Sarcasmo Raro Magazine 003

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NESTA EDIÇÃO PARTO-ME 04 O PARTO 06 O BATISMO 08 BEM-VINDO... 16 EM NÓS

AGRADECIMENTOS Ao “O Teatro Mágico” e todos vocês, pelo reconhecimento e pelas opiniões sobre a nossa revista. A SR Magazine #3 é dedicada à todos vocês! Obrigado!

EDITOR CHEFE Rodrigo Berton EDITORES Maely Freitas Rodrigo Berton REDATORES Maely Freitas Rodrigo Berton Weber Lazotti 03

PROJETO GRÁFICO Rodrigo Berton Weber Lazotti FOTOS Rodrigo Berton EDIÇÃO Nº003 SETEMBRO DE 2011


EDITORIAL

PARTO-ME! 04


E assim o Segundo Ato partiu. Sim, vai deixar saudade. Tanto ou mais que o Entrada Para Raros. E de nossa parte a pergunta que fica é: Não falamos que valeria a pena confiar? E é tão emocionante pra gente poder, mesmo que de uma maneira pequena, às vezes de longe, fazer parte disso. Hoje sabemos que em dois dias foram distribuídos mais de 20 mil CDs da Sociedade do Espetáculo. Assustador, não? Até seria... Se não conhecêssemos a força avassaladora dessa gente que se pinta de palhaço, mas não brinca na hora de colocar um sorriso sem fim na nossa cara! Foram meses de expectativa, de lembrar e maturar tudo o que vivemos até aqui e agora o sentimento que temos é que nós, os fãs (raruxos saltitantes) cortamos o cordão umbilical desse filho que tomamos como nosso antes mesmo que nascesse. E que delícia essa gestação! Que delícia poder saber que rodar todos os quilômetros do mundo por um show, um abraço suado, pelos ares de cada lugar dife-

rente... Tudo isso vale a pena! Só quem já teve o privilégio e a atenção necessária pra ver (e viver) tantos momentos que emocionaram tanto quem estava na platéia como quem estava no palco, sabe o que esse momento significa. Re-viver esse momento, que é também um renascimento, e perceber depois de tantos anos, tantas lutas, o amadurecimento artístico do projeto que começou tão desacreditado por tantos, que aos poucos foi crescendo e agora com o que se convencionou chamar de FIM (RISAS) é uma coisa tão forte que muitos de nós estamos literalmente em lágrimas desde alguns dias antes do lançamento definitivo. Sim, senhoras e sem dores... SOMOS FÃS! Há tanto tempo que às vezes perdemos as contas quando nos perguntam. Numa das infinitas conversas sobre o A Sociedade do Espetáculo, brincamos que numa análise bem primária essa trilogia representava a vida. Que o Entrada Para Raros seria a nossa

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infância lúdica e crédula que tudo vai ser eternamente festa e cores. E o Segundo Ato é a juventude, questionadora, atenta, rebelde, revolta e cheia de conflitos, com o mundo injusto onde pessoas vivem á margem da sociedade, seja na rua ou se submetendo às obrigações cotidianas que nos forçam a ser quem não somos de verdade. E A Sociedade do Espetáculo é enfim a hora adulta onde podemos e temos as armas pra transformar tudo isso, nossos dilemas almáticos, nossos amores não correspondidos, as repressões. A hora de olhar para o mundo e dizer: “Ei, não é assim que banda vai tocar por aqui!” Vou amanhecer de outro jeito! Vou fazer valer alguma coisa! Sim, sem horas e senhores... Como diz um cara aí que a gente ama: “É CHEGADA A HORA!” Uma nova história começa e nós recomeçamos com ela. O fim pode belo e incerto, mas na verdade é sempre um novo amanhecer. Em nós. por Maely Freitas


OSASCO

O PARTO 6


Assim como todos os fãs d’O Teatro Mágico, nós, do Sarcasmo Raro, estávamos deveras anSiosos (com S gente, com S!!!) com a proximidade do novo CD da Trupe. Ouvíamos e transcrevíamos as letras, acompanhávamos o lançamento das novas músicas, conversávamos, sempre que possível, com Deush Dudu sobre o novo “filho” e, em todas essas situações, nos emocionávamos muito (dessa vez, sem ironia) com esse clima de “O que vem por aí?”. Eis que, na manhã da véspera do “parto”, transferimos nossa redação para o Mundo Mágico de Oz. Ao som do, até então desconhecido, “A S o c i e d a d e do Espetáculo”, iniciou-se uma batalha de mais de 24 horas que contou com um bombardeio de tweets, diversas contas bloqueadas, poucas horas de sono e, mesmo assim, muitos risos. Tudo isso e mais um pouco para que a tag #ASociedade chegasse ao topo nas redes sociais e, logo após, aos ouvidos de todos os que, como nós, ansiavam por conhecer a “nova cria” da trupe. Quem acompanhou a batalha pela internet, pôde ver o que era feito através de tweets e “twitcams”. Galldino foi o primeiro a passar por lá, regeu o “Coral do Sarcasmo Raro”, foi entrevistado e nos entrevistou. Em seguida, participou Deush Dudu que, ao falar sobre o novo trabalho e sobre “Transição”, externou sua emoção, levando todos os presentes (e acredito, os espectadores), as lágrimas. Já durante a noite,

tivemos a presença de Déinha Lamego e Wallace Kyoskys, falando um pouco sobre a presença do circo no novo show, além de completar a bagunça que já fazíamos por lá. Madrugada adentro, continuamos twittando, divulgando e rindo, enquanto a ansiedade só aumentava. Algumas horinhas de sono para, na manhã do lançamento, retomar, com força total, a “militância” virtual pró #ASociedade do Espetáculo! Logo pela manhã, a hashtag #ASociedade começou ser trabalhada e, em poucos, minutos já pipocava em nossos monitores, mostrando a força da “extensão da trupe”. Pouco depois do lançamento, a constatação: NÓS ESTÁVAMOS ENTRE “TRENDING TOPICS” DO TWITTER!!! Nós do SR? Não! “Nós” d’O Teatro Mágico? Não! Todos NÓS! Nós que admiramos e acompanhamos o trabalho de Fernando Anitelli e sua trupe. NÓS que acreditamos nesse sonho e não abrimos mão dele há anos, há meses ou há dias! Como comentado no momento da “entrada” para os TT’s, ao contrário dos “300 de Esparta”, “Os 7 de Osasco”, em parceria com todos vocês, venceram a batalha, alcançaram a meta e finalizaram o “Dia do Parto” assistindo à “twitcam” da Trupe que, já no interior de São Paulo, se preparava para a estreia de “A Sociedade do Espetáculo”, que aconteceria no dia seguinte, na cidade de Ribeirão Preto. por Weber Lazotti

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RIBEIRテグ PRETO

O BATISMO 8

SENHA: WPPSR


Vocês já viram um pai que não apresenta, todo orgulhoso, o filho que veio ao mundo no dia anterior? Nós também não! E, por isso, (e também por sermos raruxos nível gold) organizamos uma van para que pudéssemos, junto com nossos companheiros de aventura, presenciar, no palco, o que já estava nos encantando desde às 11h da manhã de Segunda-feira. Pegamos a estrada e acumulamos muitas milhas nos RaruxoCard’s. Os 318 km (+/-) entre São Paulo e Ribeirão Preto foram repletos e sensações: o cheiro proporcionado pelo cultivo da cana (ECATI), um pôr do Sol maravilhoso, conversas, ansiedade e o novo CD tocando durante todo o percurso. Algumas voltas pela cidade e, à nossa frente, o Teatro de Arena de Ribeirão Preto que, ainda vazio, já mostrava a beleza que seria vê-lo cheio (e deveria ser assim sempre! É um espaço público útil e muito bonito que deve ser muito bem aproveitado!). Os últimos detalhes sendo acertados, a energia já tomando conta do lugar... os portões foram abertos. O público, aos poucos, ocupava o espaço que, em pouco tempo, estava lotado e lindo de se ver. ESTAVA CHEGANDO A HORA! Notava-se a ansiedade nos olhares, nos gestos... no som da campanhia. Era o primeiro sinal... em seguida, o segundo... e o terceiro e derradeiro. Os integrantes, um a um, sobem ao palco: Galldino, Will, Fernando Rosa, Silvio Depieri, Daniel Santiago e Rafa Black. Por último, Fernando Anitelli, o mestre de cerimônias, apresenta: SEM HORAS E SEM DORES, BEM-VINDOS A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO! Admitimos que foi muito

emocionante vê-los, pela primeira vez, ao vivo, com os novos figurinos, novo cenário e uma energia revigorada. Assim como no CD, “Além, Porém Aqui” inicia a apresentação e convoca à todos a “Acordar a coragem em si” e “semear o amor”. Se no CD é bom, ao vivo é ainda mais gostosa de ouvir! Finda a primeira música, o clima é de euforia e os próximos acordes mostram que, mesmo neste novo momento, “o poeta pena, quando cai o pano... e o pano cai”. Ao som de “Pena”, Déinha Lamego e Wallace Kyoskys apresentam seus novos figurinos e, como de costume, conduzem o levantar de braços que torna a todos “um tanto bem maiores”. Esse novo show tem de tudo e a gente se empolgou dançando o forrozinho “Nosso Pequeno Castelo”. Musiquinha romântica e gostosa de ouvir. Dica: Aprendam a dançar forró para desencalhar no show e ter o seu “namoro raro” (risas). Afinal, “No nosso livro, a nossa história é faz de conta ou é faz acontecer” é o “Já era ou já era” da raruxada! Ganhou a moça ou rapaz com o xaveco anterior? Então “Daí pra frente tudo é doce... é doce até não enjoar”! O climinha romântico se manteve e garantiu aos casais um pouquinho mais de mimimi, enquanto ao som de “Quermesse” uma fada sobrevoava o palco! Em seguida, a emoção tomou conta dos irmãos Anitelli que, no palco e na platéia, cantavam “Nesse nosso desbravar, emanemo-nos amor”, literalmente entregando-se, em “Da Entrega” (redundância pouca é bobagem). Junto conosco, estava (como sempre está) aquela que é “apta a habitar todo lugar”, que desperta em nós a necessidade de entender que tudo em nós é temporário,

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uma “Transição”. Em nós você aflora, revida e vive sempre, sempre Bela! Sempre acreditando que “Amanhã Será” um dia onde tudo poder ser igual ou diferente, dependendo das nossas posturas, Ribeirão Preto cantou que “Amanhecerá, de novo em nós”, enfrentando o Monstro que traz as opressões e intolerâncias. Depois da exaustão do protesto, a raruxada presente quis brincar um pouco e fez uma “Folia no Quarto” pra ninguém botar defeito! A folia termina, vem a música que qualquer quarto cantaria pro dono, se não fosse tão romântica: “Você me bagunça e tumultua tudo em mim”. Além disso, nos “ensina” a “aprender você sem te prender comigo”. Em “O que se perde enquanto os olhos piscam”, presenciamos um número de magia (pois é, até mágica temos neste novo show!), onde os bonecos desenvolvem uma performance de grande beleza. Mas, como mágica só é legal ao vivo, deixamos para que vocês vejam, assim que houver oportunidade! Ah! Durante a execução desta mesma música, descobrimos que São Longuinho mora em Ribeirão Preto. Pois é, ele estava passeando pela plateia e até subiu

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ao palco. A performance foi tão bem feita que o rapaz levou um tombasso antes de chegar ao palco, aprendendo, na prática, a “lição da queda”! (risas). Brincadeiras, à parte, ficou bem interessante! Interessante, também, a crítica ao mundo em que vivemos (ao desrespeito aos valores, ao meio ambiente e as escolhas pessoais) presente em “Esse mundo não vale o mundo. Um música de protesto, empolgante e de forte melodia! Ouvimos protesto, sentimos romance e, de repente, uma batida diferente e um tanto convidativa para dançar. “O Novo Testamento” fez com que a Arena se tornasse um baile e vos digo: TODOS DANÇA O VEMVAI! Passada a aguçada libido pós-funk, ouviram-se os (talvez) mais conhecidos acordes do TM e... “Enquanto houver você do outro lado aqui do outro eu consigo me orientar”. O público acompanhou lindamente o que se tornou um hino/ mantra entre os fãs da trupe, que se despedia, como sempre cantando que “Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você”. “Se despedia? Mas já?”, você, nobre raruxinho, deve estar se perguntando.


Não! Realmente, o show não acabou! A Trupe retornou ao palco, executando a parceria de Fernando Anitelli e Leoni, que fez retornar o clima “calmo” na apresentação, exaltando “que no fundo é simples ser feliz, difícil é ser tão simples”. Uma melodia leve, uma letra densa, essa é “Nas Margens de Mim”. “Liberdade”, essa é uma palavra que, literal ou figurativamente, aparece muito neste novo trabalho. Em “Fiz uma canção pra ela”, a liberdade surge como o respeito ao espaço e opiniões da amada. Uma declaração de amor, um amor sem marras, sem privação, sem limites, que termina dizendo “Vou armar, minha rede, na nuvem”. Rede esta que envolvia Déinha Lamego (“A sereia bonita da pedra mais alta está presa na rede”, foi o comentário do momento), que se libertou e a transformou em sua parceira para novas acrobacias, novos encantos e novos olhares hipnotizados. Em seguida, surge, como novos arranjos, uma “velha conhecida” do público. “Eu não sei na verdade quem eu sou” emocionou aos “mais antigos” e encantou a todos com sua leveza, além da performance da trupe, vestindo máscaras, caracterizando a dúvida

de não saber exatamente quem é. Sabe aquela música calminha, a penúltima do CD? O que ela poderia render no palco? Além de uma melodia conscientizadora, rende, também, uma performance encantadora de Déinha que não detalharemos, pois vale a pena se emocionar ao vivo. “A Sociedade do Espetáculo” é o terceiro trabalho da trupe e, com certeza, não seria o que é se não existissem os dois anteriores. Diante disso, vimos adentrar o palco o espírito enfurecido, cercando a todos e fazendo saltos mortais. Completamente “Abaçaiado”! Agora sim, a despedida. 2500 “Camaradas d’água” cantando, pulando e relembrando “O Teatro Mágico – Entrada Para Raros”. Terminava o primeiro show d’A Sociedade do espetáculo. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores shows d’O Teatro Mágico que já assistimos. espera valeu a pena! Após o show, o bate papo de costume, os abraços, os cumprimentos, as lágrimas... mas, dessa vez, com uma energia diferente, a energia de novo ciclo! Mais uma vez: “BEM-VINDOS A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO!”. por Weber Lazotti

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BEM-VINDO... EM NÓS Posso dizer que nesses tantos anos acompanhando os shows do TM, nenhum momento se igualou ao que pude presenciar, quase que com exclusividade, no show de Ribeirão Preto. Junto de outras duas pessoas, assisti e fotografei o primeiro “Obaiá” de um show da Sociedade do Espetáculo. Antes disso, pude registrar a ansiedade, nervosismo e a expectativa estampada nos rostos de todos por baixo daquelas maquiagens e roupas novas. Dar início a um novo ato é uma coisa complicada e tudo ali pareceu ter sido planejado nos mínimos detalhes e os minutos que antecediam os toques das campainhas pareciam eternidades nos brilhos dos olhos de todos que ali estavam. A equipe de som finalizava os ajustes do microfone em um Fernando agitado, concentrado e emocionado. Ao lado do Gustavo fez um chamado, quase que uma convocação para a tradicional roda do “Obaiá” que antecede as apresentações, uma última conversa antes daquilo que viria a seguir. Nesse momento procurei uma posição que eu pudesse fotografar essa passagem única. As palavras ditas por cada um deles deixarei na memória, e em porque não, em minhas lágrimas. O que eu compartilho com vocês é a fotografia feita naquele momento, aqui ao lado, a 16

mesma que foi utilizada para a capa dessa edição especial. Ao fim do show, que vocês devem ter lido no competente trabalho de nossa equipe, desci novamente ao camarim para registrar novos momentos, novas emoções. Vi abraços com lágrimas de alívio, soluçantes, mas com a sensação de dever cumprido e bem cumprido. Já havia visto o Fernando emocionado algumas vezes nesses últimos dias, mas imagino como deve ter sido o momento reservado dele com sua trupe, já que no abraço que eu recebi, logo pude perceber o quanto ele estava a flor da pele com tudo o que havia acontecido no pouco mais de duas horas de apresentação de sua Sociedade do Espetáculo. O que posso dizer à vocês, nossos leitores e amigos, em nome da Equipe do Sarcasmo Raro é que quem tiver a oportunidade de ir o quanto antes ao novo show que vá. Será uma experiência nunca antes vista em nenhum evento ligado ao TM. E ao Teatro Mágico, deixo aqui um grande abraço de agradecimento. Por nos permitir fazer “parte do parto”, pelo carinho de sempre e principalmente pelo respeito. Muito sucesso nesse novo caminho que se inicia, estamos juntos e vocês podem contar sempre com a gente. por Rodrigo Berton


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PRÓXIMA ATRAÇÃO

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“A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO” O SHOW DE LANÇAMENTO!


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