na maquiagem de Lady Gaga, na cenografia de palco de Kanye West, nos figurinos e nas transformações de Madonna; no apadrinhamento da cena neo romântica inglesa (com Steve Strange e Boy George fazendo figuração no clip de Ashes To Ashes), citado por Kevin Bacon numa cena de Footloose, na minha cabeça, quando resolvi encarar uma persona como DJ de musica eletrônica viajante, e escolhi o codinome Ziggy (eu, sendo o próprio Major Tom, na imaginação).
E, como ja disse Bono Vox, do U2: o que Elvis foi para os Estados Unidos, Bowie foi para o Reino Unido e a Irlanda.
Em tempos de realidades complexas e grandes incertezas, o presente de razão sensível nos traz uma nova percepção do que é o novo e inúmeras formas de revisitar o velho. São alterações nos modos de perceber, fruto da atenção fragmentada e da perda de referências nesse turbilhão de informações. Projetar o futuro no meio de tantas informações é enxergar visões desejáveis de cenários que queremos construir. É sobre entender preocupações atuais e nos propor a resolvê-las a partir do nosso repertório e da nossa curadoria de informação. É a nossa chance de criar versões alternativas da história a partir da nossa interpretação. E isso é mágico. Ser transitório no fluxo do tempo-espaço torna as nossas narrativas fluidas ainda mais ricas e nos permite maior subjetividade, dando espaço para as nossas vontades – que são inúmeras – coexistirem. Olhar para o que podemos ser em meio aos significados das conexões da cultura digital é ainda mais potente, o que nos permite acessar o imaginário de milhões de pessoas em rede. Esse cenário serve como base para uma ruptura constante que se torna natural, e passa a exigir de nós enorme resistência para lidar com essas novas estruturas sociais – até mesmo para os nativos de uma sociedade digital, acostumados com versões performáticas das suas realidades sempre à mostra e com narrativas ficcionais das suas vidas cotidianas. Um comportamento muito similar à forma como David Bowie criou a sua narrativa. Os seus personagens desafiaram o status quo e permitiram que ele fosse quem queria ser, contando histórias que refletiam mundos além dos nossos em que ele queria viver – e não seria isso prever o futuro? Bowie aprendeu a (con)viver num mundo de fantasia que criou para si mesmo, explorando seus processos criativos de modo que se tornou um ícone sempre com uma abordagem anárquica da vida, sendo uma multiplicidade de eus que se coabitam e constroem. A sua individualidade, a sua originalidade e a sua autenticidade influenciaram a cultura popular, o teatro, a música, a moda, a arte e o design de maneira conceitual e visual, nos ajudando a construir um futuro questionador, autêntico e versátil. Repensar a trajetória de Bowie de forma cultural, futurística, histórica, política e estética é entender sua potência criativa e, mais do que isso, entender que vivemos e sentimos a partir do nosso encontro com o outro, mas, que nesse caso, os outros são um só, David Robert Jones.
Tom Leão é jornalista e crítico musical, comentarista de cultura da GloboNews. Editou, por 22 anos, a coluna de cultura alternativa Rio Fanzine, no jornal O Globo (1988-2010). Atualmente, é colunista cultural fixo do canal GloboNews, onde participa do programa diário Estúdio I e também do jornal Globonews. 15
Carol Althaller é professora de Pesquisa e Análise de Tendências no IED-RIO. Atuou em organizações como WGSN, FLACCX e Olabi, e também atuou como antena local no Brasil na rede de institutos globais de pesquisa como Futures Company, Mindshare e LS:N. 16
Do tempo, fez-se Bowie Cristiano Castilho
David Bowie e o Brasil, Podcast, Ricardo Schott. Artistas são obcecados. O alvo da fixação varia, assim como o resultado: melancolia, êxtase, compaixão, discursos políticos como canção. A obsessão de David Bowie era com o tempo em sua forma mais ampla de compreensão – cronológico e psicológico, como também político e cultural. Bowie não era um camaleão. Em uma velocidade artística sobre-humana, Bowie perseguiu o futuro antes mesmo de termos notícias sobre ele. Doava-se para nos apresentar o novo e suas intrínsecas transgressões. Ricardo Schott é jornalista e radialista: cobre música para o jornal O Dia, apresenta o programa Acorde na Rádio Roquette-Pinto e edita o site www.popfantasma.com.br. Já foi repórter das revistas Bizz e Billboard, e dos jornais International Magazine e Jornal do Brasil.
Sem a arrogância velada que marcou ao menos quatro gerações de músicos pelas quais transitou, a fama foi seu atalho para a imortalidade. Fame é dos anos 1970, mas não é preciso revisitar sua carreira para saber que seus personagens sempre existiram e personificaram seu espírito do tempo particular: o deus do rock Ziggy Stardust. Ou o frio e distante Thin White Duke. O mais puro deles foi o último: cara limpa, na cama de uma espécie de hospício caseiro, alcançou finalmente o tempo, a estrela negra, e não titubeou ao fazer das experiências de quase morte e da certeza do fim sua última obra. Mais que qualquer outro, David Robert Jones encarnava o que vivia – isso é belo, mas assusta. Cultuava um esforço contínuo para se reinventar e transformar suas percepções quase visionárias em folk, rock, funk, jazz e distopias: foi em 1969 que ele abandonou a escola e abriu as cortinas com Space Oddity, balada sobre a história de Major Tom, um astronauta que se perde no espaço. Isso é punk.
Blackstar, Gifs, Igor Abreu.
Igor Abreu é desenvolvedor, pesquisador em arte digital e arte eletrônica. Integrante do Grama, estúdio de programação criativa, criou instalações interativas para eventos como Amostra Grátis, Circo Digital e Mola.
Durante a maior parte deste século, Bowie esteve fora de alcance. Depois de um ataque cardíaco em 2004, os menos crentes na inquietação que há em ser uma só pessoa desconfiaram de seu adeus: porque estaria o inglês aposentado, fisicamente exaurido, após desapegar-se de vícios diversos que o fizeram brilhar ao mesmo tempo em que o estragaram. Mas, exatamente nesse período, figuras como Lady Gaga, embaladas em um glam teatral e de gênero ambíguo, assumiram a ponta de lança do pop. Era Bowie desencarnando em vida. Sua obsessão com o tempo nos proporcionou novas narrativas e novos conceitos artísticos. A estatura de Bowie na história da música está ligada à sua capacidade de unir rock e arte, música e devaneios escapistas, moda e comportamento. O inglês nos mostrou planetas em que gostaríamos de estar, nos apresentou pessoas irreais com as quais gostaríamos de interagir, e paixões pelas quais teríamos a obrigação de lutar. David Bowie alterou o eixo da cultura porque, sem preconceitos, entendia a vida como um grande momento de criação. Sua epifania durou 69 anos.
Cristiano Castilho é jornalista e produtor na Rádio Educativa, de Curitiba, editor do blog Pista 1, do portal Bem Paraná, e colaborador da VICE Brasil. 17
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apenas um gigolô. foto: divulgação.
filmes
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medias e curtas Empty
Empty, EUA, 2000, 4 min
Direção e roteiro: Tony Oursler Elenco: David Bowie
Colaboração entre Bowie e o artista visual Tony Oursler, foi concebido inicialmente como parte de uma instalação multimídia. Aqui, a cabeça colorida de Bowie flutua em um fundo preto, recitando texto escrito por Oursler, que dá continuidade à exploração do uso da fala a partir da narrativa do fluxo de consciência.
do cantor, prometendo apresenta-la a seu ídolo. No dia do show, Vic invade o camarim do músico e o convence a vir falar com Dream. Ao final da apresentação, Screaming Lord Byron aparece para falar com a mocinha, mas os dois rapazes terão uma surpresa para Vic. Neste filme criado para promover seu single “Blue Jean”, Bowie interpreta os dois personagens masculinos principais
Pierrot in Turquoise or The Looking Glass Murders
Pierrot in Turquoise or The Looking Glass Murders, Reino Unido, 1970, 27 min
Direção e roteiro: Michael Armstrong Produção: Olive Negus-Fancey Direção de fotografia: Ousama Rawi Montagem: Julian Hindson Trilha sonora: Noel Janus Elenco: David Bowie e Michael Byrne
Um artista em crise é assombrado por um fantasmagórico rapaz que parece ter saído de um de seus quadros. Um estudo da realidade ilusória da mente esquizofrênica de um artista no momento de criação.
Direção: Brian Mahoney Roteiro: David Bowie e Lindsay Kemp Produção: Lindsay Kemp Elenco: David Bowie, Jack Birkett, Lindsay Kemp, Annie Stainer e outros
Em uma pantomima, Pierrot busca vingança quando Colombina, apaixonada, o troca pelo Arlequim. Versão curta feita para a televisão escocesa de apresentação teatral que estreou em dezembro de 1967 no Oxford New Theater.
the image, written and directed by michael armstrong. foto: divulgação.
The Image
The Image, Reino Unido, 1969, 13 min
The Snowman
The Snowman, Reino Unido, 1982, 26 min
Jazzin’ for Blue Jean
Jazzin’ for Blue Jean, Reino Unido, 1984, 20 min
Direção: Julien Temple Roteiro: Terry Johnson Produção: Lana Topham e Paul Flattery Direção de fotografia: Oliver Stapleton Montagem: Richard Bedford Trilha sonora: David Bowie Elenco: David Bowie e Louise Scott
O desajeitado Vic tenta conquistar a jovem Dream convencendo-a de que é amigo íntimo do rockstar Screaming Lord Byron. Para provar que fala a verdade, ele a convida para um show 21
Direção: Dianne Jackson Roteiro: Raymond Briggs Produção: John Coates Montagem: John Cary Trilha sonora: Howard Blake Elenco: David Bowie
James reencontra um cachecol no sótão da casa onde passou a infância. Ele relembra então de quando era menino e criou um boneco de neve que ganhou vida e o levou para conhecer o Papai Noel. Versão animada para a televisão do conto infantil de Raymond Briggs. Bowie aparece na abertura, como o James adulto. 01
longas Absolute Beginners
Absolute Beginners, Reino Unido, 1986, 108 min
Direção: Julien Temple Roteiro: Richard Burridge Produção: Chris Brown e Stephen Woolley Direção de fotografia: Oliver Stapleton Montagem: Gerry Hambling Trilha sonora: Gil Evans Elenco: Eddie O’Connell, Patsy Kensit, David Bowie, James Fox e outros
Na Londres do fim dos anos 1950, o jovem fotógrafo Colin, de 19 anos, está apaixonado pela modelo Crepe Suzette, mas seu relacionamento está diretamente ligado à ascensão dela no mundo da moda. A fim de chegar à fama, Colin se envolve com um popular promoter. Enquanto isso, nas redondezas de seu bairro, a tensão racial fica ainda mais acirrada. Baseado no romance de Colin MacInnes.
Apenas um gigolô
Just a Gigolo, Alemanha Ocidental, 1978, 102 min
Direção: David Hemmings Roteiro: Julius Brammer, Irving Caesar, Ennio De Concini e Joshua Sinclair Produção: Rolf Thiele Direção de fotografia: Charly Steinberger Montagem: Susi Jäger Trilha sonora: John Altman e Günther Fischer Elenco: David Bowie, Sydne Rome, Kim Novak, Maria Schell e outros
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apenas um gigolô. foto: divulgação
Ao fim da Primeira Guerra, um militar da Prússia, Paul Ambrosius von Przygodski, retorna a Berlim. Sem nenhuma habilidade além daquelas que aprendeu no exército, ele se vê incapaz de conseguir um emprego. Não demora para que ele passe a trabalhar como gigolô no bordel comandado pela Baronesa, atendendo a ricas e solitárias mulheres.
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Arthur e os Minimoys
Arthur et les Minimoys, França, 2006, 104 min
Direção: Luc Besson Roteiro: Luc Besson e Céline Garcia Produção: Luc Besson e Emmanuel Prévost Direção de fotografia: Thierry Arbogast Montagem: Karim Benhammouda, Yann Hervé e Vincent Tabaillon Trilha sonora: Éric Serra Elenco: Freddie Highmore, Madonna, Jimmy Fallon, Mia Farrow e outros
Em 1960, o pequeno Arthur, de apenas dez anos, decide ajudar a evitar que a casa de seu avô seja demolida. Para isso, ele procura a ajuda dos preciosos e pouco conhecidos Minimoys, seres minúsculos que vivem em constante harmonia com a natureza. Na versão em inglês, Bowie dubla o vilão animado Maltazard.
Basquiat – Traços de uma vida
Basquiat, EUA, 1996, 108 min
Direção: Julian Schnabel Roteiro: Julian Schnabel, Lech J. Majewski e John Bowe Produção: Joseph Allen e Peter Brant Direção de fotografia: Ron Fortunato Montagem: Michael Berenbaum Trilha sonora: John Cale e Julian Schnabel Elenco: Jeffrey Wright, David Bowie, Dennis Hopper, Gary Oldman e outros
basquiat. foto: divulgação.
A história real da meteórica ascensão do artista Jean-Michel Basquiat. Vivendo nas ruas, em uma caixa de papelão em Thompkins Square Park, o street artist é descoberto por Andy Warhol e seu universo da arte, e logo se transforma em uma estrela. Mas o sucesso cobra um preço caro, que Basquiat terá de pagar com amizade, amor e, eventualmente, sua própria vida. Neste filme, Bowie interpreta Andy Warhol.
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Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída
Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, Alemanha Ocidental, 1981, 131 min
Direção: Uli Edel Roteiro: Herman Weigel, Kai Hermann e Horst Rieck Produção: Bernd Eichinger, Hans H. Kaden e Hans Weth Direção de fotografia: Jürgen Jürges e Justus Pankau Montagem: Jane Seitz Trilha sonora: Jürgen Knieper e David Bowie Elenco: Natja Brunckhorst, Thomas Haustein, Jens Kuphal, Rainer Wölk e outros
A jovem Christiane F. vive com sua mãe e sua irmã mais nova em um grande prédio na Berlim dos anos 1970. Ela está fascinada pela The Sound, a nova boate, e convence alguns amigos a levá-la a uma festa lá, mesmo sendo menor de idade. Na festa, ela conhece Detlef, que a introduz no mundo das drogas. Pouco a pouco, a menina vai afundando cada vez mais nesse universo. Baseado em uma história real. Neste filme, Bowie assina canções que fazem parte da trilha sonora e interpreta a si mesmo em um show que a protagonista vai assistir.
Everybody Loves Sunshine
Everybody Loves Sunshine, Reino Unido, 1999, 97 min
Direção e roteiro: Andrew Goth Produção: Joanne Reay Direção de fotografia: Julian Morson Montagem: Jeremy Gibbs Trilha sonora: Nicky Matthew Elenco: Rachel Shelley, Clint Dyer, David Baker, David Bowie e outros
Em Manchester, gangues estão em guerra. Dois líderes, Ray e Terry, primos e amigos de infância, acabam de sair da cadeia. Ray quer deixar a vida de gângster de lado e está apaixonado por Clare, mas Terry, guiado por uma obsessão para além da amizade, está determinado a não deixar que Ray abandone a gangue.
eu, christiane f., drogada e prostituída. foto: divulgação.
Fome de viver
The Hunger, Reino Unido/EUA, 1983, 97 min
Direção: Tony Scott Roteiro: Ivan Davis e Michael Thomas Produção: Richard Shepherd Direção de fotografia: Stephen Goldblatt Montagem: Pamela Power Trilha sonora: Howard Blake, Denny Jaeger e Michel Rubini Elenco: Catherine Deneuve, David Bowie, Susan Sarandon, Cliff De Young e outros
iriam se mantém viva e bela através dos séculos com o sangue de seus amantes. Em retribuição, os rapazes e M as moças que se envolvem com ela não envelhecem. No entanto, John, seu atual parceiro, está envelhecendo extremamente rápido e sua expectativa de vida é de apenas 24 horas. Desesperado, ele procura a ajuda da médica Sarah, uma especialista em envelhecimento prematuro. 01
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Furyo, Em nome da honra
Merry Christmas, Mr. Lawrence, Reino Unido/Japão/Nova Zelândia, 1983, 123 min
Direção: Nagisa Oshima Roteiro: Nagisa Oshima e Paul Mayersberg Produção: Jeremy Thomas Direção de fotografia: Toichiro Narushima Montagem: Tomoyo Oshima Trilha sonora: Ryuichi Sakamoto Elenco: David Bowie, Tom Conti, Ryuichi Sakamoto, Takeshi Kitano e outros
Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, vários soldados britânicos estão confinados em um campo de prisioneiros no Japão. O acampamento é comandado por um oficial japonês com uma firme crença na disciplina, na honra e na glória, e que vê os britânicos como um bando de covardes.
O grande truque
The Prestige, EUA/Reino Unido, 2006, 130 min
Direção: Christopher Nolan Roteiro: Jonathan Nolan e Christopher Nolan Produção: Emma Thomas, Aaron Ryder e Christopher Nolan Direção de fotografia: Wally Pfister Montagem: Lee Smith Trilha sonora: David Julyan Elenco: Hugh Jackman, Christian Bale, Michael Caine, Scarlett Johansson e outros
Na Londres do século XIX, dois amigos ilusionistas e mágicos, Alfred Borden e Rupert Angier, acabam construindo uma rivalidade que se estende ao longo dos anos e que se transforma em obsessão. Não demora para que essa batalha por supremacia cause resultados inevitavelmente trágicos.
O homem que caiu na Terra
The Man Who Fell to Earth, Reino Unido, 1976, 139 min
o grande truque. foto: divulgação.
Direção: Nicolas Roeg Roteiro: Paul Mayersberg Produção: Michael Deeley e Barry Spikings Direção de fotografia: Anthony Richmond Montagem: Graeme Clifford Trilha sonora: John Phillips Elenco: David Bowie, Rip Torn, Candy Clark, Buck Henry e outros
O alienígena humanoide Thomas Jerome Newton chega à Terra com a missão de levar água a seu distante planeta natal, que vive uma seca catastrófica. Usando a tecnologia avançada de seu planeta para patentear muitas invenções na Terra, Newton, auxiliado pelo advogado Oliver Farnsworth, fica milionário como líder de um conglomerado tecnológico, e ainda vive um relacionamento com a camareira Mary-Lou.
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Il mio West
Il mio West, Itália, 1998, 97 min
Direção: Giovanni Veronesi Roteiro: Giovanni Veronesi e Leonardo Pieraccioni Produção: Vittorio Cecchi Gori e Rita Cecchi Gori Direção de fotografia: José Luis Alcaine Montagem: Cecilia Zanuso Trilha sonora: Pino Donaggio Elenco: Leonardo Pieraccioni, Harvey Keitel, David Bowie, Sandrine Holt e outros
Depois de 20 anos, o lendário pistoleiro Johnny Lowen volta para casa para rever o filho, que é médico, casado e tem horror à violência. A chegada de Jack Sikora, inimigo de Johnny, em busca do duelo final, acaba com o sossego da cidade.
Labirinto – A magia do tempo
Labyrinth, EUA/Reino Unido, 1986, 101 min
Direção: Jim Henson Roteiro: Terry Jones Produção: Erci Rattray Direção de fotografia: Alex Thomson Montagem: John Grover Trilha sonora: Trevor Jones Elenco: David Bowie, Jennifer Connelly, Toby Froud, Christopher Malcolm e outros
il mio west. foto: divulgação.
Frustrada por ter de cuidar do irmão caçula enquanto seus pais estão fora, a adolescente Sarah sonha em se livrar da criança, que não para de chorar. Atendendo a seu pedido, o Rei dos Duendes, personagem de um dos livros de Sarah, ganha vida e sequestra o bebê. Arrependida, a menina terá de enfrentar um labirinto e resgatar o irmão antes da meia-noite para evitar que ele seja transformado em um duende.
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O pirata da barba amarela
Yellowbeard, Reino Unido, 1983, 97 min
Direção: Mel Damski Roteiro: Graham Chapman, Peter Cook, Bernard McKenna e David Sherlock Produção: Carter De Haven Direção de fotografia: Gerry Fisher Montagem: William H. Reynolds Trilha sonora: John Morris Elenco: Graham Chapman, Peter Boyle, Cheech Marin, Tommy Chong e outros
O infame pirata Barba Amarela procura, há anos, um cobiçado tesouro. Agora, preso por seus crimes, ele é o detentor da única pista sobre seu paradeiro: um mapa no qual as autoridades e os outros piratas desejam pôr as mãos. A Marinha Britânica permite que ele escape da prisão com o objetivo de segui-lo até a riqueza.
Reação colateral
August, EUA, 2008, 88 min
Direção: Austin Chick Roteiro: Howard A. Rodman Produção: Charlie Corwin, Josh Hartnett, David Guy Levy, Clara Markowicz e Elisa Pugliese Direção de fotografia: Andrij Parekh Montagem: Pete Beaudreau Trilha sonora: Nathan Larson Elenco: Josh Hartnett, Naomie Harris, Adam Scott, Robin Tunney e outros
Em agosto de 2001, um mês antes dos ataques de 11 de setembro, dois irmãos brigam para manter sua próspera companhia em Wall Street. Tom tem sua vida pessoal afetada pelas dificuldades na empresa e tenta, a todo custo, salvar não somente seu relacionamento com Sarah como sua própria companhia, mesmo que isso signifique ir contra os interesses de seu principal investidor, Ogilvie.
Um romance muito perigoso
Into the Night, EUA, 1985, 115 min
um romance muito perigoso. foto: divulgação.
Direção: John Landis Roteiro: Ron Koslow Produção: George Folsey Jr. e Ron Koslow Direção de fotografia: Robert Paynter Montagem: Malcolm Campbell Trilha sonora: Ira Newborn Elenco: Jeff Goldblum, Michelle Pfeiffer, Richard Farnsworth, Bruce McGill e outros
Cansado após ficar muitas noites ser dormir, ter um emprego medíocre e ser traído pela esposa, um homem sai dirigindo pelas ruas de Los Angeles. Por acaso, uma mulher muito bonita pula na frente do carro dele e, juntos, embarcam em uma perseguição.
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Romance por interesse
The Linguini Incident, EUA, 1991, 108 min
Direção: Richard Shepard Roteiro: Tamar Brott e Richard Shepard Produção: Sarah Jackson e Arnold Orgolini Direção de fotografia: Robert Yeoman Montagem: Sonya Polonsky Trilha sonora: Thomas Newman Elenco: Rosanna Arquette, David Bowie, Eszter Balint, Marlee Matlin e outros
Lucy é uma mágica frustrada, mais especificamente uma escapista, e está obcecada em se tornar uma versão moderna e feminina de Harry Houdini. Ela coleciona artefatos do lendário mágico e aguarda sua grande chance enquanto trabalha como garçonete em um restaurante de Manhattan. Ao lado de seu colega, o barman britânico Monte, ela arma um plano para assaltar o restaurante.
O segredo de Mr. Rice
Mr. Rice’s Secret, Canadá, 2000, 94 min
Direção: Nicholas Kendall Roteiro: J.H. Wyman Produção: Colleen Nystedt Direção de fotografia: Gregory Middleton Montagem: Ron E. Yoshida Trilha sonora: Simon Kendall e Al Rodger Elenco: David Bowie, Bill Switzer, Teryl Rothery, Garwin Sanford e outros
Owen tem 12 anos e um câncer sob controle. Assustado com a doença, o menino trata mal um amigo que tem o mesmo problema, mas com sintomas mais avançados. Agora, Owen acaba de perder seu melhor amigo, o Sr. Rice, um vizinho solitário que tinha no menino sua única companhia. O velho senhor se foi, mas lhe deixou um anel que vai levá-lo a um grande segredo, e fazê-lo enfrentar o medo da morte e as dores do crescimento.
Os soldados virgens
The Virgin Soldiers, Reino Unido, 1969, 96 min o segredo de mr. rice. foto: divulgação.
Direção: John Dexter Roteiro: John Hopkins e John McGrath Produção: Leslie Gilliat e Ned Sherrin Direção de fotografia: Ken Higgins Montagem: Thelma Connell Trilha sonora: Peter Greenwell Elenco: Lynn Redgrave, Hywel Bennett, Nigel Davenport, Nigel Patrick e outros
Um grupo de jovens soldados britânicos servindo no conflito que ficou conhecido como Emergência Malaia, que ocorreu na Malásia britânica durante a década de 1950, sonha em ganhar o amor da filha do comandante do regimento. 35
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Twin Peaks – The Missing Pieces
Twin Peaks – The Missing Pieces, EUA/França, 2014, 92 min
Direção e montagem: David Lynch Roteiro: David Lynch e Robert Engels Produção: Angelique Perez e Sabrina S. Sutherland Direção de fotografia: Ron Garcia Trilha sonora: Angelo Badalamenti Elenco: Sheryl Lee, Ray Wise, Mädchen Amick, Dana Ashbrook e outros
Prequel da série Twin Peaks, sobre o assassinato da jovem Laura Palmer, ressignificando o longa-metragem Twin Peaks – Os últimos dias de Laura Palmer a partir de material não usado no filme de 1992.
Twin Peaks – Os últimos dias de Laura Palmer
Twin Peaks: Fire Walk with Me, EUA/França, 1992, 135 min
twin peaks - os últimos dias de laura palmer. foto: divulgação.
Direção: David Lynch Roteiro: David Lynch e Robert Engels Produção: Gregg Fienberg e Francis Bouygues Direção de fotografia: Ron Garcia Montagem: Mary Sweeney Trilha sonora: Angelo Badalamenti Elenco: Sheryl Lee, Ray Wise, Mädchen Amick, Dana Ashbrook e outros
Na cidade de Twin Peaks, a jovem Laura Palmer vive seus últimos dias entre indecisões amorosas que a levam a alternar como amantes dois colegas de escola, o problemático Bobby e o introspectivo James.
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01 01 fome de viver. foto: divulgação.
A última tentação de Cristo
The Last Temptation of Christ, EUA/Canadá, 1988, 164 min
Direção: Martin Scorsese Roteiro: Paul Schrader Produção: Barbara De Fina Direção de fotografia: Michael Ballhaus Montagem: Thelma Schoonmaker Trilha sonora: Peter Gabriel Elenco: Willem Dafoe, Harvey Keitel, Paul Greco, Steven Shill e outros
a última tentação de cristo. foto: divulgação.
Jesus Cristo, um homem comum, encarna em um Messias contraditório, frágil e perturbado, que se autoproclama filho de Deus. Suas pregações na Judeia, então colônia romana, chocam e incomodam o governo, que decide se livrar dele. Na cruz, ele imagina como seria sua existência se, ao invés de assumir o peso da salvação dos homens, tivesse levado uma vida comum com esposa e filhos.
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ciclo de ideias rio de janeiro
fortaleza
12/07 – Ciclo de Debates Gênero e Sexualidade Tema 1 – A quebra contemporânea da divisão binária dos papéis sexuais Convidados: Carina Tomaz e Bárbara Aires. Mediação: Flavia F. Silva.
11/01/2018 – Ciclo de debates sobre gênero e sexualidade Tema 1 – A quebra contemporânea da divisão binária dos papéis sexuais Convidados: Cadu Bezerra e Helena Vieira 12/01/2018 – Ciclo de debates sobre gênero e sexualidade Tema 2 – Na contramão do conservadorismo: direito ao corpo e à liberdade de expressão sexual Convidados: Ari Areia e Cadu Bezerra 14/01/2018 – Oficina de maquiagem criativa e figurino Facilitadora: Profa. Fran Pimentel
14/07 – Debate: Fama, reality shows e ultra exposição Convidados: Ana Helena Pisponelly, João Marcio Dias e Pedro de Luna. 15/07 – Imersão O Corpo como Espaço Moldável – oficina de maquiagem criativa Facilitador: Alma Negrot 19/07 – Ciclo de Debates Gênero e Sexualidade Tema 2 – A sexualidade em trânsito, na mão contrária do conservadorismo Convidados: Sharlenn Carvalho e Tyaro Maia. Mediação: Flavia F. Silva. 21/07 – Debate: Estilo vanguardista de Bowie Convidados: Carol Althaller e Carol Rabello. 26/07 – Ciclo de Debates Gênero e Sexualidade Tema 3 – A exposição como forma de luta pelo direito ao corpo e à liberdade de expressão Convidados: Rafaela Monteiro e Jeosanny Kym (Xota-K). Mediação: Flavia F. Silva. 28/07 – Debate: Cérebro, Drogas e Rock’N’Roll Convidados: Prof. Dr. Erick Conde, Prof. Dr. Tiago Arruda Sanchez e Prof. Dr. Daniel Mograbi.
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curitiba 21/02/2018 – Debate: Berlim e a influência da cidade na obra de Bowie Convidados: Abonico Smith e Hermes Pons 23/02/2018 – Debate: O milenar interesse do ser humano por substâncias psicoativas e sua relação com a contracultura. Convidados: Alessandro Andreola e Cassiano Fagundes
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ficha tecnica
agradecimentos
Realização SARAGUINA FILMES
Registro Videográfico rj GUILHERME GUERREIRO
Curadoria e Coordenação Geral ROBERTA SAUERBRONN
Assessoria de Imprensa AGÊNCIA GALO
Coordenação de Produção RENATA BORGES
Assessoria Jurídica FLAVIO POUGY - POUGY, TUPINAMBA, MEDEIROS ADVOGADOS
Coordenação Executiva ROBERTA SAUERBRONN RENATA BORGES
Estratégia de Conteúdo e Branding MARCEL COTRIM
Produção Local Rio THUANNY suckow
Legendagem Eletrônica e Descritiva 4 ESTAÇÕES
Coordenação Editorial GISELE ANDRADE JOÃO CÂNDIDO ZACHARIAS ROBERTA SAUERBRONN
Tradução Juramentada ALLIANCE TRADUÇÕES
Pesquisa e Produção de Cópias JOÃO CÂNDIDO ZACHARIAS Coordenação do Ciclo de Ideias GISELE ANDRADE - ILUMINURA IDEIAS E IDEAIS Revisão GISELE ANDRADE Direção de Arte JULIA LIBERATI Vinheta DANIEL TUMATI JULIA LIBERATI 45
Libras EDUCALIBRAS Gráfica CALÇADA SINALIZAÇÃO
Às nossas famílias e aos nossos amigos. Aos autores, produtores e distribuidores que gentilmente cederam os filmes para a mostra, e a todos os profissionais e artistas que tão generosamente enriqueceram o projeto com seu trabalho.
Joshua Sinclair Julien Temple Jurubeba Produções Kate Lyra Lisa Thomas
Adriano Lirio
Marcelo da Gang
Aleques Eiterer
Marina Coutinho Lemos
Alessandra Castañeda
Natalia de Castro
Ana Bielschowsky
Pedro Rodriguez
Andre Gavazza
Pete Gassman
Brian Belovarac
Rebecca Berry
Bruna Brasil
Renata Than
Christian Caselli
Rita Fisher
Cleneide Rosa
Roberta Pate
Colleen Hardwick
Rodrigo Fonseca
Cristina Cavallo
Rosane Amora
Dan Sullivan
Simon Knight
Daniel Araújo
Socorro Acioli
Eduardo Cantarino
Steve Solot
Flávia Souza
Tatiana Menezes
Gustavo Scofano
Victoria Barrell
Joana Guedes Galetti
Wagner Fester
Joanne Reay
Zachary C. Hunchar
John McKenna
Zoe Guilford
José Camarano 46
Caixa Cultural Rio de Janeiro Rua Av. Almirante Barroso, nยบ 25, Centro Rio de Janeiro. (21) 3980-3815 11 a 30 de julho de 2017 Caixa Cultural Fortaleza Rua Pessoa Anta, nยบ 287, Praia de Iracema Fortaleza (85) 3453-2770 10 a 14 de janeiro de 2018 Caixa Cultural Curitiba Rua Conselheiro Laurindo nยบ 280, Centro Curitiba (41) 2118-5111 20 a 28 de fevereiro de 2018
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o homem que caiu na terra Ret ro spe ctiva de film e s co m David Bowie
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