Revista SBCC #54

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Revista da SBCC n o 54 set/out 2011

revista

Nยบ 54 setembro/outubro 2011 R$15,00

Case: Alcard Foco na eficรกcia da limpeza sbcc.com.br



sumário

revista

Edição N0 54 setembro/outubro 2011

3

4

Editorial Showroom tecnológico

6

Entrevista Patricia Tavares Magalhães de Toledo

12

Limpeza Foco na eficácia da limpeza

20

Ensaios Tema em evidência

26

Case: Alcard Para eliminar riscos

34

Ilha Temática SBCC – Áreas limpas

36

Notícias da SBCC

38

Mercado

44

Sócios da SBCC

46

Artigo Técnico Projeto básico de salas limpas – Parte 1

62

Opinião Afinal, o que é coaching?


Editorial

revista

Edição N0 54 setembro /outubro 2011

Showroom tecnológico

F

oi esse o título para a cobertura

estande. Além de possibilitar a visuali-

dos alinhados com o projeto e palestras.

jornalística feita pela Revista da

zação das áreas limpas, a Ilha Temática

O mais importante dessa participa-

SBCC sobre a primeira participação da

organiza uma série de procedimentos e,

ção, cuja cobertura completa poderá

entidade na FEBRAVA – Feira Interna-

para completar o ciclo do conhecimen-

ser acompanhada na próxima edição

cional de Refrigeração, Ar Condiciona-

to, oferece palestras técnicas gratuitas

da Revista da SBCC, é que a entidade

do, Ventilação, Aquecimento e Trata-

(até agora algo como 140 palestras

continua empenhada em levar conheci-

mento do Ar, em 2003, organizando a

com a presença de mais de 2.500 pro-

mento aos usuários e interessados em

Ilha Temática SBCC – Áreas Limpas.

fissionais). São números expressivos e

geral. É motivador, nesse contexto, que

E ele continua atualíssimo! Em 2011, a

que mostram a importância da atuação

os profissionais da Alcard (veja case

entidade estará à frente desse projeto

institucional da SBCC.

na página 26) informem que quando

pela quinta vez, e os resultados têm sido sempre muito positivos.

decidiram pela instalação de uma área Febrava – Na nova edição do even-

limpa na empresa, investiram e partici-

A Ilha Temática é um marco de

to, organizado entre 20 e 23 de setem-

param, durante dois anos, de todos os

como disseminar o conhecimento e

bro de 2011, a SBCC continua à frente

seminários organizados pela SBCC em

aliá-lo ao intercâmbio tecnológico e

da Ilha Temática. Desta vez, trazendo

São Paulo. São essas situações que

comercial. Marca também o pioneiris-

para a feira, que deverá receber cerca

verdadeiramente fazem valer a pena

mo mundial e até mesmo a ousadia da

de 25 mil profissionais, no Centro de

todo o esforço dos profissionais que

entidade em promover uma exposição

Exposições Imigrantes, em São Paulo,

atuam na entidade.

de áreas classificadas em feiras de

a Sala Limpa Itinerante, um novo con-

Boa Leitura!

negócios.

ceito desenvolvido pela SBCC para

Nessas edições, a entidade con-

ampliar a participação da entidade em

Martin Lazar

tabilizou o cadastramento de cerca de

eventos. Haverá ainda espaço para a

Conselho Editorial da Revista

10 mil

apresentação de materiais de associa-

da SBCC

profissionais que visitaram o

­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br

4

Diretoria: Presidente: Dorival Sousa; Vice-Presidente: Marco Duboc; Diretor Técnico: Célio S. Martin; Diretor Financeiro: Raul A. Sadir; Diretor de Relações Públicas: Gerson Catapano; Diretor Emérito: Dr. Hans Sonnenfeld; Diretor do Núcleo Científico: Elisa Krippner; Diretor Núcleo Comunicação: Marcio Magno; Diretor Núcleo Eventos: Luciana Kimi; Conselho Consultivo Elegível: Celso Simões Alexandre, Heloísa Meirelles Costa e Luciana Kimi; Conselho Consultivo: Ana Maria Ferreira de Miranda, Carlos Eduardo Rein, Claudemir Aquino, Dirce Akamine, Elisa Krippner, Jonas Borges da Silva, Luiz Antonio Rocha, Silvia Yuko Eguchi e Suely Itsuko Ciosak; Conselho Fiscal: Yves L. M. Gayard, Murilo Parra e Jean-Pierre Herlin. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Heloísa Meirelles Costa; Conselho Editorial Revista SBCC: Martin Lazar (editor-chefe), Camilo Souza (editor assistente), Carlos Prudente, Denis Henrique de Souza, Gerson Catapano, J. Fernando B. Britto, Paulo Matos e Rinaldo Lucio Almeida. Secretaria: Márcia Lopes Revista da ­SBCC: Órgão ofi­cial da ­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. R. Sebastião Hummel, 171 – ­sala 402 ­CEP 12210-200 São José ­dos Campos – SP. Tel. (12) 3922 9976 – Fax (12) 3912 3562 E-­mail: ­sbcc@sbcc.­com.br; A Revista da S ­ BCC é u ­ ma publi­ca­ção bimes­tral edi­ta­da ­pela Vogal Comunicações. Tiragem: 5.000 exem­pla­res Vogal Comunicações: Editor: Alberto Sarmento Paz. Reportagens: Luciana Fleury e Marcelo Couto. Edição de Arte: Koiti Teshima (BBox). Diagramação: Caline Duarte, Edna Batista e Suely Castro Mello. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design. Contatos ­com a reda­ção: Rua Laboriosa 37, São Paulo. Tel. (11) 3051 6475. E-­mail: reda­cao@vogal­com.­com.br Depto. Comercial: Marta Vieira (comercial.2@sbcc.com.br) e Aline Souza (comercial.1@sbcc.com.br). A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies As opi­niões e os con­cei­tos emi­ti­dos ­pelos entre­vis­ta­dos ou em arti­ gos assi­ na­ dos n­ão s­ão de res­ pon­ sa­ bi­ li­ da­ de da Revista da S­BCC e n­ão expres­ sam, neces­sa­ria­men­te, a opi­nião da enti­da­de. Foto capa: Divulgação Libbis Farmacêutica / Arquivo SBCC



ENTReVISTA

Foto: Antoninho Perri – Unicamp

Patricia Tavares Magalhães de Toledo Diretora de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia da Inova Unicamp

Luciana Fleury

A

conclusão do 4º Congresso Bra-

patentes – e auxilia os pesquisadores

uma fonte internacional para o tema.

sileiro de Inovação na Indústria,

no licenciamento de suas invenções.

Os pesquisadores do Departamento de

(Confederação

Muitas das diretrizes destas ações con-

Política Científica da Unicamp apontam

Nacional da Indústria) em agosto, é

taram com a participação de Patricia

que a inovação deve ser vista por uma

taxativa: inovação é uma exigência do

Tavares Magalhães de Toledo, Diretora

perspectiva ampliada, que inclua o pro-

consumidor e imposição do mercado.

de Propriedade Intelectual e Transfe-

cesso de criação e apropriação social

Ou seja, é impossível fechar os olhos

rência de Tecnologia da entidade, onde

de produtos, processos e métodos que

para ela.

está desde 2004. Nesta entrevista, ela

não existiam anteriormente, ou conten-

O lado acadêmico deste conceito já

alerta que as empresas brasileiras ain-

do alguma característica nova e dife-

é defendido e levado à prática desde

da investem pouco em inovação.

rente da até então em vigor. Já a Lei

realizado

pela

CNI

2003 pela Inova Unicamp. Um berçário

6

de Inovação trabalha com a definição

para ideias é uma metáfora que pode

Revista da SBCC: Qual a definição de

de que a inovação engloba produtos e

ser aplicada à atuação desta agência

inovação?

processos tecnologicamente novos ou

de inovação da Universidade Estadual

Patricia de Toledo: Formalmente,

com substanciais melhorias tecnológi-

de Campinas, que estimula e articula

inovação é a implementação de um

cas. Eu gosto muito das duas primeiras

parcerias para projetos de Pesquisa

produto ou processo novo ou significa-

definições, pois vejo que podem ser

& Desenvolvimento entre a instituição

tivamente melhorado; ou ainda de um

aplicadas em diferentes contextos e

e as empresas e o setor público. Ela

novo método, de marketing ou organi-

incluem a sociedade de maneira mais

também é responsável pela gestão da

zacional nas práticas de negócios, or-

ampla no processo.

propriedade intelectual da universida-

ganização do local de trabalho ou nas

de – o que inclui apoio em todos os

relações externas da empresa. Este é

Revista da SBCC: O conceito de ino-

aspectos relacionados a depósitos de

o conceito adotado no Manual de Oslo,

vação está claro ou tem sido deturpado


por uso excessivo? Há algum exemplo de uso errôneo deste conceito? Patricia de Toledo: Obviamente, o conceito de inovação, como qualquer conceito que esteja em voga em dado momento em um dado contexto, corre o risco de ser excessivamente, e até equivocadamente, usado. Em especial em um contexto que está despertando para a relevância da inovação para a

Os indicadores de inovação estão divididos entre os que medem insumos ou esforços e os que medem os produtos ou resultados da inovação

considerada, entretanto, relativamente limitada. A Pintec (Pesquisa de Inovação Tecnológica, do IBGE de 2008) incorporou uma metodologia mais ampla, indicada pelo Manual de Oslo, que inclui os insumos considerados nos custos da inovação, ou seja, além de P&D, licenciamento de tecnologia, projeto industrial, aquisição de máquinas e marketing de primeiros produtos. Já

competitividade das empresas e o

os indicadores de resultado são mais

desenvolvimento socioeconômico da

complexos. O indicador mais comum

nação, como é o caso do Brasil. Um

de inovação tecnológica é o número

erro comum é confundir invenção e

os que medem os produtos ou resulta-

de patentes. Este indicador possui uma

criatividade com inovação.

dos da inovação. Entre os insumos de

série de restrições, entre eles, a terri-

inovação, o mais comum a ser mensu-

torialidade da patente. Outro indicador

Revista da SBCC: Como se mensura

rado é o de dispêndios em Pesquisa

de resultado importante, apoiado no

a inovação de um país?

& Desenvolvimento, bem como o de

Manual de Oslo, é o da taxa de inova-

Patricia de Toledo: Os indicadores

recursos humanos mobilizados na ati-

ção. Esse indicador também é usado

de inovação estão divididos entre os

vidade, como cientistas, engenheiros e

na Pintec e mede o número relativo de

que medem os insumos ou esforços e

pessoal de apoio. Esta mensuração é

empresas que introduziram pelo me-

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Y

ENTReVISTA

Há 24 anos transformando trabalho em qualidade

nos uma inovação tecnológica em um

cimento pífio se compararmos os re-

determinado período. A principal dis-

sultados da Pintec 2005 – que apontou

cussão em torno deste indicador é que

4.280 pós-graduados trabalhando em

ele se refere às inovações introduzidas

P&D – com a pesquisa de 2008, quan-

e não às inovações geradas pelas em-

do este número passou para 4.340 -

presas.

um aumento de 60 pesquisadores em três anos.

Revista da SBCC: Como está o posicionamento do Brasil em termos de

Revista da SBCC: Qual a importância

país inovador?

da inovação para um país?

Patricia de Toledo: Olhando o con-

Patricia de Toledo: As inovações afe-

texto brasileiro, analisando os dados

tam profundamente toda a sociedade.

da Pintec, podemos notar que, apesar

Elas alteram a realidade econômica e

dos avanços, nossas empresas ainda

social, além de aumentarem a capaci-

investem pouco em inovação, salvo

dade de acumulação de riqueza. Há,

alguns casos de sucesso. De acordo

cada vez mais, grande interferência

com a pesquisa, o número de empre-

de inovações tecnológicas no contexto

sas que declararam terem introduzido

social. As relações humanas e nosso

pelo menos uma inovação no período

cotidiano são totalmente permeados

entre os anos de 2006 e 2008 aumen-

por elas. As inovações tecnológicas re-

tou 5%, em comparação ao período de

novam as expectativas sociais em suas

2003 a 2005 que corresponde à Pintec

projeções sobre o futuro, notadamente

2005 (passou de 33,4% para 38,4%).

por meio de soluções para diversos de-

Contudo, as atividades de inovação re-

safios da sociedade contemporânea,

alizadas pela indústria brasileira ainda

que buscam resolver e superar proble-

não apresentaram um avanço quali-

mas, restrições e aumentar a qualidade

tativo significativo. Conforme a Pintec

de vida das pessoas. Nosso futuro

2008, a atividade inovativa considera-

depende, em boa parte, do avanço téc-

da a mais importante para 78,1% das

nico por vir. As últimas décadas eviden-

indústrias inovadoras analisadas pela

ciaram ainda mais a interconexão entre

pesquisa é a aquisição de máquinas

ciência, tecnologia e sociedade. As

e equipamentos, enquanto que as ati-

recentes revoluções em áreas como a

Especialidades:

vidades internas de P&D são conside-

Computação e Genética, dentre várias

• Ar Condicionado • Refrigeração • • Ventilação Industrial • Filtragem • Salas Limpas • Retrofit •

radas importantes para apenas 11,5%.

outras, têm gerado expressivo impacto

Outro dado a adicionar é que, de acor-

social.

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do com os indicadores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),

Revista da SBCC: É papel do governo

em 2008 o Brasil formou mais de 45 mil

estimular a inovação? Por quê?

mestres e doutores, entretanto apenas

Patricia de Toledo: De acordo com

9% das pessoas ocupadas com ativi-

muitos teóricos, a inovação tecnológica

dade de inovação na indústria são pós-

é um dos principais fatores para a com-

-graduadas. Nos países desenvolvidos,

petitividade e desenvolvimento de um

os mestres e doutores formados são

país, sendo considerada como agente

absorvidos pelas indústrias, envolvidos

propulsor do sistema capitalista. Neste

em geral em atividades de P&D. No

contexto, com o objetivo de ampliar a

Brasil, esse número apresentou cres-

capacidade tecnológica e gerar mais

8


riqueza no país, os governos devem criar mecanismos para que as empresas invistam em pesquisa, desenvolvimento e inovação e também em estruturas para que haja interação entre os diversos atores do sistema nacional de inovação como as universidades, centros de pesquisa, governo e empre-

A inovação tecnológica é um dos principais fatores para o desenvolvimento do País

mais extensa do que a formação de recursos humanos e a buscar sua inserção no sistema regional e nacional de inovação. O marco regulatório nacional ainda demanda análise e alguns ajustes, principalmente no sentido da desburocratização, mas no geral segue as tendências globais de legislação de

sas. A ação governamental deve estar

estímulo ao ambiente de inovação.

presente em todas as etapas, desde a criação do ambiente de estímulo à ino-

à inovação, entre eles, programas de

Revista da SBCC: A inovação deve

vação, até o incentivo às universidades

subvenção,

e

permear toda a empresa/indústria?

e escolas técnicas que vão formar os

indireto e fundos de apoio, o que pas-

Como criar uma cultura inovadora em

recursos humanos necessários nesta

sou a ocorrer principalmente a partir

uma corporação?

composição.

da Lei de Inovação, de 2004, e da Lei

Patricia de Toledo: O conhecimento

do Bem, de 2005. A Lei de Inovação

tornou-se o elemento central da nova

Revista da SBCC: Que políticas públi-

também proporcionou o início da im-

estrutura econômica e a inovação é o

cas deveriam ser implementadas neste

plementação de uma nova cultura nas

principal meio de transformação deste

sentido?

universidades, nos centros de pesqui-

em valor. A inovação tecnológica é fru-

Patricia de Toledo: O Brasil vem

sa e nos institutos tecnológicos, que

to de um ambiente em que há geração

criando diversos instrumentos de apoio

passam a entender sua missão como

de ciência de fronteira e estímulos ao

financiamento

direto


ENTReVISTA setor produtivo, notadamente por meio das atividades de pesquisa e desenvolvimento realizadas no cerne das empresas. O reconhecimento de que a conversão do conhecimento científico e tecnológico em inovação depende da interação de diversos agentes institucionais relacionados com a geração e apropriação do conhecimento, nota-

A cooperação universidade-empresa requer mudanças nos modelos gerenciais de empresas e organizações de ciência e tecnologia

constituem fontes mais usadas do que as universidades. Espera-se que esse quadro possa mudar nos próximos anos, a partir da crescente percepção das empresas diversificarem suas fontes de inovação, pois o desenvolvimento de projetos de P&D colaborativo da universidade com

damente universidades, empresas e

a indústria pode significar uma oportu-

governo, tem tornado a competitividade

nidade adicional para a estratégia de

de uma nação cada vez mais atrelada

inovação da empresa. Entretanto, é

à criação de um Sistema Nacional de

preciso reforçar que a parceria com a

Inovação robusto, que possibilite ações

Inventores Unicamp, que reconhece os

universidade é uma complementação

cooperativas e incentive a inovação

pesquisadores que tiveram tecnologias

para as atividades de P&D que a em-

tecnológica. As mudanças promovidas

licenciadas e/ou absorvidas no mer-

presa possui, mas não substitui o P&D

com a adoção do modelo de inova-

cado. A premiação não é quantitativa

interno da empresa. Estes projetos

ção podem trazer grandes benefícios

e sim qualitativa, representando um

incluem, por exemplo, conhecimentos

para as empresas; contudo, diversos

grande reconhecimento institucional do

em áreas estratégicas nas quais a em-

desafios estão envolvidos no proces-

potencial inovador da pesquisa de um

presa não possui competência central.

so, agregando maior complexidade à

dado professor perante a comunidade

gestão da inovação. A interação entre

acadêmica, uma vez que a cerimônia

Revista da SBCC: Como deve se dar

os vários agentes do processo de

conta com a participação do reitor e

a aproximação entre universidade e

inovação é cada vez mais necessária,

dos pró-reitores e diretores de unida-

empresas na busca da inovação?

entretanto, requer o desenvolvimento

des da universidade.

Patricia de Toledo: A colaboração

de capacitações específicas técnicas

entre universidades e empresas tem se

e de relacionamento, o que inclui os

Revista da SBCC: Qual o papel das

tornado um importante mecanismo de

aspectos dos direitos de propriedade

universidades com relação à inovação?

negócios e de acesso à tecnologia e a

intelectual.

10

no mundo. Os clientes e fornecedores

Patricia de Toledo: No Brasil, o uso da

novos mercados, nas mais diferentes

universidade como fonte da inovação é

partes do mundo. Essa cooperação

Revista da SBCC: Como devem ser

bastante limitado, apesar de as empre-

tem potencial de gerar amplas van-

reconhecidas as atitudes e propostas

sas locais considerarem as pesquisas

tagens para ambos os lados, mas a

inovadoras apresentadas por membros

universitárias uma importante fonte de

relação ainda é complexa e, algumas

da equipe?

informação para a inovação. Contudo,

vezes, conflituosa. Do ponto de vista

Patricia de Toledo: Isso depende mui-

esse não é um fenômeno exclusivo do

das empresas, fatores como redução

to do contexto e da natureza e cultura

país, apesar da taxa de utilização das

de riscos, incertezas e custos estimu-

da instituição. Várias empresas têm

universidades como fonte externa de

lam e impulsionam as parcerias estra-

programas de reconhecimento a ideias

inovação ser menor no país do que em

tégicas com universidades. Contudo,

e inovações, baseados em premiações

nações mais desenvolvidas. A univer-

concretizar com êxito essas parcerias

diversas, que podem estar relacionados

sidade é um dos atores no contexto

não é trivial, uma vez que a cooperação

ou não a remunerações financeiras. O

do estímulo à inovação e as parcerias

universidade-empresa requer mudan-

tema é controverso e não há consenso.

universidade-empresa são um dos ca-

ças relevantes nos modelos institucio-

O importante é que esforços inovativos

minhos entre os vários possíveis. Em

nais e gerenciais de empresas e orga-

devem ser reconhecidos perante a

geral, as universidades não constituem

nizações de Ciência & Tecnologia, para

comunidade. Na Unicamp, por exem-

a principal fonte externa de inovação

superar diversos desafios estratégicos,

plo, realizamos anualmente o Prêmio

para as empresas de diversas nações

culturais e organizacionais.



Limpeza

Foco na eficácia da limpeza Requisitos relacionados a limpeza de ambientes controlados fazem parte das Boas Práticas de Fabricação e estão presentes em procedimentos operacionais e regulamentos técnicos oficiais. A constatação evidente é de que a eficácia das sistemáticas adotadas afeta diretamente a qualidade dos produtos ou das atividades executadas Por Marcelo Couto

T

ão importante quanto os cuidados que cercam o projeto inicial,

a construção e a montagem de uma sala limpa são as práticas adotadas posteriormente para manter o local e os equipamentos ali instalados funcionando sob parâmetros adequados de limpeza, de modo a garantir a qualidade das atividades desenvolvidas e dos produtos processados nesses ambientes. Os procedimentos para a realiza-

Foto: Ricardo Hara / Libbs / Arquivo SBCC

ção da limpeza devem ser descritos,

12

Linha de produção farmacêutica: atenção às áreas que têm contato com o produto

validados e rigorosamente executados por pessoal treinado, visando assim minimizar os riscos de possíveis contaminações. Requisitos relacionados a limpeza de áreas limpas fazem parte das normas de Boas Práticas de Fabricação – BPF adotadas globalmente pelas indústrias farmacêuticas e acabam balizando também outros segmentos


usuários de salas limpas, como farmá-

Há cinco anos, por meio da sua

cias de hospitais que realizam a mani-

Gerência Geral de Inspeção e Controle

pulação de quimioterápicos, empresas

de Medicamentos e Produtos, a Anvisa

especializadas no preparo e forne-

também adotou “Guias Relacionados à

cimento de produtos para nutrição

Garantia da Qualidade”, em que há um

parenteral (administrados a pacientes

capítulo dedicado à validação de pro-

que não podem se alimentar pela via

cessos de limpeza e cujas recomenda-

oral) e indústrias de processamento de

ções estão alinhadas a referências in-

alimentos, para citar alguns casos.

ternacionais, notadamente às da orga-

No Brasil, as Boas Práticas de

nização suíça PIC/S – Pharmaceutical

Fabricação, além de contempladas

Inspection Co-operation Scheme. “As

nos procedimentos corporativos ado-

orientações, embora não sejam man-

tados pelas indústrias, estão refletidas

datórias, destacam-se pelo didatismo

também nas resoluções técnicas da

e reforçam as boas práticas”, comenta

Agência Nacional de Vigilância Sani-

Yves Léon Marie Gayard, analista de

tária – Anvisa, que exigem a adoção

Validação da ABL – Antibióticos do Bra-

e validação de programas de limpeza,

sil. “Tenho a impressão de que os guias

sobretudo em ambientes e equipa-

são pouco disseminados, mas vale a

mentos instalados nas áreas críticas

pena conhecê-los”, recomenda.

C

M

da produção de fármacos. O tema é abordado em normas reguladoras como a RDC 33/00 (Manipulação de Me-

Y

Rotina estabelecida

dicamentos em Farmácias) e a RDC

CM

MY

17/10 (Fabricação de Medicamentos).

Numa indústria farmacêutica, seg-

Esta última, que substituiu a antiga

mento que é referência no assunto, há

CMY

RDC 210 e passou a vigorar em abril

procedimentos de limpeza para pratica-

K

de 2010, é ainda mais específica quan-

mente todas as etapas de fabricação,

to a alguns aspectos que envolvem a

do fracionamento de matérias-primas

limpeza, especialmente em relação à

ao envase do produto. Uma rotina efi-

prevenção de contaminação cruzada

caz nesse sentido é fundamental para

e contaminação microbiana durante a

evitar situações de contaminação cru-

produção, temas que ganharam uma

zada envolvendo, por exemplo, prin-

seção inteira na nova resolução.

cípios ativos residuais de um lote anterior de medicamento; contaminação

Boas Práticas de Fabricação estão contempladas em procedimentos corporativos das indústrias e resoluções técnicas da Anvisa

com materiais ou compostos do próprio equipamento (peças e lubrificantes) e agentes ou acessórios de limpeza (como escovas e panos); e contaminação microbiológica pela existência de condições propícias para a instalação e proliferação de micro-organismos no ambiente ou nos equipamentos. Dado o impacto negativo que podem causar em caso de falhas, as rotinas de limpeza devem ser documentadas, validadas, acompanhadas

13

CY


Limpeza e reavaliadas sistematicamente. “A validação assegura a conformidade do processo em relação à legislação e a regulamentos técnicos, além de identificar e corrigir problemas que podem comprometer a segurança, eficácia ou a qualidade dos itens processados em um determinado equipamento ou no ambiente”, enfatiza Yves Gayard. Ele

A criação de um procedimento de limpeza deve começar com a revisão das práticas adotadas, para garantir a eficácia delas

de procedimentos bem definidos, o foco de atenção deve se concentrar no treinamento do operador e no estrito cumprimento por ele das instruções estabelecidas para a rotina de limpeza. Um programa adequado de limpeza deve levar em conta as características e materiais utilizados na construção dos equipamentos e utensílios. Min-

explica que o processo de validação da

gorance destaca a necessidade de se

rotina de limpeza varia de acordo com as características de cada aplicação e

de limpeza, que além de equipamen-

considerar a diversidade de produtos

instalação, mas é necessário estabe-

tos pode envolver também utensílios e

que podem entrar em contato com as

lecer parâmetros e metodologias que

superfícies (como chão, paredes, teto

várias partes do equipamento e a fun-

evidenciem a efetividade do procedi-

e bancadas) presentes no ambiente

ção deste no fluxo produtivo, para re-

mento seguido.

controlado, normalmente faz parte do

duzir o potencial de contaminação cru-

Relacionados

Plano Mestre de Validação – PMV, do-

zada. Ele defende que a capacidade de

à Garantia da Qualidade”, a Anvisa

cumento que possui abordagem mais

limpeza seja um dos critérios-chave no

recomenda que a criação de um pro-

ampla do processo produtivo.

projeto construtivo dos equipamentos.

Em

seus

“Guias

cedimento de limpeza comece com a

Jarbas Mingorance, autor de um

Além disso, aponta que o processo de

revisão de práticas adotadas. O docu-

detalhado artigo técnico sobre valida-

validação deve contemplar o regime de

mento, publicado em outubro de 2006

ção de limpeza, publicado pela Revista

utilização do equipamento, haja vista

e que possui um capítulo de 15 pági-

da SBCC, de maio/2005 (disponível

que os itens não-dedicados oferecem

nas dedicado a validação de limpeza,

para leitura no site www.sbcc.com.br),

maior potencial de contaminação cru-

registra que não é incomum as empre-

destaca que no caso dos equipamen-

zada que os dedicados.

sas perderem tempo elaborando me-

tos, que constituem um dos focos de

As características dos produtos pro-

todologias de detecção de resíduos e

atenção nas indústrias farmacêuticas,

cessados, a propósito, também influem

complexos planos de amostragem sem

dada a ampla automatização da produ-

na metodologia de limpeza dos equipa-

antes rever suas práticas e assegurar a

ção, um dos aspectos cruciais a serem

mentos, na definição dos critérios de

eficácia delas. Disponíveis para down-

considerados pelo programa de vali-

aceitação e nas técnicas de amostra-

load no site da agência, os guias apre-

dação é a caracterização da forma de

gens realizadas. Por isso, ao se esta-

sentam inclusive os principais pontos a

execução da limpeza, ou seja, se ela

belecer uma rotina de limpeza que seja

serem verificados em um procedimento

é feita automática, semiautomática ou

realmente funcional e eficaz, deve-se

de limpeza.

manualmente. Esse fator interfere em

considerar ainda se os produtos são de

Os principais cuidados, expressos

questões como controle e reprodutibi-

baixo ou alto risco, se a formulação é

nos guias da Anvisa, recaem sobre

lidade do processo, forma de coletar

estéril ou não, se a produção envolve

as áreas de contato com o ativo farma-

amostras e monitoramento da eficácia

sólidos ou líquidos e a solubilidade dos

cêutico, como superfície interna de re-

da limpeza.

ativos e excipientes.

atores, tanques, envasadoras, equipa-

A limpeza automatizada de um

mentos de embalagem primária e uten-

equipamento possui como grande van-

sílios de pesagem ou ainda superfícies

tagem o fato de apresentar resultados

que eventualmente possam ter contato

reprodutíveis. No entanto, a validação

com o produto, como selos, flanges, ei-

desse tipo de sistema também requer

Na prática, para facilitar a rotina

xos de mistura, ventiladores de estufas

evidências de que o ciclo é robusto e

de limpeza, pode-se agrupar algumas

e elementos de aquecimento.

eficiente sob um conjunto de condições

variáveis, como produtos envolvidos,

de operação. Na outra ponta, quando

equipamentos, procedimentos e agen-

O programa de validação da rotina

14

a limpeza é feita manualmente, além

Execução e efetividade


tes de sanitização empregados. Também não devem ficar de fora dos estudos que precedem o estabelecimento dos procedimentos considerações sobre os tipos de resíduo e sua remoção, seleção dos agentes sanitizantes (e a interação deles com as superfícies), o controle de contaminantes microbioló-

As características dos produtos processados influem na metodologia de limpeza e nas técnicas de amostragem

monitoramento direto da superfície e análise visual, neste caso em complemento aos demais testes amostrais realizados. As amostras colhidas podem passar também por uma extensa variedade de métodos para análise, alguns deles bastante complexos. A escolha

gicos e a frequência de execução da

do melhor método – que a propósito

limpeza.

também deve ser validado – depende

Para assegurar a efetividade da

de cada situação, podendo envolver

rotina de limpeza adotada, são impres-

o produto pemitem, por exemplo, esta-

análises de pH, condutividade, carbono

cindíveis ainda o estabelecimento de

belecer o nível de resíduos presentes.

orgânico total (TOC), análise gravimé-

técnicas de amostragem e métodos

Há uma diversidade de técnicas de

trica, titulação, cromatografia líquida de

analíticos, a determinação de limites, o

amostragem, todas elas com vanta-

alta performance (HPLC), espectrofo-

monitoramento pós-validação e a exis-

gens e desvantagens e selecionadas

tometria em ultravioleta (UV) e testes

tência de controle de mudanças, neste

de acordo com o tipo de resíduo e

“sucesso-falha”, por exemplo.

caso para ajustar os procedimentos a

equipamento envolvido. As técnicas

No final das contas, o que se pro-

alterações de processo.

mais comumente empregadas incluem

cura com esse conjunto de esforços e

Amostras das superfícies do equi-

“swab” (material utilizado para o es-

providências é manter uma rotina pa-

pamento que entram em contato com

fregaço), enxágue, uso de solvente,

dronizada, documentada, executada


Foto:Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo / Arquivo SBCC

Limpeza

Ambiente hospitalar: controle de infecções passa pelo estabelecimento de uma rígida rotina de limpeza de áreas críticas

estabelecidos devem levar a padrões mais elevados na rotina e execução da limpeza. Contribuem para isso a disseminação de normativas da ANVISA, como a RDC 48/00 (Roteiro de Inspeção do Programa de Controle de Infecção Hospitalar), em que as rotinas de limpeza das instalação são destaque.

Garantia de ar limpo Sistemas de condicionamento do ar, sempre presentes em ambientes controlados, também merecem aten-

com excelência por pessoal treina-

Com a experiência de quem acom-

ção especial para assegurar a limpeza

do, acompanhada por amostragens

panhou de perto a rotina de estabeleci-

do ambiente. Um bom projeto e uma

e testes analíticos sistemáticos que

mentos de saúde e a formação de no-

rotina de cuidados são essenciais. O

não deixem dúvidas de que a rotina

vos profissionais, ela conta que a ma-

aproveitamento dos recursos tecnoló-

de limpeza funciona de forma eficaz,

neira de os administradores e demais

gicos e a existência de um programa

dado que esse requisito impacta na

profissionais da área enxergarem os

sistemático de manutenções preventi-

qualidade de produtos processados e

cuidados com a limpeza mudou muito

va e corretiva são a chave da questão.

atividades realizadas em áreas que,

ao longo do tempo. “O que antes, mui-

De acordo com Eduardo Bonetti,

por definição, devem ser literalmente

tas vezes, era uma preocupação indivi-

diretor da Abecon, empresa dedicada

limpas e isentas de contaminações

dual tornou-se uma ação institucional,

a projetar e instalar sistemas de tra-

físicas, químicas ou microbiológicas.

cercada de maior rigor e responsabili-

tamento de ar, um bom projeto deve

dade dentro das instituições e de vigi-

atentar para três aspectos que facilitam

lância pelos órgãos externos, como a

a manutenção dos sistemas e conse-

ANVISA ou órgãos acreditadores”.

quentemente a qualidade e limpeza do

Ampliando a aplicação

O ponto fraco, na avaliação de Sue-

ar: a instalação de portas de inspeção

O esforço para definir sistemáticas

ly, continua sendo o treinamento e a

dos dutos em intervalos regulares; a

eficazes de limpeza de ambientes crí-

execução dos procedimentos. Segun-

adoção de manômetros que apontam

ticos vai além das indústrias. Em es-

do ela, o problema se agrava quando

a saturação dos filtros de ar; e a reali-

tabelecimentos de saúde, como hos-

as equipes responsáveis pela limpeza

zação da contagem periódica de partí-

pitais, os processos de limpeza estão

são terceirizadas e há alta rotatividade.

culas no ar fornecido às áreas limpas.

ligados a medidas para o controle de

“As instituições deveriam considerar

“Esses recursos são aliados no dia

contaminação e infecções. “Hoje em

mais firmemente a ideia de manter

a dia e facilitam as manutenções pre-

dia todas as instituições possuem pro-

equipes próprias e investir na formação

ventiva e corretiva, que deve ser reali-

cedimentos normatizados e buscam

e no acompanhamento para a realiza-

zado em intervalos de pelo menos seis

aprimorar suas rotinas”, testemunha

ção da limpeza em áreas críticas ou

meses por profissionais especializa-

a enfermeira Suely Itsuko Ciosak, pro-

então monitorar o treinamento, a exe-

dos”, diz Bonetti. A RDC 17 (art. 130) é

fessora associada do Departamento

cução e os produtos utilizados, consi-

explícita quanto à obrigação de projetar

de Enfermagem em Saúde Coletiva da

derando a sua concentração”, opina.

dutos de fácil limpeza e exige medidas

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP.

16

Suely avalia, no entanto, que as mudanças de atitude e os controles

para evitar contaminação e contaminação cruzada (art. 104 e 105).


Produtos da Armacell estão presentes nas obras

“Destaques do Ano Smacna Brasil 2010” Os produtos da Armacell estão presentes em 6 das 8 obras nacionais indicadas ao prêmio Destaques do Ano Smacna Brasil 2010. A presença da Armacell em praticamente todas as obras indicadas ao prêmio reafirma mais uma vez o seu pioneirismo bem como a qualidade de seus produtos. A preferência pelos produtos da Armacell é consequência da qualidade do seu atendimento e do consistente trabalho de relacionamento consolidado com nossos parceiros, entre eles representantes, distribuidores, revendedores e instaladores de sistemas de refrigeração e de ar condicionado. Armacell Brasil é uma empresa do grupo multinacional alemão Armacell, líder mundial na produção e fornecimento de isolamentos térmicos flexíveis Armaflex e que também oferece ao mercado sistemas de revestimento, produtos de proteção contra incêndio e atenuação acústica. Os produtos da empresa empregados nas instalações de ar condicionado e refrigeração, além de reduzirem perdas energéticas, previnem contra condensação, tem função acústica e atendem as exigentes normas internacionais. A Armacell se destaca por ser uma empresa que oferece aos seus parceiros uma estrutura diferenciada. Além de ser a única do setor com produção local, possui centro de distribuição no Nordeste e escritório comercial no maior centro financeiro do Brasil (São Paulo) e representantes atuantes em todas as regiões do país. Possui também representação na Argentina para atender as demandas de outras regiões da América Latina. Sobre a empresa Desde a sua criação, no final da década de 50, o Armaflex, primeiro isolamento térmico flexível em espuma elastomérica, se tornou a marca mais conhecida desse tipo de material em todo o mundo e estabeleceu as bases da indústria desse setor. A Armacell se tornou a principal provedora das inovações significativas no campo destes materiais. A Armacell está presente em 12 países e conta com 2,3 mil colaboradores no mundo todo. A empresa atua no mercado latino americano desde 1995. Em março de 2001 fundou a sua unidade no Brasil e, em 2002, iniciou a produção local para atender ao Brasil e Mercosul. Além de comercializar no mercado nacional os seus produtos fabricados na fábrica brasileira, a Armacell também importa e oferece aos seus clientes todos os outros produtos fabricados pelo grupo Armacell.

Escritório Comercial (11) 3146-2050 Fábrica (12) 3521-8000 Centro de Distribuição Nordeste (81) 3524-6846


Limpeza Processos de validação em debate A validação da rotina de limpeza

Um dos principais pontos de discus-

Os esquemas de validação neste

tem amplo destaque na literatura far-

são tem se dado em torno do resíduo

caso envolvem cálculos minuciosos.

macêutica internacional e frequente-

que sobra da limpeza do primeiro lote

“É necessário calcular a área interna

mente é abordada em seminários e ar-

e que é diluído no lote seguinte (acom-

dos equipamentos, alguns deles con-

tigos técnicos. “Parte dessa importân-

panhe ilustrações nesta página). Os

volutos, e isso representa uma me-

cia deve-se ao tratamento matemático

especialistas debatem o quão homogê-

mória de cálculo adicional, que pode

que a ciência farmacêutica conseguiu

nea é a diluição dos eventuais resíduos

trazer ‘sofisticação’ ou dúvidas sobre a

aplicar a esse processo, abrindo dis-

e se não seria mais adequado consi-

pertinência do modelo”, comenta Yves

cussões sobre os limites dos métodos

derar apenas o impacto nos primeiros

Gayard. O pacote de validação deve

adotados”, considera Yves Léon Marie

gramas do lote seguinte de produto, o

apresentar cálculos das fórmulas de

Gayard, analista de Validação da ABL.

qual carrearia todo o resíduo.

carreamento máximo, envolvendo pa-

MÁXIMO CARREAMENTO PERMITIDO (MAC)

LIMITE PARA SWAB

Máximo Carreamento Permitido (MAC)

Limite para SWAB

Equipamento em contato com os produtos Produto A

Resíduo aceitável do produto A

Resíduo aceitável do produto A

Produto B

3) Após limpeza

1) Lote inicial

2) Limpeza

3) Após limpeza

4) Lote seguinte Produto B Com o resíduo aceitável de A

Limite para Swab = MAC x

swab equip

MAC = Máximo carreamento aceitável do produto A no produto B

(máxima dose diária do produto B)

Limite para Enxágue

Máximo Permitido MÁXIMOCarreamento CARREAMENTO PERMITIDO (MAC)(MAC) 1 / N da mínima dose terapêutica pela abordagem pela abordagem 1 / N da mínima dose terapêutica

LIMITE PARA ENXÁGUE

Equipamento em contato com os produtos Produto A

Resíduo aceitável do produto A

MAC = Máximo carreamento aceitável do produto A no produto B swab = área swab equip = área do equipamento em contato com o produto

Água de enxágue

Produto B

Resíduo aceitável do produto A

2) Limpeza

1) Lote inicial

2) Limpeza

3) Após limpeza

Resíduo de água de enxágue

4) Lote seguinte

MAC = Máximo carreamento aceitável do produto A no produto B

MAC

1/

= = = =

=

1 .A B N MB

Ilustrações: ABL – Antibióticos do Brasil

18

Produto B Com o resíduo aceitável de A

mínima dose do produto A que se administra a um paciente requerendo o produto A diluição aceitável do resíduo de A em B menor tamanho de lote do produto B máxima dose diária do produto B para um paciente requerendo o produto B

3) Após limpeza

(máxima dose diária do produto B)

Limite para enxágue =

MAC V

MAC = Máximo carreamento aceitável do produto A no produto B V = Volume de água de enxágue


res de produtos (o que foi processado

a abordagem toxicológica. As regula-

animais ao ser humano – e seguran-

antes da limpeza e o que vem depois).

ções sugerem essa abordagem na falta

ça”, acrescenta.

“Também deve-se avaliar todas as

dos dados terapêuticos, ou seja, para

A parte analítica também gera con-

configurações, identificando quais pro-

produtos que não trazem bula com

siderações, pois os swabs ou enxágues

dutos são seguidos de quais durante a

doses mínimas e doses máximas (por

devem ser analisados e comparados

produção, o que costuma gerar plani-

exemplo: produtos intermediários). “Os

com os limites calculados. O método

lhas de cálculo com dezenas de linhas,

cálculos partem da dose letal (DL50)

(HPLC ou UV, por exemplo) deve ser

para conferir robustez ao pacote”, diz.

para passar pelo NOEL (No Observa-

definido e justificado. A porcentagem

A obrigação de incluir o critério de

ble Effect Level) e chegar ao ADI (Ac-

de recuperação pelo swab do resíduo

“visualmente limpo” também enseja

ceptable Daily Intake), o qual substitui

na superfície deve ser quantificada, e

discussões sobre os métodos de de-

a dose máxima nas fórmulas de limite

as auditorias esperam por testes nos

terminação quantitativa do resíduo

aceitável para o resíduo de limpeza”,

vários tipos de materiais que compõem

visualmente detectável. Os “Guias Re-

comenta o analista de Validação da

os equipamentos. A maioria dos guias

lacionados à Garantia da Qualidade”,

ABL. “Como na maioria dos casos o

e normas também recomenda que,

da Anvisa, fazem referência à adoção

resultado pela toxicologia permite uma

para produtos críticos, o limite aceitá-

de método nesse sentido para quando

quantidade bem maior de resíduos, os

vel seja “não detectável”, o que requer

o visualmente limpo é o único critério.

alvos de discussão são os fatores em-

avaliação da faixa de uso do método

píricos – de adequação do DL50 de

analítico.

Outra abordagem sujeita a debates:

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ensaios

Tema em evidência Voltados a verificar todos os parâmetros preestabelecidos para uma área limpa, os ensaios devem ser planejados desde a fase de projeto

Alberto Sarmento Paz

O

s Ensaios são uma etapa cru-

No projeto os profissionais têm

Um exemplo, apresentado por Mar-

cial na implantação das áreas

como avaliar os conceitos que estão

tin, é uma instalação que prevê um tre-

limpas. Sua importância está no fato

alinhados àquela instalação e, assim,

cho de duto para distribuir ar pela sala

de que são eles que atestam se todos

estabelecer quais os ensaios necessá-

limpa. Um dos parâmetros para obter

os parâmetros necessários para a pro-

rios, quando e onde serão realizados.

a classificação da sala é o número de

dução estão em conformidade com as

Apesar de ocorrer com menos frequên-

trocas de ar. Para obter esse número

especificações do projeto e os requisi-

cia do que no passado devido ao maior

é necessário medir a vazão de ar de

tos do usuário. “Portanto, fica evidente

contato entre as equipes de profissio-

insuflação, portanto, o projeto deve

a inclusão desse tema já na fase de

nais envolvidos em uma obra de área

prever espaço e condições suficientes

projeto”, comenta Célio Martin, diretor

limpa, incorreções podem gerar retra-

para fazer essa medição. “Ou seja,

técnico da SBCC.

balhos e quebra de cronograma.

não é apenas definir a medição a ser feita, mas também projetar de forma a não se criar barreiras para que essas medições sejam efetivamente realizadas. Voltando ao exemplo, se as bocas de ar estiverem mal posicionadas ou o registro estiver em uma área inacessível do forro a medição não será feita e, portanto, a sala não poderá operar, gerando prejuízos enormes”, observa Martin. Um grande desafio apontado pelos especialistas é que não há um roteiro único de ensaios para áreas limpas, pois eles devem atender às características de cada sala, definidas pelo processo industrial e pelo que vai ser

Ensaio de diferença de pressão entre salas classificadas

20

produzido naquele ambiente. O ensaio


Fotos: Luiz Pelegrini / Estúdio Ricardo Hara

Assim como em outros setores técnicos, o Brasil é suficientemente grande para abrigar desde as mais modernas inovações até instalações ainda não adaptadas aos padrões atuais de produção

SOLUÇÕES COMPLETAS PARA ARQUITETURA EM SALAS LIMPAS

inovações até instalações ainda não adaptadas aos padrões atuais de produção. De qualquer forma, no quesito ensaios, empresas e profissionais nacionais estão em igualdade de condições aos países mais desenvolvidos na prestação de serviços para a indústria farmacêutica e veterinária, segmentos que mais demandam áreas limpas

Ensaios de fluxo de ar

no Brasil. Dois indicadores garantem para contagem de partículas é aplicado

essa evolução: o regulatório e a nor-

em todas as áreas limpas, pois é ele

malização nacional (ANVISA – Agência

que determina a classificação, mas os

Nacional de Vigilância Sanitária, MAPA

ensaios de iluminância ou de ruído, por

– Ministério de Agricultura, Pecuária e

exemplo, são feitos se houver atividade

Abastecimento e ABNT – Associação

humana na sala, para gerar segurança

Brasileira de Normas Técnicas), que

e conforto ao operador.

têm se alinhado aos parâmetros adota-

Assim como em outros setores téc-

dos nos países mais industrializados, e

nicos, o Brasil é suficientemente grande

uma intensa troca de informações dos

para abrigar desde as mais modernas

peritos das empresas transnacionais

Ensaios ou testes?

Pass-Through Dânica: Interior arredondado proporcionando facilidade na limpeza.

PUR/PIR

Redução nos custos de seguros.

Os painéis Dânica atendem as exigências de GMP de acordo

Apesar de teste ser um termo mais

procedimento (testar uma lâmpada,

usual o correto é ensaio. Teste come-

por exemplo, é apertar interruptor de

çou a ser usado em função da tradução

liga-desliga), e tudo que envolve proce-

literal do inglês “test”, porém a ABNT

dimento – como são os realizados em

definiu que a terminologia teste deve

áreas limpas – devem ser chamados

ser usada para o que não envolve

de ensaios.

21

com as normas FDAe ANVISA.

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ensaios

Foto: Divulgação / Cristália

Não há um roteiro único de ensaios para áreas limpas, pois eles devem atender as características de cada sala classificada, definidas pelo processo industrial e pelo que vai ser produzido naquele ambiente

Teto com fluxo unidirecional em linha de produção da Cristália com os profissionais de ensaios nacio-

para definir parâmetros para segmentos

nais. “É comum o perito de uma grande

econômicos de atuação global, como

corporação vir ao Brasil para acompa-

forma de harmonizá-los (como é o caso

nhar o serviço de ensaio. Essa troca de

das áreas limpas para as indústrias

informação alavanca o conhecimento”,

farmacêutica e microeletrônica, entre

diz Martin.

outras). O ISO TC – Technical Commitee 209 é o que trata de salas limpas e

Normas técnicas

ambientes associados, nesse contexto foi criada a norma ISO 14.644, partes 1 a 10. “No Brasil, já foram publicadas

As normas para ensaios em áreas

da parte 1 a parte 7. Nas demais não há

limpas passam por um momento im-

participação de especialistas nacionais,

portante. Sempre há um esforço para

pois, para participar de qualquer dos

a melhoria contínua, porém o trabalho

grupos, é necessário que o país tenha

que está sendo desenvolvido no âmbito

um grupo técnico espelho. A SBCC

da ISO – International Organization for

mantém os Grupos de Trabalho de 1 a

Standardization devem provocar mu-

7 e, dessa forma, participa dos Working

danças expressivas nos próximos anos.

Groups de 1 a 7”, explica Elisa Kripper,

Antes de atualizar essa discussão,

diretora do Núcleo Científico da SBCC

vale recapitular como são desenvolvi-

Amostragem microbiológica

22

e representante da SBCC no WG 3.

das e validadas as normas no âmbito da

A ISO 14.644-3 trata de Ensaios em

ISO. Inicialmente, são formados grupos

Áreas Limpas e está em revisão, com

de trabalho com especialistas mundiais

duas reuniões já realizadas. A neces-


sidade de revisão se dá em função da evolução tecnológica, novos métodos de ensaios, novos parâmetros de produção, entre outros aspectos. Uma decisão já tomada é que a classificação de uma área limpa não será apenas por contagem de partículas em suspensão no ar, devem ser incorporadas classificação de limpeza do ar por concentração química e viáveis e classificação de

Na revisão em curso, já está definido que a parte 3 da norma 14.644 vai apresentar somente os ensaios chamados de suporte ou gerais

para sua classificação. É uma forma de simplificar o documento. E também porque são assuntos distintos, primeiro se avalia o desempenho da sala, com os ensaios de suporte, e depois classifica-se. É uma mudança conceitual bastante grande e que já está acordada entre os Working Groups 1, 3 e 10”, diz Elisa. Em linhas gerais, a mudança implica que o ensaio de contagem de partículas

limpeza de superfície por concentração

em suspensão no ar e contagem de par-

de partículas, química e viáveis, além

tículas em suspensão no ar para macro-

da classificação por nanopartículas. E

partículas serão transferidos para a ISO

podem aparecer outras mais no decor-

14.644-1 (e serão revisados pelo WG

rer do processo de revisão da norma,

ratura, velocidade, vazão, contenção,

1) e o ensaio de contagem de partícu-

em função do avanço da tecnologia e

etc). Os ensaios de classificação de

las ultrafinas em suspensão no ar será

do conhecimento.

áreas limpas serão tratados nas res-

incorporado pelo WG 10 em uma nova norma que irá tratar de nanopartículas.

Outra definição: a parte 3 vai apre-

pectivas partes da norma ISO para

sentar somente os ensaios chamados

classificação. “Assim, cada norma de

Um desafio dos WGs é estabelecer

de suporte ou gerais (pressão, tempe-

classificação vai incorporar ensaios

o consenso entre os participantes. As

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Elisa Krippner, diretora do Núcleo Científico da SBCC (segunda da dir. para a esq.), em reunião do WG 3 realizada em Londres para revisão da norma

• Contrato de Manutenção www.cacr.com.br • cacr@cacr.com.br

24

normas de áreas limpas atendem todas

Desse debate, Elisa reforça que o

as indústrias que se valem dessa tec-

Brasil hoje está na linha de frente nessa

nologia (microeletrônica, farmacêutica,

área. “Quando falamos com os técnicos

veterinária,

automobilísti-

relacionados à indústria farmacêutica

cas, de produtos hospitalares, etc) e

alimentos,

percebemos que procedimentos, docu-

a produção impacta diretamente no

mentação, protocolos e até os proble-

tipo de ensaio de classificação que

mas são muito semelhantes, indicando

determinada indústria deseja para seu

um total alinhamento do Brasil com o

negócio. Existem duas áreas de deba-

debate global”, conta.

te, os profissionais que representam o

Apesar dos debates estarem com

Extremo Oriente, voltados à indústria

algumas definições, a entrada em vigor

de microeletrônica, e os europeus, bra-

da norma deve demorar entre dois a

sileiros e norte-americanos, que atuam

quatro anos. Isso porque após o do-

na farmacêutica.

cumento estar aprovado por consenso

Elisa conta uma passagem in-

dentro do WG 3, ele será publicado

teressante que ilustra esse embate

para receber comentários internacio-

de ideias: durante duas reuniões os

nais. A primeira publicação para co-

asiáticos queriam tirar o método de

mentários internacionais será a versão

fotômetro como ensaio. “Se isso fosse

DIS (Draft Internacional Standard) e,

adiante geraria um problema no Brasil,

após atendidos os comentários da ver-

já que a ANVISA só reconhece esse

são DIS, haverá uma nova votação, já

ensaio. Então, se a ISO publica que

na versão FDIS (Final Draft Internacio-

só vale contador de partículas e não

nal Standard).

mais fotômetro teríamos que ou fazer

Após o consenso dos comentários

as duas coisas ou não atender um dos

da versão FDIS é que a norma será

órgãos. Portanto, como FDA, EMEA e

publicada. No Brasil, os comentários

ANVISA só reconhecem esse método

e a votação são feitos por meio da

ele foi mantido na norma.”

ABNT.

24


GT 3 SBCC: 10 anos de atividades O grupo nasceu após uma de-

de janeiro de 2001, quando foi criado

manda de conhecimento sobre as al-

oficialmente o GT 3, grupo espelho ao

terações que estavam ocorrendo, em

WG 3 da ISO, para atuar na parte 3 da

meados dos anos 2000, em torno das

norma ISO 14.644”, relembra Rocha.

normas sobre ensaios de qualificação de áreas limpas.

O trabalho inicial foi exatamente atuar em cima do draft da norma ISO

Quem conta essa história é Luiz

14.633-3, quase de forma simultânea

Antonio da Rocha, gerente de Enge-

à sua confecção pelo WG da ISO.

nharia da Nycomed Pharma, um dos

“Foi um grande desafio, pois tínhamos

integrantes da época da criação e

acesso às novidades e era possível

atual coordenador do GT 3 (Grupo de

antecipar os trabalhos, mas qualquer

Trabalho) da SBCC. “Em um intervalo

alteração no documento fazia com

de um seminário organizado pela en-

que perdêssemos o que já havia sido

tidade sobre introdução das técnicas

traduzido. Quando, em 2005, a norma

de salas limpas, perguntei a então

foi publicada, já tínhamos avançado

Delegada da SBCC na ABNT, Eliane

bastante em sua tradução. E, como re-

Bennett, sobre a questão de ensaios

sultado, em 2009, foi publicada a NBR

de qualificação em áreas limpas. Ela

ISO 14.644-3”, explica Rocha.

comentou que tinha acabado de re-

Nesses dez anos de trabalho, mais

ceber os documentos da ISO sobre a

de 40 colaboradores voluntários pas-

norma e que procurava alguém para

saram pelo grupo, e o novo desafio é

dar andamento a esse trabalho. Eu

acompanhar os trabalhos de revisão

aceitei o desafio de montar o GT e,

em andamento no âmbito da ISO,

com a ajuda de alguns profissionais,

cujas reuniões tiveram início em 2010.

fizemos uma lista de empresas que

O GT 3 já encaminhou seus comentá-

trabalhavam

de

rios para os debates sobre a revisão

área, fabricantes de equipamentos

da norma. Os interessados em partici-

ABSOLUTOS, FILTROS CARTUCHOS,

e de filtros e conseguimos organizar

par dos GT da SBCC devem entrar em

FILTROS DE ÁGUAS, ESTRUTURAS DE

a primeira reunião do grupo quatro

contato com a entidade, por meio do

FILTROS, SISTEMAS DE FILTRAGEM E SUAS

meses depois, exatamente no dia 17

e-mail sbcc@sbcc.com.br.

qualificação

FILTRAX DO BRASIL FABRICANTE DE FILTROS DE AR, FILTROS BOLSA, FILTROS

RESPECTIVAS ESTRUTURAS, FAN FILTER E FLUXOS LAMINARES. Foto: Gláucia Motta/Arquivo SBCC

com

Rosana Oliveira, Maurício Salomão, Wili Hoffmann, Célio Martin, Marco Duboc, Rinaldo Lúcio de Almeida e Luiz Antonio da Rocha. Palestrantes no seminário sobre Ensaios, organizado pela SBCC. GT 3 investe na disseminação do conhecimento

25

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Case: Alcard

Para eliminar riscos Alcard investe em área limpa para a produção de produtos descartáveis utilizados em cirurgias cardíacas com perfusão, chamadas também de “peito aberto”. O controle de contaminação é decisivo para garantir a segurança do paciente Alberto Sarmento Paz

E

m outubro, deve chegar ao

o sangue passa quando o paciente é

mercado nacional de produtos

Alcard. O kit é, basicamente, formado

submetido a uma cirurgia cardíaca de

hospitalares o kit de descartáveis

por um conjunto de tubos e cânulas

peito aberto, servindo como “ligação”

para serem utilizados em cirurgias

de plásticos atóxicos (principalmente

entre a máquina de circulação extra-

cardíacas com perfusão fabricado pela

PVC, policarbonato e acrílico) por onde

corpórea, o oxigenador (que substitui Fotos: Gláucia Motta

as funções do coração e do pulmão durante esse tipo de cirurgia cardíaca) e o paciente. A contaminação com algum particulado ou mesmo uma pequena bolha em algum dos tubos pode comprometer a segurança do paciente ou levar a equipe médica a avaliações incorretas. “Dessa forma, fica clara a importância do controle de contaminação na produção desse conjunto”, observa Fernanda Engbruch, gerente de Qualidade e Assuntos Regulatórios da Alcard, informando ainda que a determinação da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária para esses casos prevê a fabricação em ambientes ISO classe 8, conforme a ISO 14.644-1. “Nos produtos que devem ser implantados nos pacientes a exigência passa a ser ISO classe 7”, explica. A decisão de fabricar o kit de descartáveis foi tomada pela Alcard

26

Vista parcial da área de produção. Nas bancadas os kits são montados

quando a empresa – que atua na área


biomédica há três décadas – consolidou sua presença no fornecimento de máquinas de circulação extracorpórea. Estrategicamente era importante ampliar sua linha de produtos, oferecendo um portfólio mais completo (veja box histórico na pág. 32) e os estudos preliminares para a produção dos kits tiveram início efetivo há cerca de três anos, com a chegada do engenheiro Celso Doria Cintra, que já tinha

A contaminação com algum particulado ou mesmo uma pequena bolha no tubo pode comprometer a segurança do paciente ou levar a equipe médica a avaliações incorretas

contato com áreas limpas nos anos de 1990, quando atuou em uma empresa do mesmo segmento. A unidade de produção da Alcard tem dois andares, porém parte subs-

produção do kit de descartáveis. O

tancial do segundo andar era subapro-

primeiro passo foi investir na reforma

veitado com funções administrativas.

civil da área. “Alguns ajustes eram

Foi nesse espaço que se projetou

necessários, como a eliminação das

a área limpa destinada a abrigar a

grandes janelas, para não aumentar a

Porta de acesso à antessala que recebe as matérias-primas

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Case: Alcard carga térmica do sistema de condicionamento de ar, e perfeito alinhamento do sobrepiso, entre outras ações que tornaram a instalação da área limpa mais rápida e eficiente”, explica Cintra. Paralelo à reforma, ocorrida em grande parte no ano de 2009, as equipes de Engenharia e de Qualidade da Alcard tocaram a escolha do fornecedor de área limpa, a equalização de orçamentos e investiram em ampliar seus conhecimentos nessa tecnologia. “Além de ler mais artigos e resoluções sobre o tema, nesse período participa-

Área de estocagem. Não há acesso dos operadores as outras áreas classificadas

mos de todos os seminários da SBCC, que nos forneceu um panorama atualizado sobre áreas limpas e suas interrelações. Foi, sem dúvida, fundamental para melhor entendimento de todo o processo”, diz Fernanda Engbruch. No final de 2009, a Alcard selecionou a Swell Engenharia como a instaladora responsável pela obra. Segundo Cintra seria possível finalizar o processo em um tempo menor que o previsto. A empresa, porém, optou por tornar o mais detalhado possível a fase inicial do projeto (o projeto detalhado foi aprovado e as obras de área limpa tiveram início em outubro de 2010),

Cintra explica que as matérias-primas (plásticos) são produzidas em ambientes ISO classe 8 nos fornecedores

para evitar readequações e já prevendo futuras expansões, e, além disso,

ampliação da unidade de produção de

fez consultas regulares à ANVISA so-

correlatos, a agência precisaria acom-

bre a reforma, pois como se tratava de

panhar e validar as ações propostas.

Como se tratava de ampliação de uma unidade de correlatos, a ANVISA acompanhou e validou as ações propostas

28

A área de produção

A área limpa foi entregue em maio

Com investimento próximo a R$ 1

deste ano, passando posteriormente

milhão, incluindo instalações, equipa-

pelas fases de certificação e valida-

mentos e certificações, sendo que des-

ção. Em agosto, os primeiros lotes

se total 80% foi financiado via BNDES

de matérias-prima chegaram à pro-

– Banco Nacional de Desenvolvimento

dução e lotes-piloto foram produzidos

Econômico e Social, a unidade de

e validados entre agosto e setembro,

produção do conjunto de descartáveis

quando a área recebeu o start up para

ocupa uma área total de 180 metros

produção comercial. Nesse período

quadrados, divididos em quatro salas

também foram realizados todos os en-

principais (estoque, lavagem, produ-

saios de validação, como contagem de

ção e embalagem), vestiários e duas

partículas em repouso e em operação,

antecâmaras. Apesar do projeto prever

além da validação dos equipamentos.


A unidade de produção dos descartáveis consumiu investimentos de R$ 1 milhão e conta com 180 metros quadrados de área ISO classe 8

As matérias-primas ficam estocadas em espaço especial dedicado no andar superior. Vale lembrar que os tubos e componentes são produzidos em fornecedores também em área ISO classe 8 e chegam com dupla embalagem. “Os fornecedores, nesse caso, são verdadeiros parceiros. Sem a produção em área classificada, a perda de material seria muito grande e o processo de lavagem e validação das peças na nossa linha seria muito mais complexo”, explica Cintra. Por meio de um elevador exclusivo de cargas (existe outro elevador

Colagens de peças são feitas sob um exaustor

os ambientes com classificação ISO

de acesso à sala destinado apenas

classe 8, as áreas mais críticas (de

aos operadores), as matérias-primas

lavagem e produção) atingiram a clas-

chegam a uma antessala já na arqui-

sificação de ISO classe 7, na medição

tetura conceitual de área limpa (toda a

em operação.

unidade de produção conta com portas C

M

Y

CM

MY

CY CMY

K


Case: Alcard intertravadas separando os ambien-

Nesse ambiente, a garantia da qua-

ção; o acesso é unicamente por eleva-

tes). Após o descarregamento, elas

lidade faz a nova certificação dos lotes

dor, e não há passagem para as outras

seguem para a área limpa de estoque

de matérias-primas. O projeto previu

salas (existe porta que somente será

da produção (cerca de 34 metros qua-

que esse ambiente ficasse totalmente

aberta em caso de emergência). As

drados).

isolado do restante da área de produ-

matérias-primas sem as embalagens

Detalhe de uma caixa de passagem, que interliga a área de estoque à de produção. À direita, sistema de tratamento de água (osmose reversa) na área de lavagem de componentes

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primárias são encaminhadas via caixa de passagem para a área de lavagem, um ambiente de 19 metros quadrados. Nesse local, os operadores retiram a embalagem secundária dos tubos e componentes e fazem a lavagem com água purificada por osmose reversa. Após lavados, os componentes seguem para a efetiva área de produção. É nesse ambiente que os operadores vão cortá-los nas medidas exatas e

No total, cerca de 200 itens são manipulados na montagem dos três modelos de conjuntos descartáveis: adulto, pediátrico e infantil

montar os kits. No total, são cerca de

Finalmente, o conjunto montado segue para a área de embalagem, com cerca de 8 metros quadrados, também por meio de uma caixa de passagem. Antes de ser liberado para comercialização, o conjunto segue para uma empresa externa que fará a esterilização por meio de óxido de etileno. Retornando à Alcard, ele ficará em quarentena, e depois passará por conferência laboratorial, para posteriormente ser encaminhado à expedição.

200 itens manipulados na produção

O engenheiro da Alcard, Celso Cin-

para a montagem dos kits (são três

tra, informa que a unidade tem capaci-

modelos: adulto, pediátrico e infantil,

dade de produção de 1.000 kits / mês

seu uso varia de acordo com o peso

menos 2ºC) e, para evitar contamina-

por turno. “Inicialmente vamos começar

corpóreo do paciente). Para manter o

ção cruzada, há diferencial de pressão

com um único turno. Porém, no projeto

ambiente com conforto térmico para

entre as salas, sendo que o espaço

e na instalação já prevemos a possibili-

os operadores, toda a unidade traba-

mais crítico e, portanto, com a maior

dade de trabalhar em turnos, o que pode

lha com temperatura de 22ºC (mais ou

pressão, é exatamente a produção.

triplicar a capacidade de produção.”

Em nossos 15 anos, reafirmamos o compromisso de construir uma empresa cada vez mais HUMANIZADA. Humanizada nas relações com os colaboradores, sempre pautadas no desenvolvimento profissional e pessoal. Humanizada no relacionamento com nosso mercado, buscando cada vez mais a aproximação do cliente e das associações, para juntos desenvolver mais benefícios. Humanizada no respeito à sociedade e ao meio ambiente, sempre buscando diminuir os impactos na natureza, estimulando campanhas de preservação e conscientização ambiental. Tudo isso sem esquecer do respeito à qualidade e aos compromissos assumidos. Visite nosso stand na FEBRAVA 2011 J-25

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Case: Alcard

Um mercado em expansão A Alcard Indústria Mecânica foi

2000, apresentar sua linha própria de

fundada em 1981, por Roberto e Car-

produtos eletromédicos para uso em

los Engbruch, voltada à fabricação de

cirurgias cardíacas, tais como máqui-

componentes mecânicos (trocadores

na de circulação extracorpórea, mó-

de calor e peças metálicas usinadas)

dulo de cardioplegia, misturador de

hospitalares e a importância estratégi-

destinados às indústrias de produtos

gases, regulador de vácuo e suportes

ca de diversificar a linha de produtos,

para saúde. Com a consolidação

para descartáveis.

levaram a Alcard a investir para entrar no segmento de descartáveis para ci-

dessa etapa inicial, a empresa foi

A forte expansão do mercado na-

evoluindo até, em meados dos anos

cional de correlatos para aplicações

rurgias cardíacas de grande porte.

ma de condicionamento de ar adotado

ção da área em ISO classe 7, a partir

foi do tipo expansão direta, alicerçado

de pequenos ajustes). Dampers regu-

em uma unidade refrigeradora com

ladores de pressão de ar foram insta-

Ao avaliar a URS – Especificação

capacidade de 20 TR (toneladas de re-

lados nos dutos de insuflamento, retor-

e Requisitos do Usuário para a instala-

frigeração). O sistema é composto por

no e ar externo próximos da unidade

ção da área limpa, chamou a atenção,

uma unidade de tratamento de ar do

de tratamento de ar. Para controlar a

dentre os diversos itens apontados, a

tipo self modular com filtragem G3/F8,

vazão de insuflamento de ar, foi insta-

solicitação de maior visibilidade pos-

com vazão total de ar de insuflamento

lado um variador de frequência, a fim

sível para o ambiente de produção.

de 13.320 metros cúbicos por hora.

de compensar a saturação dos filtros

Sistema de climatização

“Dessa forma, optamos por um projeto

Foram também utilizadas caixas

de ar, garantindo assim os parâmetros

que contemplasse divisórias e portas

de filtro absoluto HEPA (H 13) termi-

estabelecidos quanto à classificação

de vidro na maior parte da obra”, ex-

nal em toda a área, independente das

das salas, que terão um mínimo de 20

plica Mario Carneiro, da Swell Enge-

áreas classificadas serem ISO 8 (esse

trocas/hora, inclusive na antecâmara

nharia. “Outro ponto importante foi já

tipo de instalação facilita a transforma-

que dá acesso ao monta-cargas.

prever futuras expansões”. Carneiro explica ainda que o siste-

Fernanda e Celso Cintra, atualização em seminários da SBCC ampliou conhecimento em áreas limpas

32

Ficha Técnica – Alcard Projeto e instalação da área limpa

Swell Engenharia

Instalação do sistema de ar condicionado

Swell Engenharia

Divisórias, portas, forros e caixas de passagem

Swell Engenharia

Caixas terminais e filtros

Trox

Unidades condensadoras e condicionadores

Trane

Dutos flexíveis

Multivac

Dutos e acessórios

Powermatic

Damper multipaletas

Comparco

Montagem do piso Fademac

Archfloor

Exaustor

Edivan Ribeiro

Bancadas e pias

Aços Macom

Vestimentas

Alsco

Sistema de Tratamento de Água

Siemens Water Technologies

Informações fornecidas pela Alcard


TROX DO BRASIL: há 35 anos uma forte referência no mercado brasileiro.

A TROX está completando 35 anos de Brasil. E pode dizer, orgulhosamente, que foi seguidamente uma referência em produtos, engenharia e suporte técnico. Inovou ao criar seus catálogos técnicos, estabelecendo padrões para projetos e instalações. Mostrou sua força criadora nos mais variados produtos:  quando no país ainda se falava em “bocas de ar”, sinalizou que existe engenharia de difusão;  estabeleceu parâmetros para a qualidade do ar em instalações de conforto e especiais, através de suas unidades de tratamento de ar;  desenvolveu a mais completa linha de filtros de ar, oferecendo alternativas confiáveis para as mais complexas aplicações;  difundiu fortemente o conceito de cabines de fluxo unidirecional;  foi pioneira em equipamentos e componentes para acústica nas mais diversas instalações;  revolucionou conceitos na climatização de ambientes com suas vigas frias. Mas nada disto teria sido possível sem a confiança e apoio de projetistas, instaladores e clientes finais. A eles a TROX agradece o lugar cativo que conquistou nas principais obras da engenharia brasileira.

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33


Ilha Temática SBCC – Áreas Limpas

Exposição para mais de 25 mil profissionais Entre os dias 20 e 23 de setembro,

fissionais. E, pela quinta edição con-

Na edição 2011 da FEBRAVA,

a SBCC vai participar da FEBRAVA –

secutiva, a entidade vai capitanear a

evento organizado a cada dois anos

Feira Internacional de Refrigeração,

Ilha Temática SBCC – Áreas Limpas,

pela ABRAVA, a Ilha Temática SBCC

Ar Condicionado, Ventilação, Aqueci-

um projeto que tem como objetivo

– Áreas Limpas vai apresentar, em

mento e Tratamento de Ar, realizada

ampliar os conhecimentos técnicos

seu espaço de cerca de 350 metros

no Centro de Exposições Imigrantes,

sobre esses ambientes, por meio de

quadrados, a Sala Limpa Itinerante

em São Paulo, que tem a previsão de

uma área classificada em operação

SBCC. Trata-se de um módulo com-

receber mais de 25 mil visitantes pro-

durante todos os dias do evento.

pacto desenvolvido por empresas

20/09

Palestra / Demonstração

14h20

Danfoss

Demonstração

14h35

Danfoss

Conversor de frequência dedicado em HVAC

14h50

Ecoquest

Descontaminação microbiológica de ambientes e superfícies através de foto-catalise heterogênea (peróxido de hidrogênio ionizado)

15h05

Microblau

Controle ambiental – monitoração da temperatura, umidade e pressão em áreas hospitalares e laboratoriais

17h20

Danfoss

Demonstração

17h35

Milaré

Qualidade do ar interno - ”climatização versus ventilação mecânica”

17h50

Swell

Sistemas de construção - arquitetura e ar condicionado para salas limpas

18h05

Veco

Critérios técnicos para seleção de filtros

21/09 14h10 14h20 14h45 15h00 15h15 17h00 17h20 17h45 18h00 18h15

Danfoss Mackenzie Vectus Danfoss Ecoquest Danfoss Mackenzie Microblau Milaré Swell

22/09

Palestra / Demonstração Demonstração Demonstração / Manipulação de colírios e injetáveis Contagem eletrônica de partículas em salas limpas Conversor de Frequência dedicado em HVAC Descontaminação microbiológica de ambientes e superfícies através de foto-catalise heterogênea (peróxido de hidrogênio ionizado) Demonstração Demonstração / Manipulação de colírios e injetáveis Controle ambiental – monitoração da temperatura, umidade e pressão em áreas hospitalares e laboratoriais Qualidade do ar interno - ”climatização versus ventilação mecânica” Sistemas de construção - arquitetura e ar condicionado para salas limpas

Danfoss

Demonstração

14h20

Mackenzie

Demonstração / Manipulação de colírios e injetáveis

14h45

Veco

Critérios técnicos para seleção de filtros

15h00

Vectus

Contagem eletrônica de partículas em salas limpas

15h15

Ecoquest

Descontaminação microbiológica de ambientes e superfícies através de foto-catalise heterogênea (peróxido de hidrogênio ionizado)

17h00

Danfoss

Demonstração

17h20

Mackenzie

Demonstração / Manipulação de colírios e injetáveis

17h45

Microblau

Controle Ambiental – Monitoração da Temperatura, Umidade e Pressão em áreas hospitalares e laboratoriais

18h00

Milaré

Qualidade do ar interno - ”climatização versus ventilação mecânica”

18h15

Danfoss

Conversor de frequência dedicado em HVAC

23/09

Palestra / Demonstração

14h30

Danfoss

Demonstração

14h45

Swell

Sistemas de construção - arquitetura e ar condicionado para salas limpas

15h00

Veco

Critérios técnicos para seleção de filtros

15h15

Vectus

Contagem eletrônica de partículas em salas limpas

15h20

Danfoss

Demonstração

17h45

Ecoquest

Descontaminação microbiológica de ambientes e superfícies através de foto-catalise heterogênea (peróxido de hidrogênio ionizado)

18h00

Microblau

Controle ambiental – monitoração da temperatura, umidade e pressão em áreas hospitalares e laboratoriais

18h15

Danfoss

Conversor de frequência dedicado em HVAC

Programação sujeita à alteração

34

Palestra / Demonstração

14h10


associadas da SBCC que permite expor área limpa em funcionamento em feiras e exposições. A Sala Limpa Itinerante tem cerca de 9 metros quadrados é composta por antecâmara (sem classificação) e sala principal (ISO classe 8), com UFR (unidade de filtragem refrigerada) mais condensadora e um fan filter com pré-filtro (fornecidos pela Veco). A arquitetura segue os padrões BPFs da indústria farmacêutica quanto à divisória, piso e teto, produtos esses montados e fornecidos pela Asmontec. As portas intertravadas, caixas de passagem e visores (também da

Planta da Ilha Temática

Asmontec) foram desenhados de forma a permitir total visualização de

Os alunos de Farmácia do Ma-

da entidade. “Sempre contamos com

seu interior pelos visitantes, que po-

ckenzie vão operar a área limpa nos

parceiros para que o objetivo de le-

derão acompanhar demonstrações

dias 21 e 22 de setembro, mostrando

var conhecimento ao maior número

de usuários durante o evento. Outras

as visitantes a manipulação de colí-

de profissionais que atuam direta ou

empresas presentes no projeto são:

rios e injetáveis. Além das demons-

indiretamente no controle de conta-

Microblau (sistemas para o controle

trações, a Ilha Temática vai oferecer

minação seja cumprido”, diz Luciana

de temperatura, umidade e pressão),

ao público palestras técnicas (veja

Kimi, da área de eventos da SBCC.

CPA (piso), Ecoquest (célula fotoca-

grade na página ao lado) e displays

Nesta edição, as empresas expo-

lítica para a produção de peróxido

distribuídos em seu espaço vão ex-

sitoras são: Abecon, Danfoss, Milaré,

de hidrogênio ionizado), Danfoss

por produtos e serviços de empre-

Swell, Suporte Universal e Vectus.

(variador de frequência) e Vectus

sas associadas que investiram para

Acompanhe na próxima edição co-

(contador de partículas).

viabilizar a participação institucional

bertura completa do evento.


notícias da SBCC Seminários SBCC atualizando o mercado Em agosto, a SBCC organizou mais dois seminários técnicos. O primeiro foi no dia 18 de agosto, em Curitiba, sobre Projeto de Salas Limpas. O evento visa introduzir conceitos relacionados à tecnologia de áreas limpas, envolvendo assuntos diversos, como normalização, construção, vestimentas, equipamentos, classificação, biocontaminação e seu controle. No total, foram nove palestras: O projeto no ciclo de vida do negócio, Especificações dos requisitos do usuário, Normas e regulamentos, Anteprojeto, Projetos Básicos, de Ar Condicionado, de Utilidades e de Áreas Limpas, Construção e Materiais e Alguns erros e armadilhas. As palestras foram ministradas por Orlando Azevedo (da Arcontemp, tam-

Célio S. Martin (coordenador dos seminários da SBCC) e os palestrantes do evento realizado no Instituto Butantan: Leonilton Tomaz Cleto, Celso Simões, Renato Hamilton, José Napoleão de Bem, Claudio Guidugli e Maurício Salomão

bém coordenador do evento), Fernando Britto (da Adriferco e membro

marcaram presença no evento des-

ção do sistema de ar-condicionado

do GT 4 da SBCC), Wili Hoffmann

tinado a discutir aspectos relacio-

contribui na segurança do ambiente

e Rinaldo Lúcio Almeida (da ABL

nados a certificação de ambientes,

hospitalar (ministrada por Maurício

Antibióticos e membro do GT 3 da

construção e comissionamento de

Salomão Rodrigues, da Somar En-

SBCC). Ao final, foram apresenta-

áreas hospitalares, definição de es-

genharia e coordenador do GT 53

dos também estudos de caso.

tratégia de controle de infecção em

da SBCC), Como elaborar uma es-

O evento contou com a presença

áreas limpas hospitalares, dentre

pecificação de requisitos de usuário

de cerca de 50 profissionais e foi or-

outros pontos. Voltado notadamente

para uma sala de cirurgia (Cláudio

ganizado no auditório do Centro de

aos administradores hospitalares e

Guidugli, BHP Engenharia), Con-

Treinamento do TecPar – Instituto de

profissionais envolvidos no controle

tribuição dos sistemas de filtragem

Tecnologia do Paraná. As empresas

de infecção, projeto e execução de

e distribuição de ar no controle de

patrocinadoras foram: CACR, Mass-

áreas limpas ou controladas em uni-

infecção hospitalar – fluxo unidire-

tin, Powermatic, Reintech, Isodur,

dades de saúde e hospitais, o evento

cional versus fluxo turbulento em

Camfil Farr, PWM Service, Frigobox,

contou com o patrocínio da CACR,

salas de cirurgia (Celso Simões

Sterilex, CCL Farma e Trox. Apoio:

Masstin, Reintech, Isodur, Camfil

Alexandre, Trox do Brasil), Opera-

ABRAVA, Sindratar-SP e TecPar.

Farr, Sterilex, CCL Farma, Micro-

ção e Manutenção em sistemas de

blau e Trox e o apoio da ABRAVA,

HVAC para ambientes hospitalares

Sindratar-SP e Instituto Butantan.

críticos (José Napoleão de Bem,

Em 25 de agosto, no Instituto Butantan, em São Paulo, foi a vez

36

do Seminário Controle de Infecção

A programação técnica apre-

Servtec Instalações), Unidades de

em Serviços de Assistência à Saú-

sentou os seguintes temas: Obje-

isolamento respiratório – a interface

de (EAS). Mais de 80 profissionais

tivos do GT 53 – Como a certifica-

da engenharia com o controle de


Fotos: Gláucia Motta

infecção hospitalar (Luciene Xavier

de contaminação – resultados prá-

dos Santos, Hospital Sírio-Libanês),

ticos (Renato Hamilton de Almeida,

Boas práticas para o controle de

Hospital do Coração) e Certificação

contaminação – resultados práticos

LEED – contribuição do comissio-

(Eliana Marques Reis Lisboa – Hos-

namento e ensaios para certificação

pital Sírio-Libanês), Tecnologia de

em áreas hospitalares (Leonilton

íons de plasma aplicada no controle

Tomaz Cleto, Yawatz Engenharia).

Eliana Marques Reis Lisboa (acima) e Luciene Xavier dos Santos (à esq.), ambos do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, apresentaram suas experiências no seminário


MERCADO A Mappel agora é uma multinacional francesa A ILEOS, empresa que conta

de fabricação de cosméticos e pro-

dos setores de cosmética e farma-

com 14 unidades de produção

dução de sachets para monodoses

cêutica, e lhe permitirá expandir sua

espalhadas pela Europa, Estados

e amostras, neste último, sendo a

presença internacional para uma

Unidos e China, e que registrou um

líder no mercado nacional.

área geográfica de alto potencial de

faturamento de € 275 milhões em

Após a integração da Mappel,

2010, assinou acordo de aquisição

a ILEOS contará com um fatura-

crescimento. As duas empresas possuem foco

de participação majoritária da Ma-

mento de cerca de € 300 milhões,

em terceirização, sempre com a

ppel, empresa com foco em tercei-

confirmando assim sua posição de

premissa de não possuírem marcas

rização, que atua nos segmentos

líder internacional em embalagem

próprias.

Atmen fecha parceria tecnológica para a comercialização de lâmpadas germicidas A Atmen anunciou que estabeleceu parceria tecnológica com a

tamento de ar em instalações de ar

bancadas para evitar a formação

condicionado.

de biofilme em trocadores de calor,

A American Violet que é pioneira

além de dispositivos para a insta-

Unidos, para a distribuição de lâm-

na aplicação da tecnologia UV-C em

lação em ambientes críticos como

padas UV-C e dispositivos para tra-

sistemas de tratamento de ar, recen-

centros cirúrgicos e salas limpas.

temente comemorou 50 anos de sua

“Acreditamos que a tecnologia UV-C

fundação. Por outro lado, a presen-

pode ser um grande diferencial no

ça da Atmen é recente no mercado

combate aos micro-organismos em

brasileiro, fabricando sistemas para

sistema de ar e, a experiência da

controle de contaminação, venti-

American Violet no mercado ameri-

ladores especiais e equipamentos

cano comprova isso. Agora, nosso

para áreas limpas.

grande desafio é divulgar ao merca-

Fotos: Divulgação / Atmen

American Ultraviolet, dos Estados

Segundo o gerente de projetos

do brasileiro a tecnologia e os seus

da Atmen, José Augusto Senatore,

benefícios concretos. Para isso, os

o foco inicial está na distribuição de

primeiros lotes de produtos já estão

painéis com lâmpadas germicidas

chegando”, afirmar Senatore.

para a montagem de dutos de ar,

A tecnologia UV-C para o tratamento do ar vem ganhando significativamente

destaque,

inclusive já existe um grupo de especialistas no comitê técnico da ISO estudando os benefícios e discutindo a elaboração de uma futura norma internacional sobre o assunto.

Aplicação das lâmpadas germicidas em trocadores de calor No detalhe, lâmpadas germicidas para montagem de dutos

38


Fotos: Divulgação / Powermatic

Powermatic comemora 15 anos como fabricante Em 25 de agosto, a Powermatic celebrou uma data importante: 15 anos como fabricante de dutos e acessórios. E, para marcar esse momento

especial,

a

empresa

apresentou ao mercado sua nova logomarca. A história da empresa, porém, remonta ao ano de 1985, quando seus fundadores, Ulrich

Evento comemorativo marcou também lançamento da nova logomarca

Schneider e Jeremias Demito, iniciaram a operação vendendo atuadores

canto e grampo, numa área de 250

crescendo e se internacionalizando.

pneumáticos. Outra data importante

metros quadrados. A produção de

Atualmente, a fábrica conta com

é quando Dílson Carreira entra na

dutos teve início em 1999, com uma

6.000 metros quadrados de área

empresa, com a saída de Jeremias,

obra de 100 toneladas de dutos flan-

construída. São 130 colaboradores

em 1990. A unidade industrial, loca-

geados com perfil para um laborató-

diretos e seus produtos chegam a

lizada em Brotas, no interior de São

rio farmacêutico.

países como Chile, Uruguai, Argen-

Paulo, iniciou a produção de perfil,

Desde então, a empresa vem

Seminário SBCC

Microbiologia Pontos Críticos Microbiológicos e Controle da Contaminação Microbiana em Áreas Limpas e Controladas Data: 26 e 27 de outubro de 2011 Local: Instituto Butantan, São Paulo – SP Coordenadora: Silvia Yuko Eguchi

mais informações: www.sbcc.com.br

tina, Cuba e Portugal.


MERCADO Trox comemora 100.000 filtros absolutos produzidos no Brasil Em 1977 a Trox Brasil, constatan-

em 1990, foi desenvolvida e constru-

do a forte demanda por produtos de

ída a primeira máquina para plissar

qualidade para o controle da conta-

os packs.

Steris anuncia aquisição da Sercon A Steris América Latina, empre-

minação, deu início à importação de

Seguindo o crescimento da Trox

sa subsidiária da norte-americana

filtros absolutos. O mercado exigia

Brasil, que sempre investiu para

Steris Corporation, pioneira no de-

não só qualidade, como também se-

atender as necessidades do mer-

senvolvimento de produtos nas áre-

gurança de fornecimento. Em função

cado, em 2002 era construída uma

as de esterilização e cirurgia, acaba

disto, em 1988 a Trox começou a fa-

área isolada e dedicada para a pro-

de adquirir a Sercon – uma das líde-

bricar os filtros absolutos (HEPA) em

dução dos filtros. Hoje, com alto grau

res no mercado de esterilização no

sua fábrica de Curitiba. “No início,

de automação, esta área conta com

Brasil. Esta é a primeira aquisição

era uma produção ainda pequena,

mais de uma dezena de funcioná-

da empresa em mercados emergen-

levada a cabo por uma equipe redu-

rios para atender a todo o mercado

tes, e tem como objetivo consolidar

zida”, lembra Emílio Guido Fusero,

latino americano, e comemora um

sua liderança nas Américas.

diretor de Fábrica. A necessidade

feito histórico: o seu filtro de número

mais uma vez levou a um avanço e,

100.000 produzido no Brasil.

Os investimentos da Steris nesta região, incluindo o valor da aquisição no Brasil, e todas as expansões programadas

para

os

próximos

cinco anos, ultrapassam o valor de US$ 50 milhões. A Steris Corporation, empresa criada há 115 anos, é pioneira no desenvolvimento de diversos produtos nas áreas de esterilização e cirurgia e atualmente conta com 5 mil colaboradores espalhados por suas 24 unidades de produção e escritórios comerciais ao redor do mundo. O faturamento do último ano fiscal foi de US$ 1,26

Equipe de produção da Trox Brasil, ladeando Marco Adolph, supervisor do Laboratório; Emílio Guido Fusero, diretor de Fábrica; e Júlio Cezar Marzinek, coordenador de Garantia da Qualidade (de camisas brancas), celebra o filtro absoluto 100 mil fabricado em Curitiba

bilhão. Com a compra da Sercon, a Steris Corporation passa a ter uma plataforma de produção e desenvolvimento de produtos direcionados ao mercado latino-americano. Por sua vez, a Sercon junta-se a um conglomerado de fábricas espalhadas em diversos países da Europa, Canadá e Estados Unidos que produzem soluções para as CMEs e centros cirúrgicos de hospitais de todo o mundo. A aquisição consolida a presença da empresa no mercado

40

40

latino-americano.





Associados SBCC EMPRESA

44

TEL.

EMPRESA

TEL.

ÁBACO Construtora Ltda. .................................................................. 62 3091-2131

Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica Ltda..................................... 11 4689-4500

Abili Assessoria Técnica e Tecnologia da Informação .......... 11 3283-4212

DHL DIAGNÓSTICA HOSPITALAR LTDA .................................................... 67 3318-0300

ABL ANTIBIÓTICOS DO BRASIL LTDA........................................................ 19 3872-9300

Diretriz Assessoria e Consultoria ................................................ 31 2555-0987

ABECON AR COND. E REFRIG.................................................................... 11 4345-4777

Divorse Divisórias e Comércio de Acessórios p/ Sala Limpa EPP.. 11 5524-5486

AC INTERCON SALAS LIMPAS ENG.INST. ESPECIAIS LTDA................... 11 3331-6576

Ecoquest do Brasil Com. e Serv. p/ Purif. de Ar e Água Ltda..... 11 3120-6353

AÇOR ENGENHARIA LTDA.......................................................................... 11 3731-6870

EMAC - ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO LTDA. ..................................... 31 2125-8500

Adriferco Engenharia e Consultoria Ltda. ............................... 11 3773-7274

EMPARCON - TESTES, AJUSTES E BALANC. S/C LTDA. ........................ 11 4654-3447

AEROGLASS BRASILEIRA S/A FIBRAS DE VIDRO ................................... 11 4616-0866

Emp. Paranaense de Climatização - EMPAC AR COND................... 41 3045-2700

AIR CLEAN CONT. CONTAM. AMB. S/C LTDA. .......................................... 19 3252-2677

Enfarma Consultoria em Engenharia Farmacêutica............... 21 2443-6917

Air Conditioning Total Service Ltda............................................... 11 3202-3344

Eng Clean Controle de Contaminações Ltda............................. 38 3221-7260

AIR NET COM. E SERV. DE AR COND. LTDA............................................. 11 2272-2465

ENGEFARMA CONSULT. E SERVIÇOS LTDA. ........................................... 21 2456-0792

AIR QUALITY ENGENHARIA LTDA.............................................................. 62 3224-2171

Engepharma Soluções Integradas ............................................... 11 9606-9466

AIR TIME AR CONDICIONADO LTDA.......................................................... 11 3115-3988

ENGINE COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.................................................... 27 3326-2770

Ala Administração e Multiserviços Ltda ..................................... 11 4668-5960

EQUATORIAL SISTEMAS............................................................................. 12 3949-9390

Albras Ind. e Com. de Equip. para. Laboratório Ltda................ 16 3635-5845

ERGO ENGENHARIA LTDA. ........................................................................ 11 3825-4730

Alcard Indústria Mêcanica Ltda. ..................................................... 11 2946-6406

Eurotherm Ltda. .................................................................................... 19 3112-5333

ALPHALAB COMERCIAL CIENTÍFICA.......................................................... 62 3285-6840

FAMAP - FARM. MANIP. PROD. PARENT. LTDA. ....................................... 31 3449-4700

ALSCO TOALHEIRO BRASIL LTDA.............................................................. 11 2198-1477

FARMÁCIA DERMACO LTDA. ...................................................................... 53 3232-9987

AMV Controle Ambiental...................................................................... 19 3387-4138

FARMOTERÁPICA PHYTON FORM. MAG. E OFIC. LTDA. ........................ 11 5181-3866

ANÁLISE CONSULTORIA E ENGENHARIA LTDA........................................ 11 5585-7811

FBM INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA..................................................... 62 3333-3500

APORTE NUTRICIONAL FARMÁCIA DE MANIP. LTDA............................... 31 3481-7071

FILAB CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO LTDA. ........................................ 19 3249-1475

Apsen Farmacêutica S/A........................................................................ 11 5645-5040

Filtex Montagens e Com. de Sis. e Comp. para Filt. Ltda........... 19 3229-0660

ARCONTEMP AR COND. ELÉTRICA LTDA.................................................. 17 3215-9100

FILTRACOM SIST. & COMPON. P/ FILTR. LTDA. ....................................... 19 3881-8000

ARDUTEC COM. INSTALAÇÕES E ASSESS. LTDA. .................................. 11 3731-2255

Filtrax do Brasil Ltda........................................................................... 11 4771-2777

ARMACELL BRASIL LTDA............................................................................ 12 3146-2050

Five Validação de Sistemas Computadorizados........................ 15 3411-5550

ARRUDA E LEFOL SAÚDE AMBIENTAL...................................................... 19 3845-2322

Focum DM Validação.............................................................................. 31 3476-7492

AS MONTEC ENG. CONSTR.COMÉRCIO LTDA......................................... 19 3846-1161

Fortemp Comércio e Representações ......................................... 71 3241-2004

ASTEPA REFRIGERAÇÃO Ltda.................................................................. 83 3341-5494

Fresenius Kabi Brasil............................................................................ 11 2504-1400

AT ENGENHARIA........................................................................................... 11 2642-7070

Fundação de Apoio á Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - EB.. 21 2410-6256

Atmen Indústria e Comércio de Equipamentos........................... 11 2936-8299

Fundação de Assis., Est. e Pesq. de Uberlândia (FAEPU) ......... 34 3218-2531

Atmosfera Gestão e Higienização de Têxteis ............................ 11 4588-5000

Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto.................................. 16 2101-9300

BARDUSCH ARREND. TÊXTEIS LTDA. ...................................................... 41 3382-2050

FUNDAMENT-AR CONS. ENG. PLANEJ. LTDA........................................... 11 3873-4445

Bioarplus Controle de Contaminação Ltda. ............................. 19 3887-1886

GABMED PRODUTOS ESPECÍFICOS LTDA............................................... 11 5181-2224

BIOCAMPO 2000 PRODUTOS BIOLÓGICOS LTDA. .................................. 21 3592-1002

GANUTRE - GAN RIO APOIO NUTRICIONAL LTDA. ................................. 21 2589-4763

Biocontrol Ltda...................................................................................... 31 3295-2522

GERLAB COMÉRCIO DE MÓVEIS EQUIP. LTDA........................................ 11 5579-5222

Bioquímica Suprimentos Analíticos................................................ 16 2138-6111

GILTEC LTDA. ............................................................................................... 11 5034-0972

Biosafe - Biossegurança do Brasil Ltda....................................... 11 3683-4448

GMP Pharma Consultoria ................................................................... 11 7737-3160

Biotec Solução Ambiental ................................................................. 12 3939-1803

GPAX Ltda.................................................................................................... 11 3285-0839

BONAIRE CLIMATÉCNICA LTDA. ................................................................ 11 3336-4999

H. Strattner & Cia Ltda......................................................................... 21 2121-1300

Braile Biomédica ..................................................................................... 17 2136-7000

HVACR Serviços Técnicos Ltda.......................................................... 21 2423-3913

BTU Condicionadores de Ar Ltda. ................................................... 19 3844-9700

HEATING & COOLING TECN. TÉRMICA LTDA............................................ 11

CACR ENG E INSTALAÇÕES ...................................................................... 11 5561-1454

HEXIS CIENTÍFICA LTDA. ............................................................................ 11 4589-2600

3931-9900

Camfil Farr Ind. Com. e Serviços de Filtros Brasil.................. 19 3837-3376

HITACHI - AR COND. DO BRASIL LTDA...................................................... 11 3549-2722

CARGIL AGRÍCOLA S/A................................................................................ 34 3218-5200

HOSP PHARMA MANIP. E SUPRIM. LTDA. ................................................ 11 2146-0600

CCL FARMA COM. DE PEÇAS E SERVIÇOS LTDA.................................... 19 3289-8397

INDUSCONSULT ENGENHARIA E ASSESSORIA INDUSTRIAL LTDA....... 11 5535-2782

CCP EXPORTEC PRODUTOS LTDA............................................................ 11 3834-3482

Induspox Pisos e Revestimentos Industriais ............................ 11 5050-1202

CEQNEP ....................................................................................................... 41 3027-8007

Instituto Oncológico de Ribeirão Preto .................................... 16 3623-2341

Certifique Soluções Integradas ................................................... 31 3386-5574

Ipanema Ind. Prod. Veterinários....................................................... 15 3281-9450

CLEAN SUL CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO.......................................... 51 3222-9060

ISODUR IND. COM. SERVIÇOS LTDA. ....................................................... 19 3272-6244

Clima Space Engenharia Térmica Ltda............................................ 19 3778-9410

Isorevest Ind Com Isolamentos Térmicos Ltda. ....................... 11 4824-2850

Climaplan Projetos Térmicos........................................................... 11 2068-9351

J G Pacheco Manu. e Comércio de Equip. Hospit......................... 68 3224-1468

CLIMAPRESS TECN. SIST. AR COND. LTDA.............................................. 11 2095-2700

Krieger Metalúrgica Ind. e Com. Ltda............................................ 47 3231-1311

CONAIR Comércio e Serviços Ltda. ................................................. 21 2609-4921

Laboar Com., Serviços e Repres. de Equip. Técnicos .............. 71 3326-6964

CONEXÃO SISTEMAS DE PROTESE LTDA. .............................................. 11 4652-0900

Laboratório Bio Vet ............................................................................. 11 4158-8231

Constarco Engenharia e Comércio Ltda. .................................... 11 3933-5000

LABORATÓRIO MATTOS E MATTOS........................................................... 21 2719-6868

Controlbio Assessoria Técnica Microbiológica S/S Ltda...... 11 3721-7760

Laboratório Químico e Farmacêutico Bergamo Ltda.............. 11 2187-0194

CPA Brasil Indústria e Comércio de Resinas Vegetais Ltda.. 11 3809-9804

LINTER FILTROS INDUSTRIAIS LTDA. ....................................................... 11 5643-4477

CRISTÁLIA PROD. QUÍM. E FARM. LTDA.................................................... 19 3863-9500

Litoral Ar Condicionado Ltda. ......................................................... 13 3317-2909

Danfoss do Brasil Ind. E Com. Ltda.................................................. 11 2135-5400

Maj Lab Com. e Manutenção de Equip. para Labo.Ltda.............. 41 3356-8420

Dânica Termoindustrial Brasil Ltda............................................... 11 3043-7891

MARCELO MENELAU CONSULTORIA......................................................... 81 3221-0907


Associados SBCC EMPRESA

TEL.

EMPRESA

TEL.

MASSTIN ENG INSTALAÇÃO LTDA............................................................. 11 4055-8550

Sala Limpa Serviços e Comércio....................................................... 21 3797-7474

MASTERPLAN ENGENHEIROS ASSOC. S/C LTDA. .................................. 11 5021-3911

Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda................................................... 11 4745-1000

MCQ Metrologia e Qualificação Ltda............................................. 31 3363-9000 MEKAL METALURGICA KADOW LTDA........................................................ 11 5641-7248 MERCOCLEAN IMP. EXP. COM. LTDA......................................................... 21 3795-0406 MICROBLAU AUTOMAÇÃO LTDA................................................................ 11 2884-2528 Milaré Sistemas de Exaustão Ltda. ME ......................................... 19 3452-1636 Millipore Indústria e Comércio Ltda.............................................. 11 4133-8700 MMR Indústria e Comércio de Máquinas Ltda.............................. 54 3286-5788

Sebraq - Serv. Bras. de Anál. Amb. Quím. e Biol. S/S Ltda.......... 43 3323-0700 Seccol Controle e Certificação.................................................... 62 3275-1272 SERVTEC INST. E SISTEMAS INTEGRADOS LTDA. ................................. 11 3660-9700 Sesimbra Consultores Independentes ........................................ 11

3511-1138

SIGMATERM ENG E IND. LTDA................................................................... 11 6693-5533 sistema comércio divisórias ltda.................................................... 11 2941-7115

MPW Higienização Têxtil LTDA. ........................................................... 19 3438-7127

Soclima Engenharia Ltda..................................................................... 81 3423-2500

MR QUALITY CLEANROOM SERVICES...................................................... 11 2443-2205

solepoxy IND. e comércio de resina ltda..................................... 19 3211-5050

MSA Projetos e Consultoria Ltda. ................................................. 71 3533-9900

SOLLO ENGENHARIA INSTALAÇÃO LTDA................................................. 11 6412-6563

MULTIVAC - MULTISTAR IND. COM. LTDA.................................................. 11 3835-6600

Somar Engenharia S/C Ltda................................................................. 11 3763-6964

MUNTERS BRASIL IND. E COM................................................................... 41 3317-5050

SPM ENGENHARIA S/S LTDA...................................................................... 51 3332-1188

MZ Engenharia e Consultoria .......................................................... 11 3628-3368 Neu Luft COM. E SERV. DE AR COND. LTDA.......................................... 11 5182-6375 NEXT CHALLENGE - ELECTROLUX LAUNDRY SYSTEMS....................... 11 3045-3413 Niccioli Engenharia .............................................................................. 16 3624-7512 Novo Horizonte Jacarépagua Imp. E Exp. Ltda............................. 21 3094-4400 Novo Ar Sistemas Ltda. ME ................................................................. 24 7835-6173 Nutrimed Serv. Méd. em Nut. Parenteral e Enteral Ltda........ 22 2733-1122 Nutrir Prestadora de Serviços Médicos Ltda........................... 91 3266-2800

Steq Comércio e Representações ................................................. 11 5181-5570 STERILEX CIENTÍFICA LTDA....................................................................... 11 2606-5349 Suporte Universal Acessórios de Ar Condicionado .............. 11 3971-9364 SWELL ENGENHARIA LTDA......................................................................... 12 3939-5854 Swissbras Chemical Ind. e Com. De Prod. Vet. Ltda................... 12 3201-8812 TARKETT FADEMAC..................................................................................... 11 3047-7200 TECHNILAB - CONTR. DE CONTAMINAÇÃO LTDA.................................... 19 3243-1265

NYCOMED PHARMA LTDA........................................................................... 19 3847-5577

Tecnolab Serviços e Com. de Equip. de Laborat........................ 71 3646-8555

PACHANE EQUIPAMENTOS PARA LAB. LTDA........................................... 19 3424-1423

TECNOVIDA - CLÍNICA DIETÉTICA.............................................................. 65

PDB FILTROS E SERVIÇOS INDUSTRIAIS LTDA....................................... 41 3383-5645

TEP - Tecnologia em Projetos de Engenharia Ltda.................. 12 3797-9475

PLANENRAC ENG. TÉRMICA S/C LTDA..................................................... 11 5011-0011

Térmica Brasil Comércio e Serviços Ltda.................................... 11 3666-2076

PLANEVALE PLANEJ. CONSULTORIA ....................................................... 12 3202-9888 Plasmetal Plásticos e Metais Ltda.................................................. 21 2580-2035 POWERMATIC DUTOS E ACESSÓRIOS LTDA........................................... 11 3044-2265 Preciso Metrologia e Qualidade Ltda........................................... 62 3280-3013 Previx HO Asses. e Consult.em Seg.do Trab. Ltda.-ME ............. 27 3337-1863 Próbio Produtos e Serviços Nutricionais Ltda........................ 67 3342-0203

623-6500

TESTO DO BRASIL INSTRUM. DE MEDIÇÃO LTDA................................... 19 3731-5800 Tpro Engenharia Ltda........................................................................... 11 4612-1997 Tosi Indústria e Comércio Ltda........................................................ 11 4529-8900 Traydus Climatização Ind e Com Ltda............................................. 11 4591-1605 TR-ILHA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ........................................................ 21 3451-8324

Processo Engenharia Ltda................................................................ 81 3426-7890

Triporvac Comércio Representações e Serviços Ltda.......... 11 3801-9595

Prudente Engenharia Ltda................................................................. 34 3235-4901

TROX DO BRASIL LTDA............................................................................... 11 3037-3900

PWM SERVICE TEC. COMERCIAL LTDA.................................................... 19 3243-2462

UNIÃO QUÍMICA FARM. NAC. S/A............................................................... 11 4662-7200

QUALITRONIC MANUTENÇÕES - ME ........................................................ 11 3481-2539

USP-REITORIA-SIBI-Faculdade de Engenharia de Alimentos..... 11 3091-1566

QUALYLAB CONSULTORIA FARMACÊUTICA ............................................ 62 3099-6636

VECOFLOW LTDA......................................................................................... 19 3787-3700

Quimis Aparelhos Científicos Ltda.................................................. 11 4055-9900

VECTUS IMPORTATUM INSTR. DE PRECISÃO LTDA................................ 11 5096-4654

RADNAI AR COND. PROJ. E CONSULT....................................................... 85 3268-3092 Refrin Refrigeração Industrial...................................................... 11 3941-1263 REINTECH I E P C C.................................................................................... 12 3933-8107 RLP ENGENHARIA E INST. LTDA................................................................ 11 3873-6553

VL fabricação de laboratórios – Grupo Vidy............................. 11 4787-3122 WEG Equipamentos Elétricos............................................................ 47 3276-6558 Yanntec Instrumentação Analítica Ltda. ..................................... 21 2489-7435

RM Revestimentos Miaki Ltda............................................................. 11 2164-4300

Para associar-se ligue: (12) 3922-9976 ou acesse sbcc@sbcc.com.br

RMS Tec. Com. e Serv. de Prod. Laboratoriais Ltda. ................ 21 2440-8781

Listagem atualizada em 30 de agosto de 2011

COMISSIONAMENTO E QUALIFICAÇÃO EM INSTALAÇÕES DE HVAC, INCLUINDO TAB, CONTAGEM DE PARTÍCULAS, TESTES EM FILTROS, CASCATA DE PRESSÃO, ENTRE OUTROS. COMISSIONAMENTO EM INSTALAÇÕES DE BMS CONFORME GAMP 4. SOMAR ENGENHARIA LTDA. Rua São Fidelis, 366 – sala 02 Jaguaré – São Paulo SP 05335-100 Fone: 11-3763-6964 • Fax: 11-3719-0932 e-mail: somar@somar-eng.com.br Site: www.somar-eng.com.br

45


artigo técnico

Projeto básico de salas limpas – Parte 1 Autor: Eng°. J. Fernando B. Britto, engenheiro mecânico,

J. Fernando B. Britto

sócio da Adriferco Engenharia, secretário do GEC-4 e membro do conselho editorial da Revista da SBCC Contato: adriferco@gmail.com

1. Projeto básico de salas limpas

mais adiante, utilizarmos esta compreensão no desenvolvimento de nossos projetos, é necessário primeiro entendermos o que são partículas.

1.1. O que é sala limpa? Segundo a definição dada na NBR 13413, sala limpa

Segundo o dicionário Aurélio, o termo “partícula” significa: parte muito pequena, corpo diminuto, corpúsculo.

é o ambiente no qual o suprimento e a distribuição do

Na física de partículas, uma partícula elementar é

ar, sua filtragem, os materiais de construção e procedi-

uma partícula da qual outras partículas maiores são

mentos de operação visam controlar as concentrações

compostas. Porém, com o nosso nível de conhecimento

de partículas em suspensão no ar, atendendo aos níveis

atual, verificamos através de experimentos físicos, que o

apropriados de limpeza conforme definido pelo usuário e

que considerávamos partículas elementares a menos de

de acordo com normas técnicas vigentes.

um século (átomos), se constituem de partículas menores

Atualmente, de forma a não apenas controlar, mas, acima de tudo, garantir continuamente a qualidade na

(prótons, neutrons e elétrons) e estes, por sua vez, são constituídos por partículas ainda menores (os quarks).

execução de diversas atividades industriais e de servi-

Pode chegar um momento em que tenhamos de

ços, várias atividades vêm demandando sua execução

mudar nossa atual forma de compreensão do universo,

em ambientes controlados.

para conseguirmos realmente definir o indivisível, ou

Isto não é mais uma necessidade apenas das áreas ligadas à nutrição e saúde (humana ou animal), tais como: alimentos & bebidas, medicamentos, cirurgia & tratamento médico, bancos de tecidos, etc.

simplesmente compreendamos que não há limites para a divisão. No caso das salas limpas, a definição dada para partícula pela norma NBR/ISO 14644: 2005 – Parte 4 é:

Diversos processos industriais, onde se requer alta precisão e garantia total da qualidade, tais como: micro-

3.7 partícula: Diminuta porção de matéria com

mecânica, microeletrônica, pintura, injeção e extrusão

limites físicos definidos.

de plásticos, ótica avançada, etc., também demandam salas limpas.

Como veremos mais adiante, não basta apenas definir uma quantidade mensurável de partículas, cabe ao

1.2. O que são partículas? Para podermos entender o que são salas limpas e,

46

usuário determinar que dimensões de partículas poderiam afetar seu processo, além de qualificá-las por tipo.


1.3. O que é contaminação por partículas e como ela afeta o processo? Segundo a definição dada no item 3.4 da NBR/ISO 14644: 2005 – Parte 4: 3.4 contaminante: Qualquer elemento, particulado ou não, molecular e biológico, que possa afetar adversamente o produto ou processo. Existem inúmeras formas pelas quais a contaminação por partículas podem afetar um processo, tais como: Reação química (oxidação, PH, reatividade) • Modificação de propriedades físicas: • Eletromagnéticas (condutividade, capacitância, etc.) • Ópticas (refração, difração, distorção cromática, etc.)

Figura 1 – Ambiente completamente selado

• Mecânicas (dureza, ductilidade, elasticidade, etc.) • Fluidodinâmicas (densidade, viscosidade, etc.) Modificação de propriedades farmacopéicas:

1.4. Quais partículas nos interessam?

• Toxidade

• Interação medicamentosa

ada e substituída pela ISO 14644-1) adotava o tamanho

•Degradação biológica

das partículas de interesse em 0,5 µm e definia as clas-

A antiga norma Federal Standard 209E (descontinu-

Seria economicamente inviável operar em ambientes

ses em função da concentração de partículas por unida-

completamente isentos de partículas. O mais próximo

de de volume (FT³), variando de 1, 10, 100, 1000, 10000

disso, seria operar no vácuo do espaço.

e 100000 partículas/pé³.

Para obtermos um ambiente totalmente isento de

Analisando sua sucessora da ISO ou sua equivalente

contaminantes (partículas), teríamos de operar em uma

brasileira, a norma NBR / ISO 14644, parte 1, veremos

câmara completamente selada, com vácuo absoluto e

que existe uma tabela que classifica os ambientes se-

sem entradas ou saídas, de forma a preservar o vácuo

gundo a quantidade e tamanho das partículas em sus-

(figura 1).

pensão no ar (tabela 1).

Tabela 1 - Classificação das Salas Limpas conforme NBR/ISO 14644-1 Tamanho das Partículas CLASSE

0,1 µm

0,2 µm

0,3 µm

0,5 µm

1,0 µm

5,0 µm

CL. 1

10

2

CL. 2

100

24

10

4

CL. 3

1.000

237

102

35

8

CL. 4

10.000

2.370

1.020

352

83

CL. 5

100.000

23.700

10.200

3.520

832

29

CL. 6

1.000.000

237.000

102.000

35.200

8.320

293

CL. 7

352.000

83.200

2.930

CL. 8

3.520.000

832.000

29.300

CL. 9

35.200.000

8.320.000

293.000

47


artigo técnico Tabela 2 - Número máximo de permitido de partículas/m³ EM repouso Grau 0,5-5,0 µm

EM OPERAÇÃO

Acima de 5,0 µm

0,5-5,0 µm

Acima de 5,0 µm

A

3 520

29

3 520

20

B

3 520

29

352 000

2 900

C

352 000

2 900

3 520 000

29 000

D

3 520 000

29 000

Não definido

Não definido

Concentração máxima de partículas segundo ANVISA – RDC 17 de 16/abr/2010

O que permitiu ao usuário a liberdade de especificar em sua RU (User Requiriments Specification) qual

Uma vez que não é viável construir ou operar em am-

o tamanho das partículas de interesse (que afetam seu

bientes completamente isentos e partículas, só nos resta

processo produtivo) e definir a classe (concentração má-

saber como lidar com estas partículas.

xima) desejada segundo este novo critério. Porém, como verificaremos mais adiante, diversos componentes das salas limpas, incluindo as próprias

Um bom ponto de partida é conhecermos quais são as principais fontes geradoras de partículas em uma sala limpa (figuras 2, 3, 4, e 5).

salas, são fontes geradoras de partículas. Então, veri-

As superfícies dos materiais de construção do

ficou-se que seria necessário se especificar também o

ambiente e das utilidades conectadas a ele, além das

estado ocupacional da sala em que se deseja observar

superfícies dos equipamentos de processo liberam cons-

a concentração especificada.

tantemente partículas de seus materiais constituintes,

Na indústria farmacêutica, as regulamentações atu-

além de partículas de inclusões, incrustação, pinturas e

ais e os guias BPF já prevêem esta necessidade e clas-

resíduos de lubrificantes e materiais de limpeza e sane-

sificam as áreas considerando simultaneamente dois

antes aplicados sobre as mesmas.

tamanhos de partículas e em dois diferentes estados

48

1.5. Fontes geradoras de partículas

Os próprios materiais processados nos ambientes

ocupacionais (tabela 2).

podem ser atomizados no ar, ficando em suspensão

Figura 2 – Materiais de Construção

Figura 3 - Equipamentos / Processo


Tabela 3 – Limites para Contaminação Microbiológica Placas de sedimentação (d= de 90mm) (UFC/4 horas)1

Placas de contato (d= 55mm) (UFC/placa)

Teste de contato das luvas (5 dedos) (UFC/luva)

Grau

Amostra do ar (UFC/m3)

A

<1

<1

<1

<1

B

10

5

5

5

C

100

50

25

D

200

100

50

Limites de contaminação microbiológica segundo ANVISA – RDC 17 de 16/abr/2010 ou se depositando nas superfícies expostas, podendo

bastando uma limpeza adequada após o processamento

tornarem-se novas inclusões ou incrustações ou ainda

para impedir a contaminação do processo subseqüente.

voltar a serem liberadas no ar, aumentando sua concentração de partículas em suspensão.

Os ocupantes e sistema de tratamento de ar por sua vez, carregam para o interior do ambiente e lá liberam

No primeiro caso, o tipo, tamanho e emissividade

diversos tipos de partículas, de tamanhos, origens e

podem ser facilmente mensurados e controlados, tor-

natureza diferentes e praticamente impossíveis de se

nando-se conhecidos, o que facilita seu controle.

determinar.

Uma escolha correta dos materiais, com acaba-

Além disso, embora não sejam as únicas fontes, a

mentos superficiais e resistência mecânica e química

maior parte do material particulado de origem biológica

adequadas, costuma ser suficiente para controlar estas

(viáveis ou não-viáveis) em suspensão no ar se origina

fontes, embora não seja possível eliminá-las.

destas duas últimas fontes.

No segundo caso, embora partículas do produto pos-

Partículas viáveis são aquelas capazes de se repro-

sam aumentar momentaneamente (durante o proces-

duzirem e as não-viáveis são consideradas inertes,

samento) a concentração de partículas em suspensão,

muito embora os vírus, príons e endotoxinas se en-

como estas já fazem parte do produto final, na maior

contrem no grupo de não viáveis.

parte dos casos, não são consideradas contaminantes,

A RDC-17 de 16/abr/2010 da ANVISA fornece uma

Figura 4 – Ocupantes

Figura 5 - Sistema de Tratamento de ar

49


artigo técnico tabela de limites para contaminação microbiológica, in-

do processo, incluindo sua execução, e o termo “design”

dicada na tabela 3.

que é utilizado com significado efetivo da parte conceitual do “projeto”.

Nota Veja mais informações relativas à Classificação de Áreas Limpas no artigo publicado na edição 44 da Revista SBCC

Segundo a definição dada pelo dicionário Aurélio o termo “projeto” significa: “Ideia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro” E indica como sinônimos as palavras:

1.6. A importância do sistema de tratamento de ar Como a classificação das salas limpas é feita especificamente com base na concentração de partículas totais (viáveis e não-viáveis) em suspensão no ar de cada

“plano”, “intento” e “desígnio” Do ponto de vista da arquitetura, o referido dicionário identifica o termo como: “Plano geral de uma edificação”

ambiente, baseado em ensaios com medição controlada

A norma ABNT - NBR 13531: 1995 – “Elaboração de

em um número de pontos pré-determinado ao longo das

Projetos de Edificações – Atividades Técnicas” indica as

salas, podemos afirmar que a classe do ambiente será

diferentes etapas que constituem o projeto, sendo des-

definida por seu sistema de tratamento de ar.

tacadas na ABNT NBR/ISO 14644-4 – “Salas Limpas e Ambientes Controlados Associados – Parte: 4 - Projeto, Construção e Partida” as etapas “ante-projeto”, “projeto básico” e “projeto executivo”, indicando o “projeto” como uma etapa de planejamento, anterior às etapas de construção e partida da instalação. 2.1.1. Ante-Projeto A etapa de Ante-Projeto é definida na NBR 13531: 1995 como: “Etapa da execução do projeto na qual se definem os conceitos a serem empregados no processo, representando-os graficamente, em caráter preliminar, de forma a permitir a análise de viabilidade técnica e financeira

Figura 6 – Contagem de Partículas em uma sala Limpa

do empreendimento, dentro de uma faixa de tolerância aceitável.”

Veja mais informações relativas à Qualificação de

Na prática, isto significa que o Ante-Projeto, também

um programa de Monitoramento Ambiental – seleção

conhecido como Projeto Conceitual, tem por objetivo

/ justificativa dos locais de amostragem, no artigo

proporcionar uma análise preliminar da instalação, sem

publicado pela Dr. Scott Sutton, na edição 43 da Re-

a realização de aportes financeiros significativos, limitan-

vista SBCC.

do-se à elaboração de diagramas, fluxogramas, leiautes e planilhas preliminares, para permitir uma análise de

2.Projeto básico de salas limpas

viabilidade físico-financeira do empreendimento. Nesta etapa são efetuados apenas dimensionamentos parciais, com base em conhecimentos prévios ou

2.1. O que é projeto? Existe certa confusão no mercado entre o termo

projetos semelhantes, sem quaisquer detalhamentos significativos ou elaboração de memoriais de cálculos.

“projeto” e sua implementação, ou seja, “a execução do projeto”. Em parte isto decorre de uma tradução incorreta do termo “project” vindo do inglês, que se refere à totalidade

50

2.1.2. Projeto Básico A etapa de Projeto Básico é definida na NBR 13531: 1995 como:


Etapa opcional destinada à concepção e à represen-

2.1.3. Projeto para Execução

tação das informações da edificação e de seus elemen-

A etapa de Projeto para Execução é definida na NBR

tos, instalações e componentes, ainda não completas ou

13531: 1995 como:

definitivas, mas consideradas compatíveis com os pro-

Etapa destinada à concepção final e à representa-

jetos básicos das atividades necessárias e suficientes à

ção final das informações técnicas da edificação e de

licitação (contratação) dos serviços de obra correspon-

seus elementos, instalações e componentes, comple-

dentes.

tas, definitivas, necessárias e suficientes à licitação

Na prática, esta é a etapa do projeto em que se apli-

(contratação) e à execução dos serviços de obra cor-

cam os conceitos previstos no Ante-Projeto para atender

respondentes.

aos Requisitos do Usuário.

Seguindo-se a definição dada pela norma, esta seria

É durante o desenvolvimento desta etapa em que

efetivamente a etapa utilizada na licitação.

realmente são elaborados os fluxogramas e memoriais

Contudo, uma vez que o objetivo final da licitação é

de cálculos que permitirão os dimensionamentos dos

obter uma solução adequada (capaz de alcançar os ob-

componentes e a seleção dos equipamentos que serão

jetivos do projeto), pela melhor oferta obtida no mercado

efetivamente instalados.

e, deste modo, não se tem completo domínio da solução

O objetivo primordial do Projeto Básico é dimensio-

que será efetivamente fornecida, atualmente, o mercado

nar e especificar os equipamentos, materiais e serviços

tende a efetuar a licitação com o conteúdo indicado no

a serem empregados na instalação, além de fornecer

projeto básico, deixando a elaboração do “Projeto para

subsídios para sua quantificação, aquisição, gerencia-

Execução” e de sua revisão “Como Construído”, a cargo

mento de instalação e certificação.

da empresa contratada para execução das instalações. anuncio_revista_solepoxy.pdf

1

28/01/2011

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artigo técnico 2.1.4. A Importância do Projeto Básico

contenções empregadas, devem ser elaborados Pro-

É com base na documentação gerada durante a

cedimentos Operacionais Padrão (POPs) adequados,

etapa de projeto básico que serão adquiridos todos os

os quais devem levar em consideração além de todos

equipamentos e contratadas todas as instalações, além

os itens acima, as condições operacionais em que são

de serem gerados todos os protocolos de ensaios de

realizados cada processo, bem como a sequência das

aceitação FAT (Factory Acceptance Test) / SAT (Site Ac-

operações, o pessoal e a matéria-prima envolvidos e os

ceptance Test), de comissionamento e de qualificação.

processos de limpeza, saneamento e manutenção.

É com base nele que são efetivamente indicados os critérios de aceitação de todas as partes da instalação.

Por este motivo, é recomendado que durante a provação final do projeto, também sejam consultadas as

Deste modo, atualmente, o Projeto Básico se tornou

equipes de operação, limpeza e de manutenção, sob

um componente essencial tanto para a realização da

pena de não ser possível a reprodução das condições

concorrência, quanto para o pacote de validação, não

internas requeridas nos ambientes em função da falta de

podendo mais ser considerado como item opcional,

ergonomia na operação ou da impossibilidade de acesso

como preconizado pela norma em 1995.

adequado para limpeza e manutenção.

2.1.5. Objetivo do Projeto Básico

Não basta caber no ambiente, tem que ser

O projeto básico tem três objetivos principais:

prevista ergonomia e acessibilidade adequadas

Definição dos sistemas

à cada operação.

Especificação dos equipamentos e materiais Dimensionamentos das instalações

As figuras 7a e 7b apresentam alguns exemplos de contenções por meio de enclausuramento dos equipa-

Porém, deve ser levado em consideração o modo

mento de processo.

“como se controlará a concentração de partículas em

Isto permite isolar as áreas “técnicas” dos equipa-

suspensão no ar” para se alcançar cada um destes ob-

mentos, geralmente repletas de componentes e disposi-

jetivos e atingir o objetivo final do empreendimento que é

tivos de difícil limpeza, geradores ou possíveis depósitos

uma sala limpa plenamente funcional e com resultados

de partículas.

facilmente reproduzíveis.

Adicionalmente, estas contenções permitem a uti-

Para isso, devem ser cuidadosamente especificados

lização de acabamentos “menos nobres” e significati-

os materiais empregados nas instalações e as metodolo-

vamente menos dispendiosos, uma vez que estes não

gias de contenção adotadas para minimizar a geração de

se encontram nas áreas limpas, o que não implica em

particulado de cada fonte, conforme indicado na tabela 4.

qualquer perda de qualidade inerente às funções para as

Cabe lembrar que, independentemente de quaisquer

quais são empregados.

Tabela 4 – Contenções para o controle da emissão de partículas

52

Fontes

Contenções

Material de Construção

Materiais e acabamentos apropriados.

Leiaute

Circulação e acessos adequados. Barreiras Físicas (Contenções). Ergonomia. Manutenção.

Ocupação

Treinamento contínuo e vestimentas apropriadas

Processo

Enclausuramento / Contenção

Ar Condicionado

Componentes e filtragem adequados. Contenções.


Figura 7 a Por exemplo: Se instalássemos um cavalete de condensado da

Figura 7 b Para que isso seja possível o projetista deve ter em mente as seguintes necessidades:

saída da camisa de um reator diretamente na sala lim-

Conferir o documento de Especificações de Requisi-

pa, este necessitaria possuir material e acabamento

tos do Usuário e se certificar de que está contemplan-

semelhante ao escolhido para a parte externa do reator.

do todas as solicitações previstas neste documento.

Supondo que o acabamento externo do reator fosse

As informações contidas no Ante-Projeto só devem

executado em inox AISI 316L eletropolido, teríamos de

ser utilizadas como referência, pois são apenas es-

adotar o mesmo material para as válvulas e o purgador

timativas baseadas em experiências anteriores ou

de condensado.

projetos similares e não necessariamente atendem

Ao enclausurarmos o cavalete de condensado, po-

as necessidades atuais.

deríamos utilizar válvulas em aço-carbono e purgador

Devem ser verificadas as dimensões de todos os

em ferro fundido, pois não estariam no mesmo ambiente,

equipamentos, salas, corredores de acesso, es-

não impactando mais o processo.

cadas, elevadores e planejadas as rotas de fuga.

2.1.6. Pré-Requisitos do Projeto Básico

equipamentos de médio e grande porte, para

Lembrar de prever as rotas de acesso para os São pré-requisitos para execução do Projeto Básico:

evitar ter que efetuar demolições e recomposi-

Qualificação e interatividade da equipe

ções

Pesquisa e atualização dos processos

Uma boa prática é a instalação de painéis de fecha-

Avaliação de alternativas

mento removíveis, para permitir também acessos

Consultas aos usuários e à manutenção

para futuras manutenções, reposicionamento ou re-

quando

estes

equipamentos

chegarem.

moções dos equipamentos.

3. Consolidando o leiaute

Deve-se ter como meta principal a eliminação completa de cruzamentos dos fluxos de pessoal, material, embalagens e descarte.

O primeiro passo para permitir a execução de todas

Também é importante se ter em mente que não existe

as demais interfaces do projeto básico é a consolidação

um leiaute ideal. Sempre existirão pontos fortes e fracos

do leiaute.

em cada nova solução encontrada.

53


artigo técnico Poderíamos avaliar um grande número de opções de

que se encontram e, se pensarmos apenas nas áreas

leiaute e, geralmente, acabaríamos repetindo várias par-

de processamento, isto se reduzirá para apenas 10% a

tes de diversas destas soluções ao longo do processo.

15% do total.

Contudo, avaliar um grande número de propostas

O espaço restante do edifício é destinado para a

de leiaute pode ser muito custoso, não só em termos de

alocação de equipamentos auxiliares do processo, além

recursos financeiros, como também em termos de recur-

de outros utilizados para geração de utilidades e fluidos

sos físicos.

de processo e, principalmente para os equipamentos e

Um estudo que parece nunca ter fim desgasta sua

dutos dos sistemas de tratamento de ar.

equipe e acaba por eliminar quaisquer chances de inovação, uma vez que todas as possíveis propostas inovadoras apresentadas anteriormente foram sistematicamente

Lembre-se: o leiaute só permanece imutável até que alguém resolva modificá-lo.

rejeitadas. Nota: Veja mais informações relativas ao leiaute nos Não empreenda esforços, muitas vezes

artigos “Considerações sobre leiaute e fluxos de

infrutíferos, tentando reinventar a roda (ou algo

pessoal, matérias-primas e produtos acabados” e

cuja solução já existe). Mas jamais perca uma

“Considerações sobre Análise de Interferências”, pu-

oportunidade de deixá-la mais fácil de usar

blicados na edição 37 da Revista SBCC.

(ou mais adequada às suas necessidades). 3.1. Como a cascata de pressões afeta o leiaute? Conte sempre com a experiência prática dos usu-

A NBR/ISO 14644: 2005 – Parte 4, Anexo A, item

ários e das equipes de manutenção e limpeza. Afinal,

A.5, faz uma breve introdução sobre os “Conceitos para

são eles os responsáveis pelo dia-a-dia dos processos

conseguir segregação de salas e zonas limpas”.

existentes e podem ter sugestões ou críticas valiosas so-

O subitem A.5.1 preconiza que:

bre o processo, que permitirão ganhos de produtividade que, muitas vezes, não conseguem ser visualizadas pela

Um conjunto de salas limpas pode consistir de

engenharia.

várias salas com diferentes exigências para o

De acordo com o item D.1.3 “Áreas de apoio e salas

controle da contaminação. O objetivo do

limpas adjacentes”, do Anexo D, da NBR/ISO 14644:

arranjo das salas pode ser o de proteger

2005 – Parte 4, é necessário:

o produto ou processo, ou conter o produto e, em alguns casos, uma

Devem-se levar em consideração a localização

combinação destes requisitos. Com o intuito de

e integração das áreas de apoio, tais como as

proteger salas limpas contra contaminação

instalações de serviços e utilidades, de limpeza,

proveniente de ambientes adjacentes

de preparação, de banheiro e descanso, de

menos limpos, a sala limpa deve ser mantida

maneira a evitar comprometer as condições

em uma pressão estática maior do que

críticas mantidas no interior das salas limpas.

a dos ambientes adjacentes,ou então, estabelecendo um controle da velocidade do

Isto inclui também os escritórios de supervisão, salas

ar através das aberturas de passagem entre

de controle em processo, oficinas avançadas de manu-

os ambientes, fluindo do mais limpo para o menos

tenção, depósitos de materiais de limpeza e saneantes,

limpo. O inverso pode ser aplicado para conter riscos.

casas de máquinas e “shafts” de utilidades, salas de

Em ambos os casos, uma barreira física

CCM, tranformadores e geradores, áreas de circulação,

impermeável pode ser usada como alternativa.

ante-câmaras, vestiários, entreforros (acessíveis e caminháveis), escadas e passarelas, etc. Normalmente, as áreas limpas (controladas ou classificadas) ocupam apenas 30% a 50% dos edifícios em

54

O subitem A.5.3 “Conceito de pressão diferencial (alta pressão diferencial, baixo fluxo de ar)”, da NBR/ISO 14644: 2005 – Parte 4, recomenda:


A pressão diferencial entre salas ou zonas limpas

NBR/ISO 14644: 2005 – Parte 4 recomenda que o nú-

adjacentes, de diferentes níveis de limpeza, deve

mero de aberturas de comunicação entre a sala limpa

permanecer normalmente na faixa de 5 Pa a 20 Pa,

e o exterior, ou áreas adjacentes, deve ser minimizado,

para permitir que as portas possam ser abertas e

e indica a necessidade do uso de antecâmaras (item

evitar contrafluxos indesejáveis devidos à turbulência.

D.2.2), saídas de emergência (item D.2.3) e vestiários (item D.2.4).

Já a TRS 937 da OMS (Organização Mundial da

Em outras palavras, o leiaute da área produtiva deve-

Saúde) recomenda um diferencial de pressão entre am-

rá prever o mínimo possível de comunicações entre as

bientes na faixa de 5 Pa e 20 Pa, independentemente de

salas limpas e as áreas adjacentes, instalando antecâ-

sua classificação.

maras e vestiários para acesso às áreas limpas e prote-

No caso do anexo 1§53 da EC GMP, a recomenda-

gendo as passagens por meio da cascata de pressões,

ção é de que se mantenha um diferencial de 10 Pa a 15

além de prever espaço adicional para as áreas de apoio

Pa quando os ambientes possuem classes diferentes, podendo ser reduzido para 5 a 10 Pa se os ambientes

3.1.1. Qual o efeito dos diferenciais de pressão entre

tiverem a mesma classificação.

os ambientes?

Há recomendações semelhantes em diversas outras

Para compreendermos melhor qual o efeito dos dife-

normas, regulamentações e “guidelines” existentes no

renciais de pressão entre os ambientes, vamos observar

mercado, cabendo ao projetista avaliar quais delas são

a área representada pela figura 8.

aplicáveis ao seu projeto. Além disso, o item D.2 “Acessos”, do Anexo D, a

Neste exemplo, típico de uma área de produção de sólidos na qual precisamos proteger não apenas os pro-


artigo técnico Sabemos que o conceito de pressão representa a aplicação de uma força sobre uma determinada unidade de área: Conceito de Pressão:

Força Área

N

= Pa m²

Então, ao estabelecermos um gradiente de pressão entre dois ambientes adjacentes, teremos dois principais efeitos:

Figura 8 – Área de processo com alta geração de particulado cessos realizados no interior de cada uma das salas de produção, mas, como o processamento da matéria-prima

Nota:

também gera muito particulado, precisaremos proteger

Segundo as leis da estática: 1 Pa equivale à força de

as áreas adjacentes contra a migração de particulado de cada área de processo. Para protegermos as salas de processo com relação

1 N aplicada sobre uma área de 1 m² Segundo as leis da dinâmica: a pressão exercida por um fluido equivale a: V² . (ρ/2)

ao meio que as cerca, estabelecemos um gradiente de pressão inicial entre estes ambientes e o meio, simboli-

Portanto, o efeito sobre as superfícies (impermeá-

zado pelo sinal “+”, representando que a pressão estática

veis) resulta em uma deformação (flexão) e resulta em

no interior dos ambientes é maior que a do meio (referên-

esforços mecânicos que devem ser suportados pelas

cia: zero).

separações entre os ambientes (paredes, forros, piso,

E para evitar que o particulado gerado no interior des-

divisórias, etc.

tas salas migre para a circulação e desta para as demais

E o efeito (esperado) sobre as frestas, principalmente

salas, estabelecemos um segundo diferencial de pres-

as que ocorrem entre as portas, os batentes e o piso

são, simbolizado pelo sinal “++”, indicando que a pressão

resulta em um escoamento de ar, o qual ocorrerá no

estática na circulação é maior que a dos ambientes, con-

sentido da pressão maior para a menor e, por sua vez,

forme representado na figura 9:

será responsável pela contenção da migração do particulado de um ambiente menos limpo para outro mais limpo, conforme verificamos na figura abaixo: O escoamento imposto sobre as frestas devido ao diferencial de pressão é resultado da seguinte expressão: V = K . A . (P1 – P2) 0,5 Onde: V = vazão de ar [m³/s] K = fator de forma equivalente a aproximadamente 0,827 (deve ser fornecido pelo fabricante da porta e batente) A=

Figura 9 – Exemplo de gradiente (cascata) de pressões em uma área de produção com alta geração de particulado

56

área equivalente da fresta [m2] – (também deveria ser fornecido pelo fabricante)

(P1– P2) = diferencial de pressão entre os dois lados da fresta [Pa]


P1

P2

10Pa

5Pa

V

Figura 10 – Escoamento pelas frestas de uma porta

Figura 11 – Exemplo de gradiente (cascata) de

devido ao gradiente de pressões entre suas faces

pressões

Se aplicarmos estes conceitos à cascata de pressões

te para o próprio processo que o gerou, os ambientes

apresentada no exemplo da figura 9, verificaremos que

estariam protegidos contra contaminantes externos e

estes gradientes permitiriam proteger o processo simul-

também não contaminariam os processos ocorridos nas

taneamente tanto com relação ao meio, quanto com rela-

salas adjacentes.

ção aos ambientes adjacentes. E, como o particulado gerado no ambiente durante o processamento não pode ser considerado contaminan-

Entretanto, isso só é verdade enquanto as portas se encontrarem devidamente fechadas.


artigo técnico Na prática, verifica-se que o gradiente de pressão obtido após o balanceamento de vazões e pressões do sistema de tratamento de ar, é na verdade acarretado pela resistência ao escoamento devida à contração sucedida de expansão que ocorre nas frestas ao redor da porta. Porém, este gradiente deixa de existir quando a porta é aberta para retirada do produto (após o término do processamento), igualando a pressão de ambas as áreas à pressão predominante no sistema. Isso ocorre porque o tamanho da fresta sofre uma enorme ampliação, devida à mudança da posição da porta, passando de uma pequena fresta em torno da

Figura 12 – Área de processo com alta geração de

porta (quando fechada) para a totalidade da área do vão-

particulado dotada de antecâmaras para pessoal

-luz da porta, quando esta se encontra aberta.

(vestiário) e material

Embora continue existindo um escoamento partindo do corredor para a sala cuja porta foi aberta, este já não

processamento for concluído, podemos abrir apenas a

é suficiente para conter a migração do particulado exis-

porta localizada entre a antecâmara e a sala de proces-

tente no interior da sala de processo, podendo ocorrer

so, preservando o sentido de escoamento entre a circu-

migração de particulado para a circulação.

lação e a antecâmara.

E, como a circulação possui pressão maior que a

Se adicionarmos a isso um procedimento de limpeza

dos ambientes adjacentes, o particulado pode migrar

antes de colocarmos o material na antecâmara, uma

da circulação para as salas adjacentes (contaminação

troca de vestimentas do operador no vestiário e uma

cruzada).

segunda limpeza do container antes de sua retirada, a

Certamente, poderíamos supor que fosse efetuada

probabilidade de contaminação cairá drasticamente.

uma limpeza e sanitização da sala após o processamento. Contudo, ainda teríamos materiais de limpeza e

3.3. Sentido do gradiente de pressões

vestimentas “contaminadas” para serem removidas e,

Antes de falarmos à respeito dos conceitos de pres-

provavelmente, este material acabaria migrando para

são positiva ou negativa, é importante indicarmos qual é

circulação.

a pressão de referência adotada como nível zero.

3.2. Uso das antecâmeras no leiaute

ao ponto de referência e, ainda assim, estarmos com

Podemos considerar uma sala negativa em relação Consideremos agora, o leiaute proposto na figura 12.

pressão positiva em relação a outro ponto de referência.

Tal como no caso anterior, para protegermos as salas

Deste modo, recomenda-se adotar, sempre que

de processo com relação ao meio que as cerca, esta-

possível, a atmosfera local como ponto de referência,

belecemos um gradiente de pressão inicial entre estes

de forma a garantir que realmente se esteja protegendo

ambientes e o meio (sinal “+”).

adequadamente os processos e o meio-ambiente.

Para evitar que o particulado gerado no interior des-

Cabe observar que os gradientes de pressão são

tas salas migre para a circulação e desta para as demais

considerados apenas quando as portas se encontram fe-

salas, estabelecemos um segundo diferencial de pres-

chadas e, após a abertura das portas, deve ser conside-

são, simbolizado pelo sinal “3+”.

rado um tempo de recuperação antes que a antecâmara

Porém, agora implantamos antecâmaras com portas

retome sua classe de limpeza.

em ambas os lados e estabelecemos em seu interior uma pressão intermediária entre as das salas de proces-

3.3.1. Salas com contenção por PRESSÃO

so e a da circulação (sinal “++”).

POSITIVA

Deste modo, para retirarmos o produto quando seu

58

Adotam-se pressões ditas POSITIVAS, ou seja, pres-


sões estáticas internas maiores que a pressão estática

rança consulte o manual “Biossegurança em Laborató-

de referência, em salas limpas onde o particulado emitido

rios Biomédicos e de Microbiologia” da FUNASA.

não causa risco às salas adjacentes, ao meio-ambiente ou à comunidade local. Este é o caso da maioria das salas limpas existentes no mercado, nas quais, geralmente, se deseja proteger o produto, o processo ou uma área de processamento em

3.4. Tipos de antecâmaras 3.4.1. Antecâmara tipo: CASCATA É considerado o tipo mais comum de antecâmara (figura 13)

relação a outras áreas circunvizinhas. Em alguns casos, o ambiente pode estar positivo em relação à atmosfera, porém negativo (menos positivo)

+

em relação à sua própria antecâmara ou à área de circulação. O que é o caso de nossos exemplos anteriores.

Circulação

2+

Em outros casos, a pressão estática vai aumentando

Ante Câmara

à medida que chegamos mais próximos do processo, sendo a área de processamento aquela que se encontra com a maior pressão estática.

Sala de Processo

3+

O propósito do diferencial de pressão positivo é proteger as salas limpas contra a entrada de contaminantes vindos de áreas adjacentes menos limpas ou não controladas.

Figura 13 – Antecâmara tipo CASCATA

3.3.2. Salas com contenção por PRESSÃO

Tipo de Contenção: PRESSÃO POSITIVA

NEGATIVA

O particulado gerado na sala de processo não causa

Adotam-se pressões ditas NEGATIVAS, ou seja,

risco se atingir o corredor, as salas adjacentes ou o

pressões estáticas internas menores que a pressão es-

meio-ambiente.

tática de referência, em salas limpas onde o particulado

Ela é utilizada com pressão positiva partindo do in-

emitido pode causar risco às áreas adjacentes.

terior da sala de processo em direção à circulação,

O propósito do diferencial de pressão negativo é

quando se deseja proteger o processo ou produto.

proteger as áreas adjacentes e o meio-ambiente contra

Propósito da Contenção: Prevenir a contaminação da

vazamentos dos produtos processados no interior das

sala limpa por frestas de ambientes vizinhos e pelo

salas limpas.

ar da circulação.

Este é o caso das áreas limpas de biossegurança, dentre outras. Normalmente, utilizam-se pressões negativas quan-

Recomenda-se que os ambientes vizinhos também possuam suas antecâmaras, de modo a protegê-los contra a entrada de partículas presentes na circulação.

do há risco da existência de contaminação do ar no interior da sala limpa por agentes tóxicos, biológicos, radioativos, altamente ionizados ou reativos, que pos-

3.4.2. Antecâmara tipo: CASCATA INVERTIDA É o tipo mais comum de antecâmara aplicado em

sam colocar em risco o meio-ambiente ou a comunidade

áreas com grande geração de particulado (figura .14)

local.

Tipo de Contenção: PRESSÃO POSITIVA

Nesses casos também deve ser verificada a ne-

O particulado gerado na sala de processo possui baixo

cessidade de uso de EPIs (equipamentos de proteção

ou nenhum risco ambiental, porém pode constituir

individual) para proteção dos operadores, tais como: ma-

risco caso atinja o corredor ou os ambientes adja-

cacões, luvas, botas, máscaras, filtros para respiração

centes.

e até escafandros com suprimento de ar autônomo ou

Adota-se sentido de fluxo com pressão positiva par-

“mandado”.

tindo da circulação em direção ao interior da sala de

Para maiores informações à respeito de biossegu-

processo.

59


artigo técnico

3+

Circulação

2+

2+ Ante Câmara

+

Circulação

Sala de Processo

Ante Câmara

Sala de Processo

-

+

Figura 14 – Antecâmara tipo CASCATA INVERTIDA Propósito da Contenção: Prevenir a contaminação

Figura 15 – Antecâmara tipo BOLHA ambientes vizinhos.

sala limpa por frestas de ambientes vizinhos e pre-

Para proteção do processo e do produto, recomenda-

venir a contaminação da circulação pelo ar da sala

-se utilizar suprimento de ar na antecâmara com a mes-

de processo.

ma filtragem utilizada na sala de processo (podendo este

Para proteção do processo e do produto, recomen-

ser gerado ou não pela mesma fonte), garantindo que,

da-se utilizar o mesmo suprimento de ar (com a mesma

durante o processamento, o ar que vem da antecâmara

filtragem), tanto na antecâmara quanto na sala de pro-

estará “mais limpo” que o da sala de processo.

cesso. Deste modo, durante o processamento, o ar que

Será necessário prever um exaustor de forma a com-

vem da antecâmara estará “mais limpo” que o da sala de

pensar a entrada de ar vindo de outros ambientes para a

processo.

sala de processo.

Recomenda-se que o grau de limpeza do ar na cir-

Recomenda-se que os ambientes vizinhos também

culação seja igual ou melhor que o das antecâmaras, de

possuam suas antecâmaras, de modo a protegê-los

modo a protegê-las contra a entrada de partículas pre-

contra a entrada de partículas presentes na circulação e,

sentes na circulação e que os ambientes vizinhos tam-

como ocorrerão infiltrações por quaisquer frestas exis-

bém possuam suas antecâmaras, de modo a protegê-los

tentes na sala, pode ser necessário envolver a sala de

contra a entrada de partículas presentes na circulação.

processo com um envelope de ar (incluindo entrepiso e entreforro), com filtragem igual ou melhor que a do am-

3.4.3. Antecâmara tipo: BEXIGA (ou BOLHA)

biente, para prevenir contra a entrada de contaminantes.

É uma variante do tipo Cascata Invertida, muito utilizada em áreas com grande geração de particulado com risco ambiental associado (figura 15).

60

3.4.4. Antecâmara tipo: RALO É uma variante do tipo BOLHA, muito utilizada em

Tipo de Contenção: PRESSÃO MISTA

áreas com requisitos de biocontenção ou como preven-

O processo precisa ser protegido com relação ao ar da

ção contra a migração de umidade da circulação para a

circulação e o particulado gerado na sala de proces-

sala de processo (figura 16)..

so acarreta risco ambiental ou para os demais pro-

Tipo de Contenção: PRESSÃO NEGATIVA

cessos e não pode migrar para circulação ou para os

O processo precisa ser protegido com relação ao

ambientes adjacentes.

ar da circulação e o particulado gerado na sala

Adota-se sentido de fluxo com pressão positiva par-

de processo acarreta risco ambiental ou para

tindo da circulação em direção ao interior da sala de

os demais processos e não deve migrar para

processo.

circulação

ou

para

os

ambientes

adjacentes.

Propósito da Contenção: Prevenir simultaneamente a

Também previne contra a migração de quaisquer

contaminação da sala limpa pelo ar da circulação e

particulados residuais do processo que tenham mi-

prevenir vazamentos do produto por frestas para os

grado para a antecâmara sigam para a circulação.


+

-

Circulação

2+

2Ante Câmara

Circulação

2-

Ante Câmara

Sala de Processo

Ante Câmara

-

-

Sala de Processo

Figura 16 – Antecâmara tipo RALO Pode ser utilizada também para impedir que uma

Figura 17 – Antecâmara tipo DUPLO COMPARTIMENTO Isto pode ou não ser exigido por marcos regulatórios.

migração de umidade vinda do ar do corredor alcan-

Devido à possibilidade de ocorrerem eventuais mi-

ce a sala de processo, reduzindo a necessidade de

grações de contaminações para a circulação em função

controle de umidade na circulação.

e falhas dos sistemas de proteção ou na execução dos

Propósito da Contenção: Prevenir simultaneamente a

procedimentos de descontaminação, é recomendado

contaminação da sala limpa pelo ar da circulação e

proteger a circulação como ambientes complementares

prevenir vazamentos do produto por frestas para os

de biossegurança, dotados de suas próprias antecâma-

ambientes vizinhos.

ras e vestiários.

Quando aplicada para garantir também o controle de

Devem ser avaliados os EPIs e procedimentos de

umidade do processo e do produto, recomenda-se utili-

descontaminação adequados (e/ou exigidos) para cada

zar suprimento de ar na antecâmara originado na mes-

processo.

ma unidade de tratamento de ar da sala de processo,

Propósito da Contenção: Prevenir a contaminação do

para controlar o diferencial de pressão de vapor entre

meio-ambiente e da comunidade, além de proteger

as áreas.

os usuários e os processos ocorridos nas salas ad-

Será necessário prever um exaustor de forma a com-

jacentes.

pensar a entrada de ar vindo de outros ambientes para a

Como ocorrerão infiltrações por quaisquer frestas

sala de processo e para a antecâmara, a qual geralmen-

existentes na sala de processo e na antecâmara, pode

te não possui recirculação de ar.

ser necessário envolver a sala limpa com um envelope

Como ocorrerão infiltrações por quaisquer frestas

de ar (incluindo entrepiso e entreforro), com tratamento

existentes na sala de processo e na antecâmara, pode

de ar igual ou melhor que o da sala de processo, para

ser necessário envolver a sala limpa com um envelope

prevenir contra a entrada de contaminantes.

de ar (incluindo entrepiso e entreforro), com tratamento

A casa de máquinas e as redes de dutos de insu-

de ar igual ou melhor que o da sala de processo, para

flação e de exaustão também devem estar contidas em

prevenir contra a entrada de contaminantes e a migração

ambientes de biossegurança.

de umidade.

O ar de exaustão deve ser tratado com filtragem de alta eficiência, instalada em gabinetes com níveis de

3.4.5. Antecâmara tipo: DUPLO COMPARTIMENTO Utilizada em áreas com requisitos de biossegurança.

biocontenção adequados (sistemas do tipo “bag in / bag out”).

(figura 17). Tipo de Contenção: DUPLA SELAGEM

Esse artigo será publicado em três partes.

O meio-ambiente a comunidade local e todos os demais

Na próxima edição: Combatendo a Contaminação por Partículas

ambientes adjacentes precisam ser protegidos com

em Suspensão no Ar e Projeto Básico (Cálculos Detalhados e

relação ao ar particulado gerado na sala de processo.

Fluxogramas de Engenharia)

61


Afinal, o que é coaching?

Foto: Divulgação

Opinião

*Ana Alessandra Peron e Ana Paula Peron

O coaching está se tornando uma das principais es-

O profissional de coach é o facilitador do processo de

colhas para o desenvolvimento profissional. Começou

coaching. Ele não dá respostas. Ele apóia, provoca, con-

como uma possibilidade de evolução de carreira e avan-

fronta, questiona, aprofunda, vai junto... e sai de cena.

ça como uma possibilidade de desenvolvimento pessoal.

“O coach é alguém que nos estimula a fazer o que

O mundo muda a uma velocidade jamais vista e mu-

não queremos para que possamos nos tornar aquilo que

dará ainda mais rápido nos anos futuros. Estima-se que,

queremos ser”, Michael Jordan, considerado o melhor

de todo o nosso conhecimento de hoje cerca de 80%

jogador de basquetebol de todos os tempos.

será renovado e não servirá mais para solucionar os

O processo de coaching busca essencialmente a

desafios que estão por vir. Sendo assim, a capacidade

mudança focada na autonomia para escolhas, ações

de aprender novos caminhos e possibilidades é um valor

e resultados. Enfatiza o empoderamento, convidando

inestimável, e o será ainda mais nos próximos anos.

o coachee a romper com padrões de pensamento e

Tantas mudanças, ressaltam a importância de desen-

comportamento. Parte da premissa de que mudanças

volver a cultura da aprendizagem, analisada em “A quinta

profundas e duradouras ocorrem quando o processo de

disciplina”, por Peter Senge: Inovação e aprendizagem,

aprendizagem caminha paralelamente ao processo de

domínio pessoal, modelos mentais, visão compartilhada,

trabalho, ou seja, atualizar o conhecimento e transformá-

aprendizagem em grupo e pensamento sistêmico, como

-lo em ação.

requisitos fundamentais para a dinâmica das organiza-

Segundo a socióloga e coach, Dra Rosa Krausz, “o

ções. O processo de aprendizagem é a base para todos

Coaching Executivo e Empresarial consiste em um re-

os níveis organizacionais. E, sem dúvida, é a base para

lacionamento profissional entre um coach profissional

todos os níveis na vida pessoal também.

especializado e seu cliente (coachee). Aborda funda-

Etimologicamente a palavra coach, significa carrua-

mentalmente questões relacionadas com a otimização

gem em inglês, segue, então, uma metáfora para com-

do uso do potencial do coachee, seu desempenho e

preendermos melhor o processo de coaching: imagine

contribuição para o desenvolvimento da organização.

uma carruagem, com seu cocheiro e dois cavalos. A

Tanto o indivíduo quanto a organização auferem bene-

carruagem é o processo de coaching. O cocheiro é o

fícios do coaching. É uma experiência de aprendizagem

coachee ou cliente. Os cavalos são as possibilidades

e transformação baseada no despertar de consciência,

de escolha do coachee. O coach é o que segue junto,

dos seus recursos e possibilidades de resposta. É um

fazendo perguntas e apoiando o coachee.

processo para a conquista de alta performance.”

Assim é o coaching. Ele tem a missão de transportar

A evolução do coaching executivo aponta para que

o coachee para seus objetivos. O coaching não é o co-

ele se torne cada vez mais um instrumento de desen-

cheiro! Ele é a carruagem. Porque o cocheiro é o próprio

volvimento profissional, do que um processo corretivo

cliente, que deve SER o senhor do processo. Ele tam-

de desempenho de um profissional. De fato, é mais um

bém não é “a dupla de cavalos que puxam a carruagem”.

processo para construir o futuro do que consertar o pas-

Os cavalos são as possibilidades de escolha. E o cliente

sado.

é quem deve escolher (tomar as rédeas) e se responsabilizar por suas escolhas a partir do apoio do coach. E o coach? Ele é quem vai ao lado do cocheiro, como um companheiro de viagem.

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Ana Alessandra Peron é Gerente de RH da Masstin e Ana Paula Peron é Coach e Diretora da Presence Desenvolvimento de Talentos, certificada pela Abracem (Associação Brasileira de Coaching Executivo e Empresarial), www.presencetalentos.com.br


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