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acaba sendo a conseqüência dessa somatória de fatores. S/A – Essa deficiência da gestão de saúde acaba impactando na saúde do paciente? JC – Sem dúvida. Se você não tiver uma boa gestão, você não tem uma equipe que funciona adequadamente. Quando a cadeia de profissionais não funciona, você tem uma assistência básica comprometida, pela falta tanto de financiamento quanto de recursos humanos, e a gestão fica comprometida também. No atendimento secundário faltam muitas especialidades, que não são colocadas no sistema por uma falta de visão de gestão, mas também por falta de financiamento. Existe uma tentativa de se repor isso através das AMES - as assistências médicas de especialidades que estão sendo criadas em vários pontos do Estado e da cidade de São Paulo. Na saúde básica, tentamos resolver isso através do Saúde da Família, mas existe uma precarização de contratação de RH que dificulta uma adequação da própria assistência básica, o médico de família, o agente comunitário. As contratações são realizadas sem muito critério, sem oferecer um plano de cargo e carreira adequados.
de fatores tanto do lado do médico quanto do lado do paciente, que acabam levando ao desgaste da relação médicopaciente. Há também o lado da operadora, mediando mal essa relação. Porque ela considera somente a necessidade de obter lucro, não está percebendo que se desvaloriza o médico e cerceia muito o paciente, ela acaba favorecendo o encarecimento da medicina e uma queda na qualidade do atendimento prestado também. O que causa preocupação é a necessidade de uma arbitragem, alguém que regule isso. Nós entendemos que é necessária uma revisão da regulamentação dos planos de saúde. A ANS tem feito intervenções pontuais, tentando melhorar a qualificação das prestadoras e acertando a questão dos custos. Porém, ela alega não ser da sua competência interferir na relação operadora-prestadores, embora esteja fazendo algumas intermediações. Só que isso não tem sido suficiente diante da gravidade do problema.
“Discussão de gestão – alguns tentam justificar a desumanização ou a insuficiência do sistema pela falta de gestão apropriada”.
A ANS deveria receber mais poderes, deveria haver um controle social maior para se obter um resultado melhor, pois diz respeito ao prestador e diz respeito ao paciente também. S/A – A falta de residências médicas está impactando de alguma maneira na qualidade do atendimento médico, uma vez que há mais médicos se formando por ano do que ofertas de residência? JC – Com certeza. A residência médica hoje é essencial, até para assistência básica. Acho que a lei deveria mudar, não deveria ser permitido que o médico saísse no sexto ano, atendendo sem experiência prévia. Seis anos são insuficientes para um médico ter um conhecimento amplo, dada a comple-xidade da Medicina atual. Para isso ele deve estar inserido no contexto de atendimento, que é a própria residência fundamental no mundo inteiro. A legislação brasileira atualmente permite que a pessoa saia da faculdade e comece a atender, mas dependendo da situação de atendimento, os seis anos de estudo são insuficientes. Com certeza a falta de residência compromete o atendimento.
S/A – O pouco tempo dedicado a cada consulta aumenta os custos assistenciais? JC – É um círculo vicioso no qual o médico ganha mal, o paciente tem pressa, existe uma cultura equivocada em relação à assistência médica, o médico tenta se defender atrás de mais exames por que existe uma pressão do paciente por uma solução para o seu problema, ou seja, é uma somatória
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