Revista da SBCC n o 49 nov/dez 2010
revista
Nº 49 novembro/ dezembro 2010 R$15,00
Áreas limpas para salvar vidas
sbcc.com.br
Case: Ourofino Saúde Animal
sumário
revista
Edição N0 49 novembro/dezembro 2010
5 6 10 20 28 30 34 37 42
Editorial O trem do desenvolvimento Entrevista Nelson Mussolini e Jair Calixto Capa Áreas limpas para salvar vidas Case: Ourofino Saúde Animal Segurança na produção industrial
Sócios da SBCC Notícias da SBCC SBCC marca presença na ICCCS 2010 Notícias da SBCC SBCC fecha ciclo técnico 2010 Artigo Técnico 21 CFR Part11
Opinião
SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br
Diretoria: Presidente: Dorival Sousa; Vice-Presidente: Marco Duboc; Diretor Técnico: Célio S. Martin; Diretor Financeiro: Raul A. Sadir; Diretor de Relações Públicas: Gerson Catapano; Diretor Emérito: Dr. Hans Sonnenfeld; Diretor do Núcleo Científico: Elisa Krippner; Diretor Núcleo Comunicação: Marcio Magno; Diretor Núcleo Eventos: Luciana Kimi; Conselho Consultivo Elegível: Celso Simões Alexandre, Heloísa Meirelles Costa e Luciana Kimi; Conselho Consultivo: Ana Maria Ferreira de Miranda, Carlos Eduardo Rein, Claudemir Aquino, Dirce Akamine, Elisa Krippner, Jonas Borges da Silva, Luiz Antonio Rocha, Silvia Yuko Eguchi e Suely Itsuko Ciosak; Conselho Fiscal: Yves L. M. Gayard, Murilo Parra e Jean-Pierre Herlin. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Heloísa Meirelles Costa; Conselho Editorial Revista SBCC: Martin Lazar (editor-chefe), Camilo Souza (editor assistente), Carlos Prudente, Denis Henrique de Souza, Gerson Catapano, J. Fernando B. Britto, Moisés Machado de Oliveira e Rinaldo Lucio Almeida. Secretaria: Márcia Lopes Revista da SBCC: Órgão oficial da SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. R. Sebastião Hummel, 171 – sala 402 CEP 12210-200 São José dos Campos – SP. Tel. (12) 3922 9976 – Fax (12) 3912 3562 E-mail: sbcc@sbcc.com.br; A Revista da SBCC é uma publicação bimestral editada pela Vogal Comunicações. Tiragem: 5.000 exemplares Vogal Comunicações: Editor: Alberto Sarmento Paz. Reportagens: Luciana Fleury, Fabio Zoppa e Carlos Sbarai. Edição de Arte: Koiti Teshima (BBox). Diagramação: Caline Duarte, Edna Batista e Suely Castro Mello. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design. Contatos com a redação: Rua Laboriosa 37, São Paulo. Tel. (11) 3051 6475. E-mail: redacao@vogalcom.com.br Depto. Comercial: Marta Vieira (comercial.2@sbcc.com.br) e Aline Souza (comercial.1@sbcc.com.br). A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies
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As opiniões e os conceitos emitidos pelos entrevistados ou em artigos assinados não são de responsabilidade da Revista da SBCC e não expressam, necessariamente, a opinião da entidade. Foto capa: Divulgação Ourofino Saúde Animal
Editorial
O trem do desenvolvimento
D
funde as ações positivas dos últimos governos, faça as correções de rumo necessárias e tenha discernimento
esde o controle efetivo da in-
çando e tornar o país cada vez mais ro-
flação, o Brasil vem se desen-
busto. E, para tanto, é consenso, pelo
Recente estudo mostrou que o
volvendo de forma constante e dando
menos na iniciativa privada, que são
Brasil está mesmo no caminho certo
sinais claros de que, em breve, será
necessárias mudanças. As Reformas
e deve aproveitar todas as vantagens
um país “desenvolvido”. O desenvolvi-
Tributária, Trabalhista, Fiscal e Política
competitivas atuais para se firmar
do fica entre aspas pois há inúmeras
continuam na fila, e o que se propõe
como um dos principais atores globais.
formas de defini-lo. Para nós, não há
até agora são “remendos”, nada que
Ocorre que a possibilidade de cresci-
desenvolvimento com grande parte da
vá ao cerne das questões. Sem ação
mento não é eterna, ou seja, a janela
população com dificuldades em relação
efetiva, há um gradual e perigoso en-
de tempo para o crescimento tem um
ao saneamento básico, à educação,
gessamento nas relações sociais, pre-
limite – imagina-se que por pouco mais
como também ainda convivemos com
judicando a todos, desde o pequeno
de uma década. É como se o trem do
alto grau de clientelismo do Estado.
agricultor até as grandes corporações.
desenvolvimento estivesse sendo car-
Esses pontos, porém, não diminuem
O ano de 2011 promete demandar
regado para partir em breve. Se não
as virtudes deste momento, com cres-
ainda mais essas reformas, já que os
formos capazes de nos mobilizar para
cimento econômico, políticas públicas
gargalos estão cada vez mais estrei-
tomar um assento, vamos esperar, de
para o resgate social e excelência em
tos. Nós, como representantes de um
novo, na estação pelo próximo.
diversos setores econômicos.
setor global altamente competitivo,
Esperamos agora continuar avan-
esperamos que a nova gestão apro-
para colocar novos debates.
Conselho Editorial Revista da SBCC
5
Fotos: Divulgação / Sindusfarma
ENTReVISTA
Nelson Mussolini
Vice-presidente executivo do Sindusfarma Alberto Sarmento Paz
O
mercado farmacêutico brasilei-
setor industrial farmacêutico no Es-
(PES); e a permanente atenção sobre
ro é bastante dinâmico. Ape-
tado de São Paulo, o Sindusfarma foi
a legislação e regulamentação sanitá-
nas nesta década (2000-2010), foram
fundado em 26 de abril de 1933 por
ria e sindical-trabalhista, econômica
lançados cerca de 6 mil apresentações
um grupo de idealistas para defender
e tributária, entre outros temas, e tem
de medicamentos para o tratamento
os interesses de uma categoria então
entre suas prerrogativas a negociação
de males do sistema cardiovascular,
emergente, responsável pela fabrica-
e a celebração de convenções de tra-
nervoso, respiratório, digestivo e meta-
ção e importação de medicamentos.
balho, a promoção de conciliação nos
bolismo, entre outras classes terapêu-
Atualmente congrega 130 laboratórios
dissídios coletivos de trabalho, a atua-
ticas. O faturamento do setor, por sua
farmacêuticos nacionais e internacio-
ção como órgão técnico, consultivo e
vez, gira em torno dos US$ 18 bilhões
nais que respondem por mais de 80%
informativo nas questões que se rela-
anuais, colocando o Brasil na nona
das vendas do mercado de medica-
cionam com a indústria farmacêutica
posição no ranking mundial, com uma
mentos no país.
e, eventualmente, a proposição de me-
participação de 2,8% do mercado glo-
A atuação da entidade está focada
didas judiciais de natureza coletiva na
bal de medicamentos. Em unidades, o
na firme defesa das causas da indús-
defesa dos interesses de seus filiados.
setor deve recuperar em 2010 o nível
tria farmacêutica paulista e brasileira
Para cumprir essas atribuições, o
de 1997, com vendas superiores a 1,8
e na coordenação e proteção legal da
Sindusfarma conta com infraestrutu-
bilhão de caixas de medicamentos.
categoria, assim como a colaboração
ra própria, quadro de colaboradores
“São números que atestam o dinamis-
com os poderes públicos e demais
e assessorias especializadas para
mo do setor e sua importância para a
associações, no sentido de buscar a
subsidiar as equipes internas e seus
economia nacional”, observa Nelson
solidariedade social e o atendimento
associados. Para falar um pouco mais
Mussolini, vice-presidente executivo
aos interesses nacionais.
sobre a atuação da entidade, a Revista
do Sindusfarma – Sindicato da Indús-
6
está
da SBCC entrevistou dois representan-
tria de Produtos Farmacêuticos no
voltado para o desenvolvimento dos
tes da entidade, Nelson Mussolini, ad-
Estado de São Paulo.
profissionais do setor, por meio de seu
vogado, atuou em funções executivas
Programa de Educação Continuada
de grandes laboratórios e entidades
Primeira entidade associativa do
O
Sindusfarma
também
Gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindusfarma
Jair Calixto
empresariais e desde 2009 é vice-pre-
bilhão em 2010. Outro aspecto digno
Revista SBCC: Quais fatores pesaram
sidente executivo do Sindusfarma, e
de destaque é a qualidade dos postos
para essa evolução do setor?
Jair Calixto, farmacêutico bioquímico,
de trabalho oferecidos pelo setor. Ci-
Nelson Mussolini: A introdução dos
gerente de Boas Práticas e Auditorias
tados frequentemente nos guias das
genéricos foi um fator fundamental
Farmacêuticas do Sindusfarma.
melhores empresas para se trabalhar,
dessa dinâmica, ao viabilizar a in-
os laboratórios farmacêuticos instala-
corporação de novas tecnologias e a
Revista SBCC: Trace um panorama
dos no país empregam cerca de 74 mil
capacitação de mão-de-obra, além de
da indústria farmacêutica no Brasil e
profissionais, além de gerar mais de
ampliar as opções do consumidor, ofe-
as principais mudanças ocorridas no
300 mil empregos indiretos.
recendo-lhe medicamentos modernos e de qualidade, a preços mais baratos.
setor na última década. Nelson Mussolini: Nos últimos 20 anos, a indústria farmacêutica instalada no Brasil viveu uma dinâmica de crescimento acelerado. Nos anos de 1990, cerca de R$ 20 bilhões foram investidos na modernização de fábricas e no aperfeiçoamento de processos industriais e gerenciais que geraram ganhos de produtividade que resultaram em mais eficiência, redução de custos e produtos melhores. O setor deve fechar este ano com vendas em torno
O setor deve fechar 2010 com vendas em torno de US$ 18 bilhões. Os laboratórios no Brasil geram cerca de 74 mil empregos diretos e mais de 300 mil indiretos
Nesta década, a elevação de renda da população e o consequente aumento dos níveis de consumo das classes C, D e E contribuíram para gerar uma nova onda de investimentos para atender a essa demanda e aproveitar as novas oportunidades que surgiam. Nesse contexto, o processo de fusões e aquisições se intensificou. Temos ainda uma grande dificuldade, a elevada carga tributária que incide sobre os medicamentos (equivalente a 33,9%
de US$ 18 bilhões. As exportações,
do preço final), que afeta a rentabili-
que quadruplicaram nesta década, vão
dade das empresas, mas a indústria
superar a marca histórica de US$ 1,2
farmacêutica segue acreditando no
7
ENTReVISTA potencial do mercado brasileiro e perseguindo o objetivo maior de produzir e oferecer saúde em caixinhas. Revista SBCC: Quais as expectativas de crescimento para os próximos anos? Nelson Mussolini: Fatores como o aumento de renda da população e a inclusão de 32 milhões de novos consumidores das classes C, D e E contribuíram para o crescimento do setor nos últimos anos e deverão continuar
A área limpa é um requisito para a qualidade do ar ambiente, imprescindível para a produção farmacêutica principalmente para os produtos estéreis
achou da nova RDC nº 17/2009 de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos para Medicamentos de Uso Humano? Jair Calixto: A principal mudança foi que a Anvisa baseou-se nas Boas Práticas de Fabricação – BPFs da Organização Mundial da Saúde – OMS para redigir esta atualização das BPFs brasileiras. Os conceitos são generalistas, ou seja, dizem o que fazer, mas não como fazer. A empresa deverá uti-
a impulsioná-lo nos próximos. Outro
lizar o texto básico da RDC nº 17/2009
estímulo importante virá do foco da in-
e as decisões tomadas deverão ser
dústria farmacêutica na ampliação da
baseadas no racional científico e jus-
quantidade e qualidade de substâncias
grupos de trabalho na área técnico-
tificadas tecnicamente com base no
terapêuticas às quais a população tem
regulatória, por meio dos quais dis-
risco.
acesso. Os genéricos seguirão am-
semina novos conhecimentos e adota
pliando o acesso, por meio da oferta
as novas regulamentações no setor.
Revista SBCC: Profissionais do se-
de medicamentos mais baratos – com
Também publica livros técnicos, que
tor avaliaram que o maior impacto da
preços pelo menos 35% inferiores aos
orientam os profissionais da área de
RDC nº 17/2009 foi a necessidade de
dos medicamentos de referência, cir-
Boas Práticas e Auditorias Farmacêuti-
validação dos sistemas computadori-
cunstância que os fez conquistar em
cas sobre as atualizações nas políticas
zados – alterando significativamente o
poucos anos cerca de 20% do merca-
e normas ambientais. Promove ainda
regulamento anterior. Outro ponto foi
do farmacêutico brasileiro. A expansão
workshops técnico-regulatórios com
a utilização pela empresa da Revisão
dos programas públicos de assistência
especialistas estrangeiros, que trazem
Periódica de Produto. Qual a avaliação
farmacêutica e de copagamento pode-
ao país as tendências internacionais.
do Sindusfarma sobre esses pontos?
rá acelerar esse processo.
8
Revista SBCC: O que o Sindusfarma
Jair Calixto: Concordo com os pontos
Ao mesmo tempo, a indústria farma-
Revista SBCC: Quanto às áreas lim-
citados e incluo outros, não menos im-
cêutica prepara-se para os desafios
pas, da qual a indústria farmacêutica
portantes, tais como a obrigatoriedade
demográficos, científicos e tecnológi-
é a maior cliente no Brasil, como a en-
de identificar todos os recipientes de
cos que o futuro próximo lhe reserva. A
tidade vê essa tecnologia e como ela
matérias-primas; a oportunidade de
biotecnologia e a nanotecnologia, en-
é importante para as Boas Práticas de
não realizar as análises completas nos
tre outros conhecimentos em fase de
Fabricação do setor?
insumos farmacêuticos; a ausência
aprimoramento, levarão à descoberta
Jair Calixto: A área limpa é um requi-
do roteiro de inspeção (check-list de
de medicamentos revolucionários para
sito para a qualidade do ar ambiente e
inspeção) nesta RDC nº 17/2009, que
tratar de antigas e novas enfermida-
imprescindível para a produção farma-
antes constava da RDC nº 210/2003; a
des, elevando com isso a qualidade
cêutica, principalmente em se tratando
abordagem de a empresa possuir um
de vida de populações cada vez mais
de produtos estéreis. Este requisito é
Manual da Qualidade; a citação for-
saudáveis e longevas.
importante porque visa prevenir a con-
mal do Controle de Mudanças, entre
taminação dos produtos farmacêuticos
outros. Alguns destes pontos já eram
Revista SBCC: Como o Sindusfarma
por partículas dispersas no ar, através
conhecidos pelo setor e não deverão
atua para a melhoria técnica do setor
de um processo de produção e contro-
trazer muitas dificuldades para sua
no Brasil?
le de ar com elevado grau de pureza
implantação, porém isso exigirá muito
Jair Calixto: A entidade mantém
para uso nas áreas produtivas.
trabalho e dedicação dos profissionais.
Os demais pontos da RDC nº 17 já
as empresas farmacêuticas no Brasil
Revista SBCC: Sustentabilidade pas-
estavam instituídos na RDC nº 210 ou
possuem elevado grau de aplicação
sou a ser vista como condição imperio-
eram conhecidos pelos profissionais
das normas referentes aos mais atu-
sa para a sobrevivência das indústrias
farmacêuticos e não demandarão difi-
alizados conceitos inerentes às salas
farmacêuticas. Como a entidade atua
culdades para seu cumprimento.
limpas e se encontram no mesmo nível
nessa questão?
tecnológico e de qualidade que as em-
Jair Calixto: O Sindusfarma possui
presas americanas e europeias.
um grupo de trabalho que introduz,
Revista SBCC: O senhor avalia que o setor de áreas limpas no Brasil está no
nos manuais técnicos, temas como
mesmo patamar do seus similares nos
gestão racional dos recursos, proteção
países onde a indústria farmacêutica é
ambiental e gestão social. Atuamos,
mais consolidada?
também, incentivando a indústria a
Jair Calixto: Com certeza. A maioria das empresas que executam os serviços de planejamento, projeto e construção de salas limpas no Brasil são de elevado nível técnico, assim como as empresas que executam serviços de qualificação e validação das salas e dos sistemas HVAC. Por conta disso,
A maioria das empresas que executam serviços de salas limpas no Brasil são de elevado nível técnico
atender as normas ambientais próprias do setor, como as ETE – Estações de Tratamento de Efluentes – a destinação final e tratamento de resíduos sólidos em aterros e incineradores, bem como o controle eficiente da poluição atmosférica, por meio de workshops técnicotemáticos e palestras técnicas.
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capa
Áreas limpas para salvar vidas O controle de contaminação do ambiente interno é imperioso na produção de nutrição parenteral e em locais onde se manipulam quimioterápicos Luciana Fleury
S
e já é fácil entender a relevância
com esses produtos e sim as farmácias
da Saúde regulamenta os aspectos da
do controle da contaminação em
de hospitais que fazem tratamento
nutrição parenteral, e os quimioterápi-
medicamentos, essa necessidade
oncológico, no caso dos quimioterápi-
cos devem seguir o que determinam a
fica ainda mais evidente em dois tipos
cos e, no caso da nutrição parenteral,
RDC 220 de 2004 e a RDC 67 de 2007
específicos de auxílios a pacientes: a
empresas especializadas neste forne-
da ANVISA.
nutrição parenteral (aplicada quando
cimento.
não há a possibilidade da alimentação
A produção de ambos está sob as
todas as autorizações necessárias e
pela via oral) e os quimioterápicos. Por
regras da legislação das Boas Práticas
cumprir todas as exigências da ANVI-
serem produtos injetados diretamente
da Fabricação de Medicamentos, mas
SA, além das estabelecidas pelas Vigi-
na corrente sanguínea e dessa forma
somam-se a elas exigências específi-
lâncias Sanitárias estaduais e observar
atingir órgãos vitais, o controle de con-
cas. A Portaria 272 de 1998 da Secreta-
qualquer determinação municipal para
taminação é fundamental para evitar
ria de Vigilância Sanitária do Ministério
esta produção”, afirma Emiko Fukuda,
sérios problemas, inclusive a morte do paciente. Um fator que torna ainda mais delicado esse processo é o da manipulação sob demanda, específica para cada paciente. Tanto a nutrição quanto o quimioterápico são prescritos de forma individualizada, de acordo com a necessidade de cada paciente, o que impossibilita a produção em escala e as vantagens em termos de maiores controles operacionais que este tipo de produção proporciona. Por essa característica, não é a
10
“Os locais de elaboração devem ter
indústria farmacêutica que irá trabalhar
Apesar de não serem manipulados em indústria farmacêutica, a nutrição parenteral e os quimioterápicos devem seguir as regras das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos
farmacêutica do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de São Paulo. A legislação vigente estipula que a manipulação de nutrição parenteral deve ser realizada em espaços com dimensões que facilitem ao máximo a limpeza, a manutenção e as operações em área limpa Grau A ou B ou sob fluxo unidirecional, circundada por área Grau C. Já a limpeza e higienização dos produtos farmacêuticos, correlatos e materiais de embalagem utilizados devem ser feitas em área controlada Grau D.
Fotos: Divulgação / Farmoterápica
Detalhe do trabalho de inspeção de bolsas de nutrição parenteral
Uma nutrição especial, feita sob medida para o paciente Um exemplo de como se dá o
Depois da prescrição liberada é
aprovada passa então para o processo
emitida uma ordem de produção para a
de liberação e a partir daí a agilidade é
equipe responsável pela manipulação.
fundamental: a nutrição parenteral tem
A partir daí, todo o processo é infor-
validade de apenas 24 horas após o
matizado e monitorado passo a passo,
término da manipulação.
diretamente por farmacêuticos.
controle de qualidade na produção de
Todos os insumos passam por
bolsas de nutrição parenteral é o traba-
inspeção visual, conferência de lote,
lho realizado pela Farmoterápica, uma
validade, etc, e após passar por um
rotina intensa e repleta de cuidados. A
processo de assepsia em um ambiente
supervisora de produção da Farmote-
ISO classe 8 está apto a entrar na área
São vários os aspectos de controle
rápica, Priscila Araújo Fonseca, explica
de manipulação por meio de uma cai-
de qualidade adotados pela Farmote-
que o processo é iniciado quando a
xa de passagem. A área de produção,
rápica, como informa a farmacêutica
prescrição médica é recebida pela área
ISO classe 7, opera com temperatura
Ubiara Marfinati, supervisora de quali-
de atendimento. “A prescrição passa
de 20ºC (+ 5ºC) e umidade menor que
dade da empresa. De forma paralela à
por uma avaliação farmacêutica antes
85%. O vestiário também é classificado
produção, são realizadas manutenção
de ser liberada para a produção para
e opera nas mesmas condições que a
preventiva e calibração dos equipamen-
detectar possíveis erros e incompatibi-
área de produção.
tos; toda a elaboração da padronização
Controles em vários níveis
lidades farmacotécnicas, é mais uma
De cada preparação de nutrição
dos procedimentos e dos documentos
medida de segurança aos nossos pa-
parenteral, são retiradas duas amostras
de controle; qualificação de fornecedo-
cientes”, observa Priscila.
para o controle de qualidade. A bolsa
res de matéria-prima; auditorias inter-
11
capa nas, tanto visando os itens exigidos nas Boas Práticas de Fabricação como as relacionadas à ISO 9001; e validação do transporte para garantir que o produto chegue ao cliente mantendo suas características originais. A limpeza das áreas controladas é outro ponto de atenção. Três vezes por semana são realizados controles de particulados viáveis, por meio de sediFoto: Divulgação / Hospital Albert Einstein
mentação em placa de cultura, e não viáveis, utilizando contador eletrônico. As caixas de passagens de entrada e saída são limpas três vezes ao dia e a área de manipulação passa por limpeza duas vezes ao dia, com a higienização de superfícies. Para verificar as condições de limpeza, três vezes por semana é feito contato de meio de cultura nas superfícies, bancadas, insumos que entraram na área e nas
Segunda verificação no processo de dispensação de quimioterapia no Hospital Albert Einstein
mãos e pontos críticos dos uniformes dos manipuladores.
sidades de cada paciente. No Hospital
Diariamente é feita uma simulação
manipulador”, comenta Ubiara. Como
Israelita Albert Einstein, em São Paulo,
com meio de cultura, como determina
reforço, os manipuladores passam
a farmácia central de quimioterapia pre-
a portaria 272. A cada troca de turno,
por validações anuais nas quais são
para, em média, 800 doses de quimio-
ao final, o profissional deve manipular
avaliadas a capacidade técnica e de
terápicos por mês, direcionadas tanto
uma bolsa com meio de cultura como
assepsia. No primeiro caso, o manipu-
para os pacientes internados como para
se estivesse fazendo uma alimentação
lador deve usar o mesmo procedimento
aqueles em atendimento ambulatorial.
parenteral. “Este teste diário é um bom
realizado na manipulação das bolsas,
Tudo começa com a chegada de
porém transferindo meio de cultura
uma prescrição médica, que passa
para os frascos por 100 vezes em três
por três verificações realizadas por
dias. “Continuamos seguindo este pro-
dois enfermeiros e um farmacêutico.
cedimento, apesar da USP 33 ter sim-
Essa tripla checagem tem por objetivo
plificado este procedimento, para man-
analisar se a droga é compatível com
termos padrões mais rigorosos quanto
o protocolo e com o diagnóstico, se a
aos processos. Acreditamos que o rigor
dose está correta de acordo com o
empregado é o mais adequado para
peso e altura do paciente; se o termo
nossa realidade.” explica Ubiara.
de consentimento que informa os riscos
A legislação estipula que a manipulação seja feita em espaços que facilitem a limpeza e as operações sejam em áreas limpas Grau A ou B ou sob fluxo unidirecional, circundado por área Grau C
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indicativo de como está a técnica do
do procedimento ao paciente está de-
Quimioterápicos
vidamente assinado; qual a orientação de administração; se há algum risco de interação medicamentosa ou risco de
Assim como a nutrição parenteral, o
alergia; entre outros pontos.
medicamento quimioterápico é formu-
“Depois dessa verificação, a rotina
lado de maneira específica às neces-
de preparo prevê ainda três barreiras
de segurança no processo produtivo do medicamento”, comenta Valéria Armentano dos Santos, coordenadora de farmácia do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein. A primeira acontece antes da produção. Após a prescrição ter sido liberada pela tripla verificação, um farmacêutico faz uma nova verificação
Após a verificação inicial, a rotina inclui outras barreiras de segurança no processo produtivo dos quimioterápicos
para a manipulação. Toda a matériaprima a ser utilizada é higienizada e entra no ambiente de manipulação via caixa de passagem. Em uma antecâmara dupla o manipulador prepara-se para entrar, realizando a higienização das mãos e colocando o avental estéril de material impermeável e absorvente. O processo
de todos os parâmetros e só então a
seguido pelo hospital não prevê que a
produção se inicia; durante o processo
paramentação utilizada seja a de uma
ocorre a segunda avaliação, realizada
sala limpa. Entre os controles realiza-
por um técnico; e finalmente, após o
previstas para administração. A prepa-
dos estão o de ambiente, superfícies e
produto finalizado, outro farmacêutico
ração em si só é iniciada após o registro
manipulador, feitos semanalmente por
revisará todos os cálculos e conferirá
de entrada do paciente que receberá.
empresa externa.
se a formulação está de acordo com a
O farmacêutico emite o rótulo do me-
O trabalho de manipulação é reali-
prescrição.
dicamento e um técnico seleciona os
zado em um ambiente controlado, ISO
Detalhando o fluxo de trabalho,
insumos necessários e efetua a leitura
classe 7 com pressão inferior às áreas
Valéria conta que as prescrições che-
do código de barras garantindo a ras-
adjacentes, com ar filtrado e filtros ab-
gam de forma manual à farmácia e são
treabilidade do medicamento, de forma
solutos. A produção é iniciada após a
agendadas de acordo com as datas
eletrônica, e encaminha todo o material
confirmação dos dados da prescrição.
capa pacientes e equipes, todos os quimioterápicos recebem um alerta de medicamento especial, na cor laranja, de fácil identificação. E outro alerta é incluído quando a substância é vesicante (tem capacidade de provocar necrose, por exemplo) ou irritante. A rastreabilidade do medicamento é garantida pelo controle de lote, e validade é feita tanto em sistema informatizado como em livro de registro, conforme determina a Vigilância Sanitária. Em breve, uma grande reformulação irá ocorrer em toda a área ambulatorial do Hospital Israelita Albert Einstein, Área de circulação entre os ambientes controlados no INCA
incluindo o espaço da farmácia. “Para 2011 estão previstas reforma, ampliação e adequação da área da farmácia, inclusive da área limpa”, diz Valéria. “A reforma da área física do ambulatório prevê instalações mais aconchegantes trazendo mais conforto e privacidade aos nossos pacientes.”
Fotos : Divulgação /Inca
Experiência do INCA Uma equipe de nove farmacêuticos e nove técnicos em farmácia se reveza 12 horas por dia, todos os dias da semana, para manter em pleno funcionamento o Setor de Preparo de AntineSala de limpeza e desinfecção do INCA, onde ocorre a assepsia dos insumos
oplásicos e Medicamentos de Apoio, da Seção de Farmácia do Hospital do
14
A droga é diluída de acordo com uma
faz a inclusão de uma droga por vez na
Câncer I e Centro de Transplante de
tabela que informa qual é o diluente cor-
bolsa.
Medula Óssea do INCA (Instituto Na-
reto e a estabilidade do medicamento.
Finalizada, a bolsa é limpa, para
cional do Câncer/MS), no Rio de Janei-
O técnico registra o volume referente à
evitar qualquer resíduo de quimioterápi-
ro. Um trabalho interrupto que garante
dose e o farmacêutico faz a conferência
co que possa contaminar a equipe de
a preparação de uma média de 7.550
de imediato. O manipulador posiciona-
administração, rotulada e embalada.
formulações por mês entre quimiote-
do junto ao fluxo unidirecional tipo II B2
Uma vez pronta toda a medicação do
rápicos e outros medicamentos, sem
ISO classe 5, faz uma nova assepsia
paciente, ela sai via caixa de passa-
incluir a nutrição parenteral.
do batoque, abre o material no fluxo
gem e outro farmacêutico realiza uma
Os cuidados com o controle de
unidirecional, utiliza uma seringa para
nova checagem completa de todos os
contaminação no processo de pro-
aspirar o volume indicado e, com téc-
requisitos e faz uma verificação visual.
dução de quimioterápicos e nutrição
nicas assépticas e de biossegurança,
Como cuidado extra à segurança dos
parenteral são parecidos. “Ambos são
bastante semelhantes sob o ponto de vista da técnica asséptica, mas ao processo de preparo dos antineoplásicos são associados os procedimentos de biossegurança devido às suas características de medicamentos de risco. Cada segmento também ocupa lugares distintos dentro de uma unidade centralizada de produção de medicamentos, composto por antecâmara, sala de manipulação, área de rotulagem e embalagem e sala de limpeza e desinfecção próprios”, explica Letícia Maria Boechat
No INCA, a área de manipulação é ISO classe 7 com cabine biológica ISO classe 5, com pressão negativa em relação à sala. São realizadas entre 40 a 60 trocas de ar por hora no ambiente e 300 na cabine
Andrade, chefe da Seção de Farmácia
tura, superfície corporal, patologia) condições clínicas para o recebimento do medicamento e que podem influenciar na dose prevista do medicamento (provas de função renal e hepática, reserva da medula óssea, amputações), se a prescrição está em conformidade com o protocolo (antineoplásicos, medicamentos pré e pós quimioterapia, soluções de hidratação). Caso necessário, o farmacêutico contata o médico prescritor. Tudo verificado, é feito o agendamento da produção, no qual o paciente fica programado para receber
do Hospital do Câncer 1 e Centro de
aquela quimioterapia em datas, horá-
Transplante de Medula Óssea do INCA,
em detalhe todos os aspectos envolvi-
rios e ciclos determinados, conforme o
que descreve como se dá o preparo dos
dos com o pedido”, afirma Letícia, que
tratamento em questão.
quimioterápicos.
também é coordenadora de ensino
A próxima etapa é a confecção do
“O processo é iniciado com a che-
em farmácia do INCA. São conferidos
rótulo, ainda feita de forma manual. “Es-
cagem da prescrição médica, realizada
os dados pessoais do paciente como
tamos em processo de informatização
por um farmacêutico, que visa verificar
nome completo, matrícula, peso, al-
de todo o processo da quimioterapia, as
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capa prescrições médicas já estão em fase de teste, brevemente será o segmento da produção dos medicamentos”, conta Letícia. No rótulo são disciminadas todas as informações necessárias para o preparo e administração do medicamento: identificação do paciente, nome do medicamento, dose, volume da dose, volume do diluente, volume final, tempo e via de administração, data Foto: Divulgação /Inca
e hora do preparo, tempo e condições de conservação, identificação do responsável. Os rótulos são submetidos à conferência por outro farmacêutico, que rubrica para sinalizar a ação. Os medicamentos a serem utilizados no dia são transportados do estoque para
No INCA, os quimioterápicos são manipulados em cabines de segurança biológica classe II Tipo B2
a sala de limpeza e desinfecção, têm seus lotes e data de validade registrados para o acompanhamento de rastreabilidade, passam por uma inspeção visual em écran para detecção de possíveis não conformidades como Foto: Divulgação / Hospital Albert Einstein
presença de corpo estranho ou problemas de integridade, são lavados com água e sabão seguida da desinfecção com álcool a 70%, e só então são transferidos para a sala de manipulação pela caixa de passagem. Na sala de manipulação, o farmacêutico já posicionado na cabine de segurança biológica analisa o rótulo, que funciona como um roteiro de produção, e solicita ao técnico de farmácia
Como uma terceira barreira de segurança, farmacêutico do Einstein revisa cálculos e confere se a formulação está de acordo com a prescrição
o material de que irá precisar, por dose
16
a ser preparada. O técnico efetua nova
passagem, para a área de rotulagem e
então um kit contendo os quimiote-
alcoolização nos materiais e entrega
embalagem. Lá é submetida novamen-
rápicos, as soluções de hidratação
conforme a ordem pedida pelo farma-
te à inspecção visual em écran, recebe
e os medicamentos que deverão ser
cêutico, que irá montar a bolsa e injetar
o rótulo definitivo e é devidamente
utilizados na pré-quimioterapia e na
os insumos, aspirando e preenchendo
embalada. Neste momento, mais uma
pós-quimioterapia. Tudo embalado e
com o conteúdo prescrito. Ao final, faz
checagem ocorre e outro farmacêutico
conferido, o material segue para o en-
a identificação da bolsa relacionando-
cruza as informações do rótulo com
fermeiro responsável pela aplicação,
a com a prescrição.
a agenda e o prontuário do paciente.
que irá efetuar nova conferência dos
Após a formulação ser finalizada,
Todas as informações têm que estar
medicamentos destinados ao paciente
a bolsa é acondicionada em bandeja
em conformidade, caso contrário o
em questão para, finalmente, adminis-
e transferida, por meio de caixa de
processo será revisto.
trar a sequência de medicamentos.
Ele organiza
Cuidados no controle da contaminação
ISO classe 8. O uniforme de circula-
lava novamente as mãos e coloca um
ção interna é deixado em um armário,
capote sobre o macacão, para só en-
guardado em um saco plástico. Após
tão adentrar na sala de manipulação.
a lavagem das mãos, o profissional
A área de manipulação é ISO classe
Os profissionais da Seção de Far-
passa para o vestiário 2, também ISO
7 com cabine de segurança biológica
mácia do HCI/CEMO/INCA passam por
classe 8 mas com maior pressão. Nele,
ISO classe 5, com pressão negativa
quatro vestiários antes de chegarem à
após a lavagem das mãos com técnica
em relação ao ambiente em que está
sala de manipulação de quimioterápi-
asséptica, veste uma roupa estéril feita
inserida. A totalidade da exaustão se
cos. No primeiro, chamado de vestiário
com material com baixa liberação de
dá por meio da cabine, mas toda sala
geral, retiram a roupa e adornos como
partículas, impermeável e lavável. Sairá
tem exaustão com filtro HEPA, com a
relógios, alianças, joias, bijuterias, além
de lá com toda a superfície corporal co-
finalidade de filtrar algum aerossol de-
de bolsas e sapatos, e vestem um uni-
berta, usando além do macacão, toca
corrente do escape das cabines ou de
forme limpo, não estéril, de circulação
tipo escafandro, óculos de proteção e
acidentes que ocorram na sala, fora da
interna da farmácia, composto de calça,
protetor respiratório de carvão ativado.
cabine. O ar filtrado e classificado é
blusão, sapatilhas, touca e máscara de
O profissional chega a um corredor
trocado de 40 a 60 vezes por hora no
proteção. O próximo passo é se dirigir,
de circulação geral e passa por uma
ambiente e ocorrem quase 300 trocas
já de posse de um pacote de roupa es-
antecâmara ISO classe 7 que serve
de ar por hora na cabine.
téril, à área limpa, e entrar no vestiário
como uma barreira, tendo pressão
Para facilitar a identificação das
1, pressurizado positivamente em rela-
negativa em relação ao corredor de
áreas, quando se passa da área ISO
ção à área externa e classificado como
acesso e à sala de manipulação. Ele
8 para ISO 7, ou melhor, de ambientes
capa
O envase da nutrição parenteral é feito sob fluxo unidirecional ISO classe 7
com classificação ISO diferentes, a cor
só é permitido após a passagem pelos
do piso muda. No final da jornada de
mesmos procedimentos de entrada
trabalho, o caminho de saída do profis-
dos manipuladores, vestindo uniforme
sional é encurtado e feito de forma que
do mesmo tipo e realizando os mes-
ele saia diretamente para o vestiário 1,
mos procedimentos assépticos. E um
onde retirará o uniforme utilizado na
depósito temporário de resíduos dis-
área limpa, direcionando-o para a lim-
posto de forma a permitir a disposição
peza e depois veste novamente a roupa
das barricas contendo os resíduos de
de circulação interna da farmácia.
risco oriundos da manipulação dos
Mais três ambientes fazem parte
quimioterápicos e sua retirada pela
do complexo. A sala de limpeza e de-
parte externa à área limpa, e enviado à
sinfecção dos materiais que serão uti-
destinação final.
lizados, ligada internamente por caixa
Letícia reforça que todo o complexo
de passagem com a área de manipula-
foi validado nos três níveis de ocupa-
ção e externamente com a entrada de
ção: como construído, em repouso e
materiais e medicamentos vindos do
em operação, pela certificação ISO,
estoque. Um depósito de material de
e controle microbiológico de água, ar,
limpeza exclusivo para a higienização
saneante e desinfetante por lote. Os
das áreas classificadas, cujo acesso
manipuladores também são validados
Uma preparação muito especial Em uma sala limpa negativamente pressurizada dotada de cabine de Segurança Biológica Classe II B2, antecedida por um vestiário de barreira também pressurizado negativamente, a equipe da Unidade Centralizada de Preparo de Medicamentos e Misturas Nutricionais do HCI/CEMO/ INCA (Instituto Nacional do Câncer), no Rio de Janeiro, produz uma formulação muito especial. Trata-se da manipulação do BCG, com a utilização da Mycobacterium bovis para aplicação intravesical, usada no tratamento de tumores na bexiga. Mensalmente são produzidas, em média, 40 doses da aplicação. Direcionado a pacientes com tumor inicial ou recidivado na bexiga, o tratamento consiste na aplicação, através de uma sonda intravesical, de 53 ml de suspensão em salina fisiológica da micobactéria que, em contato com a mucosa, provoca
18
uma intensa reação inflamatória, processo no qual o tumor também é debelado. “O tratamento local evita as reações sistêmicas da quimioterapia intravenosa. O paciente recebe muitas aplicações, em intervalos semanais, mensais, trimestrais, semestrais, até a conclusão. É a mais bem-sucedida imunoterapia para o tratamento do câncer”, comemora Letícia Boechat, chefe da Seção de Farmácia do Hospital do Câncer 1 e Centro de Transplante de Medula Óssea do INCA. Por ser potencialmente contaminante, no entanto, a manipulação exige cuidados especiais. “Trabalhamos com uma concentração altíssima, são 81 miligramas da micobactéria, correspondentes a 1,8x109 UFC”, comenta Letícia. Pelo risco ocupacional que representa ao manipulador, que pode inalar a bactéria e desenvolver uma infecção grave, a manipulação
acontece em uma sala limpa pressurizada negativamente, em CSB classe II B2, precedida de antecâmara de pressão negativa e com a utilização de todos os equipamentos de proteção individual (vestuário completo, óculos de proteção, protetor respiratório de carvão ativado e dois pares de luvas). Após formulada, a preparação é embalada e rotulada, colocada em maleta de transporte próprio, rígida, com termômetro para controle da temperatura e imediatamente enviada para o Ambulatório de Urologia onde é administrada ao paciente. Antes do treinamento e da realização prática da manipulação do BCG para uso intravesical, os funcionários são submetidos ao teste do PPD, para registro na ficha de saúde ocupacional. Os resíduos são acondicionados adequadamente e encaminhados para a autoclavação, antes do descarte final.
pelo controle microbiológico das mãos. Semanalmente são colhidas amostras da área física, equipamento e pessoal para controle microbiológico e mensalmente realizada a certificação das cabines de segurança biológica e semestralmente do ambiente, por empresa prestadora de serviços. Há também a validação dos profissionais. Semanalmente, ocorre um rodízio com os manipuladores para uma avaliação com relação à limpeza das mãos, o que garante que mensalmente toda a equipe de manipulação tenha sido verificada. Duas vezes ao ano, ou quando da validação de um novo manipulador, são avaliadas a destreza e o rigor da técnica asséptica com um teste media fill.
Passo a passo da manipulação da nutrição parenteral 1) Envase de grandes volumes: os elementos básicos de uma formulação parenteral, glicose, aminoácidos e água, são envasados e misturados em um equipamento posicionado abaixo de um fluxo unidirecional classe 7. O manipulador digita a densidade de cada insumo, volume prescrito e a ordem correta de envase e, após a conferência do farmacêutico, parte da bolsa é preenchida automaticamente. 2) Aditivação de eletrólitos: a adição de insumos como cálcio, potássio, sódio, heparina, vitaminas, entre outros, é realizada de forma manual. Debaixo de fluxo unidirecional classe
5, o manipulador acondiciona em seringas a quantidade indicada de cada elemento a ser incluído na bolsa e os reserva em uma prateleira. Essa etapa é finalizada com o manipulador sacudindo a bolsa, para homogeneizar a mistura. 3) Envase da emulsão lipídica: a inclusão da quantidade de lipídios indicada na prescrição também é realizada em um equipamento. O profissional indica a densidade e o volume e posiciona a bolsa na célula de carga. Novamente o farmacêutico supervisor confere os dados e só então o equipamento é ligado.
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Case: Ourofino Saúde Animal
Segurança na produção industrial Nova planta industrial da Ourofino vai produzir 60 milhões de doses de vacina contra a aftosa por ano. Mais de 60% da área construída corresponde a ambientes classificados
Alberto Sarmento Paz
M
aior empresa nacional do setor
principal planta de produção da Ourofi-
OPS – Organização Panamericana de
de saúde animal, e a quarta no
no, localizada na cidade de Cravinhos,
Saúde, que trabalha para controlar e
ranking geral, a Ourofino Agronegócio
no interior de São Paulo, uma área com
erradicar a febre aftosa nas Américas.
– Divisão Saúde Animal investiu cerca
mais de 200 mil metros quadrados que
“Além disso, todo o projeto e constru-
de R$ 60 milhões para entrar em um
abriga ainda as áreas administrativas
ção foram supervisionados pelo MAPA
mercado cada vez mais competitivo: a
da empresa e as unidades de produ-
– Ministério da Agricultura, Pecuária e
produção de vacinas contra a aftosa.
ção de medicamentos veterinários
Abastecimento”, observa Terra.
A decisão estratégica do investimento
(sólidos, comprimidos, semi-sólidos,
Partindo do princípio de que se
se deu em 2006 a partir da avaliação
suspensão oral e injetáveis), defensi-
precisa trabalhar com vírus ativo para
dos cenários futuros do mercado
vos animais e hormônios.
a produção da vacina, a fábrica foi
de biológicos. “Do mercado total de
Para ter uma planta de excelência,
concebida para atender aos padrões
saúde animal, aproximadamente 30%
compacta e funcional, a equipe da
construtivos necessários para que sua
corresponde aos produtos biológicos
Ourofino buscou orientação do Cen-
estrutura física funcione como uma
e, desse total, a vacina contra a aftosa
tro Panamericano de Febre Aftosa
barreira contra o “escape” do vírus e
representa mais de 70% das vendas”,
– Panaftosa, centro científico ligado à
foram implementados controles efeti-
explica Fausto Terra, diretor de Biológicos da Ourofino Saúde Animal, reforçando a importância desse produto para a consolidação do portfólio da empresa. “Nossa presença no segmento de biológicos está relacionada ao objetivo maior da Ourofino que é ser uma referência no agronegócio.” A fábrica de vacinas contra a aftosa começou a ser projetada ainda em 2006 e as obras de construção civil
20
A empresa atendeu às normas e diretrizes de biocontenção e de biossegurança especificadas nas resoluções MAPA 177, RN 50 e RN 10
vos para que os processos garantam o confinamento do vírus no local, atendendo assim às diretrizes de biossegurança e biocontenção. Para tanto, a empresa seguiu as normas e diretrizes de biocontenção e de biossegurança especificadas nas resoluções MAPA 177, RN 50 e RN 10, além de incorporar também as BPFs – Boas Práticas de Fabricação da Indústria Farmacêutica e alinhar o sistema de automação
tiveram início no primeiro trimestre do
às orientações do GAMP5 e à norma
ano seguinte. A unidade fica dentro da
CFR21_part11.
Fotos: Divulgação / Ourofino
Acima, tanques destinados ao preparo de soluções Abaixo, vista geral da área de produção industrial das células
Excelência
Em linhas gerais, são dois grandes ambientes internos: as áreas biocontidas e as áreas não biocontidas. São
Determinada a alcançar em todas
três andares de construção, sendo que
as etapas a excelência, a Ourofino im-
nas áreas onde estão localizados os
plementou ações mais rígidas do que
grandes tanques, onde o pé-direito é
as estabelecidas pelas normas nacio-
de 7,2 metros, o acesso se dá por dois
nais e internacionais. A construção civil
níveis de plataformas, para se chegar
foi finalizada no segundo semestre de
a parte superior e inferior dos tanques.
2008, a partir daí a unidade passou por
O projeto executivo estabeleceu
diversas etapas de inspeção e testes
um prédio modular que tem apenas
até finalmente receber a autorização
dois acessos à área biocontida (vesti-
de produção pelo MAPA.
ário masculino – que leva à produção,
21
Case: Ourofino Saúde Animal
Porta de acesso ao painel de controle e autoclave e vestiário feminino – ao controle de
oito portas de junta ativa instaladas no
são lajes reforçadas”, conta o super-
processo) e um acesso à área não
empreendimento, sempre na fronteira
visor de Biossegurança Pedro Motta.
biocontida (setor administrativo e pro-
entre as áreas biocontidas e não bio-
Como é previsto em ambientes de
dução não biocontida). Além desses,
contidas.
biossegurança, na saída são descar-
há um acesso para equipamentos à
A entrada na área de controle de
tadas as vestimentas, os profissionais
área biocontida (eclusa de equipamen-
processo (biocontida) se dá da mesma
fazem assepsia de mãos, nariz e boca
tos). O empreendimento é uma “caixa
forma, com acessos completamen-
e passam por banho automático.
hermética”, com pouco mais de 4.600
te distintos e isolados. Para tanto,
A transferência de materiais entre
metros quadrados de área total, sendo
além do cuidado com as portas nas
as áreas biocontida e não biocontida
que cerca de 65% são áreas classifi-
fronteiras, cada área é atendida por
se dá por meio de uma autoclave (va-
cadas: 511 metros quadrados são ISO
um sistema de condicionamento de
por a 121ºC), por uma caixa de pas-
classe 7 e 2.435 metros quadrados
ar independente. “Todas as paredes
sagem com aspersão de ácido cítrico
são ISO classe 8, com pé-direito entre
externas são duplas e há uma mem-
ou por uma eclusa de materiais com
3,6 e 7,2 metros. A plena carga, fase
brana polimérica entre elas. Nas áreas
geração de vapores de formaldeído.
em que se encontra a fábrica, a produ-
de fronteira estão previstos testes de
Ainda atendendo à Norma 177 de
ção é de 60 milhões de doses ao ano,
estanqueidade regulares em todos os
Biossegurança, todos os ambientes
com a possibilidade de ampliação para
pontos. Também o teto é duplo com
são
80 milhões com alguns ajustes de pro-
manta polimérica, enquanto os pisos
selados por meio de controle de cas-
dução já previstos em projeto. O acesso à área de produção biocontida se dá por vestiários (ambientes ISO classe 8) e os operadores, devidamente capacitados, adentram o local unicamente por meio de senhas de identificação individual e intransferível. As portas que fazem fronteira entre a área externa e a área biocontida são equipadas com juntas ativas (no contato com as paredes conta com uma
22
Portas de acesso às áreas biocontidas
O empreendimento é uma “caixa hermética” com pouco mais de 4.600 metros quadrados sendo que cerca de 65% são áreas classificadas
despressurizados
e
mantidos
cata de pressão. Assim, em toda a unidade o ar sempre se desloca da área potencialmente menos contaminada com o vírus para a área mais contaminada, evitando dessa maneira a contaminação cruzada. “Esse é um dos parâmetros cruciais para a qualidade da operação”, observa Motta. A planta mantém temperatura estável em 22ºC (mais ou menos 2ºC) e umidade de 60% (mais ou menos 10%) em toda
borracha que infla e veda totalmente
a área de produção, vestiários e salas
a passagem de ar). No total, existem
administrativas.
Produção
produção celular para suprir a demanda de células a ser utilizada para a replicação viral na área biocontida. É
De maneira geral, a produção se dá
importante citar que todo o processo é
em três grandes etapas: preparação
feito por um circuito fechado”, explica
do meio de cultura e células (ambiente
Ricardo Avalo, gerente de Produção
não biocontido), área de produção in-
Industrial da Ourofino.
dustrial do vírus (ambiente biocontido)
Nesse ambiente existem áreas ISO
e área de formulação (ambiente não
classe 8 e ISO classe 7 e cabines de
biocontido).
segurança biológica ISO classe 5 (a
Na área de preparação do meio de cultura e células, como o nome indica,
unidade conta com sete cabines no total).
Na produção existem áreas ISO classe 8 e ISO classe 7. Existem ainda cabines de segurança biológica ISO classe 5. No total, são sete cabines na unidade
serão formuladas/desenvolvidas as cé-
Uma vez atingida a contagem ideal
lulas, nas quais os vírus da aftosa irão
de células com morfologia satisfatória,
se desenvolver de maneira controlada.
elas são transferidas para o setor bio-
Após a replicação viral atingir o
Uma vez formulado, o meio de cultura
contido (área de produção industrial
ponto ideal (que se dá pela redução na
é passado por uma bateria de filtros
de vírus, ambiente ISO classe 8) onde
contagem celular) a suspensão viral é
esterilizantes e destinado à área de
estão localizados os biorreatores com
transferida para a área de inativação
produção industrial de células. “Nesta
todas as condições ideais para a repli-
e posteriormente para a quarentena,
última estão localizados os biorreato-
cação viral, como pH, oxigênio dissol-
onde é aguardado o resultado do teste
res utilizados no escalonamento da
vido, temperatura e pressão.
de inocuidade, que garante a completa
Case: Ourofino Saúde Animal
Cuidados especiais É vital para um empreendimento como esse um sistema de condicionamento de ar de excelência. “E foi isso que fizemos”, complementa Fausto Terra. A geração de frio se dá por meio de uma Central de Água Gelada – CAG, composta por um resfriador do tipo parafuso, com condensação a ar e capacidade de 225 TRs, duas bombas de água gelada sendo uma efetiva e outra reserva. A CAG está instalada do lado externo do prédio e o encaminhamento de tubulação se dá pelo exterior até a altura da entrada da casa Trabalho sob fluxo unidirecional na área de produção de células
de máquinas. O sistema de tratamento de ar, responsável pela manutenção de parâmetros de temperatura, umidade, classe de limpeza e gradientes de pressão da área biocontida, é atendido por uma unidade de tratamento de ar com 100% de ar externo e localizado na casa de máquinas no piso superior. Já a exaustão da área biocontida é feita por duas unidades localizadas em ambiente biocontido, ambas operando a meia carga, pois se houver qualquer problema em algum dos sistemas, o outro poderá ser ativado para operar em capacidade total e atender todas as demandas de exaustão das respec-
Vista parcial da formulação
tivas áreas. inativação do antígeno. A partir deste
24
e estocada em câmara fria (2 a 8ºC).
Filtros HEPA duplos foram insta-
momento e após uma detalhada ava-
Depois de envasado todo o lote de
lados em paralelos na saída do ar da
liação pelo setor de biossegurança, a
vacinas é testado em animais, e uma
área biocontida para garantir a redun-
transferência do antígeno para a área
vez aprovado em todos os parâmetros,
dância da filtragem na exaustão. Como
de formulação (não biocontida) é auto-
o lote é enviado para uma central de
a unidade é totalmente despressuriza-
rizada.
selagem de onde o MAPA retira uma
da, para evitar o “escape” do vírus para
Novamente na área não biocontida
amostragem para os testes oficiais. A
o meio externo, a interrupção do forne-
o antígeno será purificado e concentra-
partir da aprovação oficial do MAPA,
cimento de energia elétrica é um risco
do para posteriormente formular-se a
que levou seis meses para os lotes
muito alto. A exaustão que possibilita
vacina. Após a formulação, a vacina é
pilotos, a vacina é liberada para a co-
a pressão negativa de todo o prédio e
envasada em frascos de 10 e 50 doses
mercialização.
os outros equipamentos responsáveis
O sistema supervisório da planta é monitorado por plantonistas que se revezam por 24 horas ao dia, 365 dias ao ano, garantindo assim total controle das operações
Fausto Terra e Pedro Motta paramentados na área de formulação
radores capazes de manter as cargas essenciais em pleno funcionamento.
pela estanqueidade de toda a planta
a funcionalidade das cargas essen-
Além disso, o sistema supervisório da
de produção dependem desse insumo.
ciais por cerca de 60 minutos. Se não
planta é monitorado por plantonistas
Assim, o projeto previu a instalação de
houver retomada da energia durante
que se revezam por 24 horas ao dia,
um sistema de no break que garante
esse período, a planta possui dois ge-
365 dias ao ano, garantindo assim
Case: Ourofino Saúde Animal
Ourofino Agronegócio Empresa 100% nacional, a Ourofino
nos, ovinos, aves, suínos, e atende
tada a defensivos agrícolas, com a
Agronegócio, instalada em Cravi-
também animais de estimação. Em
produção de fungicidas, inseticidas,
nhos, interior de São Paulo, empre-
outras áreas do agronegócio, a
herbicidas e óleo mineral.
ga 1.100 profissionais e deve fechar
empresa atua na seleção e melho-
A inovação pode ser retratada pelos
o ano de 2010 com faturamento
ramento do gado gir leiteiro e nelore
convênios firmados com 18 universi-
próximo aos R$ 300 milhões, o que
e do cavalo crioulo; produz semen-
dades brasileiras, que geram conti-
representará uma evolução de cerca
tes
pastagens,
nuamente importantes resultados,
de 30% em relação ao período an-
proporcionando melhor pasto para
tais como o desenvolvimento de um
terior. Desse total, cerca de 10% é
o gado; e este ano, inaugurou uma
vermífugo específico para camelos,
exportado para mais de 30 países da
nova fábrica, em Uberaba (MG), vol-
vendido para o Oriente Médio. A
forrageiras
para
África, da América Latina, da Ásia e
empresa anuncia que, para 2010, o
do Oriente Médio.
investimento total em pesquisa deve
Focada inicialmente no setor de
chegar aos R$ 50 milhões, mais de
medicamentos veterinários, a em-
15% do faturamento bruto anual –
presa tem ampliado seu portfólio de
índice superior à média mundial em
produtos e de soluções agropecuá-
saúde animal.
rias (hoje são mais de 100 produtos oferecidos ao mercado). A Ourofino
Empreendedorismo
Saúde Animal fabrica produtos des-
A história da Ourofino começa em
tinados a bovinos, equinos, capri-
1986, quando Norival Bonamichi, técnico agrícola e vendedor de ra-
Empresa ocupa área de mais de 200 mil metros quadrados
ção para animais, vislumbrou uma oportunidade de mercado: a produção de medicamentos de saúde animal. Para ajudá-lo na empreitada, convidou o amigo de infância Jardel Massari e, juntos, fundaram a Ourofino. A empresa começou em Ribeirão Preto e seu primeiro produto fabricado era um antibiótico em pó para problemas respiratórios de aves e suínos. Esse empreendedorismo foi reconhecido internacionalmente quando Bonamichi conquistou o prêmio Master of Business de Empreendedor do Ano, da Ernst & Young, em 2004, e, no ano seguinte, representou o Brasil na etapa mundial, em Monte Carlo. Ele foi o empresário brasileiro que mais cresceu em menos tempo e também quem obteve a maior fortuna com o menor capital.
26
um total controle do que se passa na
Ficha Técnica – Fábrica de Vacinas contra a Aftosa da Ourofino
fábrica. Também o tratamento de efluenProjeto
Equipe interna Ourofino, Panaftosa e MAPA
Condicionadores de ar, dampers e filtros
Trox
Divisórias, portas, janelas de vidro duplo
Dânica
Portas de junta ativa e caixas de passagem de fronteira
Reintech
do efluente é térmico (100ºC por uma
Sistema de automação e supervisão
Iastech
hora). Após esse período e confe-
Instalação do sistema de condicionamento do ar
CACR
Sistema de supervisão do sistema de condicionamento de ar
CACR
Vestimentas
MPW
Instalação elétrica
Instal
Instalação industrial
Ajade
de tratamento de efluentes de toda a
Construção civil
Rio Verde
planta da Ourofino.
*Informações cedidas pela Ourofino
tes merece uma atenção especial em função de ser uma planta biossegura. Como os efluentes tiveram contato com o vírus, o tratamento é feito na própria área biocontida, onde estão localizados três tanques, um coletor e dois de tratamento. O tratamento
rência de todos os parâmetros pelos plantonistas
de
biossegurança,
o
efluente está pronto para ser descartado (procedimento realizado por meio de senha pela sala de monitoramento), sendo encaminhado para fora da área de biossegurança, à estação central
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ABL ANTIBIÓTICOS DO BRASIL LTDA........................................................ 19 3872-9300
Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica Ltda..................................... 11 4689-4500
ABECON AR COND. E REFRIG.................................................................... 11 4345-4777
DHL DIAGNÓSTICA HOSPITALAR LTDA .................................................... 67 3318-0300
Accept Com. Manut. e Qualificação e Ar Cond. Ltda. .............. 11 2215-4515
Divorse Divisórias e Comércio de Acessórios p/ Sala Limpa EPP.. 11
AC INTERCON SALAS LIMPAS ENG.INST. ESPECIAIS LTDA................... 11 3331-6576
Ecoquest do Brasil Com. e Serv. p/ Purif. de Ar e Água Ltda..... 11 3120-6353
5524-5486
ACHÉ LABORATÓRIO FARMACÊUTICO S/A.............................................. 11 5546-6872
EMAC - ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO LTDA. ..................................... 31 2125-8500
AÇOR ENGENHARIA LTDA.......................................................................... 11 3731-6870
EMPARCON - TESTES, AJUSTES E BALANC. S/C LTDA. ........................ 11 4654-3447
Adriferco Engenharia e Consultoria Ltda. ............................... 11 3773-7274
Enfarma Consultoria em Engenharia Farmacêutica............... 21 2443-6917
AEROGLASS BRASILEIRA S/A FIBRAS DE VIDRO . ................................. 11 4616-0866
Eng Clean Controle de Contaminações Ltda............................. 38 3221-7260
AIR CLEAN CONT. CONTAM. AMB. S/C LTDA. .......................................... 19 3252-2677
ENGEFARMA CONSULT. E SERVIÇOS LTDA. ........................................... 21 2456-0792
Air Conditioning Total Service Ltda............................................... 11 3202-3344
Engepharma Soluções Integradas ............................................... 11 9606-9466
AIR NET COM. E SERV. DE AR COND. LTDA............................................. 11 2272-2465
ENGINE COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.................................................... 27 3326-2770
AIR QUALITY ENGENHARIA LTDA.............................................................. 62 3224-2171
EQUATORIAL SISTEMAS............................................................................. 12 3949-9390
AIR TIME AR CONDICIONADO LTDA.......................................................... 11
28
EMPRESA
3115-3988
ERGO ENGENHARIA LTDA. ........................................................................ 11 3825-4730
Albras Ind. e Com. de Equip. para. Laboratório Ltda................ 16 3635-5845
Eurotherm Ltda. .................................................................................... 19 3112-5333
Alcard Indústria Mêcanica Ltda. .................................................... 11 2946-6406
FAMAP - FARM. MANIP. PROD. PARENT. LTDA. ....................................... 31 3449-4700
ALPHALAB COMERCIAL CIENTÍFICA.......................................................... 62 3285-6840
FARMÁCIA DERMACO LTDA. . .................................................................... 53 3232-9987
ALSCO TOALHEIRO BRASIL LTDA.............................................................. 11 2198-1477
FARMOTERÁPICA PHYTON FORM. MAG. E OFIC. LTDA. ....................... 11 5181-3866
AMV Controle Ambiental...................................................................... 19 3387-4138
FBM INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA.................................................... 62 3333-3500
ANÁLISE CONSULTORIA E ENGENHARIA LTDA....................................... 11
FILAB CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO LTDA. ........................................ 19 3249-1475
5585-7811
APORTE NUTRICIONAL FARMÁCIA DE MANIP. LTDA............................... 31 3481-7071
Filtex Montagens e Com. de Sis. e Comp. para Filt. Ltda.......... 19 3229-0660
Apsen Farmacêutica S/A....................................................................... 11 5645-5040
FILTRACOM SIST. & COMPON. P/ FILTR. LTDA. ....................................... 19 3881-8000
ARCONTEMP AR COND. ELÉTRICA LTDA.................................................. 17 3215-9100
Filtrax do Brasil Ltda........................................................................... 11 4771-2777
ARDUTEC COM. INSTALAÇÕES E ASSESS. LTDA. . ................................ 11 3731-2255
Five Consult. e Validação de Sistemas Comp............................... 15 3247-4536
ARMACELL BRASIL LTDA............................................................................ 12 3648-6900
Focum DM Validação.............................................................................. 31 3476-7492
ARRUDA E LEFOL SAÚDE AMBIENTAL...................................................... 19 3845-2322
Fresenius Kabi Brasil............................................................................ 11 2504-1400
AS MONTEC ENG. CONSTR.COMÉRCIO LTDA......................................... 19 3846-1161
Full Gauge Eletrocontroles Ltda................................................. 51 3475-3308
ASTEPA REFRIGERAÇÃO Ltda.................................................................. 83 3341-5494
Fundação de Apoio á Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - EB.. 21 2410-6256
AT ENGENHARIA........................................................................................... 11 2642-7070
Fundação de Assis., Est. e Pesq. de Uberlândia (FAEPU) ......... 34 3218-2531
BARDUSCH ARREND. TÊXTEIS LTDA. ...................................................... 41 3382-2050
Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto.................................. 16 2101-9300
BERNA / Grupo vidy................................................................................. 11 4787-3122
FUNDAMENT-AR CONS. ENG. PLANEJ. LTDA........................................... 11 3873-4445
Bioarplus Controle de Contaminação Ltda. ............................. 19 3887-1886
GABMED PRODUTOS ESPECÍFICOS LTDA............................................... 11 5181-2224
BIOCAMPO 2000 PRODUTOS BIOLÓGICOS LTDA. . ................................ 21 3592-1002
GANUTRE - GAN RIO APOIO NUTRICIONAL LTDA. ................................. 21 2589-4763
Bioquímica Suprimentos Analíticos................................................ 16
2138-6111
GERLAB COMÉRCIO DE MÓVEIS EQUIP. LTDA........................................ 11 5579-5222
Biosafe - Biossegurança do Brasil Ltda....................................... 11 3683-4448
GILTEC LTDA. . ............................................................................................. 11 5034-0972
Boehringer Ingelheim do Brasil Química Farmacêutica Ltda. 11 2108-7213
GPAX Ltda.................................................................................................... 11 3285-0839
BONAIRE CLIMATÉCNICA LTDA. . .............................................................. 11 3336-4999
GUAPORE EQUIPAMENTOS LTDA.-ME ..................................................... 41 3276-4763
BONAMPAK IMP. E EXP. LTDA. . ................................................................. 11 5016-4455
H. Strattner & Cia Ltda......................................................................... 21 2121-1300
BTU Condicionadores de Ar Ltda. ................................................... 19 3844-9700
HVACR Serviços Técnicos Ltda.......................................................... 21 2423-3913
CACR ENG E INSTALAÇÕES . .................................................................... 11 5561-1454
HEATING & COOLING TECN. TÉRMICA LTDA............................................ 11 3931-9900
Camfil Farr Ind. Com. e Serviços de Filtros Brasil.................. 19 3837-3376
HEXIS CIENTÍFICA LTDA. . .......................................................................... 11 4589-2600
CARGIL AGRÍCOLA S/A................................................................................ 34 3218-5200
HIDROSERVICE IND. SERVIÇOS LTDA...................................................... 21 2471-5960
CAROL ENGENHARIA LTDA........................................................................ 11 3798-5854
HITACHI - AR COND. DO BRASIL LTDA...................................................... 11 3549-2722
CCL FARMA COM. DE PEÇAS E SERVIÇOS LTDA.................................... 19 3289-8397
HOSP PHARMA MANIP. E SUPRIM. LTDA. ................................................ 11 2146-0600
CCP EXPORTEC PRODUTOS LTDA............................................................ 11 3834-3482
Hospital e Maternidade Modelo de Ananindeua Ltda.............. 91 8142-4455
Civil Ar Inst. Manut. Equip. Ltda......................................................... 11 3805-9363
Ideoxima Ind. e Com. de Divisórias Ltda. -....................................... 16 3624-1816
CLEAN SUL CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO.......................................... 51 3222-9060
INDUSCONSULT ENGENHARIA E ASSESSORIA INDUSTRIAL LTDA....... 11 5535-2782
Clima Space Engenharia Térmica Ltda............................................ 19 3778-9410
Isorevest Ind. E Com. De Isolamentos Térmicos Ltda............. 11 4824-7009
Climaplan Projetos Térmicos........................................................... 11 2068-9351
Instituto Oncológico de Ribeirão Preto . .................................. 16 3623-2341
CLIMAPRESS TECN. SIST. AR COND. LTDA.............................................. 11 2095-2700
Ipanema Ind. Prod. Veterinários....................................................... 15 3281-9450
codap brasil ltda. ................................................................................. 15 3225-1502
ISOTEMP ENG AR COND. LTDA. . .............................................................. 11 3873-4495
CONAIR Comércio e Serviços Ltda. ................................................. 21 2609-4921
ISODUR IND. COM. SERVIÇOS LTDA. ....................................................... 19 3272-6244
CONEXÃO SISTEMAS DE PROTESE LTDA. . ............................................ 11 4652-0900
J B COMÉRCIO E SERVIÇOS HOSPITALARES.......................................... 85 3253-6263
Constarco Engenharia e Comércio Ltda. ................................... 11 3933-5000
J G Pacheco Manu. e Comércio de Equip. Hospit......................... 68 3224-1468
Controlbio Assessoria Técnica Microbiológica S/S Ltda...... 11 3721-7760
JOHNSON CONTROLES LTDA.................................................................... 11 3475-6939
CPA Brasil Indústria e Comércio de Resinas Vegetais Ltda.. 11 3809-9804
KAISEN DO BRASIL PART. COM. IMPORT. LTDA....................................... 11 3326-7212
CRISTÁLIA PROD. QUÍM. E FARM. LTDA................................................... 19 3863-9500
Krieger Metalúrgica Ind. e Com. Ltda............................................ 47 3231-1311
Danfoss do Brasil Ind. E Com. Ltda.................................................. 11 2894-4949
LABORATÓRIO MATTOS E MATTOS........................................................... 21 2719-6868
Associados SBCC EMPRESA
TEL.
EMPRESA
TEL.
Laboratório Químico e Farmacêutico Bergamo Ltda.............. 11 2187-0194
RADNAI AR COND. PROJ. E CONSULT...................................................... 85 3268-3092
LINTER FILTROS INDUSTRIAIS LTDA. . ..................................................... 11 5643-4477
Refrin Refrigeração Industrial...................................................... 11 3941-1263
Litoral Ar Condicionado Ltda. ......................................................... 13 3317-2909
REINTECH I E P C C.................................................................................... 12 3933-8107
Maj Lab Com. e Manutenção de Equip. para Labo.Ltda.............. 41 3356-8420
RLP ENGENHARIA E INST. LTDA................................................................ 11 3873-6553
MARCELO MENELAU CONSULTORIA......................................................... 81 3221-0907
RM Revestimentos Miaki Ltda............................................................. 11 2164-4300
Mantecorp Indústria Química e Farmacêutica........................... 21 2126-3000
RMS Tec. Com. e Serv. de Prod. Laboratoriais Ltda. ................ 21 2440-8781
MASSTIN ENG INSTALAÇÃO LTDA............................................................. 11 4055-8550
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda................................................... 11 4745-1000
MASTERPLAN ENGENHEIROS ASSOC. S/C LTDA. . ................................ 11
Sebraq - Serv. Bras. de Anál. Amb. Quím. e Biol. S/S Ltda......... 43 3323-0700
5021-3911
MCQ Metrologia e Qualificação Ltda............................................. 31 3363-9000
Seccol Controle e Certificação.................................................... 62 3275-1272
MEKAL METALURGICA KADOW LTDA........................................................ 11 5641-7248
SERVTEC INST. E SISTEMAS INTEGRADOS LTDA. . ............................... 11 3660-9700
MERCOCLEAN IMP. EXP. COM. LTDA......................................................... 21 3795-0406
SIGMATERM ENG E IND. LTDA................................................................... 11 6693-5533
MICROBLAU AUTOMAÇÃO LTDA................................................................ 11 2884-2528
sistema comércio divisórias ltda................................................... 11
Millipore Indústria e Comércio Ltda.............................................. 11 4133-8700
Soclima Engenharia Ltda..................................................................... 81 3423-2500
MMR Indústria e Comércio de Máquinas Ltda.............................. 54 3286-5788
solepoxy IND. e comércio de resina ltda..................................... 19 3211-5050
MPW Higienização Têxtil LTDA. .......................................................... 19 3438-7127
SOLLO ENGENHARIA INSTALAÇÃO LTDA................................................. 11 6412-6563
MR QUALITY CLEANROOM SERVICES...................................................... 11 6443-2205 MSA Projetos e Consultoria Ltda. ................................................. 71 3533-9900 MULTIVAC - MULTISTAR IND. COM. LTDA.................................................. 11 3835-6600 MUNTERS BRASIL IND. E COM................................................................... 41 3317-5050 NEOCLÍNICA ONCOLOGIA LTDA................................................................. 32 2101-7272 Neu Luft COM. E SERV. DE AR COND. LTDA.......................................... 11 5182-6375 NEXT CHALLENGE - ELECTROLUX LAUNDRY SYSTEMS....................... 11 3045-3413 Niccioli Engenharia .............................................................................. 16 3624-7512 Novo Horizonte Jacarépagua Imp. E Exp. Ltda............................. 21 3094-4400 Novo Ar Sistemas Ltda. ME ................................................................. 24 7835-6173 Nutrimed Serv. Méd. em Nut. Parenteral e Enteral Ltda........ 22 2733-1122 NYCOMED PHARMA LTDA........................................................................... 19 3847-5577 PACHANE EQUIPAMENTOS PARA LAB. LTDA........................................... 19 3424-1423 PDB FILTROS E SERVIÇOS INDUSTRIAIS LTDA....................................... 41 3383-5645 PLANENRAC ENG. TÉRMICA S/C LTDA..................................................... 11
5011-0011
PLANEVALE PLANEJ. CONSULTORIA ....................................................... 12 3202-9888 Plasmetal Plásticos e Metais Ltda.................................................. 21 2580-2035 POWERMATIC DUTOS E ACESSÓRIOS LTDA........................................... 11 3044-2265 Preciso Metrologia e Qualidade Ltda........................................... 62 3280-3013 Previx HO Asses. e Consult.em Seg.do Trab. Ltda.-ME ............. 27 3337-1863 Próbio Produtos e Serviços Nutricionais Ltda........................ 67 3342-0203 Processo Engenharia Ltda................................................................ 81 3426-7890 Prudente Engenharia Ltda................................................................. 34 3235-4901 PWM SERVICE TEC. COMERCIAL LTDA.................................................... 19 3243-2462 QUALITRONIC MANUTENÇÕES - ME ........................................................ 11 3481-2539 QUALYLAB CONSULTORIA FARMACÊUTICA ............................................ 62 3099-6636 Quimis Aparelhos Científicos Ltda.................................................. 11 4055-9900
2941-7115
SOLOQUAL TREIN. SERV. COM. DE EQ. ELETR. LTDA............................ 21 2573-1188 Somar Engenharia S/C Ltda................................................................ 11 3763-6964 SPM ENGENHARIA S/S LTDA...................................................................... 51 3332-1188 STERILEX CIENTÍFICA LTDA....................................................................... 11 2606-5349 SWELL ENGENHARIA LTDA......................................................................... 12 3939-5854 Swissbras Chemical Ind. e Com. De Prod. Vet. Ltda................... 12 3201-8812 TARKETT FADEMAC..................................................................................... 11 3047-7200 TECHNILAB - CONTR. DE CONTAMINAÇÃO LTDA.................................... 19 3243-1265 Tecnolab Serviços e Com. de Equip. de Laborat........................ 71 3646-8555 TECNOVIDA - CLÍNICA DIETÉTICA.............................................................. 65
623-6500
TEP - Tecnologia em Projetos de Engenharia Ltda.................. 12 3797-9475 Térmica Brasil Comércio e Serviços Ltda.................................... 11 3666-2076 TESTO DO BRASIL INSTRUM. DE MEDIÇÃO LTDA................................... 19 3731-5800 Tpro Engenharia Ltda........................................................................... 11 4612-1997 Traydus Climatização Ind e Com Ltda............................................. 11 4591-1605 TR-ILHA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ....................................................... 21 3451-8324 Triporvac Comércio Representações e Serviços Ltda.......... 11 3801-9595 TROX DO BRASIL LTDA............................................................................... 11 3037-3900 UNIÃO QUÍMICA FARM. NAC. S/A............................................................... 11 4662-7200 USP-REITORIA-SIBI-Faculdade de Engenharia de Alimentos..... 11 3091-1566 Valiclean Indústria, Comércio e Serviços Ltda........................ 19 3256-7156 VECOFLOW LTDA......................................................................................... 19 3787-3700 VECTUS IMPORTATUM INSTR. DE PRECISÃO LTDA............................... 11 5096-4654 Veranum Tempus Engenharia e Soluções Ltda.......................... 11
5561-2111
WEG Equipamentos Elétricos............................................................ 47 3276-6558 Yanntec Instrumentação Analítica Ltda. .................................... 21 2489-7435 Para associar-se ligue: (12) 3922-9976 ou acesse sbcc@sbcc.com.br Listagem atualizada em 26 de novembro de 2010
COMISSIONAMENTO E QUALIFICAÇÃO EM INSTALAÇÕES DE HVAC, INCLUINDO TAB, CONTAGEM DE PARTÍCULAS, TESTES EM FILTROS, CASCATA DE PRESSÃO, ENTRE OUTROS. COMISSIONAMENTO EM INSTALAÇÕES DE BMS CONFORME GAMP 4. SOMAR ENGENHARIA LTDA. Rua São Fidelis, 366 – sala 02 Jaguaré – São Paulo SP 05335-100 Fone: 11-3763-6964 • Fax: 11-3719-0932 e-mail: somar@somar-eng.com.br Site: www.somar-eng.com.br
29
notícias da SBCC
SBCC marca presença na ICCCS 2010 Organizado no Japão, evento debateu diversos assuntos relacionados às áreas limpas e controle de contaminação. Brasil foi convidado a sediar o encontro em 2016
Como ocorre a cada dois anos, a comunidade internacional de áreas limpas se reuniu durante a realização da vigésima edição do Simpósio do ICCCS – International Confe-
deration of Contamination Control Societies, entidade que congrega 16 sociedades nacionais voltadas ao tema, entre elas a SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de
Reunião dos Delegados do ICCCS
Contaminação. Dessa vez, o evento foi organizado no Japão, entre os dias 5 e 9 de outubro, em Tóquio, com promoção da JACA – Japan Air
Cleaning Association. O
objetivo
do
Simpósio
foi
examinar, integrar e divulgar as pesquisas, teorias, normas e revisões de normas relacionadas a salas limpas e controle de conta-
ICEB: projeto visa promover a educação sobre áreas limpas
minação. Formatado de forma a integrar os mais recentes avanços nas áreas de expansão do ICCCS e proporcionar a interação entre os participantes, o evento contou com sessões plenárias e técnicas com teoria, engenharia, medições, normalização,
contaminação
por
partículas, contaminação molecular,
Reunião de Delegados do ISO TC 209
contaminação do solo, filtragem, sa-
30
las limpas industriais, salas limpas
visão bastante ampla das possibi-
Científico, e Silvia Eguchi, coorde-
biológicas, GMP, HACCP, enge-
lidades que se abrem para o setor,
nador do GT 2 da SBCC (Microbio-
nharia ambiental, gestão de risco,
bem como os problemas atuais e
logia) e do Conselho Consultivo.
consumo energia, sustentabilidade.
futuros”, observa Heloisa Meirelles,
Além das plenárias e reuniões
“A programação bem planejada e as
Delegada Internacional da SBCC,
técnicas, o evento inovou ao organi-
discussões foram muito produtivas
presente ao evento juntamente com
zar uma visita técnica no último dia
e os participantes puderam ter uma
Elisa Krippner, diretora do Núcleo
de atividade. O grupo esteve no AIST
– National Institute of Advanced In-
3 e 7 de setembro. Para mais infor-
volvida pela SBCC, a Sala Limpa
dustrial Science and Technology, um
mações, acesse: www.icccs2012.
Itinerante. “Os participantes ficaram
laboratório de tecnologias atômica
ethz.ch
muito interessados na exposição,
e molecular em escala nanométri-
pois é uma maneira de apresentar as
ca. “Conhecemos as instalações e
áreas limpas, de forma compacta e
visitamos uma supersala limpa de 4.500 metros quadrados, ISO classe 3, no Laboratório NIRC Nanodevice
Reunião do Conselho dos Delegados do ICCCS
atraente, sem prejuízos técnicos, em eventos de grande porte dos setores usuários dessa solução tecnológica”,
Innovation Research Center, de teste
O ICCCS – Internacional Con-
explica Heloísa. Para disseminar
de wafers de 300nm e 100nm”, conta
federation of Contamination Control
essa informação aos membros do
Societies, após a inclusão da Ro-
ICCCS, a SBCC encaminhou, no
Outro ponto a ser destacado,
mênia e Áustria no ano passado,
mês de novembro, informação com-
é que antes do inicio do Simpósio,
continua em crescente expansão
pleta sobre a participação da Sala
na mesma semana, aconteceram
e aprovou este ano a inclusão do
Limpa Itinerante na FCE.
as reuniões da ISO TC 209, WG –
Egito em sua lista de participantes.
Working Groups, ICCCS e ICEB,
Também amplia a interação das so-
que o Brasil foi convidado a sediar o
que contaram com a participação de
ciedades através da divulgação de
Simpósio de 2016, quando a SBCC
representantes da SBCC. Durante
suas atividades em seu site http://
terá a oportunidade de mostrar o
esse evento, foi divulgado também o
www.icccs.net.
trabalho a especialistas deste seg-
Heloísa.
Finalmente,
Heloísa
comenta
evento de 2012, que será realizado
Heloisa Meirelles apresentou ao
mento e trazer para nosso País os
em Zurich, na Suíça, entre os dias
grupo a inovadora proposta desen-
maiores nomes do mercado mundial
notícias da SBCC de Áreas Limpas e Controle de Contaminação, assim como empresas internacionais. “Já recebemos o Simpósio em 2002, e agora teremos a oportunidade de reforçar junto à comunidade
internacional
nosso
grande conhecimento sobre áreas limpas”, observa. Heloísa explica que na próxima reunião do ICCCS,
WG 3 trabalha na revisão da ISO 14644 – 3
a SBCC levará um projeto preliminar sobre a organização do Simpósio,
decidiu em reunião de Diretoria se
debates contaram com a presença
com data provável, local, expectativa
filiar ao ICEB e trazer mais esse be-
de 17 profissionais de oito países. A
de participantes, língua oficial, pa-
nefício aos seus associados.
próxima reunião do WG 3 está previamente agendada para 17 e 18 de
lestras, expositores e visita técnica. “Convido os interessados em participar desse processo com ideias e sugestões”, diz Heloísa (para parti-
Reunião de Delegados do ISO TC 209
cipar, encaminhe e-mail para sbcc@ sbcc.com.br, assunto: ICCCS 2016).
Reunião do ICEB
março de 2011, em Londres.
Elisa resume os assuntos que foram tratados na reunião:
A Reunião Geral do Comitê
Os ensaios para classificação
Internacional de Controle de Con-
das áreas limpas não farão mais
taminação reuniu, renomados es-
parte da ISO 14644-3. Serão
pecialistas, que discutiram as dife-
tratados nas respectivas partes
participou
rentes partes da norma ISO 14644
da norma ISO para classificação.
como observadora da reunião do
e o andamento dos trabalhos dos
Nos termos práticos significa
ICEB, um projeto educacional in-
WG - Working Groups. O Brasil es-
que o Ensaio de Contagem de
ternacional que tem como principal
teve representado nas reuniões dos
Partículas em Suspensão no Ar
objetivo “promover a educação do
grupos (dias 2 e 3 de outubro) pelas
(anexos B1 e C1) e Contagem
público em matérias relacionadas
especialistas Silvia Eguchi (WG 2) e
de Partículas em Suspensão no
com a prática e a ciência da tecno-
Elisa Krippner (WG 3).
Ar para Macropartículas (anexos
Heloísa
Meirelles
logia de sala de limpa e controle de contaminação”.
Reunião ISO TC 209 WG 3
B3 e C3) serão transferidos para ISO 14644-1 (e revisados pelo
Na reunião, ela pôde constatar
Como explica Elisa Krippner, o
WG1) e o Ensaio de Contagem
os benefícios que os cursos creden-
objetivo da reunião é a revisão da
de Partículas Ultrafinas em Sus-
ciados internacionalmente trazem
norma ISO 14644-3 – 2005 (Salas
pensão no Ar (anexos B2 e C2)
aos profissionais que trabalham e
Limpas e ambientes controlados as-
passará a fazer parte da nova
operam em Áreas Limpas. A SBCC
sociados - Métodos de Ensaio) e os
norma da série 14644 que trata de Nanotecnologia e será revisa-
Apoio institucional
do pelo WG10;
A Diretoria da SBCC agradece o apoio dado pela Camfil Farr e Trox ao
A nova ISO 14644-3 tratará
envio das delegadas da SBCC, que representaram a comunidade brasi-
somente de ensaios gerais, co-
leira de controle de contaminação no ICCCS 2010.
muns às áreas limpas; Especialistas dos diversos países participantes do WG 3 enviaram previamente os seus comentários para a revisão da norma e estes
32
comentários
foram
discutidos
durante a reunião. Após a dis-
209, que contou com a presença de
cussão, cada país ficou com o
10 participantes de nove países.
Classificação
da
biocontami-
nação em superfícies de salas
seu dever de casa que deverá ser
Os países representados se reu-
enviado para o coordenador do
niram para obter um consenso sobre
medidas e validação.
WG 3 antes da próxima reunião.
os assuntos levantados como priori-
Nesta reunião, os participantes
Reunião ISO TC 209 WG 2
tários pelo TC-209 da ISO: Classificação
de
limpas, incluindo métodos de
trabalharam em três grupos: elabo-
biocontami-
ração de tabelas de classificação
Silvia Yuko Eguchi foi a represen-
nação por ar em salas limpas,
para a biocontaminação por ar
tante brasileira da ABNT na reunião
incluindo métodos de medidas e
(Grupo A) e em superfícies (Grupo
do grupo de Microbiologia do TC-
validação,
B) e métodos/validação (Grupo C). “Neste esquema, os dois dias de reunião foram bastante produtivos, uma vez que propostas de classificação foram elaboradas, e devem passar a ser discutidos nas reuniões futuras”, comenta Silvia. A próxima reunião do WG2 está previamente agendada para 15 e 16 de março de 2011, em Nova Jersey, nos Estados
Grupo de Microbiologia reuniu especialistas de nove países
Unidos.
notícias da SBCC SBCC fecha ciclo técnico 2010 No total, foram dez seminários ao longo do ano com a presença de 637 profissionais Um grande sucesso. Esse pode ser o resumo do Ciclo de Seminários da SBCC 2010, que levou conhecimento tecnológico atualizado a 637 Foto: José Luis da Conceição
profissionais em dez eventos. Nos meses de outubro e novembro, ocorreram os três últimos do ano: Manutenção em Áreas Limpas, Projeto de Áreas Limpas e de Sistemas de Águas para uso Farmacêutico e Operações em Áreas Limpas (ISO
Profissionais se atualizam no seminário de manutenção
14644-5). “Estamos muito satisfeitos com o grande interesse pelos semi-
aos profissionais que atuam direta
ria); Gerenciamento de Manutenção
nários, é uma prova de que a SBCC
ou indiretamente em áreas limpas e
(Marcelo Chagas, da Bayer Health-
está alinhada às necessidades de
controle de contaminação a próxima
care); Projetos vs. Manutenção (Re-
mercado”, diz Célio S. Martin, diretor
grade de programação técnica.
nato César Gimenes, da CACR En-
técnico da SBCC e um dos coorde-
genharia e Instalações); Cuidados
nadores do Ciclo de Seminários.
em Manutenções de Equipamentos
Célio cita ainda a organização de seminários em Curitiba e Recife
Manutenção em Áreas Limpas
como um dos destaques. “A SBCC
Astrazeneca); e Manutenção em Sistemas de HVAC e Fluxos Unidire-
quer levar conhecimento a todos
O concorrido seminário sobre
cionais (Flávio Valle do Nascimento,
os pontos do Brasil onde exista a
Manutenção em Áreas Limpas foi
da Trox do Brasil) e Calibração (Ivan
necessidade de atualização tecno-
organizado em 28 de outubro, no
Canever, da INCA Consultoria)
lógica em áreas limpas. Contamos
Instituto Butantan, em São Paulo.
O coordenador do evento foi
com o esforço dos palestrantes e do
Com a participação de mais de 60
Claudemir Aquino, da Apsen Far-
apoio de empresas associadas para
profissionais que buscavam se aper-
macêutica, tendo como secretário
viabilizar essa importante iniciativa”,
feiçoar no tema, o seminário contou
Ricardo Kubica, da AstraZeneca. Os
comenta. Já pensando em 2011, a
com o seguinte conteúdo progra-
patrocinadores foram: Camfil Farr,
SBCC está avaliando novos temas,
mático: Normas, Recomendações,
CACR, Isodur, Masstin, Reintech,
sugestões e locais para apresentar
Regulamentos e Limpeza de Áreas
Vectus, Sterilex, Triporvac e PWM
Limpas Patrocínio master Seminário “Manutenção em Áreas Limpas”
34
de Processo (Ricardo Kubica, da
Jean-
Service. O evento contou ainda com
Pierre Herlin, da Análise Consultoria
(apresentado
por
o apoio da Abrava e do Sindratar-SP.
e Engenharia); Boas Práticas de
“O objetivo do seminário foi mostrar
Manutenção (Marlon Alex Yamane,
como a manutenção pode ser rea-
da Farmoterápica); Contaminação
lizada nos sistemas de ar-condicio-
do Ambiente Classificado e a sua
nado e em áreas limpas, a partir de
Recuperação (Célio Soares Martin,
exemplos práticos”, diz Aquino. Ele
da Análise Consultoria e Engenha-
conta que houve um alto índice de
aceitação por parte dos presentes.
na manutenção”, alertou Alves, de-
Limpas e de Sistemas de Águas para
“Acima de 90% avaliaram como bom
monstrando exemplos práticos de
uso Farmacêutico foi organizado no
e excelente o evento e recebemos
como otimizar os gastos com manu-
dia 18 de novembro e recebeu mais
muitas sugestões de temas para os
tenção.
de 50 profissionais. Em linhas ge-
próximos seminários, que serão ava-
Alves comentou ainda sobre a
rais, o seminário apresentou as dife-
liadas sempre no sentido de atender
importância de espaços como os
rentes fases em um projeto de salas
às demandas dos profissionais que
Seminários da SBCC. “Esse é um
limpas e os cuidados associados a
atuam no segmento de áreas limpas
público seletivo, ávido por informa-
estas durante o seu gerenciamento.
e ambientes controlados.”
ções e com poder de decisão dentro
Abriu também a oportunidade para o
Dentro da programação constou
das empresas. Dessa forma, o deba-
compartilhamento de ideias e expe-
também a palestra técnico comer-
te se dá em alto nível técnico o que
riências entre os participantes e os
cial Manutenção de Filtros Grossos,
me agradou bastante.”
palestrantes, buscando o esclareci-
Finos, HEPA e ULPA, ministrada
mento de dúvidas e melhor entendi-
por Edmilson Alves, engenheiro da
mento do conteúdo programático.
Camfil Farr. “Apresentei dados que mostram a grande evolução de custos do item Manutenção ano após
Projeto de Áreas Limpas e de Sistemas de Águas
ano, e boa parte desse crescimento
O conteúdo programático incluiu os seguintes temas: Projeto no Ciclo de Vida do Negócio; Especificações dos Requisitos do Usuário; Projetos
pode ser creditada à falta de pessoal
Pela segunda vez, a SBCC or-
de Áreas Limpas, Projeto de HVAC;
treinado para efetuar análises com-
ganizou um seminário técnico na
e Projeto de Sistemas de Águas para
pletas do impacto de cada decisão
cidade do Recife. Projeto de Áreas
uso Farmacêutico. Os palestrantes
Foto: Divulgação/SBCC
Foto: Glaucia Motta
notícias da SBCC
SBCC leva atualização aos profissionais do Nordeste com evento em Recife
Yves Gayard, Célio Soares, Flavia Mariano, Jean-Pierre Herlin, Eiric Manrich e Fernando Zaia, palestrantes do seminário sobre Operações em Áreas Limpas foram Dorival Sousa, da Novartis Bioci-
14644, e estava em recesso. “A maior
ências e presidente da SBCC; Eduardo
parte dos palestrantes e participantes
Rein, da Reintech; e Alexandre Seabra,
não fizeram parte do grupo que fez a
da Solufarma. O evento contou com o
tradução, mas o interesse de todos nos
patrocínio da Alsco, Isodur, Masstin,
mostrou que é necessário continuar
Sterilex, Tecnolab, Reintech, Vectus,
com os debates e o desenvolvimen-
Powermatic, PWM Service, Camfil Farr,
to de outras ações técnicas, como a
CCL Farma, NHJ Container e Sóclima,
publicação de artigos e guias. Parece
e com apoio da Abrava, Sindratar-SP,
claro que tornar a informação disponí-
Lafepe, Reintech e TEP.
vel continuamente é um dos maiores desafios dos grupos técnicos”, observa
Operações em Áreas Limpas ISO 14644-5
Célio Martin, coordenador do Ciclo de Seminários da SBCC. Sob a coordenação de Fernando Leme Zaia, da Eli Lilly, foram desenvolvidos os seguintes temas: Normas,
Finalizando o Ciclo de Seminários,
Recomendações,
Regulamentos
e
a SBCC desenvolveu no dia 25 de no-
Limpeza de Áreas Limpas (Jean-Pierre
vembro, no Instituto Butantan, em São
Herlin, da Análise Consultoria e Enge-
Paulo, o tema Operações em Áreas
nharia), Sistemas Operacionais (Yves
Limpas – ISO 14644-5, com o objetivo
Gayard, da ABL Antibióticos); Vesti-
de promover e disseminar as reco-
mentas na Sala Limpa (Eiric Manrich,
mendações, conhecimentos e con-
da MPW Lavanderia); Pessoal (Flávia
ceitos envolvidos nas operações em
Mariano, da Eli Lilly); e Manuseio de
salas limpas e ambientes controlados
Materiais e Equipamentos Portáteis e
especificados na ABNT NBR 14644.
Fixos (Fernando Zaia, da Eli Lilly). O
Inclusive o seminário também deu
seminário foi patrocinado pela Alsco,
nova motivação para a retomada das
Microblau, CACR, Isodur, Masstin,
atividades do GT 5 da SBCC - Opera-
Reintech, CCL Farma, PWM Service e
ção, que traduziu a parte 5 da série ISO
Vectus.
36
artigo técnico
21 CFR Part11
Autor: Eng. Roney Ritschel, diretor técnico da
Roney Rietschel
Microblau Contato: roney.rts@microblau.com.br
Introdução
processos (neste caso, sistemas computadorizados) não podem ter um resultado pior, em nenhum aspecto, do que os anteriores (processos manuais). Boas normas
Recentemente entrou em vigor a nova RDC 17/2010
ajudam a acelerar a implantação com menor risco e
da ANVISA que substitui a antiga RDC 210/2003 e pas-
tornam explícitas as condutas, eliminando as interpreta-
sa a exigir a Validação de Sistemas Computadorizados.
ções particulares.
Neste artigo, o 21 CFR Part11 será abordado de forma geral, com ênfase nas áreas preocupadas com o
O que quer dizer
Controle de Contaminação. Em uma leitura rápida poderíamos entender que as normas 21 CFR Part11 e a RDC 17/2010 são muito dife-
O 21 CFR Part11 é uma legislação decretada pelo
rentes, entretanto as duas têm o mesmo objetivo: desen-
United States Food and Drug Administration (U.S. FDA),
volvimento, produção e armazenamento de fármacos
que regula o uso de registros e assinaturas eletrônicas
com a qualidade que hoje a sociedade exige.
para áreas farmacêuticas. Estes registros devem ser in-
Como análise prévia, podemos dizer que, apesar de
violáveis, incorrompíveis e indeletáveis. Ou seja, garan-
todas as vantagens do uso de sistemas computadoriza-
tem que o dado é armazenado de forma absolutamente
dos, não podemos introduzir desvantagens em proces-
confiável e deve ser aplicado em todas as etapas do
sos que manualmente já alcançaram um alto grau de
medicamento desde o seu desenvolvimento até o pós
maturidade no seu tratamento frente a orgão reguladores
venda.
e a sociedade. Apesar da RDC 17/2010 tratar de forma mais abrangente a questão dos sistemas computadorizados que a CFR, não podemos deixar de atentar que
Glossário
lendo o § 1o e § 2o da RDC 17/2010 estaremos, também, atendendo a CFR (U.S.FDA) e o GUIA DE VALIDAÇÃO DE SISTEMAS COMPUTADORIZADOS (ANVISA). § 1o Quando sistemas computadorizados substituírem operações manuais, não pode haver impacto na qualidade do produto. § 2o Deve-se considerar o risco de perder aspectos de qualidade do sistema anterior pela redução do envol-
CFR - Code of Federal Regulations são as legislações americanas relacionadas às agências regulatórias. 21 - Título do CFR que trata especificamente do FDA; Part 11 - Capítulo do título 21 que estabelece os requisitos em relação a Registros Eletrônicos e Assinaturas Eletrônicas em sistemas computadorizados. Registros eletrônicos - Registros eletrônicos podem
vimento dos operadores.
ser definidos como qualquer combinação de texto,
Tanto as normas americanas como as brasileiras,
gráficos, dados, sons e/ou esquemas representados
assim como os Guide lines das agências reguladoras
em forma digital, que sejam criados, modificados,
não dizem como fazer para atingirmos o resultado, mas
mantidos, arquivados, recuperados ou distribuídos
sim, o que deve ser feito. Fica claro, também, que novos
por um sistema computadorizado.
37
artigo técnico Os registros eletrônicos são guardados em bancos
res custos para o consumidor sem necessariamente mi-
de dados com campos contendo chaves que são ge-
tigar os riscos.
radas na hora do registro. Esta chave tem conexão
Os registros eletrônicos confiáveis passam, então, a
com todos os dados contidos naquele registro assim
ser a solução mais ampla, garantida e de menor custo,
como nos registros anteriores e posteriores, o que
ajudando a fiscalização no o cumprimento das normas.
torna impossível a sua quebra, garantindo a confiabilidade do sistema como uma todo. Assinaturas Eletrônicas - Compilação dos dados
A 21 cfr Part11 no Brasil
computadorizados ou qualquer símbolo ou série de símbolos executados, adaptados ou autorizados por
Em princípio não existe nenhuma obrigatoriedade no
uma pessoa para ser legalmente vinculado como
Brasil da aplicação da 21 CFR Part11, porém as subsi-
equivalente a sua assinatura manuscrita. Também
diárias de empresas americanas, ou principalmente as
conhecida como assinatura digital, se baseia nos
que exportam aos Estados Unidos, podem ser obriga-
métodos criptográficos de autenticação computado-
dos a adotar a norma. Entretanto, com a publicação da
rizada para verificar a identidade de quem assina e
RDC 17/2010, podemos entender que possuímos uma
a integridade da informação. As assinaturas eletrôni-
norma equivalente a 21 CFR Part11, e que um processo
cas incluem aquelas que são usadas para documen-
de implantação bem planejado pode atender a ambas
tar que certos eventos ou ações ocorreram de acor-
qualificações.
do com os requerimentos regulatórios específicos,
Muitos dos processos, hoje, na indústria farmacêu-
por exemplo: aprovações, revisões ou verificações.
tica são computadorizados, porém se não estiverem de
As assinaturas eletrônicas são um registro com uso
acordo com a 21 CFR Part11 ou a RDC17, poderá existir
de criptografia o qual mantém um link entre um nome
a necessidade de transferência destes dados digitais
único no sistema com cada usuário, sem no entanto
para ‘papel’ para que haja assinatura e arquivamento
revelar a sua senha. Processos mais seguros como
manuais. E gerar toda esta documentação, no formato
validação biométrica, impressão digital, íris, etc tam-
citado, tem um custo muito elevado, dificultando traba-
bém são usados separados ou junto com senhas
lhos futuros, como por exemplo, o tempo de recupera-
como forma de aumentar a confiabilidade dos siste-
ção da informação arquivada. Por outro lado, o uso de
mas.
um dado digital, que não seguiu um padrão rigoroso de
Não existe a necessidade de “escanear” uma assina-
armazenamento, pode inserir riscos em processos pos-
tura manuscrita para depois inseri-la no documento
teriores que utilizarão o registro arquivado.
eletrônico.
Analisando este cenário, podemos perceber que as indústrias podem aproveitar o uso intensivo de sistemas
Benefícios à sociedade
computadorizados como um trampolim para aumento de sua eficiência e qualidade na adoção da 21 CFR Part11 e da RDC 17/2010.
Todos sabem o risco envolvido, por exemplo, em uma cirurgia crítica, onde a eficácia de um medicamento ou anestésico pode significar a vida do paciente. Em uma
Análise e comentários da norma
doença grave não é diferente, e mesmo um medicamento mais simples, mas produzido com algum desvio, pode levar o paciente a sofrer sérias consequências. A solução clássica seria um aumento brutal da fisca-
38
Para facilitar o entendimento da norma iremos comentar a aplicação de alguns itens: 11.10 Controle para Sistemas Fechados
lização para garantir o cumprimento de normas e boas
(a) Validação de sistemas para garantir a precisão, con-
práticas, uma vez que estão envolvidos grandes valores
fiabilidade, consistência do desempenho pretendido,
nestes processos. O que, por sua vez, pode estimular
bem como a capacidade de discernir registros inválidos
fraudes e corrupção; e por consequência significar maio-
ou alterados.
Os procedimentos para validação de sistemas de
disponível para revisão e cópia por parte da agência.
todos os registros coletados (manualmente ou eletro-
Este talvez seja o item mais crítico em termos de
nicamente), devem garantir a precisão, confiabilidade,
implementação, pois se houver qualquer alteração no
desempenho consistente, bem como a capacidade de
sistema, todas as mudanças devem ser registradas, in-
discernir registros inválidos ou alterados, isto é, o sis-
cluindo o nome, hora e atividade correlata executada.
tema deve garantir que somente pessoas autorizadas
O registro dever ser sempre garantido pelas assinaturas
tenham acesso ao processo, sem risco de adulterações,
eletrônicas, ou seja, qualquer modificação será adicio-
mantendo a rastreabilidade através de assinaturas invio-
nada como nova informação, sem nunca ocultar as infor-
láveis e autênticas.
mações anteriores.
Atendendo a padrões rigorosos de segurança, a se-
(f) Utilização de verificações do sistema operacional
nha não pode ser gravada, por isso deve haver um link,
para reforçar a permissão de dar sequência às etapas e
absolutamente confiável para assinaturas digitais, onde
eventos, conforme apropriado.
o nome do usuário é registrado e único no sistema.
(g) Utilização de verificações de autoridade para garantir
(b) Capacidade para gerar cópias precisas e completas
que somente pessoas autorizadas possam acessar o
dos registros, legíveis por humanos ou em formato ele-
sistema, assinar um registro eletronicamente, acessar o
trônico para inspeção, revisão e cópia pela agência. As
dispositivo de entrada ou saída do sistema operacional
pessoas deverão contatar a agência se houver alguma
ou computacional, alterar um registro, ou executar a
dúvida quanto à capacidade da mesma em realizar tal
operação manualmente.
revisão e cópia dos registros eletrônicos.
O sistema deve garantir, através de segurança ele-
(c) Proteção de registros para possibilitar a sua recupe-
trônica e procedimentos, que apenas indivíduos com
ração precisa e imediata durante o período de retenção
permissão o acesse, através de senhas e autorizações
dos registros.
seletivas, definidas para cada usuário cadastrado, além
A principal preocupação deve ser a garantia de aces-
de pré-definir funções específicas. Ex: troca de senhas
so dos dados pela agência reguladora. Atualmente, com
periódicas, forçada de forma automática, onde apenas
a velocidade de renovação de softwares e hardwares,
níveis hierárquicos autorizados liberam acesso a novos
durante todo o tempo obrigatório de arquivamento, o
usuários.
risco de falha, no acesso aos dados, pode ser ampliado,
(h) Utilização de verificações de dispositivos (por exem-
como versões de software ou banco de dados atuais
plo, terminais) para determinar, conforme apropriado,
incompatíveis com os dados antigos. Por isso, a empre-
a validade da fonte de entrada de dados ou instruções
sa deve se preparar para lidar com estas situações, em
operacionais.
caso extremo, passar seu banco de dados para formato
Implementar funções que verifiquem a validade dos
PDF, porém dentro de um processo também validado.
equipamentos que estão fornecendo os dados, como
(d) Limitar o acesso ao sistema a pessoas autorizadas.
por exemplo, seu número de série.
Limitação de acesso podem ser garantidas por di-
(i) Definição de quem dentre as pessoas que desenvol-
versas formas, tais como controle biométrico, renovação
vem, mantêm ou utilizam sistemas de registro eletrônico
automática de senhas, tempo de logout por inatividade
e assinatura eletrônica possuem formação, treinamento
entre outros.
e experiência para realizar tarefas a eles designadas.
(e) Uso de rastreamento de ações de auditoria seguras,
A importância de pessoas adequadamente treinadas
geradas por computador, com data/horário, para regis-
é fundamental na implantação.
trar de forma independente a data e hora das entradas
(j) O estabelecimento e a adesão a políticas escritas que
e ações do operador que geram, alteram ou excluem
responsabilizam os indivíduos e os tornam responsáveis
os registros eletrônicos. As alterações de registros não
por ações admitidas com suas assinaturas eletrônicas, a
deverão ocultar as informações registradas anterior-
fim de desencorajar a prática de falsificação de registro
mente. Tal documentação de rastreamento de ações de
e assinatura.
auditoria deverá ser mantida, pelo menos, enquanto tais
As políticas e cuidados, no uso de assinaturas eletrô-
registros eletrônicos forem necessários e deverá estar
nicas, não diferem daqueles utilizados em assinaturas
39
artigo técnico manuais.
inválidos e a correta rejeição do sistema entre outras. O
(k) Utilização de controles apropriados sobre a docu-
uso de simuladores também pode fazer parte do proces-
mentação dos sistemas, incluindo:
so de validação.
(1) Controles adequados sobre a distribuição, acesso e
Pela complexidade dos sistemas atuais, os testes
utilização de documentação para a operação e manuten-
dinâmicos podem não responder a todas as situações,
ção do sistema.
deve-se então realizar testes estáticos, como revisão de
(2) Procedimentos de controle de revisão e alteração
código e análise dos procedimentos técnicos de qualida-
para manter um rastreamento das ações de auditoria que
de no desenvolvimento do software.
documente o desenvolvimento e a alteração sequencial da documentação dos sistemas. Toda a documentação envolvida no sistema, como
Ganhos não imaginados
planos de validação, protocolos, documentação, em todo o seu ciclo de vida, deve ser adequadamente tratado. 11.70 Ligação assinatura/registro.
Os custos para implantação da norma são altos, porém pode-se obter muitas vantagens na sua adoção.
As assinaturas eletrônicas e as assinaturas manus-
Sistemas digitais ocupam muito menos espaço para
critas feitas para os registros eletrônicos deverão estar
arquivamento que seus equivalentes em papel, permi-
vinculadas aos seus respectivos registros eletrônicos a
tem recuperação mais rápida de dados arquivados, re-
fim de garantir que as mesmas não possam ser apaga-
duzindo bastante o número de horas envolvidas neste
das, copiadas ou transferidas para falsificar um registro
processo, além do aumento da qualidade das atividades.
eletrônico através de meios ordinários.
Analisando sob a ótica dos profissionais de controle
Todos os dados, que necessitem de interface huma-
de contaminação, diversos benefícios são obtidos: como
na, devem estar ligados à assinatura do usuário, sem
o aumento do comprometimento das equipes envolvi-
entretanto revelar sua senha, por isto cada nome ou
das, processo natural de melhoria contínua, facilidade
registro deve ser único.
de acesso aos dados estatísticos de qualidade (localiza-
As assinaturas eletrônicas devem ser absolutamente confiáveis, sendo necessário diversos cuidados, tais
ção de causas raiz dos prolemas), entre outros. O contínuo ciclo de atacar os efeitos e não impedir a repetição do problema pode ser quebrado a partir de
como: não retribuir uma assinatura existente a um novo usuário;
uma visão de sistemas que atendam a norma. Por exemplo, em um sistema convencional, se um parâmetro foi
não permitir senhas simples;
modificado sem registro de quem aprovou ou alterou o
não permitir tentativas seguidas de acesso inválido;
parâmetro, fica impossível descobrir esta falha humana,
treinar os usuários adequadamente;
por outro lado, em um sistema eletrônico, que atende
associar formas, mais seguras possíveis, como
a 21 CFR Part11, o próprio sistema impedirá esta ação
biometria para reconhecimento do usuário.
para pessoas não autorizadas. Se bem aplicado, a implantação da 21 CFR Part11
Validação
pode trazer ganhos maiores que o valor investido representa, além de acelerar uma mudança cultural de qualidade dos processos.
O plano de validação deve conter, detalhadamente, todos os passos com definição de responsabilidade e ser aprovado pela gerência responsável. Além disso, deve ser realizada por pessoas independentes das que desenvolveram o sistema.
Guia de validação de sistemas computadorizados – anvisa publicado em abril de 2010
Testes dinâmicos devem ser realizados verificando
40
uso em condições limites, como número excessivo de
Como podemos ver, na introdução deste guia, sua
usuários simultâneos, tentativas de entrada de dados
aplicação não é compulsória, o que não diminui a sua
FASES Envolvimento do Fornecedor*
Migração Potencial
Requisitos
Conceito
Análise BPx
Descontinuidade
Operação
Projeto
Destribuição
Aposentadoria
Mudança
Liberação para uso
Retenção Migração
Fig.1 (Fonte Fig.4 do Guia de Validação de Sistemas Computadorizados) •Identificar riscos para requisitos específicos •No geral, quais são os riscos do sistema? •Análise de Riscos mais detalhadas é requerida?
Considerar
Especificação de Requisitos Usuário
Analise de Riscos Inicial
QD
Especificação Funcional
QO
Interação conforme requerido Analise de Riscos Funcional
Especificação de Desenho
Identificar e Definir
Hardware Design e Software e Design
•Identificar riscos para processos específicos •Identificar riscos para funções específicas •Definir controles para reduzir riscos
Fig.2 (Fig.8 do Guia de Validação de Sistemas Computadorizados) importância. Este guia dá grande ênfase a todo ciclo de vida do sistema e deve iniciar na concepção do produto e durar durante todo período de retenção de dados.
QI
PRODUTO CONFIGURADO E/OU CUSTOMIZADO
Sistemas híbridos Pode haver a necessidade, em um mesmo ambiente, de coexistirem ambos sistemas: manuais e computadori-
Outro aspecto muito importante deste guia é o foco
zados. Por ex: se um sistema não é validável no 21 CFR
com processos para análise de risco. A cultura de análise
Part11, então o procedimento deverá orientar a realiza-
de risco no Brasil, de forma mais ampla, é relativamente
ção da assinatura e arquivamento manual.
recente; e nada mais oportuno do que sua aplicação num momento como este, ou seja, prever o problema e
Bibliografia
não reagir apenas depois da ocorrência.
Comentários
a) CFR – Código de Regulamentos Federias Título 21 (FDA) TÍTULO 21 – Alimentos e Medicamentos
Sistemas Turn key Vendedores não podem garantir equipamentos ‘na caixa’ compatíveis com a 21 CFR Part11, ou seja, implantar sistemas sem o envolvimento do cliente, pois os equipamentos só podem atender a requisitos técnicos. Processos administrativos associados à implantação do 21 CFR Part11 são específicos a operação do cliente, necessitando do envolvimento de pessoas.
CAPÍTULO I – Administração de alimentos e Medicamentos PARTE 11 – Registros Eletrônicos; Assinaturas Eletrônicas Tradução MICROBLAU. b) Guia de validação de sistemas computadorizados (ANVISA) c) Resolução – RDC nº 17, de 16 de abril de 2010
41
Opinião
Como ganhar e não comprar Market Share? Lucas Reñé Copelli Ganhar market share e aumentar a fidelidade do
da inspiração da marca atual. Ou seja, é preciso reava-
consumidor têm se tornado uma tarefa cada vez mais
liar a causa, o propósito, a razão de ser de uma marca
difícil. Hoje, o dilema é como se adaptar ao novo perfil do
e sua proposta de valor, verificando se são atuais e se
consumidor e ganhar participação de mercado com bai-
atendam tanto as aspirações dos executivos da empresa
xo custo. Sabemos que existe uma série de ferramentas
como se conquistam o coração dos consumidores. Com
para se conquistar ou ampliar a presença no mercado.
esta avaliação, é possível iniciar um reposicionamento
Alguns exemplos são aprimorar a proposta de valor e
que trará diretrizes para as estratégias da organização.
marketing mix. Entretanto, podemos citar uma série de
Vale lembrar que, nem sempre, o que os consumido-
outras: um plano de comunicação bem estruturado, uma
res dizem que querem é o realmente desejam. Por isso,
campanha com conteúdo relevante, a gestão de ações
a análise e pesquisa de mercado exigem técnicas espe-
de trade marketing, entre outras.
cíficas que garantam avaliar fielmente o relacionamento
Porém, vamos explorar um dos pontos que, para mui-
da marca com o consumidor, entendendo a origem das
tos gestores, representa o maior desafio das organiza-
suas percepções. Somente após toda esta avaliação, é
ções: a utilização da marca como um ativo estratégico.
possível começar a trabalhar na arquitetura de marca.
Para nós, este ativo, se bem trabalhado, pode gerar o
Nesta fase, é preciso otimizar a dinâmica do portfólio
diferencial perene da organização a baixo custo.
de produtos ou serviços, de forma a atingir os diferentes
Estima-se que, utilizando as ferramentas tradicionais
públicos e as oportunidades de mercado.
de marketing, o custo para conquistar um novo cliente
Toda esta estratégia de marca precisa ser dissemina-
pode ser de três a quatro vezes superior ao custo para
da dentro e fora da organização. Nos diferentes pontos
manter um cliente. Ou seja, um novo cliente demora para
de contato com a marca, o consumidor precisa perceber
proporcionar a organização uma rentabilidade equiva-
os valores e os conceitos que a direcionam. A marca
lente a um cliente já existente. Assim, a maior parte do
também deve direcionar a estratégia de relacionamen-
lucro vem de clientes fieis. Porém, isso pode ser alterado
to da organização com seus públicos, implementando
caso a empresa esteja disposta a inovar e experimentar
transformações que geram aumento de performance e
novas formas de atração e retenção de clientes.
da percepção de valor.
Para isto, nada melhor que utilizar a própria inova-
Esta estratégia é fundamental para aumentar a par-
ção da empresa como um grande diferencial de forma
ticipação de uma empresa no mercado, afinal fideliza o
simples e barata. Quando buscamos conquistar e reter
consumidor e atrai novos. Como trabalha com base na
clientes de forma simples e inovadora, encontramos no
razão de ser das empresas, demanda pouco esforço de
uso da marca como ativo estratégico a ferramenta de
comunicação, mas muito trabalho de estruturação de um
maior aderência a estas necessidades: simplicidade,
novo modelo mental na forma de fazer e de se comu-
custo e inovação. Entretanto, para elevarmos o papel
nicar. Resumindo, trata-se de uma estratégia simples,
da marca para um ativo estratégico, é preciso muito
barata e, infelizmente, ainda inovadora.
trabalho, começando pela avaliação dos ativos atuais.
42
Estas avaliações devem começar com a própria revisão
Sócio-diretor da Vallua Consultoria (www.valua.com)
A mais completa linha de fluxos unidirecionais e cabines de segurança biológica.
Fluxo laminar Trolley
Cabina de amostragem e pessagem com fluxo laminar modelo FLP, em inox 304
Fluxo laminar horizontal - FLH-KE
Fluxo laminar TLF em aço inox
Fluxo laminar TLF
Do recebimento das matérias-primas, até o transporte, manipulação e estocagem de produtos, sua produção esta protegida pela TROX. Onde existe necessidade de absoluto controle da contaminação a TROX oferece respostas eficientes e precisas. Pioneira e líder inconteste no desenvolvimento de tecnologias de fluxos laminares, foi a primeira a equipar áreas de produção e manipulação de particulados com cabines de segurança biológica, cabines de amostragem e pesagem e, mais recentemente, com fluxos horizontais autônomos para transporte de materiais estéreis. Por isto, se a sua empresa requer um ambiente seguro para a produção, fique com quem desenvolve tecnologia. Escolha TROX.
TROX DO BRASIL LTDA. Rua Alvarenga, 2025 05509-005 – São Paulo - SP
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