Familia montgomery 02 harmonia da familia (rev pl)

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Série: Família Montgomery

HARMONIA DA FAMÍLIA Family Harmony

J. J. Massa

Disponibilização: Safira Tradução e pré-revisão: Jaqueline de Wylson Revisão Inicial: Glória P. Revisão Final: Rose Formatação: Rose


Informação da série: 01 - Acting like family – Em revisão 02 - Family Harmony - Distribuído 03 - A Family Portrait – A revisar 04 - Managing a Family – Na lista 05 - Family Doctor – Na lista


Resumo Lakon Montgomery tentou evitar Mya Brooks, a bela inglesa que tinha a voz de um anjo, mas não pode resistir. Ela estava destinada a ser sua companheira e ele foi incapaz de se conter, mas quando estava chegando mais perto dela, seu irmão e seu próprio instinto primitivo a assustou. O que terá que fazer para recuperá-la? Será que a família dela e a dele, irão mantê-los separados para sempre? Com Mya fora de alcance, como Lakon a protegerá do mal que a persegue?

Conheça Lakon Montgomery

Idade: 27 Profissão: Cantor / Compositor / Beta Cor do cabelo: Loiro Cor dos olhos: Verde Esmeralda Altura: 1,88 Espécie: Lobisomem Lakon parece descontraído e brincalhão. Ele é amigo de todos. Pelo menos é o que muita gente pensa. É criativo, divertido e engraçado, até alguém cruzar seu caminho. Tem o corpo de um deus grego, a personalidade do sexo quente


em lençóis de cetim e vai matar qualquer homem que cometer o erro de perambular muito perto das pessoas que ele ama. Como seu irmão Riker, é dedicado a sua família. Ele é passional no amor, rápido para atacar e faz os dois com muita competência.


Capítulo 1

Verizon Wireless Anfiteatro Praia Virginia, Virginia Beach, VA Às 05:30, Lakon Montgomery estava no meio de um ensaio do seu

atual

sucesso,

quando

algo

chamou

sua

atenção.

Especificamente, uma forma perfeita atraiu seu olhar, estava coberta por uma calça jeans, que marcava a sua linda nádega feminina. Ele estava com seu coração preso à sua guitarra, quando a jovem saiu detrás de um alto-falante enorme. O vocalista da banda que fazia a abertura aproximou-se, observando a direção do seu olhar. —Não se incomode com ela, grandão. Ela não lhe dará nem um minuto de atenção. — O homem riu dele balançando a cabeça. Quando Lakon moveu seus olhos novamente para a garota, ele viu um homem jovem e bonito ajudando-a. O rapaz e a moça tinham uma forte semelhança um com o outro. —Vamos lá, Luvvie, vamos para a praia e ver quem de nós consegue tirar a roupa e causar um acidente. — O jovem sugeriu. —O perdedor compra a bebida, certo? — A menina riu. —Acho que é melhor você estabelecer um limite de preço, para não se embriagar, hein? — Ele deu uma cotovelada nela, pegando sua mão. —Acho que é melhor você começar por seu maior par de


meias, não? —Ela lhe deu uma cotovelada de volta. Quando o casal se afastou, Lakon voltou para o outro cantor. —Quem era? —Ele perguntou. —Ela trabalha no som, o seu irmão nas luzes, ou vice-versa. Ei, cara, te vejo mais tarde! Estou indo com eles para a praia. Eu não posso tocar, mas pelo menos eu posso olhar. — Disse o outro homem da esquerda. Lutando com a reação do seu corpo ao imaginá-la em um biquíni sumário, Lakon ficou olhando depois que a menina saiu, inalando o cheiro intrigante que ela tinha deixado para trás.

****

Wachovia Center, Filadélfia, PA 02:30, quarta-feira Lakon ficou surpreso ao ouvir vozes quando ele e seu empresário, primo e colega lobo, Yancey Livingston, entraram na sala de concertos. Eles estavam caçando em sua primeira noite na Filadélfia e tinham acabado de voltar à forma humana. Lakon tinha roupa no camarim dele e os dois pensaram que poderiam vir e passarem

despercebidos.

Geralmente,

depois

das

duas

da

madrugada, a área era abandonada. —Quem está aqui? — Lakon perguntou a Yancey, uma vez que tinha alcançado seu camarim. Eles não haviam sido vistos. —Tem que ser Mya e Myles Brooks. Eles fazem luzes, som e


cenografia. Eles escrevem um pouco também. — Yancey explicou. Ele pronunciou o nome dela, Mya. —Gostam de trabalhar quando ninguém está por perto. Eles são bons. Quer que saibam que estamos aqui? —Não. — Respondeu Lakon. —Eu sempre quis ver como descobrem as cores que precisam usar. Os dois homens discretamente foram para a área do Centro de assento1, mas ficaram para trás, na escuridão. Por alguns minutos, viram e ouviram como Myles manipulava as luzes em uma cabine perto dali. Mya olhava para o teto, enquanto dançava em volta do palco chamando cores. Eles podiam ouvir a voz de Lakon que estava no sistema de som. Assistindo das sombras, Lakon não conseguia tirar os olhos da beleza morena de pequeno porte com seu longo e artístico despenteado cabelo negro, que pedia a um homem a mergulhar as mãos nele. A mulher tinha um rosto oval emoldurado por um queixo delicado, maçãs do rosto elegantes e bem formadas, sobrancelhas delicadas. Seus olhos eram de um castanho claro, cor de uísque envelhecido e cercado por cílios incrivelmente longos. Há tempos uma mulher, humana ou não, o atraía tanto. —Ok, Myles, — veio a sua voz melodiosa. — acerte-me!— Ela possuía um sotaque inglês. A voz gravada de Lakon parou e as notas de luxo de um saxofone começaram a tocar. A menina sorriu largamente e disse: —Toque a música do Sr. Montgomery; é agradável. — A música mudou para as notas de —Smooth Operator—, de Sade2 e 1 Platéia - pavimento do teatro onde ficam os espectadores. 2 Sade Adu, nome artístico de Helen Folasade Adu, é uma cantora de jazz, da banda Sade, popular no Reino


Mya levantou as mãos sobre a cabeça e cantou o primeiro verso e refrão. Suas ancas balançavam sensualmente. —Foi mágico, amor!— a moça sorriu. A música do saxofone mudou para a música mais popular de Lakon. Ela dançava em volta do palco, chamando as cores de novo e apontando. Os holofotes coloridos varreram seu corpo esguio. Finalmente, eles ouviram a voz de Myles gritando para a irmã. —Venha, vamos embora para a prisão, nós dois vamos cantar como as aves presas em gaiola3. O tilintar dos sons de risos da menina o cercaram quando ela respondeu ao Rei Lear, de Myles. —Tão quanto você assemelha a isto, meu amor: Agora vamos, da satisfação à liberdade e não à expulsão4. Ela ficou protegendo os olhos com a mão espalmada, olhando para seu irmão. —Chega, 5Pet. Agora, vamos a um bar, não é? Vamos terminar amanhã à noite. Ainda rindo, ela fez uma reverência e seguiu seu caminho para fora do palco, quando todas as luzes se apagaram. Lakon reconheceu a curva das suas nádegas do dia anterior. Ele e Yancey ficaram sentados em silêncio, esperando para ver o que iria acontecer a seguir. Eles assistiram quando um jovem homem de cabelo escuro veio através de um portal sob uma luz, de forma silenciosa. Em uma das mãos ele carregava, Lakon percebeu, um saxofone na sua caixa preta. Sua mão livre chegou para a moça e os dois se Unido. 3 Parte do Rei Lear de William Shakespeare. 4 Parte do Rei Lear de William Shakespeare. 5 Expressão carinhosa – querido (a)


dirigiram para a porta. —Eu poderia devorar um kebab6 e um prato de batatas fritas. — Ouviram Myles dizer. Lakon e Yancey ouviram quando eles gritaram para o guarda de segurança e depois deixarem o prédio. Lakon virou-se para Yancey. —Isso foi definitivamente divertido—, afirmou brandamente. —Por que não os vi antes? —Eles só saem à noite, Lake. Talvez seja mais fácil trabalhar com as luzes à noite. — Yancey pensou nisso um minuto. —Eles não se misturam muito com os outros, principalmente a menina. Myles mantém a sua distância. —Eles não são vampiros, são? — Lakon perguntou alarmado. Ele não se importaria de trabalhar com vampiros, mas gostava de saber quando estavam por perto. —Não, claro que não! Eu teria que avisá-lo, antes que eu contratasse um Vamp, você sabe disso. — Yancey ficou um pouco triste por Lakon questionar o seu bom senso. —Pare de agir como uma mulher velha, Yance, foi por uma justa causa. —Ele riu de seu primo. —Hmmph—. Yancey resmungou. Lakon riu por um minuto. —Se eles propositalmente evitam os outros, é porque estão escondendo alguma coisa. Encontre o que você puder. Vamos fazer isso novamente amanhã. —Yancey concordou e os dois voltaram para o hotel. ****

6 Prato de carne em cubinhos e vegetais grelhados no espeto


Wachovia Center, Philadelphia, PA 02:30; quinta-feira Os lobisomens estavam do lado de fora do auditório, para falarem por poucos minutos. —Ok, o que descobriu? — Lakon perguntou ao seu primo. —Não muito, Lakon. Eles fizeram um monte de biscates e estão conosco talvez há uns dois anos ou algo assim. —Yancey ficou perplexo. — Tudo que eu fiz para saber mais sobre eles se resume em um beco sem saída. Eu tenho algumas pessoas sondando sobre eles. —Eu tenho certeza de que eles não são perigosos, Yancey, mas minha curiosidade é aguçada. Vamos entrar e ver o desempenho desta noite. — Lakon deu ao seu primo um sorriso matreiro. Uma vez dentro, Lakon e Yancey encaminharam-se para os recessos sombrios da sala e se sentaram, enquanto observavam. Mya, mais uma vez, chamava as cores enquanto as músicas de Lakon tocavam. Finalmente, a voz gravada de Lakon parou. Ambos os homens ficaram chocados com o que aconteceu depois. —Ok, o trabalho acabou querida. Vamos nos divertir!— Era a voz levemente acentuada de Myles vindo de cima da cabine de som. Repercutiu em todo o auditório. —Myles você tem certeza de que não há ninguém aqui? Eu odiaria ser pega!— a voz de Mya veio falando do microfone no palco. Lakon gostou do acento britânico em sua voz rouca melódica.


Ele se perguntou o que eles estavam tramando. Ele e Yancey trocaram olhares. —Alooô!— Myles chamava. —Alooô!— ele ligou novamente. — Veja Luv, o caminho está livre. Agora, quebre meu coração! A música começou a tocar a partir de cima. Não era muito alta, pois os homens podiam claramente ouvir a voz deles. Mya tinha um sorriso no rosto. —Vamos, Pet, me machuque!— Myles chamou. Com o público sentado escondido nas sombras, uma bela e poderosa voz feminina inchou e refluiu em torno deles. As emoções da cantora encheram todos os cantos da arena. Lakon foi surpreendido com a habilidade e alcance que Mya geria com sua linda voz, a canção continuou crescendo e, em seguida, cativou seus ouvintes até o fim. Ele começou a avançar e Yancey colocou a mão em seu braço. —Espere primo. — Yancey disse a ele. Lakon viu um olhar furtivo em seu rosto, que escondia um sorriso. Yancey era muito sensível. —Eu não acho que acabou. —Obrigado, querida — Myles disse sobre os alto-falantes. — Mais um? Eu prometo que vou alimentá-la depois. Os homens ouviram Mya dar risada. —Só mais um. Ah, e eu tenho uma nova melodia para o Sr. M., que eu quero que você passe. —Tem certeza? — Ele perguntou. — Não é justo ficar para ele. —Eu tenho certeza. É sobre o próprio pensamento com sua doce mentira—. Myles soltou uma gargalhada. —Doce mentira, hein? Você não chegou a dizer testículos? Eu tenho certeza de que é uma música muito inteligente.


—O que isso significa? — Lakon perguntou a Yancey. —Nada, acho. — Veio a resposta de Yancey. —Ok, o que vou ter de você, então?— A moça perguntou ao seu irmão. —A canção de Dolly Parton que Whitney Houston gravou. — Myles disse. —Certo, se você tocar para mim. — ela respondeu. Eles ouviram dois minutos de uma sensual música de saxofone. A moça se balançava no ritmo. Quando terminou, ela gemeu. —Mmm, oh, Myles.— Ela suspirou. —Tudo bem. — Disse ele. Ele ajustou a música e Mya começou a cantar “I Will Always Love You” (Eu sempre te amarei). A moça era realmente talentosa. Ambos os lobisomens se perguntaram por que ela mantinha a voz escondida. Lakon decidiu acabar com isso esta noite. Ele estava aborrecido com sua própria voz e seus próprios shows. Ele queria agitar um pouco as coisas. —Você vai para o norte. — Ele sussurrou para Yancey, apontando para a cabine no teto. —Eu vou para o sul. — Disse ele apontando para Mya. —Eu não me importo se ela é humana ou não. Eu quero essa menina cantando com a gente. Yancey deu um aceno de concordância e saiu.


Capítulo 2

Camarim Lakon Montgomery Wachovia Center, Philadelphia, PA

Mya Brooks estremecia ao lado de seu irmão, Myles, enquanto observava Lakon Montgomery na frente dela. Ela estava tentando ouvir, mas estava muito abalada. Myles passou um braço sobre seus ombros e lhe deu um apertão. Seu chefe arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada. O homem que os contratou, Yancey Livingston, apresentou a proposta para os irmãos. Mya iria cantar uma música sozinha em cada concerto e um ou dois duetos com Lakon. Ela seria paga e teria abundância de tempo para se preparar. E ainda podia trabalhar com o irmão, se ela quisesse assim. Myles poderia ficar nas proximidades ou poderia continuar na cabine durante os shows. Ele poderia acompanhá-la no saxofone, sempre que fosse preciso. Eles viajariam com a banda, e não com a equipe. Sua posição seria mais permanente. Depois de ouvir tudo que estava sendo oferecido, Myles perguntou se ele poderia ter um minuto para falar com sua irmã. Os dois homens gentilmente permitiram-lhes espaço. Mya não sabia se ouviria algo mais com a mesma clareza do salão. Depois que eles saíram, Myles virou-se para Mya. —Eu sinto muito, querida. — disse ele. —Acho que isso


acabaria acontecendo. —Sim, Myles. Eu não sei porque pensei que trabalhar com artistas nos convinha. Era certo que seríamos descobertos. — a menina fungou. No salão, Lakon e Yancey entreolharam-se confusos. Eles estavam tão acostumados com as pessoas tentando invadir o seu negócio, que achavam estranho que uma talentosa cantora não quisesse cantar profissionalmente com eles. —O que você acha que eles vão fazer quando lhes dissermos sobre o contrato, Myles? — Mya perguntou. —Temos que ser honestos com o Sr. Montgomery. —Nós éramos crianças, quando o contrato foi assinado, Pet. Tenho certeza de que ele pode nos desligar dele. — Myles parecia confiante. —Você não tem cantado uma nota profissionalmente há quase dez anos e nenhuma uma vez neste continente. —Você não pode assinar um contrato com crianças... seus pais, com certeza, mas crianças? Ela deve ter parecido duvidosa porque Myles acrescentou: —Se ele nos quiser, terá que nos pagar com libra esterlina se não, vamos seguir em frente. Mya com voz embargada de lágrimas disse: —Myles, você precisa de cuidados médicos, não podemos continuar nos mudando. — Ela fungou. Então os homens ouviram: — Myles... Você acha que...? Será que o Sr. Montgomery... Ele é tão grande. Ele é um pouco assustador, Myles—. Ela disse, finalmente. Os olhos verdes de Lakon brilharam no corredor. O sussurro


pôde ser ouvido na outra sala. —Não se preocupe amor. — Lakon ouviu Myles beijar sua irmã. —Eu sei que o Sr. M tem um forte temperamento, mas eu nunca ouvi falar que tenha batido em um funcionário. Esse tipo de notícia se espalharia rapidamente. —Myles, eu não gosto de estar rodeada de pessoas. Faço-as loucas. —Mya disse, tremendo. —E eu... —Silêncio, Pet. ―Ele a acalmou. —Você não enlouquece as pessoas. As pessoas é que agem mal com você. Vamos dizer ao Sr. Montgomery que ele não pode bater em você, ok? No corredor, os olhos verdes de Lakon brilharam e os dentes se alongaram. O lobisomem rosnou profundamente em sua garganta. Yancey puxou-o pelo salão por alguns metros. —Mantenha o controle, Lake. Descobriremos o que está acontecendo e veremos se podemos resolver isto. — Yancey rosnou para ele. Depois de um pouco mais de garantias, ele resmungou. Myles perguntou a sua irmã: —Você acha que devemos dizer sim ou pegar a estrada, Mya? Você é a única que teria que fazer o trabalho. —Se o Sr. Montgomery pode nos ajudar a nos livrarmos de nossos pais e nos ajudar a obter o medicamento... — Ela respirou fundo. —Vou fazê-lo. Você concorda? Aparentemente, ele concordou, porque abriu a porta. Depois de um minuto, Yancey e Lakon voltaram ao vestiário. Irmão e irmã receberam-os com apreensão. —Nós

temos

algo

a

dizer...

Começou

Myles

sem

preâmbulos. — Na Inglaterra, há oito anos, nossos pais fizeram-nos


assinar um contrato. — Ele apertou a mão de sua irmã. —O contrato dizia que Myles e eu éramos propriedade intelectual de nossos pais e todo o dinheiro que nós ganharmos, iria para eles.— Mya não olhou para qualquer pessoa na sala. —Eles nos reembolsam como querem. —Fugimos quando tínhamos quinze anos. — Disse Myles. — Nenhum de nós tem tido contato com eles há oito anos. Tenho uma cópia do contrato em meu quarto. — Ele lhes disse. —Se você ajudar a dissolver o contrato, e cobrir as despesas médicas, Mya trabalhará com você. —Myles!— ela sussurrou. —Diga-lhes o resto. Lakon entrou na frente dela. Seu cheiro provocava suas narinas. Ela recuou um passo e meio. —Diga-me, Srta Brooks — Ele rosnou. Ela vacilou e não olhou para ele. Ela pegou a mão do irmão e falou quase num sussurro. —Quando saímos, nós fechamos os nossos pais no banheiro e acendi a luz. — Ela disse em uma corrida. Myles riu. —Luz, Pet? Nós os deixamos cegos. — Vendo a confusão no rosto dos outros dois, Myles, explicou: —Nós os trancamos no banheiro e pegamos cada bocado de dinheiro ou jóias que pudemos encontrar. —Lembrando o caso com carinho, Myles cutucou sua irmã. —Quando saímos de Sid Vicious destruímos a sala, não, Luv? A dor de cabeça e os machucados em seu corpo adorável foram bem retribuídos, não?— Ele riu. Ela riu com ele. Lakon virou as costas para os irmãos. Ele estava tendo


dificuldade em controlar a fera. Ele tinha certeza de que era por causa da idéia de seus pais terem abusado de seus filhos e ele não se sentia bem com isso tudo. Como eles podiam rir de ela estar machucada? Por que ela e não ele, também? —Traga-me o contrato pela manhã, Myles. — Yancey disse a ele. —Deve ser uma simples questão de anulá-lo. De costas para eles, Lakon disse: —Vão descansar um pouco. Eu vou deixar vocês saberem quando e o que eu quero na prática. Você pode deixar a nova música com o Yancey amanhã. — Ele caminhou para fora.


Capítulo 3

Suíte de Yancey Livingston Aspic Inn, Philadelphia, PA Por volta do meio-dia, Myles encontrou-se com Yancey em seu quarto e este lhe ofereceu uma bebida. Myles aceitou uma xícara de chá e os dois homens sentaram-se. —Vamos dar uma olhada nisso, Sr. Brooks. — Yancey pegou os papéis dobrados do jovem e o desdobrou. —Por favor, Sr. Livingston, eu acho que você é o mais velho aqui. Chame-me apenas Myles. — Ele estava tentando mostrar respeito. Yancey riu. —Você sabe que a maioria das pessoas não gosta de ser lembrada de sua idade, Myles. Bem, seria apropriado você observar isso Myles. Yancey sentou-se e bebeu seu chá. Myles poderia dizer que Yancey ficou meio confuso por alguns minutos. Ele assistiu as mudanças de emoções no rosto de seu anfitrião. —Esse contrato é muito criativo, com certeza. Tudo bem, meu jovem... — Yancey começou, batendo os dedos sobre a mesa. —Aqui está o que temos... —ele franziu as sobrancelhas novamente e olhou para o espaço. Myles tinha certeza de que ele chegaria a um ponto eventualmente.

—Tudo

bem...

—começou

novamente.

Myles

esforçou-se para controlar o riso. Ele teve que virar a cabeça para esconder o seu sorriso em resposta à fixação de Yancey e olhou


direto nos olhos de Lakon Montgomery que acabava de entrar na sala. Lakon estava usando um par de shorts jeans curtos. Myles considerou que Lakon era um homem belo e brutal. —Ei, Brooks—. Disse ele, batendo no ombro esquerdo do jovem. Com dificuldade, o jovem escondeu um estremecimento. Ele não conhece sua própria força. Myles sofria de hemofilia A e não tinha qualquer tratamento para a falta do fator de coagulação. Embora Lakon não tivesse batido duro, ele sabia que haveria um hematoma. Ele esperava não ser mais do que isso. Ele cumprimentou Lakon e os dois homens se voltaram para Yancey novamente. Lançando uma olhada no seu chefe, Myles soube porque sua irmã tinha medo de Lakon Montgomery. Ele era enorme, musculoso e extremamente masculino. Tinha cabelos loiros escuros intercalados com uma pitada de branco. Em vez de causar o aspecto de mais maturidade, o fazia parecer mais másculo. Aqueles olhos verdes hipnotizantes acabavam por reforçar isso. Myles malhava e tinha bastante músculo. Mas não era tão alto ou largo como Lakon Montgomery. —Tudo bem, Yancey, pare de brincar — o homem loiro rosnou. — O que há com esse contrato? Depois de um minuto, Yancey respondeu. —A princípio é perfeito, Lake — Ele balançou a cabeça. —Vou ter que verificar as leis inglesas. Parece que qualquer coisa que Myles e Mya façam para gerar lucro até sua maior idade, juridicamente o produto desse trabalho pertence aos seus pais. — Myles e Lakon emudeceram. — Então... —Myles começou. — Quando Mya trabalhou como


garçonete em uma parada de caminhão, ela ganhou dezesseis penny, cada centavo que ganhou legalmente vai pra eles? — perguntou ele. Yancey assentiu com a cabeça. — Meu trabalho limpando banheiros portáteis? Eles ganham o dinheiro? —Yancey fez uma careta, mas concordou. —Isso é incrível!!— Ele balançou a cabeça. —Mas espere um segundo! Eles não são responsáveis pela nossa saúde durante esse tempo? — Myles esperava que fossem. —Desculpe amigo. — Ele realmente parecia aborrecido. — Parece que eles só seriam responsáveis por sua saúde se vocês vivessem sob seu teto. Myles gemeu. —Então nós temos que contabilizar quanto ganhamos e enviar pra eles? —Receio que sim. Pelo menos... — Yancey olhou Lakon. —O quê? ― Bradou Lakon. —Se vocês dois continuarem a se esconder, caberá aos seus pais encontrá-los e forçá-los a pagar. Se vocês dois se mostrarem em público, então... — Yancey deixou o resto por dizer. —Então, deixe-me ver se entendi... — Lakon começou a andar. — Se eles aparecerem em público, os pais virão e nós precisaremos pagar a eles, certo? — Yancey assentiu. —E se estes dois forem ao público e nós os fizermos empurrar o problema? Eles ainda terão que levá-los ao tribunal. — Lakon encarou Yancey e Myles. —Isso seria bom, mas para o Lake, a publicidade seria muito desagradável. —Yance, ficaria pior para eles do que para nós. Esse


ignorante trata seus filhos como máquinas. — Cuspiu. Yancey estudou o documento por alguns minutos mais. —Eu posso dizer que isso pode ser quebrado em sua maioria. Há quanto tempo você trabalha para nós, Brooks? —Yancey perguntou. —Há cerca de dois anos, senhor. — Myles lhe respondeu. —Eu não sou malditamente mais velho que você, menino. — Yancey rosnou. Todos riram. —Ok, por agora, temos que nos preocupar como contratá-los apesar de tudo... — Yancey olhou Myles. —Quantos anos vocês têm? —Vinte e três — Myles respondeu. —Então são só cinco ou seis anos. Vamos conversar com sua irmã e ver o que ela quer fazer. — Yancey ficou. —Senhor Livingston... Yancey, não temos o dinheiro para pagá-los por esses seis anos.— Myles sacudiu a cabeça tristemente. Lakon falou. —Nós vamos adicionar uma cláusula no nosso contrato e comprar o seu contrato anterior, como parte do acordo, Brooks —. Lakon rosnou. —Eu vou levá-lo pessoalmente aos seus pais. Os três homens se levantaram e se dirigiram para a mini suíte de Myles e Mya. ****

Suíte de Mya e Myles Brooks Aspic Inn, Philadelphia, PA


Myles deixou os dois atrás dele e lhes pediu que esperassem enquanto ele ia encontrar sua irmã. Quando ouviu a porta abrir-se, Mya gritou: —Myles você tem que ver isso! Myles sorriu desculpando-se e caminhou até uma das duas salas pequenas de estar. —Ei, Luvie... — Ela se virou para encará-lo. —Maldição!— Cuspiram alarmados os dois homens no outro quarto. —Onde ele está Myles, o que aconteceu? Após as vozes, Lakon a viu com as duas mãos na cintura fina. Quando seu irmão não respondeu, empertigou-se diante dele. —Se você não disser, eu vou sair e catar o primeiro cara grande e peludo que encontrar!— Ela ameaçou. —Até aquele cara grande e peludo, que provavelmente seja o nosso chefe, eu acho que vai servir. — Myles riu com uma careta. Os dois homens aguardavam na porta do quarto de Mya. —O que significa catar? — Lakon perguntou a Yancey. Se ele estava indo para obter carícias, queria estar consciente quando isso acontecesse. —Eu acho que significa beijar. —Hum, eu vou verificar. — Prometeu Lakon a Yancey. Ela estava usando um par de jeans rasgados velhos e uma camisa de flanela puída mantida fechada por um botão. Lakon não podia acreditar o quanto ele esperava que o botão perdesse a sua batalha. Sua intenção maldosa na direção do botão foi esquecida,


quando Myles, desprendendo sua própria camisa, deixou-a cair, virando seu ombro esquerdo em direção à sua irmã e à porta. Quando o jovem se virou, tanto Yancey como Lakon tiveram uma boa olhada no hematoma roxo já escuro e perceptível em seu ombro. Mya subiu na cama e de leve passou a mão sobre o ferimento. —Como isso aconteceu doce? ― Perguntou ela. —Foi um comprimento duro de um companheiro. Ele não pretendia fazer dano. Ele se sentou no canto do colchão. Ela se ajoelhou atrás dele e beijou o ombro de seu irmão gêmeo. —Myles, poderia estar sangrando por dentro. Quanto dinheiro nós temos? Sem esperar por uma resposta, Mya pulou, ficando em pé e se inclinou, puxando uma mala gasta embaixo da cama. A vista proporcionada dos seios deram a Lakon uma irrestrita visão e num instante, o tesão. Ele teve que lutar para não derrubar Yancey para impedi-lo de também ter aquela bela visão. —Ok, nós temos dinheiro suficiente para uma consulta de emergência e pelo menos uma transfusão. — Ela parecia estar pensando muito e depois disse: — Eu penso que nós podemos pagar o preço por um fator de coagulação. Mas só um por agora. Ainda sentado na cama, Myles baixou a cabeça em suas mãos. Mya descansou a cabeça em seu joelho. —Myles, eu posso levantar mais dinheiro, se tiver que fazer. Posso fazê-lo novamente. Você sabe que eu posso. — A voz dela não tinha inflexão. —Eu prefiro morrer, Mya. — Ele respondeu. Era evidente que


tinha esquecido Yancey e Lakon no outro quarto. Ele descansou a mão em sua cabeça. —Você sabe que eu não vou deixar você fazer isso. — Ele sussurrou à irmã. —Você está com as despesas médicas cobertas, Brooks. Eu causei o que está acontecendo? — Lakon não esperou por uma resposta. Mya, que estava sentada no chão, encostada no irmão, empurrou-se com um susto e correu para os seus pés, ao som da voz de Lakon. —Yancey, vá levá-lo ao Temple University Hospital. Meu primo Jesse é médico lá. Vou chamá-lo do carro. — Ele se virou para olhar para Mya. —Vá com seu irmão. Yancey vai trazer você de volta. Com isso, Lakon saiu da sala. Ele não sabia o que ela pretendia fazer para levantar o dinheiro, mas tinha suas suspeitas. Só de pensar que outros homens a tocassem, fez o seu grunhido bestial sair e ameaçar quebrá-lo. Enquanto eles estavam a caminho do hospital, o telefone celular de Yancey tocou. Quando desligou, disse aos gêmeos que iriam ao hospital imediatamente.


Capítulo 4

Ensaios Wachovia Center, Philadelphia, PA

No dia seguinte, Mya e Lakon sentaram-se no palco cantando juntos. As coisas estavam indo bem, até que Lakon estendeu a mão para tocá-la. Ele teria tentado evitar o cheiro dela, mas ela cheirava tão bem. Mya recuou e Lakon teve que lutar para se controlar. Ele interrompeu seu ensaio com ela e teve que começar a praticar uma canção sozinha. Era hora de conversar com seu irmão. Encontrar Myles foi a parte fácil. Fazê-lo falar não foi tão fácil. Finalmente, Lakon deixou seu show frustrado. —Oh, homem, droga! — Ele rosnou para Myles. —Como é que vamos nos conhecer e fazer alguma coisa juntos, se ela está morrendo de medo de mim? Myles olhou para ele, especulativamente, por um minuto. —Você realmente se importa se a minha irmã está com medo? — Ele perguntou finalmente. —Que raio de pergunta é essa? — Ele gritou de volta. Myles continuou a olhá-lo firmemente. —Eu vou falar com ela. Ela vai ficar muito melhor quando vocês subirem no palco. — Ele finalmente disse ao seu chefe e começou a andar.


—Eu apenas quero que ela tenha um desempenho melhor, Myles. Eu quero que ela seja melhor. — Lakon disse suavemente, sua voz tinha uma leve ameaça a ele. —Diga-me por que ela tem medo. Não me dê alguma merda sobre o susto de estágio ou nervos, ou... — Ele rosnou. Myles deu um suspiro pesado. —Ela tem medo dos homens, de todos. Eu sou seu irmão gêmeo, por isso não conto. Nosso pai a machucou. Ele gostava de bater nela. Eu não acho que ele tenha tentado tocá-la sexualmente. Depois de um minuto, Myles levantou-se e virou-se para a janela. — Há mais. —Fale. — Lakon rosnou ameaçadoramente, seus olhos se estreitaram e fixaram-se no jovem. —Tem quase dois anos eu me machuquei. Ela não quis me contar como ela pagou ao hospital ou à farmácia, mas eu sei. O cirurgião-chefe era um arenque salgado e defumado, gordo e imbecil e ele tinha lançado olhares para ela. Ele era sádico. Lakon teve que se virar. Mesmo agora, ele podia ver e ouvi-la enquanto ela cantava no palco. A ideia de alguém machucar a pequena e bela mulher corroeu seu intestino. Ele sentiu seus dentes e suas garras alongarem-se, começando a alargar. Com dificuldade, ele forçou sua besta a recuar. Embora sua intenção sempre foi manter distância das humanas bonitas, começava a se tornar cada vez mais difícil. Inferno!! Era uma impossibilidade. O cheiro dela chamou sua fome e roeu suas entranhas. Uma


dor para tocá-la cresceu nele a cada minuto que passou com ela. Quanto mais perto estava de Mya, mais precisava dela. Ele desejava abraçá-la e senti-la contra ele. Em um lampejo de empatia, ele entendeu a necessidade de seu irmão em realizar os sonhos de sua mulher, mesmo quando ela estava

doente.

A

necessidade

de

Riker,

até

mesmo

para,

simplesmente, oferecer o conforto básico para sua companheira, começou a fazer sentido. Lakon queria sentar-se calmamente com Mya em seu colo. Seus braços doíam por estar perto dela quando ela assistisse a um filme ou lesse um livro. Ele ainda ansiava por sentir suas coxas roçando contra as dela quando sentasse ao seu lado. Ele estava assustado como a morte. Era um ser humano frágil, com a voz de um anjo, sua companheira? Como pode ser isso? Ele nunca a tinha tocado. Como ele sabia? Lakon pensou que poderia precisar chamar o seu pai à distância. Ele precisava fazer as pazes com esses sentimentos, porque tão duro como seu animal, era controlar-se ao imaginá-la em dor. O predador dentro dele era impossível de segurar, quando imaginou a vida sem ela. Não sabia como isso tinha acontecido, mas precisava dessa mulher. Poucos sabiam da sua violência e da sua raiva, as manteve a sete chaves dentro de si. Enganosamente, tinha uma fachada jovial, mas que escondia uma máscara de animal rosnando, rigidamente controlado. Se ele não mantivesse esta mulher em sua vida, seria ainda mais perigoso do que já era. Ninguém estaria a salvo. Lakon descansou a mão no ombro de Myles. Ele achava que


entendia a dor do jovem. Mesmo que ele não entendesse completamente, aliou-se a Myles. —Eu tenho um irmão gêmeo. — Disse a Myles. — Eu não posso pensar em qualquer coisa que eu não faria por meu irmão. Qualquer coisa! — Enfatizou. Cuidadosamente, ele deu aos ombros um leve toque e saiu. Lakon foi para seu quarto de vestir e chamou seu pai. **** Armado com seus novos conhecimentos e pela renovada determinação, Lakon tentou ser mais compreensivo, quando ele e Mya cantaram juntos. Ele não tinha a intenção de que ela tivesse um ótimo desempenho durante os primeiros shows, mas esperava que estivesse pronta até o final da sua permanência lá. Ele levou-a para fazer uma ou duas refeições com ele a cada dia, desde a primeira noite. Esperava que ela relaxasse com ele, que se acostumasse a ficar perto dele. No dia do concerto final, Lakon e Mya ensaiaram o dueto que iriam cantar naquela noite. Quando ele se aproximou mais para ensaiar a música com ela, Mya se encolheu. Perdendo o controle, Lakon explodiu com ela. —Meu Deus, mulher! — Gritou ele, a frustração era enorme. —O que você acha que eu vou fazer? Ela se firmou em seus pés e saiu do palco. Lakon não se importou com o que as pessoas ao redor viam ou pensavam. Cobraria uma explicação dela agora.


Na metade do longo corredor, por onde ia correndo, ela ouviu uma porta bater e percebeu que ele corria em direção a ela. A porta não tinha fechadura para ele, pois abriu e entrou no armário onde ela tinha se escondido, fechando-a atrás dele. Seu cheiro

inacreditável

encheu

a

pequena

sala.

Ele

inalou

profundamente. Açúcar, especiarias e tudo de bom... Ele se agachou e puxou-a para perto. Ela estava tremendo e encolhendo suas mãos. Ele a puxou para ele e passou os braços ao redor dela. —Santo inferno, bebê! — Jurou, enterrando o rosto em seus cabelos. — Eu não vou te machucar, eu prometo. — Ele procurou acalmá-la. Seu tremor começou a diminuir um pouco. Ele inclinou seu queixo com uma das mãos. Seus olhos verdes estavam brilhando no armário escuro. Antes que ela tivesse uma chance de protestar ele baixou a boca para tocá-la e lambeu seu lábio inferior. — Mmm — Ele suspirou e lambeu seu lábio superior. Deslizou a mão sob a blusa na parte de trás de sua cintura. A outra mão enterrou em seus cabelos. Lambeu os lábios dela novamente, sussurrando: —Abra a boca, Mya, deixe-me sentir o seu gosto. — Ela abriu a boca com um suspiro relutante. Seus movimentos eram lentos e sensuais. O corpo dele contra o dela o acariciava, quando procurou traçar o lábio superior com a língua de novo e mordiscou o generoso lábio inferior. Ele moveu sua língua nos dentes e entre eles. Suas línguas se uniram quando deslizou nela. Ele massageava seu couro cabeludo com a mão, enquanto a


outra mão passeava nas costas dela, indo mais para baixo. Sua mão procurou a cintura da calça jeans e deslizou na sua calcinha, mergulhando para o fundo do seu corpo, querendo sua pele nua. Ele continuou a apreciar o seu sabor doce e com a mão rebelde encontrou o seu caminho entre as pernas. Ela engasgou. No momento seguinte, a mão parou de acariciar seus cabelos indo por toda a extensão do pescoço e do corpo para abrir as calças jeans dela. Ele empurrou sua calça e a calcinha para baixo e voltou a acariciar seus cabelos com uma das mãos. —Silêncio, bebê. — Ele murmurou contra sua boca, engolindo seus protestos. —Eu vou mostrar como minhas mãos podem fazer você se sentir bem. Você nunca precisa se preocupar que eu as esteja usando para te machucar. Ele enfiou dois dedos entre suas pernas e acariciou a umidade que encontrou lá. Deslizou os dedos através da umidade entre seus lábios. Moveu-se para frente e para trás, esfregando os dedos contra seu clitóris pequeno e intumescido. —Oh, Sr. Montgomery. — Ela gemeu. Lakon riu e a beijou novamente, beliscando seus seios com dois dedos. —Lakon, bebê. — Afirmou. Quando ela não respondeu, ele beliscou um pouco mais forte. —Chame-me Lakon. — Ele rosnou. Ela engasgou. —L-La-Lakon... — Ela gemeu. —É isso, querida. — Ele rosnou. — Esse é o meu bebê. Venha para mim, Mya!— Ele ordenou. Ele mergulhou um dedo dentro dela. Bombeando, acrescentou mais um dedo, pois sabia que ela estava atingindo seu auge em


torno de sua mão. Com os dedos mergulhados, ele podia sentir o quanto ela era apertada. Ela não tinha estado com outro homem há um longo tempo. Ele tirou os dedos de dentro dela e, automaticamente, colocou-os na boca. Isso atraiu um grunhido de dentro dele. Seu cheiro, seu gosto, tudo nela o oprimia. Ele apertou seus braços ao redor dela e escondeu o rosto em seus cabelos. Se ele não estivesse tentando mostrar que ela podia confiar nele, a teria tomado ali mesmo. Ele correu as mãos sobre as nádegas nuas e inclinou a cabeça para trás para um beijo. Forçou-se a ajudá-la a ajustar sua calça e colocar sua roupa de volta, mas ela agarrou sua camisa, tremendo. —La-Lakon? — Ela sussurrou em sua camisa. —Tudo bem, bebê. — Ele a acalmou. —Está tudo bem. — Sussurrou, inclinando o rosto para o dela. Ela olhou seus olhos brilhando. —Eu tentei ficar longe de você, mas não posso. — Confessou. —Você e eu teremos que conhecer um ao outro muito melhor, Mya. —Eu não entendo. — Ela sufocou. —Mya, você tem medo de mim? — Ele ainda a segurava em seus braços. Puxou as calças para cima, abotoou-as e a abraçou contra seu peito. —Responda-me, bebê, você tem medo de mim?- Ele rosnou para ela. Ela começou a tremer. —O

senhor,

quer

dizer,

Lakon...

Ela

soluçava

nervosamente: — Eu não quero ter medo de você. É apenas... —É exatamente o quê, Mya? — Ele perguntou suavemente. —Você é assustador. — Ela sussurrou.


Ele abaixou a cabeça e lambeu sua têmpora. —O que me faz assustador, bebê? ―Ele perguntou, lambendo seu rosto e puxando-a mais perto. Ela deu uma risadinha. —Eu acho que você não deve ser tão assustador. — Ela riu de novo, enquanto ele lambia sua orelha. —Talvez eu devesse fazer mais isso, então. — Ele sorriu, lambendo-lhe atrás da orelha agora. — Diga-me o que é assustador, bebê? — Ele perguntou de novo. —Você é muito grande. — Disse ela finalmente. —Vamos sair deste armário e falar sobre isso um pouco, hmmm? ― Ele perguntou. Timidamente, ela concordou. ****

Camarim de Lakon Montgomery Wachovia Center, Philadelphia, PA Lakon e Mya tomaram uma xícara de café quente e ele lhe mostrou seu camarim, que tinha uma dimensão considerável, espelho bem iluminado em uma parede, um sofá, uma cadeira estofada e uma mesa de café, tomando uma grande parte da sala. Havia um banheiro e uma cortina, que era a zona de vestir. —No próximo lugar onde nos apresentarmos, você terá seu próprio camarim. —Disse ele. —Por quê? — Perguntou ela. Ele sorriu. —Por quê? Você não quer um camarim?―Ele arqueou uma


sobrancelha para ela. —Eu posso me vestir no banheiro. Ele imaginou a cena e soltou uma gargalhada. —Tudo bem, bebê, vamos resolver isso mais tarde. Quero falar sobre quanto grande eu sou. Ela se firmou em seus pés novamente. Seu rosto assumiu um olhar desconfortável. Ele rodeou um braço em volta da sua cintura e a pegou nos braços. Levou três passos para cair no sofá com ela em seu colo. Mya começou a lutar e ele abaixou a boca para ela. Seus lábios prenderam os dela. Sua língua deslizou entre os lábios entreabertos e ele aprofundou a posse em sua boca. Sua luta diminuía à medida que o beijo se aprofundava. Relutantemente, ele ergueu a boca e lambeu os lábios. Ele acariciou seu rosto e lambeu sua têmpora. —Nós temos que falar sobre isso, bebê. — Ele rugiu insistentemente. Ela, amolecida contra ele, virou o rosto em seu pescoço. Ele podia senti-la tremer. —Mya?— Ele perguntou. Ela assentiu contra ele. —Você sabe que eu não vou machucá-la? Por um longo momento, ela não se moveu. Por fim, encolheu os ombros contra ele. Ele sorriu. Eles tinham a chamada honestidade indo para eles, de qualquer maneira. —Eu não vou te machucar, bebê. E eu vou fazer tudo que posso para garantir que ninguém mais o faça, certo? ― Ele a afastou para longe dele para que pudesse ver seu rosto. —Tudo bem?


Ela assentiu com a cabeça. —Sobre essa coisa de grande... — Ele lhe deu um meio sorriso. —É uma espécie de característica familiar. ... Somos muito primitivos. — Ele sorriu para ela que corou. —Eu realmente não posso ajudar muito. Vai ser difícil, mas vou tentar ser suave, ok? ― Ele arqueou uma sobrancelha para ela. —Tudo bem. — Disse ela finalmente. Ele a segurou por mais um minuto. —Mya, eu quero muito, muito fazer amor com você e agora. — Ela olhou para ele, seus olhos redondos. —Eu quero bebê, mas vou esperar. Ele a beijou suavemente, molhando a língua entre os lábios e lambendo a covinha esquerda. —Sinta o quanto eu te quero. — Ele se mexeu para que ela pudesse sentir sua ereção, dura e grossa sob o tecido leve de sua roupa. —Você acha que poderia me querer também, Mya? ―Ele perguntou. —Eu acho que posso. — Ela sussurrou — Mas... —Você está com medo, bebê? ―Ele terminou para ela. Ela assentiu com a cabeça. —Vamos provocar um ao outro por um tempo. Tocaremos um ao outro a cada dia, certo? Em breve nós vamos querer o outro demais para ter medo ou cautela, o que você acha? Ela corou lindamente e deslizou de seu colo. Ele se levantou, pegando suas mãos e juntos voltaram para o palco de ensaio. ****


Wachovia Center, Philadelphia, PA Concerto —Vocês gostaram da moça bonita? — Lakon perguntou ao auditório, repleto de fãs, depois apontou para Mya, à esquerda do palco. —Ela acabou de realizar seu solo. — Deu-lhes alguns minutos para se acalmar. Mya tinha sido um grande sucesso. Sua voz baixou uma oitava. —Posso lhes dizer uma coisa? Só entre nós? — Ele esperou até que a multidão começou a responder. —Conte-nos!!!! —Não vamos contar! Nós prometemos! —Eu gosto da voz dessa doce menina, sabem? — A multidão rompeu em gritos e aplausos. —Que tal se eu a trouxer de volta aqui para cantar uma música para mim? — A sala explodiu em aplausos mais selvagens, gritando. Ele sorriu largamente. —Por que nós apenas não a chamamos? ― Ele perguntou e se virou. —Ei Mya! Vai sair e cantar comigo? A sala explodiu novamente e os fãs começaram a gritar: — Mya! Ei, Mya! Poucos minutos depois, uma Mya com o rosto vermelho voltou para o palco. O foco de luz reduzido a seguia, até se juntar a ele. Quando chegou, parecia mantê-los intimamente. Lakon correu um dedo pelo seu rosto. —Cante uma música para mim, bebê? — Ele murmurou como se fossem apenas eles dois. —Ok Lakon. — Ela olhou para ele. Ele olhou em seus olhos e ela olhou para dentro dele. A


música que cantaram foi de intensa saudade e emoção. Como os cantores se perderam no momento, o auditório ficou quieto e silencioso. A audiência foi arrebatada com o cantar do homem e da mulher, pedindo para que o outro desse uma chance para o amor. Quando as últimas notas declinavam, a sala ficou em silêncio, segundos se passaram. Ainda perdido no momento, Lakon se inclinou e beijou delicadamente os lábios entreabertos de Mya. Quando ele se endireitou, ela inclinou a cabeça para a frente, para descansar em seu peito. Ele deslizou os braços em volta de sua cintura. Um rugido incrível atravessou o edifício. Lakon e Mya estavam tão perdidos em si, que tinham esquecido a audiência. Ambos começaram a sorrir. Mesmo

com

todo

o

barulho,

o

auditório

repleto

de

espectadores, o público ouviu o comentário tímido de Mya para Lakon com o microfone amplificando sua voz acima da multidão. —Eu esqueci que toda essa gente ainda estava aqui. — Disse ela, com o rosto manchado de vermelho. Os fãs adoraram. Lakon adorou também, por diferentes razões. Ele estava feliz porque não foi o único que tinha sido sugado para este novo universo alternativo. Os artigos de jornais e entrevistas de fãs delirantes sobre o casal eram constantes e o show continuou e continuou.

****


Local de alta segurança, instalação de tratamento Livingston Johnson City, TN

August Livingston jogou seu copo de plástico cheio de café morno na televisão suspensa na parede. Ele estava na sala de recreação, supostamente apreciando as duas horas de estimulação permitidas a cada dia. Ele sabia que sua explosão lhe valeria uma advertência, possivelmente, até mesmo poderia lhe custar um privilégio. Essa ideia deixava-o enfurecido. Seus primos, garotos bonitos, que estavam livres para andarem por todo o país, Alfa e Beta,

enquanto

ele

estava

preso.

Foi

por

causa

de

Riker

Montgomery que ele estava ali, preso. Agora, era forçado a assistir o irmão de Riker, Lakon Montgomery, cantar e beijar aquela pequena humana na TV. Lakon fazia a imagem de um ser humano adorável e diluía a linhagem da família ainda mais. August não aguentava. Era um lobisomem puro-sangue, seus pais eram de sangue puro. Mik Montgomery era metade lobo madeira ou algo assim. Agora, parecia que ambos, Riker e Lakon, acasalariam com seres humanos. Auggie lembrava-se de Betânia Montgomery. Ela tinha sido uma mordida pequena e doce, pelo pouco que ele tinha tido dela. Uma coisa ele poderia dizer dos vira-latas: eles sabiam escolher uma mulher quente e cheirosa. Eles eram gêmeos, então essa garota provavelmente cheirava bem também. Lembrou-se quando tocou, abraçou e lambeu Betânia Black Montgomery enquanto seu cachorro mestiço observava. Foi uma


boa diversão! Ele tinha certeza de que Riker iria matá-lo. Qualquer Alfa de valor teria matado quem sequestrou a sua companheira e o filhote. Ele esteve tão certo de que assumiria o bando quando Riker conheceu uma mulher humana, deixou-a grávida e não tinha dito a ela que era Were. Agora, o outro irmão estava acasalando com uma humana. —Auggie, garoto você é mau!— Dois atendentes grandes vieram de ambos os lados. Quando ele se debateu e gritou de raiva, os dois homens deslizaram uma camisa de força em volta dele e arrastaram-no embora. —Eu não mereço isso!— ele exclamou. —Eu sou um purosangue! Não se deve permitir que Lakon Montgomery acasale com uma humana e continue sendo Beta! —Eu conheço o homem. Minha mulher acha que ele é quente. Fica louca quando o vê. —Agora veja, ele está cantando com uma doce anjinha. — Uma outra voz bradou no corredor. Isso parecia um decreto. Agora Auggie tinha que escutar três homens falando sobre Lakon Montgomery, enquanto ele era preso em uma camisa de força. Se eu não morrer, eu vou fazer os vira-latas Montgomery pagarem!


Capítulo 5

Suíte de Lakon Montgomery Aspic Inn, Boston, MA

A conversa leve poderia ser ouvida, enquanto Lakon, Yancey, Mya e Myles terminavam seu café da manhã e discutiam os planos para o dia. Mya refletiu sobre a semana, desde o concerto com Lakon. Ela adquiriu um novo guarda-roupa, só para começar. Estava um pouco preocupada com a máquina de publicidade e tentava colocar os pés no chão, quando ele quis mudar seu penteado. Lakon havia declarado que ela tinha o olhar muito sexy. Os dois cantores tinham estado em um programa matinal local. E agora, eram entrevistados pelo maior show de rádio na área. Mya tinha se esforçado para não parecer uma caipira, maravilhada com o encanto suave de Lakon quando ele a ajudou a relaxar para conversar com o entrevistador. A sua primeira sessão fotográfica foi preparada na sala de sua suíte, esta manhã para uma entrevista de um jornal. Ela não sabia se os seus nervos aguentariam. Decidiu que a coisa mais inteligente a fazer seria seguir a sua liderança agora. Yancey

tinha

alegremente

acordado

com

o

agente

de

publicidade de Lakon, para que Myles fosse ao hospital para seu tratamento.


Mya esforçou-se para não rir quando Lakon disse, de passagem: —Meu primo Gene vai lidar com o seu tratamento. —Existe uma cidade nos Estados Unidos, onde você não tem um primo que seja médico? — Myles perguntou a Lakon maliciosamente. —Não!— Yancey e Lakon responderam juntos. Eles riram. —Você sabe que nós somos primos, não é? —Yancey perguntou a ele. — Sério? — Myles respondeu, com um olhar de surpresa em seu rosto. Yancey não poderia dizer se ele estava falando sério ou não. —Ele está curtindo com você, Yancey. — Mya disse. Quando ele se mostrou confuso, ela explicou — Isso significa que ele está brincando. Lakon e você têm um pouquinho de semelhança. — Disse a ele. Lakon

ficou

olhando

fixamente

para

ela

na

piscina,

provocando-lhe calor na boca do estômago. —Eu sou o melhor, certo bebê? ― Ele rosnou, puxando os pés dela para encará-lo. O olhar enviado deixou-lhe o coração batendo forte. Ela colocou os braços ao redor de sua cintura e inclinou-se para olhar para ele. Sem dúvida, ele era o homem mais lindo que já tinha visto. —Claro, meu querido — ela arrulhou. —Ninguém é mais bonito que você. Um dos fotógrafos nos fundos da área tirou uma foto do abraço brincalhão. Yancey e Myles retiraram-se para ir ao hospital, enquanto


Lakon e Mya sentaram-se sob as luzes quentes e se preparavam para as fotos. Parecia que duraria para sempre, pensava Mya, e seu rosto ficaria rachado com todo o pó endurecido sobre ele. Ela brincou que o agente de publicidade poderia fazer um molde do seu rosto. Ela sabia que haveria uma torta de lama no rosto dela se ela se molhasse. Finalmente ele acabou e os dois estavam sozinhos no quarto. Lakon encomendou o almoço e baniu todos, incluindo o agente de publicidade irritante. Todas as câmeras e equipamentos foram finalmente embora. Mya estava tão desconfortável que Lakon enviou-a pelo corredor para um chuveiro. Ele tomou uma ducha também. Quando ela saiu do chuveiro, viu envolto em um roupão volumoso, Lakon, que estava saindo do banho também. Ela olhou para o quarto dele e ele se virou ao mesmo tempo e seu roupão abriu. Ele estava nu por baixo. Sua ereção se projetava com orgulho pela abertura do roupão. Mya não pode reprimir o pensamento... Que membro bem esculpido, que homem bonito. Ela olhou para Lakon, que começou a vestir as calças. É agora ou nunca, pensou. —Espere!— disse ela. Ele segurou as calças e congelou. — Posso ajudá-lo a se sentir melhor, Lakon? — Perguntou ela. O que ela quer dizer com isso? ― Pensou ele. —Posso te tocar lá? — Ela perguntou, com o rosto em chamas. Ela deu um passo hesitante na direção dele. —Mya — Ele gemeu. — Bebê... — Ela não podia estar querendo dizer o que ele entendeu. Ele estava agoniado só em


pensar nos seus dedos finos e delicados tocando seu pênis. —Eu gostaria Lakon — ela deu um passo mais perto. Ele viu que seu vestido era bem justo. —Talvez se eu te tocar... eu tenho medo, mas se eu te tocar desse jeito e você não me machucar, talvez ajude. — Ela gaguejou. — Humm, algo como fazer amizade com um cão manso antes dele se tornar mau e morder? Lakon não pôde se conter e riu alto. Ele fechou a distância entre eles. Seu rosto estava vermelho como o seu moletom. —Isso é um inferno de uma analogia, bebê—. Seus olhos brilharam para ela. Colocou os braços ao redor dela, inclinou-se e traçou seus lábios e o queixo com a língua. Com cuidado, ela colocou a mão uma polegada abaixo do elástico em suas calças e empurrou. Podia sentir sua ereção grande e dura. Maior que a mão dela. Ela pensou que poderia ser muito grande, mas não tirou os olhos dele. Ele gemeu e fechou os olhos, sentando na cama. —Tem certeza de que quer fazer isso, bebê? Em resposta, ela o empurrou para trás e puxou alguns travesseiros sob sua cabeça. Mya firmou mais suas mãos e puxou o cós da calça dele, que ergueu os quadris, de modo que ela pudesse puxar a calça. Ele chutou para fora e estava deitado nu na cama. Ela ficou inspecionando o corpo dele. Estendeu a mão e com um dedo, tocou sua ereção larga e extensa, que se ergueu mais ao seu toque. Ela sorriu. Ele gemeu alto. Estendendo os dedos, ela acariciou o seu eixo, como se fosse


um gato vaidoso. Ele queria vir, mas ela estava apenas começando. Oh, cara! Ela apertou o comprimento dele e bombeou um par de vezes, experimentando. Ele gemeu de novo e largou o braço sobre os olhos. Então se apoiou nos cotovelos para assistir. Não queria perder nada. Ela parecia estar ignorando-o acima da cintura, pois estava fascinada por seu pau e ele, fascinado por ela. — Uh, oh. — Ela havia notado a ponta. Ele tinha medo de que gozasse muito em breve. Alisando com seu dedo a capa acetinada, ela tocou a fenda no centro. Ela levou o dedo à sua língua e lambeu o líquido claro. Definitivamente, ela ia matá-lo. Esfregando o dedo e forçando para trás toda a ponta do pênis, ela começou a bombear seu eixo. Com a outra mão suavemente esfregava e massageava suas bolas. Ela continuou a bombeá-lo de uma forma rítmica e tentou tocar a ponta de vez em quando. Logo, ele não podia lutar contra todas as sensações e sentiu-se gozando. —Oh Mya, oh meu amor!— Gemeu e seu creme jorrou, sobre seu estômago. Ela continuou a massagear suas bolas, até que ele parou. Ela estendeu um dedo para sua ponta e delicadamente tocou em uma gota do líquido branco. Ela pegou e provou. —Bebê, você vai me matar. Eu só sei que você vai me matar. —Ele rugiu em um gemido. —É só uma questão de tempo. Correndo fora da cama, Mya foi ao banheiro, voltando com uma toalha quente e limpou a piscina branca do creme grosso de


sua barriga. —Você está bem, agora? Quis... Eu... Eu fiz bem? — Perguntou ela, hesitante. Ele puxou-a para o seu peito. —Querida, você foi incrível. — Ele descansou uma palma em sua coxa, onde o roupão que ela usava os separava. —Eu gostaria de fazer você se sentir muito bem, também. — Ele começou a mordiscar-lhe o queixo e fez o seu caminho para o lábio inferior. Sua mão lentamente fez o seu caminho até a perna. Ele brincou com a pele atrás do joelho até seu sexo, mas ainda não o tocava. Ele podia sentir sua excitação. Sabia que ela queria. Ele estava lutando contra seu animal com as duas mãos agora. Para baixo monstro, para baixo! —Deixe-me te tocar, Mya, deixe-me provar você. — Ele rosnou e passou levemente um dedo sobre os lábios molhados entre as pernas. Ela engasgou. Ele a beijou na boca, sugando-a. Enquanto Mya gemia seu nome, ele aprofundou o beijo com um gemido gutural. Com a mão atrás da cabeça e outra sob suas nádegas, levantou-a e, suavemente, deitou-a no meio da cama. Estendendose ao lado dela, colocou a mão sobre o vão entre as pernas. Debruçando-se lambeu seu pescoço, indo para baixo, entre os seios. —Você vai fazer amor comigo, Mya? Será minha companheira? — Sim. — Ela sussurrou. Com um grunhido, ele rasgou o vestido e se separaram. Quando ela se reaproximou, inclinou-se sobre ela e começou a lamber seus seios. Sugou primeiro um e depois o outro, com sua língua quente, úmida, até que ela estava gemendo e se contorcendo sem descanso. Seus dedos deslizaram pelos cachos escuros entre suas pernas, separando as suas dobras


gotejantes. Estava tão molhada para ele. Deslizou um dedo dentro dela e esfregou seu clitóris com o polegar. Ela gritou e pulou debaixo de sua mão, seu creme empapou seus dedos, seus seios apertados contra seu tórax. —Vou provar você!— Ele rosnou e gemeu. —Necessito do teu gosto!— Ele lambeu e beijou sua intimidade, seu corpo descoberto. Esfregou o rosto em seus cachos apertados que cobriam seu sexo. Usando as duas mãos, separou seus lábios e a provou com uma lambida longa do clitóris à pequena abertura, onde seus sucos doces fluíam. —Humm!— Ele rosnou. —Tão bom — A próxima volta deliberada começou na mesma abertura e terminou no seu clitóris. —Quero mais!— Enfiou a língua dentro de seu sexo cremoso e rodou dentro e fora, chupando ao mesmo tempo. Ele massageava seus dedos dentro dela e a chupava com voracidade. Seu clímax chegou com força. Antes que seu corpo parasse de apertar, ele a montou e estava dentro dela. —Oh meu Deus!— Gritou ela, segurando-o a ela. —Lakon! OH!— Lágrimas corriam pelo seu rosto. —Minha!— Ele rosnou começando a se mover. Após algumas estocadas, saiu dela. —Lakon!— Ela chiou. —Quer se acasalar comigo? — Ele parecia muito gutural. —Sim. Sim! Não pare!— Ela gemeu. Ele a virou, puxou o travesseiro sob sua barriga e a puxou para a beirada da cama. Apertou os dedos nos dela e a cobriu com seu corpo. Podia sentir sua grande ereção contra a sua coxa. Lambeu seu pescoço e


lentamente entrou por trás dela. Ele apertou ligeiramente os dentes no músculo entre o ombro direito e o pescoço. Seu corpo cobria o dela e começou a empurrar para dentro do seu sexo. Ele segurou um seio com uma das mãos e rolou o mamilo entre o polegar e o indicador, enquanto empurrava. —Oh, Lakon, eu gosto muito disso. Ahhhh!— Ela gemia com ele. —Minha! Minha!— Ele rosnou, batendo duro e apertando os dentes de forma mais firme em seu ombro. Ela não pareceu notar nada, mas as sensações alagavam seu centro apertado. —Diga

isto!

Minha!—

Ele

rosnou

novamente,

o

som

retumbante. —Sim Lakon. Sua — Ela gemeu. —É só minha!— Ele rosnou novamente. —Sim!— Ela gritou em seu orgasmo. —Só sua. Só sua Lakon. O lobo rugiu o seu clímax e seu triunfo simultaneamente. Lakon desabou ofegante em cima de sua companheira. Um minuto depois, ele rolou de costas, levando-a consigo. Teve os dois sentados contra a cabeceira da cama, antes que ela pudesse pensar novamente. —Mya, querida? — Lambeu ternamente a mordida que ele tinha feito em seu ombro. —Lakon? —Está tudo bem, bebê? — Ela tremeu. —Eu fui muito duro? — Ele se inclinou para baixo e lambeu seu ombro novamente. —Eu não tenho certeza do que eu sou, mas eu tenho certeza de que é melhor do que bom. — Disse ele. Ela pareceu um pouco atordoada.


—O que aconteceu, Lakon? — Ela olhou para ele. —Eu não sou nenhuma expert, eu sei, mas parecia...

estranho... mais...—

Ela olhou em seus olhos. —Mya, talvez o que eu fiz agora tenha sido injusto, mas você pode tentar acreditar que eu te amo? — Ela olhou para ele atordoada e balançou a cabeça negativamente e, em seguida, assentiu com a cabeça hesitante. —O que fizemos bebê... — Ele respirou fundo. —Nós fizemos o que, na minha família, é chamado de... estabelecer um elo de companheiro.— Disse ele. —Como com os lobos? — Perguntou ela. —Sim, muito. Gosto de estar casado. Coloquei a minha marca em você. — Ele lambeu o pescoço e o ombro novamente. Ela olhou para ele, considerando. —Eu devia ter perguntado a você se quer se casar comigo, Mya. Talvez eu... Ela colocou dois dedos em seus lábios. —Eu gostaria de saber mais sobre sua família e seu modo de fazer as coisas. Eu gostaria de conhecê-lo melhor. — Ela relaxou contra seu peito. —Eu vivi com medo durante um tempo muito longo. —Disse ela. Ele olhava atentamente. —Eu acho que talvez eu te ame, mas eu só conheço o amor do meu irmão. Lakon fechou os braços em torno dela firmemente. —Quer sair comigo e transar muito e ver se estamos nos amando? —Ele inclinou a cabeça e arqueou uma sobrancelha. Ela olhou sem piscar durante um minuto inteiro. Ele pensou que tinha ido longe demais, até que ela começou a sorrir. Seu sorriso vacilou um pouco. —Você promete não me machucar, Lakon? — Ela olhou em


seus olhos. —Eu prometo. — Disse. Ele sentia e entendia que ela precisava dessa promessa. —Eu preciso de uma promessa também Mya, de que será para sempre. —Disse ele. —Tudo bem. — Disse ela. —Se eu te contar uma coisa, você tem que tentar acreditar em mim. Você tem que lembrar que eu nunca vou te machucar e eu vou morrer para mantê-la segura. E se eu parecer diferente para você, lembre-se de que sou eu e você é minha companheira. Basta olhar nos meus olhos e me ver, ok? —Ele deveria dizer-lhe agora o que deveria ter contado a ela antes de fazerem amor, mas não pôde. Esperou que o que ele disse fosse suficiente por agora. —Ok, Lakon, eu prometo. Puxando-a contra seu corpo, ele suspirou e caiu em uma posição reclinada com ela. —Sesta? — Bocejou. —Sesta. — Ela riu. ****

Beth Israel Deaconisa Medical Center Andar de Medicina Interna

—Eu estou procurando o quarto de Myles Brooks, por favor? — Mya pediu à moça atrás do balcão. A jovem médica em pé, por trás da menina enviou uma olhada sondando Mya, mas não falou


nada. A primeira jovem estava monitorando um banco de telas e não olhou para cima. —Ah, você quer saber sobre o paciente do 402? Horário... — Com um sorriso, Mya interrompeu. —Ele é meu irmão. — Horário de visitas não era rigorosamente aplicado aos membros da família, ela sabia. Myles havia passado muitos períodos em hospitais ao longo dos anos. Ela passou um bom tempo visitando-o. Quando Mya abriu a porta do quarto 402, que era escuro por dentro, foi até o pé da cama e respirou fundo. Mya moveu-se ao redor da cama e se sentou na beirada, perto da cintura de seu irmão. —Alô Luv. — Disse ela, correndo os dedos pelo cabelo na testa dele. —Oi, Pet. — Ele murmurou, tentando se sentar. —Sinto muito ter preocupado você, um dos drs. Montgomery ou Livingston encontrou uma anomalia que precisa ser consertada ou algo assim. —Isso é muito de você, heim bobão? — Ela se inclinou e beijou sua testa. —Eu sou definitivamente uma má notícia. — Ele admitiu. —Você é um doce. É por isso que quero você aqui. As Irmãs estão entediadas e solitárias. — Ela riu e ele se juntou a ela. —Como foi com ele e as imagens? — Ele perguntou. —As fotos foram uma dor na bunda. — Ela fez uma careta — Mas o restante foi ótimo. Ela corou e virou a cabeça. Myles estendeu a mão e gentilmente puxou o rosto dela na direção dele. —Você está transando com o chefe agora, Luv?— Ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.


Ainda ruborizada, ela disse: —Não é exatamente assim. Mas aconteceu. —Porque você queria? Nenhuma outra razão? — Ele olhou fixamente para ela. —Nenhum outro motivo, doce—. Ela lhe deu um belo sorriso. Deu-lhe o mesmo sorriso em troca. Ela se inclinou para frente e se abraçaram. De repente, Mya recuou. —Oh, não! Eu aposto que estraguei tudo!— Ela gemeu. Ao seu olhar, ela explicou. —Eu atendi ao telefone e... —... Quando soube que eu estava hospitalizado, cada pensamento racional fugiu de sua mente? —Ele terminou por ela. Ela gemeu, baixando a cabeça em seu peito. —Eu sou tão idiota!— Gemeu. —Não deixou nem mesmo uma nota, Pet? — Ele esfregou suas costas. —Não era possível eu ficar lá agora, pensava só em você. — Disse ela em seu peito. — Foi só uma transa... — Ela levantou a cabeça e sussurrou — Eu sabia que ele ficaria bem, mas você... — Ela suspirou. — ...você não está bem, Myles. — Ela estava com medo de que seu irmão morresse. Não havia nenhuma garantia. Vendo e ouvindo a partir do banco de monitores, Lakon, que chegou pouco depois de Mya, virou-se para Yancey. —O que transa quer dizer? — Ele perguntou. —Meu Deus, você é maluco? Você sabe,... foder! — Gemendo a jovem continuou olhando para os monitores. — Você não vê filmes? — Ela ainda não tinha olhado para cima.


Yancey e a jovem médica olharam com alarme. —Via filmes quando estava em casa. — Lakon respondeu, olhando para o monitor com Myles e Mya nele. — Meu irmão, Riker Montgomery, foi um ator de sucesso na Academy Awards, como poucos em sua época. A menina do monitor olhou, sacudiu a cabeça e sussurrou: —Lakon Montgomery? Lakon olhou para ela e sorriu brevemente. —Famoso cantor... — A menina caiu contra a sua cadeira. —Primo Lakon, eu sinto muito. Ela é, esta menina é... — O Beta do bando de Montgomery havia sido insultado. Lakon sabia que Maisie se considerava responsável. —Não se preocupe com isso, Maisie. Vamos descer e ver Myles e Mya. Yance certifique-se de que o volume fique virado para baixo. —Ele arqueou uma sobrancelha para a menina com o rosto vermelho e foi para o quarto de Myles. Ele escorregou pela porta silenciosamente. Os gêmeos não olharam para cima. —Imagine minha surpresa... — começou Mya e congelou. Em três passos, ele estava do outro lado do quarto. —Você não vai fazer isso de novo, bebê. — Ele puxou-a dos braços de seu irmão para os seus próprios. —Pelo menos me deixe uma nota, certo? —Eu prometo. —Ela sussurrou. Mantendo o braço em volta de Mya, Lakon estendeu a mão e apertou a de Myles. Virando-se para Maisie, Lakon perguntou: —Então, qual é o prognóstico, Maisie?


Ela imediatamente baixou os olhos e alcançou o gráfico de Myles. —Hum, eu gostaria de levá-lo de volta para Duke, primo Lakon. Eu acho que há algumas coisas que podemos fazer lá que não podemos fazer em outros lugares. A Dra. Jane Montgomery e o Dr. Abel Livingston estão envolvidos no teste para a terapia de reposição de genes. —Parece-me bem. — Lakon concordou. Olhando Myles, perguntou —Iremos até o Pavilhão Ahltel em um par de dias, Myles Você está bem com isso? Myles olhou fixamente para Lakon por alguns minutos. Finalmente, encolheu os ombros, sorrindo. — Eu estou dentro, companheiro. Não tenho outro lugar para estar. **** Quando eles voltaram para o hotel, naquela noite, Lakon guiou Mya até sua suíte. Pediu o jantar para eles e comeram juntos, falando da internação de Myles e a série de concertos que acabaria logo. Quando a refeição acabou, Mya não teve certeza do que deveria fazer em seguida. Lakon a tomou em seus braços. —Mya, fique aqui comigo. — Ele murmurou contra seus cabelos. —Aqui com você, Lakon? — Ela repetiu. —Fique comigo no meu quarto, na minha vida, na minha cama, como uma companheira deveria. Fique.


Ela não conseguia pensar com ele a segurando e a beijando daquele jeito. Estava tudo bem. Ela realmente não precisava pensar. Se já não estivesse apaixonada por Lakon Montgomery, ela nunca teria feito amor com ele. Ele deve ter sentido sua entrega porque a virou nos braços e a levou para o quarto. Tirou sua roupa com ternura, revelando cada vez mais dela para seus olhos e mãos ávidos. Ele gemeu, apreciando seu corpo e continuou a sua exploração sem pressa. Seu olhar de esmeralda viajou em seu rosto, sua boca, seu gracioso pescoço e ombros. De alguma forma, suas próprias roupas flutuaram para longe e ela avidamente tocou e acariciou sua carne nua. Ele estava quente e duro, todos os músculos ondulando, pele macia, o escurecimento cônico do tapete grosso e loiro em seu peito apontava para o pêlo cacheado enquadrando seu pênis. Ela sentiu os dedos dele abrirem suavemente seus lábios femininos. O toque de seus dedos enviava calor líquido em espiral através dela, derretendo suas entranhas e enrolando os dedos dos pés. Logo sentiu a cabeça lisa empurrar entre as suas pernas, deslizando através dos sucos de seu corpo e ele lentamente entrou nela. Gemendo, ele empurrou em sua bainha, apertada e úmida, enchendo-a completamente. Ele esperou, deixando-a se acostumar com o volume dele. Logo, começou a se mover dentro dela, lentamente no início, depois mais rapidamente, afundando-se profundamente com cada impulso. Cada traço profundo construiu uma necessidade urgente de mais, uma fome insaciável e suas mãos acariciavam os músculos de


suas costas, apertando suas nádegas, implorando por mais, incoerentemente. Ela encontrou-se aumentando o movimento dos seus quadris enquanto dirigia dentro dela, dentro e fora, e outra vez. Ela ouviu-se gritar inarticuladamente com seu orgasmo, os músculos

convulsionaram,

apertando

e

apertando.

Tremores

intensos tomaram conta do seu corpo quando ela voou distante com o seu clímax. Lakon soltou um grunhido que retumbou em sua garganta enquanto bombeava duro uma vez, duas vezes e congelou, seu gozo era como chicotadas dentro dele. Ela podia sentir seu sêmen quente jorrando dentro dela e, em seguida, ele caiu em cima dela, repleto.


Capítulo 6

Pavilhão Alltel Raleigh, Carolina do Norte

Uma semana depois, Mya estava no centro da enorme arena ao ar livre, descendo em direção ao palco, quando viu que Lakon já estava lá, mas ele não estava sozinho. Ela parou e viu como ele caiu de joelhos na frente de uma bela mulher loira. Ela não sentia ciúmes em relação a outra mulher. Ela estava confiante de que Lakon amava somente a ela. Ele não tinha dito isso de novo, desde a primeira vez que eles tinham feito amor, mas acreditava que ele sentia-se assim. Eles tinham compartilhado uma suíte quando chegaram na Carolina do Norte e se sentiram bem desse modo. Mya estava ansiosa para o intervalo de quatro meses que eles teriam. Lakon falou pouco sobre o que esperava fazer durante o intervalo, mas tinha mencionado apresentá-la à sua família. No palco, abaixo dela, Lakon envolvia ambos os braços em volta dos quadris da mulher e apertou a cabeça para o abdômen, como se estivesse escutando alguma coisa. Imóvel, ainda na metade do auditório, Mya ficou olhando, sabendo que havia algo em sua memória sobre essa mulher. Ela nunca se encontrou com ela, mas sentia que sabia quem era. De repente, sua atenção foi retirada do palco, com a sensação


de um corpo pressionado duramente contra o dela, da cabeça aos calcanhares. Um braço forte em torno da cintura dela e outro mergulhou em seus cabelos, puxando suavemente, até que deixou sua cabeça em ângulo, expondo o pescoço e ombro direito. —Mmm, você é muito doce e saborosa, adorável Mya — uma voz profunda e masculina retumbou em sua garganta e clavícula. Quando ela sentiu que ele a lambia ali, ofegou. —Você cheira bem. —O grande homem ronronou. —Meu irmão é um homem de muita sorte. — Ele começou a massagear o couro cabeludo dela. —Sr. Montgomery, por favor... — Tinha que ser o famoso ator, Riker Montgomery. Lakon só tinha um irmão, que ela conhecia. Ela puxou contra o aperto de seu braço e a mão apertada em seus cabelos. Tentou lutar, mas ele a manteve imóvel. —Deixe-me ir, Sr. Montgomery, por favor. — Ela forçou através de sua garganta seca. —Chame-me de Riker, mel. — Ele murmurou, arrastando os lábios para trás sobre o pescoço e o ombro, em uma carícia íntima. —Somos uma família muito unida. Apenas me chame de Riker. Ela continuou a luta, até o grande homem rosnar baixo em sua garganta. Ela congelou instantaneamente, estando com muito medo de se mover. De alguma forma, sabia que isto não era uma brincadeira. Sentia-se como um osso suculento. —Tire as mãos e a boca da minha companheira!—Rugiu Lakon, ameaçadoramente. —Mas irmão, eu estou tendo uma pequena conversa com a minha nova irmã linda e saborosa. Não há nada, só amor aqui. — Ele sussurrou em seu pescoço, sua língua se lançando para lamber sua pele quente. Antes que ela soubesse o que estava acontecendo, os irmãos


estavam rosnando um para o outro e ela ficou imprensada entre eles. Tremendo, permaneceu imóvel, certa de que um movimento errado e teria estes grandes homens musculosos rosnando, mordendo e rasgando um ao outro com ela no meio. Riker esfregou a bochecha contra Mya, enquanto continuava a acariciar seu couro cabeludo. Lakon piscou os olhos verdes e olhou com fúria para o homem atrás dela. Ele nem sequer parecia perceber que ela estava lá. —Me ajuda? — Foi tudo o que disse, pois foi incapaz de emitir mais do que um grito fino e assustado. —Parem com isso vocês dois!— Uma mulher loira muito irritada e muito bela tinha feito seu caminho até eles. —Só porque seu pai não está aqui, não significa que vocês podem agir como cães selvagens! Riker, você vai deixar a companheira do seu irmão agora, ou vou levá-la comigo para as ilhas para o fim de semana! A mulher parecia ameaçá-lo e chegou entre os irmãos, puxando Mya. Ela podia sentir-se tremer. A outra mulher passou um braço ao redor dela e marchou alguns passos antes de parar. Ela virou-se para enfrentar os homens ainda rosnando. —Fazer uma mulher grávida correr assim... — Ela resmungou. Riker e Lakon ficaram um pouco envergonhados. A mulher tinha direito de dizer aquilo na cara de cada homem. Ela terminou gritando com eles. —Se quisermos companhia masculina, vamos encontrar alguém que nos trate como mulheres bonitas e não uma tigela de ração úmida. Ela marchou de volta para descer as escadas e passou o braço em volta da cintura de Mya murmurando. —Apenas continue andando. Você não pode deixá-los cheirar


seu medo. Isso só tornaria as coisas difíceis. — Poucos segundos depois, a loira sussurrou: —Ajuda se você se sentir irada, meio que elimina o cheiro do medo.

****

Próximo Pavilhão Alltel Raleigh, NC

Depois que tinham andado por alguns minutos, as mulheres encontraram um café ao ar livre e se sentaram. —Eu sou Betânia Black Montgomery, a esposa de Riker. —A loira disse para Mya. —Eu sabia que eu a conhecia de algum lugar. Eu só estava tentando me lembrar de você quando... quando o seu marido... hum... —Mya não quis constranger a outra mulher. Ela não tinha amigos e poderia ser útil ter a mulher ao redor. —Eu realmente sinto muito sobre Riker. De alguma forma eu achava que ele era mais maduro do que isso. Lakon o provoca desde que nos conhecemos. Ele nunca brincou com o irmão tão perversamente quanto o que Riker fez com ele, no entanto... Eu realmente não posso acreditar que ele fez isso. Eu o acho maduro. Esse comportamento foi... — Ela estava rindo agora. —Então você não acha que eles vão realmente lutar? — Mya ainda estava muito preocupado com isso. —Eles são muito grandes.


—Agora, eles apenas rosnam. O que Lakon lhe disse sobre si mesmo e sua família? — Bethany perguntou. —Hum, não muito. — Mya começou. —Ele diz que ser grande é uma característica da família e que eles são muito primitivos. Betânia expulsou uma respiração. —Isso é um eufemismo. — Suspirou. —Nada mais? —Bem, ele disse que nós tínhamos estabelecido um vínculo de companheiro de vida, como os lobos... Eu acho que... — Mya franziu a testa. —É como estar casado, mas não se casou. —O homem é um idiota, puro e simples. —Afirmou Betânia. Mya olhou para ela, alarmada. —Sinto muito. Acho que minha paciência está muito curta nesses dias. Estou prestes a ter um outro bebê e isso me faz grossa, às vezes. — Ela riu para si mesma. —Eu acho que é porque nós deixamos nossos meninos gêmeos com a avó dessa vez! —Como você conheceu Riker e Lakon? — Mya perguntou à linda loira. Bethany riu. —Essa é uma história de um cântaro de margaritas! Riker eu conheci por acaso e me separei dele. É uma longa história. A primeira vez que encontrei Lakon, eu estava andando pela estrada num frio congelante e ele me deu uma carona. —Uau! Tenho certeza de que você ficou feliz por encontrá-lo, não foi? —Mya perguntou, fascinada. — Não é verdade. Veja, eu não sabia se podia confiar em Riker e em Lakon. Na verdade, um pouco depois, ele parou o carro e eu pulei fora. Atacou-me e eu pulverizei amônia em seus olhos. —Ela balançou a cabeça, lembrando-se. — Eu não posso acreditar que ele


nunca falou comigo novamente depois disso. —Um dia desses, eu realmente gostaria de ouvir a história toda, Betânia. Ou seja, se... — Mya começou. —Não se preocupe Mya, eu e você teremos um fim de semana de meninas e ficaremos nos bronzeando e nadando. Vou lhe dizer cada detalhe! —Bethany prometeu. Depois disso, as duas mulheres conversaram um pouco sobre como o show daquela noite seria o último da série atual. Betânia falou que gostaria de apresentar Mya para o resto da família, se ela quisesse se juntar a eles nos próximos dias. Mya explicou que seu irmão, Myles, estava no hospital da Duke University Medical Center e que ela pretendia ficar por perto, até que o tratamento terminasse. Quando terminaram o café, Betânia puxou um cartão e escreveu algo nele. —Eu gosto de você, Mya. Eu realmente gosto de você. Logo você pode precisar de alguém para conversar. Apenas me chame ok? —Ok — Mya concordou. A mulher voltou para o anfiteatro.


Capítulo 7

Suíte de Lakon e Mya Elegance Hotel Raleigh, NC O concerto tinha corrido bem, mas Mya e Lakon vinham agindo estranhamente durante todo o dia. Quando ela voltou com Betânia, ele a guiou para longe de Betânia e Riker e eles começaram a ensaiar. Estavam almoçando, quando Riker e Yancey trouxeram outro homem para se juntar a eles. Bethany parecia feliz ao ver o homem e ele tinha sido educado com Mya. —Tav, Tavist Darke é um amigo muito querido da nossa família—, explicou Betânia para ela. —Prazer em conhecê-lo, Tav. — Mya disse, apertando a mão do homem de cabelos escuros. Lakon deu-lhe um olhar duro, mas ela não conseguia entender a raiva em seu olhar e deu de ombros mentalmente, não pensando mais nisso. Durante o show daquela noite Lakon a puxou para longe de um dos membros da banda, quando ela caminhava muito próxima a ele durante o seu dueto. Mais tarde, quando ela estava explicando a um roadie novo a melhor forma de armazenar alguns dos equipamentos, Lakon exigiu que ela saísse com ele imediatamente. Agora, no quarto que compartilhavam, Mya virou-se para Lakon que estava passeando. —Lakon, você parece muito tenso. O que há de errado?


—O que há de errado, bebê? — Ele rosnou. — Adoro ver a minha companheira perto de outros homens durante todo o dia. Gostou de ser agarrada por meu irmão nesta manhã? —Lakon? —Ela estava incrédula. — De onde é que isso veio? Betânia disse que vocês dois vivem se desafiando. Eu não queria que ele... —Oh, você não queria um ator famoso se esfregando em cima de você e chupando seu pescoço? Você tem certeza, bebê? — Ele avançou sobre ela, que recuou em direção ao seu quarto. —Eu não sou bom o suficiente? —Você está agindo de forma ridícula, Lakon Montgomery! Se eu estivesse interessada em outro homem, você acha que ia fazer isso na sua frente? Eu não sou estúpida!— Ela retrucou com raiva, batendo o pé em agitação. —Não, bebê, você não é nada boba. Talvez você esteja se sentindo negligenciada. — Ele ofereceu, a sua voz estranhamente baixa e sugestiva. —Eu não estou te dando a atenção de que tanto precisa? Talvez você queira fazer amor... diferente? É isso? Ele continuou a intimidá-la, as mãos deslizando sobre ela avidamente. Ele estava fazendo sua vontade, não estava agindo como o homem que ela amava. —Lakon, pare. Isso não é... — Ele estendeu a mão e rasgou o vestido pela metade. Ela tropeçou, se afastando. —Não! Lakon. Pare! Ela se virou para correr para outra sala. Agarrando-a por trás, ele rasgou o vestido dela e arrancou sua roupa intima. —Que é isso, querida? ― Ele resmungou atrás dela — Parar ou não parar? Você quer algo que eu não estou te dando, não é?


—Lakon, eu te amo, eu gosto de como fazemos amor!— Ela ouviu o zíper sendo abaixado e sentiu sua ereção dura contra o traseiro nu. —Eu não sei o que fiz, mas eu te amo! —Você é minha!— Ele rosnou. Ele soltou um rugido, sua mandíbula apertou sobre o músculo do seu ombro e ela pensou que podia ouvir o som de seus dentes. Ainda rosnando, levantou-a para seu pênis ereto. Mya, tensa, gritou quando sentiu que ele forçava o seu caminho para ela, esticando-a com sua largura, maior do que ela pensava ser possível. Ela estava seca no início e isso machucava, rasgando sua abertura. Abaixando-a para o chão, cobriu seu corpo com o dele. Ele começou a bombear dentro dela, prendendo-a no lugar com o seu corpo e suas mãos. Seus dentes a imobilizavam ainda presos em seu ombro. Ela resistia, tentando lutar contra ele, odiando que ele a tomasse dessa forma, com raiva. A luta do movimento fazia com que as bochechas arredondadas das suas nádegas batessem contra a barriga dele. O controle que ele poderia ter tido se perdeu, depois que ele começou a empurrar e retirar o membro dentro dela. Apoiando-se com um braço, ele passou o outro em volta da cintura dela. Ele a agarrou com força, enquanto empurrava várias vezes, batendo-a com cada impulso movido para frente. Por fim, ele bombeou uma última vez, sua vara pulsando em seu núcleo, então rosnou o clímax em seu ombro e caiu em cima dela. Mya não se mexeu. Ela mal respirava. Ela podia ver os olhos verdes dele brilhando na sala pelo luar. Ele ainda tinha a mandíbula apertada em torno do músculo entre o pescoço e o ombro. Ele deu uma sacudida brutal e, em seguida, largou-a,


lambendo. Ele saiu dela e se levantou. Sem dizer uma palavra, ele fechou a calça e saiu da sala. Um minuto depois, ele deixou a suíte. Ainda assim, Mya esperou. Ele estava tão irritado, tão furioso. Era como se fosse um outro homem, um homem que ela não tinha certeza de que pudesse conviver. Quando teve certeza de que ele não voltaria, rapidamente tomou banho e vestiu um jeans velho e uma das camisas velhas de Lakon. Ela aproveitou o tempo para derramar um pouco de uísque escocês em seu ombro e, em seguida, enxaguou com água. Rapidamente, arrumou uma pequena mochila com duas blusas de mangas, calcinhas extras, um par de calças de corrida e um segundo par de jeans. Ela revirou o cobertor do hotel e achou sua bolsa. Ela encontrou um kit de primeiros socorros no banheiro e fez um curativo nas suas feridas o melhor que pôde. Sabia que não haveria danos musculares, nem nos tendões. Tudo o que ela não usou do kit de primeiros socorros, entrou em sua mochila. Colocou um pouco das meias de Lakon em sua mochila também, e pegou uma jaqueta de couro bem alinhada dele. Era mais quente que os agasalhos que possuía e ela poderia usar mais camadas abaixo dela. Ela amarrou uma de suas camisolas em torno de sua cintura. Olhando ao redor da sala, enfiou uns lanches na bolsa e nos bolsos do casaco. Decidiu que procuraria um hotel. Resolveu escrever um bilhete curto, mas honesto. Lakon, Você me machucou. Eu não sei por quê. Preciso ir para pensar


sobre nós. Eu sempre vou te amar. Mya Ela tomou um Band Aid e colou o bilhete na cabeceira da cama. Depois de endireitar tudo e eliminar seu vestido rasgado, saiu da sala. ****

Quando Lakon chegou à suíte, umas horas mais tarde, estava cheio de remorso. Ele percebeu que seu comportamento em relação à Mya tinha sido imperdoável. Seu comportamento fora de controle não tinha palavras para explicar. Ele decidiu punir-se, dormindo no sofá deixando Mya descansar um pouco. Despertou tarde na manhã seguinte, no sofá. Lakon tentou se lembrar porque estava lá, em vez da cama. Por fim, lembrou-se. Mya. Ele tinha sido áspero com ela na noite anterior. Tinha sido muito áspero, tomado pela raiva. Agora que pensava sobre as coisas percebeu que seu comportamento tinha sido irracional mesmo antes disso. Ele ia deixar de pensar em Riker naquela manhã. Não iria mais jogar a culpa em Mya. Mya... Seu estômago se contorceu. Seu cheiro era mais fraco esta manhã. Leve cheiro e sem ruídos. A suíte estava muito quieta. Não importava o quão tarde ela tenha ficado acordada, geralmente já estava acordada a essa altura da manhã. Com a audição de lupino, ele devia ser capaz de ouvi-la rolar na cama. Pelo menos ouvir a respiração dela dormindo ou os


barulhos furtivos de sua tentativa de ficar quieta. Estava tão silencioso quanto um túmulo em sua suíte. Um túmulo. A suíte estava vazia e ele sabia disso. Mais uma vez, sentiu uma empatia fugaz por seu irmão. A sala jamais pareceu tão vazia sem Mya ali. Com medo, Lakon forçou a se levantar e ir para o quarto que ele compartilhava com ela. De pé na porta, olhou ao redor. Como era a intenção, sua nota colada com um Band-Aid lhe chamou a atenção imediatamente. Ela disse a ele ontem à noite que o amava. Por duas vezes, ela disse a ele. Agora, ele via a mesma mensagem por escrito. Ela o amava. Ela o amava, mas se foi. Lakon caiu de joelhos e uivou. Seu irmão foi até lá, em menos de dois minutos.


Capítulo 8

Duke University Medical Center Durham, NC

Quando Lakon invadiu seu quarto no hospital, Myles estava esperando por ele. Antes que seu chefe pudesse abrir a boca, Myles começou a falar: —Leve o vídeo. Assista à fita. — Quando Lakon ia falar, Myles disse-lhe: — Não volte aqui hoje. Alguém vai deixar você saber se eu posso tornar a olhar para você amanhã. —Ele resolutamente fechou os olhos e virou as costas. ****

Suíte de Lakon e Mya Elegance Hotel Raleigh, NC Lakon, Riker, Yancey, Tav e Betânia sentaram-se na suíte de Lakon. Ele tinha inserido a fita, usando o controle remoto. Ele realmente não se importava mais com quem visse o que estava na gravação, contanto que ele pudesse ver. Quando o vídeo começou, eles tiveram uma visão do céu noturno através da janela do hospital. Havia uma lua cheia.


—Eu só vou ficar aqui um instante, Luv — A voz de Mya disse. —Vamos fazer um filme à meia-noite. —Eu sei que somos notívagos, Pet, mas eu pensei que você tinha um corpo quente para mantê-la dentro de casa em noites como esta. —Myles perguntou. Sua voz soava preocupada. Mya podia ser ouvida. E respondeu. —Ele está fora apreciando o ar da noite, agora. Lakon sentiu o nó de medo em seu peito crescer mais apertado. —É isso o que está errado, doce? Ele deixou você, enquanto persegue outras saias? Você acha que... —Não, Myles, não. Tivemos uma briga. Ele esteve irritado durante todo o dia e explodiu há um tempo atrás. A câmara parecia agitar um pouco e depois parou. Lakon sabia o esforço que custava a ela. —Ele te machucou, Mya, não foi? — A voz de Myles assumiu um tom duro. A câmera foi para a esquerda e depois para a direita, parando para se concentrar em um grande grupo de pessoas em um campo próximo. Os murmúrios podiam ser ouvidos a partir de Riker, Yancey e Tav. Betânia e Lakon apenas olhavam a tela. —Antes, eu ia dizer que ele estava perseguindo o próprio rabo e uivando para a lua. — Ela resmungou. —Parece que ele realmente está. A imagem tinha sido ampliada, para mostrar uma pessoa à beira da multidão se transformando em um lobo. —O que você está falando? — A voz de Myles soava mais perto agora.


Outra pessoa na tela mudou em um lobo. — Ei? Venha segurar a câmera. — A câmera mudou de mãos com apenas uma ondulação. A câmera focalizou Lakon quando ele mudou. —Então, se eu dissesse que eu vi o homem que eu amo se transformar em um cão muito grande? —Se você estivesse sozinha, Luv, eu diria que você ficou louca. —E não estou? —Ele pode ser um homem bonito e másculo, mas é um idiota!—Myles observou. —Mortalmente sexy. — Ela concordou. —Lá vai o seu irmão. Vi Betânia no hotel quando eu saí... —Mya deixou essa frase travar. —Caramba! É Maisie. — disse Myles —Deve ser o que ele quis dizer com sua família ser primitiva, hein? — Mya resmungou. —Sim, acho que sim... Olha o Yancey.— O homem em questão se mexeu, envergonhado. —Isso explica muita coisa, realmente. — Disse Mya. — Ninguém olha Lakon ou Riker nos olhos. Devem ser Alfa e Beta ou algo assim. — Riker arqueou uma sobrancelha e olhou para seu irmão, que encolheu os ombros. —Sim? Como se sente estando ligada com o lobo mau, Luv? —Myles soltou uma risada nervosa. Na tela, os dois maiores lobos, um marrom e um loiro, viraram-se para a linha de madeira à distância. —Eu não estou dizendo que isso não me incomoda querido, mas eu estava saindo de qualquer jeito. Eu vim para ver se você quer ficar ou ir. —Lakon recostou-se e expeliu um fôlego, reuniu


umidade em seus olhos. —Mya? — Seu irmão parecia preocupado novamente. —Eu poderia ser capaz de lidar com o meu marido e ter uma vida secreta de lobo, mesmo que ele não confiasse em mim o suficiente para me dizer sobre isso. É que há muitas coisas que ele não confia em mim, Myles. Eu preciso ir para pensar. Eu não posso ficar agora. —Sua sombra podia ser vista inclinada para baixo para ligar uma luz fraca. Quem estava assistindo à fita, podia ver que ela estava chorando. Os homens na sala olharam para Lakon por um segundo e depois voltaram à tela. Mya virou as costas para seu irmão e disse: —Ele se transformou em uma besta, rosnando sem que se transformasse em um lobo, Myles. Ele acha que eu quero ir para cama com outras pessoas. A camisa de flanela que ela usava uma das de Lakon, escorregou de seus ombros expondo as costas nuas à altura do ombro. Entre o ombro direito e o pescoço via-se uma atadura de gaze grande coberta de sangue. Myles virou-se para a câmera e pôs a mão no curativo para expor uma grande e sangrenta ferida, com quatro furos, dois de cada lado do ombro. A lesão era claramente visível. — Sanguinário fodido, cubra isso Mya! Filho de uma puta, vagabundo, filho de uma prostituta. — Myles esbravejava em voz baixa. Yancey tinha os olhos arregalados em choque, assim como Betânia. —Você beija sua mãe com essa boca? — Mya sussurrou. —Não, só a minha irmã sempre adorável. Vou chamar alguém aqui para consertar isso, Pet. — Sua voz tremia de raiva.


—Não chame ninguém, meu irmão, não! — Ela disse com uma voz assustada. —Você tem que fazê-lo. Nós não sabemos quem é quem agora e se ele é alfa ou beta... Na tela, a câmera foi rebaixada para a janela e gravou a lua cheia refletindo no vidro quando os dois se falaram. —Shhh, irmãzinha, shhh. Não se preocupe. — Ele acalmou-a. — Eu vou cuidar disso. Isto precisa ser trocado. — Eles podiam ouvir os sons do curativo sendo retirado e um novo sendo posto em prática. —Você pode suportar isso? —Ai...

bem... — Ela falou com os dentes cerrados, a dor

evidente em sua voz. —Você pode me dar uma boa razão para não matar o bastardo, ou morrer tentando? — Myles falou após um minuto. —Eu tenho três. — Myles virou a câmera para mostrá-la falando. Ela estava pálida e tremendo. —Primeiro, os cães têm a pele mais grossa e musculatura cervical mais forte do que as pessoas. — Ela parecia saber o que estava falando. —Então você está dizendo que o filho de uma cadela, sem trocadilho, esqueceu que você não é de sua espécie e mordeu-lhe muito forte? — Lakon se contorceu na cadeira, ouvindo o nojo de Myles. —Sim, eu acho. E, segundo, você sabe que ele não conhece sua própria força. Nós conversamos sobre isso quando você se machucou. —Eu não me importo o quão forte é um homem, ele deve se lembrar de sua força em torno de sua mulher, sem desculpas. Bastardo!— Myles cuspiu. —Qual é o terceiro? —Eu o amo, Myles. Não importa se ele é um rato, um coelho


ou uma hiena, eu o amo. Estou indo só para amá-lo á distância agora. Você vem?

Myles configurou a câmera para baixo. A tela

mostrou-o se deslocando para a cama e ela se enrolando na cama ao lado dele. —Não, Luv, acho que vou ficar. Talvez eu tenha sentimentos por Maisie e tolo que sou, quero ver aonde as coisas vão, mesmo se ela é... —Lupino. — Mya acabou para ele. —Lupino. — Ele repetiu. —Talvez isso não dê certo. Eu não tenho certeza de qual de nós é o leão ou o cordeiro nesta relação, se houver. Para onde você se dirige? Norte ou Sul? —Norte, eu acho. Talvez nordeste. As montanhas são grandes o suficiente para me esconder, enquanto as coisas se resolvem. —Ele pode vir à sua procura, Pet. — Mya podia ser ouvida fungando. Uma lágrima pôde ser vista escorrendo pelo rosto. —Não posso imaginar por que... Ele, aparentemente, pensa que eu quero ter um caso com seu irmão, com seu melhor amigo, o cara na hora do almoço, com o baterista... — Ela não conseguiu controlar a enxurrada de lágrimas. —Ele vai querer saber pra onde o seu brinquedo favorito rolou Pet. — Myles passou a mão pelos cabelos dela. —Bem, eu acho que ele não saberá até que eu diga ou você. — Ela parecia um pouco irritada novamente. —Então você não vai me dedurar, vai? —Basta colocar um anúncio bem grande na região local, assim saberei onde você está ok? —Eu estou decidida, Myles. Conheço um veterinário que irá me ajudar com esta mordida. E que não fará muitas perguntas.


Ela beijou o irmão e o abraçou com força. Myles ergueu a câmera de novo e estava seguindo seus movimentos. Lakon viu como ela levantou um saco com a mão esquerda e saiu do quarto. Todos se calaram sobre a tela e depois de um tempo curto, a câmera de vídeo desligou sozinha.


Capítulo 9

Início da Eiderhook Sandy Blowing Rock, NC

Mya estava contente de estar caminhando nas montanhas. Ela sempre acreditou que pertencia aqui. Este era o lugar onde realmente se sentia em casa. Neste momento, estava indo à direção da casa de seu amigo, Sandy. Ela pensou em como tinha vindo aqui, após a pior crise de Myles, seis anos antes. Naquele tempo, ela tinha se vendido. Vendeu sua virgindade para o administrador do hospital pelo preço do tratamento de seu irmão, com os remédios e dois meses de atendimento domiciliar. A última vez que tinha visitado Sandy foi há três anos. Ela tinha estado trabalhando para um veterinário que era um especialista em vida selvagem. Ela adorava esse trabalho e tinha esperança de que poderia aprender muito com o homem. Tinha aprendido um pouco sobre a vida selvagem e tinha aprendido um pouco sobre se defender. Após um ano de trabalho para ele, absorvendo todo o conhecimento que ele poderia dar, seu patrão havia decidido que ela se fazia de difícil e quase conseguiu estuprá-la. Ela fugiu e o homem tentou segui-la. Eles estavam na Carolina do Sul e, em seguida, Myles tinha


começado a trabalhar para um jornal local. Seus pés e pernas haviam sido feridos e chegar até Sandy não tinha sido fácil. Ela tinha compreendido o quão difícil tinha sido para Myles. Ele tinha compreendido o quão difícil foi para ela. Agora, eles estavam em algo mais próximo ao pé de igualdade. Ela estava caminhando nas montanhas para encontrar a paz consigo mesma. Ele ficou para trás porque escolheu. Mya

recusou-se

terminantemente

a

pensar

em

Lakon

Montgomery. Bem, não pensaria nele de propósito. Ele era uma dor constante em seu coração e,... no ombro latejando. Analisando todo o campo, ela percebeu que estava chegando à casa de seu velho amigo. Quando ela e Myles tinham apenas dezesseis anos, Sandy tinha ajudado com o tratamento de Myles. Em última análise, eles tinham que se mudar e trabalhar na cidade, mas Sandy tinha ajudado. Com a sua afinidade natural com animais, Mya ajudou Sandy, também. Ela já tinha trabalhado com animais há muitos anos, mas tinha decidido, no final da vida, ir para a escola para se tornar uma veterinária licenciada. Mya o tinha assistido de vez em quando durante o seu estágio. Ele também ajudou a estudar quando ela chegou ao restaurante onde havia sido uma garçonete. Eles permaneceram em contato, vagamente. Mya se aproximava de sua porta traseira e ouviu vozes. Sandy não era um homem jovem e não era casado. Sandy nem assistia à televisão. Ela não queria interrompê-lo e não queria chamar a atenção para si mesma. Ela bateu na porta. —Sandy!— Ela gritou.


A porta abriu e lá estava ele. Alto e magro com um rabo longo e branco puxado para trás de seu rosto. —Mya Brooks! Será que realmente é você? — Sandy faria melhor do que agarrá-la. Ele apenas abriu a porta e sorriu para ela. Talvez ele tivesse cinquenta ou sessenta anos, mas ainda parecia que estava na casa dos vinte. Algumas pessoas nunca envelhecem. Agora que ela era mais velha, desejou que tivesse gostado dele. —Olá, Sandy. Eu o ouvi falar com alguém? —Ei, pequena rosa inglesa! Olhe como você cresceu! Você com certeza tem um sotaque inglês. Eu vi você na televisão no outro dia! . —Isso é legal, Sandy. Você tem companhia? —Ela insistiu. —Não, minha senhora, eu não. E eu não tenho uma cantora famosa aparecendo na minha porta sem aparente razão, não é? — Eles sempre foram diretos um com o outro. Agora parecia um bom momento para seguir essa tradição. —Não, não sem razão. —Onde está seu irmão? Mais importante, onde está seu namorado? —Sandy perguntou, levando-a para sua cozinha. —Myles está no hospital. Ele está em Duque recebendo algo feito para os seus genes. — Ela deu ao seu velho amigo, um sorriso aguado. **** Mik sentou-se na lavanderia fora da cozinha de seu velho amigo. Eles estavam desfrutando de uma boa discussão sobre um


jogo de xadrez, quando Sandy exclamou: —Meu Deus, eu não acredito!— Na sequência, ele perguntou — Quando foi a última vez que falou com Lakon? Antes que Mik pudesse responder, Sandy o empurrou para a lavanderia e ordenou que ele ficasse quieto lá e ouvisse. Mik não estava certo do por quê, mas estava ouvindo tudo com atenção. ***** —Deixe-me

adivinhar,

ele

está

sendo

tratado

por

um

Livingston ou Montgomery? Isso chamou a atenção de Mik, despertando sua desconfiança em relação a moça para a qual Sandy fez a pergunta. —Por que você suspeita isso, Sandy? Você sabe, está ficando tarde, realmente eu deveria ir... —Sente-se e me diga o que está acontecendo, mocinha!— Sandy falou, pressionando-a em uma cadeira de costas para a lavanderia. —Você sabe que Lakon Montgomery é conhecido nesta parte do país e você está dormindo com ele! Mik foi pego de surpresa. Estava presente ali a mulher pela qual seu filho tinha chamado por ele? Lakon estava tão tomado por essa menina. Ele se preocupava tanto e foi tão sincero. Por que ela estava tão longe de Lakon agora? Ele precisava ligar e descobrir. —Ok, hum, dê-me um minuto. Quer café? — Sua voz soou estranhamente alta. Mik ouviu Sandy movimentando-se para fazer café. Ele empurrou a porta da lavanderia e abriu um pouco mais. Por último, Sandy tinha uma xícara de café em frente de si mesmo e da sua


convidada, fixando-se perto dela. —Mya, a última vez que você veio aqui, algo de ruim tinha acontecido com você. Na verdade, toda vez que você me procura, algo ruim aconteceu. Agora fale comigo, menina. —Sandy soou rouco para Mik. —A resposta curta é: um cachorro me mordeu. —Disse Mya. Mik endireitou-se. —Você quer dizer... Você não quer dizer... — Sandy estava tendo problemas para fazer a pergunta. —Quero dizer, um licantropo muito grande ficou furioso comigo e me mordeu. Eu preciso de tratamento. —Disse ela, constrangida. —Ele realmente te mordeu? — Sandy estava incrédulo. A garota concordou. —Deixe-me vê-lo. Mik estava grato que a lavanderia estava imediatamente atrás da mesa da cozinha. Ele não podia ver seu rosto, mas estava começando a ter um mau pressentimento. —Ok. — Ela respirou, desabotoando sua camisa. Ela endireitou-se na cadeira e deixou cair a camisa de seu ombro direito. Ela mal conseguia mover o ombro que estava roxo e verde. As perfurações pareciam infectadas. —Jesus, Deus!— Sandy respirou fundo. Delicadamente tocou o ombro inchado. —Lakon Montgomery fez isso com você, querida? — Sua voz estava um pouco acima de um sussurro. Mik não podia vê-lo tão bem. Ele não queria vê-lo se o tom de voz de Sandy era um bom barômetro do quão ruim estava a lesão. —É uma história longa, Sandy. —Disse ela, com cuidado. —Eu realmente gostaria de ouvir tudo, caso contrário, eu


poderia encontrar uma maneira de matar o filho da puta dormindo ou acordado... —Sandy começou a se movimentar ao redor, tentando encontrar coisas que pudessem fazer o ombro de Mya se sentir melhor. Mik saiu da pequena sala e olhou com horror o ombro da garota. —Eu não estou dizendo que ele fez de propósito, não fez isso por querer, ou algo assim. Mas eu creio que tudo começou com seu irmão... — Mya estava tentando ser justa. —Você vai ter que ser mais específica, Mya. —Disse Sandy, entre os dentes. —Nós estávamos no Anfiteatro em Raleigh e Riker surgiu do nada. Ele foi em cima de mim e eu me senti como um osso saboroso. Eu estava muito assustada para me mexer. Isso deixou Lakon realmente louco. Depois disso, as coisas só pioraram. —O que você não está me dizendo, Mya? — Sandy exigiu. —Eu só posso te dizer isto. Apenas isso... Eu não posso ok? — Ela começou a chorar, mas se controlou muito rapidamente. — Estou aqui porque eu preciso de sua ajuda e eu preciso de algum espaço. Você pode me ajudar? —Eu vou te ajudar. Posso fazê-la se sentir melhor, cuidar de você... — Mik movia-se em torno da paciente. —Eu quero que você conheça alguém... Logo que a menina se fixou no grande lobo, ficou aturdida. —Você é um deles, não é? O coração de Mik caiu. Seu filho estava apaixonado por uma menina que não podia aceitar que ele era um lobisomem. Se Lakon causou esta lesão, ele não podia culpá-la. —Você é um Montgomery. — Ela respirou, afastando-se dele.


Ele estava atordoado. —Mya? — Ele perguntou incrédulo. —Você não pode me levar de volta. Eu não quero mais ser magoada. Pobre Betânia. Espero que eles não a machuquem... Mik foi pego de surpresa. A pobrezinha estava tremendo como uma folha. Ela estava em ruína. —Querida, sente-se. Eu juro que não vou tentar levá-la a qualquer lugar. Aqui, tome um café. — Mik tentou acalmar Mya, cutucando o café para ela com o focinho. —Sandy, coloque alguma coisa no café para ajudá-la a se acalmar. —Você é não é? Você é um Montgomery. — Ela olhou para Mik acusadoramente. —Se eu tivesse que me apaixonar por um cão, por que é que tem que ser um meio cão, meio homem? Sandy colocou um pouco de uísque em seu café e colocou uma bolsa de gelo no ombro dela. Delicadamente, ele aliviou as costas na cadeira. —Eu vou aplicar-lhe uma injeção com um pouco de cortisona. Quero limpar primeiro, mas tenha calma, ok? Ela virou os olhos em reprovação para Sandy. —Eu pensei que podia confiar em você, Sandy. — Seus olhos se encheram de lágrimas. Mik não queria nada mais do que matar seus filhos logo em seguida, lentamente. —Mya, eu prometo que não vou machucá-la ou tentar levá-la a qualquer lugar. Eu não vou dizer a ninguém onde você está. Eu prometo a você pela vida dos meus netos. —Você não vai se transformar em um cara grande, agora? — Ela lhe perguntou.


—O que você vê é o que eu sou querida. Eu sou um lobisomem, mas eu não posso me transformar. Minha mãe era Canis lupus occidentalis, uma de uma montanha rochosa dos Wolf. Meu pai era um lobisomem. — Ele esperava que isso fizesse todo o sentido para ela. Ela não parecia tão histérica como tinha estado antes. Mya assentiu com a cabeça, sua curiosidade a fez perguntar: —Então, os lobisomens ou meio-lobos podem se casar com humanos? —Sim, querida. — Mik deu um suspiro de alívio. Ela parecia mais calma agora. —Eu quero entender Mya. Você não está preocupada

com

lobisomens,

em

geral,

apenas

com

os

Montgomerys? Ela olhou para ele com um gigantesco sofrimento nos olhos e concordou. —Eu tive que pensar um pouco e é alucinante. Pensei que Lakon fosse meu marido. Será que ele pensou que eu não saberia? Ele devia ter me preparado, não acha? — Ela estava com raiva, as lágrimas já não eram de tristeza em seus olhos. Mik aproximou-se dela e sentou-se á sua frente. —Ele deveria ter dito a você, querida. — Mik assentiu. —A sua mulher sabia que era um lobisomem antes de vocês... dormirem juntos? — Ela corou, talvez porque fosse uma questão tão pessoal. —Ela sabia. Elke é um lobisomem, também. Mas ela pode se transformar e eu não consigo. Ela sabia isso também, mas isto não tinha importância para ela em primeiro lugar. Mais tarde, a incomodou. Ela conseguiu passar por isso. — Ele não estava certo


porque estava compartilhando essas coisas com ela, mas era tempo de alguém do clã Montgomery mostrar a essa mulher alguma confiança. —Pelo menos ela tinha a informação. Sandy se levantou e começou a limpeza da ferida em Mya. Seu ombro estava exposto. A camisa de flanela que ela usava, cobria o resto do seu corpo. —De qualquer forma, sei que Lakon é um lobisomem e que há muitos lobisomens que não são Montgomerys. Nenhum deles jamais me machucaria ou agiriam assim. Riker e Lakon... — Ela fungou de novo, obviamente lutando para não chorar. —Diga-me exatamente o que aconteceu querida. Comece do começo. — Mik estava determinado a ir ao fundo das coisas. —Nós estávamos no Pavilhão da Alltel, um grande anfiteatro fechado, e eu estava mais abaixo, em frente ao palco. Lakon estava no palco e lá estava uma mulher linda e loira com ele. Tinha a cabeça perto de sua barriga para que eu pudesse ver seu rosto. Parei de caminhar em direção a eles, porque eu estava tentando descobrir por que ela era tão familiar para mim. Eu sabia que nunca a tinha visto... Mya parou para tomar um gole de seu café e estremeceu quando Sandy injetou a cortisona e fez uma compressa quente sobre sua lesão. —Ela era a Bet, certo? — Mik perguntou, incentivando-a a ir em frente. —Sim, Betânia. Enfim, enquanto eu estava ali em pé, um homem, Riker Montgomery, veio por trás de mim e colocou o braço ao meu redor. Ele foi pressionando contra mim e puxou minha


cabeça de lado para que pudesse colocar a boca no meu pescoço. Ela parou de falar, tomando grandes goles de ar. Abaixando a cabeça Mik franziu o focinho e com esforço, conseguiu não rosnar. —Ele estava me lambendo e outras coisas. — Mya continuou a relatar o fato. —Eu tentei fugir e ele rosnou para mim. Ele não me deixou ir. Pedi-lhe que me soltasse, mas ele não me atendeu. Lakon veio e os dois começaram a rosnar um para o outro. — Sua voz era um pouco mais alta agora. —Eles estavam rosnando e eu estava presa entre eles. Se Betânia não tivesse vindo e me tirado dali, eu não sei o que teria acontecido. Mas durante o resto do dia, Lakon parecia estar com uma espécie de raiva. Então, naquela noite... — Ela se levantou, balançou a cabeça para trás e para frente, as lágrimas escorrendo pelo rosto. —Eu tenho que ir ao banheiro. — E fugiu da sala. Quando ela saiu, alguns minutos depois, estava muito mais calma. Mik e Sandy estavam conversando em voz baixa. —Sente-se melhor, querida? — Mik perguntou a ela. —Você parece muito cansada. Sandy tinha terminado o tratamento de sua ferida, antes que ela se levantasse para ir banheiro. —Eu estou cansada. Fugi de Lakon ontem, no meio da noite. Eu não consegui dormir muito. Eu sei que ele não sabia que eu tinha fugido, até hoje pela manhã. Mik decidiu pular essa parte da história no momento. Ele e Sandy convenceram Mya a deitar no sofá por um tempo para descansar.


Capítulo 10

Mya estava cochilando quando ouviu o telefone tocar. Ela percebeu que o viva-voz tinha sido acionado. —Olá? — Uma voz de mulher respondeu. —Olá, amor, como você está? —Era a voz profunda de barítono do lobisomem Mik. —Quando você vai voltar para casa, Mik? Os meninos estão muito chateados. — Mya achou que a mulher parecia um pouco chateada. —Estou bastante chateado, também, Elke. — Mik rosnou. —Lakon disse que sua companheira descobriu que ele é um lobisomem e que tem medo dele!— Elke disse, entre lágrimas. Esta era a esposa de Mik e a mãe de Lakon! Mya empertigouse sobre o sofá, curiosa para ouvir sua conversa. Será que Mik contaria à sua esposa que ele sabia onde ela estava? Será que sua esposa levaria Lakon até lá? —A companheira de Lakon não tem medo de lobisomens, amor, ela tem medo dos Montgomerys. —Ele rosnou com raiva. —Isso é um problema, não é? — A mulher respondeu ofegante. —Vou refletir sobre a ironia disso no caminho de casa, Elke. Quando eu chegar lá, eu quero os meninos sentados na varanda esperando por mim com o rabo entre as pernas. A mulher parecia surpresa e assustada. —Se eles me fizerem ir até a cidade, será para rasgar suas


peles e vou fazer duas viúvas, Mya e Betânia. Diga-lhes isso. Nunca pensei que poderia me sentir tão envergonhado de meus próprios filhos. Nunca. Eu vou estar em casa em poucas horas.. —Mik, você está bem? —Estou me sentindo muito humilhado agora, Elke. Eu te amo. Estarei em casa em breve. Mya percebeu que a ligação havia terminado e esperou. Ela ouviu quando Mik e Sandy conversavam. —Cuide dela, Sandy. Vou ligar amanhã à noite. Eu não gosto de manter um homem afastado de sua companheira, mas eu lhe dei minha palavra. Depois do que ele fez, eu não sei se ele é digno de ter uma companheira. O lobisomem parecia tão triste e desanimado por ela. Mya queria ir lá e consolá-lo. Por alguma razão, ela sabia que podia confiar no velho lobo. —Mik. — Ela chamou o seu nome baixinho. Ela o ouviu caminhar até o sofá. Ela estava deitada, de lado, expondo o ombro machucado, mas ao vê-lo, se sentou, de pernas cruzadas. Ela estava com muita dor. —Mik? — Disse ela novamente. Ele sentou-se à beira do sofá, olhando para ela. —Eu sinto muito por tudo isso, Mik —. Sentia as lágrimas derramarem-se por seu rosto. O velho lobo colocou a cabeça junto a dela, dando-lhe um abraço lupino. —Eu sinto muito, muito, querida. Ela colocou o braço bom em torno dele e lhe deu um apertão. Ele descansou a cabeça acima da dela e a acariciou com sua enorme pata.


—Eu gostaria de poder fazer tudo melhor, mel — disse ele. —Eu desejo que você possa. — Ela respondeu com tristeza. —Fique aqui com Sandy e descanse um pouco. Talvez tudo fique melhor em um ou dois dias. Ela não lhe respondeu, pois estava chorando baixinho. Ele saiu do sofá e ela deitou. Mik puxou uma manta de trás do sofá e a cobriu. Ele a lambeu no rosto e acariciou sua cabeça e pescoço até que ela adormecesse. **** Casa de Elke e Mik Montgomery Franklin, NC Lakon e Riker estavam sentados na varanda da casa de seus pais, numa ocasional conversa, mas em geral, na forma de lobo, eles não falavam. Os dois homens estavam em forma de lobo. Lakon tinha acabado de abrir a boca para falar com seu irmão, quando um lobo prata de patas grandes saltou para a varanda e pegou Riker pela parte superior das costas. Antes que o lobo marrom pudesse reagir, o lobo mais velho, Mik, atirou-o no quintal e foi sobre ele novamente. Mik imediatamente agarrou-o pelo lado e atirou-o no ar. Assim que pôde se mover, Riker rolou em suas costas, expondo seu ventre em súplica. Lakon estava na varanda e podia ouvir o que seu pai dizia. —Ela lutou e você rosnou para ela. — Mik retumbou. —Você a segurou contra a vontade e, com medo, ela lhe pediu para parar e


continuou a rosnar para ela!— Mik agarrou sua garganta e sacudiuo, deixando seu filho, antes que lhe causasse danos duradouros. Lakon podia ver o medo nos olhos de seu irmão. Mik era uma visão assustadora, sua ira e suas orelhas para cima. Seus lábios estavam enrolados em um grunhido irritado e a baba escorria de suas presas. Seus olhos amarelos brilharam ameaçadoramente na noite escura. —Você pensa que é engraçado assustar como o inferno uma garota inocente, apenas para se desforrar do seu irmão? —Papai, me desculpe. — Riker não soava como o alfa do grupo agora. —Eu não sabia que ele iria reagir assim... —Você é seu irmão gêmeo, você sabia bem, seu idiota! Você não achou que iria muito além de torturar seu irmão, não é? Nunca ocorreu a você que fosse assustar o inferno uma fêmea humana inocente,

não

é?

Não

quis

pensar

em

quaisquer

outras

consequências que suas ações poderiam causar, não é? Eu tenho vergonha de você, filho. Saia da minha frente. Riker mexeu-se para trás e saiu, envergonhado e humilhado. Mik moveu-se lentamente em direção ao seu outro filho, assim que pisou de volta na varanda, tremendo, mas firme. —Você

quer

saber

o

que

eu

deixei?

—Ele

rosnou

amargamente para seu filho. —Deixe-me dizer-lhe! Lakon ficou em linha reta, determinou que ele seria homem diante disso. Seu pai não poderia afligir-lhe nada pior do que aquilo que já tinha acontecido, ele tinha certeza. —Eu deixei uma mulher doce e inocente, que chorou até dormir. Depois que ela tentou... tentou me consolar, porque eu estava me sentindo mal pelo que meus filhos fizeram a ela,


machucando-a. Ela me disse que estava arrependida de tudo isso, como se fosse culpada de alguma coisa. Deixei-a chorar, a acariciei e a pus para dormir. Mik moveu-se para ficar frente a frente, com o focinho colado ao do filho, os dentes arreganhados, rosnando. — Ela está triste. Ela me abraçou, também. — Ele respirou fundo, seu lábio ondulando, ainda babando e ameaçador. —Ela me abraçou com seu braço esquerdo, porque não pode mover seu braço direito. Ele agarrou Lakon pelo grande músculo, acima de sua perna direita e virou-o ao chão, batendo o ar de seus pulmões. Mais uma vez, moveu-se para o focinho de seu filho. Lakon rolou na vertical novamente. —Você quer me dizer por que ela está com tanto medo dos Montgomerys? Não dos lobisomens, apenas dos Montgomerys? Ele agarrou o pescoço de Lakon e o sacudiu com força, levantando-o do chão e arremessando-o a vários metros de distância. Vencido mais uma vez, Lakon estava deitado de costas agora, como seu irmão tinha feito. Seu peito e estômago foram expostos na apresentação. —Por que você não só cortou a parte onde você mordeu. O que mais você fez com ela, meu filho? O que você pode admitir para o seu velho pai? Ela saiu correndo do quarto, histérica, quando chegamos a essa parte da história... — Mik tremia de raiva. —Eu apenas disse a sua companheira que as coisas ficariam melhores em um ou dois dias. Eu me sentirei muito mal, se eu menti a essa doce menina, meu filho. Lakon fechou os olhos.


—Oh, Deus, pai. Eu a amo tanto. Eu não posso acreditar que eu a machuquei. Eu gostaria de poder ter tudo de volta. Eu não sei o que aconteceu. Eu nunca pensei que poderia fazer nada para machucá-la... Lakon não tentou deter as lágrimas que escorreram de seus olhos. Ele desejava que seu pai terminasse o trabalho e rasgasse sua garganta. Ele merecia. Pensou que não podia ter feito algo pior, mas fez. Ele definitivamente fez.


Capítulo 11

Casa de Sandy Eiderhook Blowing Rock, NC Fazia três dias, desde que Mya tinha chegado à casa de Sandy. Ela estava começando a se sentir inquieta e sabia que era hora de ir. O fato de estar chovendo, acabou de confirmar para ela, que esta noite seria uma boa noite para sair. Sabia que o cheiro dela seria mais difícil de seguir após a chuva. Ela havia feito acordos com Sandy para pegar suprimentos ocasionalmente. Ela não sabia quanto tempo ficaria fora, mas se certificou de que Sandy poderia entrar em contato com Myles, se fosse necessário. Com sua mala pronta e todos os seus fornecimentos embrulhados em plástico, só havia mais uma coisa para Mya fazer. O velho lobo tinha sido honesto com ela. Ela seria honesta com ele. Com a ajuda de Sandy, ela chamou Mik. —Olá? — Elke atendeu ao telefone, como de costume, quando este tocou. —Certamente. Só um momento. — Mik ouviu a incerteza na voz de sua esposa. —Mik, telefone para você. — Ele levantou uma sobrancelha. Ele raramente atendia ligações telefônicas. Ele olhou para seus filhos, que olhavam melancolicamente para o fogo. Acionou o botão viva voz. —Mik Montgomery falando.— Ele disse calmamente. Riker


olhou para ele, mas não falou nada. Lakon continuou a olhar para as chamas cintilando. —Mik? — Uma voz doce, levemente acentuada, disse. —É Mya. Lakon pulou na posição vertical, derramando seu café. Mik deu um grunhido baixo de advertência. —Mik, você está bem? Será que eu chamo em um momento ruim? ― Até parecia que ela estava ansiosa para terminar a chamada. —Eu estou bem, querida, apenas derramei um pouco de café, é tudo. —Ele improvisou rapidamente. —Você está queimado? Um saquinho de chá ou um pouco de óleo de lavanda fará você se sentir melhor. — Não Mya, estou bem. Apenas derramei um pouco. Como está você? Como está seu braço? — Ele perguntou preocupado. —Hum, Mik, eu liguei para dizer adeus e agradecer por tentar me fazer sentir melhor. Estou indo em alguns minutos. —Sua voz estava baixa e ele poderia dizer que ela estava lutando contra suas emoções. Lakon olhava para o telefone, segurando os braços de sua cadeira com firmeza. —Você vai ver seu irmão, Mya? — Mik perguntou, sabendo em seu íntimo, que ela não iria. —Não, eu não vou ver Myles. Eu estou indo para as montanhas. —Mya querida... — Ele respirou fundo, balançando a cabeça para Lakon, que queria falar. —Está chovendo, agora. —Eu sei Mik. — Disse ela, suavemente. —Você mal pode usar o seu braço direito, amor.


—Eu sei Mik. —Repetiu ela, delicadamente. —Você não... — Queria perguntar se ela não confiava nele para manter a sua palavra, mas não sabia se tinha o direito de perguntar. —Mya Lakon... —Mik, eu só preciso arranjar meu próprio dinheiro. Por favor, não quero mais do que isso. — Ele a ouviu respirar fundo. —Você poderia fazer algo por mim? —Qualquer coisa querida. — Seu filho olhou para ele, implorando. —Só cuide dele por mim, ok? —Ele podia ouvi-la lutando pelo controle. —Você pode perdoá-lo, Mya? —Mik esperava que pudesse conseguir a reconciliação do casal. Os olhos de seu filho estavam quebrando seu coração. —Eu o perdoei, sim, Mik. É só... Esquecer leva mais tempo. Tenho que ir. — Ele ouviu um movimento e, em seguida o som de uma porta se abrindo e fechando. —Mik? —Foi Sandy. —Como você pode deixá-la ir, Sandy? —Mik rosnou ao seu velho amigo. —Sente-se, meu filho!— Ele ordenou a Lakon. —Ela é adulta, homem. Eu não posso mandar nela. Ela vai ficar em contato com Myles e eu. Nós estivemos nessa estrada antes. —Por que você não me chamou antes? Eu poderia ter ido aí, fazer alguma coisa! — Mik latiu. —Olha talvez eu devesse ter-lhe dado sinais. Ela só nunca mais será a mesma. Será bom que fique um tempo sozinha. Ela vai para a floresta e lamberá suas feridas.


—Como está seu ombro? Ela tem suprimentos? Como ela está Sandy? — Lakon disse à distância. —Senhores, não pensem que ela está indo apenas para chamar atenção. Sou especialista em vida selvagem. Se quiser, eu a encontrarei. Ela suspeitava que Lakon estava aí. Eu não poderia impedi-la, ela manterá contato. Os dois homens terminaram sua chamada de telefone. —Pai, — Lakon disse com a voz embargada. —nós temos que encontrá-la. Tenho que encontrá-la. —Filho, vá se você acha que vai ajudar. Ninguém é melhor que Sandy. Na hora em que você chegar lá, mesmo você e o bando, ela estará muito longe. Mas vá. Sandy mora em Blowing Rock. —Virouse para seu outro filho. — Riker, você vai ver Maisie na Duke em um par de dias. Veja se você pode obter algo dele. ****

Sala 125, Quarto de Myles Brooks Duke University Medical Center Riker entrou na sala escura e viu um homem muito jovem, aparentemente dormindo na cama. Enquanto ele estava à porta, debatendo-se quanto a melhor forma de despertar o jovem, as doutoras Maisie e Jane Montgomery e o Dr. Abel Livingston


entraram na sala. —Riker!— Cumprimentou o Dr. Livingston. —Eu ouvi dizer que você estava aqui. —O que podemos fazer por você, senhor? Você veio verificar o progresso de Myles? —Perguntou a Dra. Jane Montgomery. Antes que Riker pudesse responder, o jovem na cama, falou: —Eu não dou a mínima em saber o porquê dele estar aqui. Eu não o convidei e ele pode ir agora. Maisie adiantou-se. — Myles, ele é o nosso Alfa. Você não pode falar com ele desse jeito. —Maisie, ele é o seu alfa, não meu. Eu posso falar com ele de qualquer jeito danado que eu quiser. Se ele quer lutar de alfa para alfa pode esperar até que vocês tenham acabado de brincar comigo, ou ele pode muito bem vir agora. Eu não me importo muito. —Myles, sua irmã... —Minha irmã não está, neste momento, acoplada com um Montgomery, segundo nossos costumes. Nem ela, nem eu, nos sentimos inclinados a mudar isso, neste exato minuto. —Myles!— Maisie ficou chocada, assim como os outros dois médicos na sala. — O senhor Brooks está correto. Nós somos ambos Alfas, e eu preciso falar com ele. Vocês podem nos deixar, por favor? —Riker decidiu que era hora de entrar em cena. Quando os médicos saíram, Riker olhou para o jovem macho humano na cama. Ele era muito musculoso. Mesmo que ele, obviamente, tivesse sofrido um grave problema de saúde, ele não era fraco e não era um homem para ser tratado com leviandade.


Apesar do fato de que ele tivesse apenas 23 anos de idade, Myles Brooks era um homem feito e, definitivamente, um Alfa. —Você mudou sua mente sobre o acasalamento com Maisie? —Riker perguntou a ele. —Eu não sei se ela é minha companheira. — Myles ainda era muito hostil com Riker. O mais velho deixou escapar um suspiro. —Olha, obviamente eu estou aqui por sua irmã. Estamos todos muito preocupados com ela. —Um bocado atrasado. — Resmungou Myles. Os olhos de ouro de Riker brilharam, mas ele não respondeu. —Ela está bem. Deixou Sandy quatro dias atrás. O ombro está um pouco melhor. Ela viu uma raposa vermelha no outro dia... —Como você sabe tudo isso? —Riker perguntou. Ela teria chamado seu irmão? Myles pegou um jornal e o mostrou a ele. Apontando para um anúncio, Myles, explicou: —Nós temos um código que usamos. —Levantando-se da cama, ele passeou até a janela e olhou para fora. Riker se sentou na beirada de uma cadeira perto da janela. —Olha cara. Eu me sinto muito mal sobre a maneira como agi pela culpa que me cabe pelo que aconteceu entre Mya e Lakon. Eu provoquei o meu irmão, agarrando a sua irmã e agindo como um tolo. Ele olhou para suas mãos por um minuto. Myles olhou para ele, e então voltou para a janela. —Mya foi abusada por homens grandes. —Disse ele. —Você a assustou. — Myles continuou olhando para frente.


—Meu pai tem sido amigo de Sandy por anos. Estava lá no dia em que Mya apareceu. Ele perguntou a sua irmã o que aconteceu. Ela lhe mostrou o ombro... Myles olhou firmemente para Riker, esperando. —Papai foi para casa nos encontrar. Myles levantou uma sobrancelha, mas ainda não disse nada. Riker olhou para cima e viu os três membros do bando de pé fora da porta, olhando através da sua janela. Myles virou as costas para a janela e focou-se em Riker. Riker olhou para Myles novamente. Ele podia sentir o calor em seu rosto. —Papai chutou minha bunda bem forte. De nós dois. — Ele fechou os olhos e depois olhou para Myles. —Eu queria ter estado lá. —Disse Miles. —Ele fez um trabalho completo. — Riker disse a ele, tirando sua camisa. Myles pôde ver claramente os hematomas no pescoço e, quando Riker se virou, nas costas. Os hematomas em seu tórax pareciam particularmente dolorosos, porque o semblante de Riker assim demonstrava. Myles parecia estar lutando contra o riso. Não aguentou. Riker sorriu também. —Lakon dificilmente anda em quatro patas. Parece um cão coxo quando está em forma de lobo. Papai chegou perto de matá-lo. Acho que ele quase nos matou. Ele parece pior do que eu. —Seu pai deve ser bem grande para esfregar o chão com vocês dois, que são gigantes. Acho que vocês o deixaram... —Claro que não, nós não vamos fazer nada a papai. O velho


bateu a merda fora de mim antes de eu sequer perceber que ele estava lá. Riker tirou uma foto. Ele mostrou um lobo prata enorme, sentado entre Riker e Lakon. O lobo estava sentado sobre as patas traseiras no chão, enquanto os dois homens estavam em pé. A cabeça do lobo chegava ao topo do tórax de cada homem. Myles assobiou baixo. —Minha avó era uma Wolf de uma montanha rochosa e meu avô era um Were. Meu pai não se transforma. Eu acho que você ia achar estranho. —Não estranho mais nada, eu acho. — Myles admitiu. Riker riu. Riker estendeu a mão para Myles. Após uma pausa, Myles a apertou. Riker riu e acenou com a cabeça em direção à porta. Myles riu também. O alívio no rosto dos três médicos era cômico.


Capítulo 12

Prisão de alta segurança, instalação de tratamento Livingston Johnson City, TN O enfermeiro não achou que foi um grande negócio deixar Auggie Livingston permanecer na sala de recreação, um quarto de uma hora extra. Ele poderia se confundir com a multidão de pacientes maior do que o habitual. Na verdade, esses pacientes não pareciam desequilibrados mentalmente. Nem Auggie, para dizer a verdade. August

Livingston

lhe

havia

dado

uma

boa

dica,

aconselhando-o sobre uma questão jurídica. Além disso, ele estava cansado de ouvir falar de Riker e Lakon Montgomery também. Sua companheira e suas irmãs, todos acharam que eram tão quentes. Grrr. Ele sorriu para Auggie quando saiu da sala. Absorto em conversar com duas outras weres, Auggie olhou e sorriu. **** —Eles tiveram algum tipo de luta, isso é tudo que eu sei. Rumores dizem que ela está nas montanhas, aqui em algum lugar. — Era o primo de Roland, Gil. Gil e sua irmã trabalharam para Lakon Montgomery. O rapaz também tinha pegado uma toalha que Mya Brooks usou para


enxugar o rosto depois de um concerto. Parecia que a irmã de Gil esperava que Lakon Montgomery a escolhesse para ser sua companheira. Graças a uma mulher desprezada, os três homens tinham o cheiro de Mya. Ela tinha um agradável aroma. Eles realmente não precisavam de seu perfume, no entanto. Auggie sabia que tudo o que ele realmente precisava era do cheiro de Lakon Montgomery. Eles iriam seguir Lakon até que ele os levasse à sua companheira. Os Montgomery eram tão desleixados. Nunca ocorreria a Lakon que Auggie escaparia da instalação. O Beta só precisaria abandonar a sua companheira humana e amável sozinha em algum ponto. Auggie podia esperar. Ele era um homem muito paciente. Por enquanto, seu foco estava em fugir, apenas no tempo certo. Ele usaria a mesma ordem para conceder-lhe um favor especial. Ele gostaria de pedir para ficar sozinho na biblioteca durante o dia de visitas. Ninguém nunca visitava August Livingston, ele não podia receber visitas. Ele foi autorizado a ficar só na biblioteca. Esse era o único lugar que ele poderia ficar sem supervisão. A biblioteca compartilhava a banheiro e a área de visitas. Em duas semanas, dois weres de um clã diferente iriam entrar e fingir visitar Roland. Eles trocariam de lugar com Auggie e seu assistente de confiança. Até o momento em que tudo fosse descoberto, Auggie e Roland estariam muito longe. ****


North Stream de Blowing Rock, NC Lakon circulava a uma distância de cinco quilômetros do local onde Sandy tinha uma cabana. Ele não tinha sentido o perfume de Mya ainda, mas sabia que ela tinha estado lá. Até deixou uma nota a Sandy e pegou alguns suprimentos que ele deixou para ela. Fazia quase três semanas desde que ela se foi. Ele se mudou para um galho grosso da árvore e sentou. Obviamente, ela estava mascarando o cheiro dela de alguma forma. O que ela estava fazendo? Alguma coisa estava incomodando ele, mas o quê? Ele voltou para a área em torno do córrego. Lentamente, deixou de se apoiar simplesmente no cheiro dela, deixaria que seu faro fizesse o trabalho. Não! Um perfume que não pertencia a ela... O que era? Macho no cio! Lakon dirigiu-se para a floresta, após a saída do perfume temporário. Ele a viu a quase duzentos metros de distância. Ele ficou tão perto quanto podia e assistiu enquanto ela andava. Ele percebeu uma pequena cabana escondida entre árvores frondosas e rodeada por vegetação rasteira nos dois lados. Quando ela estava quase lá, ele circulou ao redor e se posicionou entre ela e a cabana e esperou. Ela tinha sido muito cuidadosa, ao se aproximar, fazendo com que se perguntasse se ela estava sendo excepcionalmente cautelosa. Ela tinha medo de que ele a estivesse seguindo? Quando olhou para cima e viu a clareira entre ela e a porta, parou. Por um longo tempo, ela parou, apenas olhando para ele. Depois de alguns minutos, ela olhou para os lados, mas não


encontrou o que estava procurando. Ela marchou para frente até que, finalmente, estava a poucos metros dele. Ela parecia tão triste e cansada. Ele se aproximou dela e tomou delicadamente sua mochila em seus dentes. Seus olhos se encheram de lágrimas. Eles caminharam alguns metros e ela parou, olhando para ele, perguntou delicadamente: —Você está ferido? — Ela notou que ele mancava de leve. —Não realmente. — Ele respondeu, através do tecido da bolsa. Ele não queria se estender agora. Como ela poderia se preocupar com ele e seus ferimentos, tendo em conta a sua própria dor? Ela abriu a porta da cabana e ele mancava um pouco ao entrar, o que lhe valeu um outro olhar duro dela. Uma vez lá dentro, ela caminhou até um armário e tirou um par de suas calças de moletom e uma de suas camisas. Ela colocou na frente dele. —Eu acho que você provavelmente não está usando nada por baixo de toda essa pele. — Ela disse. —Vou atiçar o fogo. Ele estava contente de se transformar e colocar algumas roupas. Sabia que ela levou as roupas para ela, mas ele estava satisfeito que o tivesse feito. Tão logo ele puxou as calças, se voltou para ela e começaram a adicionar madeira ao fogo. Ele não se incomodou com a camisa. Quando ela o ouviu se aproximar, se afastou, fingindo que tinha uma coisa que precisava fazer. Ele encheu uma chaleira com água e pendurou num gancho perto do fogo. Quando olhou para ela, a viu tremer em choro silencioso.


Mudou-se por trás dela e delicadamente virou o rosto em seu peito, recolhendo-a contra si. Ele a levantou e a levou para se sentar no tapete grosso perto do fogo. Acomodada em seu colo, ele a envolveu bem apertada em seus braços e a balançou, descansando sua bochecha contra seu cabelo. Não conseguia pensar em nada para dizer que fosse adequado no momento, então ficou em silêncio. Finalmente, os soluços diminuíram. Ajeitou-a nos braços e começou a desabotoar a camisa de flanela. Ele a removeu de seu braço esquerdo e, em seguida, cuidadosamente, de seu braço direito. Sob a camisa de flanela, ela usava uma camisa de manga comprida térmica e ele cuidadosamente começou a remover isso também. —Lakon, não. — Ela sussurrou. —Eu tenho que vê-la e cuidar de você, se eu puder, bebê. Seus olhos estavam fechados, quando ele cuidadosamente puxou a manga esquerda de seu braço e levantou a camiseta térmica sobre sua cabeça. Ele ignorou os seios nus, quando seu ombro direito começou a ficar exposto. Ele prendeu a respiração quando viu o ferimento roxo e vermelho causado pela mordida raivosa, com quatro furos dos seus dentes caninos. Era óbvio que houve danos musculares e nos tendões. Cada movimento devia ser doloroso para ela agora. —Bebê... Mya temos que ir a um médico. Você pode precisar de cirurgia ou algo assim. — Ele estava tão envergonhado de si mesmo. Ela abaixou a cabeça e não disse nada. Lakon baixou a boca sobre o ombro ferido e beijou-a, lavando-o com a língua. Ela olhou


para ele, com os olhos cheios de dor e medo. Com os braços ao redor dela, ele a levou para baixo, no tapete fofo, e lentamente cobriu sua boca com a dele, beijando-a profundamente, apaixonadamente. A língua dele sensualmente adorava sua boca. Ele se deleitava com seus lábios, suas covinhas, seu queixo, mordiscando e lambendo. Quando seu desejo exigiu mais, separou seus lábios e sua língua ardente acasalou com a dela. Ela estendeu a mão e acariciou seu rosto com a mão esquerda. Lakon continuou a beijá-la, descendo até os seios expostos como taça em suas mãos. No começo, ele escovou os mamilos com os dedos e, em seguida, começou a rolar entre os dedos. Sua boca quente moveu-se abaixo da sua garganta para a clavícula, até os seios dela, levando um na boca, sugando-o profundamente. Ele mordiscava o mamilo e depois o roçava com sua língua, transferindo as suas atenções para o outro mamilo, repetindo o processo. —Lakon... — Sua voz soava trêmula. Ela empurrou contra seu peito nu. Lakon levantou a cabeça de seu peito e a puxou contra ele, rolando de costas. Ele tirou sua camisa de flanela e continuou a correr as mãos sobre a pele de cetim abaixo dela. —Eu estava tão preocupado, Mya. Com tanto medo de que eu nunca mais fosse te ver nunca te tocar de novo. — Sua cabeça repousava em seu peito e ele acariciava seus cabelos. —Por que você me machucou, Lakon? —Ela sussurrou, não levantando a cabeça.


Ele tomou uma respiração profunda. —Eu não estava pensando direito, Mya. Você é minha companheira e parecia que todo mundo estava me ameaçando. — Ele respirou fundo outra vez. —Riker é meu irmão gêmeo. Ela assentiu com a cabeça. —Eu sei disso. —Para cada lobo só há um companheiro e nós sabemos quando encontramos. É como uma impressão na sua alma. Às vezes, quando um companheiro morre, não pode haver outro, quase nunca. Ela assentiu com a cabeça contra seu peito novamente. —Ok, até agora. —No caso dos gêmeos, somos tão parecidos em tantas formas, que poderíamos, hipoteticamente, ter a mesma companheira. — Ele soltou um suspiro. Ela ergueu o torso nu do seu, sustentando-se em seus antebraços. —Lakon? — Ele olhou em seus olhos cor de uísque. —O que é querida? — Ele murmurou. Ele a queria tanto. Ela tinha que saber disso. —Seja honesto, ok? Sua testa franziu. —Ok. —Quando você encontrou pela primeira vez Betânia, o que você achou? — Ele não esperava por isso. Honestidade. Ele podia fazer isso. —Ela era bonita. E ela cheirava danado de bom. — Seu rosto e pescoço ficaram vermelhos. Ela queria honestidade. —Sim, eu a


quis. Mya assentiu. —Você esteve com ela? —Huh? Claro que não!— Como ela podia perguntar isso? —Como assim? - Ela parecia genuinamente curiosa. —Ela era companheira do meu irmão! Riker a amava muito. — Por que ela estava fazendo estas perguntas? —Você me disse que me amava na primeira vez em que fizemos amor. — Ela deitou em seu peito. —Mya? — Ele inclinou o rosto para olhar para ela. —Querida, eu te amo. Eu te amo mais do que a minha vida. Eu não amo Betânia do jeito que eu te amo. Você sabe disso, não é? —Eu sei que o seu irmão ama sua esposa e ela o ama. Ele estava sendo estúpido. — Seus olhos se encheram de lágrimas. — Eu sei que está arrependido por ter me machucado Lakon. Eu acredito que você me ama. — Ela moveu a cabeça um pouco para baixo para não estava olhar para ele. —Mas...? ―Ele sabia que havia um mas. Há sempre um mas. —Como posso confiar que você não vai me machucar de novo? — Sua respiração se agarrou em um soluço. Correndo as mãos para cima e para baixo das suas costas lisas, respondeu a ela. —Essas três últimas semanas me ensinaram algumas coisas importantes, bebê. Eu não acho que eu possa explicar cada coisa que eu aprendi. Mas eu sei que tenho que ganhar a sua confiança de volta. Você vai me dar uma chance? —Como eu faço isso, Lakon? Como eu sei que você não vai fazer isso de novo?


—Fique comigo hoje à noite. Só por essa noite. Se tudo correr bem, amanhã vai ficar bem também. Talvez se os dias e as noites fiquem bem, você fique comigo por uma semana... Se eu ganhar a sua confiança novamente, talvez um dia, você queira ficar comigo por toda a vida. —Oh Lakon!— Ela começou a chorar novamente. —Shhh, bebê, não tem problema. Vamos para a cama dormir. Talvez nós fiquemos com fome quando acordarmos. — Ela assentiu com a cabeça, ainda chorando em silêncio. Ele a levantou e a levou para a cama estreita no canto. Despiu-a e a colocou na cama, ele subiu atrás dela.


Capítulo 13

Gabinete do Dr. Abel Livingston Duke University Medical Center

—Myles, você conhece Riker Montgomery, é claro, e este é o senhor Mik Montgomery. — Disse a Dra. Jane O Dr. Abel Livingston introduziu o lobo gigante. Myles se levantou e estendeu a mão para Mik. —Prazer em conhecê-lo, senhor.— Ele é ainda mais formidável pessoalmente. Mik levantou a pata enorme e apertou a mão de Myles. —Eu gosto muito da sua irmã. —Disse a Myles. Myles sorriu. —Ela é fácil de amar. —Eu acho que vocês estão se perguntando por que eu chamei todos aqui hoje. — O Dr. Livingston riu. —Eu sempre quis dizer isso. Riker, Mik, Myles só olhavam para ele imóveis. O médico limpou a garganta. —Ok, bem, temos uma maneira de tratar, essencialmente, a cura da hemofilia de Myles. — O Dr. Livingston explicou. —A coisa é, — disse a Dra. Montgomery —, precisamos de doadores Sr. Montgomery—, ela limpou sua garganta novamente. — Qualquer um de vocês podem se opor.


—Como vocês sabem, a doença de Myles está piorando um pouco por causa de vários fatores. Alguns dos tratamentos passados deve ter deixado o seu sistema de imunidade mais fraco, as articulações estão em risco e as infecções são mais uma ameaça do que no passado. — o Dr. Livingston parecia tão confortável falando sobre a doença, como se estivesse contando piadas. —Isto é emocionante para nós, por uma série de razões. — a Dra. Montgomery realmente parecia animada. —De modo geral, os lobisomens

não

pegam

doenças

como

a

hemofilia.

Como

geneticistas e médicos, estudamos e trabalhamos com todas as doenças e distúrbios que afetam os genes, mesmo os que não têm impacto a nossa espécie. Myles notou que os outros dois homens olharam para os médicos, sem pestanejar. Ele se perguntou se eles estavam interessados ou entediados. Mik esclareceu isso para ele. — Jane, vá direto ao ponto ou eu vou deitar no chão. —Ele rugiu. Myles e Riker trocaram olhares. Ambos estavam lutando para não cair na gargalhada. —Hum, sim. — o Dr. Livingston continuou, pois Jane Montgomery tinha vergonha de falar. —Bem Mik, se você quiser doar um lote de seu sangue, vamos juntar alguns de seus genes com alguns dos dele e nós achamos que podemos curá-lo... Myles viu um arco na sobrancelha de Riker. Ele sabia que Mik ficou tão surpreso quanto ele. —Antes de chegar ao como e aos porquês, vamos falar o resultado final. — Insistiu Riker. —Sim, eu queria perguntar isso também! O que acontece


além da cura da hemofilia? — Myles finalmente disse. —Essencialmente, você vai se tornar Lupino, mas você não será capaz de se transformar como o Dr. Livingstone, eu e Riker podemos. Você vai ser como o oposto de Mik. —Explicou a Dra. Montgomery. Myles e Mik se entreolharam por um minuto. —Hum, ainda vou ser capaz de falar? Mik vive em um corpo de lobo, mas fala, se eu estou em frente dele, é uma justa causa... —Nós acreditamos que sim. — Respondeu o Dr. Livingston. —Acreditamos que sim? Médicos! — Disse Myles. —Por que meu pai e eu não? —Perguntou Riker. —Você é nossa segunda escolha, senhor, mas nós sentimos que a biologia do seu pai é mais provável para assegurar o sucesso. Nós vamos precisar um pouco do seu sangue para seu pai, de qualquer maneira. — Esperem um minuto. —Disse Mik aos médicos, dobrando a cabeça para um canto da sala. Eles o fizeram. —O que você acha, meu filho? —Mik perguntou a Myles. —Acho que meu futuro está parecendo muito sombrio agora. — Respondeu Myles. —Como você se sente sobre ter o lobo e o homem-lobo em seu sistema? —Riker perguntou a ele. —Você não tem pulgas não é? —Myles sorriu para Mik. —Não, mas eu vou derramar um monte. — Ele sorriu de volta. —Você quer um outro irmão, filho? —Mik perguntou a Riker. —Você promete lutar com ele como faz comigo e Lakon? — Riker sorriu e cutucou Myles.


—Toda vez que for preciso, eu vou chutar a bunda dele, pode apostar. — Os três estavam sorrindo e os médicos voltaram. —Antes que eu deixe qualquer um de vocês, cientistas loucos, arrastarem esses dois ao seu laboratório... — Riker olhou fixamente os médicos, um de cada vez. — Se um desses caras morrer, um de vocês morre. Pensem nisso. —Oh não, senhor. O único perigo é Myles aqui... — Com a fronte arqueada, Riker enrolou o lábio e o Dr. Livingston continuou rapidamente. —

...quero dizer que o perigo é o mesmo que era

antes. Pode não dar certo, só isso. Riker assentiu. O médico soltou um suspiro. Após uma hora de perguntas e um telefonema para Elke, foi decidido. Myles colocou seu anúncio na seção de classificados para dizer a sua irmã que estava acontecendo. Os tratamentos começaram naquela noite.

**** Cabana do Norte de Blowing Rock, NC e Sul de Johnson City, TN Mya acordou lentamente sentindo-se mais quente e mais confortável do que tinha estado nas últimas semanas. Ela sabia por quê. Lakon. Ela deveria ter ficado com medo. Provavelmente, sentiria de vez em quando. Agora, olhando em seus olhos verdes brilhando, se sentia amada.


—Será que eu a acordei, bebê? - Ele murmurou. —Não, eu acordei sozinha. — Respondeu, estendendo a mão, tocou-lhe o maxilar. —Lakon? —Sim, querida? —Ele ainda olhava para ela. Sua cabeça estava apoiada em um cotovelo, com o rosto em sua palma da mão. —Eu amo você. — Ela sussurrou. Ele fechou os olhos como se tivesse ouvido a resposta a uma oração. —Lakon, você vai me mostrar que vai ficar bem? Você vai fazer amor comigo? —Ela fechou os olhos, com um sentimento tímido. —Mya, bebê, você tem certeza? —Lakon parecia nervoso. —Tenho certeza de que eu quero que você faça amor comigo. — Ela respirou fundo. —Eu sei que você não está louco. Eu sei que não vai me machucar. —Mya, mesmo se eu ficar louco, você sabe que eu não vou, mas se isso acontecer, — Olhou-a intensamente. Ela deu de ombros e concordou. —eu nunca vou te machucar de novo e nunca vou tentar fazer sexo com você quando estiver louco de fúria. Se nós não quisermos, não faremos. Ok? —Ok, Lakon. — Ela deslizou para fora a calcinha. Ele jogou o moletom. Passou a mão pelo seu rosto, pescoço, entre os seios dela, arrastando as pontas dos dedos sobre os rosados mamilos duros. Ela puxou-o mais perto, passando sua boca úmida e quente contra seu pescoço. Ela beijou, mordiscou e saboreou-o, primeiro devagar e depois mais urgentemente, correndo os dedos pelos cabelos. Com fome, ela arrastou as mãos no seu pescoço e ombros e ao longo dos cabelos macios e ondulados em seu peito largo. Passou


ansiosa os dedos pelo seu cabelo e congratulou-se com suas mãos e ele apanhou seus seios arredondados e revirou os mamilos. Baixou a boca com a sua necessidade e subiu por ela, quente e elétrica. Seu coração batia mais forte, mais rápido e a sua língua encontrou a dela. Ele tocou seu traseiro e puxou-a contra ele. O membro

de

Lakon

empurrava

contra

seu

sexo

molhado,

empurrando, procurando entrar, e então entrou nela. Eles ficaram lá, olhando nos olhos um do outro, pelo espaço de várias batidas. Sentiu-o pulsar dentro dela e então se retirou de dentro dela, lentamente, lentamente, até que apenas a cabeça do seu membro roçava seu centro de calor. Mya cavou seus dedos em suas nádegas duras, orientando-o e forçando-o a percorrer todo o caminho novamente. Mais uma vez ele lentamente deslizou para fora. Ela arqueou os quadris e empurrou. Ele começou a se mover, traços rítmicos. Ela ouviu-se gemendo e ouviu os gemidos dele de prazer. Cada gemido abafado, a cada pequeno gemido, ele adicionava à sua satisfação. A sensação era maravilhosa quando continuou a mergulhar nela mais e mais em cursos longos, profundos, levando-a no maior pico. Ela podia sentir seu alongamento e fortalecimento, ele estava tão perto quanto ela. Suas unhas cravavam-se em suas costas e envolvendo suas pernas em volta dele, ela não podia segurar mais. Ela sentiu sua vagina se contrair em torno de seu comprimento rígido enquanto ele dirigia para ela uma vez, duas vezes, e outra vez, até que ele congelou. Ela sentiu o arrebentamento da barragem dentro dela e sentiu seu jato quente em seu interior. Mya se agarrou a ele quando ele rolou para o lado e a segurou


perto de seu coração. Ela se deitou, aconchegada em seus braços por um longo tempo, antes que falasse. —Lakon. — Ela finalmente disse. — Eu estou com fome. — Ela sentiu seu riso estrondoso, antes que eles finalmente fizessem o caminho para fora da cama e pegassem alimentos.

**** Quarto de Myles Brooks Experimental de Tratamento de Duke University Medical Center Cinco dias se passaram desde que as transfusões e várias injeções haviam começado e Myles estava começando a se sentir muito bem. Na verdade, estava se sentindo melhor do que podia se lembrar. Quando Mik veio se juntar a ele no café da manhã, disse isso a ele. —Estou feliz que você não se sinta velho e feio como eu, filho. Mik riu. —Enquanto você não olhar feio, eu acho que não é tão ruim — , Myles riu. Desde que os tratamentos foram iniciados, Mik e Myles estiveram juntos quase que constantemente. Eles conversavam por horas a fio. Myles vinha se sentindo mais perto de Mik Montgomery do que ele já havia feito com outra alma viva, além de sua irmã. O lobisomem sentia-se como um pai para ele. —Aqui vem Maisie. — Mik disse. —Quer que eu vá? —Eu não a vi mais. Não, você pode ficar.


Myles não estava mais interessado em Maisie. Ele sentiu como se tivesse sido um passatempo para ela e ela para ele. A verdade viria à tona, logo que ele a cheirasse. Pelo menos, é o que ele tinha ouvido. —Mik, é verdade que se alguém é seu companheiro, você pode dizer pela forma como sente o cheiro? — Ele perguntou. —Sim, filho, é verdade. Por quê? Você acha que Maisie é sua companheira? —Mik inclinou a cabeça e olhou com curiosidade. —Eu costumava pensar que talvez... Mas eu acho que se ela for, eu vou saber ao certo agora, não é? Eu posso cheirar e ouvir coisas que eu nunca pude antes, então eu poderei saber, certo? — Myles esperava que sim. Seria um grande erro escolher o parceiro errado. Houve uma batida na porta. —Entre!— Myles disse. Era, naturalmente, Maisie. Myles concentrou-se em seu cheiro em particular, mas percebeu que não era tão atraente para ele de qualquer maneira. Mik arqueou uma sobrancelha e Myles sacudiu ligeiramente a cabeça em negativa. —Alô, Maisie. — Ele sorriu. Viu que ela não olhava nos olhos dele ou nos de Mik. —Oi, Myles. Oi, Sr. Montgomery. — Maisie parecia um pouco tímida. Ela entregou-lhe o jornal da manhã, que havia sido preso em sua porta. — Como você está Myles? É fascinante a terapia genética, não é? —É mais do que fascinante para mim, Maisie, a vida se alterando. —Myles sorriu. —Só agora eu tenho uma lista de Natal muito maior.


—Oi Maisie, como vai você? Como está seu pai? — Mik perguntou. Ele continuou a conversar com Maisie, até Myles soltar um gemido baixo. Ele abriu o papel para os anúncios e leu. Antes que ele pudesse dizer a Mik o que chamou sua atenção, Maisie às pressas foi para fora. —O que foi? —Mik perguntou logo que ela fechou a porta. —Mya... — Disse ele, examinando o papel. —Myles!

Mik

rosnou

em

alerta,

querendo

mais

informações. —Ela e Lakon estão juntos. Eles vão ficar lá por um mês ou algo assim, mas ela vai ver um médico por causa do seu ombro, na próxima semana. Eles estão tentando ajeitar a situação. — Ele olhou para Mik. O lobo estava sorrindo e abanando o rabo. —Eu só quero que eles sejam felizes, filho. Eu sei que eles se amam. —Eu sei também, Mik. Mas ele a machucou. Mya não poderia ter passado isso. —Ele é meu filho, me desculpe. Ele deve tê-la convencido de que a ama. — Mik persistiu. —Você a conheceu Mik. Você sabe o quão boa ela é. Como sabe amar!— Ele rosnou baixo em sua garganta. —Ela perdoa, ela sempre faz isso e se machuca. Foi por mim mesmo que ela concordou em cantar com ele!— Ele rugia. Mik começou a falar quando a porta se abriu. —Eu acho que a coisa de engenharia genética funcionou, não? — Riker entrou. —O que você está falando? — Myles não ouvia o cascalho em


sua

própria

voz,

mas

viu

seus

incisivos

longos

e

cabelos

desgrenhados quando Riker fixou o espelho em sua cama. Ele estendeu a mão para tocar seus caninos longos. Ele olhou para os cabelos em suas mãos e suas unhas curvas e afiadas. —Eu pensei que não poderia me transformar!!? —Disse ele com admiração. O cabelo começou a diminuir e ele podia sentir os dentes mudarem, voltando ao normal. —A maioria de nós é um cachorrinho pequeno quando nos tornamos nervosos. Pode não ser capaz de tomar a forma de um lobo, mas obviamente você tem as características de um. — Riker informou a ele. ****

Consultório da Drª. Anita Livingston Johnson City, TN Lakon e Mya sentaram-se na sala de espera da clínica da Drª. Anita Livingston. Lakon tinha contado para Mya um pouco sobre o que tinha acontecido quando Mik foi baleado e como a médica o havia salvado. Ele explicou sobre August Livingston e que o lobisomem renegado havia sequestrado Betânia e um de seus filhos. Ele estava folheando uma revista agora e Mya tinha visto uma notícia de relance que chamou sua atenção. —Lakon você não vai acreditar!— Mya estava sem fôlego. Ela segurou o jornal dobrado na mão e estava lendo a seção


de classificados. —Bebê? Está tudo bem? —Lakon perguntou preocupado. Ninguém estava na sala de espera, a não ser eles, pois eram os últimos a ver a médica. Lakon não queria lidar com os fãs ou membros do bando. —Myles... Myles e seu pai... — Lakon pegou o papel dela e tentou lê-lo. —Mya, eu não estou achando o que você está lendo sobre Myles e papai. — Lakon lia a página. —Claro que não, bobo, está em nosso código especial. — Começou ela. —Apenas me diga o que diz, então. — Ele respondeu, cortando-a. —Se você parasse de pegar as coisas das minhas mãos e me interromper quando eu estou tentando falar, você já saberia o que diz. — Ela pegou o papel de volta e encontrou o anúncio novamente irritada. Lakon estremeceu e tentou fugir de perto dela. Ela viu que ele se afastou. —Oh, aqui está!— Sua ira foi perdida em sua emoção de compartilhar a notícia. —Myles diz que eles estão dando a ele genes de seu pai, o seu sangue. Ele não terá mais hemofilia! Ele diz que vai ser como você... Basicamente, eles adicionaram DNA de Mik e de seu irmão, fazendo dele um Were que não pode se transformar. Você tem um outro irmão, Lakon. A Drª. Anita Montgomery Livingston chamou-a para a consulta. —Drª. Anita! Esta é a minha companheira, Mya. Eu acho que


você descobriu isso. — Lakon sorriu. —Estou tão feliz em conhecê-la, Mya. — Anita disse. —Eu ouvi muito sobre você, doutora. É bom conhecê-la. Obrigada por olhar o meu ombro. Acho que começou a curar, embora... —Vamos dar uma olhada. Eu não estava realmente certa do por quê vocês estavam aqui. Eu estou feliz em poder ajudar. Lakon, vamos. — Ela levou o casal a uma sala de exames. Para Mya, ela disse: —Vá em frente e vista aquele avental, jovem senhora. Nós vamos verificar o seu filhote, enquanto vemos o seu ombro. Ambos Lakon e Mya congelaram. —Filhote? —Perguntou Mya. Lakon agarrou-a pelo braço e começou a cheirar no pescoço e entre os seios. De repente, ele caiu sentado na cadeira perto da porta. —Lakon? Que... — Ela tinha a cabeça ligeiramente inclinada. Ela pensou que ele sabia, mas precisava de confirmação. Anita sorriu. —Isso quase nunca acontece! Eu quase nunca chego a surpreender os novos pais! Isso é ótimo! —Os pais? —Mya virou para olhar a médica e deu um passo mais perto de Lakon. —Lakon? Nós vamos ser pais? — Seus olhos se encheram de lágrimas. —Um bebê? — Ela sussurrou. Atordoado, Lakon olhou para ela. —Gêmeos são comuns na minha família. — Ele engasgou. —Na minha também!— Ela sorriu. —Oh, bebê! Um bebê!— Ele começou a rir. De pé, ele colocou


os braços ao redor dela. —Eu deveria ter sabido, mas nós nos separamos e você só tinha um cheiro tão bom, Mya! Um bebê! —Prometa-me que você quer este bebê, Lakon. Prometa!— Mya disse ferozmente, segurando a frente de sua camisa em seus punhos. —Oh, meu Deus, Mya! Um bebê! Um filhote! Eu quero muito este filhote. Tanta coisa!— Ele cobriu o rosto. —Eu te amo, Mya, e eu vou ser o melhor marido e pai do mundo, eu prometo. Ele abaixou a cabeça e sua boca cobriu a dela em uma chama de paixão e alegria. Mya perdeu a noção do tempo, até que Anita falou: —Eu tive que chamar Beauford! Vamos dar uma olhada no ombro para que possamos ir comemorar o novo alfa ou beta que sua companheira está carregando. — Ela estava meio sem graça, por ver Mya nos braços de Lakon. Mya sabia que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela nunca tinha pensado em ter filhos. Depois do que tinha acontecido com Lakon, ela pensou que nunca ia ter o amor em sua vida novamente. Mesmo antes dele encontrá-la, ela admitiu que não seria completa sem ele. Só de estar lá com ela e estar disposto a falar sobre o que tinha acontecido entre eles, havia ajudado muito. Ela sabia que não haviam resolvido tudo ainda. Ela sabia, sem sombra de dúvida, que teria problemas reais em lidar com o temperamento “forte” dele. Eles falaram muito sobre isso, mas entenderam que muitos danos tinham sido feitos. Um bebê! Eu vou ser mãe! Vou tentar ser a melhor mãe do planeta.


—Lakon, eu vou tomar um pouco do seu sangue e injetá-lo em Mya. Ela deve ser capaz de tolerá-lo com o bebê e tudo. Isso pode ajudar o processo de cicatrização. Tenho alguns esteroides que eu poderia injetar, mas eu não quero arriscar... . —Não, nada assim! Nada que possa prejudicar o bebê!— Mya estava inflexível. —Não se preocupe mocinha, eu vou cuidar do seu pequeno filhote de cachorro. — Anita se aproximou de Lakon e começou a retirada de sangue. —O músculo do ombro foi danificado, Mya e nunca vai ser tão bom como antes. Com a injeção do sangue mais forte de Lakon para essa área, com seus fatores de cura, felizmente, a dor e o inchaço irão sarar mais rápido... Mya e Lakon decidiram passar a noite na casa Beauford e Anita comemorou chamando suas famílias.

****

Quarto de Myles Brooks Duke University Medical Center —Sim? — Myles atendeu ao telefone. —É Mik com você ou você tem um alto-falante no seu telefone? —Mya perguntou a ele. —Mya? É você, Pet? Sim, certo. Mik está aqui. Eu vou colocar no viva voz! Como está a travessa, luvvie? —Pai? — Lakon disse.


—Sim, filho? —Mik respondeu. —Irmãozinho, primeiro bem vindo à família!— Lakon disse a Myles. —Você sabe que eu tenho que chutar o seu traseiro, certo? — Myles respondeu. —Eu tenho sim. —Sim, claro, irmão, tudo bem. Mas espere ok? Você tem que esperar. — Myles podia ouvi-lo sorrindo no telefone. Ele ouviu Mya rir. —Esperar o que? —Ele rosnou. —Espere até depois do nosso filhote nascer! — Lakon cantou. —Eu vou ter um bebê, Myles! Um bebê!— Ela começou a chorar. Myles olhou Mik. Ele ficou surpreso ao ver as lágrimas enchendo seus olhos profundos e amarelos de lobo. Mik acenou com a pata a Myles. Sentiu uma lágrima espirrar na sua própria mão. —Oh, Luv... — Disse ele. —Filho... — Retumbou Mik — Querida... — Ele fungou. —Sou tio!— Myles gritou. —Minha irmãzinha linda vai ter um bebê! —Você ligou para sua mãe, meu filho? —Mik perguntou. —Não pai, tivemos que chamar Myles primeiro. Esperávamos que você estivesse aí, mas... bem, Myles tinha que ser o primeiro a saber. — Lakon fungou sem constrangimento. — Eu vou ser pai. Eu não mereço isso e eu não tenho certeza de como aconteceu, mas... —Se você não sabe como isso aconteceu, companheiro, dá o fora da minha irmã!— Myles riu. —Você está feliz, meu bem? — Mya perguntou a ele. —Você


perdoou Lakon? —Oh, Pet. Eu estou mal por Lakon ferir você, é claro que estou. Vamos passar por isso. Eu só quero que você seja feliz, doce. Eu te amo. Eu amo o seu bebê. Eu acho que posso amar o seu péssimo provedor de pulgas, mordido, sarnento... —Garoto, Hey!— Mik latiu. —Esse é o mesmo sangue correndo nas suas veias, também! —Tudo bem, eu retiro o sarnento. Tudo certo Mya. Lakon e eu estamos bem, não meu velho? —Vou deixá-lo chutar meu traseiro, vamos nomear o filhote depois disso e então... —Lakon!— Mya gritou. —Vamos chamar o bebê de Mykle! Dessa forma, ele é nomeado por todos! Mik e Myles e Riker! . —Eu gosto. — Retumbou Mik. —Elke cabe lá dentro também. Ela vai amar isso. Então você sabe que é um filhote macho? —Anita disse-nos logo. — Lakon acordou. —Nosso bebezinho já tem um mês de idade lá dentro. —Nós pensamos que poderiam ser gêmeos, mas um só é abundância!— Mya sorriu. —Nós não poderíamos estar mais felizes por você. Estou tão feliz querida. Lakon, filho, eu estou realmente feliz. — Mik parabenizou. —Estou tão contente por você Mya. Você também Lake, de verdade. Hei, Riker e Bet iam ver Elke esta noite. Ligará para eles meu filho? — Mik perguntou. —Eu vou te ver quando? —Nós vamos ficar aqui por três ou mais semanas, talvez quatro. Anita disse que o bebê poderia vir mais cedo e que não teremos mais de quatro meses. Vá pra minha casa, Myles. Vamos


nos encontrar lá. Faça o que você quiser... —Eu acho que vou para a minha própria, Lake. Não que eu não queira mudar fraldas no meio da noite,... Rindo, Lakon lhe disse: — É melhor irmos. Nós estamos aqui na casa de Anita e Beauford e queremos chamar Riker, Bet e mamãe. Não tenho nenhuma ideia de onde Tav está. . —Não se esqueça de Yancey!— Mya disse. —Vou falar com Yancey depois, prometo. —Myles, adeus! Mik, adeus!— Mya despediu-se. —Ligarei para Yancey depois, eu prometo. —Papai, adeus! Adeus, pequeno irmão!— Lakon desligou, antes que Myles pudesse soltar um palavrão.

****

Casa de Elke e Mik Montgomery Franklin, NC —Olá? — Betânia respondeu ao telefone, pois Elke estava alegremente jogando no tabuleiro com os meninos. —Bet? Será que essa voz tem um sotaque inglês? —Mya? — Bet sussurrou. A casa inteira parou. Ela deveria ter percebido que sussurrar não fazia diferença em uma casa cheia de lobisomens.


—Sim!— Mya riu — Sou eu. Coloque no viva voz! Betânia ofegou. —Oh meu Deus! Você está grávida? —Ela gritou. —Sim!— Gritou Mya em troca. —Todo mundo! Venham aqui! Betânia apertou o botão a tempo para a família ouvir o rosnar de Lakon. —Como ela sabia? As mulheres têm um código secreto ou algo assim? Eu juro que você não disse... —Lakon? O que está acontecendo? — Elke estava confusa, mas depois Betânia fez contato visual. —Oh, filho! Oh, Mya! Eu vou chorar! —Riker? —Lake? —Gostaria de saber se todas as mulheres estão chorando. — Lakon perguntou ao seu irmão. —Sim. — Riker respondeu. —Ah, bom, eu finalmente consegui dizer isso em voz alta. — Ele parecia um pouco louco no pensamento de Betânia. —Nós vamos ter um bebê! Mya está grávida!— Lakon gritou. Betânia

podia

ouvir

o

timbre

profundo

de

Beauford

Montgomery rindo ao fundo. —Droga. — Riker suspirou. —Outro bebê na família! O primeiro de Lakon! Menino ou menina? —É um menino, mãe! — Lakon disse a ela. —Eu estou com um mês de gestação. Ele vai ser um pouco mais jovem que o seu certo Betânia? — Mya perguntou.


—Eu ainda não posso dizer se é menino ou menina, mas só temos dois meses. — Betânia disse. —Nós vamos chamá-lo Mykle. Será em homenagem a Myles, Mik, Elke e Riker.— Betânia poderia ouvir a voz suave de Mya todo o dia. Ela adorava seu sotaque. —Eu gosto disso. — Retumbou Riker. — “Mykle”. —Você está bem, Mya? — Perguntou Betânia. — A Drª. Anita deu-me um pouco do sangue de Lakon. Ela diz que não prejudicará, mas poderá ajudar. Um bebê, Betânia! Nós vamos ser pais! —Mya, você tem que vir e me deixar cuidar de você, mocinha!— Elke repreendeu. —Parabéns! — Murmurou Riker. Betânia olhou para ele interrogativamente. —Obrigado. — Respondeu Lakon. —Precisamos chamar Yancey e avisá-lo. Estaremos em casa daqui a três semanas mais ou menos. Vemo-nos, então! —Até, Mya!— Betânia disse, antes que desligasse. —Até!— Mya disse. Eles tinham ido embora. Virando-se para Riker, Betânia estudou seu rosto. —O que foi isso, Riker? —Perguntou ela. Alguma coisa o estava realmente incomodando. —Eu acho que realmente não posso falar sobre isso ainda, Bet.— Ele a beijou e foi embora. **** Riker não sabia se ele realmente seria capaz de falar a Betânia sobre o que estava em sua mente. Ele mesmo não queria pensar


sobre isso. Ele estava orgulhoso do seu irmão. Mais do que orgulhoso, ele estava animado e aliviado. Lakon merecida a felicidade. Mya o faria feliz. O bebê faria os dois felizes. Riker sabia que ele e seu irmão eram ainda muito primitivos, mais até

que os lobisomens de sangue total. Eles tiveram uma

ajuda extra de genes de lobo. Mik era brilhante, perspicaz, sensível e absolutamente mortal, quando chamado para lutar. Seu pai havia vencido o desafio do bando vezes incontáveis. Riker não tinha dúvidas de que seu pai poderia vencê-lo em um desafio do bando, se ele quisesse. O fato é que o bando de Livingston e o bando Montgomery, separadamente, eram grandes o suficiente para vários Alfas. Os bandos juntos formariam um só enorme. Ainda assim, Lakon e Riker tinham nascido para a posição de alfa. Mesmo Lakon sendo chamado de beta, todo mundo sabia que ele era co-alfa com Riker. Poucos sabiam o quanto selvagem ele poderia estar sob o encanto jovial. Riker sabia. Isso é o que o estava incomodando. Não que seu irmão fosse feroz, ele era muito durão mesmo. Lakon era um alfa, o mesmo que Riker. Eles eram gêmeos. Quando Riker colocou os braços ao redor de Mya no Pavilhão da Alltel, por um momento insano, tudo o que sabia era que ele tinha uma mulher que poderia ser sua companheira. Agora ele sabia que ela estava no cio. O fato de que ela estava no calor, deve ter sido o que causou seu descontrole. Ele podia sentir o perfume do seu irmão nela, quase o mesmo que o seu. Ele queria marcá-la e colocar seu próprio


perfume lá também. Ele correu os lábios e língua sobre a marca de Lakon. Ele desafiou o irmão e ambos sabiam disso. Foi por culpa dele que Lakon tinha ferido Mya. **** Alameda , Dr Coliseu Winston-Salem, Carolina do Norte Yancey pensou que bateria com o carro, quando seu celular tocou. Isso deve ser porque eles têm leis para falar ao telefone no carro agora. —Olá? — Ele respondeu, batendo sua buzina, quando cortou no trânsito. —Espere um segundo!— Ele disse ao seu interlocutor desconhecido. — Ok, Olá? — Ele disse finalmente. —Yancey, sou eu, Lake. Encoste amigo, eu preciso lhe dizer algo. Ele

puxou

o

carro

para

o

acostamento

da

estrada

imediatamente. —Lake, é Mya? Ela está bem? Você ouviu sobre Myles, certo? —Estou bem, Yancey. Muito bem. —Mya disse. Ela soou como se estivesse bem. —E aí, vocês? Vocês estão juntos! Eu estou tão feliz com isso! —Então você vai aumentar essa alegria, amigo!— Lakon explodiu. —Você está me assustando, Lake. O que está acontecendo? — Yancey estava desconfortável agora.


—Estou grávida, Yancey. — Mya disse calmamente. —Oh, meu Deus! Mya! Lake!— Yancey estava gritando e pulando no carro. Ele quase não ouviu baterem em sua janela. O policial fez sinal para Yancey baixar a janela do carro. —Senhor! Sou o Oficial Montgomery — disse — Existe um problema aqui? —Você é um Montgomery, Oficial? —Yancey podia sentir que ele era um Were. —Então? —Rosnou o policial. Yancey abriu no rosto um sorriso. —A companheira do seu Beta vai ter um bebê! Menino ou menina, Lake? O rosto do oficial ficou em choque. — Lakon Montgomery? —É um menino, Yancey. Seu nome será Mykle Montgomery!— Ele podia ouvir o sorriso de Mya. —Diga para o meu amigo policial aqui a novidade. Aqui está ele. — Yancey sabia que sorria como um tolo. Yancey entregou ao guarda o telefone. Ele podia ouvir o que Lakon estava dizendo de qualquer maneira. —Oficial Montgomery, parabenize Mya, minha companheira e a mim. Nós vamos ter um bebê. Um menino. Eu espero que você não multe o meu primo. —Não, senhor. Parabéns, senhor! Parabéns, Lakon! Parabéns, Mya Montgomery! O bando inteiro vai querer comemorar. — Ele passou o telefone de volta para Yancey. Yancey sabia que ia ser uma noite para uivar. Todos os


Montgomery e Livingston saberiam pela manhã. Riker e Lakon teriam um filhote ao mesmo tempo!

**** Floresta Nacional Cherokee Uma milha a sul da cabana de Mya Auggie e Roland, junto com Gil, sua irmã, e outra were Cherese e Billy, haviam acertado para esperar. O acampamento ficava a menos de um quilômetro da cabana de Mya, pois eles não queriam ser vistos ou cheirados. Ele se perguntava se ele e Roland já estavam sendo procurados. A fuga tinha ido como um relógio. Auggie tinha ido ao banheiro e trocou de roupa com o impostor Were. Aquele homem tinha ido para a biblioteca e Auggie saiu pela área de visitantes. Roland tinha trocado de roupa quando todos se foram. Quando o horário de visitas havia terminado, Auggie e Roland calmamente deixaram o hospital, entrando no carro que os outros dois weres tinham deixado. Naquela noite, Gil, Cherese e Billy se juntaram a eles e fizeram o seu caminho para a casa de Lakon, em Franklin, Carolina do Norte. Era o território dos Montgomery.

Auggie e Roland

estavam muito nervosos. A trilha de Lakon era antiga, mas tornou-se mais fácil seguir, uma vez que eles saíram da cidade. Assim como Auggie havia pensado, eles foram capazes de seguir o cheiro, quase em linha reta


para aquele garoto arrogante e bonito. Eles desceram um largo rio, mas finalmente foram capazes de encontrar a trilha novamente. Agora, Auggie e Roland estavam se preparando para se esgueirar até a cabana e ver o que podiam. —Está chovendo. — Queixou-se Gil. —Eles não vão sentir o meu cheiro. Eu não vejo por que eu não posso ir. —Eles já sabem que Roland e eu queremos pegá-los. Se virem algum de vocês, nós perdemos o elemento surpresa, quando há cinco de nós. — Resmungou Auggie. Auggie e Roland se transformaram e fizeram seu caminho até a cabana. Quando chegaram, se transformaram novamente. Mya estava de costas para a janela e Lakon estava tirando sua camisa. —Ainda é doloroso, bebê? — Ouviram Lakon perguntar a ela. —É uma sensação boa quando você passa a mão. — Auggie a ouviu murmurar. Quando Lakon se afastou para pegar um tubo de creme, Auggie deu um olhar com uma injúria. A espera deixava os músculos dolorosos... Isso parecia uma mordida. Se fosse uma mordida, estava muito ruim. —Eu sinto muito ter te magoado assim, Mya. Desculpe, bebê.— Lakon estava esfregando o creme em seu ombro. —Riker se sentia infeliz pelo que ocorreu. Ele se sentiu mal, antes mesmo que meu pai limpasse o chão com seu focinho. Perfeito! Lakon Montgomery tinha abusado e ferido a sua companheira humana. De alguma forma, o alfa tinha abusado dela, também. E Mik Montgomery estava envolvido! Tudo o que tenho que fazer é deixar todo mundo ver. Os Montgomery serão lançados para a


derrota, com certeza. Auggie

sinalizou

para

Roland

e

os

dois

homens

se

transformaram. Reunindo-se de volta ao morro, Auggie esfregou as mãos alegremente. Ele não se preocupou em se vestir novamente. —Cherese, você deve se acoplar com o alfa. — Passou por ela e apertou o mamilo através de sua camisa. —Fique nua agora! —Hei!— Rosnou Gil. —Eu estou assumindo o bando!— Auggie rosnou. —Você quer ser uma gama mais baixa ou quer ser beta? Gil baixou os olhos. ―Gil? —Cherese choramingou quando Auggie, transformado em metade lobo, a agarrou e a puxou para as árvores. —Vá em frente e lute, uma luta que eu goste!— Auggie retumbou. Cherese se transformou em forma semilobo também, mas ela não era páreo para Auggie. Grunhidos e rosnados bestiais podiam ser ouvidos, enquanto ele batia nela. Com um gemido, ele encontrou a sua libertação.

**** Cabana Norte de Blowing Rock NC e do Sul de Johnson City, TN Lakon levantou uma Mya quase adormecida e a levou para a sua cama. Gentilmente, ele tirou-lhe os jeans, que se tornavam demasiado apertados para ela. Logo, seu moletom seria muito


pequeno também. Ela poderia usar o moletom dele. — O que o meu bebê está fazendo? — Ele perguntou, esfregando a barriga. Ele podia sentir a ligeira curva. —Qual? — Ela murmurou sonolenta. Ele não podia resistir a um mamilo enrugado em sua boca. Tudo o que ela usava era a calcinha. Ela precisaria de algumas dessas em um tamanho maior em breve, também. —Você é meu bebê, bebê, este é o meu cachorro. — Ele se moveu para beijar a barriga pouco abaixo de seu umbigo, puxando a calcinha sobre os quadris e as pernas para baixo. —Eu acho que Mykle está sonolento. — Mya olhou para ele com os olhos semifechados. —Vamos fazer um exercício para dormir, hein? —Sim, vamos colocar o nosso bebê para dormir. — Ela estendeu um sorriso. — Venha para cá. Lakon pegou seus seios em concha e os amassou, beliscando e rolando os mamilos levemente. Ainda de jeans, ele subiu em cima dela e cutucou suas pernas com o joelho. Ele deslizou entre as coxas dela, que se separaram, e se enterrou profundamente dentro dela. O sentimento de realização o sobrecarregou e seus olhos ficaram úmidos. — Minha companheira e meu filhote, aqui em meus braços. Fizeram amor lentamente. Não havia nenhuma urgência em qualquer clímax dele ou dela. Em vez disso, foi uma partilha de amor. Mya e Mykle adormeceram nos braços de Lakon. Depois de uma hora mais ou menos, vendo sua companheira dormir com seu bebê dentro dela, Lakon dormiu também.


**** Casa de Beauford e Anita Montgomery Johnson City, TN Tavist Darke estava gostando de sua visita a Beauford e Anita Montgomery. Embora ele tivesse comprado algumas terras e tivesse se estabelecido no norte da Geórgia, gostava de sair e visitar seus amigos. Como artista, ele não se restringia a determinado lugar ou tempo. Ele gostava da liberdade. Tinha ficado feliz por Lakon, ficou emocionado por ele. Eles tinham acabado de terminar um bife grosso, quando o telefone tocou. Beauford atendeu ao telefone. —Puta merda!— gritou Beauford. —Droga! Quando? -Ele ouviu por um minuto ou dois. Quando desligou, virou-se para Tav. —O que está havendo? — Tav perguntou a ele. Ele não desperdiçou palavras. —Auggie Livingston fugiu. Ele está atrás de Lakon e de Mya. — Beauford esfregou a cara com a mão grande. —O inferno e a perdição! —Você deve ir para Riker. Vou para a cabana de Mya. Qual o caminho que eles seguem entre as árvores? Posso seguir o cheiro de Lake. Beauford conduziria como um demônio, Tav sabia. Anita ligaria para Riker e Elke. Ele também sabia que Mik estaria em casa com o irmão de Mya. Quando fez o seu caminho através do bosque, Beauford


estava rezando e implorando para Lakon estar bem e poder proteger sua companheira. Por favor, Lake, por favor, não deixe essa menina sozinha. Fique com ela, cara. ****

Cabana ao Norte de Blowing Rock NC e do Sul de Johnson City, TN Mya estava à toa na pequena cabana, quase desejando que eles nunca tivessem que sair. Depois de muita discussão, decidiram ir para a casa de Lakon, em Franklin, na manhã seguinte. Lakon tinha ido à cidade para pegar um carro. Ele estacionou à beira mata, cerca de um quilômetro de sua pequena cabana. Seria um passeio agradável, embora um pouco frio. Ela estava colocando velas ao redor da cama. Queria ter uma noite muito romântica na sua última noite juntos e sozinhos. Apenas ela, Lakon e o bebê Mykle, situado dentro do seu útero. Quando ela estava fazendo a cama, a porta se abriu. Lakon não teria tido tempo suficiente para ter ido e voltado, ela sabia. Olhando em volta, viu um homem que não conhecia. Ele parecia com Yancey, um pouquinho mais leve, mas tinha cabelo ruivo, ela


notou distraidamente. —Ahh,

Mya

Brooks

Montgomery.

Você

é

mais

bonita

pessoalmente. Sou August Livingston. — Seus olhos devem ter se ampliado, porque ele disse — Eu vejo que você ouviu falar de mim. — Pisando no interior da cabana, olhou ao redor. —Aconchegante. —Observou. Então seus olhos se estreitaram. —Então, mocinha doce, tire essa camisa, eu quero ver o que o menino bonito fez com você. —Estou praticamente curada. —Ela engasgou. Alguns passos e ele estava na frente dela. Rasgando a camisa ele pode, sem dúvida, ver que sua ferida estava melhorando. —Não importa, ele ainda vai ficar mal perante... — De repente, o homem agarrou-a pelos dois braços. —Um filhote de cachorro!— Ele a levantou até seu nariz, farejando entre os seios nus. —Você não vai estragar meus planos!— Ele gritou, sacudindoa. —Por favor, me deixe ir. Não machuque meu bebê!— Ela lutou contra suas garras. —Seu bebê? Você quer dizer filhote de Lakon Montgomery, não é? — Ele se abaixou e lambeu de seu umbigo até o esterno. — Mmmm. Pequena mamãe, você tem o gosto tão bom como a mamãe do outro tinha. Eu acho que tenho um gosto para mamães Montgomery... Ele lambia seu peito e chupava seu mamilo quando ela lutou e gritou. —Não, por favor, não! Deixe-me em paz! Lakon voltará logo!— Gritou ela, soluçando. —Eu gostaria que ele estivesse aqui, linda, doce, saborosa e


pequena mamãe. — Ele rosnou. —Eu adoraria que ele visse o que eu vou fazer com você. Mya estava em pânico, chutou-o com força entre as pernas. Ele largou-a com raiva. Assim que ela bateu no chão, subiu para trás, jogando as pesadas velas nele sempre que podia pegar uma. Auggie começou a rir. —Isso vai ser muito divertido, pequena mamãe — ele ria. —Auggie, você não deveria machucá-la!— Mya conhecia aquela voz. Era Cherese. —Cherese!— Ela gritou. —Ajude-me! Ajude meu bebê! —Gil!— Auggie berrou. —Tire-a daqui! —Gil!— Gritou Mya. —Oh não, senhora adorável!— Ela ouviu a sua voz ficar mais profunda e gutural. —Não, não. — Disse ele com sua agora voz grossa bestial. —Nós vamos ficar e conhecer um ao outro. —Não, por favor, não!— Soluçou. Ele rasgou sua camisa e calças. Ela ouviu um estalo dos ossos, com suas cartilagens mudando. Ele não estava se transformando em um lobo, sua mente percebeu horrorizada. Ele se transformou em homem-lobo. A mão que agarrou o tornozelo durante muito tempo tinha garras afiadas e era coberto de cabelo. Aquele cabelo viajou até os braços alongados para seu peito em forma de barril. O cabelo na parte superior do peito era mais espesso, como o cabelo em seu pescoço e costas. Horrorizada, ela viu que seu abdômen se tornou mais fino. Seu pênis era enorme e obsceno. Suas pernas estavam arqueadas para trás. Alguma parte de sua mente percebeu que sua pele tinha


ficado vermelha como o seu cabelo e seu rosto estava levemente pontiagudo como suas orelhas. Ele a puxou para ele. Ela chutava e gritava. Ele chegou para a cintura de suas calças e puxou para baixo um pouco, para depois fatiá-las fora junto com a calcinha. —Eu sou o vencedor do bando esta noite. — Ele rugiu maliciosamente. —Recebo a menina, para me livrar do cachorro e ainda posso ficar com o grupo! Com toda sua força, Mya impeliu a cabeça para o rosto de Auggie. Ela viu estrelas. Ela sabia vagamente que ela o havia machucado, porque ele urrou de dor e a jogou longe, na sala. —Lakon. — Ela murmurou.—Mykle...— Choramingou ela, batendo na mesa e cadeiras com um estrondo. A dor na parte inferior das costas foi a última coisa que ela sentiu, antes que perdesse a consciência. **** Tav ouviu Mya gritando. —Cherese! Ajudem-me! Ajude meu bebê! Ele correu cada vez mais forte. Ele ouviu a luta selvagem na floresta na frente dele e viu um homem. Estavam atacando uma mulher. Ele saltou sobre o homem e o jogou longe. —Não!— Gritou a mulher. —Ajude Mya! Auggie vai machucála! Outro do sexo masculino veio para eles, a menina atacou. Ele


ouviu Mya soluçando. —Não, por favor, não!— Rasgou em um pedaço de carne o macho e correu mais rápido em sua direção. Ele ouviu o barulho de Auggie, ao mesmo tempo em que viu a porta da cabana abrir. Ele entrou por ela e para a metade homem metade lobo que estava debruçado sobre o corpo machucado de Mya. Tav e Auggie começaram a brigar. Tav ainda estava em forma de lobo e Auggie ainda em forma de meio lobo. Outro lobisomem veio atirando através da porta e bateu em Auggie com um golpe. Tav viu Auggie escapar pela porta aberta. O segundo lobisomem o seguiu. Após se transformar em forma humana, ele ouviu alguém mancando na direção dele. A garota que tinha tentado ajudar fez seu caminho doloroso para a cabana. Mais longe, ele ouviu um lobo correndo e esperava que fosse Lakon. Ele chamou com um uivo e se arrastou até Mya. Ela estava deitada em uma poça de sangue, hemorragia vaginal. Tav agarrou-lhe as calças e a colocou entre as pernas. Ele a envolveu em seus braços e a ergueu. Carregando Mya, ele começou a andar, chamando Lakon. A fêmea viu e o seguiu. Ela era bonita e sabia bater também. Lakon

explodiu

através

das

árvores

em

frente

a

ele,

transformando-se. —Mya!— Ele gritou. Tav colocou a companheira de Lakon em seus braços. Por um segundo, os olhos angustiados de Lakon fixaram os dele. Em seguida, virou-se e Lakon começou a correr através das árvores em


direção ao carro que tinha estacionado a quase um quilômetro de distância. Ele transmitiu essa informação a Tav quando correu. A meio caminho para o carro, Cherese havia encontrado as roupas que Lakon estava usando quando ele tinha mudado para a forma de lobo. Ela tirou sua camisa e manteve as calças para ele. Quando chegaram ao carro, Tav se transformou novamente em forma de lobo. —Levem-na para o hospital e eu vou encontrar um telefone e chamar Anita para garantir que alguém encontre você. Eu estarei lá bem rápido. **** Cherese pegou as chaves das calças de Lakon e abriu a porta do passageiro para ele. Ela ficou no banco do motorista e seguiu para o hospital. Ela já tinha ido a Tennessee Johnson City vária vezes. Conhecia o caminho. Quando parou na entrada da sala de emergência, foram recebidos por um médico e dois enfermeiros com uma maca. Cherese entregou a Lakon sua calça. —Desculpe-me, Sr. Montgomery. — Eles pararam, enquanto ele tentava segui-los para a sala de tratamento. Lakon rosnou ameaçadoramente. —Senhor, é melhor. Uma senhora deu-lhe umas calças mais limpas e ela viu um grande homem de cabelos vermelhos atrás de Lakon. —Filho, eles irão fazer tudo o que puder. Nós não queremos atrapalhar. — O médico levou Lakon um pouco longe do grupo.


—Mocinha, — O homem com sotaque sulino, disse à Cherese — eu sou Beauford Montgomery. Qual o seu nome? —Sou Cherese Livingston. — Ela começou. —Lakon, eu sinto muito. Esta parte... eu não sabia... —Esta é minha esposa, a Dra. Anita Livingston Montgomery. Agora eu quero que você a deixe tratar das suas feridas. Lake, Tav já chamou Mik, Riker e Yancey. — Antes que Lakon pudesse dizer alguma coisa, Beauford continuou. — Myles está com Mik e Riker... —Dra. Livingston, eu-eu quero dizer, Montgomery... — Cherese tinha que limpar sua barra. —Você trabalha para mim!— Lakon olhou fixamente para Cherese. —Eu não sabia que ele iria machucá-la. Eu não sabia!— Cherese estava lutando para não chorar. Lakon rosnou ameaçadoramente. —Lake, não vai ajudar agora. Cherese, diga-nos o que aconteceu. — A voz de Beauford soava como calmante. —Eu estava com raiva de Lakon por escolher Mya e não me notar — Ela tinha a voz quebrada —Sinto muito. Desculpe-me. —Basta nos informar o que aconteceu, Cherese. Temos que detê-lo. — Beauford continuou a manter a calma. Cherese olhou para Lakon e sabia que ele estava seguro por um fio. —Ele, meu irmão, me disse que August Livingston ia ser o Alfa e que Lakon e Mya iriam perder o poder. Ele disse que August precisava da minha ajuda e tinha certeza de que Lakon reparou em mim. — Sentia-se tão podre. —Ele não estava errado sobre isso, eu notei você. — Rosnou Lakon.


—August e Roland foram para a cabana algumas noites atrás. Quando eles voltaram, Auggie tinha muita certeza de que tinha a chave para se tornar Alfa. Ele disse que pegaria Lakon através de Mya e que Riker e Mik iriam apoiá-lo. —Vá em frente. — Retumbou Lakon. —Ele me disse que, se eu quisesse acasalar com um Alfa, eu tinha que ficar nua ali. Auggie disse ao meu irmão que não me ajudasse ou se daria muito mal, quando ele assumisse o poder. — Ela não conseguiu segurar um soluço. —Eu não poderia lutar com ele. Ele estava semitransformado. Mas ele jurou que não faria isso com ela. Ele disse que tudo de que precisava era mostrar o machucado que ela tinha para o grupo. Isso é tudo. —O que aconteceu depois, Cherese? Anita pôs o braço ao redor dela e Cherese sentiu-se confortada. —Depois que Lakon deixou a cabana hoje, Auggie levou-nos para lá. Ele jurou que só queria levá-la ante ao bando. Então ele percebeu que ela estava grávida e que Mya não falaria contra Lakon. Ele disse que desejava que Lakon pudesse ver o que ele faria com ela. —E então? ― Anita incentivou-a. —Ele começou a mudar e eu tentei impedi-lo. Gil e Roland me arrastaram para longe. — Ela estava chorando, mas tentava se conter — Os outros vieram e tentaram detê-lo, mas já era tarde demais. Ela já tinha começado a gritar. Ele disse que ia ficar com a garota, se livrar do cachorro e acabaria com o grupo. Eu não sei o que aconteceu, mas ele gritou e eu ouvi um estrondo terrível. Ela viu que Lakon estava pálido.


Todo mundo virou quando o médico entrou na sala de espera. —Senhor Lakon Montgomery. Eu sou o Dr. Yves Montgomery. Sua companheira tem uma boa chance de sobrevivência. Teremos que fazer a cirurgia. Ela perdeu muito sangue. Está inconsciente. Ela sofreu um choque. —O nosso filhote? ― Lakon sussurrou. —Mykle? —Sinto muito, senhor. — O médico balançou a cabeça. Cherese

viu

Lakon

Montgomery

agarrando

seu

amigo

Beauford, tentando se segurar. Ele seguiu o médico através das portas duplas. Cherese foi levada para outra sala de tratamento.

**** Johnson City Medical Center Johnson City, TN Lakon estava no estacionamento atrás do hospital e levantou a cabeça, lançando um uivo triste. Ele podia sentir o cheiro do seu pai e do seu irmão, outro Montgomery estava com eles. Quando olhou para cima, viu Riker, Mik e Myles vindo em sua direção. Tav, Betânia e Yancey iam atrás deles. Ele teve apenas alguns segundos para notar que o rosto bonito de Myles estava torcido, num emaranhado selvagem e seus dentes caninos alongados. Myles aproximou-se dele, em frente ao estacionamento. Pegou-o pelo pescoço, antes que Lakon percebesse sua intenção.


Os dentes de Lakon se alongaram e ele passou as mãos em torno da garganta de Myles. Alguém ia morrer esta noite nas mãos de Lakon. Talvez muitos. Myles poderia ser o primeiro. Os dois homens estavam rolando no chão, lutando, quando Mik se lançou em cima deles. Sua força era tamanha, suas orelhas para cima. Ele os separou, segurando-os com uma pata sobre Lakon e a outra sobre Myles. Com os dentes à vista e babando, Mik rosnou —Não acho que vocês poderão ajudar Mya desta maneira. Prometi àquela menina que eu chutaria as bundas dos meus meninos se ela se machucasse novamente. Você quer cheirar como os meus meninos. Está pronto para oferecer seu traseiro para eu chutar? Acontece que eu estou de bom humor... Ninguém soltou som algum atrás deles. Riker virou-se para ajudar Myles e Tav e Yancey foram ajudar Lakon. Betânia ficou para trás, fora do caminho. Ela estava chorando baixinho. Mik olhou de Lakon para Myles e vice-versa. —Nós tivemos uma noite de cão. —Sua voz de barítono retumbou. —Nossa filhinha está lá em cima, ferida e abusada, talvez lutando por sua vida. Vocês dois, cães raivosos, vão escolher brigar ou agir como irmãos? Myles virou-se para Lakon e rosnou. Lakon rosnou de volta. Mik avançou sobre eles com um rosnado ameaçador estrondoso. —Você a machucou! —Myles rosnou. —Eu sei. Eu nunca vou me perdoar. Nunca. Mas eu a amo e ela me ama. Nosso cachorro,...nosso cachorrinho ... —Ele não pôde terminar. Ele sentiu seus olhos começarem a encher de lágrimas. Antes


que ele percebesse, Myles agarrou-o e colocou seus braços ao redor dele. Lakon podia sentir os soluços do jovem. Ele não conseguiu segurar a sua própria dor. Após um minuto ou dois, os homens conseguiram se conter. —Nós temos que parar com isso, bastardo.— Lakon rangeu quando ele pode falar outra vez. —Eu estou com você, neste momento, Lake — Yancey falou. —Yancey, eu acho que seu irmão vai morrer esta noite. Tem certeza de que quer estar lá? — Tav perguntou-lhe delicadamente. —Vocês são meus irmãos. Ele é um animal perigoso que precisa ser contido. Eu vou com vocês. — Yancey afirmou. Lakon passou um braço sobre os ombros de Yancey. Myles fez o mesmo. —Riker, você e Bet vão ficar aqui e cuidar de Mya. —Mik juntou o grupo de volta ao hospital. —Sim, nós vamos ficar. — Riker tinha Betânia protetoramente sob seu braço. —Tav, — disse Lakon em tom baixo. — vá andar com Bet, pois eu preciso de um minuto com Riker, ok? Tav avançou. Ambos os homens sabiam o que Lakon ia dizer a Riker. Isso seria bom. Lakon só não queria que Betânia ouvisse. Quando Riker ficou para trás, Myles e Lakon foram a ele, de forma que os três começaram a caminhar juntos. —Você sabe que é possível que Auggie tente vir aqui, não? — Lakon disse. —Ele poderia ter alguma ideia maluca de ficar tanto com Mya como com Bet. Riker assentiu.


—Eu vou pedir a Beauford Montgomery para chamar o grupo que ajudou na última vez. Sua Beta tem os nomes de todos os Livingston que lá estavam e eles têm seu cheiro. — Continuou Lakon —Espere, LaKe. — Riker o deteve. —Vocês, dêem-me um minuto. Myles, vá com Bet ao andar de cima. Myles olhou para ele por um longo minuto e então fez o que ele pediu. Lakon virou-se para seu irmão e olhou para ele. Riker não sabia como lidar com a dor nos olhos de seu irmão. —A culpa é minha. Desculpe-me, irmão. A culpa é minha. — Riker lutou consigo mesmo. Talvez fosse egoísmo, mas ele tinha que falar com Lakon sobre isso agora. —Riker, não, homem! Foi Auggie, ele é um animal. — Lakon rosnou. —Lake, você é meu irmão, meu irmão gêmeo. Eu desafiei você e você sabe disso. Você sabe que sim!— Insistiu, afastando-se. —O que você quer de mim, Rike? Você quer que eu brigue com você, ou o quê? — Ele agarrou o irmão pelos ombros e o empurrou para encará-lo. —Você quer que eu admita que eu queria Bet? Eu fiz, você sabe que eu fiz. Eu a tinha no meu carro, ao meu lado. Você não acha que eu queria continuar dirigindo? Você sabia que eu a abordei e quase bati com o carro na estrada? É uma coisa muito boa, ela pulverizou uma merda nos meus olhos! Lakon rosnou empurrões a Riker à distância. —Lake, se eu não tivesse desafiado, você não teria... — Riker não pôde terminar. —Não teria o quê, irmão? —Lakon disse. —Não teria


praticamente estuprado minha própria companheira, minha própria esposa? Não teria posto minha marca em seu ombro? Será que eu a machuquei e com medo, ela correu para as montanhas? —Porra, Lake! Nós somos mais do que o homem lobo! Você não pode fazer esta merda para você mesmo!— Riker explodiu. —Sim, mas você pode, não? Você só é dez minutos mais velho que eu e pode se torturar até a morte com isso? — Lakon rosnou. Ele se virou e começou a se afastar. Riker perseguiu Lakon e o agarrou pelo bíceps. —Lake... — ele começou. Lakon virou e tocou o pescoço de seu irmão. —Cuide dela.— Ele sussurrou em uma voz embargada. Ele se inclinou para frente e encontrou a testa de Riker enquanto se abraçavam, lutando com suas emoções. —Eu te amo, meu irmão. Sinto muito. — Murmurou Riker. —Eu também te amo, irmão. Lamento, também. — Lakon disse a ele. Eles descansaram um contra o outro por um minuto, ganhando força. —Eu vou cuidar dela, homem.— Riker prometeu após um minuto. —Mate-o dessa vez por mim. —Ele não vai voltar dessa vez, eu prometo a você. — Lakon rosnou. Tav, Lakon, Myles, Mik e Yancey voltaram à cabana para monitorar Auggie. Antes de partirem, Riker e Beauford tinham no círculo, membros do bando da floresta, para que ninguém pudesse escapar.


**** Fora do quarto de Mya Brooks Montgomery Johnson Medical Center City, cidade de Johnson, TN —Riker você tem que chamar Marc. Ligue para Marc. — Betânia soluçou. —Mya pode não ter perdido seu cachorro. —Eu sinto muito amor, me dói muito. Cuidado com o nosso filhote, Bet. — Ele abraçou sua esposa e tentou consolá-la, mas foi inútil. —A maioria de seus pacientes são mulheres grávidas, gerando bebês humanos. Por favor, Riker. — Ele não podia vê-la implorando e suplicando assim. —Calma, bebê, eu vou chamá-lo. Vou ligar para ele agora. Você tem que se acalmar. Você não pode ajudar Mya neste estado. Chorando, Betânia abraçou o marido e ele a trouxe para perto. —Obrigada, Riker. Mesmo que seu bebê esteja realmente perdido, talvez Marc possa confirmar se ela poderá ter outro. Andando para fora, Riker buscou um número de telefone na sua carteira, o qual ele havia guardado bem. Irritou-o que sua companheira quisesse a presença de outro homem, mesmo naquela circunstância, mas Betânia precisava dele. Se o Dr. Marc Fonteneax era quem ela precisava, ele, Riker, proporcionaria isso. Ele ouviu o telefone tocar uma vez e no segundo toque foi atendido.


—Alô. — Murmurou Marc. Eram dez horas em Tampa. —Marc, Riker Montgomery. — Ele ouviu Marc se movimentar. —O que há de errado? Os filhotes? Betânia? —Marc sempre se mantinha seguro com Riker toda vez que abria a boca. Se ele perguntasse primeiro por sua esposa, Riker iria matá-lo. — Betânia precisa de você. Pode vir? Eu não posso explicar tudo agora. — Ele sabia que era pedir muito de qualquer homem, mas também sabia que Marc viria. —Eu estou a caminho. Onde está você? — Marc podia ser ouvido em movimento. —Estamos em Johnson City Medical Center, em Tennessee. Vou ter um jato pronto para você em Tampa para Tri-Cities Regional até aqui. Alguém vai te encontrar. Vou explicar tudo quando você chegar. Ambos desligaram sem dizer adeus. Riker pensava que eles, provavelmente, fossem apaixonados pela mesma mulher. Talvez eles pudessem ter sido bons amigos? Quem sabe? Quando Marc chegou, quatro horas depois, Riker ficou, ao mesmo tempo, aliviado e impressionado. Ele estava aliviado, porque sabia que só Marc poderia acalmar Betânia completamente agora. Ele ficou impressionado, porque sabia que o vôo de Tampa a Johnson City levou, pelo menos, três horas e quinze minutos. Ele tinha ido até o lobby para pegar uma xícara de café e esperar por Marc e assim, não iria despertar as mulheres. Betânia estava enrolada na cama com Mya e ninguém se atrevia a incomodá-las. —Hei, obrigado por ter vindo. — Riker estendeu a mão e agarrou a de Marc.


—Você sabia que eu viria. — Marc apertou a mão de Riker. —Eu sabia.— Riker assentiu. —O que está acontecendo? — Marc descaradamente, pegou o copo de papel de café instantâneo que Ricker segurava e tomou um grande gole. Riker colocou a mão no ombro do outro homem e o levou para as máquinas, onde ele comprou um outro café. —Huh... inferno de mundo onde um ator famoso não pode pegar uma xícara decente de café em um hospital! — Marc sorriu. Riker riu, mas logo sua expressão ficou sóbria. — O café está quente, mas eu precisava falar com você longe de todos. Marc tomou o copo que Riker lhe entregou e sentou em uma mesa de plástico na área de lanche. — Ok, vamos ouvir. —Betânia me pediu para trazê-lo aqui... Porra isso é ruim... e este café é uma droga.— Ele tomou uma respiração profunda. —A merda depois disso, é que o desgraçado atacou Mya, companheira de Lakon, e fez com que ela abortasse. Riker pegou o copo de Marc quando sua mão começou a tremer. Ele colocou seu copo para baixo e sentou-se junto a Marc, que ficou

tremendo, como se tivesse sido mergulhado em um

tanque de água gelada. Riker colocou uma mão em cada um dos ombros de Marc e suas testas se tocaram. Marc agarrou o braço de Riker e engoliu em seco. —Lake... Lakon, onde está ele? Como ele está? Oh, meu Deus, Riker. Oh, meu Deus.


Riker sabia que muitos no hospital os assistiam. Ele não se importou. —Você está bem? — Riker perguntou. Marc assentiu com a cabeça trêmula. Sentado, novamente, Riker começou a explicar. —Lakon, pai, Tav, Yancey e Myles, irmão de Mya, estão caçando o bastardo e seus seguidores. Alguém tinha que ficar com as garotas e eu me ofereci. Ele ainda pode voltar aqui. Lakon não pode deixar Mya agora. —O que posso fazer para ajudar? — Marc ainda estava muito abalado, mas conteve-se. —Dê uma olhada em Betânia e diga a ela que seu filhote está bem. Depois dê uma olhada em Mya e se certifique de que ela vai ficar bem. Bet acha que há uma chance de que ela não tenha perdido o filhote. — Riker suspirou. —Mas? —Marc poderia dizer que Riker discordava de sua esposa. —Ela estava sangrando quando chegou aqui, inferno! Ela estava em choque. Ela é humana, Marc, eu não vejo como ela poderia ter... Ele estava semitransformado quando a machucou. Pretendia estuprá-la. — As palavras agiam como pó de giz na boca. — Ela poderia ter sido minha companheira. Ela é a outra metade do meu irmão gêmeo. —Meu Deus! Que tipo de animal... — Marc não conseguiu concluir. —Espero que ele já seja um animal morto. Ele tentou estuprála, feriu um homem e matou seu cachorro. Lakon normalmente só finge ser civilizado. Myles também. Vão matar August Livingston.


Eu não sei se o pai vai intervir ou segurá-los... **** Floresta Nacional Cherokee O Distrito Ranger Watauga Os quatro lobisomens estavam fugindo e fizerem uma pausa em sua caminhada morro acima para beber e descansar um segundo. Auggie sabia que eles precisam de algum tipo de plano. As coisas tinham dado errado. —Vocês deveriam ter evitado que ela se metesse, vocês deveriam ter controlado Cherese. — Ele rosnou. —Você disse que não ia machucá-la. — Rebateu Gil. —Você disse que iria apresentá-la para o bando. Ela é um ser humano, você poderia tê-la matado. Você quis violentá-la, Auggie? —Sim! Billy rosnou. —O que você nos levou a fazer? Nada foi da maneira que você disse que seria! —Cale a boca!— Auggie rosnou. —Ela estava grávida. —O

que

quer

dizer

“estava”,

Auggie?

Gil

rosnou,

ameaçadoramente. —Basta!— Auggie latiu. —Os Montgomery já devem estar nos caçando. Se jogarmos as nossas cartas direito, ainda poderemos assumir o bando. É grande o suficiente. Todos nós podemos ser Alfas, se ficarmos juntos agora. Roland

não

tinha

dito

nada.

Auggie

olhou

para

ele,


confirmando. Ele precisava de alguém com firmeza ao seu lado direito agora. —Está certo. — Roland disse duramente. Não muito enfático. — Mas eu vou até onde puder. —Eu sei que Lakon, Riker, Mik e meu patético irmão, Yancey, virão atrás de nós. E que outros estarão com eles, também, tenho certeza. — August especulou. —Nós precisamos planejar uma emboscada e precisamos fazê-lo em um lugar que nos permita uma rota de fuga. Auggie olhou para Roland. Os outros foram beber no riacho que haviam encontrado. Ele não estava acrescentando nada ao plano e não ofereceu saída. Roland olhou para a lua do primeiro trimestre, que pairava no céu e nada oferecia. —Você está bem, Roland? —Auggie murmurou, esgueirandose para ele. —Ótimo. —Respondeu Roland impenetrável. —O que acontece? Você está muito quieto. — Auggie persistiu. —Só pensando. — Veio a resposta neutra. —Roland, você sabe que eu preciso contar com você. Você tem certeza de que está bem? — August foi ficando nervoso agora. Roland se virou para olhar nos olhos de Auggie. —Não se preocupe, cara. Eu estarei ao seu lado até o amargo fim. Animado, Auggie lhe deu uma cabeçada satisfeito e voltou-se para os outros conspiradores. ****


Cabana Norte de Blowing Rock NC e do Sul de Johnson City, TN Tav e Mik trotaram de volta para o grupo fora da cabana. Myles ouviu Yancey dizer que Auggie e sua equipe tinham se dirigido para as montanhas. Eles tinham uma boa ideia dos planos de Auggie. Lakon firmemente insistiu para que ele fosse o único a matar Auggie. Ele queria sentir o último suspiro do homem quando o pegasse. —Olha, eu gostaria de matar o irmão, Gil, sozinho. Feriu sua própria irmã e nós confiávamos nele! Não podemos olhar para ele da mesma forma. Todos eles trabalharam juntos para ferir Mya e matar Mykle, o bebê. Myles estava tentando chegar até Lakon. Não foi fácil. Ele olhou para o seu novo irmão, que respirava pesadamente. Ele era um lobisomem agora, um membro de uma matilha. Tomando outra respiração profunda, ele deixou sua raiva, seu ódio primitivo dos homens, pois haviam machucado sua irmã e mataram o seu sobrinho. Estes eram seus novos irmãos, seu pai e sua família. Sua bela irmã estava em uma cama de hospital, sofrendo e despojada, sem apego à vida. Todos os cinco presentes eram verdadeiras máquinas de matar, mais animal que homem. Seus entes queridos haviam sido feridos, ameaçados, mortos, todos sentiam o mesmo ódio. Myles entrou no círculo de lobisomens. —Eles não esperam por mim. Eles não sabem sobre mim.


Pensam que eu sou humano. Vou ser uma boa isca. — Ele rugia. Lakon se aproximou dele. —Você está certo, irmão menor. Você e eu vamos sair juntos. Você vai surpreendê-los, mas comigo ao seu lado. Eles não se acharão tão ameaçados. — Finalmente Lakon estava pronto para lutar unido a uma matilha de lobos e não como um lobo solitário. —Você vai ficar mais atrás, tio Mik. — Yancey falou. — Auggie vos odeia. Ele te odeia! — Ele repetiu. —Você é melhor do que ele. —Você e eu vamos ficar ao redor, Yance. Um em cada extremidade... Dois puro sangue apenas para mijar neles. — Tav sorriu maldosamente. Mik olhou para cada homem de forma direta e demorada. —Meninos, eu estou orgulhoso de vocês. Meu coração está sangrando esta noite. Eu só não sei como podemos deixar que esses homens vivam. Eu gostaria de dizer que eu não sou um assassino... —Pai... — Myles e Lakon disseram num só tempo. Myles acotovelou Lakon e assentiu. —Pai, — Lakon disse — você não é um assassino. —Você não é. — Myles disse. —Pai, — Tav falou agora — este homem e seus seguidores não pertencem a nossa família. —Tio Mik, — a voz de Yancey rachou, — não podemos deixar que machuquem ou matem outra pessoa inocente, que matem outro cachorro. Nós não podemos!! Myles lembrou quando Mik lhe ensinou que tinha evoluído mais em poucos meses. Ele o amava mais que a qualquer outro homem que ele nunca conheceu e assistiu quando Mik lutou contra o peso do que estava por vir.


—Meninos, — Disse. — eu sei que nós temos que matá-los. Já matei antes. — Ele olhou para a lua do primeiro trimestre acima. Sacudiu a cabeça felpuda. —Os membros do nosso bando. Sangue de nosso próprio sangue, predadores das mulheres inocentes que os alimentam quando filhotes... Isso parte meu coração. **** Lakon caminhava ao lado de Myles quando os outros três foram um pouco à frente deles. Ele estava perdido em seus próprios pensamentos e sabia que os dentes estavam longos e seus cabelos desgrenhados. Ele ficou ao lado de Myles na forma humana. Olhando para o outro homem agora, era fácil ver que os pensamentos de Myles não eram mais agradáveis do que os seus. Os cabelos de Myles era como os de Mya, artisticamente despenteados, implorando a uma mulher para mergulhar as mãos dentro. Ele normalmente aparentava ser um homem muito jovem e bonito. Agora, porém, ele parecia assustador. Seus dentes eram longos, estava magro, o cabelo escuro cobria os olhos e as maçãs do rosto.

Seus

olhos,

cor

de

uísque,

brilhavam

debaixo

de

sobrancelhas espessas. Ele tinha um rosnado feroz em sua boca. —Sabe, você é feio quando está louco irmão. — Disse Lakon a ele. —O mesmo que você com sua cara de cachorro.— Ele rugiu de volta. —Você tem que se controlar, Auggie e seus comparsas devem pensar que você é humano. — Lakon disse a ele. Myles olhou-o fixamente por um minuto. Ele estendeu a mão


e tocou seu rosto. Quando sentiu o cabelo liso lá, respirou fundo. —Você é uma pequena imagem de si mesmo, companheiro. — Disse ele a Lakon. —Eu acho que nós dois estamos pensando as mesmas coisas, não? —Lakon perguntou. —Eu acho que sim. — Myles soltou um suspiro reprimido. — Ouça Lake, eu... Ele não conseguiu terminar essa afirmação. Yancey e Mik vieram trotando até eles. Yancey em forma de lobo. —Tav e Mik seguiram perto daquela montanha ali. É um bom lugar para uma emboscada. O problema é que fica a beira de um precipício.— Explicou Yancey. —Nós vamos ter que levá-los para baixo. —Eu não ligo muito se um deles cair do penhasco, mas eu não quero que qualquer um de vocês morra lá. ― Mik rosnou. —Vou beber a isso. — Myles concordou. —Então, nós iremos em linha reta ou fazemos com que esperem? ― Lakon sorriu. Ele achava que sabia o que seu pai diria. Ele não estava errado. —Tav está lá agora jogando pedras contra eles a favor do vento. Estarão nervosos como o inferno pelo tempo que levaram subindo. — Mik riu. —Vamos esperar um pouco. Lakon foi até Myles, deixando Mik e Yancey falando baixinho. —Você está bem, Myles? Além de perceber que o jovem estava violentamente irritado pelo ocorrido a sua irmã, ele sabia que Myles era novo como lobisomem. O jovem não sabia do que era capaz. Ninguém sabia realmente o que Myles seria capaz de fazer. Ele observava o rosto de


Myles de perto, prestando atenção às emoções nele. As sobrancelhas de Myles caíram em uma careta irritada e a boca apertou. Seus olhos se estreitaram e os punhos estavam cerrados. Ele se virou. Lakon o viu fechar os olhos e respirar fundo, forçando-se a abrir as mãos. —Tudo bem. — Disse ele, depois de um minuto. —Eu quero ir para lá, rosnando e rasgando... — Lakon virouse para a árvore mais próxima e descansou sua testa contra ela. — Eu não posso pensar na palavra certa. — Ele murmurou. Após um minuto, sentiu a mão de Myles em seu ombro. — Eu acho que nós dois temos alguns problemas para lidar com isso, companheiro. Porém, vamos lá, cantor fresco e suave, o arrogante e seu saxofone, o jazz está tocando irmãozinho. Lakon sorriu. —Sim, a atitude é metade da batalha. Entre nós, eu acho que somos arrogantes o suficiente para irritar qualquer um. Eles voltaram para Yancey e Mik e lentamente começaram a fazer o caminho até a montanha. Quando Tav cheirou, sentiu que se aproximavam. Ele daria a volta para armar a armadilha para Auggie e seu grupo a partir do lado norte. Yancey foi para trás, se movendo para oeste para manter os homens cercados e Mik abrandou, esperando Lakon e Myles atraírem os inimigos, fazendo com que estes se revelassem. Lakon e Myles passavam por entre as rochas conversando. —Só um pouco de fita adesiva e um envelope normal é bom tio Bob, você tem uma carteira! —Você sabe, pode fazer qualquer coisa maldita com uma fita adesiva perto!— Lakon sacudiu a cabeça maravilhado.


—Você é um idiota, Myles!— rosnou Gil estridente. — Um toque e você vai ser morto. Por que você veio? —Pensei que eu pudesse gostar de um passeio. As montanhas são lindas à noite, o lago também, não é mesmo? — Myles respirou profundamente, aparentando estar curtindo o ar da noite. —O clima tem sido ótimo. Não é muito quente, não muito... — Lakon cortou. Um lobo com a pelagem colorida subiu nas rochas à sua direita e pousou no peito de Myles. Em vez de cair para trás, Myles envolveu os braços em torno dele e se virou, no que parecia ser um passo de dança íntima. Em vez de esmagar a garganta de Myles, o lobo soltou um grito estrangulado, borbulhante e ficou mole. —Sinto muito, pai. — a voz de Myles não era muito estável. — Eu não queria matá-lo. Só pensei em evitar que me matasse... —Eu sei, meu filho. — Mik se juntou a eles. —Você realmente não teve escolha. Você definitivamente precisa experimentar um pouco mais e descobrir o quão forte você é agora. —Como ele fez isso? — A voz de Gil era um coaxar estridente. —Mik Montgomery!— Auggie cuspiu. —Você é um vira-lata resistente, não é? —É verdade, August. Passei isso aos meus filhos também. — Mik cutucou Myles. —Myles ficou com meu sangue e genes. Ele é um Montgomery agora. — Mik explicou. —Vamos lá para baixo e talvez a gente não te mate. — Todos sabiam que, pelas palavras de Mik, não seria nada bom. —Você está me dizendo que você, de alguma forma, contaminou a pobre genética da família ainda mais? Você deu sangue a um ser humano? ― Auggie rugia raivosamente.


—Auggie, vá lá embaixo. Você vai morrer esta noite. — Lakon não reconhecia aquela voz. —Morra como um líder, homem. —Roland? — Auggie disse incrédulo. —Eu acho que você disse que estaria ao meu lado não importasse o quê!? —Eu disse “até o amargo fim”, Auggie, e é isso. Quer chegar lá e lutar, ou eu vou matá-lo, eu mesmo. Você também Gil. Mik pulou sobre Roland, que caiu e rolou, tendo o lobo cor de canela sobre si. —Mate-me!— rosnou Roland. Gil havia se recuperado de assistir Myles matar Billy no que parecia uma dança casual. Ele descobriu um poço de coragem em algum lugar e saltou sobre Lakon. Quando Lakon ouviu o outro se mover, se transformou e encontrou-o no ar. Roland tinha apertado suas mandíbulas poderosas ao redor do antebraço de Mik e tocou o osso. Mik agarrou-o pelo pescoço e jogou-o na face da rocha, atordoando-o. **** August pensou que poderia manter-se afastado, enquanto os outros homens lutavam, mas Yancey estava esperando por ele. Ele sabia que seu irmão mais velho era bastante perigoso. —Indo a algum lugar, Auggie? — Yancey disse. Ele trabalhou para fazer sua voz soar zombeteira e condescendente. —Você pensa que vai me impedir? — Yancey não se mexeu. Aparentemente, refletindo. Auggie pensou em abordá-lo de forma diferente, para ser mais bem sucedido.


—Yancey, você é meu irmão. Você é um sangue puro. Eu sei que você é amigo de Lakon, mas o sangue é mais denso que a água. Eu te amo, Yance... Um grunhido surdo saiu de Yancey. —Você me envergonha de ser um Livingston, de ser um sangue puro. — Yancey tremia de raiva. Ele sabia que tinha que se acalmar. —Seu sangue é mais espesso que água. Você está contaminado. Sim, eu vou pará-lo. Com isso, Yancey lançou-se sobre seu irmão, seu inimigo. Suas mandíbulas reuniram-se em um confronto mais alto que seu rosnado, rosnava e latia, mastigando o ar. Em um ponto, August teve a mão superior com suas garras em torno da garganta de Yancey. Justamente quando parecia que August iria matar o irmão, Yancey fincou as unhas afiadas na sua perna e em toda a genitália de Auggie, até abaixo, na parte interna da sua coxa. Auggie jogou a cabeça para trás em um ganido e Yancey fechou as mandíbulas poderosas na garganta de Auggie. Parecia que Yancey seria o vencedor, mas Auggie recuperouse e apertou sua mandíbula nas costelas de Yancey. Ele podia sentir pelo menos um quebrar de costelas. Vindo do nada, Tav atirou para frente e agarrou Auggie pelo rabo, sacudindo-o longe de Yancey, libertando-o do aperto de esmagamento. Yancey viu Lakon impulsionar-se para frente para interceptar Auggie. Myles tinha Gil abatido e sangrando pela nuca e Mik sentou ao lado de Roland inconsciente. Antes que Yancey pudesse avisar, todos perceberam que Roland não estava inconsciente de todo. Lakon, que travava uma


batalha com Auggie, foi tomado de surpresa, quando Roland irrompeu entre eles. Myles avançou e pegou Lakon pelo corpo quando Roland impulsionou o emaranhado de lobos em direção à borda do penhasco. Yancey assistiu horrorizado Myles arrebatando Lakon da beira do penhasco, enquanto Roland e Auggie eram lançados no ar. Todo mundo ficou quieto, ouvindo ao longe Auggie perguntar: —Por que? — Até que seu grito foi interrompido por um baque enjoativo. Agora, o único som a ser ouvido no silêncio atordoado era de Gil indefeso e vomitando. Myles ainda segurava Lakon na beira do precipício. Mik mancou até Yancey e lhe acariciou, apoiando sua atitude. Tav estava tão surpreso quanto todo mundo, embora permanecesse longe de Gil e do cheiro de seu vômito. Yancey observou quando Myles recuou e liberou Lakon. — Obrigado, pequeno irmão. — Lakon arquejou e começou a puxar a roupa de volta. —Vocês dois vão até lá e verifiquem se eles estão mortos. — Mik instruiu Lakon e Myles. — Tav, Yancey e eu precisamos de sua ajuda para levar Gil até lá embaixo. —Olhando para Gil, disse — Eu não quero ter surpresas... —Eu-eu-eu-p

p-prometo,

senhor

Montgomery...

Gil

gaguejou e parou. Tav olhou para ele. —Eu vou apenas checar BBilly. —Nós vamos checar alguns do bando Beauford para tirar os outros dois corpos. Haverá alguém esperando na beira da floresta para conduzi-lo ao hospital. — Yancey disse-lhes.


—Talvez eu devesse ir e deixar Myles e Lakon voltarem ao hospital para ficarem com Mya? —Tav se ofereceu. —Não, irmão. Cuide do nosso velho e de Yancey. Myles e eu vamos lidar com isso. — Lakon disse a ele. Ele caminhou até Yancey e deu um beijo em sua cabeça peluda. —Eu te amo, primo. Estou verdadeiramente arrependido, mas funcionou de qualquer maneira. Os outros três homens concordaram. Yancey sentiu seus olhos se encherem d’água, mas controlou-se. —Eu também, pessoal. Espero que tudo tenha acabado. — Ele poderia pensar em um milhão de coisas para dizer, mas nada parecia justo. Ainda em forma de lobo, ele, Mik e Tav foram à direção da cabana de Mya. Gil transformou-se, levantando Billy e seguindo-os. Lakon e Myles em forma humana seguiram até o pé da montanha, onde os dois corpos despedaçados estavam. **** Quarto de Mya Brooks Montgomery Johnson Medical Center City, cidade de Johnson, TN Riker olhou para a pequena figura encolhida na cama. Ela estava ainda menor e mais frágil de aparência que Betânia. Parecia incrivelmente pálida na sala escura. Enquanto ele a assistia, Mya começou a gemer e a virar. Ele temia que ela desconectasse alguma medicação venosa. —Lakon, por favor! Lakon, me ajude! — Ela gemia. —Mykle!


Meu bebê!— gritou ela. Riker se moveu para a cama e com cuidado segurou-a em seus braços. —Shhh...— Ele sussurrou. —Ok, Mya... — Ele sussurrou. —Nããão!— Ela gemeu. —Não! Meu bebê se foi!— Ela começou a soluçar contra ele. Riker passou os braços em torno dela e cautelosamente ergueu-a no colo, embalando-a. Não havia nada realmente que ele pudesse dizer. Quando Marc e Betânia entraram, olhou para eles, indefeso. Ele não podia esconder os olhos cheios de lágrimas. Quando Riker tentou afastar-se dela, Mya ficou histérica novamente. Com um lampejo de discernimento, ele percebeu o que estava acontecendo. —Ela pensa que eu sou Lakon. — Ele sussurrou baixo. Olhou para Betânia e, em seguida, desviou o olhar para Marc. —É isso aí, não é? Somos gêmeos, o cheiro dele e o meu, a sua construção é quase semelhante, nós somos quase idênticos. Ela foi drogada, está seguindo seus instintos e os sentidos, não é? Marc foi até ela e tocou sua testa com a palma da mão aberta. Ela gemeu e agarrou Riker. Ele a colocou de volta na cama, mas permaneceu ao seu lado. Betânia se mudou para o outro lado e se sentou ao lado de Mya, segurando a mão dela. —Sim, isso é uma boa avaliação, homem-ator. — Marc deulhe um pequeno sorriso. — Seu subconsciente sabe que ela está segura com os Montgomerys e você tem o cheiro quase exatamente como o seu irmão. —Será que ela vai deixar você examiná-la? Eu não quero que ela se machuque. — Ele olhou para o médico e para a enfermeira


quase frenética que estava na porta. —Ela não está fora de perigo. —Eu vou ficar aqui sempre que você estiver. Eu vou falar com os médicos e estar aqui. Ela vai me associar com você e Betânia. Vai começar a confiar em mim. —Não se preocupe, Riker. — Betânia disse suavemente. Ele pensou ter visto entendimento nos olhos verdes. —Ela é parte de nossa família. Ela precisa de nós. Todos nós. — Betânia chegou em forma propensa à Mya e acariciou sua bochecha. **** Betânia e Marc estavam na cafeteria. Riker tinha fingido sono e os deixou ir. Ele se sentou ao lado da cama de Mya com a cabeça, ombro e braço apoiados sobre o colchão. Ela estava aninhada na dobra do braço. —Você o fez desafiá-lo, não é? — Mya sussurrou. Riker virou a cabeça e olhou para seu rosto pálido. Ele alisou a palma para baixo por sua bochecha macia. —Sim. — Ele disse simplesmente. Ele considerou e rejeitou mil desculpas no espaço de segundos e não conseguia pensar em mais nada a dizer. —Talvez se eu não tivesse... isso não teria acontecido.— Seus olhos se encheram de lágrimas e ele lutou para se conter. Ele sentiu a palma da mão em seu rosto e olhou nos olhos dela. Mya inclinou a cabeça para trás e delicadamente aplicou um pouco de pressão no rosto de Riker, puxando sua boca para a dela. Com cuidado, carinho, colocou os lábios nos dela e a beijou, longa e docemente. Ele explorou os lábios de cetim com os seus,


aproveitando a textura macia, moveu os lábios nos dela e testou sua plenitude, com carinho e cuidado. —Eu te amo Mya. Eu amo você. —Sussurrou Riker. Ele sabia que era verdade e sabia que não era uma ameaça ao seu relacionamento com Betânia. —Eu te amo, Riker Montgomery. — Mya sussurrou-lhe. —Eu estou profundamente apaixonada por Lakon. Eu sempre o amarei. Ele é meu companheiro. Riker sorriu e beijou-a novamente. —Isso é apenas o caminho que deve ser, querida. Eu sempre estarei aqui quando ele não puder estar. Eu nunca vou te machucar ou assustar novamente. Eu prometo. Ela assentiu com a cabeça. Depois de um minuto, ouviu a respiração dela. Ele podia ver que ela tinha voltado a dormir, mas agora tinha um leve sorriso em seus lábios carnudos. Ele colocou um beijo carinhoso na testa e trabalhou o braço para fora dela. Foi quando ouviu ao longe Betânia e Marc subindo o corredor. Ele saiu da sala para cumprimentá-los. Betânia lhe entregou uma xícara de café e olhou para ele interrogativamente. —Eu vou dar uma olhada em Mya. — Disse Marc. Ele estava tentando se tornar uma peça para que ela assim, não tivesse medo dele. Quando Marc escorregou para o quarto, Betânia pegou Riker pelo braço e o levou a uma grande janela no final do corredor. —Você parece melhor. — Disse a ele. —Eu estou melhor. — Ele sorriu e deu-lhe um abraço, segurando o café cuidadosamente na outra mão. —Eu sabia que você se sentiu responsável pelo que aconteceu


entre Lakon e Mya, Riker. Eu não entendo completamente, mas eu acho que você, provavelmente, está certo, até certo ponto. Estou contente por ter tido a oportunidade de falar com ela sobre isso. — Bethany recostou-se contra o seu corpo rígido, enquanto ambos olharam para fora da janela. —Estou feliz, também, Bet. — Ele descansou o rosto na cabeça dela por um minuto. —Você sabe que eu te amo, não é? —Eu sei, Riker. Eu também te amo tanto. — Ela levantou a mão e o beijou. —Se eu não soubesse, eu não teria terminado o meu café. **** Ford Amphitheatre Tampa, FL —Senhoras e senhores, estamos felizes por estar de volta com vocês. Este é o nosso primeiro show após algum tempo longe. Vocês souberam pelos noticiários que a nossa família sofreu a perda de meu filho. — Lakon dirigiu-se ao público no final do concerto. Sua voz falhou e seus olhos se encheram d’água. A sala de concertos ficou estranhamente silenciosa. Myles e Mya se juntaram a ele no palco. Myles colocou um braço em torno de seu ombro e Mya colocou o braço em volta de sua cintura. —Eu quero agradecer a todos vocês por suas orações e apoio, enquanto a nossa família estava passando por este momento terrível. — Mya expressou sua gratidão com a voz trêmula. —Nossa família compôs uma melodia para nos lembrar um


pouco de Mykle Montgomery. Uma parte do lucro desta série de concertos e do álbum vamos doar a instituições de caridade que cuidam de crianças. Espero que gostem. — Myles terminou. Sua voz soava meio rouca. Myles recuou e um refletor pequeno o rodeou, enquanto um maior focava Lakon e Mya. Eles encararam uns aos outros, quando Myles começou a tocar seu saxofone. As notas sensuais do instrumento de Myles se juntaram com a harmonia de suas vozes, que cantavam um para o outro e para sua família. A canção foi um comovente tributo ao amor de sua família, bem como um lamento sincero pela perda de um filho amado. Quando a música terminou, uma parcela significativa do público estava soluçando. Eles jogaram dinheiro e brinquedos de bebê para o palco. Yancey teve ajudantes para arrecadar e garantiu à multidão que todos os presentes beneficiariam as crianças carentes locais. **** Camarim de Mya e Lakon Montgomery Ford Amphitheatre, em Tampa, FL —Eu disse a Myles para ir para a Penthouse. Eu disse a ele que você gostaria de descansar um pouco, bebê. — Lakon olhou para a esposa especulativamente. Mya caminhou até ele e começou a desabotoar sua camisa. —Você quer um pouco de tempo sozinho, Lakon? —Perguntou


a ele. —Eu estava preocupado se você ia ficar chateada, bebê. Eu sei que é difícil. — Ele se inclinou e a beijou castamente. —Lakon... — Ela suspirou. — Você está certo, eu estou mal. Eu realmente queria o nosso bebê. Dói tanto que ele tenha morrido. Lakon colocou os braços ao redor dela. —Eu sei, eu sei. Sinto-me assim também. — Você ainda me ama, Lakon? - Ela perguntou. —Mya!— Ele engasgou. —Claro que sim! Como você pode perguntar isso? — O que ele devia fazer? Escrever em letras de três metros no céu? —Você ainda acha que eu sou... — Ela hesitou. Ele estava curioso, olhando para ela. —Você ainda me acha atraente, Lakon? —Oh, Mya. — ele gemeu. —Está tudo bem se você não quiser ou não puder fazer... eu acho. Gostaria que você me dissesse o que então eu poderia fazer para... ajudá-la... você sabe... E? — Ele tinha necessidade das respostas, mas para isso, precisava ouvir dela. —E o quê? Bem, se você não me quer mais... — Ela respirou fundo e atravessou a sala. —Eu posso ter um vibrador novo... ou dois... — Mulher! —Ele rosnou. — Será que isso quer dizer que não te quero? — Ele enfiou a ereção crescente contra o seu abdômen. A imagem dela usando um vibrador, provavelmente, tinha aumentado o seu tamanho. —É uma sensação muito agradável. — Disse ela. —Agradável? — Ele resmungou. —Você vai compartilhar isso comigo ou simplesmente vai brincar com ele sozinho? — Perguntou ela.


—Grrrrrrrrr... — Ele rugiu, levantando-a e sentado no sofá com ela. —Eu vou compartilhar com você sob uma condição... —O quê? —Ela perguntou sem fôlego, quando ele lentamente começou a retirar as roupas dela. Ele levantou e abaixou as calças. Sua ereção se projetava em destaque entre as pernas. Nua, ela abriu as suas coxas. —Eu quero que você entenda que o vibrador novo... ou os dois... serão para eu brincar contigo. — Ele sussurrou. —Sério? — Ela sorriu. Ele a ergueu para que ela pudesse sentir sua ereção pressionando contra seu centro feminino. Ele levou seu pênis à sua mão e roçou a cabeça bulbosa contra sua fenda. —Você me quer, bebê? — Ele murmurou. —Tanto, Lakon. Quero-te tanto!— Ela sussurrou. Ele insinuou a cabeça arredondada em sua vagina e empurrou lentamente dentro dela, tomando território. Ambos gemiam alto, quando ele entrou de vez nela, não se moveu por vários segundos. —Oh Lakon, eu perdi você... —Ela mal podia falar. —Mya, bebê, eu perdi você, também. Eu só queria esperar até que estivesse pronta. Eu te amo, bebê. —Eu também te amo. Lakon, mova-se. Você pode fazer isso. Ele agarrou os quadris dela, enquanto bombeava para dentro. Ela estava aberta, com ele entre suas pernas. Ele sentia as mãos dela apertando seus ombros enquanto empurrava. Não demorou muito para que ela não pudesse se segurar mais. Ele sentiu que ela começava a se contrair em torno dele, gemidos escapavam dela.


—Lakon! Lakon! Lakon… Lakon! —Minha!! Meu bebê!!!!! Mya!!!!!!!— Gritou ele. Empurrou mais duas vezes e congelou, então bombeou rapidamente nela. Ela desabou no peito dele. —Então, você ainda acha que sou sexy? —Ela sussurrou. —Eu ficarei feliz em mostrar-lhe de novo. —Ele riu. —Ok. — Ela bocejou. Ele a puxou para baixo, ao lado dele, para um breve cochilo. Eles iriam para o hotel quando ela acordasse. **** Penthouse, Inn Europeu Grande Tampa, Flórida Os irmãos Marc e Paul T. Fonteneax viram quando Elke atendeu a porta da suíte. Embora houvesse uns doze adultos espalhados por todo o salão, o ambiente parecia muito calmo. Ainda assim, estava cheio de lobisomens. E não havia dúvidas de que todos poderiam ouvir. —Myles? Alguém aqui quer ver você, meu filho. —Disse Elke. Ela não levantou a sua voz. Não precisava. —Eles querem ver Mya, também. —Quem é mãe? — Aproximando-se, Myles deu um beijo na bochecha de Elke, fazendo barulho. —Essas pessoas dizem que são seus pais. — Recuperando a compostura, Elke falou como se simplesmente não fosse possível. Ela levou o casal para o final da sala. Paul percebeu que sete


pares de olhos de lobisomem fixaram o homem muito grande e forte e a mulher de boa aparência que tinham entrado no quarto. —Myles, você irá acabar com esse bloco de mármore para mim? Tav vai nos mostrar como fazer um mosaico. — Mya disse, andando até ele, segurando um vaso com uma grande pedra nele. —Isso não é de mármore, Pet. É de granito. Um velho coitado está apenas tentando descobrir se eu posso esmagá-lo. — Ele o fez. Paul podia ver o esforço que custou para ele não

parar de

socar, até que virasse pó. —Não vá embora ainda, Luv. Olhe quem é! Mya ficou ofegante. Instantaneamente, Riker e Lakon foram ao seu lado. Mik se levantou e fez o seu caminho. Marc, Tav e Paul se levantaram e se aproximaram do grupo. —Apresente-me, irmãozinho. — Lakon disse calmamente, deslizando um braço ao redor da cintura de Mya. —Por que ele não respeita... — A mulher começou. O homem a silenciou. —Permita-me apresentar Jane e Eldon Brooks, os nossos pais de nascimento, meu e de Mya. — Myles disse com um floreio. Lakon começou a rosnar. Paul aproximou-se de Lakon. Não faria bem ter as vísceras de um casal de seres humanos aqui na Penthouse. Yancey intensificou um grande sorriso no rosto. —Deixe-me apertar sua mão, senhor Brooks!— Ele começou a apertar a mão do grande homem. — Senhora Brooks, não posso dizer o quanto estou animado em conhecê-los!— Ele descansou a mão no ombro do homem e na mulher. —Esse contrato foi uma obra de arte! O senhor Brooks estava com um sorriso hesitante ao ser


apresentado por Yancey a todos na sala, incluindo Mik. O sorriso desapareceu completamente quando Mik falou. —Não vou apertar sua mão. Eu estou me recuperando de uma lesão. Você veio para oferecer condolências por Mykle, nosso bebê? — Ele perguntou. Paul escondeu um sorriso. Ele estava começando a entender a situação. —Esse cachorro fala!— Disse a senhora Brooks espantada. Mya avançou. —Ele não é um cachorro! É Mik Montgomery, meu sogro e um homem melhor do que qualquer outro que você já conheceu! O grande homem se aproximou de Mya e a ameaçou em uma voz fria. —Você não vai falar com sua mãe desse jeito, senhorita! Antes que alguém pudesse se mover, Myles agarrou o homem pelas grandes lapelas. —Você não vai falar com a minha irmã dessa maneira, meu velho. — Ele rosnou. —Se eu bater em você uma só vez, — O senhor Brooks disse em voz baixa. —você poderá sangrar até a morte. —Não mais. — Myles rosnou. Paul podia ver seu animal emergindo. —Myles? — Riker colocou um braço sobre seu ombro. —Você quer que eu ou o Lake lidemos com isso? Você sabe o quão perigoso você é quando fica com raiva. Paul observava com interesse os dentes de Myles se alongarem e os cabelos começaram a brotar em seu rosto e mãos. Como médico especializado em engenharia genética, ficou fascinado


com a alteração da composição genética do homem à sua frente. —Beije mamãe e papai e lhes dê adeus, Pet. — Veio a resposta gutural de Myles. —Pode vir comigo para conversar com o senhor e a senhora Brooks, se quiser, Riker. Riker e Myles saíram com o casal, enquanto Yancey esclareceu ao grupo sobre o contrato que os pais de Myles e Mya tinham obrigado seus filhos a assinar. Cada lobisomem e cada pessoa no apartamento ficou indignado, quando soube que os pais esperavam que os gêmeos pagassem todo o dinheiro que tinham ganhado por seis anos. Quando a porta do apartamento se abriu, dez minutos depois, Riker e Myles estavam rindo. Depois, Riker explicou. —Parece que mamãe e papai Brooks tinham aprendido que os registros fiscais eram públicos. — Riker disse-lhes. —Eles decidiram que teriam que receber cerca de 150.000 libras esterlinas. —Tente nos dar um tempo. Eles já eram!— Riu Myles. —Acontece que eles ficaram tão... consternados com a morte de

Mykle, que ficarão felizes em doar esse dinheiro para uma

fundação de crianças abusadas. — Riker riu com ele por um minuto. —É melhor manter um olho sobre o Nacional Enquirer agora. Pode ser que haja algumas histórias selvagens sobre nós circulando por aí. Fim


Sobre o autor: J.J. Massa começou a escrever quando o computador da escola onde lecionava começou a dar problemas ao ser utilizado pelos os alunos. O que parecia um evento infeliz tornou-se uma bênção. Ela adora especialmente o cumprimento de prazos em seu pijama e chinelos Corona Light. Atualmente, uma residente de Jersey Shore, J.J. vive com o marido doente, uma filha adolescente e enteados muito curiosos. Seu parceiro favorito para escrever é seu labrador amarelo, embora os gatos que a visitam tentem ajudá-la ocasionalmente com a reviravolta nas histórias. Sua parte favorita em escrever é descobrir sobre pessoas e ver o que eles decidem fazer de suas vidas. Ela adora ler e escrever histórias paranormais devido às inúmeras possibilidades que apresentam. A maioria de seus livros incluem o suspense, porque ela acredita que todo romance inclui um conflito a ser resolvido. Isso é o que mantém a vida interessante.


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