Revista da SBCC n o 50 JAN/FeV 2011
revista
NÂş 50 janeiro/ fevereiro 2011 R$15,00
Projeto: um elemento dinâmico
sbcc.com.br
Case: Mappel Unidade de Alimentos
sumário
revista
Edição N0 50 janeiro/fevereiro 2011
4
Editorial Marca a ser comemorada
6
Entrevista Mailson da Nóbrega
10
Projeto Projeto: um elemento dinâmico
18
Filtros Parâmetros mais rígidos
26
Case: Mappel Foco ampliado
34
Sócios da SBCC
36
Notícias da SBCC Reunião traça panorama das ações de 2010
40 50 3
Artigo Técnico A psicrometria e a carga térmica Parte 2
Opinião Como fazer negócios pelo Twitter?
sumário
revista
Edição N0 50 janeiro/fevereiro 2011
Marca a ser comemorada E
sta é a edição de número 50 da
recentemente novas seções, a de En-
profissionais que influenciam, definem
Revista da SBCC. É uma marca
trevista e de Opinião, para ampliar o
ou orientam a aquisição de produtos e
a ser comemorada por todos nós da
interesse pela leitura. Por outro lado, a
serviços nos segmentos-clientes.
comunidade de áreas limpas. Desde
publicação também já tem sua versão
O que podemos afirmar hoje é que
sua primeira edição, há cerca de 10
online – e todas as edições estão dis-
a publicação vai continuar buscando
anos, precisamente em março de 2001,
poníveis no site da entidade (www.sbcc.
novas formas de se viabilizar e, dessa
a revista traz para suas páginas o con-
com.br), tornando a consulta mais ágil
forma, ampliar sua presença nos seg-
ceito que alicerça a SBCC: disseminar
e ampliando a “vida útil” da publicação.
mentos de mercado que demandam
o conhecimento técnico para todos os profissionais do setor.
Vale destacar o Guia de Compras de
informações sobre controle de conta-
Produtos e Serviços, publicado desde
minação. Para tanto, a SBCC deverá
Ao longo dessas edições apresen-
2003. Sua eficiência na atualização de
finalizar até o final do primeiro trimestre
tamos inúmeros artigos, resultados de
dados e apresentando de forma eficaz
uma ampla atualização do mailing da
reuniões técnicas no Brasil e no exterior,
os produtos e serviços ofertados pelas
publicação.
cases de indústrias que se valem de
empresas nacionais, tornaram o Guia
Nós, do atual Conselho Editorial,
áreas limpas e ambientes controlados
uma referência de mercado para os
agradecemos a todos os profissionais
para atender requisitos específicos de
usuários. É fato relevante que cerca de
que nos antecederam nessa função,
produção, informações sobre a própria
70% dos profissionais que recebem a
pois a revista é o resultado do esforço
entidade e sobre o mercado em geral,
publicação atuam em setores-clientes
voluntário de diversos profissionais que
entre outras, tornando a publicação in-
de áreas limpas e controle de conta-
militaram
dispensável para a atualização e acom-
minação. E é desse fator que vem a
grande objetivo é propiciar vida longa à
panhamento do setor de áreas limpas.
importância da publicação para as em-
Revista da SBCC com informações de
A melhoria contínua também é uma
presas do setor: é possível reforçar sua
qualidade relevante
de nossas marcas. Foram introduzidas
imagem “falando” diretamente com os
Conselho Editorial Revista da SBCC
SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br
4
ou militam na SBCC, cujo
Diretoria: Presidente: Dorival Sousa; Vice-Presidente: Marco Duboc; Diretor Técnico: Célio S. Martin; Diretor Financeiro: Raul A. Sadir; Diretor de Relações Públicas: Gerson Catapano; Diretor Emérito: Dr. Hans Sonnenfeld; Diretor do Núcleo Científico: Elisa Krippner; Diretor Núcleo Comunicação: Marcio Magno; Diretor Núcleo Eventos: Luciana Kimi; Conselho Consultivo Elegível: Celso Simões Alexandre, Heloísa Meirelles Costa e Luciana Kimi; Conselho Consultivo: Ana Maria Ferreira de Miranda, Carlos Eduardo Rein, Claudemir Aquino, Dirce Akamine, Elisa Krippner, Jonas Borges da Silva, Luiz Antonio Rocha, Silvia Yuko Eguchi e Suely Itsuko Ciosak; Conselho Fiscal: Yves L. M. Gayard, Murilo Parra e Jean-Pierre Herlin. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Heloísa Meirelles Costa; Conselho Editorial Revista SBCC: Martin Lazar (editor-chefe), Camilo Souza (editor assistente), Carlos Prudente, Denis Henrique de Souza, Gerson Catapano, J. Fernando B. Britto, Moisés Machado de Oliveira e Rinaldo Lucio Almeida. Secretaria: Márcia Lopes Revista da SBCC: Órgão oficial da SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. R. Sebastião Hummel, 171 – sala 402 CEP 12210-200 São José dos Campos – SP. Tel. (12) 3922 9976 – Fax (12) 3912 3562 E-mail: sbcc@sbcc.com.br; A Revista da SBCC é uma publicação bimestral editada pela Vogal Comunicações. Tiragem: 5.000 exemplares Vogal Comunicações: Editor: Alberto Sarmento Paz. Reportagens: Luciana Fleury. Edição de Arte: Koiti Teshima (BBox). Diagramação: Caline Duarte, Edna Batista e Suely Castro Mello. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design. Contatos com a redação: Rua Laboriosa 37, São Paulo. Tel. (11) 3051 6475. E-mail: redacao@vogalcom.com.br Depto. Comercial: Marta Vieira (comercial.2@sbcc.com.br) e Aline Souza (comercial.1@sbcc.com.br). A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies As opiniões e os conceitos emitidos pelos entrevistados ou em artigos assinados não são de responsabilidade da Revista da SBCC e não expressam, necessariamente, a opinião da entidade. Foto capa: Divulgação Merial
ESCLARECIMENTO À PRAÇA 1. MPU e MULTIVAC são marcas registradas da empresa MULTISTAR. 2. A MULTISTAR introduziu no mercado brasileiro o MPU, sistema inovador e consistente de fabricação de dutos de ar condicionado, de painéis pré-isolados de alumínio com espuma rígida de poliuretano expandido, dos quais é a única fabricante nacional. 3. O desenvolvimento e fabricação desse produto no Brasil demandou longo período de testes e envolveu pesados investimentos da MULTISTAR, que tem sido recompensada com a crescente aceitação do produto pelo mercado. 4. O MPU foi exaustivamente testado e certificado. 5. Especificamente em relação à liberação de gases tóxicos em situação de incêndio, o produto foi testado pelo IPT que, através do relatório 112 869-205, comprova que o mesmo se encontra absolutamente dentro das normas BSS 7239 e NBR 16401/2008. 6. Apesar desse fato, uma empresa concorrente, ao promover no mercado em geral e em especial junto a projetistas e compradores de dutos de ar condicionado o produto de sua fabricação (sistema de dutos em fibra de vidro), vem divulgando a falsa informação de que nosso produto, em caso de incêndio, produz fumaça e gases tóxicos. 7. Essas afirmações causam problemas comerciais para a MULTISTAR / MPU que chegou, inclusive, a ser contatada por projetistas que afirmaram que substituiriam seu produto por outros em suas especificações em razão do falso argumento da concorrente. 8. Em vista destes fatos, a MULTISTAR solicitou da concorrente a cessação da prática condenável e anti ética adotada bem como que prestasse à praça em geral os devidos esclarecimentos. 9. Tendo em vista a inércia da concorrente em desmentir os falsos argumentos promocionais dos quais se vale em prejuízo da MULTISTAR / MPU vem esta a público para esclarecer os fatos e impedir que prossigam os prejuízos não só comerciais como, também, os danos à sua imagem, sempre pautada pela correção de procedimentos e respeito aos consumidores de seus produtos. 10. O laudo do IPT acima mencionado se encontra à disposição para consulta pelos interessados em nosso site www.mpu.ind.br. São Paulo, janeiro de 2011 MULTISTAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
Rua Othão, 368 • São Paulo • SP • 05313-020 • Fone/Fax (11) 3835 6600
vendas@mpu.ind.br • www.mpu.ind.br
Mailson da Nóbrega Sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada Luciana Fleury
A
6
história de vida do economista
que também expressa quinzenalmente
por acerto de projeções de câmbio,
Mailson da Nóbrega e a trajetória da
como articulista da revista Veja.
juros e inflação. Então acompanhe a
economia brasileira estão tão intima-
Nesta entrevista concedida à Revista
entrevista e fique de olho, afinal vale a
mente ligadas que sua recém-lançada
da SBCC, Mailson comenta quais as
pena acreditar nessas previsões.
autobiografia tem essa relação como
perspectivas macroeconômicas para
fio condutor. Esse paraibano de origem
2011 e aponta os principais desafios
Revista da SBCC: Quais as perspec-
humilde começou a trabalhar aos 10
para o iniciante governo da presidente
tivas macroeconômicas para o Brasil
anos de idade, fez uma longa carreira
Dilma Rousseff. Ele prevê uma saudá-
em 2011?
no Banco do Brasil e ocupou cargos
vel desaceleração da economia bra-
Mailson: Salvo um recrudescimento
públicos de relevância sempre na área
sileira, afirmando que manter o cres-
da crise nos países ricos, particular-
econômica, tendo integrado os quadros
cimento registrado em 2010 causaria
mente na Europa, as perspectivas
do FMI, do Banco Mundial e do BID.
graves desequilíbrios, especialmente
macroeconômicas são positivas. A
Foi Ministro da Fazenda entre 1988 e
no campo da inflação.
desaceleração da economia – de um
1990, herdando o legado de uma eco-
Segundo o economista, o PIB irá
ritmo de crescimento de mais de 7%
nomia com inflação descontrolada e de
aumentar entre 4% e 5%, a inflação
em 2010 para algo entre 4% e 5% em
instabilidade gerada pelos sucessivos
chegará a 5,5% ao ano e a taxa Selic
2011 – é saudável. O Brasil dificilmente
planos para tentar contê-la.
passará por seguidas mudanças até
pode crescer mais do que isso sem
Ao deixar o governo, iniciou sua atua-
chegar a 12,25%, enquanto a taxa de
criar graves desequilíbrios, em espe-
ção como consultor, atividade que exer-
câmbio deve girar em torno de R$ 1,70
cial no campo inflacionário. Com esse
ce até hoje, aos 67 anos, à frente da
por dólar. Vale lembrar que, em 2010,
ritmo, a inflação pode ser de algo como
Tendências Consultoria Integrada. Sua
a Tendências foi, pela quarta vez con-
5,5%, um pouco acima da meta de
experiência e resultados o credenciam
secutiva, a consultoria que mais vezes
4,5%, mas dentro da margem de varia-
para ser uma voz sempre ouvida nas
apareceu no Top 5, ranking do Banco
ção permitida (dois pontos percentuais
análises dos rumos do Brasil, opinião
Central que classifica as instituições
acima ou abaixo da meta). A economia
Foto: Divulgação / Tendências Consultoria
ENTReVISTA
continuará criando empregos em ritmo
esforço dos países ricos para enfrentá-
os riscos para a economia mundial
satisfatório. A massa salarial real deve
lo, que incluiu medidas para salvar
em 2011 estão localizados na Europa,
expandir-se acima de 5%. Muitos des-
bancos e expandir os gastos públicos
mas a expectativa é a de que não as-
ses resultados decorrerão da ação do
resultou em uma forte elevação da sua
sistamos a um desenlace desastroso.
Banco Central, que pode aumentar a
dívida pública. A relação entre a dívida
Quanto ao Brasil, além de termos re-
taxa de juros em dois pontos percentu-
pública e o PIB, o principal indicador
duzido nossa vulnerabilidade a crises
ais em 2011 para evitar o aquecimento
de solvência do setor público, atingiu
externas, nossas exportações estão
excessivo da economia. Assim, segui-
níveis semelhantes aos do auge da Se-
mais atreladas à Ásia, particularmente
das mudanças da taxa Selic elevarão
gunda Guerra. Nos países periféricos
à China, que deve continuar crescendo
a taxa para 12,25%. A taxa de câmbio
da Europa, tais como Grécia, Irlanda e
a taxas robustas em 2011.
girará em torno de R$ 1,70 por dólar
Portugal, a dívida é claramente insus-
norte-americano.
tentável. Em algum momento, será pre-
Revista da SBCC: Quais os principais
ciso negociar sua redução. O problema
desafios do Governo Dilma no campo
Revista da SBCC: O mundo já se recu-
é como fazê-lo sem causar uma nova
econômico e sua expectativa com rela-
perou da crise de 2008? Quais efeitos
crise financeira, com risco de quebras
ção à condução da economia no novo
ainda persistem e qual o impacto disso
de bancos. Provavelmente os países
governo?
para a economia brasileira?
mais ricos da Europa – Alemanha à
Mailson: O principal desafio é apre-
Mailson: O risco mais grave da crise
frente – vão envidar todos os esforços
sentar um ajuste fiscal crível, capaz de
– o de colapso do sistema financeiro
para evitar uma redução desordenada
reduzir os gastos correntes, ampliar o
mundial, seguido de deflação e depres-
da dívida, o que poderia pôr em risco a
espaço para o investimento público e
são – ficou para trás. Acontece que o
própria sobrevivência do euro. Assim,
auxiliar o Banco Central em sua tarefa
ENTReVISTA de zelar pela estabilidade da moeda.
tou que sua maior preocupação quanto
programa social do País. Nasceu no
Do contrário, o cumprimento da meta
ao futuro do País é a reforma tributária.
governo FHC (Fernando Henrique Car-
para a inflação dependerá excessiva-
Por quê? Quais os riscos que o Brasil
doso) e foi melhorado e ampliado no
mente de elevações da taxa de juros.
corre se patinar nesse tema?
governo Lula. Contribuiu para reduzir
Outro desafio é criar as condições para
Mailson: O Brasil tem uma carga tri-
os níveis de pobreza e desigualda-
ampliar os investimentos em infraestru-
butária incompatível com seu estágio
de. Um de seus principais objetivos,
tura, particularmente a de transportes.
de desenvolvimento. Como proporção
ao garantir uma renda mínima para
Dadas as limitações do setor público,
do PIB, cobramos mais impostos do
as famílias beneficiadas, é estimular
é preciso atrair o investimento privado,
que os Estados Unidos e a Alemanha.
os pais a pôr seus filhos na escola e
mediante a aprovação de marcos regu-
A carga tributária, de 36% do PIB, é a
levá-los regularmente aos postos de
latórios adequados. Há disponibilidade
mais alta entre os países emergentes,
saúde, principalmente para vacinação.
de recursos, capacidade empresarial
nos quais atinge entre 20% e 25% do
A ideia é que a próxima geração te-
e apetite do setor privado para investir
PIB. Acontece que apenas os gastos
nha melhores condições para estudar
nessa área.
com servidores públicos, aposentados
mais e acessar o mercado de trabalho.
e pensionistas alcançam mais de 25%
Desse ponto de vista, contribui para
Revista da SBCC: Com relação às
do PIB. Os gastos obrigatórios, que
a oferta futura de mão de obra quali-
reformas (fiscal, previdenciária, traba-
além desses incluem os relativos a
ficada. Não deve constituir surpresa
lhista) quais os pontos mais complexos
educação, saúde e encargos financei-
o fato de muitas famílias se tornarem
envolvidos em cada uma e o que a de-
ros, passa de 34% do PIB. Infelizmente,
dependentes do programa. A maioria
mora na aplicação dessas mudanças
pelas razões que já mencionei, parece
não detém as condições para disputar
gera para o futuro do País?
impossível obter uma reforma tributária
o mercado de trabalho. É importante
Mailson: Dificilmente o país verá a
digna desse nome. Se o novo governo
que as mães possam receber o apoio
realização dessas grandes reformas
conseguir reduzir a burocracia e deter
do Estado para cuidar de seus filhos.
no governo Dilma. Elas são muito com-
a marcha da deterioração já terá con-
Muitos reclamam da escassez de em-
plexas e exigem liderança política não
seguido muito.
pregadas domésticas em algumas re-
disponível. No campo tributário, o nó é
giões e do correspondente aumento de
o ICMS, o que demanda a mobilização
Revista da SBCC: Como o senhor ava-
seus salários. Isso deve ser visto como
dos governadores em prol de mudan-
lia a importância do Brasil como ator de
consequência positiva e não negativa.
ças profundas, o que dificilmente acon-
peso nas negociações internacionais?
Nos países ricos, as empregadas do-
tecerá. Nas demais reformas, grupos
Mailson: Como disse a revista The
mésticas ganham bem porque é baixa
de interesse com grande capacidade
Economist, não há discussão impor-
a oferta de mulheres que se dispõem a
de articulação se oporão às mudanças.
tante hoje no mundo, da regulação do
trabalhar nas residências.
Por exemplo, reformar a Previdência
sistema financeiro à adoção de medi-
implica enfrentar os lobbies de aposen-
das para combater o aquecimento glo-
Revista da SBCC: Quais o senhor
tados e sindicalistas que não admitem
bal, que não inclua o Brasil. O país se
apontaria como as grandes conquistas
mudanças das regras suicidas do atual
tornou definitivamente um ator global.
do País em termos de desenvolvimento
regime previdenciário, geralmente com
8
econômico e quais o pontos que ainda
base em mitos como o de que não
Revista da SBCC: Qual a opinião do
precisam ser atacados?
existe déficit no sistema. Ainda vamos
senhor com relação ao Programa Bol-
Mailson: Duas grandes conquistas do
precisar de muitas discussões e tempo
sa Família, seu impacto na economia
Brasil são a democracia e a estabilida-
para que a maioria se convença da
brasileira e a crítica comum de que é
de econômica. Sem as duas não há de-
insustentabilidade da Previdência e
um programa que gera dependência
senvolvimento sustentável. Os pontos
da ameaça que isso representa para o
e impacta de forma negativa na dis-
a serem atacados são inúmeros, mas
futuro do país.
ponibilidade de mão de obra menos
certamente o principal é a melhoria
qualificada?
da qualidade da Educação. Já demos
Mailson: O Bolsa Família é o melhor
passos importantes, como o da uni-
Revista da SBCC: O senhor já comen-
versalização do ensino fundamental, mas é preciso avançar mais. O Brasil ainda está na rabeira dos países que são avaliados pelo PISA, programa internacional que avalia o desempenho de alunos na faixa de 15 anos de idade.
O Brasil tem carga tributária incompatível com seu estágio de desenvolvimento
Quando decidi começar o projeto, recebi a sugestão de contar duas histórias paralelas, a do Brasil e a de minha vida. O objetivo não era tornar-me um historiador, mas contextualizar os principais momentos de minha trajetória. Em um dado momento, as duas trajetórias se
Revista da SBCC: Se o senhor esti-
confundem. E divergem novamente a partir do momento em que deixo o
vesse hoje à frente do Ministério da Fazenda, quais seriam suas prioridades?
Brasileira). O que motivou esse projeto
governo, em março de 1990. Foi um
Mailson: Não dá para dizer. Os tem-
e como avalia o resultado?
projeto fascinante, para o qual contei
pos e a realidade são outros. E, ao
Mailson: O objetivo foi contar minha
com a participação de dois jornalistas
contrário do que se pensa, o Ministério
versão de fatos marcantes da vida
e um professor de História Econômica
da Fazenda não pode tudo em política
nacional, dos quais participei em mo-
da USP. Foram 14 meses, 140 horas
econômica. O desenvolvimento é um
mentos graves, que outros vinham re-
de gravação e muitas entrevistas. A
processo complexo, que requer múlti-
latando de forma nem sempre fiel aos
coordenação coube à jornalista Louise
plas ações e a participação de todos.
acontecimentos. O projeto já existia
Sottomaior, que conseguiu a proeza
desde minha entrevista à revista Play-
de relatar tudo em linguagem simples,
Revista da SBCC: O senhor lançou re-
boy, em 1997. Nela, o entrevistador,
acessível a todos e agradável de ler.
centemente uma autobiografia (“Além
Carlos Alberto Sardenberg, afirmou
Minhas revisões pouco mudaram sua
do feijão com arroz” editora Civilização
que minha história merecia ser exposta.
prosa invejável.
Projeto
Projeto: um elemento dinâmico A fase de projeto é o ponto zero de qualquer empreendimento. Sua total adequação às necessidades produtivas e exigências normativas será fundamental para as fases de construção, instalação, comissionamento e operação Luciana Fleury
A
consagração de todo o árduo,
contratado um serviço, quaisquer modi-
diferentes opções disponíveis no mer-
longo e complexo trabalho desen-
ficações representarão custos maiores
cado que atendam a uma necessidade
volvido durante o processo de cons-
e à medida em que o empreendimento
específica com uma análise de custo/
trução ou reforma de uma área limpa
avança, os custos para modificações
beneficio muito ampla. “Uma instalação
é seu adequado funcionamento, sem
aumentam consideravelmente. Apenas
sem uma análise técnica adequada
sobressaltos relacionados à classifica-
imagine qual o custo de uma modifica-
está fadada a não ter muito sucesso”.
ção do ambiente. O elemento, porém,
ção numa sala terminada se algo não é
Entender as vantagens de se ter um
que dá uma base segura para que este
qualificável ou qual o custo da produção
projeto bem concebido é fácil. Compli-
momento aconteça sem que haja uma
parada por causa de alterações não
cada é sua aplicação prática, já que
sequência de ajustes ou complemen-
pensadas durante o projeto”, sentencia
exige um criterioso trabalho cujo inves-
tações encontra-se no início de tudo:
Rodolfo Cosentino, diretor da Giltec,
timento tanto financeiro como de tempo
um projeto bem feito. Um bom projeto
explicando ainda que o projeto permi-
nem sempre é totalmente entendido ou
é aquele que garante a total adequação
te estudar todas (ou quase todas) as
valorizado pelo cliente diante da pres-
do que foi realizado às necessidades produtivas e às exigências normativas e o que apresenta as melhores opções entre as soluções disponíveis no mercado. “Economicamente
falando,
tudo
aquilo que precisa ser comprado para quaisquer instalações, sem absolutamente nenhuma dúvida vai custar mais barato se a definição for feita durante o projeto. Nessa etapa pode-se modificar, acrescentar ou tirar itens ou elementos sem custos adicionais visto que ainda
10
Do ponto de vista econômico, tudo aquilo que precisa ser comprado para quaisquer instalações, vai custar menos se a definição for feita durante a fase de projeto
são dos prazos visando o início de produção. “A ‘ansiedade’ gerada na busca de resultados às vezes exacerbados e rápidos, geralmente leva o cliente a superestimar ou mesmo subestimar dados que podem inviabilizar, comprometer e mesmo causar frustração quanto aos resultados almejados para um projeto”, comenta Roberto I. Antonio, diretor geral da RB Pharma. Por isso, a recomendação é a de se investir de forma quantitativa e qualitativa no tempo destinado a esta etapa, que
não foram comprados. Uma vez com-
pode e deve contar com a ajuda de uma
prado um equipamento ou elemento ou
empresa especializada. Como ressalta
o engenheiro Denis Henrique de Souza,
o destino da área, processos produtivos
e, geralmente, o que recebemos é mais
que atua em uma farmacêutica multina-
a serem realizados no local e quais nor-
uma especificação técnica ou funcional
cional americana, “a importância de se
mas devem der atendidas, a URS (ou
e não a real necessidade do usuário.
contratar uma empresa especializada
ERU) ganha cada vez maior evidência.
Muitas vezes a URS que recebemos
para a idealização do projeto de uma
A RDC 17 (Resolução de Diretoria Co-
do cliente está tão detalhada que não
área limpa é fundamental para que os
legiada n° 17 de 16 de Abril de 2010,
é necessário executar partes do projeto
requisitos do usuário atendam, além da
da Anvisa) já traz em sua redação no
já que estão perfeitamente definidas. O
necessidade, as conformidades com
artigo 499, que “a qualificação de pro-
questionamento é que estas soluções
as normas nacionais e internacionais,
jeto deve fornecer evidências docu-
apresentadas engessam os forneci-
a fim de obter um projeto adequado e
mentadas de que as especificações do
mentos, limitando as opções técnicas
factível quanto a sua qualificação”.
projeto foram atendidas de acordo com
disponíveis no mercado que às vezes
os requerimentos do usuário e as Boas
atendem muito melhor a necessidade
Práticas de Fabricação”.
do cliente, e ele não as adotou até por
Um cliente transferir a responsabilidade do projeto para uma empresa terceira não significa, porém, ausentar-
A questão é que nem sempre o
se do processo de concepção. Ao
cliente está preparado para produzir
contrário, um item fundamental para o
essa documentação. “Infelizmente nos-
“Normalmente, em reuniões de
processo depende totalmente dele, a
sa experiência mostra que os clientes
projetos, o cliente coloca as suas
User Requirement Specification (ou Es-
não estão familiarizados com a elabo-
necessidades e desejos, porém não
pecificação de Requisitos do Usuário).
ração da URS. Principalmente porque
nos entrega um documento redigido.
Documento que deve trazer de forma
a URS deveria refletir a necessidade do
Muitas vezes fazemos a consolidação
detalhada todas as informações sobre
cliente e não a solução técnica proposta
dos requisitos do usuário obtidos em
oom r n a Cle
desconhecimento da existência”, diz Cosentino.
SEU PARCEIRO NO CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO
*Anios Desinfectante para superfícies e equipamentos. áreas controladas Grade A e B. *Produto filtrado 0,2µm *Dupla Embalagem esterilizado por irradiação.
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Projeto Perdas
Perdas
Água destilada
100 fr/h
Perdas
200 fr/h 100 g/h
1m3/h Matéria-prima
Água purificada
Perdas
200 fr/h 100 g/h Rolhas estéreis
6400 g/h
50 selos/h 30 fr/h 30 g/h Selos
6300 un/h
6220 un/h
1m3/h ISO classe 8 ISO classe 5
Frascos
ISO classe 5
6300 fr/h
6200 fr/h
6170 fr/h
6600 fr/h
etc
Efluentes 2m3/h
LAVADORA L-1 Marca XXX Modelo X1
TÚNEL DE DESPIROGENIZAÇÃO T-1 Marca YYY Modelo Y1
DOSADORA D-1 Marca YYY Modelo Y2
ARROLHADORA A-1 Marca Z Modelo Z1
SELADORA S-1 Marca YYY Modelo Y3
Guia da SBCC traz exemplos de fluxogramas aplicáveis em projetos, como o apresentado acima interna dedicada ao acompanhamento Alimentação contínua de materiais (ex: frascos para despirogenização)
do andamento de todo o trabalho. Na empresa em que Souza trabalha, é realizado um cronograma baseado em uma estrutura analítica de projeto e, a partir daí, são traçados os entregáveis de acordo com cada etapa do projeto. Quinzenalmente é feita uma atualização com os envolvidos com o projeto para que todos tenham a mesma informação
Sala de produção
Linhas contínuas são traçadas em U ou em L para deixar um corredor livre na área asséptica.
O Guia para Projetos de áreas Limpas da SBCC relembra conceitos básicos de layouts
quanto ao status do projeto.
Dois modelos de contratação Ao definir que o projeto será desenvolvido por uma empresa especializada, cabe ao cliente eleger a prestadora
12
reuniões e elaboramos o documento
expectativas de futuras ampliações ou
de serviço. Para Souza, os critérios
para a aprovação do cliente” conta
necessidades. “O que pode dificultar
que devem ser considerados nessa
Elisa Krippner, gerente de validação da
a formatação da URS é a maneira de
escolha, em ordem de prioridade são:
SPL Engenharia.
estabelecer com clareza quais são as
expertise e alto grau de conhecimento
Em um processo ideal, empresa
expectativas da área solicitante e atrelar
técnico; sucesso em projetos anteriores
projetista e cliente precisam trabalhar
junto a elas os requerimentos de quali-
de maior e menor escala; estabeleci-
com sintonia e transparência. Cabe ao
dade e segurança operacional”, comen-
mento de parceria entre as partes; e
cliente detalhar os objetivos, volumes,
ta Souza. A parceria precisa ser mantida
preço compatível com o mercado.
requisitos das legislações exigidas nos
durante todo o processo e é importante
Será preciso ainda decidir entre as
mercados em que pretende atuar e
que o cliente mantenha uma equipe
duas opções oferecidas no mercado: a
da contratação de uma única empresa
A contratação em separado permite
atenda as exigências, no entanto, pode
para a realização de ponta a ponta do
e exige um melhor controle de cada
optar por elementos menos robustos,
ciclo de vida da área limpa ou se as eta-
etapa, além da análise mais aprofunda-
menos confiáveis, mais baratos, sem
pas serão divididas entre vários forne-
da da solução proposta por cada forne-
assistência técnica pós-venda, sem so-
cedores. Não há consenso sobre qual
cedor e da comparação de orçamentos.
bressalentes disponíveis a curto prazo,
das duas vertentes é a melhor, cabendo
No entanto, como as atividades são in-
etc. Por outro lado, quando as compras
ao cliente analisar as vantagens e des-
terdependentes e em muitos momentos
são feitas de forma separada, quer
vantagens inerentes a cada modelo. Em
são executadas de forma sobreposta,
dizer de vários fornecedores, é neces-
linhas gerais, na contratação unificada
a falha de um fornecedor pode com-
sária uma coordenação muito boa para
(turn-key) são menores as chances de
prometer o trabalho de outro, gerando
evitar que existam lacunas de respon-
polêmica entre as fases, pois uma mes-
atritos.
sabilidades na hora da qualificação,
ma empresa estará responsável por
Como explica Cosentino, “a diferen-
em que ninguém é responsável pelo
elas. Há também, a possibilidade de
ça fundamental entre a aquisição de
eventual problema. Isso não acontece
uma negociação financeira mais favo-
uma sala limpa partindo de um projeto
num sistema turn-key já que a compra
rável por se tratar da contratação de um
e uma sala limpa em regime turn-key
é de uma sala limpa funcionando e
“pacote” de serviços. Por outro lado, há
é que se existe um projeto com espe-
qualificada”.
o risco de se ter dificuldade em mensu-
cificações genéricas, existe a proba-
Souza conta que não há uma li-
rar se o projeto está adequado, sub ou
bilidade de ‘unir’ elementos de melhor
nha predefinida para essa escolha na
superdimensionado para aquela área,
qualidade e com menor preço. Quando
farmacêutica multinacional americana
além de impossibilitar uma adequada
o sistema é turn-key, o fornecedor tem
em que trabalha e que essa decisão
avaliação do real valor de investimento.
a obrigação de entregar uma sala que
é baseada no escopo do projeto a ser
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Projeto contratado. “No entanto, posso assegurar que na maioria dos casos temos como prática a contratação separada e assim podemos obter o melhor de cada empresa. Trabalhando com um time de especialistas é possível explorar a parte técnica de cada empresa e obter o melhor resultado para a empresa”, comenta. Elisa Krippner destaca ainda uma
Os critérios para contratação devem considerar expertise, conhecimento técnico, sucesso em projetos anteriores, estabelecimento de parcerias e preço
documentos não estarão disponíveis no momento da qualificação. O acompanhamento da documentação gerada durante a fase de construção e montagem, assim como o acompanhamento dos ensaios feitos durante a execução da obra é de suma importância para garantir a disponibilidades dos documentos e relatórios necessários para as etapas de comissionamento e qua-
necessidade que ambos os tipos de
lificação, isso é essencial, pois alguns
contratação devem levar em conta,
registros, como, por exemplo, corpos
que é a de se garantir um olhar per-
de provas de solda orbital, são gerados
manentemente voltado para o comis-
qualificação na fase do projeto. Deve-
sionamento e qualificação da área. “É
se informar aos fornecedores quais
Apesar de todos os estudos ante-
preciso o tempo todo ter em mente o
os ensaios e documentos que serão
cipados e cuidados técnicos em todas
que será exigido em termos de certifi-
exigidos no comissionamento e qua-
as fases, Elisa reforça o dinamismo do
cados, documentações e ensaios para
lificação. Os certificados de materiais
próprio empreendimento como fator
o comissionamento e qualificação, por
necessários para a qualificação devem
a ser levado em consideração, e que
isso a importância da participação dos
ser solicitados já na compra do material
deve ser registrado. “São várias as
profissionais de comissionamento e
ou componente, caso contrário, estes
mudanças que podem ocorrer naquilo
durante a instalação”, alerta.
Grade de Seminários SBCC 2011 DATA
TEMA - TÍTULO
MÓDULO LOCAL
24 Mar
INTRODUÇÃO A TECNOLOGIA DE ÁREAS LIMPAS Uma visão geral das disciplinas, conceitos e tecnologias associadas
1 SÃO PAULO
28 e 29 Abr
PROJETO DE ÁREAS LIMPAS Do projeto ao inicio da operação, aspectos conceituais e estudos de caso
2 SÃO PAULO
19 Mai
EQUIPAMENTOS DE AR LIMPO Aspectos da seleção, manutenção e ensaio de equipamentos autonomos
3 SÃO PAULO
29 e 30 Jun
ENSAIOS EM ÁREAS LIMPAS Procedimentos baseados na NBR ISO 14644-3, como parte do processo de comissionamento e qualificação
4 SÃO PAULO
18 Ago
PROJETO DE ÁREAS LIMPAS (NBR ISO 14644-4 e GUIA SBCC)
EXTRA 1 CURITIBA
25 Ago
CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE (EAS) O controle de infecção e a engenharia a serviço da segurança do ambiente
EXTRA 2 SÃO PAULO
29 Set
MANUTENÇÃO EM ÁREAS LIMPAS Boas práticas de controle de contaminação associadas aos trabalhos de manutenção
5 SÃO PAULO
26 e 27 Out
MICROBIOLOGIA Aspectos relevantes da contaminação microbiana
6 SÃO PAULO
10 Nov
ENSAIOS DE ÁREAS LIMPAS (NBR ISO 14644-3)
EXTRA 3 RECIFE
23 Nov
OPERAÇÃO DE ÁREAS LIMPAS
7 SÃO PAULO
que foi projetado no momento da efe-
cabo a cabo para localizar a falha,
muito positivo a toda a cadeia produtiva
tiva construção. Desde uma limitação
gerando um grande prejuízo causado
na medida em que essa fase do projeto
imposta pelo terreno, passando pelas
pela falta de anotação e registro de
oferece a oportunidade de criar aquilo
necessidades específicas de cada so-
algo simples.
que se pretende, mas sempre regido
lução adotada e por ajustes definidos
pelas premissas das Boas Práticas de
na hora da execução de uma instala-
Fabricação a que todas as empresas
ção, tudo pode provocar alterações nos desenhos e esquemas inicialmente
A visão de projeto segundo a RDC 17
concebidos. Algo normal e previsto
atuantes no segmento estão submetidas. Certamente haverá um ganho na qualidade das instalações construí-
que, no entanto, deve ser registrado.
Ao formalizar o conceito de Qua-
das, no atendimento aos requisitos da
É recomendado fazer todas as marcas
lificação de Projeto, a RDC nº 17 veio
Qualificação & Validação e, em último
de alteração nas cópias usadas para
consolidar um conceito que há muito
momento, na qualidade dos produtos
a execução e depois formalizá-las no
tempo já é utilizado nos compêndios
elaborados”, comenta o diretor geral da
documento que chamamos de ‘projeto
internacionais. Com sua redação sobre
RB Pharma, Roberto I. Antonio.
como construído’”, ressalta Elisa. Ela
o tema, a Resolução aumenta a impor-
Rodolfo Cosentino, diretor da Giltec,
relata, como exemplo, uma linha de
tância na busca da evidência documen-
também tem uma visão positiva do que
envase que ficou parada por causa de
tada de que as instalações, sistemas
traz a Resolução. “O mercado terá a
um problema elétrico. Ao consultarem
de suporte, utilidades, equipamentos e
possibilidade de peneirar projetos de
o diagrama elétrico, notou-se que es-
processos foram desenhados de acor-
qualidade em detrimento dos proje-
tava totalmente diferente do instalado.
do com os requisitos de BPF.
tos fracos e pobres em profundidade
Foi preciso, então, fazer uma pesquisa
“O impacto trazido pela RDC é
técnica. Mesmo tendo que pagar, o
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Projeto
Projeto maior beneficiado será o cliente final
rém a excelência do projeto depende
CACR Engenharia e Instalações Ltda.
já que a projetista ganhará uma vez
da quantidade e qualidade das informa-
na elaboração de um projeto bom e na
ções coletadas e acordadas.
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qualificação desse projeto, enquanto o
Por ocasião do trabalho de tradu-
cliente ganhará durante o ciclo de vida
ção da norma, os membros do GT 4
completo da instalação”.
compartilharam
Produtos: • Projeto Executivo • Sistemas de Ar Condicionado Central • Sistema de Ventilação Industrial • Salas Limpas
suas
preocupações
com as falhas de projeto que encon-
A ABNT NBR ISO 14644-4 e o Guia para Projetos de Áreas Limpas
travam no seu dia a dia profissional, e sentiram a necessidade de uma maior divulgação dos conceitos de controle da contaminação ressaltados pela NBR ISO 14644-4, tais como: espaços adequados, cascatas de pressão, fluxos de
• Sistema de Coleta de Pó
A parte 4 da NBR ISO 14644
ar, layouts determinados pelas zonas
• Sistemas de Recuperação de Resíduos
dedica-se ao projeto, construção e
de controle, previsão dos ensaios de
• Comissionamento, Validação
partida de instalações de salas limpas.
comissionamento, qualificação e certi-
• Contrato de Manutenção
Traduzida e editada em abril de 2004,
ficação, etc.
• Climatização Têxtil
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a norma veio mais para disciplinar a
A norma menciona os elementos
atuação dos usuários, fornecedores e
básicos, mas, pela própria caracterís-
projetistas do que para inovar. “Pode-
tica da linguagem normativa, detalha
se dizer que a grande contribuição da
mais “o que se deve fazer” do que
Parte 4 é seu Anexo H (Especificação
“como fazer”, e, mesmo assim dedica
complementar dos requisitos a serem
várias páginas à ilustração dos concei-
acordados entre comprador/usuário e
tos do controle da contaminação. Mas
INOVAÇÃO
projetista/fornecedor), que se compõe
seu âmbito não é de ser um livro-texto.
Controle Completo para Indústrias Farmacêuticas:
de 13 listas de verificação (check-lists),
Os especialistas participantes deci-
determinando centenas de parâmetros
diram então organizar, como iniciativa
de projeto”, comenta Yves Léon Marie
da SBCC, o “Guia para Projetos de áre-
Salas Limpas
Gayard, coordenador do GT 4, grupo
as limpas”. A publicação pretende valo-
técnico da SBCC responsável pela tra-
rizar o projeto como ponto fundamental
• Precisão em temperatura e umidade para áreas de produção
dução dessa parte da ISO.
para que o ciclo de vida de uma área
• Pressurização em Cascata adequada para Salas Limpas
Essa norma tem o aspecto de um
limpa seja o mais fluído possível, sem
contrato, entre o usuário e o fornecedor,
a ocorrência de erros no projeto que
com indicações dos itens importantes a
possam comprometer as instalações e
serem discutidos e acordados entre as
o funcionamento do ambiente, exigindo
partes. Não é uma norma que impõe
adaptações ou complementações e tor-
valores ou critérios de aceitação, po-
nando todo o processo mais complexo
com Altíssima Precisão e Controle
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Ciclo de vida de uma área limpa
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Qualificação-Elaboração Planos e Protocolos
As fases de um projeto A norma ABNT NBR 13531: 1995 define as etapas do projeto como:
e de seus elementos, instalações e componentes, completas, defini-
Ante-Projeto – Etapa da execu-
tivas, necessárias e suficientes à
ção do projeto na qual se definem os
licitação (contratação) e à execução
conceitos a serem empregados no
dos serviços de obra corresponden-
processo, representando-os grafi-
tes.
camente, em caráter preliminar, de forma a permitir a análise de viabili-
Confidencialidade
dade técnica e financeira do empre-
Um ponto importante é a confi-
endimento, dentro de uma faixa de
dencialidade das informações rela-
tolerância aceitável.
cionadas ao projeto. Vale lembrar
Projeto Básico – Etapa do pro-
que, às vezes, os planos de expan-
jeto em que se aplicam os conceitos
são ou de nova linha de produção
previstos no Ante-Projeto para aten-
de uma empresa já estabelecida ou
der aos Requisitos do Usuário. O
mesmo a entrada no mercado de um
objetivo do Projeto Básico é dimen-
novo concorrente são dados absolu-
sionar e especificar os equipamen-
tamente sigilosos e estratégicos. Por
tos, materiais e serviços a serem
isso, a empresa projetista geralmen-
empregados na instalação, além de
te assina um termo de confidencia-
Y
fornecer subsídios para sua quantifi-
lidade. “Aqui na SPL, por exemplo,
CM
cação, aquisição, gerenciamento de
projetos
MY
instalação e certificação.
nomes fictícios, o que facilita no
confidenciais
recebem
C
M
CY
Projeto para Execução – Etapa
controle da informação de quem é o
CMY
destinada à representação final das
cliente”, diz Elisa Krippner, gerente
K
informações técnicas da edificação
de validação da SPL Engenharia.
e custoso. O Guia está formatado como
e armadilhas mais comumente encon-
um manual, e – característica impor-
trados na concepção/realização de um
tante – foi planejado para fazer sempre
projeto de área limpa.
referência ao item da NBR ISO corres-
Com o material já finalizado, a
pondente ao conceito sendo tratado. Foi
SBCC está consultando parceiros para
valorizada a produção de diagramas,
viabilizar sua impressão, com a expec-
fluxogramas e desenhos esquemáticos
tativa de colocar esse importante mate-
complementares às informações textu-
rial à disposição do mercado ainda este
ais da ISO. Um capítulo lista os erros
ano.
Boas Práticas de Engenharia
BPF – Boas Práticas de Fabricação
Comissionamento Execução
Qualificação - Execução (QI/QO/QD)
Validação
Produção
17
Filtros
Parâmetros mais rígidos CEE-138 finaliza debates sobre filtros. Ação deve gerar norma técnica que deverá ser publicada no segundo semestre deste ano Alberto Sarmento Paz
É 18
incontestável
que
o
adequado
chegar aos resultados desejados do
belecendo assim rápida adoção de no-
dimensionamento do sistema de
sistema de condicionamento de ar, um
vas tecnologias e parâmetros claros de
filtragem é decisivo para o estabe-
grupo de especialistas vem trabalhando
comparação entre os produtos disponí-
lecimento de padrões de áreas limpas
há cerca de dois anos para ampliar o
veis. Esse é um conceito amplamente
e para a redução de partículas nocivas
debate técnico em torno do tema filtros.
difundido nos mercados mais maduros,
respiráveis em ar de conforto. Diante
“Nosso objetivo maior é dotar o merca-
como nos Estados Unidos e Europa, e
da importância dessa variável para se
do nacional de normas técnicas, esta-
o Brasil com sua grande expansão nas
últimas décadas deve incorporar as melhores práticas globais”, observa Edmilson Alves, coordenador do CEE-138 e gerente técnico da Camfil-Farr. A busca por parâmetros mais rígidos quanto aos sistemas de filtragem foi ampliada a partir da publicação de estudos que apontam para a redução da produtividade, da redução do tempo de permanência de clientes em lojas de varejo, da relação com doenças pulmonares e cardiovasculares, entre outros
Desvios de classificação podem gerar contaminação de produtos e operadores. Além disso, há um aspecto que está relacionado às áreas limpas e à QAI: o consumo de energia
e de operadores. Além disso, há um aspecto que está relacionado tanto à QAI como às áreas limpas e que é extremamente relevante: o consumo de energia”, explica Alves. Nesse aspecto, dois pontos devem ser levados em consideração. Primeiro, o custo financeiro – estima-se que o sistema de filtragem pode representar até 40% do custo de energia de um sistema de condicionamento de ar – e depois a questão ambiental.
aspectos. “Quando o debate em torno
As normas técnicas de filtros come-
da Qualidade do Ar Interno – QAI ga-
çaram a aparecer na década de 1980,
nhou espaço, foi evidente a importância
pela obrigatoriedade de classificação
mas passam por grandes mudanças
dos filtros para se chegar a resultados
da área e por poderem saturar precoce-
nos últimos anos. Além da evolução
superiores”, comenta Alves.
mente o sistema e gera insegurança ao
técnica dos produtos, dos sistemas de
Já quanto ao controle de contami-
processo. “A preocupação na indústria
condicionamento de ar e da arquitetura
nação em áreas limpas, nota-se uma
é grande. Desvios na classificação po-
dos ambientes, os tipos de partículas
evolução mais rápida, basicamente
dem gerar contaminação de produtos
circulantes também mudaram e exigi-
Filtros ram novas pesquisas. No Brasil, a NBR
cia do tema e do anseio de ampliar a
e secretário do CEE-138. “Foi desse
16401 aborda o tema filtros no capítulo
representatividade nas discussões dos
debate que saiu inclusive o tema da
3, porém, segundo os especialistas,
grupos técnicos de normalização ISO,
primeira norma técnica, que agora está
o tema requer atenção especial em
o GT-52 foi convidado a assumir no-
em fase final de elaboração e estará
razão de sua importância para o bom
vas responsabilidades, ascendendo à
alinhada com a nova versão da norma
funcionamento global dos sistemas de
categoria de Comissão de Estudos Es-
europeia EN779, elevando o Brasil ao
condicionamento de ar.
peciais (CEE) da ABNT. Em dezembro
patamar de vanguarda no desenvol-
de 2009, foi constituído oficialmente o
vimento tecnológico”, diz Senatore. O
CEE-138 – Comissão de Estudos Espe-
cronograma prevê a apresentação à
ciais número 138 da ABNT, cujo título
ABNT para consulta pública no segun-
trata de “Equipamentos para Limpeza
do trimestre de 2011, e possível publica-
de Ar e outros Gases”.
ção no segundo semestre.
Norma nacional O debate técnico em torno do tema filtros teve sua primeira ação ordenada
Com reuniões mensais para tratar
Após a publicação da norma de
por iniciativa da SBCC, em meados
da norma brasileira que trata de en-
eficiência – que interessa mais aos
de 2009, com a criação do GT-52 da
saios para a determinação da eficiência
usuários de ar de conforto – a comis-
SBCC. A iniciativa atendia as deman-
dos filtros, o trabalho da CEE-138 vem
são iniciará a elaboração de normas
das de usuários e fabricantes de filtros,
caminhando a passos largos. “Criamos
brasileiras para ensaios e classificação
e, além destes, foram convidados para
um palco para o debate e a troca de in-
de filtros EPA, HEPA e ULPA, cobrindo
participar do grupo profissionais pro-
formações entre os usuários e fabrican-
todo o espectro de eficiências empre-
jetistas, certificadores e instaladores.
tes”, comenta José Augusto Senatore,
gadas no país. “Esse será um debate
Ainda em 2009, em virtude da relevân-
gerente de projetos da Atmen Brasil
que vai interessar muito o setor de
áreas limpas. Percebemos claramente
ser membro permanente da ISO no final
que os produtos dedicados às áreas
de 2010, passando a ter direito a voto.
limpas estão alinhados em termos de
“Passamos de um país desconhecido e
qualidade com as melhores opções no
defasado, quando o assunto era equi-
mercado internacional, porém há uma
pamentos para limpeza do ar, para um
diferença importante quanto ao nível
país que tem tudo para ser referência
de informação do usuário referente a
em normas”, aponta Edmilson Alves.
questões decisivas, como manuseio e
A ser realizada no mês de setem-
aplicabilidade, o que gera desencontros
bro, a plenária serve de projeção ao
técnicos. Vamos melhorar esse ponto
país e demonstra a capacidade técnica
com esses debates”, argumenta Edmil-
de seus profissionais. “Num mundo glo-
son Alves.
balizado em que temos fornecedores
Após a publicação da norma de eficiência de filtros, a comissão iniciará a elaboração de normas brasileiras para ensaios e classificação de filtros EPA, HEPA e ULPA
e clientes em todos os continentes é
Reunião ISO TC no Brasil
necessário que se usem diretrizes técnicas equivalentes para facilitar o pro-
tar a expertise dos engenheiros de apli-
cesso de decisão. Um ponto relevante
cação e estreitar laços de colaboração
dessa reunião é a vinda dos maiores
com pesquisadores”, resume Marco
Outro resultado do grupo de traba-
especialistas da área de filtragem e
Adolph, supervisor de laboratório da
lho do CEE-138 foi a escolha do Brasil
equipamentos para tratamento de ar
Trox, membro do CEE-138 e coordena-
como país sede das reuniões plenárias
para o Brasil. Teremos a oportunidade
dor da reunião da ISO TC 142 no Brasil.
do grupo ISO TC 142. O país passou a
de trocar ideias e experiências, aumen-
O evento tem dois tipos de reunião:
Filtros as sessões técnicas e a plenária. As sessões são fechadas aos Grupos de Trabalho (Working Groups – WG) do ISO TC 142. São grupos compostos por especialistas indicados por cada país e que trabalham ao longo do ano para definir quais as melhores práticas e recomendações para normas, criando assim os drafts para votação pelo sistema ISO. Na sessão plenária, os chefes de delegação votam os tópicos apresentados pelo secretário geral e são
O Brasil vai sediar, em setembro de 2011, a reunião plenária do grupo ISO TC 142, o que vai projetar internacionalmente o país nos debates técnicos em torno do assunto
Camfil Farr A expectativa da empresa é a melhor possível pois, de modo geral, o mercado de filtros e soluções em ar limpo está em crescente evolução, considerando que os principais segmentos que impactam positivamente na economia do país possuem uma alta projeção de crescimento para os próximos anos. Todas essas áreas necessitam de filtragem de ar para garantir a excelência de seus processos, seja em eficiência,
discutidos os problemas e observações
proteção do ar ambiente e principal-
dos WGs. É durante a plenária que são
mente no controle de contaminação. Entre esses segmentos, a Camfil
tomadas as decisões mais críticas sobre o andamento dos trabalhos e ações
exaustão Classe 1, caixas modulares
Farr destaca a indústria farmacêutica.
futuras do grupo.
de ventilação e filtragem e uma nova
Outros segmentos que estão em as-
Acompanhe nas próximas edições,
linha de caixas terminais. Atualmente,
censão são o da construção civil, áreas
mais informações sobre a reunião ISO
a empresa está em busca de novas
HVAC, hotelaria, indústria petroquímica
TC 142.
tecnologias de vedação e investindo
e da área de geração de energia, devi-
no desenvolvimento de novas capelas
do aos inúmeros projetos relacionados
de fluxo unidirecional. O maior desafio
ao Pré-Sal e à realização da Copa do
relatado é a manutenção dos produtos
Mundo e das Olimpíadas.
O mercado nacional de filtros
com a certificação internacional de produtos e matérias-primas.
Para os próximos anos, a empresa anuncia o investimento em novos
A Revista da SBCC consultou os principais fabricantes de filtros para comentar suas expectativas quanto à evolução do mercado nacional, os desafios tecnológicos, as pesquisas na área e seus lançamentos. Veja o resultado dessa consulta.
Aeroglass A empresa está muito confiante e admite um crescimento para os próximos anos acima do registrado pelo setor industrial nos períodos recentes. Foto: Divulgação / Aeroglass
Além do setor industrial, espera também uma forte alavancagem no mercado de conforto, basicamente em função da adoção de novas normas com maior ênfase na qualidade do ar interior. A Aeroglass anuncia para 2011 o
22
lançamento de uma nova capela de
Capela de exaustão Classe I da Aeroglass
Foto: Divulgação / Camfil Farr
laboratórios de P&D na Europa, Ásia
Linha da Camfil Farr
Filtracom
e modernização do norte-americano,
Para a Filtracom, há um grande es-
visando aprimorar e desenvolver novas
paço para o crescimento do mercado
soluções em ar limpo; também novos
de filtros, principalmente no mercado
softwares de simulação de comporta-
de ar condicionado de conforto. Atu-
mento das soluções serão lançados
almente como não há obrigatoriedade
ainda em 2011, e a Camfil Farr Brasil
de uso de filtros grossos e finos para
deverá receber investimentos para au-
o conforto, usam-se opções mais sim-
mentar a oferta de
ples apenas para a retenção de insetos
soluções ao mer-
e poeira grossa. Essa decisão leva os
cado interno. Seu
dutos e equipamentos a terem uma
objetivo é fornecer
sobrecarga de sujeira – com possibili-
soluções com alto
dade aumentada para a proliferação de
nível de eficiência
doenças respiratórias.
energética, maior
Nas indústrias farmacêutica, ve-
produtividade,
terinária, eletrônica e automobilística,
conforto e prote-
segundo a Filtracom, a preocupação
ção para proces-
é cada vez maior em função dos pre-
sos,
juízos causados pela contaminação
pessoas
meio ambiente.
e
ambiental proveniente do ar em suas
Filtros
Filtros Pré-filtros: plano ou plissado Classe G1 até G4 – da Filtracom
–
nor te -americ ano, com a crescente preFoto: Divulgação / Filtracom
ocupação com a qualidade do ar interior, selos verdes, a questão da sustentabilidade e
consumo
energético,
haverá um crescimento significativo no mercado de filtros no Brasil. O foco maior da empresa é o setor indus-
áreas de produção, porém isso não
trial e as áreas críticas de, por exemplo,
ocorre nos centros administrativos e
hospitais e laboratórios – que estão
em condomínios de escritórios onde
em expansão – bem como o mercado
a grande concentração de pessoas e
de reposição, que cresce em taxas
a má qualidade dos filtros usados ou
semelhantes ao de novas instalações.
ainda a falta deles também trazem pre-
A maior conscientização dos usuários
juízos.
finais amplia continuamente a deman-
A empresa anuncia que tem investido no desenvolvimento de materiais
sistemas.
e novos produtos para filtragem do ar
Com a entrada em vigor das novas
de admissão em turbinas de geração
normas, a empresa tem programado
de energia, e filtros para aplicações
os lançamentos com as devidas ade-
especiais, como, por exemplo, filtros
quações de novos filtros, baseados
FILTRAX DO BRASIL FABRICANTE
para alta temperatura. A grande pre-
nos produtos atualmente fabricados
DE FILTROS DE AR, FILTROS BOLSA, FILTROS
ocupação atual é com a redução de
pela Trox na Europa. O maior desafio
ABSOLUTOS, FILTROS CARTUCHOS,
custos, sem comprometer a qualidade
imposto ao mercado é a reclassifica-
e eficiência do produto.
ção dos filtros com a entrada em vigor
FILTROS, SISTEMAS DE FILTRAGEM E SUAS RESPECTIVAS ESTRUTURAS, FAN FILTER E FLUXOS LAMINARES.
Trox
importante, que tem gerado novas
A empresa constata que, a partir de sua experiência nos mercados europeu e
FILTRAGEM, VENTILAÇÃO, AR CONDICIONADO E ACÚSTICA
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das novas normas. Outra preocupação
24
Mantas filtrantes, filtros encartonados e filtro bolsas da Trox
Foto: Divulgação / Trox
FILTROS DE ÁGUAS, ESTRUTURAS DE
24
da de manutenções mais eficientes nos
pesquisas, é a redução de consumo
da NBR 16401 fazendo com que os
energético dos sistemas de tratamento
filtros passassem a ser um item mais
de ar. Estão sendo desenvolvidos mate-
observado e estudado) e hospitalar.
capacidade de retenção.
Veco
O mais recente lançamento da Veco é o Ecopleat, um pré-filtro, classe G-4, plissado, totalmente construído em material sintético, isento de telas
O mercado de filtros no Brasil tem
metálicas de sustentação. A empresa
expandido nos últimos anos e a Veco
trabalha constantemente no desenvol-
vislumbra tendência de crescimento
vimento
ainda maior. Segundo a empresa, a
meios filtran-
criação de normas reguladoras e a di-
tes de melhor
vulgação nas mais diversas áreas têm
perfomance, o
sido fortes aliadas para essa situação.
que hoje é fun-
de
O aumento do consumo de filtros
damental para
é constatado em todos os mercados.
se obter uma
Alguns exemplos apontados pela Veco,
melhor relação
nos quais o crescimento é bastante
custo/benefício.
sensível, são: ar condicionado de conforto (muito em função da publicação
Linha de filtros da Veco
Foto: Divulgação Veco
riais com menor perda de carga e maior
Case: Mappel
Foco ampliado
Mappel leva sua expertise na produção para terceiros para o setor de alimentos. Nova fábrica aplica conceitos de áreas limpas nesse segmento Alberto Sarmento Paz
A
tuando na produção industrial
As obras tiveram início em agosto
do produto ou serviço foi um ponto ex-
de fármacos e de cosméticos de
de 2009, com previsão de entrega do
tremamente complexo. “Mais do que
forma terceirizadas, em duas plantas
prédio em março de 2010. Mais três
em qualquer outro empreendimento, a
distintas localizadas em São Bernardo
meses de ensaios para validação e a
parceria com os fornecedores deveria
do Campo e Diadema, a Mappel am-
unidade entrou em operação comer-
ser total e funcionar de maneira exem-
plia seu escopo de atuação inauguran-
cial em junho de 2010. O empreen-
plar. Atender em curto prazo e com
do uma nova unidade industrial voltada
dimento consumiu investimentos da
qualidade era vital para a estratégia
exclusivamente para a produção de ali-
ordem de R$ 9,5 milhões – excluindo
de negócios da Mappel”, argumenta.
mentos. “Estamos crescendo a taxas
o custo do prédio e dos equipamentos
O galpão com apenas paredes
de dois dígitos na última década, com
destinados à produção. “O prazo era
externas deu lugar a um edifício de
investimentos em novas tecnologias,
bem reduzido e, portanto, não havia
três pavimentos (o pé-direito total só
que tornam nossas operações cada
muita margem para correções de rota.
foi mantido na área de estocagem de
vez mais eficientes. Com a fábrica de
Quaisquer
poderiam
matéria-prima e produtos acabados),
alimentos, devemos fechar 2010 com
comprometer todo o empreendimento.
que foram definidos a partir das ne-
um crescimento de 30% e manter esse
Então investimos em um planejamento
cessidades de produtividade da linha
índice em 2011”, observa Eugênio
muito bem estruturado e que levasse
industrial. Assim, em linhas gerais,
Romano, responsável pela área de
em conta todas as necessidades de
a produção começa no terceiro piso
Engenharia da Mappel (veja mais no
uma operação de alimentos”, conta
para onde são enviadas as matérias-
box histórico).
Romano. Ele enfatiza que a busca por
primas. Lá ocorre o fracionamento e o
parceiros que garantissem a entrega
pré-processamento dos flavorizantes,
A “entrada” no setor de alimentos já era prevista no planejamento estratégico da empresa. A decisão de investimento porém foi feita no final de 2008, após negociações com clientes potenciais. Em 2009, a Mappel concluiu a negociação para ocupar um galpão industrial também na cidade de São Bernardo do Campo, com cerca de 6,5 mil metros de área construída e 9 metros de pé-direito. O primeiro desafio foi transformar esse galpão em uma
26
retrabalhados
O empreendimento consumiu investimentos da ordem de R$ 9,5 milhões – excluindo o custo do prédio e dos equipamentos destinados à produção
aromas e micronutrientes, os quais serão
acrescentados
aos
demais
componentes da mistura em um conjunto de misturador e silo intermediário, localizado no segundo pavimento. A mistura então escoa por gravidade para o piso térreo onde se encontra a linha de envase/embalagem. Além disso, no terceiro andar funciona a parte administrativa da unidade de alimentos e no segundo andar estão
unidade com padrão de áreas contro-
localizados os laboratórios físico-
ladas para a produção de alimentos.
químicos e microbiológicos.
Área de envase secundário
Fotos: Divulgação Mappel
Rotuladeira opera em ambiente controlado
Área técnica
27
Case: Mappel de estocagem, com pressão positiva em relação aos outros ambientes. A Mappel utilizou no seu projeto o conceito de áreas limpas. “Ao reduzirmos a possibilidade de contaminação no ambiente interno, ampliamos nossa vantagem competitiva. Alimentos não admitem erros. Qualquer desvio de parâmetro detectado automaticamente torna o lote impróprio. A margem de correção na linha é zero, então dotar a operação dos conceitos de áreas limpas é, entre outras coisas, uma ferramenta decisiva para ampliar a produtividade”, argumenta Romano. Segundo ele não existem marcos As embalagens primárias são alimentadas por uma esteira e entram em ambiente controlado
regulatórios específicos para a produção de pós nutricionais com relação à classificação de sala ou dispositivos de filtragem para o sistema de ar condicionado e ainda as BPFs de alimentos não tornam obrigatório o uso de ambientes controlados. “Porém, as atuais exigências de mercado relativas ao controle de qualidade e a imposição da rastreabilidade de falhas são fatores que corroboram nossa decisão de se valer de ambientes controlados.” O ponto inicial para o projeto de condicionamento do sistema de tratamento do ar foi a definição da carga térmica, que exigiu ação diferenciada das equipes de projeto. Como se tratava de equipamentos de produção já em uso, com poucas informações
Vista interna dos três andares de produção
que permitissem definir precisamente a carga térmica, optou-se por efetuar
Ambientes controlados ampliam produtividade
28
de 980 metros quadrados, dos quais
medições de vazão de insuflação e
300 metros quadrados são áreas lim-
instalou-se registradores de tempera-
pas não classificadas (ambientes con-
tura e umidade na insuflação e no re-
trolados), tratadas com filtragem H13,
torno de cada ambiente. Dessa forma,
O projeto contemplava a mudança
operando com temperatura média de
foi possível determinar a carga térmica
de uma linha de formulação e envase
22ºC (mais ou menos 2ºC) e umidade
interna efetiva de cada área e dimen-
de pós nutricionais que funcionava em
relativa igual ou menor do que 55%.
sionar de maneira mais correta todos
outra planta para a Unidade de Alimen-
Além disso, o galpão industrial conta
os equipamentos e parâmetros para o
tos da Mappel. A área de produção é
com 3.600 metros quadrados de área
condicionamento do ar.
Outro
ponto
importante,
como
melhor a importância dos ambientes
duas têm sistemas de condicionamen-
existe a utilização de ar comprimido
controlados. Já no recebimento das
to de ar e filtragem HEPA. “É importan-
em diversos pontos do processo, onde
matérias primas há uma sala de amos-
te citar que todas as áreas controladas
poderia haver contato com o produto,
tragem, dotada de fluxo unidirecional
foram qualificadas por nossa equipe
optamos por instalar uma linha de ar
vertical – para evitar contaminação
interna e estão operando em padrão
comprimido de alta pureza e baixa
dessa sala pelo ambiente externo de
ISO classe 7, não solicitamos a certifi-
umidade, dotando o sistema de filtros
estocagem – onde há uma primeira
cação por não ser um requisito neces-
de particulado, separadores de óleo,
avaliação por amostragem do material
sário”, comenta Romano.
desumidificador
refrigeração)
recebido. Liberada, a matéria-prima
Ainda no terceiro piso, as sacarias
e pré-filtros para particulados, além
(por
quando necessária para a produção
são abertas em fluxos unidirecionais e
de instalarmos pontos de filtragem
será encaminhada ao terceiro piso, a
as matérias primas fracionadas pas-
terminal imediatamente após os regu-
chamada área de mistura. A tempera-
sam para a mistura por meio de caixas
ladores dos pontos de consumo que
tura controlada garante que as vitami-
de passagem. A mistura é descarrega-
alimentam os equipamentos de produ-
nas, um dos ingredientes, não sejam
da no silo, localizado no segundo piso,
ção e envase.
degradadas (elas não podem ficar em
onde ficará por tempo pré-determi-
ambientes com temperatura acima dos
nado. O silo abastece diretamente as
25ºC).
embalagem primárias (latas).
A linha de produção
As salas de mistura e pesagem são
Nesse trecho estão os pontos mais
os ambientes mais críticos e por isso
críticos da produção, onde o condicio-
Detalhando um pouco mais o tra-
contam com piso, divisórias, caixas
namento do ar e proteção do ambiente
jeto da produção, pode-se entender
de passagem de padrão sanitário. As
interno são decisivos para o controle
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Case: Mappel O Laboratório de Microbiologia conta com 42 metros quadrados de ambientes controlados, sendo que a sala de contagem de UFCs é certificada ISO classe 7, dotada de filtragem terminal Luciana (primeira à esq.) e a equipe da Qualidade da Unidade de Alimentos
são feitos os testes de rotina do produto pronto retirado aleatoriamente da linha de produção, e a sala de lavagem”, explica Romano. A sala de lavagem é particularmente importante pois o processo gera muitos particulados, e o procedimento de limpeza prevê, além da limpeza a seco contínua, a parada de produção para a lavagem de toda a unidade (incluindo os equipamentos) a cada 15 dias. Nessa área são lavadas as partes móveis e com equipamento de
Laboratório Físico-Químico
secagem que funciona a 60ºC.
30
de contaminação. As embalagens
embalagem recebe o produto em uma
“Todo esse cuidado foi importante
primárias são alimentadas por uma es-
envasadora/dosadora alimentada pelo
para garantir um ambiente altamen-
teira e entram em um ambiente contro-
silo, há uma inspeção visual, seguida
te confiável. Também não devemos
lado (sistema de condicionamento de
da recravação, é avaliado o peso e
esquecer que a própria natureza dos
ar dedicado e filtragem HEPA atendem
marcado o lote, um raio X indica possí-
produtos manufaturados, que usam
esse ambiente, além disso a pressão
veis materiais estranhos à formulação,
em sua formulação açúcar, leite em
é duas vezes maior do que nas áreas
então as embalagens aprovadas são
pó, essências, entre outros, o torna
de vizinhança) onde recebem uma úl-
encaminhadas para serem rotuladas e
um meio de cultura muito rico e propí-
tima limpeza e são posicionadas para
recebem uma tampa plástica final.
cio à contaminação. Então o controle
receber o produto em um processo
Depois dessa etapa, o produto sai
das condições ambientais do proces-
totalmente automático, sem acesso
do ambiente controlado pela linha e
samento passa a ser um requisito do
dos operadores. Esse envase primário
recebe a embalagem de lote, como
processo”, avalia Fernando Britto, da
é feito em um ambiente de cerca de 35
será encaminhado para a distribuição.
Adriferco Engenharia, que atuou no
metros quadrados.
“Temos ainda dois ambientes limpos,
desenvolvimento do projeto da Unida-
a sala de controle de processo, onde
de de Alimentos da Mappel.
Seguindo a linha de produção, a
vista de controle do ambiente interno, é o Laboratório de Microbiologia. Totalmente em arquitetura de área limpa (piso, portas, divisórias, caixas de passagem, condicionamento do ar e filtros terminais), o acesso é restrito e feito com o uso de vestimentas especiais. Uma antecâmara dá acesso às três salas: de lavagem, de preparação e de contagem de placas. As salas se comunicam unicamente por meio de caixas de passagem para evitar a conEugênio Romano, responsável pela área de Engenharia, entre Wagner Carlos do Porto Silva e Eder Genovez, da equipe Mappel Unidade de Alimentos
taminação cruzada. “No total, são 42 metros quadrados de ambientes controlados, sendo que
Laboratórios No segundo andar do empreendimento, destacam-se os dois laboratórios da unidade. O Físico-Químico tem
um espaço reservado para a manipula-
apenas a sala de contagem de UFCs
ção de solventes e outros agentes quí-
é certificada ISO classe 7, dotado de
micos. Para garantir a segurança do
filtragem terminal. Nossa preocupação
operador, há controle de temperatura
desde o projeto foi prever um ambiente
(20ºC mais ou menos 2ºC).
cm separações físicas, adoção de CFU
O mais complexo, do ponto de
– Cabine de Fluxo Unidirecional, CSB
Case: Mappel Ficha Técnica – Fábrica de Alimentos da Mappel
A sala de contagem de placas é dividida basicamente em duas áreas que contam com o apoio de um fluxo unidirecional ISO classe 5 e uma cabine de segurança biológica classe II-B2
Construção Civil
Buchalla & Maio
Projeto, comissionamento de HVAC
Adriferco
Instalação do sistema de condicionamento de ar
Abecon / Refriartec
Dutos
Abecon
Unidades de tratamento de ar, filtros terminais HEPA, cabine de fluxo unidirecional, CSB
Trox
Unidades condensadoras e condicionadores
Trane
Inversores
WEG
Salas Limpas (portas, divisórias, caixas de passagem)
Dânica e Swell
Piso
Solepoxy
Mobiliário para laboratório
Vidy
determinas condições e com o passar
Ventiladores para pressurização
Motovent
do tempo.
Filtros terminais para ar comprimido
Hunter Douglas
Ar comprimido puro
Compressores Kaeser
Sensores e controladores
Vectus
Montagem industrial
Motorque
unidirecional ISO classe 5 e uma ca-
Sprinklers
Positivo Fire
bine de segurança biológica classe
Porta Pallets
Águia
II-B2. Pela caixa de passagem, o
Iluminação
Shomei
Reservatório de Água
Resermax
HPLC
Varian (Agilent)
três estufas incubadoras monitoradas continuamente para acompanhar a estabilidade do ingrediente submetido a
Finalmente, o ambiente mais crítico, a sala de contagem de placas é dividida basicamente em duas áreas que contam com o apoio de um fluxo
operador recebe o meio de cultura e a amostra do produto. Ele inocula em uma placa para análise e promove o crescimento dos micro organismos. Depois, faz a contagem para ver se
*Informações cedidas pela Mappel
está dentro das especificações. “Esse procedimento atende a RDC 272 da
– Cabine de Segurança Biológica e de
– vapor a 121ºC por entre 15 a 30 mi-
indústria de alimentos. A área é mais
procedimentos de preparação, coleta
nutos. São feitos ainda análises micro-
crítica em função da exposição desses
e análise que garantissem que quais-
biológicas, tais como contagem total
micro organismos, por isso optamos
quer viáveis observados nas amostras
de placas, bolores e leveduras, entero-
por classificar o ambiente, reduzindo
sejam realmente oriundos da coleta e
bactérias e coliformes. “A manipulação
a possibilidade de contaminação da
não de contaminações ocorridas no
de patógenos é feito externamente,
amostra e do operador”, conta Luciana.
interior do laboratório ”, observa Lucia-
de forma terceirizada, pois aplicamos
As análises de rotina incluem o mo-
na Antonello, gerente de Qualidade da
o conceito de não fazer o controle no
nitoramento ambiental microbiológico
Unidade de Alimentos da Mappel.
mesmo local onde está a produção”,
de toda a unidade de produção. Para
explica Luciana.
tanto, são feitas coletas de amostra
Na sala de lavagem todos os mate-
32
riais de laboratório usados na análise
Na sala de preparação são feitas
por swab do ambiente e do operador
microbiológica e nos meios de cultura
as análises dos ingredientes que serão
semanalmente ou quinzenalmente, em
passam por esterilização em autoclave
usados na formulação. No total, são
função da criticidade da área.
Mappel Fundada em 1955, no Rio de Ja-
desde 2008, está focado no desenvol-
neiro, a Mappel iniciou suas atividades
vimento de novos negócios (como é o
industriais atuando na embalagem
caso da unidade de alimentos) e em
em blister de produtos farmacêuticos
investimentos para tornar as opera-
para terceiros. Até 1992, a empresa
ções cada vez mais eficientes. “Além
apenas envasava produtos farmacêu-
de novos equipamentos, temos focado
ticos em suas duas unidades cariocas.
em ações de melhoria de processo,
Desse ano até 2008, atuou também
com forte viés para introduzir uma
como laboratório e, a partir de então,
cultura de eficiência junto aos colabo-
desfez-se de suas operações de pro-
radores”, conta Eugênio Romano.
dução próprias e se concentrou nas
Ele cita, por exemplo, a contra-
atividades de fabricação e envase de
tação da Avanulo, uma consultoria
produtos cosméticos e farmacêuticos
externa, para ampliar o comprometi-
rápidas, revisamos a situação em me-
para terceiros.
mento de todos os profissionais com
nos de três meses, sem investimento
Atualmente, a empresa tem três
os clientes e com os resultados. “Na
adicional e com o mesmo pessoal”,
unidades de produção (duas em São
unidade de alimentos tivemos um
comemora. É esse espírito de busca
Bernardo e uma em Diadema). O cres-
desvio de cerca de 10% em relação à
constante por resultados que tem nor-
cimento, no patamar de 30% ao ano
nossa meta de produção. Com ações
teado o crescimento da Mappel.
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ÁBACO Construtora Ltda. .................................................................. 62 3091-2131
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ABL ANTIBIÓTICOS DO BRASIL LTDA........................................................ 19 3872-9300
Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica Ltda..................................... 11 4689-4500
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AÇOR ENGENHARIA LTDA.......................................................................... 11 3731-6870
EMAC - ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO LTDA. ..................................... 31 2125-8500
Adriferco Engenharia e Consultoria Ltda. ............................... 11 3773-7274
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GILTEC LTDA. . ............................................................................................. 11 5034-0972
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Sala Limpa Serviços e Comércio....................................................... 21 3797-7474
MEKAL METALURGICA KADOW LTDA........................................................ 11 5641-7248
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda................................................... 11 4745-1000
MERCOCLEAN IMP. EXP. COM. LTDA......................................................... 21 3795-0406
Sebraq - Serv. Bras. de Anál. Amb. Quím. e Biol. S/S Ltda......... 43 3323-0700
MICROBLAU AUTOMAÇÃO LTDA................................................................ 11 2884-2528
Seccol Controle e Certificação.................................................... 62 3275-1272
Millipore Indústria e Comércio Ltda.............................................. 11 4133-8700
SERVTEC INST. E SISTEMAS INTEGRADOS LTDA. . ............................... 11 3660-9700
MMR Indústria e Comércio de Máquinas Ltda.............................. 54 3286-5788
SIGMATERM ENG E IND. LTDA................................................................... 11 6693-5533
MPW Higienização Têxtil LTDA. .......................................................... 19 3438-7127
sistema comércio divisórias ltda................................................... 11
MR QUALITY CLEANROOM SERVICES...................................................... 11 6443-2205
Soclima Engenharia Ltda..................................................................... 81 3423-2500
MSA Projetos e Consultoria Ltda. ................................................. 71 3533-9900
solepoxy IND. e comércio de resina ltda..................................... 19 3211-5050
2941-7115
MULTIVAC - MULTISTAR IND. COM. LTDA.................................................. 11 3835-6600
SOLLO ENGENHARIA INSTALAÇÃO LTDA................................................. 11 6412-6563
MUNTERS BRASIL IND. E COM................................................................... 41 3317-5050
Somar Engenharia S/C Ltda................................................................ 11 3763-6964
NEOCLÍNICA ONCOLOGIA LTDA................................................................. 32 2101-7272 Neu Luft COM. E SERV. DE AR COND. LTDA.......................................... 11 5182-6375 NEXT CHALLENGE - ELECTROLUX LAUNDRY SYSTEMS....................... 11 3045-3413 Niccioli Engenharia .............................................................................. 16 3624-7512 Novo Horizonte Jacarépagua Imp. E Exp. Ltda............................. 21 3094-4400 Novo Ar Sistemas Ltda. ME ................................................................. 24 7835-6173 Nutrimed Serv. Méd. em Nut. Parenteral e Enteral Ltda........ 22 2733-1122 NYCOMED PHARMA LTDA........................................................................... 19 3847-5577 PACHANE EQUIPAMENTOS PARA LAB. LTDA........................................... 19 3424-1423 PDB FILTROS E SERVIÇOS INDUSTRIAIS LTDA....................................... 41 3383-5645 PLANENRAC ENG. TÉRMICA S/C LTDA..................................................... 11
5011-0011
PLANEVALE PLANEJ. CONSULTORIA ....................................................... 12 3202-9888 Plasmetal Plásticos e Metais Ltda.................................................. 21 2580-2035 POWERMATIC DUTOS E ACESSÓRIOS LTDA........................................... 11 3044-2265 Preciso Metrologia e Qualidade Ltda........................................... 62 3280-3013 Previx HO Asses. e Consult.em Seg.do Trab. Ltda.-ME ............. 27 3337-1863 Próbio Produtos e Serviços Nutricionais Ltda........................ 67 3342-0203 Processo Engenharia Ltda................................................................ 81 3426-7890 Prudente Engenharia Ltda................................................................. 34 3235-4901 PWM SERVICE TEC. COMERCIAL LTDA.................................................... 19 3243-2462 QUALITRONIC MANUTENÇÕES - ME ........................................................ 11 3481-2539 QUALYLAB CONSULTORIA FARMACÊUTICA ............................................ 62 3099-6636 Quimis Aparelhos Científicos Ltda.................................................. 11 4055-9900
SPM ENGENHARIA S/S LTDA...................................................................... 51 3332-1188 STERILEX CIENTÍFICA LTDA....................................................................... 11 2606-5349 SWELL ENGENHARIA LTDA......................................................................... 12 3939-5854 Swissbras Chemical Ind. e Com. De Prod. Vet. Ltda................... 12 3201-8812 TARKETT FADEMAC..................................................................................... 11 3047-7200 TECHNILAB - CONTR. DE CONTAMINAÇÃO LTDA.................................... 19 3243-1265 Tecnolab Serviços e Com. de Equip. de Laborat........................ 71 3646-8555 TECNOVIDA - CLÍNICA DIETÉTICA.............................................................. 65
623-6500
TEP - Tecnologia em Projetos de Engenharia Ltda.................. 12 3797-9475 Térmica Brasil Comércio e Serviços Ltda.................................... 11 3666-2076 TESTO DO BRASIL INSTRUM. DE MEDIÇÃO LTDA................................... 19 3731-5800 Tpro Engenharia Ltda........................................................................... 11 4612-1997 Traydus Climatização Ind e Com Ltda............................................. 11 4591-1605 TR-ILHA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ....................................................... 21 3451-8324 Triporvac Comércio Representações e Serviços Ltda.......... 11 3801-9595 TROX DO BRASIL LTDA............................................................................... 11 3037-3900 UNIÃO QUÍMICA FARM. NAC. S/A............................................................... 11 4662-7200 USP-REITORIA-SIBI-Faculdade de Engenharia de Alimentos..... 11 3091-1566 Valiclean Indústria, Comércio e Serviços Ltda........................ 19 3256-7156 VECOFLOW LTDA......................................................................................... 19 3787-3700 VECTUS IMPORTATUM INSTR. DE PRECISÃO LTDA............................... 11 5096-4654 WEG Equipamentos Elétricos............................................................ 47 3276-6558 Yanntec Instrumentação Analítica Ltda. .................................... 21 2489-7435
RADNAI AR COND. PROJ. E CONSULT...................................................... 85 3268-3092 Refrin Refrigeração Industrial...................................................... 11 3941-1263
Para associar-se ligue: (12) 3922-9976 ou acesse sbcc@sbcc.com.br
REINTECH I E P C C.................................................................................... 12 3933-8107
Listagem atualizada em 01 de fevereiro de 2010
COMISSIONAMENTO E QUALIFICAÇÃO EM INSTALAÇÕES DE HVAC, INCLUINDO TAB, CONTAGEM DE PARTÍCULAS, TESTES EM FILTROS, CASCATA DE PRESSÃO, ENTRE OUTROS. COMISSIONAMENTO EM INSTALAÇÕES DE BMS CONFORME GAMP 4. SOMAR ENGENHARIA LTDA. Rua São Fidelis, 366 – sala 02 Jaguaré – São Paulo SP 05335-100 Fone: 11-3763-6964 • Fax: 11-3719-0932 e-mail: somar@somar-eng.com.br Site: www.somar-eng.com.br
35
notícias da SBCC
Reunião traça panorama das ações de 2010
Fotos: Gláucia Mota
Tradicional evento de final de ano serviu também para que todas as áreas da SBCC apresentassem um breve resumo de ações realizadas em 2010 e expectativas para 2011
Apresentação das áreas permite intercâmbio e debate
36
Em 9 de dezembro, a SBCC or-
curtas, de no máximo 15 minutos,
ganizou sua reunião de fechamento
que propiciaram aos presentes ter
(sbcc@sbcc.com.br). As apresentações iniciais fica-
do ano. Cerca de 50 profissionais es-
um panorama bastante consistente
ram a cargo do Núcleo Científico da
tiveram presentes na sede da ABRA-
das ações realizadas em 2010 e
SBCC, com a presença de Eliane
VA, em São Paulo, no evento, que
as principais diretrizes para 2011.
Bennett (especialista internacional
teve como ponto alto a apresentação
Traçando um paralelo com o meio
do WG 1), Silvia Eguchi (do WG 2)
de um breve panorama das ações de
empresarial, é uma reunião de apre-
e Elisa Krippner (do WG 3), além
cada área da entidade. “A importân-
sentação de resultados do período e
de
cia principal dessa ação é manter to-
sugestão de alinhamento estratégico
Internacional da SBCC, que fez ini-
dos informados dos andamentos da
para a concretização dos objetivos
cialmente uma explanação sobre a
entidade. Apesar das informações
no próximo ano.
participação da SBCC no Simpósio
Heloísa
Meirelles,
Delegada
que são geradas continuamente,
Ao final, a entidade ofereceu um
do ICCCS, organizado em outubro,
sempre é bom apresentar de forma
coquetel de confraternização aos
no Japão. “Nossa participação no
consolidada o trabalho, promovendo
presentes. Acompanhe um breve
ICCCS, além de reforçar a posição
intercâmbio e debate entre as áreas”,
resumo das apresentações. Para
do Brasil e da SBCC perante a co-
comenta Dorival Sousa, presidente
informações adicionais sobre a ação
munidade científica mundial, tornan-
da SBCC.
de cada uma das áreas, entre em
do-se imprescindível nos debates
contato diretamente com a SBCC
técnicos internacionais, também dá
No total, foram 14 apresentações
“Queremos todos informados”, diz Dorival Sousa, presidente da SBCC
ção no ICCCS e ISO TC 209 a SBCC
Silvia Eguchi comentou sobre as
faz parte do desenvolvimento de
perspectivas e tendências em Mi-
documentos para a elaboração das
crobiologia reforçando que limpeza
normas internacionais. “A participa-
biológica e monitoramento microbio-
ção deste ano foi particularmente
lógico estão em discussão mundial,
especial pois conquistamos o direito
iniciadas em setembro de 2009, em
de sediar o Simpósio Internacional
reunião em Washington (EUA), e ou-
em 2016”, disse Heloísa, informando
tras duas reuniões foram realizadas
ainda que está sendo criada uma
em 2010 (Paris e Tóquio). Os próxi-
comissão pra planejamento e orga-
mos passos incluem avaliar o que
nização do evento.
deve constituir uma nova norma e o
As perspectivas e tendências
que manter e o que retirar / alterar
da série de normas ISO foram de-
nas normas vigentes. A próxima reu-
batidas. Eliane Bennett falou sobre
nião será em Nova Jersey, em março
a Classificação da Limpeza do Ar,
deste ano.
com as ações para a revisão da ISO
Quanto às perspectivas e tendên-
respaldo técnico para fortalecer o
14644-1, informando que os anexos
cias relacionadas a ensaios, Elisa
acordo de cooperação mútua com a
B.1 e C.1 da ISO 14644-3 irão para o
Krippner relatou que em Tóquio foi or-
ABNT”, observou Heloísa.
WG 1 para serem revisados e incor-
ganizada a primeira reunião visando
porados na ISO 14644-1.
a revisão da ISO 14644-3. Ela afir-
Ela reforçou que com a participa-
notícias da SBCC mou que essa revisão é necessária,
ensaios de classificação. A próxima
Controle de Infecção em Áreas Hos-
pois quando a norma foi publicada,
reunião ocorrerá em março, em Lon-
pitalares como passos importantes
em 2005, existia apenas uma norma
dres, e a Revista da SBCC trará os
para disseminar o conhecimento e,
para classificação de áreas limpas,
principais resultados.
assim, ampliar a conscientização
a ISO 14644-1 – Classificação por concentração de partículas em suspensão no ar. Atualmente, outras
dos profissionais.
Grupos de Trabalho
As ações do GT 2 Microbiologia foram apresentadas por Silvia
partes da ISO 14644 estão sendo
Os Grupos de Trabalho da SBCC
Eguchi. A reunião inaugural para a
elaboradas para a classificação de
– GTs também marcaram presença.
formação do grupo de trabalho atual
áreas limpas, com a utilização de
Todos fizeram uma breve retrospec-
ocorreu em março de 2010 e seu
outros
(classificação
tiva das ações de 2010 e apresen-
objetivo principal é se organizar para
de limpeza de superfície por con-
taram seus objetivos futuros. César
ter participação ativa no WG 2 da
centração de partículas, do ar por
Leão, do GT 51 – Equipamentos de
ISO. As propostas brasileiras apre-
concentração química, de superfície
Fluxo Unidirecional – EFU e Cabine
sentadas tanto em Tóquio, como em
por concentração química, do ar por
de Segurança Biológica – CSB, por
Londres (reunião em junho de 2010)
concentração de viáveis, de super-
exemplo, informou que o grupo está
foram produzidas no âmbito do GT 2.
fícies por concentração de viáveis
finalizando a proposta de norma
Finalmente, Luiz Antonio Rocha
e nanopartículas). Segundo Elisa,
técnica de CSB, que deve ser enca-
fez exposição sobre o GT 3 Ensaios
os debates iniciais indicam que
minhada para à ABNT para consulta
e Elisa Krippner comentou sobre os
cada parte da ISO 14644 que trata
pública em julho de 2011. Posterior-
GTs que estão em recesso. “Temos
ou tratará de classificação de áreas
mente, o GT-51 já tem outra meta:
a expectativa de ativar brevemente o
limpas contemplará os seus próprios
iniciar os debates sobre equipamen-
GT 1 NBR ISO 14644-1 e -2 para ini-
tos especiais (cabines de pesagem,
ciar o trabalho de revisão da norma”,
túneis de despirogeinização, capelas
comentou.
parâmetros
de exaustão, entre outros). Maurício
Salomão
Rodrigues,
do GT 53 Salas Controladas em Ambientes Hospitalares, ressaltou o EXCELÊNCIA EM INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO
C
CM
MY
CY
CMY
K
objetivo de elaborar um documento que defina quais os ensaios que
Célio Martin Soares fez a expo-
devem ser realizados para certificar
sição sobre os Seminários Técnicos
que os requisitos da NBR 7256:2005
da SBCC. Em 2010, 640 profissio-
sejam atendidos pelo sistema de
nais participaram dessa iniciativa,
tratamento de ar. Ele comentou a
um número considerado muito bom
Especialidades:
presença inédita na feira Hospitalar
pela organização. As novidades
• Ar Condicionado • Refrigeração • • Ventilação Industrial • Filtragem • Salas Limpas • Retrofit •
e a realização do Seminário SBCC
apontadas foram a coordenação
Contando com uma equipe de profissionais altamente qualificados, realizamos trabalhos de engenharia, obras, gestão de contratos e serviços corretivos que contemplam os segmentos de:
M
Y
Seminários: resultados positivos
Áreas de Atuação: • Engenharia • Obras • • Gestão de Contratos • • Serviços Corretivos •
Correção Foram identificadas duas incorreções no texto da reportagem: “Áreas limpas para salvar vidas” publicada na edição nº 49 da Revista da SBCC: • na página 11, faltou informar que a nutrição parenteral tem ainda uma validade de 24 horas após iniciada sua administração que pode ser iniciada 24h após
Masstin Engenharia e Instalações Ltda. Av. Sete de Setembro, 97 Jardim Recanto 09912-010 – Diadema SP Fone/Fax: (11) 4055-8550 Site: www.masstin.com.br E-mail: comercial@masstin.com.br
a manipulação; • na página 18, foi informado que o envase da nutrição parenteral é feito sob fluxo unidirecional ISO classe 7 quando o correto é ISO classe 5.
38
dos temas por meio dos GTs, a introdução de novos assuntos e maior participação
dos
patrocinadores.
Para 2011, existe a ideia de consolidar temas introduzidos, como hospitais e operações, e a organização de eventos em Curitiba e Recife (a entidade estuda ainda a possibilidade de estender os seminários para outras cidades no Brasil). “Vamos ainda introduzir o tema Equipamento
Os seminários técnicos promovidos pela SBCC receberam, no total, 640 profissionais em 2010. Para manter esse resultado, a entidade planeja introduzir novos temas
comercial da entidade junto à revista e aos seminários. Antes do coquetel de confraternização, Dorival Sousa parabenizou a todos os profissionais que de forma voluntária se dedicam ao desenvolvimento da SBCC e de toda a comunidade relacionada ao negócio do controle de contaminação em ambientes internos. Também fez um balanço da entidade e traçou as expectativas para o futuro. “Vi-
de Fluxo Unidirecional e fortalecer
vemos um momento de mudanças,
a participação dos GTs”, observou
porém se mantivermos nosso foco
Célio (veja na página 14 a grade de
em nossa visão, missão e valores,
palestras previstas para 2011).
e, principalmente, a criação da Sala
pautados sempre pela necessidade
A reformulação da área comer-
Limpa Itinerante da SBCC foram os
contínua da disseminação e ex-
cial da Revista da SBCC, a criação
pontos destacados por Gerson Cata-
pansão do conhecimento, seremos
da figura do patrocinador master
pano, abordando a área de relações
sempre uma entidade relevante para
nos seminários, perspectivas para
públicas. Fernando Britto também
o desenvolvimento da sociedade”,
as comunicações online da entidade
detalhou a reformulação da atuação
argumentou.
Guia de Compras 2011 Não perca a oportunidade de estar na mais importante ferramenta de consulta de produtos e serviços para salas limpas e ambientes controlados. Publicado na Revista da SBCC edição 51 (março-abril) Saiba como participar pelo e-mail: sbcc@sbcc.com.br ou tel. (12) 3922-9976
artigo técnico
A psicrometria e a carga térmica Parte 2 Autor: J. Fernando B. Britto, engenheiro mecânico, sócio da Adriferco Engenharia, secretário da GEC-4
J. Fernando B. Britto
e membro do conselho editorial da revista SBCC Contato: adriferco@gmail.com
Introdução
trica do ar úmido atinge a curva de saturação correspondente à pressão atmosférica local. Porém, na verdade, a mudança de fase não ocorre si-
Conforme discutido na primeira parte deste artigo so-
multaneamente em todo o fluido, ela é um processo onde
bre “a psicrometria e a carga térmica”, percebemos que,
a umidade muda de fase paulatinamente à medida que a
embora as disciplinas contidas no curso de engenharia
condição termoigrométrica média do ar úmido se aproxi-
sejam consideradas ciências exatas, na prática estas
ma da curva de saturação, ou seja, não é um fenômeno
seriam mais apropriadamente chamadas de “ciências de
de ocorrência repentina.
aproximações”.
Segundo o princípio de Heisenberg, não temos como
Isto se torna ainda mais evidente quando se estuda a
saber exatamente a condição de cada pequena porção
física quântica onde, segundo o “Princípio da Incerteza”
de matéria onde ocorreu a condensação, nem o instante
de Heisenberg, resumidamente explicita: “quanto mais
exato em que esta começa a ocorrer.
precisamente se tentar medir uma grandeza, forçosamente mais será imprecisa a medição desta grandeza”. Vimos anteriormente que isto se aplica perfeitamente
É possível que a parcela do fluido onde a condensação já ocorreu realmente tenha atingido sua condição de saturação.
ao cálculo de carga térmica (cct), pois a incidência das
É igualmente possível que não seja necessário atingir
componentes que afetam o cálculo é extremamente vari-
condição alguma para que a condensação ocorra, bas-
ável, tornando quase impossível conhecer o pico simultâ-
tando ao fluido trocar energia suficiente para o fenômeno
neo da carga térmica.
se manifestar.
Abordaremos nesta nova parte do artigo, como se
A própria carta psicrométrica é uma grande simpli-
comportam os fluidos em resposta ao ganho ou perda
ficação das propriedades do ar úmido e fornece (sob a
de calor que lhes é imposta, principalmente com relação
forma gráfica) informações aproximadas, dentro de tole-
à sua mudança de fase, o que torna viável todo este
râncias consideradas “aceitáveis para efeitos práticos”,
processo. Também discutiremos o ciclo frigorígeno de
a respeito do inter-relacionamento entre as variáveis,
compressão de vapor, bem como uma breve introdução
considerando-se cartas diferentes para localidades em
sobre as tecnologias de compressão e o monitoramento
altitudes diferentes.
do ciclo frigorígeno.
Simplificações
Propriedades termodinâmicas do vapor d’água
Na 1ª parte deste artigo, lançamos mão de uma sé-
40
rie de simplificações para facilitar a compreensão dos
Vimos anteriormente que existe um grande hiato nas
fenômenos relativos à termodinâmica, em especial com
curvas isobáricas do vapor d’água durante a mudança de
relação à psicrometria e ao cálculo de carga térmica.
fase da água, no qual mesmo se acrescentando ou re-
Assumimos, por exemplo, que a condensação da
movendo calor, a temperatura do fluido não se modifica.
umidade do ar ocorre quando a condição termoigromé-
Durante este intervalo, há coexistência entre fases ou
estados do fluido e sua relação varia de forma diretamen-
O espaço horizontal entre as curvas representa a
te proporcional à aproximação de um ou de outro lado
variação de entalpia (quantidade de energia) necessária
das curvas de saturação, até que a mudança de fase se
para ocorrer a vaporização da água em determinada con-
conclua na totalidade do fluido.
dição de temperatura e pressão.
Se considerarmos as proporções entre a mistura de ar seco (medida em quilogramas) e a umidade (medida
Nesta região, encontramos fluido em ambos os estados físicos: líquido e vapor
em gramas), este “hiato” termodinâmico é grandemente S
Entropia 1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
p=40 0
p=30 0
p=50 0 ata
v=0,0
nificativos.
1,8
1,9
h=97
5
0
-925
2,0
2,1 800 ºC
v=0,5
1,1
h=975 p=5
1,0
p=20 v=0,2
0,9
v=0,1m 3 /kg
0,8
ata
0,7
p=10
0,6
p=50
0,5
/kg
0,4
v=0,05
0,3
ata
0,2
p=100
0,1
p=20 v=0,02 0m 3
0
95
800 ºC
n=
atenuado, embora seus efeitos sejam extremamente sig-
h=900 kcal/kg
h=950
h=875
A curva em formato de sino no diagrama t,s da figura
700
700 h=925
h=850
1, representa o hiato que ocorre durante a mudança de
v=1,0m 3 /kg
600
p=2
ata
p=20
p=10
p=5
p=50
h=875
h=725
v=2
v=0,2
h=900
v=0,5
v=0,1m 3 /kg
ata
v=0,05
v=0,01
v=0,02
p=100
a
p=40 0
0 at
p= 50
h=750
p=20 0
fase líquido - vapor da água:
h=775
p=30 0
h=800
600
v=0,0 08
h=825
v=0,0 06
h=850
v=0, 0 p=
50
5 1m 3 /kg v=0,
x=0,4
x=0,5
v=0,
h=700
p=20
p=20
5
v=0,
p=10 ata
p=10 ata
200
2
v=0,0
h=200
150
h=675
3 /kg
x=
0,7
25
0,8
m 3/kg v=1,0
0
0,9
S
p=0,01 ata
h=
x=
h=v=50 35 0
0
1,2
1,3
0,7
h=
40
1,4
x=
0,8
h=45
1,5
1,6
p=0,05
1,7
1,8
t
p=0,02 h=55 0 p=0,01 ata
h=50
0
0
0
h=625
v=50
x=
v=20
30
1,0 1,1 Entropia s
m 3/kg
v=5 p=0,1 0,9
v=10m3/kg p=0,02
h= 0
0,6
p=0,05
x=0,4
x=0,3
0,1 x=
2,2
2,1
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,5
0,6
0,4
x=
0,1
p=0,1
20
0
0,3
h=
15
0
0,2
h=
h=10
Figura 1 – Diagrama temperatura (t) x entropia (s) simplificado para vapor d’água
h=50
[kcal/kg.ºC]
0,1
x=0,5
0,2
h=50
100
p=0,2
v=5
v=20
p=0,2
h=650
p=0,5
v=2
50
0
p=1 ata
3 /kg
v=1,0m
v=10
0,05
p=2
v=0,5 p=1 ata
v=2
ata
p=2
h=100 kcal/kg
t
v=0,
p=5
v=0,2
100
s
5
m
v=0,1 p=5
100
Temperatura
003 v=0,
002
v v= =0,0 0,0 00 02
x=0,
0,1
0,2
x=
x=
v=0,
ata
ta
3
ta 4,4 a
02
0,9
1,2 a
300 h=725
p=50
x=0,7
32,5
h=750
x=
200
p
p=100 ata
x=0,8
h=250
200
0
p=125
03 0,0 v= ,004 0 v= 05 0,0 06 v= 0,0 8 v= ,00 3 /kg 0 v= 1m ,0 0 v=
h=300
h=150
102,5
p
5 =1
x=0,6
146,3
400 h=775
5
7 =1
02
ata
h=350
300
250
h=800
0 p=30 5 p=27 p=250
p=225 0 p=20
h=400
16,7
300 293,6
202,4
h=450
400
v=0,
Temperatura
h=500
350
500 h=825
0 45 p= 0 40 p= 0 p=35
v=0,
80 ata
P.C.
h=550
v=0,
h=600
400
01
[ºC]
004
h=650
v=0,0 05
h=700 h=675
500
t
1,9
2,0
0 2,1
Figura 2 – Diagrama temperatura x entropia para vapor d’água Fonte: Manual Termotécnico – W. Trevisan
A porção esquerda desta curva em azul, até o seu ápice, representa a saturação da fase líquida da água.
O diagrama da figura 2 introduz as variáveis v (volume
A partir do ápice, a porção direita da curva representa a
específico) e h (entalpia específica), além das variáveis t
saturação da fase gasosa (vapor) da água.
(temperatura), s (entropia específica) e p (pressão abso-
Foram traçadas algumas curvas de pressão constante (isobáricas, em vermelho) para temperaturas escolhidas aleatoriamente.
luta) do gráfico anterior. Deste modo, verificamos que a carta psicrométrica traduz e compara os efeitos das variações da pressão
Como vemos na figura, no interior da curva de satura-
parcial do vapor d’água superaquecido sobre o ar seco,
ção líquido - vapor, à medida que a temperatura da água
na mistura denominada “ar úmido”, submetido a uma
aumenta, sua pressão correspondente também aumenta.
mesma pressão total constante, somando o conteúdo
Porém, mantida uma pressão constante, a da atmos-
energético proporcional à massa específica de ambos os
fera por exemplo, a temperatura de todo o fluido também
gases, submetidos a uma determinada condição termoi-
se mantém constante até que ocorra a mudança de fase.
grométrica.
O ápice da curva ocorre à temperatura de 374ºC e é chamado de ponto crítico, a partir do qual as fases líquidas e gasosas não podem mais ser observadas e o fluido assume uma nova fase com características de ambas as
Trocando calor para combater à carga térmica
anteriores. À esquerda da curva, o líquido é considerado subresfriado e à direita o vapor é dito superaquecido.
Conforme verificamos na parte 1 deste artigo, empregando os resultados do cálculo de carga térmica à
41
artigo técnico psicrometria, conseguimos equacionar um dos lados da
O diagrama da figura 3 representa uma curva de
igualdade entre a carga térmica incidente sobre o siste-
saturação para o fluido refrigerante R-404A. Observe o
ma (internas e externas) e a carga térmica removida pelo
leitor que o comportamento desta curva é semelhante
ar, como vemos na equação abaixo:
à do vapor d’água, apresentando a saturação líquida à
hSOL + hTRANS + hLUM + hOCUP + ... + hEQUIP = mAR * (h1AR - h0AR)
esquerda, ponto crítico no ápice e saturação gasosa á
Ou seja, para combater a carga térmica Q do sistema, utilizaremos um fluxo de massa mAR, que absorverá um diferencial de entalpia (h1AR - h0AR).
direita. Tal como no caso do vapor d’água, à esquerda o fluido refrigerante apresenta o estado de líquido subresfriado e
O problema é como obter a condição inicial de ental-
à direita vapor superaquecido e, da mesma forma que no
pia específica do ar h0AR, de forma que ele possa absor-
caso da água, a maior parte da energia trocada se deve
ver o calor (e a umidade) do sistema para mantê-lo na
à mudança de fase do fluido.
condição desejada h1AR. Considerando-se que o processo envolva resfriamento, a forma mais comum de se obter a condição inicial h0AR seria com o uso de refrigeração por compressão
O ciclo frigorígeno de compressão à vapor
de vapor, utilizando um fluido refrigerante com características apropriadas de compressibilidade e mudança de
Para facilitar a compreensão do ciclo frigorígeno de compressão à vapor, vejamos a figura 4, abaixo:
fase em condições atmosféricas normais. Existem diversos fluidos que podem ser utilizados para executar esta tarefa e o leitor poderá encontrar informações adicionais sobre suas propriedades em
pressão
PC ponto crítico
diversas literaturas, tais como: “ASHRAE Fundamentals Handbook”, “Fundamentos da Termodinâmica Clássica – Van Wilen & Sonntag”, dentre outros.
3 3’
Neste artigo iremos apenas abordar o ciclo frigorígeno para apresentar seu funcionamento e efeitos com relação à absorção ou rejeição de calor devida à carga térmica, sem nos atermos à escolha de um determinado fluido refrigerante.
p.condensação
2’
2
p.evaporação
4
1’
1 h (entalpia)
Figura 4 – Diagrama pressão – entalpia Figura 4 – Diagrama pressão – entalpia
Fonte: Programa SMACNA de Educação Continuada em Tratamento de Ar Fonte: Programa SMACNA de Educação Continuada em Tratamento
Na figura 4, os pontos 1 a 4 representam as condições do fluido frigorígena nos Ar seguintes de pontos:
42
Ponto 1: Vapor superaquecido na sucção do compressor os pontos 1na a descarga 4 representam as condiPonto 2:Na figura Vapor 4, superaquecido do compressor Ponto 3: Líquido saturado na descarga do compressor ções do fluido frigorígeno nos seguintes pontos: Ponto 4: Líquido/vapor expandido (ou despressurizado) na entrada do evaporador. Ponto 1: Vapor superaquecido na sucção do Deste modo, o diferencial de entalpia entre os pontos 1 e 2 representa o trabalho compressor (ou a energia) de compressão do vapor realizado pelo compressor, entre os pontos 4 ePonto 1 representa a energia trocada entre o sistema edoo ciclo frigorígeno no 2: Vapor superaquecido na descarga evaporador e entre os pontos 2 e 3 a energia trocada com o meio ambiente. compressor Se multiplicarmos estes diferencias de entalpia pela vazão mássica na sucção do Ponto 3: Líquido subresfriado na descarga do compressor saberemos as potências consumidas no compressor e trocadas pelo evaporador com o sistema (carga térmica) e pelo condensador com o meio condensador ambiente (calor rejeitado para a atmosfera). Ponto 4: Líquido/vapor expandido (ou despressurizado) Se observarmos no gráfico da figura 4, veremos que a condição na entrada do Figura 3 – Diagrama pressão x entalpia para o refrigerante R-404a na entrada do evaporador. Figura 3 – Diagrama pressão x entalpia para o compressor está ligeiramente afastada para a direita da curva de saturação Fonte: ASHRAE – 2009 Fundamentals Handbook (ponto 1‟). Chamamos este afastamento de superaquecimento e isto é O diagrama da figura 3 representa uma curva de saturação para o fluido refrigerante R-404a refrigerante R-404A. Observe o leitor que o comportamento desta curva normalmente é adotado para garantir que todo o líquido admitido no evaporador Fonte: ASHRAE – 2009 Fundamentals Handbook Deste modo, o diferencial de entalpia entre os pontos semelhante à do vapor d‟água, apresentando a saturação líquida à esquerda, tenha efetivamente evaporado antes de entrar no compressor, para evitar danos ponto crítico no ápice e saturação gasosa á direita. golpe de líquido no compressor. Tal como no caso do vapor d‟água, à esquerda o fluido refrigerante apresenta por o estado de líquido subresfriado e à direita vapor superaquecido e, da mesma Ao introduzirmos o trabalho de compressão, afastamos o ponto de descarga forma que no caso da água, a maior parte da energia trocada se deve à ainda mais da curva de saturação, introduzindo não apenas o trabalho de mudança de fase do fluido. compressão (teoricamente adiabático), como também o calor oriundo do atrito O CICLO FRIGORÍGENO DE COMPRESSÃO À VAPOR
1 e 2 representa o trabalho (ou a energia) de compressão
uma temperatura muito mais baixa que a da condição
do vapor realizado pelo compressor, entre os pontos 4 e
atmosférica local.
1 representa a energia trocada entre o sistema e o ciclo frigorígeno no evaporador e entre os pontos 2 e 3 a ener-
Resumidamente:
gia trocada com o meio ambiente. Se multiplicarmos estes diferencias de entalpia pela
O compressor eleva a pressão do fluído em sua
vazão mássica na sucção do compressor saberemos as
forma gasosa para uma condição em que, estando
potências consumidas no compressor e trocadas pelo
a temperatura maior que a do meio, ele possa
evaporador com o sistema (carga térmica) e pelo condensador com o meio ambiente (calor rejeitado para a atmosfera). Se observarmos no gráfico da figura 4, veremos que a condição na entrada do compressor está ligeiramente afastada para a direita da curva de saturação (ponto
rejeitar ou trocar calor e, por fim, se condensar. O condensador então troca calor sensível e latente do gás, utilizando o ar ou a água em condições ambientes, até que este se condense e se torne um líquido subresfriado. O expansor (válvula de expansão ou tubo capilar)
1’). Chamamos este afastamento de superaquecimento
impõe uma perda de carga ao fluido e reduz a
e isto é normalmente adotado para garantir que todo o
pressão do líquido subresfriado para uma condição
líquido admitido no evaporador tenha efetivamente eva-
em que ele possa evaporar facilmente e novamente
porado antes de entrar no compressor, para evitar danos por golpe de líquido no compressor. Ao introduzirmos o trabalho de compressão, afastamos o ponto de descarga ainda mais da curva de satura-
absorver calor do sistema. No evaporador, a evaporação do fluido absorve o calor do sistema, o qual por sua vez superaquece o fluido, reiniciando o ciclo.
ção, introduzindo não apenas o trabalho de compressão (teoricamente adiabático), como também o calor oriundo do atrito interno do compressor.
Embora ocorram trocas térmicas baseadas no calor sensível do fluido, sob a forma de dessuperaquecimento
Ao atingir o ponto 2, o gás possui uma pressão muito
e subresfriamento no condensador e, algumas vezes,
maior que a da sucção do compressor e também uma
superaquecimento no evaporador (ou após o mesmo), os
temperatura significativamente mais alta. Esta elevação
fluxos de calor se devem principalmente ao calor latente
de temperatura e pressão é calculada de forma a permitir
de vaporização / condensação do fluido refrigerante, ou
que o fluído possa ser resfriado no condensador sob con-
seja, as trocas térmicas se devem mais ao processo ori-
dições de fácil obtenção no meio ambiente (temperatura
ginado das mudanças de fase do fluido refrigerante.
de bulbo seco / úmido do ar local), de forma a tornar-se um líquido.
Também é importante salientar que esta troca térmica só é possível, pois quando o fluido é submetido a
Cabe observar também que, no ponto 3, o fluído tam-
diferentes níveis de pressão, sua evaporação ou conden-
bém se encontrará ligeiramente afastado para a esquerda
sação ocorre a diferentes temperaturas, as quais estão
da curva de saturação, de forma a se obter um certo nível
diretamente associadas a estes níveis de pressão.
de subsresfriamento do líquido, após sua condensação.
Então, mantendo-se constante um determinado nível
Analogamente, isto é feito para garantir que todo o
de pressão (processo isobárico), a temperatura do fluido
fluido realmente se tenha liquefeito. Isto previne danos
se manterá constante até que a mudança de fase ocorra
na sede do expansor e reduz ruídos indesejáveis, além
em todo o fluído.
de fornecer ao sistema, diferencial de absorção térmica maior, com baixo custo de obtenção.
Ou seja, deduzidas as perdas de carga devidas ao escoamento do fluido, a pressão de líquido é praticamente
O diferencial de pressão imposto pelo compressor
a mesma da descarga do compressor e se identifica com
entre os pontos 1 e 2 será então aliviado pelo expansor
uma temperatura de saturação acima da temperatura do
entre os pontos 3 e 4, removendo [trocando] a energia
fluido utilizado para condensação.
potencial fornecida ao fluído pelo compressor (diferencial
Da mesma forma, a função do expansor é impor ao
de pressão) e permitindo que este possa se evaporar a
fluido um nível de pressão menor, no qual este possa
43
artigo técnico então absorver calor do sistema, evaporando-se a uma
Este calor é então transmitido através de um trocador
temperatura inferior à do fluido do sistema (ar de insufla-
de calor para o outro fluido do sistema, de forma a ser
ção, água gelada, etc.)
trocado (captado ou rejeitado) com o meio ambiente.
O processo também pode ser invertido, passando o
Em sistemas com expansão indireta, o outro fluido
evaporador a operar como condensador e vice-versa,
usualmente é água tratada (ou salmouras de água com
nos chamados sistemas “quente-frio”, onde o equipa-
anticongelantes), a qual é posteriormente resfriada (ou
mento passa a operar como uma bomba de calor.
reaquecida) pelo fluido refrigerante em um trocador de
Também cabe ressaltar que, a perda de carga impos-
calor.
ta ao sistema pelo expansor, é um processo isoentálpico,
Para simplificar, suponhamos que iremos utilizar um
no qual a mudança no nível de pressão ocorre sem mu-
sistema de expansão direta, no qual o calor é absorvido
dança do conteúdo energético (entalpia) do fluido.
diretamente pelo fluido refrigerante.
Por outro lado, o processo de compressão em si é
Uma vez que após sua seleção, todos os componen-
isoentrópico, porém, devido ao atrito ocorrido no com-
tes do sistema possuem características físicas definidas
pressor (eficiência do dispositivo mecânico), ocorre uma
e constantes e que os escoamentos dos fluidos de am-
elevação adicional de temperatura no sistema.
bos os lados se dá a vazões constantes, ou seja, tanto a vazão do ventilador como do compressor são fixas, para
Equilibrando a balança
compensar a variação da carga térmica só nos resta alterar as condições de utilização de ambos fluidos. Sabendo-se que todos os sistemas estão teorica-
Como vimos na primeira parte deste artigo, o cálculo
mente sobredimensionados em função da carga térmica
de carga térmica permite determinar as necessidades
máxima teórica de pico simultâneo, acrescidas de fatores
caloríficas máximas (teóricas) do sistema, simbolizadas
de segurança e de folgas de capacidade durante a sele-
pela variável “Q”, em função das condições internas do
ção dos componentes, então a variação da capacidade
ambiente, ou seja, Q(t AMB, UR AMB), permitindo por sua
em função da carga térmica sempre se dará no sentido
vez a determinação das condições de escoamento dos
de se reduzirem as potências oferecidas pelo sistema.
fluídos utilizado para trocar calor com o sistema. Baseados nestes dados, são então selecionados os dispositivos responsáveis pelo escoamento dos fluidos de ambos os lados de um trocador de calor, além do próprio trocador de calor. Como todos os componentes do sistema são dimen-
pensar a redução da carga térmica Em ciclos frigorígenos de pequeno porte isso ocorre ligando e desligando o compressor, em estágios quando existe mais de um compressor.
sionados pela capacidade máxima teórica de pico simul-
Como existe energia armazenada no ciclo frigorígeno
tâneo do sistema, que, como visto anteriormente, possui
sob a forma de diferenciais de pressão entre os trechos
uma considerável dose de incerteza, resulta que todos os
de líquido (alta) e de sucção (baixa), o fluido continua es-
componentes estarão sobredimensionados a maior parte
coando por um tempo, mesmo após o desligamento do
do tempo.
compressor, elevando gradualmente a pressão de eva-
Para se agravar ainda mais a questão do cálculo de
poração do fluído e, consequentemente, a sua tempera-
carga térmica (ou de estimativa da mesma), dificilmente
tura, até que as pressões se equalizem ou o compressor
se encontraria um equipamento exatamente com a capa-
seja novamente acionado.
cidade desejada, incorrendo na aquisição de um equipamento ainda maior.
44
Isto significa então, que devem ser elevadas as temperaturas de suprimento de ambos os fluídos para com-
Quando existem válvulas de expansão, a abertura da válvula vai se ampliando aos poucos reduzindo a restri-
Então, voltando ao equacionamento do sistema, para
ção à passagem do fluido à medida que a temperatura à
promover a troca de calor requerida pelo ambiente, deve
jusante do trocador de calor vai aumentando e, por con-
ocorrer um equilíbrio entre a energia térmica (ou calor)
seguinte, aumenta o tempo de escoamento e, até certo
requerida pelo ambiente e a energia absorvida (ou rejei-
ponto, reduz a ciclagem do compressor.
tada) pelo fluido que promoverá a troca de calor.
Se analisarmos graficamente a variação da tempe-
Em ciclos frigorígenos de pequeno porte isso ocorre ligando e desligando o compressor, em estágios quando existe mais de um compressor. Como existe energia armazenada no ciclo frigorígeno sob a forma de diferenciais de pressão entre os trechos de líquido (alta) e de sucção (baixa), o fluido continua escoando por um tempo, mesmo após o desligamento do compressor, elevando gradualmente a pressão de evaporação do fluído e, consequentemente, a sua temperatura, até que as pressões se equalizem ou o compressor seja novamente acionado. Quando existem válvulas de expansão, a abertura da válvula vai se ampliando aos poucos reduzindo a restrição à passagem do fluido à medida que a temperatura à jusante do trocador de calor vai aumentando e, por conseguinte, ratura em função dos intervalos em ponto, que oreduz compressor aumenta o tempo de escoamento e, até certo a ciclagem do compressor. estivesse acionado e desligado, teríamos um gráfico seSe analisarmos graficamente a variação da temperatura em função dos melhante na figura abaixo: intervalos em queaoo representado compressor estivesse acionado e desligado, teríamos um gráfico semelhante ao representado na figura abaixo:
densidade relativamente maior que a condição de projeto e, como seu deslocamento volumétrico é aproximadamente constante, ele inicialmente tentará deslocar uma massa maior que a condição de projeto, operando com uma certa sobrecarga inicial.
temperatura
Não é favorável, em todos os casos, que a pressão maior a montante do compressor seja mantida, pois isto
t ACIONAMENTO
implica em partidas mais ‘pesadas’ que normalmente o
t AJUSTADA t DESLIGAMENTO
são.
ligado
O escoamento excessivo aumentará rapidamente a
desligado
pressão de descarga do sistema, causando um excesso
tempo Figura temperatura x tempo do ciclo Figura55–– Diagrama Diagrama temperatura x tempo do ciclo frigorígeno frigorígeno figura 5, verificamos um gráfico do tipo “dente de serra”, sendo os
de injeção de líquido no evaporador, reduzindo o superaquecimento do sistema. Esta nova condição irá reduzir a pressão na câmara
Na trechos descendentes os períodos com o compressor acionado e os trechos ascendentes os períodos com compressor desligado. Quanto mais próxima for a capacidade frigorígena em relação à carga térmica, Naafigura 5, verificamos um gráfico do tipo “dente de tanto menor frequência dos ciclos. Por outro lado, à medida que esta relação for diminuindo, tanto maior serra”, sendo os trechos descendentes os períodos comserá a frequência de acionamento do compressor (ciclagem). compressor acionado e osatrechos os pePara oatenuar este problema e evitar queima ascendentes frequente dos compressores, utilizam-se intervalos muito grandes entre a temperatura de ajuste (set point) e as ríodos com compressor desligado. temperaturas de acionamento e desligamento dos compressores, porém isto pode causar, problemas para o for processo (além de frigorígena desconforto em para os Quanto mais próxima a capacidade
de equalização da válvula de expansão, restringindo o
relação à carga térmica, tanto menor a frequência dos
ocorre prematuramente, pois o escoamento excessivo
ciclos.
inicial também causa uma rápida remoção da carga
Por outro lado, à medida que esta relação for diminuindo, tanto maior será a frequência de acionamento do compressor (ciclagem).
escoamento do sistema e reduzindo a sobrecarga no compressor. Então a pressão de sucção começara a se reduzir gradualmente, até que o sistema se estabilize ou o compressor seja novamente desligado. Sob cargas parciais, o desligamento do compressor
térmica, que é relativamente pequena, atingindo rapidamente a temperatura de desligamento. Sucessivos ciclos de curta duração impedem que
Para atenuar este problema e evitar a queima fre-
o motor do compressor se resfrie adequadamente, po-
quente dos compressores, utilizam-se intervalos muito
dendo acarretar em queimas frequentes do compressor,
grandes entre a temperatura de ajuste (set point) e as
o que é ainda mais agravado em função da sobrecarga
temperaturas de acionamento e desligamento dos com-
inicial durante cada nova partida.
pressores, porém isto pode causar, problemas para o
Sistemas mais modernos possuem válvulas de ex-
processo (além de desconforto para os ocupantes), prin-
pansão com limitador de superaquecimento, que impe-
cipalmente quando há controle de umidade, devido às
dem o aumento da abertura do obturador destas válvulas
freqüentes oscilações das condições termoigrométricas
após se atingirem determinadas condições de supera-
do sistema.
quecimento.
Portanto, recomenda-se utilizar dois ou mais está-
Nestes casos, embora o compressor opere por um
gios de capacidade (compressores / ciclos frigorígenos),
tempo maior, sua demanda de potência é limitada pela
com pontos de ajuste ligeiramente diferentes, de forma
limitação do escoamento.
a atenuar a oscilação das condições termoigrométricas do sistema. No entanto, apenas isto, pode não ser suficiente para proteger o compressor contra ciclagem excessiva. Como após o desligamento do compressor as pressões de líquido e sucção tendem a se igualar com o
Por este motivo, mas também principalmente em sistemas onde se necessita de controle de umidade, é recomendado que exista também um conjunto de reaquecimento do ar de insuflação, para garantir que os compressores não se desliguem antes e removerem a quantidade necessária de umidade.
decorrer do tempo, ao ser religado, o compressor capta
A carga de reaquecimento do ar de insuflação forne-
o gás com pressão, temperatura e, consequentemente,
ce uma carga térmica sensível adicional ao sistema, em
45
artigo técnico resposta à “falta de carga térmica” do próprio sistema,
Controle da pressão de condensação através da
obrigando o sistema a operar por um tempo adicional
recirculação do fluido de resfriamento da descarga
e com temperaturas de evaporação mais baixas, o que
na sucção do condensador (utilizado em sistemas
promove também a remoção da carga latente existente no sistema.
de condensação a ar com pleno de tomada de ar). Controle da pressão de condensação através da variação do escoamento do fluido de arrefecimento
Problema agravado: pouca ou nenhuma recirculação
do condensador (ar ou água de condensação). Controle da pressão de condensação por meio de válvula reguladora de pressão na saída do condensador, garantindo a manutenção de uma pressão
Conforme discutido anteriormente, sistemas de re-
constante à montante do expansor.
frigeração por compressão de vapor de pequeno porte,
Controle de capacidade por injeção de gás quente
que operam com controle do tipo liga / desliga, costumam
desviado (by pass) da descarga do compressor e
apresentar problemas quando operam com cargas par-
injetado no líquido após o expansor, o que reaquece
ciais.
o líquido e aumenta a pressão de evaporação do
Estes problemas se tornam ainda mais evidentes
fluido, indiretamente controlando a pressão de
em sistemas com altas taxas de renovação de ar ou que
evaporação do fluido.
operam com 100% de ar externo, principalmente onde
Este tipo de dispositivo é capaz de impedir o
o controle de umidade é requerido, independentemente
congelamento no trocador de calor, porém impedirá
de operar com carga térmica interna do sistema total ou
o desligamento do compressor por baixa pressão.
parcial.
Obrigando o compressor a desligar somente após
Isto ocorre por que a entalpia específica do ar externo sofre grande variação ao longo das estações do ano e, às vezes, no decorrer de um único dia. Geralmente, não ocorrem problemas durante os perí-
atingir sua temperatura de desligamento. Controle de capacidade por válvula de expansão eletrônica. Este tipo de dispositivo regula o escoamento do
odos de verão, quando a carga térmica oscila próximo da
refrigerante em função da temperatura de evapora-
carga máxima de pico, e inverno, quando os compresso-
ção, mantendo uma pressão constante na sucção do
res ficam a maior parte do tempo desligados.
compressor.
O problema se dá principalmente durante as meias-
Em sistemas críticos, pode ser recomendada a im-
estações (outono e primavera), quando existe carga inter-
plantação de mais de uma estratégia de controle, asso-
na e externa suficiente para acionar o compressor, mas
ciando o controle conjunto das pressões de condensação
não o suficiente para a manutenção do ciclo por tempo
e de evaporação, para garantir a operação ininterrupta do
suficiente para garantir a remoção da umidade.
sistema.
Adicionalmente, as condições do ar externo favore-
Porém, independentemente da técnica empregada,
cem o sistema de condensação e podem aumentar signi-
recomenda-se o uso de dispositivos que promovam o
ficativamente o subresfriamento do fluido refrigerante e,
reaquecimento após o trocador de calor, para garantir o
por conseguinte, sua disponibilidade energética.
controle da umidade em quaisquer condições climáticas,
Isto acarreta ciclos excessivamente curtos, que dificultam o controle de umidade máxima e acabam por
além da manutenção da temperatura mínima interna sob condições de inverno.
queimar os compressores. Nestes casos, são empregadas as seguintes técnicas de controle: Controle da pressão de condensação através da va-
Compressor: o coração do ciclo frigorígeno
riação da rotação ou desligamento dos ventiladores utilizados para condensação do fluido, diminuindo o
46
fluxo de calor rejeitado para a atmosfera.
Em ciclos frigorígenos por compressão de vapor, o compressor é o componente responsável pela manu-
tenção do escoamento do fluido, por meio da introdução
Unidades resfriadoras de líquido de pequeno porte
de um diferencial de pressão entre os trechos de baixa
costumam utilizar os mesmos tipos de compressores
pressão (sucção) e alta pressão (descarga).
empregados nos equipamentos de expansão direta.
Na prática, a pressão de descarga do compressor
Atualmente, a tecnologia de compressão mais em-
será definida pela temperatura que o condensador impo-
pregada em unidades de pequeno porte são os compres-
rá ao fluído em função de sua capacidade de rejeição de
sores do tipo recíproco (pistões) e do tipo “scroll” (espiral
calor para o meio ambiente.
rotativa).
Em outras palavras, é a capacidade de troca térmica
do condensador (fluxo de calor entre o fluido refrigerante Unidades resfriadoras de líquido de pequeno porte costumam utilizar os m Unidades resfriadoras de líquido de pequeno porte costumam utilizar os mesmos
tipos de compressores empregados nos equipamentos de expansão direta. e o meio ambiente) que efetivamente definirá a pressão tipos de compressores empregados nos equipamentos de expansão direta.
Atualmente, a tecnologia de compressão mais empregada em unidad
Atualmente, a tecnologia compressão mais empregada em unidades de descarga e do líquido, bem como a temperatura final pequeno portede são os compressores do tipo recíproco (pistões) de e do tipo “ pequeno porte são os compressores do tipo recíproco (pistões) e do tipo “scroll” (espiral rotativa). do líquido subresfriado. (espiral rotativa).
de grande porte normalmente se utilizam condensadores à água. A pressão de sucção do compressor será então definida em função da pressão de descarga do compressor subtraída das resistências fluido-dinâmicas impostas pelos trocadores, tubulações e, principalmente, pelo dispositivo expansor ao escoamento promovido pelo compres-
Figura 6 – Compressor tipo recíproco Fonte: Manual de Aire Acondicionado Carrier
Fonte: Manual de Aire Acondicionado Carrier
mum a utilização de condensadores a ar e nos sistemas
Fonte: Manual de Aire Acondicionado Carrier
Em sistemas de pequeno e médio porte é mais co-
Figura 6 – Compressor tipo recíproco Figura 6 – Compressor tipo recíproco
Ao impor um diferencial de pressão entre seus pontos de sucção e descarga, os compressores acabam por promover o escoamento do fluido refrigerante ao longo de todos os demais componentes do sistema. Em sistemas de pequeno porte, normalmente se uti-
cesso é resfriado (e desumidificado) por expansão direta do fluido frigorígeno. Já em sistemas de médio ou grande porte, isto implicaria na necessidade de um grande número de compressores e condensadores ou em grandes redes repletas
Figura 7 –tipo Compressor tipo scroll Figurade 8 –compressão Processo de compres Figura 7 – Compressor scroll Figura 8 – Processo Figura 7 – Figura 8 – Processo de do tipo scroll emscroll rotor em rotor do tipo
de fluídos frigorígenos de alto custo (e riscos ambientais inerentes).
Fonte: Danfoss
quais o ar de insuflação ou outro fluido utilizado no pro-
Fonte: Danfoss
lizam equipamentos dotados de trocadores de calor nos
Fonte: ASHRAE - 2000 HVAC Systems and Equipments Handbook
sor, em outras palavras, a perda de carga do sistema.
Compressor tipo
compressão em rotor do
O capacidade controle destestipo equipamentos é realizado scroll de capacidade O controle de destes equipamentos geralmente é geralmente realizado pelos Por este motivo, em sistemas de maior porte, nor- intervalos de acionamento e desligamento dos compressores existentes em Fonte: Danfoss Fonte: ASHRAE -existentes 2000 HVAC em cada intervalos de acionamento e desligamento dos compressores ciclo frigorígeno. malmente se utilizam dispositivos de expansão cicloindireta, frigorígeno. Systems and Equipments Já nas de médio porte,se atualmente se utilizam compressores d Já nas unidades de unidades médio porte, atualmente utilizam compressores do tipo Handbook resfriando-se água ou soluções de água e anti-congelanparafuso ou do tipo centrífugo e nas unidades de grande portesegeralme parafuso ou do tipo centrífugo e nas unidades de grande porte geralmente tes com a utilização de unidades resfriadorasadotam de líquidos, adotam compressores compressores centrífugos. centrífugos. caso Odos compressores parafuso, o equipamentos controle de pode capacidade pod No caso dosNocompressores parafuso, o controle de capacidade controle de capacidade destes ge- ser conhecidas como “chillers”. por que dispositivos alteram asdedimensões de suas efetuado porefetuado dispositivos alteram que as dimensões suas câmaras de câmar ralmenteaproximando é realizado pelos camisas intervalosdo decorpo acionamento Contudo, exceto por sua capacidade e pelo fato de aproximando as camisas do corpo compressão, compressão, ou afastandoouas afastando girante e/ou girante sua rotação. dos compressores existentes em cada e desligamento utilizarem um fluído intermediário estes equipamentos variando sua variando rotação.
diferem dos equipamentos de pequeno porte apenas com relação à tecnologia empregada para compressão do vapor.
ciclo frigorígeno. Já nas unidades de médio porte, atualmente se utilizam compressores do tipo parafuso ou do tipo centrífugo
47
artigo técnico
Figura 9 – Compressor tipo parafuso Fonte: ASHRAE - 2000 HVAC Systems and Equipments Handbook
Figura 12 – Compressor tipo centrífugo Fonte: ASHRAE - 2000 HVAC Systems and Equipments Handbook
Figura 10 – Processo de compressão em rotor do tipo parafuso Fonte: ASHRAE - 2000 HVAC Systems and Equipments Handbook
e nas unidades de grande porte geralmente se adotam
Figura 13 – Vista do “inlet guide vane” de um compressor tipo centrífugo Fonte: Manual de Aire Acondicionado Carrier
compressores centrífugos. No caso dos compressores parafuso, o controle de
rentes aos sistemas de automação e supervisão. Porém,
capacidade pode ser efetuado por dispositivos que al-
atualmente sua utilização é praticamente indispensável
teram as dimensões de suas câmaras de compressão,
em se tratando de sistemas de médio e grande porte.
aproximando ou afastando as camisas do corpo girante e/ou variando sua rotação.
Porém, em todos estes casos os pontos de monitoramento são aproximadamente os mesmos:
Nos compressores centrífugos, o controle de capa-
Embora alguns sistemas atuais não requeiram ou
cidade pode ser efetuado por reguladores motorizados
utilizem superaquecimento, a medição da temperatura
chamados “inlet guide vanes” na sucção do compressor
e pressões efetivas de sucção são imprescindíveis para
e/ou variando sua rotação.
se determinar a densidade na sucção do compressor e, com base na potência consumida, permitem avaliar o
Monitoramento do ciclo frigorígeno
deslocamento volumétrico do compressor e a capacidade frigorífica do sistema. Adicionalmente, sistemas dotados de evaporadores “inundados” com fluidos refrigerantes requerem disposi-
É muito difícil se justificar o monitoramento de ciclos
48
frigorígenos de pequeno porte, devido aos custos ine-
tivos adicionais para controle de nível do fluido no evaporador e/ou no condensador.
Tabela 1 – Principais Variáveis Monitoradas nos Ciclos Frigorígenos Variável
Aplicação
Pressão de sucção
Permite avaliar a temperatura de evaporação do fluído refrigerante no trocador de calor. Pressões abaixo da condição de projeto podem causar congelamento da umidade do ar sobre a serpentina e retorno de líquido para o compressor.
Temperatura de sucção
Permite avaliar o superaquecimento do fluído refrigerante na entrada do compressor. Condições de superaquecimento diferentes das projetadas costumam ser indicativos de carga inadequada de fluido refrigerante no sistema. Deve ser avaliado juntamente com a pressão de sucção e corrente do compressor.
Pressão de condensação
Permite definir a temperatura de condensação (saturação do líquido) do fluído refrigerante. Elevações das pressões de condensação podem indicar a necessidade de limpeza dos condensadores.
Temperatura de descarga
Permite avaliar variações no rendimento do compressor. Acréscimos adicionais de entropia na compressão indicam perda de rendimento do compressor e podem indicar a necessidade de troca do lubrificante ou a ocorrência de desgastes anormais. Também são utilizadas para proteção contra aquecimento excessivo do compressor, garantindo que o equipamento não opere além de seus limites construtivos.
Temperatura do líquido subresfriado
Permite avaliar a disponibilidade de energia térmica do sistema e definir a entalpia específica na entrada do evaporador. Reduções no nível de subresfriamento de projeto causam queda de desempenho do sistema e podem indicar a necessidade de limpeza dos condensadores.
Corrente do motor do compressor
Permite avaliar variações no rendimento do compressor. Acréscimos adicionais de corrente no motor do compressor indicam perda de rendimento do sistema e podem indicar a ocorrência de desgastes anormais. Também são utilizadas para proteção elétrica do motor do compressor, garantindo que o equipamento não opere além de seus limites operacionais.
Temperatura de entrada de água/ar no condensador
Permite avaliar a condição de entrada do fluido utilizado na condensação. Temperaturas de entrada elevadas irão elevar a pressão de condensação do sistema e a temperatura de descarga do compressor, reduzindo sua capacidade frigorígena.
Temperatura de saída água/ar no condensador
Utilizado somente em sistemas resfriados à água. Permite avaliar a condição de saída do fluido utilizado na condensação. Pode ser utilizado para redução da vazão de água de condensação, mantendo-se um diferencial de temperatura constante entre a entrada e a saída, permitindo economizar energia de bombeamento.
Temperatura de entrada água/ar no evaporador
Permite avaliar a condição de entrada do fluido a ser resfriado. Temperaturas de entrada elevadas irão elevar as pressões de sucção e de condensação do sistema e a temperatura de descarga do compressor, causando aquecimento no compressor e sobrecarga em seu motor, acarretando em seu desligamento.
Temperatura de saída água/ar no evaporador
Permite controlar a capacidade do sistema. Também pode ser utilizado para redução da vazão do fluído resfriado, mantendo-se um diferencial de temperatura constante entre a entrada e a saída, permitindo economizar energia de bombeamento.
Dispositivo de controle de capacidade
Permite avaliar se o equipamento está operando em condições correspondentes às necessárias. A análise do retro-sinal do dispositivo de controle de capacidade permite avaliar a efetividade de seu dispositivo atuador.
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Opinião Foto: Divulgação / Valua Consultoria
Como fazer negócios pelo Twitter? Silvio Tanabe A pergunta é natural diante de tantas notícias e reportagens na imprensa sobre quem está se dando bem,
nhar essas novidades? O que os motivaria a fazer parte de uma rede social?
principalmente no Twitter, a sensação do momento. E a
3. Defina a estratégia – As etapas acima são fun-
resposta parece ser clara: quanto mais tempo você de-
damentais para o passo seguinte, definir a estratégia
morar para participar das redes sociais, menores serão
de atuação, que pode se dar em três níveis principais:
as chances de explorar todas estas oportunidades.
canais de relacionamento (atendimento a reclamações,
Isso explica a correria das empresas em entrar nes-
esclarecimento de dúvidas, interação com clientes e con-
sa nova onda. Afinal, é só acompanhar algumas estatís-
sumidores), comunicação (divulgação de lançamentos
ticas: o número de usuários do Twitter aumentou 1600%
ou atualizações de produtos, informações práticas) ou
entre julho de 2008 e 2009, e os brasileiros são os que
campanhas de fidelização (promoções exclusivas para
passam mais tempo “tuitando” (cerca de 41,5 minutos
quem participa ou segue em suas comunidades, blogs
por mês de acordo com pesquisa da ComScore). Nas
ou Twitter). Independentemente da escolha, é essencial
empresas, segundo estudo da Universidade Federal
atuar de forma integrada a outras iniciativas de marketing
do Rio de Janeiro (NTT/URFJ), 74% dos pesquisados
utilizadas pela empresa, sejam online (website, e-mail
planejam participar das mídias sociais nos próximos 12
marketing, links patrocinados, banners) ou offline (anún-
meses. Diante de números tão promissores, por que não
cios, mala direta, assessoria de imprensa etc.)
tentar?
4. Crie um diferencial – Só participar não é o bas-
1. Entenda como as mídias sociais funcionam –
tante. É preciso participar de forma diferenciada. Seja
Comunidades, blogs e Twitter possuem uma dinâmica
por meio de conteúdo exclusivo, promoções especiais ou
própria, que só são compreendidas quando se faz parte
atendimento personalizado. É a melhor maneira de con-
delas. Portanto, antes de delegar a tarefa a terceiros, é
quistar atenção, fidelidade do público e, principalmente,
essencial que você participe para ter uma noção mais
fazer com que as suas iniciativas sejam divulgadas pelos
clara sobre as regras de conduta e formas de aborda-
próprios participantes por meio do boca a boca.
gem mais apropriadas. Uma das primeiras coisas que
5. Tenha objetivos claros e mensure os resulta-
descobrirá, por experiência própria, é porque ninguém
dos – Uma das grandes vantagens do marketing digital
nesse meio gosta de vendas diretas.
é dispor de recursos que permitem mensurar os resul-
2. Entenda como o seu público-alvo interage –
tados das mais diversas formas. Use isso a seu favor,
Estude como seus clientes, consumidores ou prospects
estabelecendo objetivos e metas claros para cada mí-
participam das mídias sociais. Eles a utilizam para
dia social. Uma dica para facilitar a tarefa é canalizar
conhecer a opinião de outras pessoas sobre o seu pro-
as ações das mídias sociais no site da empresa. Por
duto, para reclamar ou elogiar? Estão interessados em
exemplo, em uma promoção pelo Twitter, faça com que
assuntos profissionais ou pessoais? Quais os sites mais
os internautas tenham de visitar o site para conhecer as
frequentados (Orkut, Facebook, Sonico, MySpace, Via6,
regras ou os prêmios.
Linked In, Plaxo etc.) E se não participam, isso ocorre
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por falta de tempo, interesse ou dificuldade em acompa-
Sócio-diretor da Vallua Consultoria (www.valua.com)
DESTAQUE-SE NESTE AMBIENTE PROFISSIONAL E SEJA VISTO POR QUEM ATUA NO SEGMENTO DE CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO. A Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação tem um acordo de cooperação mútua com a ABNT e é a única entidade brasileira credenciada para abordar assuntos relacionados a Áreas Limpas e Controle de Contaminação de partículas em suspensão no ar. A REVISTA SBCC, que completará em breve 10 anos de existência, tem a de missão representar com idoneidade e seriedade a comunidade de controle de contaminação, apresentando a seus leitores o atual estado-da-arte no Brasil e no mundo e a seus anunciantes uma posição de destaque nesta comunidade. Para isso conta com: • Chefia e conselho editorial formado por profissionais atuantes no mercado • Conteúdo científico de qualidade. • Apresentação de matérias que representam avanços significativos, • Divulgação dos melhores fornecedores, prestadores de serviços e consultores deste mercado. Com tiragem de 5.000 exemplares, entrega gratuita direcionada ao público tomador de decisão, distribuição em todos os seminários e feiras que a SBCC participa e cerca de 450 acessos por mês a exemplares on-line, a Revista SBCC é a melhor opção para divulgação do seu negócio!
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