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CARDIOLOGIA

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NEUROLOGIA

NEUROLOGIA

Cuide do seu CORAÇÃO

...E EVITE A DOENÇA CORONÁRIA

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NESTE MÊS EM QUE SE ASSINALA O DIA NACIONAL DO DOENTE CORONÁRIO - E EM TODOS OS OUTROS - CUIDE DO SEU CORAÇÃO E EVITE A DOENÇA CARDIOVASCULAR! OS CARDIOLOGISTAS E A SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA ESTÃO DISPONÍVEIS PARA CONTINUAR A FAZER SEMPRE MAIS E MELHOR PELA SAÚDE DOS PORTUGUESES.

AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, sendo responsáveis por mais de 30.000 mortes por ano. Assinala-se no dia 14 de fevereiro, em plena pandemia de COVID-19, o Dia Nacional do Doente Coronário. Neste dia, tal como em todos os outros, devemos relembrar a extrema importância de cuidarmos da nossa saúde cardiovascular. Assim, interessa perceber: 4O que é a doença coronária? 4Como podemos cuidar da saúde cardiovascular? 4Qual o impacto que a COVID-19 está a ter na gestão das doenças cardiovasculares?

EM QUE CONSISTE?

A doença coronária consiste na presença de placas formadas por colesterol e cálcio nas artérias que irrigam o coração (artérias coronárias). Quando a placa de colesterol é grande, pode condicionar parcialmente a passagem de sangue nessa artéria, originando uma diminuição do fluxo de sangue para uma determinada região do músculo cardíaco (miocárdio), o que habitualmente acontece durante o esforço físico e está associado a dor torácica tipo “aperto” (angina de peito).

Adicionalmente, em algumas pessoas, estas placas tornam-se “instáveis” e originam a formação de um trombo (coágulo de sangue) que pode entupir totalmente a artéria coronária – esta situação origina o enfarte agudo do miocárdio.

O enorme progresso feito nas últimas décadas no diagnóstico e tratamento das diversas apresentações de doença coronária não nos pode fazer esquecer o importante peso que continua a ter para o indivíduo e para a sociedade, em termos de morte prematura, anos de vida saudável perdidos e necessidade de reabilitação após um evento.

COMO EVITAR?

E como evitar a doença coronária? Tudo começa com a prevenção antes da doença se instalar, sublinhando-se a necessidade de fazer uma alimentação saudável, praticar atividade física (no contexto atual, respeitando as regras de distanciamento social e outras indicações dadas pela Direção Geral da Saúde) e não fumar.

De seguida, é fundamental o reconhecimento dos sintomas que levantam a suspeita de doença coronária, tal como um desconforto torácico opressivo associado ao esforço ou em repouso, o que deve motivar um contacto com o médico de família ou cardiologista assistente.

Tudo isto se aplica às pessoas que já tiveram um enfarte agudo do miocárdio, sendo também de maior relevância o rigoroso cumprimento da medicação prescrita, para evitar a recorrência de um novo evento coronário e para aumentar os anos de vida.

IMPACTO DA COVID-19

Também o diagnóstico e tratamento da doença coronária estão, há um ano, a sofrer os efeitos da pandemia de COVID19, doença causada pela infeção pelo vírus SARS-CoV 2. As pessoas com fatores de risco vascular e doença cardiovascular apresentam maior risco de desenvolver as formas moderadas e graves da COVID-19, e sabe-se que o próprio vírus pode originar lesão cardíaca e condicionar, assim, um aumento do risco de morte dos doentes infetados.

Pelo

DR. RICARDO LADEIRAS LOPES

MD PhD; cardiologista, Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho; assistente convidado, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

AGRESSORES do coração

Alguns dos principais fatores de risco cardiovascular:

4Tabagismo 4Hipertensão arterial 4Níveis elevados de colesterol 4Obesidade 4Stress 4Contracetivos orais 4Consumo de álcool 4Diabetes mellitus 4Hipertrofia do ventrículo esquerdo 4Fibrilhação auricular, um tipo de arritmia cardíaca

Saiba como IDENTIFICAR UM ENFARTE

O enfarte agudo do miocárdio – vulgarmente conhecido por ataque cardíaco – ocorre quando se dá a morte das células de uma parte do músculo cardíaco, na sequência de uma obstrução completa de uma artéria do coração, as chamadas artérias coronárias. Atualmente, estão identificados fatores que potenciam o surgimento desta doença cardíaca. O tabaco, a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, a obesidade e antecedentes familiares constituem fatores de risco que podem conduzir a esta situação de emergência médica. No entanto, o maior desafio que se coloca é o facto da população portuguesa não reconhecer os sintomas de um enfarte e, muitas vezes, não saber agir perante o quadro de uma emergência médica.

SINTOMATOLOGIA

A sintomatologia mais comum num enfarte é uma dor no peito (aperto, pressão, ardor), com irradiação aos membros superiores (braço esquerdo, costas e pescoço, dorso ou mandíbula), podendo ser acompanhada de suores, náuseas, falta de ar e dor abdominal. Perante estes sintomas, uma pessoa não deve hesitar em pedir a ajuda, contactando imediatamente o Serviço Nacional de Emergência Médica (INEM), através do número 112.

Uma equipa experiente do INEM é enviada ao local para transportar o doente para a unidade hospitalar equipada e especializada para o tratamento do enfarte agudo do miocárdio – a angioplastia primária –, permitindo reabrir as artérias obstruídas e restaurar a circulação sanguínea no miocárdio.

A prevenção das doenças cardiovasculares é multifatorial: isto é, deve dirigir-se aos múltiplos fatores de risco da doença e deve começar muito cedo, inclusive desde a infância.

Saiba quais os comportamentos que deve tentar corrigir:

4HIPERTENSÃO ARTERIAL – Reduza o sal da alimentação, o álco-

ol – não beba mais que 2 dl/dia – e o peso, como profilaxia da hipertensão. Meça a sua tensão arterial e procure o seu médico de família, se ela for igual ou superior a 140/90 mmHg.

4TABACO – Não comece a fumar e, se já fuma, pare tão depressa

quanto possível, recorrendo a ajuda médica, se necessário. E procure não fumar passivamente.

4CONTROLE O SEU PESO – Evite pesar mais do que o núme-

ro de centímetros que tem acima de 1 metro de altura. Por exemplo, se mede 1,65 metros, não passe dos 65 Kg. Todavia, é mais científico recomendar que mantenha o índice de massa corporal – peso em kg, a dividir pelo quadrado da altura – entre 20 e 25 Kg/m2.

4COLESTEROL – Saiba o valor do seu colesterol no sangue e, se

for acima de 190mg, determine também as suas frações LDL e HDL. É o colesterol LDL que é prejudicial, enquanto o HDL é benéfico e, de certo modo, contraria os efeitos do anterior. Reduza a ingestão de gorduras saturadas e de colesterol – manteiga, leite e queijo gordos, ovos, gordura da carne –, substituindo-as por gorduras não saturadas – azeite, óleos vegetais, margarinas moles, peixe. Use carnes brancas de aves, sem pele.

4TRIGLICÉRIDOS – Faça também esta análise e fale com o seu

médico. Se estiverem altos, deverá reduzir o peso, as calorias alimentares e o álcool, aumentando o exercício físico.

4DIABETES – Controle o valor do açúcar no sangue e, se não for

normal, consulte o seu médico.

4STRESS – Lembre-se de que não há melhor “pílula calmante”

do que um bom passeio a pé: aprenda a relaxar e a ter tempos livres.

4SEDENTARISMO – De todos os erros atrás citados, a falta de

atividade física é, talvez, o mais frequente, quando é, afinal, o mais fácil de corrigir: faça uma pequena marcha a pé, todos os dias, de cerca de 30 minutos; habitue as crianças a uma vida com desporto; aproveite todas as ocasiões para permanecer ativo – deslocações a pé, subir escadas, saltar à corda, fazer ginástica, natação, dança, jardinagem, etc.; volte a fazer desporto, mas oiça primeiro o seu médico, se já passaram alguns anos e, sobretudo, se engordou.

Os exames complementares de diagnóstico realizados na investigação da doença cardiovascular sofreram uma queda abrupta de 40 a 60% a nível global com a chegada da pandemia

Dados muito recentes, publicados já em 2021, sugerem algo preocupante: os exames complementares de diagnóstico realizados na investigação da doença cardiovascular sofreram uma queda abrupta de 40 a 60% a nível global com a chegada da pandemia de COVID-19. Perante a possibilidade do não diagnóstico de doença cardiovascular grave, implicando, por um lado, a sub-utilização de terapêuticas preventivas que melhoram o prognóstico e, por outro, a apresentação da doença cardiovascular apenas nas suas formas mais graves, o verdadeiro impacto do último ano de pandemia nos indicadores de doença cardiovascular são ainda largamente desconhecidos.

ALOCAÇÃO DE RECURSOS

É fundamental haver uma alocação adequada de recursos de saúde que permita minimizar a morbilidade e a mortalidade por COVID-19, mas também por todas as outras doenças não COVID19 que têm um impacto muito pesado na saúde dos portugueses, como é caso das doenças cardiovasculares.

Neste mês em que se assinala o Dia Nacional do Doente Coronário, lembre-se que todos somos agentes de saúde e que o principal responsável pela nossa saúde somos nós próprios! Cuide do seu coração e evite a doença cardiovascular! Os cardiologistas portugueses e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia estão disponíveis para continuar a fazer sempre mais e melhor pela saúde cardiovascular em Portugal!

REFORÇO DO SISTEMA IMUNITÁRIO

São conhecidos os inúmeros benefícios para a saúde da Vitamina D, também designada como Vitamina do Sol.

Apesar de Portugal ser um dos países mais ensolarados da Europa, estudos recentes comprovam que cerca de 65% da população portuguesa apresenta baixos níveis de Vitamina D no organismo.

A vitamina D é produzida pela pele quando exposta ao sol, podendo também ser obtida através da dieta ou da suplementação.

As fontes naturais mais ricas em vitamina D são os óleos de fígado de peixe. Os ovos, carne, leite e a manteiga também contêm pequenas quantidades de vitamina D.

A vitamina D é essencial no metabolismo e mineralização ósseos, sendo uma das principais responsáveis pelo controlo dos níveis de cálcio e fósforo. Tem também um papel importante no funcionamento dos músculos e no reforço do sistema imunitário.

Recomenda-se uma ingestão diária entre 10 e 20 µg.

A carência em vitamina D poderá agravar-se como consequência do recolhimento domiciliário e isolamento social aconselhados devido ao Covid-19. Em busca de novas estratégias de intervenção para fazer face à pandemia, estão a decorrer alguns estu-

dos sobre o eventual papel da vitamina D na resposta imunitária ao Covid-19.

No combate ao risco de infeção por Covid-19, ganha especial importância reforçar o sistema imunitário.

No caso particular da diabetes mellitus, o excesso de açúcar no sangue e o processo de inflamação mais acentuado, acarreta maior vulnerabilidade aos diabéticos, pois sobrecarrega e compromete a resposta

do sistema imunitário.

Uma vez comprometido, o sistema imunitário pode não conseguir dar os sinais de alarme da doença, podendo avançar rapidamente para quadros mais graves.

Uma vez que os altos níveis de glicose associados à diabetes afetam o funcionamento do sistema imunitário, o

controlo da glicémia constitui a medida mais eficaz para proteger os diabéticos de infeções.

O crómio, em conjunto com a insulina, ajuda a transportar a glicose da corrente sanguínea para as células, onde esta constitui uma importante fonte de energia. Na falta de crómio, este processo não ocorre tão eficazmente, aumentando os níveis de glicose no sangue.

Várias investigações referem a capacidade do crómio para regular as concentrações de açúcar no sangue, ajudando a promover o controlo da diabetes.

Assim, “com os níveis de glicémia controlados, o risco de um diabético contrair Covid-19 é idêntico ao de uma pessoa saudável.”

é um suplemento minerovitamínico com 200 µg de crómio, sob a forma de levedura de crómio, e 20 µg de vitamina D, adequado a diabéticos, que reforça o sistema imunitário.

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