REVISTA DA SBCC N o 66 SETEMBRO/OUTUBRO 2013
revista
Nº 66 setembro/outubro 2013 R$15,00
Missão Crítica: proteção para os data centers sbcc.com.br
Case: Cyclopet
SUMÁRIO
revista
Edição N0 66 setembro/outubro 2013
4 6
Editorial Uma edição muito especial
Entrevista Marília Vaz Belart (Gerente do Departamento de Garantia da Qualidade de Bio-Manguinhos - Degap)
10
Missão Crítica Proteção para os Data Centers
18
UTAs Inovações a caminho
26
Case: Cyclopet Produção privada de radiofármacos
36
Notícias da SBCC
42
Sócios da SBCC
45 50
Artigo Técnico Filtros grossos em Unidades de Tratamento de Ar: usamos corretamente?
Opinião Reestruturação é traumática, mas necessária para sobrevida de empresas
EDITORIAL
revista
Edição N0 66 setembro/outubro 2013
Uma edição muito especial
E
sta edição da Revista da SBCC
compartilham dados, textos, imagens
limpas, onde quer que sejam aplicadas.
vem recheada de informações
via smartphones, ipads etc. Também
Além dessas, muito interessante tam-
e assuntos interessantes. Pela
cada vez mais se consomem produtos
bém é o case da edição, que traz a
primeira vez, ela discute com maior
com acesso direto aos dados arma-
Cyclopet uma das primeiras empresas
profundidade a aplicação de conceitos
zenados nestes ambientes (inclusive
nacionais privadas a produzir radiofár-
e classificação de áreas limpas em Sa-
smarts TVs e vídeos on-demand, entre
macos.
las de Missão Crítica, que podem ser
outros). Quando a armazenagem de
Destaco também, mais uma vez, a par-
entendidas como “o cofre do século 21”.
dados em “nuvens” atingir os usuários
ticipação efetiva da SBCC por meio de
Hoje em dia as maiores riquezas das
domésticos com maior intensidade, a
sua Ilha Temática na FEBRAVA 2013,
empresas são os ativos de informa-
infraestrutura dos data centers deverá
na maior feira do segmento de HVAC-
ções, e estas estão “guardadas” dentro
sofrer uma nova quebra de barreiras.
-R da América Latina. Nesta edição,
de ambientes extremamente controla-
Isto certamente abrirá novos horizontes
além do já consagrado projeto da Sala
dos, seja do ponto de vista de acesso e
para a tecnologia de controle da conta-
Limpa Itinerante, a SBCC apresentará
monitoramento, seja do ponto de vista
minação e a Revista da SBCC, atenta a
um ciclo de palestras técnicas gratuitas
conceitual da infraestrutura. Neste as-
tudo isso, antecipa as tendências para
aos visitantes, contando com a partici-
pecto, se introduz o tema controle de
seus leitores.
pação de importantes profissionais do
contaminação do ar interno, que é um
Outra matéria não menos relevante
mercado do controle da contaminação.
aliado imprescindível para a excelên-
trata das Unidades de Tratamento de
Boa leitura
cia desses ambientes.
Ar e os novos conceitos aplicados à
É fácil notar que os avanços dos meios
sua construção, tendo em vista que
digitais permitem o acesso de um nú-
elas são parte importante do sistema
José Senatore
mero cada vez maior de pessoas, que
de controle de contaminação em salas
Editor chefe – Conselho Editorial
SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br Diretoria: Presidente: Rinaldo Lúcio de Almeida; Vice-Presidente: David Hengeltraub; Diretor Técnico: Célio Soares Martin; Diretor Financeiro: Carlos Eduardo Rein; Diretor de Relações Públicas: Gerson Catapano; Past Chairman: Dorival Ramos de Sousa Jr.; Conselho Consultivo Elegível: Elisa Liu, Martin Lazar e Raul Sadir; Conselho Consultivo: Antonio Elias Gamino, Celso Simões Alexandre, Edmilson Alves, Eduardo Almeida Lopes, Eliane Bennett, Franz Gasser, Heloisa Meirelles, João Felipe Meca, Jonas Borges da Silva, Luciana Kimi, Luiz Antônio da Rocha, Maurício Salomão Rodrigues, Miguel Ferreirós, Orlando R. A. Azevedo, Silvia Yuko Eguchi, Tadeu Gonzales e Yves L. M. Gayard; Conselho Fiscal: Jean-Pierre Herlin, Dirce Akamine e Murilo Parra. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Heloisa Meirelles; Gestora CB-46: Elisa Liu; Conselho Editorial Revista SBCC: José Augusto Senatore (editor-chefe), Marco Adolph (editor assistente), Denis Henrique de Souza, Erick Kovacs, Fátima Higuchi, Leandro Corazzini, Martin Lazar e Paulo Matos. Secretaria: Márcia Lopes Revista da S BCC: Órgão oficial da SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. R. Sebastião Humel, 171 – s ala 402 C EP 12210-200 São José dos Campos – SP. Tel. (12) 3922 9976 – Fax (12) 3912 3562 E-mail: sbcc@sbcc.com.br; A Revista da S BCC é u ma publicação bimestral editada pela Vogal Comunicações. Tiragem: 5.000 exemplares Vogal Comunicações: Editor: Alberto Sarmento Paz. Reportagens: Luciana Fleury. Edição de Arte: Koiti Teshima (BBox). Diagramação: Caline Duarnte, Juliana Brigatti. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design. Contatos c om a redação: Rua Laboriosa 37, São Paulo. Tel. (11) 4506-2650. E-mail: reda cao@vogalcom.com.br Depto. Comercial: Marta Vieira (comercial.2@sbcc.com.br) e Aline Souza (comercial.1@sbcc.com.br). A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies As opiniões e os conceitos emitidos pelos entrevistados ou em arti gos assi na dos não são de res pon sa bi li da de da Revista da SBCC e não expres sam, necessariamente, a opinião da entidade. Foto capa: Divulgação/L&M Engenharia
4
Foto: Divulgação/ Assessoria de Comunicação / Bio-Manguinhos
ENTREVISTA
Marília Vaz Belart Gerente do Departamento de Garantia da Qualidade de Bio-Manguinhos (Degaq) Alberto Sarmento Paz
G
6
erente do Departamento de Ga-
mais de 8,79 milhões de reativos para
gico de Vacinas (CTV) e os pavilhões
rantia da Qualidade do Instituto
diagnóstico e 11,1 milhões de frascos
Rocha Lima, Rockfeller e Henrique
de Tecnologia em Imunobiológicos
de biofármacos”, conta Marília. Além
Aragão, que atendem às normas de
(Degac/Bio-Manguinhos) da Funda-
de atender o PNI, a produção exceden-
Boas Práticas de Fabricação e Bios-
ção Oswaldo Cruz, Marília Vaz Belart
te de vacinas é exportada para mais de
segurança. No total, são 1.430 funcio-
é Química, mestre e doutoranda em
70 países a partir de convênios com a
nários, dentre eles 46 doutores, 136
Engenharia de Produção. Especialista
Organização Pam-Americana de Saú-
mestres e 223 pós-graduados. Nesta
em Gestão Industrial de Imunobioló-
de (OPAS) e com a UNICEF (em 2012,
entrevista, Marília Belart aborda os te-
gicos, membro da CEE-63 da ABNT
foram 10 milhões de doses).
mas de sua área e, para falar dos três
(Comissão de Estudos Especial de
Essa história de sucesso come-
grandes investimentos de Bio-Mangui-
Gestão de Riscos) e PDA Member,
çou em 1976, quando a Fundação
nhos, foram consultados Luiz Lima,
Marília ressalta a importância de Bio-
Oswaldo Cruz (Fiocruz) criou Instituto
Gerente do Projeto do CIPBR; Maurí-
-Manguinhos para a saúde pública,
de Tecnologia em Imunobiológicos –
cio Zuma, Coordenador do projeto do
notadamente no Programa Nacional de
Bio-Manguinhos, uma unidade para a
Novo Centro de Processamento Final
Imunizações (PNI), permitindo acesso
produção e desenvolvimento de vaci-
(NCPFI); e Beatriz Fialho, Gerente do
gratuito a imunobiológicos de alta tec-
nas no campus sede, na cidade do Rio
Projeto de Implantação da Unidade de
nologia para a população e, por outro
de Janeiro. Com área construída de
Bio-Manguinhos no Campus Fiocruz
lado, reduzindo os gastos do Ministé-
mais de 57 mil metros quadrados Bio-
Ceará. Acompanhe.
rio da Saúde. “Em 2012, foram mais
-Manguinhos é hoje um dos maiores
de 100 milhões de doses de vacinas
parques industriais para a produção
entregues ao programa, equivalente
de imunobiológicos da América Latina.
a metade das doses distribuídas à po-
Suas atividades estão, atualmente,
pulação. Além disso, foram produzidos
distribuídas entre o Complexo Tecnoló-
Revista da SBCC: O que Bio-Manguinhos produz atualmente? Marília Vaz Belart: Nós produzimos
SBCC - Set/Out - 2013
dez vacinas, com atendimento priori-
Revista da SBCC: Existe algum pla-
guinhos acompanha a evolução da
tário às demandas de saúde pública
no de capacitação contínua?
tecnologia de áreas limpas?
brasileira por meio do fornecimento
Marília Vaz Belart: Para reforçar
Marília Vaz Belart: Participamos de
ao PNI. Os excedentes de produção
a importância do cumprimento das
eventos nacionais e internacionais,
da vacina febre amarela (atenuada) e
Boas Práticas de Fabricação (BPF)
participamos
meningocócica
(polissacarídica)
na produção de medicamentos, bio-
acompanhamos as publicações do
são exportados para programas de
fármacos, vacinas e outros imunobio-
setor com o objetivo de conhecer e
imunização promovidos pelas agências
lógicos há um Plano de Capacitação,
avaliar novas tecnologias disponíveis
ligadas às Nações Unidas em diversos
coordenado pelo Comitê de Qualida-
e aplicáveis aos nossos processos.
países. Além das vacinas, são produ-
da Fiocruz, com cursos e encontros,
Vislumbramos a instalação de isola-
zidos 11 reativos para diagnóstico e 3
entre outras ações. É um momento de
dores, o uso de dispositivos real-time
biofármacos.
apresentar as principais leis, portarias
para monitoramento de partículas
e resoluções da legislação sanitária
viáveis e a integração de equipa-
brasileira, pois todos os profissionais
mentos com sistemas de TA e TI que
AC
Revista da SBCC: Qual a importância das áreas limpas na produção de vacinas? Marília Vaz Belart: Áreas limpas é um assunto crítico para a produção de vacinas e biofármacos uma vez que a segurança do produto pode ser diretamente afetada, caso as condições das salas não sejam apropriadas para os processos realizados. Importante destacar a necessidade de monitoramento adequado do comportamento dessas áreas, o que hoje deve ser definido por meio de uma abordagem baseada em risco. Revista da SBCC: Como a instituição
Para reforçar a importância do cumprimento das Boas Práticas de Fabricação (BPF) na produção de medicamentos, biofármacos, vacinas e outros imunobiológicos há um Plano de Capacitação, coordenado pelo Comitê de Qualidade da Fiocruz
de
treinamentos
e
possibilitem melhor monitoramento e análise dos dados, bem como a integração com o nosso sistema de gerenciamento de desvios. Revista da SBCC: Os processos de
transferência
de
tecnologia
também agregam conhecimento à Bio-Manguinhos? Marília Vaz Belart: Sem dúvida, são situações oportunas para troca de experiências, que vão muito além da transmissão do conhecimento. Com cada país que temos parcerias, aprendemos e ensinamos. É sempre uma chance de conhecer novas re-
gerencia seu parque instalado de áreas
alidades e incorporar melhorias ao
limpas?
nosso processo.
Marília Vaz Belart: Temos uma grande área responsável por qualificação e
Revista da SBCC: O projeto de ex-
validação, vinculada ao Departamento
pansão de Bio-Manguinhos inclui
de Garantia da Qualidade, que realiza
envolvidos devem estar compromis-
três grandes investimentos, o CIPBR,
os serviços requeridos pela unidade. O
sados com a qualidade dos insumos
o Centro de Processamento Final e o
gerenciamento das frequências e status
e serviços. Num curso recente, por
Polo Industrial e Tecnológico de Saú-
de validação é realizado por meio de
exemplo, abordou-se a qualificação
de. Qual o perfil de cada um desses
um software que nos possibilita extrair
de fornecedores como etapa funda-
investimentos?
relatórios da situação de nossas insta-
mental para a excelência da cadeia de
Luiz Lima: O Centro Integrado de
lações. Além disso, desenvolvemos um
manutenção do sistema de qualidade.
Protótipos, Biofármacos e Reativos
robusto programa de monitoramento
O gerenciamento de risco à qualidade
para diagnóstico (CIPBR) está sen-
ambiental para análise dos resultados e
é um debate muito atual.
do construído no próprio campus da
das tendências, e realizamos rotineiros treinamentos dos nossos operadores.
Set/Out - 2013 - SBCC
Fiocruz e terá 19.320 metros quaRevista da SBCC: Como Bio-Man-
drados de área construída. Ele deve
7
ENTREVISTA ser entregue no primeiro trimestre de
produção (um para matérias primas
bio, Bio-Manguinhos implantará uma
2014, e terá cerca de 6 mil metros
e outro para produtos acabados), um
nova unidade neste campus, sendo a
quadrados de áreas limpas. Ele vai
prédio para garantia e controle da
primeira planta industrial da institui-
facilitar o atendimento às demandas
qualidade e outros prédios de apoio.
ção fora do estado do Rio de Janeiro.
do Ministério da Saúde e do mercado
Vale ressaltar que o processo produ-
A nova unidade de Bio-Manguinhos
externo e transformar desenvolvi-
tivo a ser instalado nesse campus é
no Campus da Fiocruz-CE será de-
mento tecnológico em produção. O
um processo limpo, não gerando po-
dicada a tecnologias baseadas em
empreendimento, que prevê um in-
luentes para o meio ambiente. Com
plataforma vegetal. Atualmente estão
vestimento total de R$ 400 milhões,
este novo empreendimento, que será
previstas duas plantas industriais,
será a primeira planta de protótipos
construído no distrito industrial de
uma para expressão transiente em
do Brasil, permitindo o aumento de
Santa Cruz, no Rio de Janeiro, abre-
folha de tabaco, relacionada ao acor-
escala de produtos desenvolvidos
-se a expectativa de quadruplicar a
do de co-desenvolvimento com a iBio
em bancada e a fabricação de lotes
capacidade de processamento final
e Fraunhofer CMB assinado em 2011,
para estudos clínicos. Preenchendo
de vacinas e biofármacos.
e outra para expressão em célula de
uma lacuna na cadeia de inovação
cenoura, relacionada ao acordo de
do país, o Centro permitirá incorporar
transferência de tecnologia assinado
tecnologias inéditas, ampliando a capacitação tecnológica e a produção nacional de insumos estratégicos. No local, serão produzidos os biofármacos alfaepoetina e alfainterferona 2b, além de reativos para diagnóstico. Ao integrar em uma mesma construção uma planta de protótipos para desenvolver novas vacinas, reativos para diagnóstico e biofármacos, o CIPBR traz uma nova filosofia de produção, com maior relacionamento entre as áreas e racionalização de custos.
A qualificação de fornecedores é uma etapa fundamental para a excelência da cadeia de manutenção do sistema da qualidade. O gerenciamento de risco à qualidade é um debate muito atual
em julho com a Protalix. A nova unidade contará também com um prédio de desenvolvimento tecnológico para tecnologias baseadas em plataforma vegetal e um prédio de controle e garantia da qualidade. Serão também construídos um prédio de gestão, que contará também com auditório e áreas de treinamento, bem como um centro médico, restaurante, áreas voltadas à qualidade de vida dos funcionários, e toda a infraestrutura de apoio necessária para a operação destes prédios.
Revista da SBCC: Quais os objeti-
A nova unidade de Bio-Manguinhos
vos e como será viabilizado o Centro
no Campus Fiocruz-CE produzirá
de Processamento Final de vacinas e
imunobiológicos a partir de plata-
biofármacos?
formas vegetais em uma área de
Maurício Zuma: O objetivo é a im-
8
aproximadamente 220 mil metros
plantação de um complexo produtivo
Revista da SBCC: Sobre o polo in-
quadrados, em conformidade com
para o processamento asséptico de
dustrial e tecnológico da Saúde, no
as normas e padrões de BPF, BPL e
vacinas e biofármacos para garantir
Ceará, qual a posição atual do pro-
Biossegurança, e alinhado a critérios
maior disponibilidade destes produ-
jeto?
de sustentabilidade, tais como uso de
tos para os programas públicos do
Beatriz Fialho: Alinhado à política de
energias renováveis (energia eólica e
Ministério da Saúde e para agências
desconcentração do desenvolvimen-
energia solar), reuso de água etc., e
das Nações Unidas. O complexo
to tecnológico e à expansão nacional
acessibilidade. O término das obras
será construído com recursos do
da Fiocruz, que está implantando um
deverá acontecer em 2017 e a produ-
Ministério da Saúde e possuirá, em
novo Campus no Ceará, localizado
ção do primeiro lote de consistência
sua primeira fase, três prédios de
no Polo Tecnológico Industrial da
em 2018. O investimento previsto é
produção, dois almoxarifados para a
Saúde (PTIS) no município de Eusé-
de R$ 170 milhões.
SBCC - Set/Out - 2013
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MISSÃO CRÍTICA
Proteção para os data centers Diferentes das áreas limpas comumente usadas na indústria farmacêutica, as chamadas salas-cofre ou salas de missão crítica são destinadas a proteger data centers, servidores, mainframes, hardwares, equipamentos de tecnologia da informação e telecomunicações. Especialistas explicam sobre suas características, normas e certificações. Adriana Carvalho
E 10
m plena era da informação e da
temas de armazenamento de dados
tros ambientes, que exigem um con-
mobilidade, as empresas cada
e de telecomunicações. Por isso é
trole mais rigoroso de contaminação
vez mais dependem de ferramentas
que a cada ano tem crescido a de-
do ar, essas salas são projetadas
tecnológicas no dia a dia de seus
manda pelas chamadas salas-cofre
especificamente para proteger data
negócios. Da mesma forma, cada
ou salas de missão crítica (mission
centers,
vez mais necessitam de mecanis-
critical room). Diferentemente das
hardwares, equipamentos de tecno-
mos que garantam a proteção e o
áreas limpas comumente usadas na
logia da informação e de telecomu-
funcionamento contínuo de seus sis-
indústria farmacêutica, dentre ou-
nicações.
servidores,
mainframes,
SBCC - Set/Out - 2013
Para se ter uma ideia, em linhas
afirma José Augusto Senatore, Enge-
“Em uma sala crítica é fundamental
gerais, das diferenças na abordagem
nheiro Mecânico, consultor especia-
controlar a umidade, pois ela pode ser
entre áreas limpas convencionais
lista em controle da contaminação do
um fator importante para a corrosão
e as salas de missão crítica, basta
ar para ambientes críticos e também
dos equipamentos. Existe um conceito
tomar o exemplo de uma empresa
membro do ISO TC 142 da SBCC e
chamado “Umidade de Deliquescên-
fabricante de vacinas. Em sua área
CEE 138 da ABNT.
cia” que é a taxa de umidade, a partir
de produção e de pesquisas, ela
Senatore destaca que as mission
da qual a partícula em suspensão se
precisa de uma área classificada,
critical room têm padrões específicos
torna suficientemente úmida para ata-
a
contaminações
de temperatura e umidade, diferentes
car os componentes eletrônicos. “Por
que poderiam colocar em risco a
fim
de
evitar
das áreas limpas. “Nas áreas limpas
isso, o ambiente deve sempre ter a
eficiência do produto ou mesmo
tradicionais os padrões de temperatu-
sua umidade controlada abaixo desta
provocar sérios prejuízos à saúde
ra e umidade são determinados pelos
taxa. Não se pode esquecer que o
das
processos internos, produtos ou pelo
controle de temperatura também é
pessoas.
Porém,
se
um
incêndio atingisse a fábrica, ela teria certamente um grande prejuízo financeiro, mas haveria meios de repor os equipamentos danificados. O mesmo não se daria com o data center dessa empresa.
Além de
um prejuízo material, um evento como esse poderia causar danos irreparáveis à fabricante, já que as informações e dados contidos no data center estariam perdidos para
fundamental, tendo em vista que a
Ar contaminado, excesso de umidade e de calor podem colocar em risco o funcionamento dos equipamentos de um data center
refrigeração dos componentes eletrônicos é fundamental para o processo”, comenta Senatore.
Custos das falhas e características das salas-cofre Em seu estudo “Controle da con-
sempre.
taminação do ar em data centers:
E não é só contra catástrofes e aci-
abordagem do Guideline ASHRAE”,
dentes que é preciso proteger o data
José Senatore aponta os custos de
center: ar contaminado, excesso de
parada de operação em data centers
umidade e de calor podem colocar
conforto das pessoas que estarão
de diferentes empresas. Uma hora de
em risco o funcionamento dos equi-
dentro das salas. Já em uma sala crí-
parada para empresas que realizam
pamentos. Por isso é que a empresa
tica estes padrões são definidos em
operações de corretagem representa
do exemplo – assim como tantas
função dos equipamentos internos e
uma perda de quase US$ 10 milhões.
outras, nos mais diversos segmen-
também da ocupação ou não do am-
Para instituições que trabalham com
tos da economia – precisam de uma
biente. Existem salas críticas que são
autorização de uso de cartão de
sala-cofre em seus data centers.
ocupadas, como os centros de con-
crédito, equivale a cerca de US$ 5
“Nas salas de missão crítica diver-
trole e operação. Entretanto, a maior
milhões. Parada de apenas uma hora
sos controles de acesso, segurança
parte das salas críticas hoje, que
em empresas de transporte expresso
e qualidade do ar devem ser imple-
são os data centers, geralmente tem
podem custar mais de US$ 100 mil.
mentados. O ar contaminado pode
uma ocupação muito baixa (só para
“Os clientes que demandam uma
afetar os componentes e causar
a manutenção e eventual verifica-
sala-cofre têm duas necessidades
curto-circuito nos sistemas eletrôni-
ção dos equipamentos)”, explica ele,
principais: não podem perder os da-
cos, gerando falhas. Imagine o custo
acrescentando que, neste sentido, os
dos e não podem parar de funcionar.
de parada do data center de uma
critérios de temperatura e umidade
Para que se entenda melhor, sempre
grande empresa de telefonia móvel
são definidos basicamente em função
faço um paralelo entre o carro e o
ou de uma instituição financeira. São
das necessidades da infraestrutura
avião. Quando um carro apresenta
milhões e milhões de reais de perdas”,
eletrônica e sua geração de calor.
defeito na estrada, geralmente é pos-
Set/Out - 2013 - SBCC
11
Foto: Divulgação / L&M Engenharia
MISSÃO CRÍTICA
Esquema de um data center: preocupação com a qualidade do ar e parâmetros rígidos de temperatura e umidade sível parar no acostamento e esperar
e a proteção em caso de incêndios.
tro níveis de classificação conforme
o conserto. Se um avião para de fun-
E ainda precisa contar com sistemas
as diretivas do Uptime Institute, uma
cionar em pleno voo, as possibilida-
para garantir a operação contínua dos
organização que atua globalmente,
des de um acidente de grandes pro-
equipamentos que geram muito calor
fundada em 1993 com o objetivo de
porções são maiores”, diz Jan Carlos
e, portanto, devem contar com siste-
melhorar avaliar e classificar um data
Sens, Diretor de Engenharia na L&M
ma de refrigeração confiável e bem
center quanto a sua disponibilidade e
Engenharia.
projetado.
confiabilidade. “Esse instituto é que
Na busca pela proteção das informações ininterrupto
e de
pelo
funcionamento
equipamentos,
há
uma série de fatores que precisam ser considerados na hora de se projetar uma sala-cofre. Ela precisa ter mecanismos que protejam o lugar de invasões, por meio de controles sofisticados de acesso, já que ali estarão armazenados dados sigilosos. Deve ser planejada para impedir a entrada de calor e umidade acima dos limites
As mission critical room têm qua-
As salas de missão crítica são classificadas em valores que vão de 1 a 4. Quanto mais alto o número, maior o seu grau de confiabilidade
confere as classificações Tier para salas de missão crítica, que vão de 1 a 4”, explica Jan Sens. Quanto mais alto o número, maior o grau de confiabilidade e disponibilidade da sala. As diferenças entre as classificações estão principalmente relacionadas a quantidade e configuração de equipamentos e infraestrutura para proteção contra falhas (como ar condicionado, geradores de energia, UPS, quadros de luz, etc.) e em uma série de ou-
adequados, além de possuir mecanis-
tras características detalhadas pelo
mos que garantam a qualidade do ar
Uptime Institute em um documento
12 SBCC - Set/Out - 2013
que pode ser acessado pela internet
bilidade dos sistemas, enquanto nas
disponibilidade dos sistemas. Nas de
(http://uptimeinstitute.com/images/
de nível dois, esse número cai para
nível 4, as falhas admitidas são de
stories/Brazil_docs/TierStandard_To-
22 horas em um ano, representando
apenas 1 falha de 4 horas a cada 5
pology_120801_PT-BR.pdf).
disponibilidade de 99, 75%. Nas de
anos (média de 0,8 horas por ano), ou
“Hoje em dia o mais usual é as em-
Tier 3, o índice de falha aceitável cai
seja, com 99,99% de disponibilidade
presas utilizarem salas com nível Tier
drasticamente para 1 falha de 4 horas
dos equipamentos. “São índices bai-
3. Ele oferece uma excelente confia-
a cada 2,5 anos (média de 1,6 hora
xíssimos de falha e é preciso notar
bilidade, com custo menor que o Tier
por ano), o que significa 99,98% de
que não existem salas com zero de
4. Não há um padrão do mercado para definir quais empresas precisam ter qual tipo de Tier. São os próprios clientes que analisam o custo benefício ao escolher o modelo de sala cofre que desejam”, diz Sens. O diretor de engenharia detalha ainda qual a eficiência esperada para cada tipo de sala-cofre, conforme a sua classificação: as de nível 1 são aquelas que
A norma ABNT NBR 11515 versa sobre as práticas de segurança física no que diz respeito ao armazenamento de dados
possibilidade de falha”, afirma Jan. Estas disponibilidades, no entanto estão associadas à operação do data center. A segurança das informações estão mais associadas à proteção física, ou seja, mesmo em caso de parada do data center, a sala cofre adicionalmente garante a segurança das informações. Investimentos elevados como o
admitem falhas de no máximo 28,8
de uma sala-cofre justificam que os
horas em 1 ano de funcionamento, ou
clientes procurem empresas fornece-
seja, oferecem
doras de projetos e equipamentos com
99,67% de disponi-
MISSÃO CRÍTICA certificações de qualidade. Segundo
bém testar as salas expondo ao calor
menos, ISO classe 8 e classificação
o Diretor de Marketing da Aceco TI,
elevado por mais de 14 horas, por que
do ar interno para gases, conforme ISA
Fernando Couto, há normas tanto bra-
quando há um incêndio, mesmo depois
71.04, pelo menos, G1”, diz ele.
sileiras quanto estrangeiras que podem
que o fogo é apagado pelos bombeiros,
conferir a eficiência das salas-cofre.
o calor permanece no local por um lon-
Uma delas é a norma ABNT NBR 11515
go período”, diz Couto.
Confiabilidade do ar condicionado e filtros
Atualmente, as mission critical room
de segurança física no que diz respeito
também têm padrões de classificação
ao armazenamento de dados. Outra é a
de contaminação, conforme explica
Quando se fala em salas de mis-
ABNT NBR 15427, que dá a classifica-
José Senatore: “Até a publicação das
são crítica, é fundamental também
ção e os métodos de ensaios de resis-
recomendações do grupo de trabalho
tratar da confiabilidade do ar condi-
tência ao fogo para salas-cofre e cofres
da ASHARAE TC9.9 não havia um
cionado. Segundo José Senatore,
de hardware. “Os testes de resistência
conhecimento consolidado sobre isso.
a questão da confiabilidade é tão
ao fogo consistem em simular a resis-
Depois destas publicações, e mais
importante nas áreas limpas quanto
tência da sala cofre a um evento como
recentemente depois da última revisão
nas salas de missão crítica, mas a
um incêndio. Eles incluem envolver as
no final de 2011, alguns critérios foram
abordagem é bastante distinta. “No
salas por todos os lados com fogo e
estabelecidos, como, por exemplo, a
caso de uma área limpa, a qualidade
fazer testes com jatos de água para ver
classificação do ar interno para par-
do ar interno é o resultado de diversos
se ela penetra na sala. É preciso tam-
tículas, conforme a ISO 14644, pelo
fatores e o ar condicionado é um deles.
Foto: Divulgação / L&M Engenharia
e que determina quais são as práticas
Há normas tanto brasileiras quanto estrangeiras que podem conferir a eficiência das salas-cofre
14 SBCC - Set/Out - 2013
Nele se buscará principalmente o tratamento do ar para partículas e para as condições ambientais necessárias ao processo (isto é, umidade, temperatura, pressão). No caso das salas críticas, o ar condicionado é parte integrante do processo pois é uma necessidade fundamental para a operação dos servidores (no caso dos data centers). Sem o controle da temperatura não é possível a refrigeração dos componentes. Além disso este contro-
No caso das salas críticas, o ar condicionado é parte integrante do processo pois é uma necessidade fundamental para a operação dos servidores (no caso do data centers)
tes para áreas limpas e mission critical room. “No caso dos filtros em salas limpas, geralmente são utilizados os sistemas com três estágios de filtragem (grossa, fina e HEPA)”, diz Senatore. Já nos casos de missão critica há basicamente dois sistemas de filtragem. O primeiro é a filtragem do ar interno do ambiente, dentro dos equipamentos de precisão. “Geralmente são empregados filtros grossos ou até filtros médios que serão responsáveis pela
le deve ser bastante preciso”, afirma
recirculação do ar interno do ambiente.
Senatore. Por isso, segundo ele, os
Eventualmente é recomendado o uso
equipamentos geralmente ficam den-
to estreitos de temperatura e vazão
de filtros químicos de baixa capacida-
tro das salas (o que não ocorre em
de ar. Neles, a questão da qualidade
de também diretamente empregados
áreas limpas em função da geração de
do ar já não é tão importante quanto
nestes equipamentos”, diz o espe-
partículas) e, muitas vezes, próximos
em equipamentos para salas limpas”,
cialista. O segundo é a filtragem do ar
aos servidores. “Estes equipamentos
explica Senatore.
externo. “Em algumas situações favorá-
são chamados ‘ar condicionado de
No que diz respeito ao uso de fil-
veis, os sistemas de ar condicionado de
precisão, pois atuam com limites mui-
tros, também há abordagens diferen-
missão crítica, introduzem uma parcela
Foto: Divulgação / L&M Engenharia
MISSÃO CRÍTICA
Uma variável importante é o consumo energético. Atualmente existem técnicas que permitem aumentar a eficiência energética do ar externo dentro destes ambientes.
vez mais importância nas empresas,
quais melhorias precisam ser feitas
Neste caso, o ar deve ser filtrado por
tornando-se
para reduzir o consumo de energia.
filtros grossos e finos e, eventualmente,
com isso, consumindo mais energia.
por filtros químicos de média capacida-
Além de representar um custo para
de
de. Neste caso, o fundamental é que
empresa, a energia utilizada nos data
aumentar a eficiência energética. Um
estes filtros tenham perdas de carga
centers também gera mais calor nas
deles é o ciclo economizador indireto
muito baixas (sistemas com filtros espe-
salas, exigindo um controle maior da
a ar”, explica Corrêa. Esse sistema,
cialmente projetados) para compensar
temperatura no local.
também conhecido pela sigla IASE
o consumo de energia adicional desta introdução de ar externo”, comenta.
Eficiência energética Outra
16
preocupação
quando
se
mais
sofisticados
e,
“Há uma série de técnicas e equipamentos
que
permitem
Com o objetivo de calcular a
(Indirect Air-Side Economizer Cycle)
eficiência energética dos equipamentos
utiliza o ar exterior para rejeitar o
utilizados em data centers é que uma
calor sem que esse ar exterior entre
associação americana de especialistas
no processo ou no espaço. Para isso
de TI, a The Green Grid (www.
é utilizado um trocador de calor ar-ar
thegreengrid.org), criou sistemas de
(Hx) para a transferência de calor do
medição
chamados
Usage
centro de processamento de dados
instala uma sala cofre é com a
Effectiveness (PUE) e Data Center
para o ar externo. Apenas o calor
eficiência energética. Segundo Marcos
Efficiency
permitem
sensível é trocado, permitindo que
Santamaria Alves Corrêa, Engenheiro
que os operadores de data center
o ar externo passe antes por um
de Aplicação das Indústrias Tosi e
rapidamente
eficiência
pré-resfriamento evaporativo para
instrutor do curso “Data Center Cooling
energética de seus equipamentos,
reduzir sua temperatura antes que
Professional” do Data Center Dynamics”,
comparando os resultados com os de
ele remova o calor do processo em
os data centers têm ganhado cada
outros data centers e determinando
questão.
(DCE).
Power Eles
estimem
a
SBCC - Set/Out - 2013
UTAS
Inovações a caminho Novos modelos de unidades de tratamento de ar utilizam automação e plenum fans para aumentar seu desempenho e, ao mesmo tempo, facilitar a instalação Renata Costa
P 18
ara a instalação eficiente de
desejada, e a composição exata de
tina. Mesmo assim, é comum que o
uma unidade de tratamento de
todo o equipamento (motor, ventila-
cliente precise de alterações na con-
ar – UTA é preciso um projeto prévio
dores, serpentinas, estágios de filtra-
figuração da unidade de tratamento
muito detalhado que leve em conta a
gem, etc) para atender à demanda da
de ar, tenha de fazer obras de en-
necessidade do cliente, a eficiência
indústria e segmento a que se des-
genharia para adaptar o local e, não
SBCC - Set/Out - 2013
raro, surjam mudanças não previstas antes da instalação. Não é incomum que o cliente descubra que precisa de mais potência ou que a configuração desejada não cabe no espaço físico que ele possui. Pode acontecer ainda de ter de fazer reformas na estrutura elétrica para colocar a UTA em funcionamento. É preciso ficar atento também a um problema recorrente quando a UTA não é construída de maneira apropriada, que é a formação de pon-
As deformações causadas pelos esforços oriundos do diferencial entre a pressão estática interna do equipamento e o meio onde este se encontra podem causar falhas em sua vedação
tes térmicas nos perfis estruturais.
necessárias nos ambientes. Além das questões de fabricação e de projeto, é essencial que a instalação seja realizada adequadamente, para que não haja vazamentos ou infiltrações nas junções, portas e passagens de tubulações. Para a instalação e testes de funcionamento do equipamento, é necessária mão de obra bem treinada – difícil de encontrar fora dos grandes centros urbanos – e de alto custo. Se a UTA for mal instalada, ainda podem surgir problemas adicionais,
Os perfis estruturais sustentam
como trepidação e ruído, especial-
os painéis de fechamento de uma
mente quando ela é colocada direta-
UTA e são geralmente confecciona-
mente no solo ou se não tiver estru-
dos sob a forma de sanduíches de
painéis da UTA, provocada pela
chapas metálicas pré ou pós pinta-
constante presença de água e pela
das, montadas sobre as faces de um
baixa incidência de luminosidade.
núcleo de material isolante térmico
Tudo isso prejudica a performance e
para ancorar os painéis de fecha-
a vida útil do equipamento, além de
mento e suportar os componentes
se constituir em uma fonte adicional
internos do equipamento. Em alguns
de contaminação microbiológica.
tura de apoio adequada.
Normas impulsionam novas tecnologias O primeiro aparelho de ar condi-
equipamentos, os perfis estruturais
Outro ponto sensível na qualidade
cionado – cujo aumento no nível de
são montados em contato direto tan-
da UTA é sua rigidez estrutural. No
sofisticação, capacidade e complexi-
to com a face externa quanto com a
Brasil não há definições claras quan-
dade deu origem às UTAs – foi de-
face interna dos gabinetes.
to à confecção desses equipamen-
senvolvido por Willis Carrier, um en-
“Como os metais são muito bons
tos. Um produto de baixa qualidade
genheiro mecânico norte-americano,
condutores de energia, tanto elétrica
pode ser subdimensionado e incapaz
em 1902, dando origem à empresa
quanto térmica, esses perfilados tro-
de suportar os esforços devido a seu
Carrier Air Conditioning Company of
cam calor diretamente entre os dois
peso e, principalmente, às cargas
America. A empresa também é pio-
meios, o interno e o externo, forman-
impostas pelas elevadas pressões
neira na criação de equipamentos im-
do assim a ponte térmica e produzin-
estáticas às quais os gabinetes são
portantes, como o chiller (resfriador),
do condensação de umidade sempre
submetidos.
em 1922. Embora tenha sido criado
que a temperatura de sua superfície
As deformações causadas pe-
e desenvolvido nos Estados Unidos,
estiver abaixo da condição de ponto
los esforços oriundos do diferencial
hoje a Europa tem a normalização
de orvalho do ar que envolve o ex-
entre a pressão estática interna do
mais rígida e moderna para o setor.
terior do gabinete,”, explica o Enge-
equipamento e o meio onde este se
O organismo responsável pela
nheiro Mecânico Fernando Britto, da
encontra podem causar falhas em
orientação, que acaba se tornando
Adriferco Engenharia e Consultoria e
sua vedação, o que leva a infiltrações
a normalização das indústrias de
membro do GT de Projetos da SBCC.
à montante e vazamentos a jusante
condicionamento e tratamento de ar,
Vazamentos de ar e a formação
do ventilador. As frestas formadas
e de produtos como as UTAs (tam-
de pontes térmicas nos perfis estru-
podem também permitir o ingresso
bém chamadas de air handlers) é a
turais podem causar a proliferação
de ar não tratado, dificultando a ob-
Eurovent (European Committee of Air
de micro-organismos no interior dos
tenção das condições de controle
Handling & Refrigeration Equipment
Set/Out - 2013 - SBCC
19
UTAS Manufacturers), que representa 13 países e cerca de mil empresas cujo número de profissionais chega a 150 mil, com capacidade de movimentação entre 25 e 30 bilhões de euros de vendas anuais. A Eurovent especifica desde cálculos para eficiência energética de uma UTA, por exemplo, até a temperatura desejada dentro do equipamento. Luciano Marcato,
A Eurovent especifica desde cálculos para eficiência energética de uma UTA, por exemplo, até a temperatura desejada dentro do equipamento
é importante não só para evitar as comuns poças d’águas na casa de máquina, mas principalmente porque a condensação do vapor afeta diretamente o isolamento térmico dos painéis de controle, constituídos por espumas rígidas ou lã mineral. Esses materiais absorvem e armazenam essa água, favorecendo a prolifera-
Gerente de Produtos da Daikin no
ção de micro-organismos e causando
Brasil, multinacional japonesa com
a corrosão das partes metálicas dos
atuação em diversos países, inclu-
painéis.
sive na Europa (possui uma fábrica
A montagem dos perfis estruturais
de air handlers na Itália), explica que
internos também ganha, nos novos
a Eurovent especifica as normas e
produtos europeus, uma base plástica
elas se tornam boas práticas entre as empresas associadas, que adotam o
Fim das pontes térmicas
padrão. “Desta forma, a diferença de
que os conecta, garantindo a rigidez estrutural. Além disso, graças à baixa condutibilidade térmica dos plásticos
preço entre os produtos das empre-
O problema das pontes térmicas
utilizados e a montagem de espaços
sas não é tão grande como aqui no
não é algo simples de ser resolvido,
de ar parado entre os perfis metáli-
Brasil, porque a qualidade entre elas
mas faz toda a diferença para a per-
cos, minimiza-se a condução de calor
está no mesmo nível”, afirma.
formance global da UTA. “Em teoria,
através da estrutura do gabinete, de
basta que a superfície
forma semelhante ao que ocorre em
Ele lista uma série de especifica-
20
Investir no isolamento térmico
metálica no
ções fornecidas pela Eurovent, como:
lado externo do gabinete não entre
a rigidez mecânica do gabinete de
em contato com a existente no lado
uma UTA, a taxa de vazamento de
interno, ainda que estejam separadas
ar, a pressão estática interna do ar, a
por apenas alguns poucos milímetros
taxa do fluxo de ar após a filtragem,
de material isolante térmico, para
a transmissão térmica dos painéis
eliminá-la”, explica Britto.
uma garrafa térmica.
Incorporando a automação
(isolamento térmico), o nível de ruído
Ou seja, para evitar as pontes
Os condicionadores de ar do tipo
propagado pelo equipamento e a tre-
térmicas entre os perfis estruturais,
fan&coil, nos quais geralmente os
pidação do gabinete.
geralmente constituídos por tubos ou
air handlers estão enquadrados, não
Por causa dessa série de espe-
perfilados metálicos, é preciso dotar
possuem painéis elétricos ou auto-
cificações da Eurovent, as empre-
as junções entre eles e os painéis de
mação embarcada, diferentemente
sas do setor que atuam na Europa
fechamento com juntas isolantes e air
dos modelos tipo Split, o que dificulta
têm investido em tecnologia para se
gaps (espaços de ar preso). “Nesse
o acionamento dos ventiladores e o
diferenciar e estar sempre à frente
caso, a solução requer estruturas
controle das condições termoigromé-
das normas – que se tornam cons-
metálicas duplas unidas por perfis de
tricas do ambiente.
tantemente mais rígidas. A tendên-
material plástico de baixa condutibili-
Isso tem consequências diretas na
cia é que os novos produtos – mais
dade térmica, montados de maneira
montagem das instalações elétricas
eficientes, mais fáceis de instalar, de
que minimizem as áreas de contato
para as UTAs, exigindo conhecimen-
dimensionar e com menor risco de
entre as faces interna e externa, re-
to técnico do instalador e muito mais
vazamento – alcancem também as
duzindo a transmissão de calor e,
tempo gasto nesse trabalho. Na Eu-
empresas fora do continente euro-
consequentemente, a condensação
ropa, os instaladores são obrigados a
peu, o que inclui o Brasil.
do vapor”, explica Britto.
fazer diversos testes no equipamento
SBCC - Set/Out - 2013
para provar que ele cumpre os requisitos feitos no contrato entre o usuário e o fabricante. E, em caso de algum problema, é preciso retornar o equipamento ou parte dele à indústria – aumentando ainda mais os gastos com transporte e a perda de tempo. As empresas que seguem as normas da Eurovent descobriram que é muito mais vantajoso investir na automação do equipamento. Conseguir fazer toda a montagem no ambiente
Não é incomum que o cliente descubra que precisa de mais potência ou que a configuração desejada não cabe no espaço físico que ele possui
cionais e requerem apenas conexões de energia e fluidos refrigerantes para serem acionados. Dessa maneira, já saem de fábrica testados por lote ou individualmente (ensaios FAT), o que permite a correção de eventuais falhas encontradas antes mesmo do equipamento ser enviado a campo. Essa nova geração de equipamentos tem integrados os painéis elétricos de força, comando e controle e possuem o cabeamento, sensores e
industrial, dispensando mão de obra
atuadores embutidos, devidamente
altamente qualificada como eletricis-
identificados e dotados de conectores
tas para montar inversores no local
rápidos e padronizados que evitam
de instalação, é muito mais prático e
ligações erradas na instalação, a cha-
barato. Dessa maneira, os modelos
CLPs, IHM, sensores, atuadores e
mais sofisticados de UTA já têm sido
outros que forem necessários).
mada tecnologia plug and play. A automação permite o geren-
fornecidos completos: incluem todo o
Esses equipamentos também faci-
ciamento remoto da UTA, mas ainda
quadro elétrico de força e comando
litam o comissionamento, pois saem
assim, o painel integrado possui seus
(até mesmo disjuntores, inversores,
da linha de produção totalmente fun-
próprios dispositivos de acionamento
UTAS e interface homem-máquina para verificação e ajustes das variáveis de controle. Esses novos modelos de UTAs ainda têm a possibilidade de utilizar expansão direta, pois permitem a variação linear da capacidade frigorífica do equipamento. Isso acontece graças ao uso da tecnologia VRV (volume de refrigerante variável). Para sistemas com 100% de renovação do ar, é possível utilizar compressores
Outro possível benefício da utilização de plenum fans é a redução do comprimento total do air handler, disponibilizando mais espaço nas salas de máquinas
mento dinâmico. Outro possível benefício da utilização de plenum fans é a redução do comprimento total do air handler, disponibilizando mais espaço nas salas de máquinas. “A tecnologia de motores EC ainda tem custo elevado, especialmente no Brasil, mas a tendência é que com o aumento do volume de produção, o preço seja reduzido e eles, futuramente, substituam os atuais motores elétricos”, prevê Britto.
como bombas de calor, o que minimiza o consumo energético do sistema e reduz a potência de reaquecimento
Sem limites
necessária. rar com alimentação a 60 Hz, podem
A situação no Brasil
22
funcionar adequadamente até 90 Hz,
A padronização nos tamanhos dos
obedecendo-se a correções neces-
gabinetes das UTAs deixará em breve
sárias na curva de torque e potência,
de representar uma limitação, como
Os ventiladores do tipo plenum
não há histórico no Brasil a respeito
acontece no cenário atual. Empresas
fan, que utilizam rotores do tipo limit
da operação sob essas condições”,
com forte presença internacional já
load de simples aspiração, com pás
diz Britto.
utilizam um software altamente espe-
curvadas para trás, porém sem volu-
Em contraposição à necessida-
cializado que calcula dimensões har-
ta (carenagem em forma de concha
de de se operar acima de 60 Hz, os
monizadas, adaptadas ao tamanho
espiral) já são amplamente utilizados
principais fabricantes internacionais
de rodas entálpicas, baterias de fil-
nos mercados americano e europeu
de plenum fans estão utilizando mo-
tragem, serpentinas de resfriamento,
e estão chegando ao nacional.
tores EC (eletronicamente comuta-
cilindros de desumidificação química
“É verdade que eles, por serem
dos), que já integram componentes
e outros componentes. Isso também
de simples aspiração, são menos efi-
eletrônicos que permitem a variação
permite ajustes à altura e à largura da
cientes que os ventiladores com ro-
de
casa de máquinas.
tores de dupla aspiração, mas com-
os inversores de frequência) e são
Esse tipo de software possibilita
pensam parcialmente essa questão
projetados para operar em maiores
um projeto mais específico e as mu-
com o acoplamento direto do motor,
rotações que os motores assíncro-
danças de última hora não acarretam
eliminando perdas na transmissão”,
nos convencionais. Há ainda outras
em trabalho exaustivo para o projetis-
esclarece o engenheiro Britto.
vantagens, entre elas a de produzir
ta: basta alterar um dado e o aplicativo refaz todo o cálculo.
sua
velocidade
(dispensando
Outra limitação se deve à neces-
menos vibrações. Também já há
sidade desses ventiladores de operar
equipamentos utilizando essa tecno-
em rotações mais elevadas a fim de
logia no país.
Essa adaptação de tamanho é possível também por conta da utiliza-
obter médias pressões (acima de
No mercado internacional tam-
ção de múltiplos plenum fans operan-
1.500 Pa). O que significa que, como
bém estão sendo testadas aplica-
do em paralelo nesses novos mode-
o acoplamento do motor é direto, este
ções de compósitos e de novos per-
los de UTA, que são construídos com
precisa operar com frequência final
fis das pás dos rotores, tornando-os
seção transversal diferenciada, não
acima de 60Hz. “Embora os fabrican-
mais leves, robustos e eficientes,
mais limitados pelas dimensões da
tes de motor afirmem que os motores
diminuindo ainda mais a produção
voluta e distâncias mínimas recomen-
normalizados, projetados para ope-
de ruídos e melhorando o balancea-
dadas pelas normas.
SBCC - Set/Out - 2013
Fabricantes A Revista da SBCC consultou as empresas associadas comentar sobre novas tecnologias, expectativas de mercado, entre outros pontos. Acompanhe.
Indústrias Tosi As Indústrias Tosi trabalham atualmente no desenvolvimento de um painel de controle integrado, com opção de automação embarcada. “Dessa maneira, todas as va-
Foto: Divulgação/Indústrias Tosi
fabricantes de unidades de tratamento de ar (UTA) para
riáveis podem ser devidamente monitoradas. Essa opção
campo e todas as expectativas foram atendidas”, co-
não é oferecida por quase nenhum fabricante, ficando
menta. Brocco avalia que há uma forte tendência para
sempre este encargo por conta do instalador”, explica
a ampliação da oferta de equipamentos com maior
Alex Brocco, responsável técnico da Linha de UTAs.
tecnologia embarcada. “Já temos várias consultas
Ele reforça ainda o atendimento a todas as normas
a respeito dessa possibilidade, que pode ampliar a
e recomendações vigentes, garantindo confiabilida-
confiabilidade e a comodidade na fase de instalação
de ao equipamento. “Já fizemos diversos ensaios em
do equipamento”
UTAS
Reintech
lhoras na aparência externa do equipamento e altera-
A Reintech já está trabalhando no Brasil com ven-
ções no projeto da bandeja de recolhimento de con-
tiladores do tipo plenum fan e equipamentos plug and
densado. “A nova bandeja foi desenvolvida com um
play, com painel elétrico e de automação incorpora-
design que elimina qualquer possibilidade de termos
dos e prontos para operação. “Estamos sempre em
água estagnada nela, além de possuir cantos arre-
processo de inovação e reengenharia de nossos equi-
dondados que facilitam a limpeza da bandeja”, explica
pamentos, buscando o estado da arte em Unidades
Flávio Augusto Valle do Nascimento, Gerente de
de Tratamento de Ar”, explica Eduardo Rein, Diretor
Marketing da Trox do Brasil.
Operacional da Reintech.
Todas essas mudanças garantem, segundo Nasci-
Outro diferencial apontado por Rein em seus pro-
mento, o sucesso no processo de fabricação de clien-
dutos é a estrutura . “A linha LRT da Reintech é a mais
tes, especialmente em ambientes críticos, como áreas
leve da categoria, pois utiliza, em formato padrão, base
de pesquisas e produção de vacinas, entre outros.
e estruturas internas em alumínio, conferindo leveza e
Outra característica citada por Nascimento é a
robustez ao equipamento. Elas podem ser enviadas
estanqueidade. “Ela é garantida de acordo com o DW-
para a obra em módulos ou totalmente desmontadas”,
143 classe C com pressão de 1500 Pa, que pode ser
diz Rein.
comprovada com ensaios em campo”, afirma. Há ainda preocupação com o sistema de portas, para que elas não percam vedação devido ao uso. A UTA da Trox, segundo o gerente, pode atender projetos especiais, com layout de dois andares, junções internas lisas e com acabamentos que evitam pontos de acúmulo de contaminantes. Possui ainda opcionais que melhoram aspectos de higiene, como, por exemplo, a utilização
Foto: Divulgação/Reintech
de emissores de radiação ultravioleta UVC.
Trox do Brasil A Trox, que desde a década de 1990 produz UTAs Foto: Divulgação/ Trox do Brasil
no Brasil, está mudando sua linha TKZ de UTAs para ambientes limpos, alinhada a sua busca por inovações e desenvolvimentos tecnológicos que resultem em soluções técnicas que atendam as necessidades específi cas de cada projeto. As novidades são para melhorar a efi ciência de isolamento térmico, eliminando pontes térmicas, me-
24 SBCC - Set/Out - 2013
Traydus A Traydus está lançando uma UTA de expansão direta, que poderá ser definida com diversas configurações e instalada até ao ar livre (rooftop). Os condicionadores de ar tipo self contained para aplicações de sala limpa serão dotados de motor eletrônico tipo EC, tanto nos ventiladores de insuflamento quanto nos de condensação. Os primeiros modelos, segundo a empresa, serão comercializados a partir de janeiro de 2014 e terão capacidade nominal entre 3 a 5 TR, sendo que a empresa pensa em expandir a linha para modelos de maior capacidade utilizando a tecnologia inverter. “Além disso, a recuperação de energia é um ponto importante do projeto. Em ambientes controlados, a quantidade de energia gasta em reaquecimento para controle de umidade é grande. No novo air handling da linha Unique o reaquecimento será feito por sistema de trocadores de calor aletados que transferem o calor desprezado pelo sistema de condensação para o fluxo de ar”, explica Ricardo Facuri, Diretor Técnico Comercial da Traydus. Segundo Facuri, atualmente, a cada 10 UTAs vendidas pela empresa, ao menos uma sai com todo o sistema de automação embarcado de fábrica. “Se pensarmos em instalações de pequeno porte podemos dizer que essa proporção sobe para 30% das unidades
Foto: Divulgação/Traydus
comercializadas”, afirma.
Set/Out - 2013 - SBCC
CASE: CYCLOPET
Produção privada de radiofármacos Cyclopet é a primeira empresa privada destinada a produção de radiofármacos no Paraná após fim do monopólio estatal. A instalação demanda atender as normas e processos direcionados ao controle da radiação e, ao mesmo tempo, as voltadas para as Boas Práticas de Fabricação de medicamentos injetáveis
Foto: Divulgação / Cyclopet / Alfonso Florian de Orte /NUCLEO
Luciana Fleury
Vista geral da área de produção
U
ma missão nada simples foi as-
26
exames para o diagnóstico precoce
por ser um produto radioativo, e o da
sumida pela Cyclopet, localizada
das doenças oncológicas, imunológi-
contaminação, por ser enquadrado
em Curitiba-PR, para tornar-se a pri-
cas e cardíacas. A complexidade de
como
meira empresa do Paraná a produzir
produção envolve dois importantes
Para atender às normas e garantir
o FDG, ou Fluordesoxiglicose (18F),
controles, com demandas, processos
qualidade do produto e segurança
um tipo de marcador utilizado em
e normas diferentes – o da radiação,
aos operadores, foi preciso um minu-
um
medicamento
injetável.
SBCC - Set/Out - 2013
No total, são 66 metros quadrados de áreas classificadas para a produção de radiofármacos
cioso e bem estruturado projeto, que
Capela de fluxo unidirecional blindada
envolve áreas limpas que somam 66 metros quadrados e um cíclotron, um acelerador de partículas que, apesar de ser autoblindado, por questões de segurança fica envolto por paredes de concreto com 50 cm de espessura. “Investimos em uma infraestrutura reforçada, com um sistema de ar condicionado bastante robusto, e em um projeto detalhado, que envolveu até mesmo o desenho de bancadas,
Cassete com reagentes para realização da síntese
todas de inox pela baixa porosidade e facilidade de limpeza. Toda a instalação envolve equipamentos de ponta
dos pela RDC 63/2009 (que dispõe
áreas administrativas, outra direcio-
e controles rigorosos para preservar
sobre os Requisitos de Boas Práticas
nada para o cíclotron e outra para o
a saúde ocupacional dos operadores
de Fabricação de Radiofármacos),
laboratório de qualidade (ISO classe
e a qualidade do produto”, afirma Gui-
vinculada à RDC 17/2010 da Agência
7). As condições dos ambientes são
lherme Burkhardt, Diretor Administra-
Nacional de Vigilância Sanitária (AN-
monitoradas de forma contínua e
tivo da Cyclopet.
VISA), que trata das Boas Práticas de
mantidas por um sistema automatiza-
Fabricação de Medicamentos.
do, que verifica temperatura, umida-
Construção, projeto e instalação atendem às determinações da Co-
As instalações foram contempla-
de e pressão e, em caso de alguma
missão Nacional de Energia Nuclear
das com elementos de arquitetura
alteração, toma ações corretivas.
(CNEN) e, apesar de todo o proces-
de áreas limpas, como divisórias do-
“Podemos verificar, em tempo real e
so produtivo não envolver o contato
tadas de cantos arredondados, piso
via qualquer computador conectado a
direto com o operador, a legislação
de manta vinílica e caixas de pas-
internet como estão as condições de
brasileira enquadra esse radiofár-
sagem intertravadas. Desta forma,
cada sala”, diz Burkhardt.
maco na categoria de medicamentos
foram instalados quatro sistemas de
O resultado é uma estrutura auto-
injetáveis, o que leva a seguir as mes-
ar condicionado independentes, uma
rizada para produzir dois lotes diários
mas regras das envolvidas para me-
UTA (Unidade de Tratamento de Ar)
de FDG, cuja capacidade permitiria
dicamentos estéreis. Por isso, foram
exclusiva para a área de produtiva
chegar a uma atividade de 10 Ci.
adicionados os cuidados preconiza-
(ISO classe 6), uma para conforto das
Set/Out - 2013 - SBCC
A necessidade de ter uma produ-
27
CASE: CYCLOPET A área produtiva é dividida em três ambientes: o que abriga o acelerador de partículas, onde é realizada a síntese e o espaço que abriga os laboratórios de controle de qualidade
“Theodorico”, braço robótico que realiza a manipulação do produto São Paulo, e no Instituto de Energia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro, insuficientes, porém, para atender a demanda nacional. A tão desejada liberação de produção para o mercado privado, ocorrida em 2006, motivou Minguetti criar a Cyclopet, plano iniciado já em 2006, mas que sofreu uma pausa diante crise econômica de 2008, sendo retomado no início de 2011. O local escolhido para abrigar a produção está estrategicamente localizado apenas sete quilômetros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na cidade de São José dos Operador preparando o braço robótico para entrar em operação
Pinhais,
na
região
metropolitana
de Curitiba, o que facilita os planos
28
ção local de FDG era algo sentido há
na qual qualquer atraso pode levar
para atendimento de todo o Estado.
muito tempo pelo Neuroradiologista
o produto a perder totalmente sua
Com seu funcionamento totalmente
Guilberto Minguetti, um dos pionei-
utilidade (veja mais no box “Para
aprovado pela CNEN em fevereiro
ros no uso da tomografia no Brasil,
detecção precoce”). Um problema
de 2013 e tendo obtido o Relatório
proprietário do CETAC- Centro de
agravado pelo fato de que a produ-
de Vistoria emitido pela Secretaria
Diagnóstico por Imagem e sócio da
ção de radiofármacos era monopólio
Municipal da Saúde e pela Vigilância
Cyclopet. Por suas características,
estatal, estando totalmente a cargo
Sanitária Estadual estadual em abril
o prazo de validade do FDG é curto,
da CNEN, que mantinha unidades
de 2013, o início da produção está à
sendo impossível estocá-lo e deman-
produtivas no Instituto de Pesquisas
espera da última etapa de aprovação
dando uma logística afinadíssima
Energéticas e Nucleares (IPEN), em
pela ANVISA.
SBCC - Set/Out - 2013
Recebimento e entrada de material
Todo material é então direcionado ao almoxarifado, que irá fazer o registro de seu recebimento e acondiciona-lo
Os insumos entram pela parte
de forma adequada até o momento
térrea da construção, são conferidos
do uso. O almoxarifado comunica-se
se estão de acordo com o solicitado,
com a área onde é realizada a sín-
retirados de embalagens externas
tese e com o laboratório de ensaios
(como caixas de papelão) e passam
físico-químicos via duas caixas de
por higienização e inspeção visual,
passagem intertravadas, uma para
recebendo uma identificação interna
cada ambiente, utilizadas apenas
para permitir sua rastreabilidade a
para a entrada de material. Antes de
cada lote e a indicação de “aprova-
serem colocados nas caixas de pas-
do” para uso. As principais matérias
sagem, os materiais são novamente
primas utilizadas na produção são
higienizados com álcool gel 70% e
a água enriquecida (chamada de
inspecionados visualmente.
Processo produtivo é totalmente autorizado
18O, importada e cuja compra deve ser liberada pela CNEN) e o cassete composto com reagentes para
Áreas de produção
realização da síntese, que será conectado no módulo automático de
A área produtiva da Cyclopet
síntese, fornecido já pronto pela GE.
pode ser separada em três ambien-
Recipiente de chumbo onde está o produto final
ENGENHARIA TOTAL Salas Limpas em Regime Turn Key • Ar Condicionado • Ventilação / Exaustão • Automação Predial • Divisórias, Forros, etc ENGENHARIA
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CASE: CYCLOPET
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tes: a que abriga o acelerador de par-
Uma vez passada a porta princi-
tículas (denominada área cíclotron); a
pal de entrada, à esquerda segue-se
sala onde a síntese é realizada (área
para a área cíclotron e à direita, uma
produtiva) e espaço que reúne os
antecâmara dá acesso à área produ-
laboratórios do controle da qualida-
tiva e aos laboratórios de qualidade.
de (físico-químico e microbiológico).
Por sua dinâmica, a produção
No acesso a estas áreas estão ves-
do FDG deve ser estruturada para
tiários para higienização de mãos e
ocorrer com muita sincronia entre as
paramentação com um jaleco, de uso
ações realizadas no cíclotron e as que
obrigatório e uma barreira simples,
serão necessárias para a síntese. Por
para colocação de propés. Os três
envolver um processo radioativo, o
ambientes compartilham uma entra-
cíclotron é apenas ligado quando não
da única cuja porta funciona em in-
há presença de pessoas em seu en-
tertravamento com todas as demais,
torno, sendo operado de forma remo-
aberta somente por pessoas autori-
ta, por computador, em uma sala de
zadas, munidas de cartão de acesso
controle. O nível de radioatividade é
individual (as demais portas também
monitorado de forma contínua e o sis-
só são abertas de acordo com o per-
tema é dotado de alarmes, acionados
mitido pelo cartão individual). “Por
a qualquer anomalia. “Temos um pré-
se tratar de um ambiente com risco
-alarme programado para indicar uma
de exposição à radiação, apesar de
situação de anormalidade ou informar
baixo, todos os ingressantes recebem
que foi atingido um determinado nível
um dosímetro eletrônico, que mede
de radioatividade, o que nos permite
em tempo real a taxa de exposição
tomar ações de correção e um alar-
a radiação e os valores finais devem
me que desativa o cíclotron caso a
ser registrados na saída”, explica o
radioatividade chegue a um ponto
Físico Heber Simões Videira, respon-
considerado crítico. Tudo foi pen-
sável pela proteção radiológica.
sado de maneira a garantir a saúde
Para detecção precoce A fludesoxiglicose (FDG) é um
em estágios iniciais ou para análise da
“análogo” da glicose, a principal fonte
efetividade de tratamentos quimioterá-
de energia utilizada pelo corpo huma-
picos. Isto porque em alguns tumores
no. Após ser injetada na veia, é trans-
observa-se alto consumo de glicose.
portada pelo sangue até as células,
O FDG tem uma meia vida curta
mas, ao contrário da glicose, não é
de, em média, 109,7 minutos, perden-
transformada em energia, tornando-se
do gradualmente sua radioatividade
um “marcador”, possível de ser vista
com o decorrer do tempo. Por isso, é
em exames realizados por aparelhos
preciso calcular de maneira exata o
de PET/CT (que é um equipamento de
quanto de atividade radioativa o pro-
Tomografia por Emissão de Pósitrons
duto precisa ter para poder chegar a
acoplado a uma Tomografia Computa-
tempo hábil ao local de realização do
dorizada), que visam detectar tumores
exame.
30
ocupacional dos profissionais que trabalham na empresa e, como proteção extra, os níveis foram definidos ainda mais abaixo do que é recomendado pela CNEN”, afirma Videira. Tudo começa com o acionamento do primeiro subsistema do cíclotron, que deverá gerar um grande campo magnético responsável pela trajetória circular da partícula. O outro subsistema gera o campo elétrico, a radiofrequência, responsável por dar energia para a partícula que está sendo acelerada, o que exige um sistema de vácuo, para que as partículas não interajam com as moléculas do ar e cheguem ao alvo desejado. E, finalmente, a partícula é gerada em uma fonte de íons. “O íon acelerado no processo é um íon de hidrogênio negativo, que tem seus elétrons extra-
Vista parcial do piso técnico
CASE: CYCLOPET blindadas que abrigam os módulos
ção do produto. Há ainda uma pré-
de síntese.
-câmara onde são colocados frascos
Como foi ressaltado, por se tratar de radiofármaco injetável, mesmo
Heber Simões Videira, Físico responsável pela proteção radiológica
Wagner do Prado Pereira, Farmacêutico; Guilherme Burkhardt, Diretor Administrativo e Ronielly de Lima dos Santos, Gerente de Qualidade
32
com diluentes, direcionados para o Theodorico.
não havendo qualquer manipulação
A preparação para realização da
direta, o farmacêutico precisa seguir
síntese começa com o farmacêutico
as regras das boas práticas de fabri-
inserindo o cassete no módulo de sín-
cação de medicamentos. Por isso,
tese, unindo as conexões do cassete
antes de acessar a área produtiva,
com as da máquina. É chegado o mo-
ele passa por uma antecâmara ISO
mento de programar no Theodorico o
classe 7 com 3,10 metros quadrados
que se deseja fracionar do radiofár-
na qual faz a higienização das mãos
maco produzido no módulo de síntese,
e veste uma paramentação estéril
inserindo no computador a “receita”
completa, com macacão, máscara,
específica, que indica nível de diluição
toca ninja e calçado.
e a atividade desejada para cada fras-
A área produtiva ISO classe 6
co. Com o lote todo descrito e progra-
com 15 metros quadrados é mantida
mado, são impressos rótulos com as
com pressão positiva com relação a
informações de cada cliente, número
todas as demais áreas. Logo à en-
de lote e demais informações. Após
trada, um monitor indica em tempo
ter sido devidamente rotulados, os
real as condições de temperatura e
frascos são colocados na câmara que
pressão. A sala abriga uma bancada
abriga o braço robótico. O farmacêu-
para manuseio da matéria prima (ba-
tico então fecha todas as portas das
sicamente o cassete para síntese),
hotcells e o sistema informa o opera-
material de embalagem(os frascos
dor do cíclotron que tudo está pronto
que recebem o produto) e as blin-
para que o processo seja iniciado. Ao
dagens de chumbo (pequenos con-
receber o 18F, a síntese é realizada
têineres de chumbo que acomodam
no cassete em um procedimento que
os frascos, protegendo a radiação do
dura em torno de 25 minutos.
contato humano). Em duas hotcells
Finalizada a síntese, o FDG é en-
ídos, tendo com resultado final ape-
ISO classe 5 independentes, manti-
viado via uma fina tubulação plástica
nas o próton, que é o responsável por
das em pressão negativa, estão dois
causar a reação nuclear de produção
equipamentos que recebem os cas-
do oxigênio 18 em flúor 18”, explica.
setes e realizam a síntese, o que per-
O 18F é enviado sem qualquer
mite a produção de dois lotes diários
contato manual, via linhas capilares
caso seja necessário. “A previsão, no
de transferência, para os módulos
entanto, é utilização de um módulo
de síntese. O ajuste fino de tempo
de síntese por produção devido seu
entre as duas pontas da produção
alto rendimento de síntese”, diz o far-
é fundamental, pois é preciso que
macêutico Wagner do Prado Pereira,
tudo esteja pronto para que a síntese
designado para realizar o processo
seja realizada. Por questões de se-
de síntese.
gurança o sistema não envia o 18F
Ao lado das duas hotcells está
para a área de produção caso o far-
outra câmara blindada de classe ISO
macêutico não tenha ainda finalizado
5 chamada de “Theodorico”, nela um
todo o preparo das hotcells, as celas
braço robótico realiza a manipula-
A área produtiva ISO classe 6 com 15 metros quadrados é mantida com pressão positiva com relação a todas as demais áreas
SBCC - Set/Out - 2013
até o braço mecânico que realiza a
última inspeção para verificar o nível de
gem, auxiliar para o processo produtivo.
diluição, retira o lacre e a tampa da
radioatividade e o veículo de transporte
Dotada de autoclaves, pia e bancada
vidraria, executa o envase e fecha
só é liberado se estiver em níveis de ra-
para limpeza, é usada para a saída de
e lacra o frasco. A um comando, o
diação aceitáveis, conforme normativas
materiais da área produtiva.
Theodorico “mostra” cada um dos
da CNEN.
frascos finalizados ao farmacêutico,
Além de despachar o lote para
que realiza, através de um visor, a
a expedição, o farmacêutico separa
inspeção visual para verificar se tudo
duas amostras, uma para o controle da
está conforme o esperado. Os frascos
qualidade físico-químico e outra para a
São vários os ensaios realizados
são deixados em uma pequena prate-
análise microbiológica, e as encaminha
para a aprovação do lote do FGD pro-
leira, aguardando que o farmacêutico
via caixa de passagem exclusiva para
duzido. Pela necessidade logística, o
insira unitariamente as blindagens de
os laboratórios da qualidade.
produto é expedido e encaminhado
Controles de Qualidade
chumbo (também devidamente rotu-
Para evitar que os técnicos de
para o cliente enquanto os testes são
ladas) que receberão os frascos. O
manutenção precisem entrar na área
realizados de forma paralela. “Mas
farmacêutico direciona cada cápsula
produtiva, toda a parte de utilitários ne-
somente após todas as análises terem
individualmente para a expedição via
cessários está em uma sala contígua,
sido realizadas e o cliente receber uma
caixa de passagem. Para ser enviada
que permite acessar os principais com-
comunicação formal nossa, por telefo-
para o cliente, a cápsula é colocada
ponentes das hotcells e do Theodorico.
ne, é que o lacre pode ser rompido e
em uma embalagem especial. Antes
O ambiente é também revestido de
o radiofármaco aplicado no paciente”,
de ser entregue à clínica de diagnós-
chumbo para evitar a contaminação por
explica Ronielly de Lima Santos, Geren-
tico (ou usuário final), é realizada uma
radiação. Há ainda uma área de lava-
te da Qualidade da Cyclopet.
CASE: CYCLOPET classe 5. A amostra entra no laboratório via caixa de passagem e é inoculada em dois meios de cultura para a análise posterior, a ser realizada diariamente por 14 dias, da existência ou não de crescimento microbiano. “Caso haja alguma contaminação, o lote é considerado reprovado e há uma série de procedimentos internos para tratarmos produtos fora de especificação, além de ser obrigatória a notificação aos órgãos competentes”, diz Santos, revelando um ponto que ressalta a importância do rígido controle da contaminação apesar Cíclotron, um acelerador de partículas. Apesar de ser autoblindado, o equipamento de não haver contato do operador com fica envolto por paredes de concreto com 50 centímetros de espessura o produto: pela curto prazo de validade do produto, a contaminação microbioNo laboratório do controle de quali-
turas, são realizados no dia seguinte
lógica, se houver, só será detectada
dade físico-químico, ISO classe 7 com
à produção, no laboratório de análise
muito tempo depois de ter sido aplicado
23 metros quadrados, são realizadas
microbiológica ISO classe 6, com
no paciente.
análises de PH da amostra; identifi-
17,84 metros quadrados, dotado de
cação radionuclídica (que confirma a
uma cabine de fluxo unidirecional ISO
A repórter viajou a convite da Cyclopet
presença do radionuclídeo de interesse da amostra); pureza radionuclídica (confirma a ausência de elementos que causem exposição do paciente a radia-
Ficha Técnica - Cyclopet* Projeto das áreas limpas/controladas
Paulo Dinnes Arquitetura e Duccor Refrigeração
Instalação das áreas limpas
Duccor Refrigeração
utilizados no processo, é preciso avaliar
Resfriadores
Trane e Mecalor
o quanto de solventes ficou na amostra
Unidades de tratamento de ar
Trox
Bombas
Arieping e WEG
Dampers
Trox
produto desejado final na amostra, o
Filtros
Trox
requisito é que seja de igual ou superior
Grelhas
Trox
Dutos
Duccor
Caixas de passagem
Dânica e Trox
Divisórias
Dânica
Fluxos unidirecionais
BSTec
Vestimenta
Alsco
ções indesejadas, eventual toxidez ou prejuízo da imagem cintilográfica); controle de solventes residuais (como são
e analisar se está no nível aceitável); porcentagem de marcação do FDG, também denominada pureza radioquímica (ou seja, qual a concentração do
a 90%); e análise dos pirogênios (para determinar a quantidade de endotoxinas bacterianas existentes na amostra). Todos esses ensaios precisam ser realizados tão logo o lote seja produzido para que o tempo para se chegar aos resultados não comprometa a validade do FDG. Já os testes relacio-
34
nados à esterilidade, por exigirem cul-
*Informações passadas pela Cyclopet.
SBCC - Set/Out - 2013
Fancolete hospitalar
Linha Xarto
Viga fria
Damper corta-fogo
Série TKZ
Na Febrava, as inovações estão no estande B19. Desde a primeira edição da Febrava a TROX apresenta avançadas tecnologias e sofisticadas soluções para projetistas e arquitetos. Em 2013 não poderia ser diferente. Veja algumas das inovações:
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Fancolete hospitalar: compacto, prático, silencioso e muito mais eficiente, está adequado à Norma ABNT NBR 7256, possuindo filtragem grossa, fina e absoluta. Difusores de jato helicoidal XARTO: a linha que combina desempenho e design arrojado, oferece mais de 10 variações, possibilitando a arquitetos e consultores de design de interiores infinitas soluções refinadas e criativas.
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NOTÍCIAS DA SBCC
Ciclo de Seminários da SBCC Eventos permitem aperfeiçoamento técnico e troca de experiências profissionais
M
ais três eventos foram realizados no âmbito do Ciclo de Se-
minários da SBCC 2013. Acompanhe
Manutenção em Áreas Limpas
a seguir a programação dos eventos e
28 de maio, em São Paulo, e reuniu mais de 34 profissionais da área de engenharia, manutenção, projetos e de produtos. O evento contou com a coordena-
acesse o site www.sbcc.com.br para
Direcionado a promover e dissemi-
ção de Regis Servilha, foi secretariado
conhecer a programação completa.
nar as recomendações, conhecimentos
por Humberto Pereira, e teve como
Participe, o Ciclo de Seminários é
e conceitos na área de manutenção apli-
patrocinadores Indústrias Tosi, Masstin,
uma ótima oportunidade de atualiza-
cada em salas limpas e ambientes con-
Powermatic, Reintech e Trox, além do
ção profissional.
trolados, o evento foi organizado no dia
apoio de divulgação da ABRAVA e do SINDRATAR – SP.
Programação • Boas Práticas de Manutenção em Salas Limpas: gerenciamento, comportamento e medidas indispensáveis Gisele Cruvinel (Pfizer) • Calibração: itens indispensáveis para instrumentos aplicados em áreas limpas Ivan Canever (Inca Consultoria) • Manutenção em sistemas de HVAC e fluxos unidirecionais José Senatore (Atmen) • Filtros: cuidados, monitoramento e manutenção Edmilson Alves (Camfil Farr) Roney Ritschel, Antonio Gamino, Gizele Cruvinel, Edmilson Alves, Regis Servilha e Ivan Canever
36
• Automação: variáveis de controle, interpretação e eventuais ações de manutenção
SBCC - Set/Out - 2013
e Trox, e o apoio de divulgação da
Roney Ritschel (Microblau) • Contaminação: prevenção e
ABRAVA e do SINDRATAR-SP.
recuperação – estudo de caso Célio S. Martin (Análise Consultoria)
Ensaios em Áreas Limpas Procedimentos detalhados e Estudo de Caso Tema muito atual, o seminário contexto qualificação abordados
de e os
comissionamento, validação. principais
Foram ensaios
conforme a NBR ISO 14644-3 e outros ensaios complementares e necessários para uma Boa Prática de Engenharia. Realizado nos dias 26 e 27 de
Programação
em sistema de filtragem instalado
• Normas ISO TC-209 Cleanrooms and
Célio Soares Martin (Análise
Associated Controlled Environments Elisa Liu (SPL Engenharia e Especialista Internacional do WG-3) • Estado das normas ISO 14644-1 e -2 Especialista Internacional do WG-3) • Estrutura da norma NBR ISO 146443 e estado da norma Elisa Liu (SPL Engenharia e Especialista Internacional do WG-3) • Estados das normas ISO 14698 Elisa Liu (SPL Engenharia e Especialista Internacional do WG-3) • Fluxo de ar (unidirecional e não-
junho, em São Paulo, o evento teve
unidirecional)
a participação de 28 profissionais e
Wili Hoffmann (Vectus e Membro do
teve como coordenadora Elisa Liu, especialista internacional do WG-3 e
e Coordenador do GT-6) • Detecção de pontos de vazamento
Elisa Liu (SPL Engenharia e apresentou os ensaios dentro do
Jean-Pierre Herlin (Análise Consultoria
GT-3) • Medição da diferença de pressão
Consultoria e Diretor Técnico da SBCC) • Sentido e visualização do fluxo de ar Célio Soares Martin (Análise Consultoria e Diretor Técnico da SBCC) • Estudo de caso: produção de sólidos Elisa Liu (SPL Engenharia e Especialista Internacional do WG-3)
Microbiologia Aspectos relevantes da contaminação Microbiana Voltado principalmente para os profissionais que atuam em laboratório microbiológico, controle de qualidade
Delegada Internacional da SBCC, e
de ar
e operação de áreas limpas e contro-
secretariado de Luiz Antônio da Rocha,
Maurício Salomão Rodrigues (Somar
ladas, o seminário Microbiologia se
Engenharia e Coordenador do GT-53)
propôs a ampliar a visão sobre o tema
do GT-3. A iniciativa contou com o patrocínio das Indústrias Tosi, Masstin, Reintech
• Contagem de partículas em suspensão no ar
em uso para controle de contaminação. Realizado nos dias 28 e 29 de agosto, em São Paulo, o seminário, que teve a participação de 41 profissionais, foi coordenado por Silvia Eguchi, Especialista internacional do WG-2. Indústrias Tosi, Masstin, Reintech e Trox foram as empresas patrocinadoras e o seminário contou com apoio de divulgação da ABRAVA e do SINDRATAR – SP.
Programação • Microbiologia de áreas limpas: dinâmica da contaminação microbiana Silvia Eguchi (Dosage e Especialista Internacional do WG-2) Célio Martin, Jean-Pierre Herlin, Elisa Liu, Maurício Salomão Rodrigues e Wili Hoffmann
Set/Out - 2013 - SBCC
• Normas, regulamentos e riscos de biocontaminação na infraestrutura de salas limpas
37
NOTÍCIAS DA SBCC Jean-Pierre Herlin (Análise Consultoria) • Antimicrobianos e controles de contaminação Eliane Gama Lucchesi (Ipel) • Ativos Antimicrobianos: Perspectivas futuras no controle de contaminação Giovanni Caritá Jr. (Ipel) • Manutenção de micro-organismos – teste e preparo de inóculos e calibração Silvia Eguchi (Dosage e Especialista Internacional do WG-2) • Testes de eficácia antimicrobiana, segundo a visão da CEN, AOAC e USP Silvia Eguchi (Dosage e Especialista Internacional do WG-2) • Controles de contaminação do ar, filtros e ambientes fechados por UV
Jean-Pierre Herlin, Silvia Eguchi, Giovanni Caritá Jr. e Eliane Gama Lucchesi e outros meios físico-químicos Marco Adolph e Celso Simões (Trox) • Testes de eficácia in vivo de
(KnowWhy) • ISO 14698-1 e -2: evolução da revisão das normas
antissépticos e degermantes
Silvia Eguchi (Dosage e Especialista
Alexandre Hamilton Ferreira
Internacional do WG-2)
SBCC na FEBRAVA Pela sétima edição consecutiva, a
Limpa Itinerante – SLI que, com seus
pelos alunos do curso de Farmácia da
SBCC participa da FEBRAVA – Feira
20 metros quadrados de área classifi-
Universidade Mackenzie no dia 20 de
Internacional de Refrigeração, Ar Con-
cada, permite aos visitantes profissio-
setembro.
dicionado, Ventilação, Aquecimento e
nais um contato direto com essa tec-
Entre os dias 17 e 19, a SBCC pro-
Tratamento do ar, a maior feira de ex-
nologia. Dividida em três ambientes, a
gramou um ciclo de palestras gratuitas
posições do segmento da América La-
SLI apresenta equipamentos, compo-
(veja programação abaixo), para con-
tina, com o projeto Ilha Temática SBCC
nentes e acessórios necessários para
tribuir para o aperfeiçoamento e ca-
– Áreas Limpas. Realizado entre os
sua operação.
pacitação dos profissionais. O espaço
dias 17 e 20 de setembro, no Centro de
Organizada com o apoio de 10
Exposições Imigrantes, em São Paulo,
empresas (AAF, Abecon, ALA, As-
a FEBRAVA espera receber cerca de
montec, Alsco, Ecoquest, Microblau,
Acompanhe na próxima edição,
25 mil visitantes profissionais.
Powermatic, Trox e Veco), a SLI
cobertura da participação da SBCC
contará com demonstrações feitas
na 18ª FEBRAVA.
O destaque fica por conta da Sala
também abrigará vitrines de exposição da Masstin e da Suporte Universal.
Palestras técnicas da SBCC na FEBRAVA 17 de setembro
Dia 18 de setembro
Dia 19 de setembro
14h30
14h30
14h30
• Cálculo de carga térmica para
• Portaria MS 3523 e Resolução ANVS
• Evolução da revisão da norma ISO
salas limpas
RE – 09 e suas aplicações em áreas
Fernando Britto (Adriferco
limpas
Engenharia)
Regis Servilha (Masstin)
14698 – Silvia Eguchi (Dosage) 15h30 • Aspectos gerais da NBR ISO
15h30
15h30
29463, norma de classificação de
• Inovações em UTAs conforme
• Estudos das variáveis de influência
filtros de alta eficiência – EPA,
recomendações e critérios
na medição de velocidade do ar em
HEPA e ULPA
Eurovent
um dispositivo ou ambiente de fluxo
José Senatore (consultor)
Luciano Marcato (Daikin)
unidirecional Wili Hoffmann (Vectus)
16h30 • Sistemas de filtragem para Salas Limpas & Air Handlers – Seleção
16h30 • Ensaios para determinação de
16h30
vazamento em sistema filtrante
•E studo comparativo de consumo
instalado (HEPA). Estudo de caso
dos motoventiladores
energético associado aos filtros de
comparativo: método do fotômetro
Fernando Britto (Adriferco
ar, de acordo com a NBR 16101:2012
de aerossol e do contador de
Engenharia)
Marco Adolph (Trox)
partículas discretas Marcos Pereira (Térmica)
17h30
17h30
• M étodos de controle da
• Uso e aplicação de emissores
17h30
qualidade do ar e de ambientes
ultravioleta no controle de
climatizados
contaminação microbiana do ar e de
classificação de salas limpas – ISO
Leonardo Cozac (Conforlab
superfícies
14644-1 e -2
Engenharia Ambiental)
Marco Adolph (Trox)
Antonio Gamino (consultor)
Set/Out - 2013 - SBCC
• Mudanças e impactos na norma de
39
NOTÍCIAS DA SBCC
SBCC marca presença no CIAR Entidade participa pela primeira vez do tradicional evento ibero-americano, divulgando suas ações e também a ISCC - BRAZIL 2016
E
streitar os laços com associações
nacionais membros, o CIAR está em
no WG-1 da ISO 14644, que ministrou
de HVAC, apresentar oficialmen-
sua décima-segunda edição e em 2013
uma concorrida palestra no CIAR.
te o ISCC – BRAZIL 2016 à comunida-
foi realizado pela ACAIRE – Associa-
”Mudanças na ISO 14644 partes 1 e 2
de latino-americana e promover uma
ção Colombiana de Ar Condicionado
e seus impactos nas GMPs” despertou
troca de conhecimentos. Em resumo
e Refrigeração, com apoio da FAIAR
interesse pelo caráter prático da abor-
foram estes os principais objetivos
– Federação das Associações Ibero-
dagem: como essas mudanças podem
que marcaram a participação inédita
-Americanas de Ar Condicionado e
efetivamente impactar a indústria.
da SBCC no CIAR – Congresso Ibero-
Refrigeração, da ASHRAE e da NAFA
-Americano de Ar Condicionado e Re-
– National Air Filtration Association.
Segundo Gamino, o interesse pela apresentação brasileira se deve tam-
frigeração, realizado entre os dias 22 e
“Foi notório que existe um gran-
bém ao fato de o Brasil ser o único país
24 de julho, na cidade de Cartagena,
de potencial para a divulgação dos
da região a ter assento permanente
na Colômbia.
trabalhos da SBCC na comunidade
nos fóruns internacionais para a defi-
Organizado a cada dois anos, com
latino-americana”, comenta Antonio
nição de normas relacionadas ao con-
sede rotativa entre as 11 associações
Elias Gamino, especialista da SBCC
trole de contaminação e áreas limpas. Gamino, com apoio de Celso Simões, ex-diretor da SBCC, fez ainda uma apresentação de caráter institucional sobre a entidade e o evento ISCC – BRAZIL 2016, buscando levar ao maior número de profissionais informações sobre a atuação, valores e missão da SBCC, além de reforçar a importância da região sediar um evento técnico global, como o ISCC. Por seu conhecimento, resultado de uma longa trajetória profissional pela Trox e também pela participação em fóruns
internacionais
representando
entidades de classe, Simões pode agilizar uma relação mais promissora entre SBCC, ACAIRE e demais entidades que formam a FAIAR, no sentido de diCelso Simões participou da apresentação institucional da SBCC e do ISCC BRAZIL 2016 aos profissionais
40
vulgar e incentivar a participação de um grande contingente de profissionais da região no ISCC – BRAZIL 2016.
SBCC - Set/Out - 2013
Materiais de apoio Para ampliar a divulgação, foram apresentados
vídeos
institucionais
em espanhol sobre a SBCC e sobre o ISCC – BRAZIL 2016, além disso foi distribuído um folder em três línguas (português, espanhol e inglês) para os participantes. “Acredito que o resultado tenha sido muito positivo. Várias empresas e profissionais se mostraram interessados em se associar à SBCC, elogiando a atuação da entidade principalmente por sua participação nos debates sobre normas. Espero que esse contato seja ampliado em outras situações e que efetivamente a
Palestra proferida por Antonio Gamino despertou a atenção por sua abordagem prática
SBCC possa se consolidar como uma
presas CACR, Camfil Farr, Indústrias
a produção dos catálogos de divul-
referência na região”, diz Gamino.
Tosi, Masstin e Trox que viabilizaram
gação e a reedição dos vídeos em
a presença dos profissionais no CIAR,
espanhol.
A SBCC agradece o apoio das em-
Instalação da CE Requisitos para Áreas Biocontidas No dia 19 de setembro, será ins-
“Vamos aproveitar a estada de
talada oficialmente a ABNT/CE –
diversos profissionais interessados
46:000.02 – Comissão de Estudos
no tema em São Paulo, em função
EXCELÊNCIA EM INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO
de Bioconteção, em reunião a ser
da FEBRAVA, para instalar essa
realizada no Centro de Exposições
CE”, explica Miguel Ferreirós, que
Imigrantes, em São Paulo, durante
faz parte do grupo de especialistas
a FEBRAVA – Feira Internacional de
que vai debater a normalização em
Contando com uma equipe de profissionais altamente qualificados, realizamos trabalhos de engenharia, obras, gestão de contratos e serviços corretivos que contemplam os segmentos de:
Refrigeração, Ar Condicionado, Ven-
instalações
tilação, Aquecimento e Tratamento
adianta ainda que o CB-46 e o CB-55
do Ar. Uma reunião preliminar já foi re-
biocontidas.
Ferreirós
C
M
Y
Especialidades:
trabalharão juntos para a elaboração
CM
desta norma.
MY
• Ar Condicionado • Refrigeração • • Ventilação Industrial • Filtragem • Salas Limpas • Retrofit •
alizada, quando se avaliou que seria
Acompanhe na próxima edição
CY
importante para a sociedade existir
da Revista da SBCC matéria sobre a
CMY
norma nacional sobre instalações
instalação da Comissão de Estudos,
biocontidas. Os resultados dessa
seus participantes, missão e objeti-
reunião preliminar foram encami-
vos e próximas ações.
nhados para a ABNT – Associação
Os profissionais interessados em
Brasileira de Normas Técnicas que
participar da CE podem solicitar in-
chancelou a instalação da CE – Co-
formações diretamente pelo e-mail:
missão de Estudos.
sbcc@sbcc.com.br
Set/Out - 2013 - SBCC
41
K
Áreas de Atuação: • Engenharia • Obras • • Gestão de Contratos • • Serviços Corretivos •
Masstin Engenharia e Instalações Ltda. Av. Sete de Setembro, 97 Jardim Recanto 09912-010 – Diadema SP Fone/Fax: (11) 4055-8550 Site: www.masstin.com.br E-mail: comercial@masstin.com.br
ASSOCIADOS SBCC EMPRESA
TEL.
EMPRESA
TEL.
AAF AMERICAN AIR FILTER DO BRASIL LTDA. ........................................ 11 5567-3000
DÂNICA TERMOINDUSTRIAL BRASIL LTDA. ............................................. 11 3043-7891
ÁBACO CONSTRUTORA LTDA. .................................................................. 62 3091-2131
DAIICHI SANKYO BRASIL FARMACÊUTICA LTDA. ................................... 11 4689-4500
ABH COMÉRCIO E SERVIÇOS.................................................................... 11 3253-8109
DHL DIAGNÓSTICA HOSPITALAR LTDA. ................................................... 67 3318-0300
ABL ANTIBIÓTICOS DO BRASIL LTDA........................................................ 19 3872-9300
DMD SOLUTIONS.................................................................................................. 19 3386-0301
ABECON ENGENHARIA E CLIMATIZAÇÃO LTDA....................................... 11 4345-4777
ECC CONTROLE E CERTIFICAÇÃO DE AMBIENTES...................................... 19
AC INTERCON SALAS LIMPAS ENG.INST. ESPECIAIS LTDA. ................. 11 3331-6576
ECOQUEST DO BRASIL COM. E SERV. P/ PURIF. DE AR E ÁGUA LTDA. ... 11 3120-6353
AÇOR ENGENHARIA LTDA. ........................................................................ 11 3731-6870
ECO-WORLD CONTROLES HVAC LTDA.-ME ............................................ 11
ADRIFERCO ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA. ............................... 11 3773-7274
ELITE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA. ............................................ 51 3365-3939
8779-9074
3873-0095
AEROGLASS BRASILEIRA S/A FIBRAS DE VIDRO.................................... 11 4616-0866
EMAC - ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO LTDA. ..................................... 31 2125-8500
AIR CLEAN CONT. CONTAM. AMB. S/C LTDA. .......................................... 19 3252-2677
EMPARCON - TESTES, AJUSTES E BALANC. S/C LTDA. ........................ 11 4654-3447
AIR CONDITIONING TECNOLOGIA E SISTEMAS EIRELI ......................... 11 3202-3344
EMP. PARANAENSE DE CLIMATIZAÇÃO - EMPAC AR COND................... 41 3045-2700
AIR NET COM. E SERV. DE AR COND. LTDA. ........................................... 11 2272-2465
ENG CLEAN CONTROLE DE CONTAMINAÇÕES LTDA. ........................... 38 3221-7260
AIR QUALITY ENGENHARIA LTDA. ............................................................ 62 3224-2171
ENGEFARMA CONSULT. E SERVIÇOS LTDA. ........................................... 21 2456-0792
AIR SHIELD DO BRASIL LTDA. ................................................................... 12 3682-1345
ENGEPHARMA SOLUÇÕES INTEGRADAS ............................................... 11 9606-9466
AIRLINK FILTROS IND E COM LTDA. ......................................................... 11 5812-0013
ENGETAB SOLUÇÕES E ENGENHARIA LTDA........................................... 11 3729-6008
ALA ADMINISTRAÇÃO E MULTISERVIÇOS LTDA. .................................... 11 4668-5960
ENGINE COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. .................................................. 27 3326-2770
ALCARD INDÚSTRIA MÊCANICA LTDA. ..................................................... 11 2946-6406
EQUATORIAL SISTEMAS............................................................................. 12 3949-9390
ALCON LABORATÓRIOS ............................................................................. 11 3732-4156
ERGO ENGENHARIA LTDA. ........................................................................ 11 3825-4730
ALLERGAN PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA. ................................... 11 2423-2033
EXCEL CLIMATIZAÇÃO LTDA. .................................................................... 11 4039-3576
ALPHALAB COMERCIAL CIENTÍFICA.......................................................... 62 3285-6840
FAMAP - FARM. MANIP. PROD. PARENT. LTDA. ....................................... 31 3449-4700
ALSCIENCE ENGENHARIA E REP. LTDA.................................................... 85 3270-1534
FARMOQUÍMICA S. A.................................................................................... 21 2122-6000
ALSCO TOALHEIRO BRASIL LTDA. ............................................................ 11 2198-1477
FARMOTERÁPICA PHYTON FORM. MAG. E OFIC. LTDA. ........................ 11 5181-3866
AMV CONTROLE AMBIENTAL...................................................................... 19 3387-4138
FBM INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA. .................................................. 62 3333-3500
ANÁLISE CONSULTORIA E ENGENHARIA LTDA. ..................................... 11 5585-7811
FILAB CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO LTDA. ........................................ 19 3249-1475
ANTHARES SOLUÇÕES EM CLIMATIZAÇÃO E REFRIGERAÇÃO LTDA.... 11 4324-3519
FILTEX MONTAGENS E COM. DE SIS. E COMP. PARA FILT. LTDA. ........ 19 3229-0660
APORTE NUTRICIONAL FARMÁCIA DE MANIP. LTDA. ............................. 31 3481-7071
FILTRACOM SIST. & COMPON. P/ FILTR. LTDA. ....................................... 19 3881-8000
ARCONTEMP AR COND. ELÉTRICA LTDA. ............................................... 17 3215-9100
FILTRAX DO BRASIL LTDA. ......................................................................... 11 4771-2777
ARDUTEC COM. INSTALAÇÕES E ASSESS. LTDA. .................................. 11 3731-2255
FIVE VALIDAÇÃO DE SISTEMAS COMPUTADORIZADOS........................ 15 3411-5550
ARMACELL BRASIL LTDA. .......................................................................... 11 3146-2050
FORAN COM. DE MÁQUINAS, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA..... 12 3354-7757
AS MONTEC ENG. CONSTR.COMÉRCIO LTDA. ....................................... 19 3846-1161
FORM STERIL............................................................................................... 21 2229-2800
AT ENGENHARIA........................................................................................... 11 2642-7070
FORMATO CLEAR ROOM COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.-ME............... 11 5893-1549
ATMEN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS........................... 11 2936-8299
FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE RIBEIRÃO PRETO.................................. 16 2101-9300
BARDUSCH ARREND. TÊXTEIS LTDA. ...................................................... 41 3382-2050
FUNDAMENT-AR CONS. ENG. PLANEJ. LTDA. ......................................... 11 3873-4445
BECAIRE ENGENHARIA DE CLIMATIZAÇÃO LTDA. ................................. 19 3241-8084
GABMED PRODUTOS ESPECÍFICOS LTDA. ............................................. 11 5181-2224
BIOARPLUS CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO LTDA. ............................. 19 3504-7404
GANUTRE - GAN RIO APOIO NUTRICIONAL LTDA. ................................. 21 2589-4763
BIOCEN DO BRASIL LTDA. ......................................................................... 19 3246-2581
GILTEC LTDA. ............................................................................................... 11 5034-0972
BIOCONTROL LTDA. .................................................................................... 31 3295-2522
GLOX SOLUÇÕES EM QUALIDADE LTDA.................................................. 51 8192-5032
BIOSAFE - BIOSSEGURANÇA DO BRASIL LTDA. ..................................... 11 3683-4448
GPAX LTDA. .................................................................................................. 11 3285-0839
BIOTEC SOLUÇÃO AMBIENTAL.................................................................. 12 3939-1803
HVACR SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA. ........................................................ 21 2423-3913
BONAIRE CLIMATÉCNICA LTDA. ................................................................ 11 3336-4999
HEATING & COOLING TECN. TÉRMICA LTDA. .......................................... 11
BRAILE BIOMÉDICA...................................................................................... 17 2136-7000
HITACHI - AR COND. DO BRASIL LTDA. .................................................... 11 3549-2722
3931-9900
CACR ENG E INSTALAÇÕES ...................................................................... 11 5561-1454
HOSP PHARMA MANIP. E SUPRIM. LTDA. ................................................ 11 2146-0600
CAMFIL FARR IND. COM. E SERVIÇOS DE FILTROS BRASIL.................. 19 3837-3376
HT MICRON SEMICONDUTORES LTDA. .................................................... 51 3091-1100
CCL FARMA COM. DE PEÇAS E SERVIÇOS LTDA. .................................. 19 3289-8397
A INSTALADORA .......................................................................................... 81
CCP EXPORTEC PRODUTOS LTDA. .......................................................... 11 3834-3482
INSTITUTO ONCOLÓGICO DE RIBEIRÃO PRETO .................................... 16 3623-2341
3048-3705
CEQNEP ....................................................................................................... 41 3027-8007
IPANEMA IND. PROD. VETERINÁRIOS....................................................... 15 3281-9450
CERTIFIQUE SOLUÇÕES INTEGRADAS ................................................... 31 3386-5574
JB HOSPITALAR............................................................................................ 85 3253-6263
CLEAN SUL CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO.......................................... 51 3222-9060
JN-BRASILANGOLA EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA..... 11 5102-3601
CLIMA SPACE ENGENHARIA TÉRMICA LTDA. .......................................... 19 3778-9410
J G PACHECO MANU. E COMÉRCIO DE EQUIP. HOSPIT......................... 68 3224-1468
CLIMAPLAN PROJETOS TÉRMICOS........................................................... 11 2068-9351
LABOAR COM., SERVIÇOS E REPRES. DE EQUIP. TÉCNICOS .............. 71 3326-6964
CLIMAPRESS TECN. SIST. AR COND. LTDA.............................................. 11 2095-2700
LABORATÓRIO MATTOS E MATTOS........................................................... 21 2719-6868
CSI COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA. ME............................................... 41 3229-4154
LABORATÓRIO QUÍMICO E FARMACÊUTICO BERGAMO LTDA. ............ 11 2187-0194
COMIS ENGENHARIA TÉCNICA LTDA-ME.................................................. 31 2535-2892
LAMPRE PORTUGUESA - REVEST. E TRANSF. DE METAIS LDA. .... (351) 21 9608-470
CONAIR COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. ................................................. 21 2609-4921
LIGHTHOUSE WORLDWIDE SOLUTIONS INC........................................... 11
CONEXÃO SISTEMAS DE PROTESE LTDA. .............................................. 11 4652-0900
LINTER FILTROS INDUSTRIAIS LTDA. ....................................................... 11 5643-4477
CPA BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE RESINAS VEGETAIS LTDA.. 11 3809-9804
LTL SERV. E COM. DE EQUIP. FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES..... 11 2475-2898
CRISTÁLIA PROD. QUÍM. E FARM. LTDA. ................................................. 19 3863-9500
MAJ LAB COM. E MANUTENÇÃO DE EQUIP. PARA LABO.LTDA. ............ 41 3356-8420
3253-8109
42 SBCC - Set/Out - 2013
EMPRESA
TEL.
EMPRESA
TEL.
MASSTIN ENG INSTALAÇÃO LTDA. ........................................................... 11 4055-8550
RM REVESTIMENTOS MIAKI LTDA. ........................................................... 11 2164-4300
MASTERPLAN ENGENHEIROS ASSOC. S/C LTDA. .................................. 11 5021-3911
RMS TEC. COM. E SERV. DE PROD. LABORATORIAIS LTDA. ................ 21 2440-8781
MEKAL METALURGICA KADOW LTDA. ...................................................... 11 5641-7248 MERCOCLEAN IMP. EXP. COM. LTDA. ....................................................... 21 3795-0406 MICROBLAU AUTOMAÇÃO LTDA. .............................................................. 11 2884-2528 MILARÉ SISTEMAS DE EXAUSTÃO LTDA. ME ......................................... 19 3452-1636 MMR INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA. ............................ 54 3286-5788
SECCOL CONTROLE E CERTIFICAÇÃO.................................................... 62 3275-1272 SERVTEC INST. E SISTEMAS INTEGRADOS LTDA. ................................. 11 3660-9700 SESIMBRA CONSULTORES INDEPENDENTES ........................................ 11
3511-1138
SIARCON ENGENHARIA DE AR CONDICIONADO LTDA. ......................... 19 3452-3290
MPW HIGIENIZAÇÃO TÊXTIL LTDA. ........................................................... 19 3438-7127
SISTEMA COMÉRCIO DIVISÓRIAS LTDA. ................................................. 11 2941-7115
MR QUALITY CLEANROOM SERVICES...................................................... 11 2443-2205
SOCLIMA ENGENHARIA LTDA. ................................................................... 81 3423-2500
MULTIPLA MONTAGEM ............................................................................... 12 3903-4838 MULTIVAC - MULTISTAR IND. COM. LTDA. ................................................ 11 3835-6600 MUNTERS BRASIL IND. E COM................................................................... 41 3317-5050 NEU LUFT COM. E SERV. DE AR COND. LTDA. ........................................ 11 5182-6375
SOLEPOXY IND. E COMÉRCIO DE RESINA LTDA. ................................... 19 3211-5050 SOLLO ENGENHARIA INSTALAÇÃO LTDA................................................. 11 2412-6563 SOMAR ENGENHARIA S/C LTDA. .............................................................. 11 3763-6964
NICCIOLI ENGENHARIA............................................................................... 16 3624-7512
SPM ENGENHARIA S/S LTDA. .................................................................... 51 3332-1188
NOVO HORIZONTE JACARÉPAGUA IMP. E EXP. LTDA. ........................... 21 3094-4400
STEQ COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES ................................................. 11 5181-5570
NUTRICIONAL FARMÁCIA - PALMEIRA MANIPULAÇÃO............................ 16 3632-9246
STERILEX CIENTÍFICA LTDA. ..................................................................... 11 2606-5349
NUTRIMED SERV. MÉD. EM NUT. PARENTERAL E ENTERAL LTDA. ..... 22 2733-1122
SUPORTE UNIVERSAL ACESSÓRIOS DE AR CONDICIONADO............... 11 3971-9364
NUTRIR PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS LTDA. ......................... 91 3266-2800 NUTRO SOLUÇÕES NUTRITIVAS LTDA. EPP............................................ 41 3013-5322 NYCOMED PHARMA LTDA. ......................................................................... 19 3847-5577 OUROFINO SAÚDE ANIMAL LTDA .............................................................. 16 3518-2000 PACHANE EQUIPAMENTOS PARA LAB. LTDA. ......................................... 19 3424-1423
SWELL ENGENHARIA LTDA. ....................................................................... 12 3939-5854 TECHNILAB - CONTR. DE CONTAMINAÇÃO LTDA. .................................. 19 3243-1265 TECNOLAB SERVIÇOS E COM. DE EQUIP. DE LABORAT. ...................... 71 3646-8555 TECNOVIDA - CLÍNICA DIETÉTICA.............................................................. 65
623-6500
PDB FILTROS E SERVIÇOS INDUSTRIAIS LTDA. ..................................... 41 3383-5645
TERMACON PROJETOS E CONSULTORIA LTDA...................................... 61 3042-1448
PLANENRAC ENG. TÉRMICA S/C LTDA. ................................................... 11 5011-0011
TÉRMICA BRASIL COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. .................................. 11 3666-2076
PLANEVALE PLANEJ. CONSULTORIA........................................................ 12 3202-9888 PLASMETAL PLÁSTICOS E METAIS LTDA. ................................................ 21 2580-2035 POWERMATIC DUTOS E ACESSÓRIOS LTDA. ......................................... 11 3017-3800 PRECISO METROLOGIA E QUALIDADE LTDA. ......................................... 62 3280-3013
TESTO DO BRASIL INSTRUM. DE MEDIÇÃO LTDA. ................................. 19 3731-5800 TPRO ENGENHARIA LTDA. ......................................................................... 11 4612-1997 TOSI INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. ...................................................... 11 4529-8900
PREVIX HO ASSES. E CONSULT.EM SEG.DO TRAB. LTDA.-ME ............. 27 3337-1863
TRAYDUS CLIMATIZAÇÃO IND E COM LTDA. ........................................... 11 4591-1605
PROATIVA QUALIFICAÇÃO E SERVIÇOS TÉCNICOS .............................. 21 2443-6917
TROX DO BRASIL LTDA............................................................................... 11 3037-3900
PRÓBIO PRODUTOS E SERVIÇOS NUTRICIONAIS LTDA........................ 67 3342-0203
ULTRA-SERVICE ANÁLISES DO AR E GASES LTDA................................. 11 5523-2565
PROCESSO ENGENHARIA LTDA. .............................................................. 81 3426-7890 PROLABB PROJETOS INDUSTRIAIS, CONSULT. E REP. LTDA. .............. 11 3926-9493 PRUDENTE ENGENHARIA LTDA. ............................................................... 34 3235-4901 PWM SERVICE TEC. COMERCIAL LTDA. .................................................. 19 3243-2462
UNIÃO QUÍMICA FARM. NAC. S/A............................................................... 11 4662-7200 USP-REITORIA-SIBI-FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS..... 11 3091-1566 VECOFLOW LTDA. ....................................................................................... 19 3787-3700
QUALIBIO LABORATÓRIOS LTDA. ............................................................. 41 3668-0747
VECTUS IMPORTATUM INSTR. DE PRECISÃO LTDA. ............................. 11 5096-4654
QUALITRONIC MANUTENÇÕES - ME......................................................... 11 3481-2539
VISTA VALIDAÇÃO LTDA. ............................................................................ 31 3398-6756
QUALYLAB CONSULTORIA FARMACÊUTICA............................................. 62 3099-6636 QUIMIS APARELHOS CIENTÍFICOS LTDA. ................................................ 11 4055-9900 RADNAI AR COND. PROJ. E CONSULT...................................................... 85 3268-3092 REFRIN REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL...................................................... 11 3941-1263
VITAR SOLUÇÕES EM SAÚDE LTDA. ........................................................ 51 3085-2291 ZS ROUPAS ESPECIAIS............................................................................... 19 3392-0100 YANNTEC INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA LTDA. ..................................... 21 2489-7435
REINTECH I E P C C.................................................................................... 12 3933-8107
Para associar-se ligue: (12) 3922-9976 ou acesse sbcc@sbcc.com.br
RLP ENGENHARIA E INST. LTDA. .............................................................. 11 3873-6553
Listagem atualizada em 04 de Setembro de 2013
Engenharia em Comissionamento, TAB, Qualificação e Avaliação de Desempenho de Instalações de HVAC e Certificação de Áreas Limpas. SOMAR ENGENHARIA LTDA. Rua São Fidelis, 366 – sala 02 Jaguaré – São Paulo SP 05335-100 Fone: 11-3763-6964 • Fax: 11-3719-0932 e-mail: somar@somar-eng.com.br Site: www.somar-eng.com.br
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a
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EVENTOS SIMULTANEOS
ILHAS TEMATICAS
• Xlll CONBRAVA – Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar
• Salas Limpas - SBCC
• XIII Encontro Nacional de Empresas Projetistas e Consultores
• Meio Ambiente
• Rodada Internacional de Negócios
• Senai
• Cadeia do Frio
Para mais informações, acesse www.febrava.com.br Local:
Colaboradores:
Apoio Institucional:
Organização e Promoção:
RINO COM
O FUTURO ESTA NO AR
Filtros grossos em Unidades de Tratamento de Ar: usamos corretamente? Autor: José Augusto S. Senatore – Engenheiro mecânico, certificado Project Management Professional pelo PMI, consultor especialista em controle da contaminação do ar para ambientes críticos. Membro
José Senatore
do ISO TC-142, da SBCC e CEE-138 da ABNT. Email: jsenatoreconsult@gmail.com.
centers, por exemplo), sejam em instalações especiais como
Resumo
a indústria farmacêutica e salas limpas. A norma brasileira que é referência para instalações de ar condicionado, NBR 16401 – Instalações de ar condiciona-
Os filtros grossos (geralmente descartáveis) são conhe-
do: sistemas centrais e unitários, na sua parte 3 – Qualidade
cidos de todos os usuários de equipamentos de ar condi-
do ar interior, apresenta uma tabela referência de classi-
cionado comercial ou industrial. Eles são a primeira barreira
ficação mínima dos filtros de ar de acordo com as aplica-
contra a contaminação do ar e comumente instalados antes
ções rotineiras (figura 1). Nesta figura pode ser visto que a
dos trocadores de calor, visando, além da melhoria da qua-
classificação mínima para os ambientes citados é de filtros
lidade do ar interno, a proteção mecânica e eventual obs-
G-3, sendo que os filtros G-4 são preferidos para aplicações
trução do trocador contra partículas de grandes diâmetros.
como única filtragem.
O objetivo deste artigo é lançar luz sobre as característi-
A figura 2 apresenta os critérios de arrestância (eficiên-
cas técnicas e particularidades destes filtros e permitir a uma
cia gravimétrica) referente a cada classe de filtragem grossa,
avaliação mais criteriosa sobre o seu uso.
conforme NBR 16101:2012.
Histórico
Panorama brasileiro
Com o aumento da preocupação dos usuários pela
Com a necessidade do aumento de eficiência para os
qualidade do ar interno, principalmente a partir dos estudos
filtros grossos, principalmente após a entrada em vigor, em
relativos à Síndrome dos Edifícios Doentes, o uso de filtros
2008, da norma NBR 16401, as unidades de tratamento de
grossos de melhor qualidade tornou-se uma importante
ar e os sistemas de ar condicionado foram aperfeiçoados ou
ferramenta para, digamos assim, o primeiro combate à con-
sofreram ajustes de adaptação.
taminação do ar por partículas indesejáveis.
Neste cenário, o uso de filtros com mantas filtrantes,
Desta forma, os antigos filtros metálicos laváveis foram,
principalmente sintéticas, tornou-se uma alternativa de bai-
gradualmente, substituídos por filtros com mantas descartá-
xo custo para suprir as novas necessidades de eficiência,
veis de maior eficiência.
pois podiam ser produzidos em diversas dimensões ou sim-
Esta realidade se tornou efetiva nos mais diversos tipos de aplicações, sejam em conforto (escritórios, shopping
plesmente adaptados às dimensões não padronizadas dos equipamentos.
45 Set/Out - 2013 - SBCC
ARTIGO TÉCNICO Aplicação típica
Classe
Supermercado, mall de centros comerciais, agências bancárias e de correios, lojas comerciais e de serviços
G4
Escritórios, salas de reunião, CPD, sala de digitação, call center, consultórios
F5
Aeroporto – saguão, salas de embarque
F5
Aeroporto – torre de controle
Conforme descrito na norma NBR 16101:2012, os filtros grossos devem ser ensaiados pelo método de ensaio de eficiência gravimétrica para determinar sua arrestância (capacidade de retenção em massa de partículas de desafio do pó Ashrae). Nele, são submetidos a uma vazão nor-
G3 +F6
Biblioteca, museu – áreas do público Biblioteca, museu – exposição e depósito de obras sensíveis
Critério de classificação de filtros grossos
malizada de 3.400m³/h (velocidade de face de aproximadamente 2,60 m/s), para um filtro com dimensões de face
F5
aproximadas de 600x600mm. Critérios de classificação
G3 + F8
adicionais podem ser aceitos, porém devem ser descritos e apresentar um (*) ao lado da classe obtida, indicando, por exemplo, a vazão alternativa de ensaio.
Hotéis 3 estrelas ou mais, apartamentos, lobby, salas de estar, salas de convenções
F5
Hotéis – outros, motéis – apartamentos
G4
Filtros grossos x filtros grossos
Teatro, cinema, auditório, locais de culto, sala de aula
F5
Como são conhecidos, os filtros grossos podem ser en-
Lanchonete, cafeteria
G4
Restaurante, bar, salão de coquetel, discoteca, danceteria, salão de jogos
F5
Ginásio (áreas do público), fitness center, boliche, jogos eletrônicos
G4
Centrais telefônicas de computação
contrados em diversos formatos construtivos, sendo os mais usuais os modelos em manta plana (simplesmente cortada ou encartonada), manta plissada encartonada ou no formato de bolsas. Em unidades de tratamento de ar, os formatos mais convencionais são as mantas planas ou mantas plissadas
G3 + F6
Residências
Ocorre que, para as mantas planas ou filtros encartona-
G3 + F6
Impressão – litografia, offset
G3 + F7
Impressão – processamento de filmes
G3 + F8
Figura 1 – Classe mínima de filtragem por aplicação conforme NBR 16401:2008
Grossos
tos de bolsas ou papel microplissado.
G3
Sala de controle – ambiente eletrônico sensível
Grupo
encartonadas, restando aos filtros médios e finos os forma-
dos planos, a alta velocidade do fluxo do ar pode influenciar de maneira significativa na sua eficiência. Por este motivo, a norma NBR 16101, assim como outras normas internacionais, apresenta recomendações importantes a respeito da perda de eficiência dos filtros grossos quando submetidos às altas velocidades.
Classe
Perda de pressão final (Pa)
Arrestância média (Am) (%)
G1
250
50 ≤ Eg < 65
G2
250
65 ≤ Eg < 80
tar dois filtros de mesmas dimensões,
G3
250
80 ≤ Eg < 90
600x600x50mm, sendo o primeiro em manta
G4
250
90 ≤ Eg
plana (figura 3) e o segundo em manta plissa-
Figura 2 – Classes de filtragem conforme NBR 16101:2012
Filtros em manta plana x filtros em manta plissada A fim de comparação, podemos ado-
da (figura 4).
46 SBCC - Set/Out - 2013
Efeitos da alta velocidade do ar Catálogo GEA Alemanha
Em filtros grossos, por suas características, dois efeitos principais podem ocorrer quando seus meios filtrantes são submetidos às altas velocidades de passagem do ar: - o desprendimento de fibras e o desprendimento de partículas. Figura 3 – filtro em manta plana (encartonado)
Figura 4 – filtro em manta plissada
Os dois filtros quando submetidos ao ensaio de classifi-
Os dois fenômenos estão descritos na norma NBR16101 e também em normas internacionais. Desprendimento de fibras
cação (de G-1 até G-4), na vazão normalizada de 3.400m³/h,
Em função das altas velocidades às quais as fibras origi-
têm velocidades de passagem do ar nos meios filtrantes
nais dos filtros estão submetidas, estas podem se fragmentar
bastante distintas. Isto é, no filtro plano, a velocidade de
ou se desprender, gerando uma contaminação proveniente
passagem do ar no meio filtrante é bastante alta – superior
do próprio meio filtrante. Este fenômeno é mais perceptível
a 2,6 m/s. Já no filtro em manta plissada, devido a sua área
em filtros de fibras longas, mas também ocorre em filtros
de filtragem ser maior (cerca de 3,5 vezes superior), a veloci-
sintéticos de fibras curtas, reduzindo sua eficiência.
dade de passagem do ar no meio filtrante é bastante inferior Desprendimento de partículas (ricochete de partículas)
– aproximadamente 0,74m/s.
Este fenômeno é comumente verificado em filtros já com algum acúmulo de partículas e que, quando submetidos às altas velocidades de passagem do ar, por influência dos
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE ÁREAS LIMPAS
Uma visão geral das disciplinas, conceitos e tecnologias associadas 27 de novembro de 2013 - Curitiba/PR
PROGRAMAÇÃO Fontes de contaminação em Salas Limpas CELSO SIMÕES ALEXANDRE E MARCO ADOLPH (TROX) Normas, recomendações e regulamentos JEAN-PIERRE HERLIN (ANÁLISE CONSULTORIA)
LOCAL:
Sistemas de ar para Salas Limpas EDUARDO REIN (REINTECH)
Materiais de construção para Salas Limpas EDUARDO REIN (REINTECH)
Filtros de ar e equipamentos de ar limpa CELSO SIMÕES ALEXANDRE E MARCO ADOLPH (TROX)
Certificação de Salas Limpas JEAN-PIERRE HERLIN (ANÁLISE CONSULTORIA)
Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR Rua Prof. Algacyr Munhoz Mader, 3775 CIC - Curitiba/PR
Set/Out - 2013 - SBCC
INVESTIMENTO:
R$ 360,00 (sócio) R$ 520,00 (não-sócio)
Vestimentas para Salas Limpas ERICK KOVACS (ALSCO)
MAIS INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Tel.: (12) 3922-9976 sbcc@sbcc.com.br
47
ARTIGO TÉCNICO Resultados de laboratório
fluxos turbulentos, desprendem as partículas anteriormente retidas em suas fibras (geralmente de maiores diâmetros e
A seguir apresenta-se um comparativo entre resulta-
superfícies). Neste sentido é possível verificar que, em alguns casos, filtros planos podem apresentar eficiência superior
dos de ensaios em filtros com manta plana e filtros em manta plissada:
para partículas de menores diâmetros do que aquelas com
Filtro manta plana
diâmetros maiores (entre 4µm e 8µm), o que pode parecer um contrassenso.
Dimensão da amostra
Ensaios em filtros grossos com mantas planas A fim de oferecer uma alternativa de ensaio para filtros grossos com mantas planas, a norma NBR16101, bem como a norma EN779, apresenta um dispositivo de adaptação que permite a montagem do meio filtrante (manta) em um formato adequado. Nele a área de filtragem do material instalado é de 1m², permitindo a avaliação adequada
Vazão do ensaio
700x700mm 2.009m³/h (v = 1,13m/s - face) 75Pa
Perda de pressão inicial Perda de pressão final do ensaio
250Pa (conforme norma) 90,6%
Arrestância média Acumulação de pó Ashrae
193,2 grs. G-4
Classe de filtragem
do seu desempenho por m² de área. A figura 5 apresenta o dispositivo de ensaio de mantas filtrantes.
Figura 6 – Dados de ensaio de manta plana G-4 – Velocidade do ar: 1,13m/s Legenda 1 moldura em forma de W 2 material filtrante (1 m2) 3 contramoldura em forma de W
Figura 5 – dispositivo para ensaio de mantas planas – NBR16101 Através do uso deste dispositivo de ensaio, a veloci-
Dimensão da amostra Vazão do ensaio Velocidade de meio filtrante
dade de passagem do ar pelo meio filtrante é bastante
Perda de pressão inicial
reduzida (aproximadamente 0,94m/s).
Perda de pressão final do
Entretanto, é fundamental observar que a condição de velocidade do ar próxima a do ensaio – 0,94m/s não é comumente encontrada em unidades de tratamento de ar, revelando um conflito de resultados, isto é, o meio filtrante é ensaiado em uma condição e utilizado em outra bastante
48
Filtro manta plissada
ensaio Arrestância média Acumulação de pó Ashrae Classe de filtragem
600x600x50mm 3.400 m³/h (v = 2,6 m/s - face) 0,63 m/s 58Pa 250Pa (conforme norma) 94% 150 grs. G-4
adversa.
SBCC - Set/Out - 2013
grossos e, à medida que a velocidade do ar no meio filtrante aumenta, é comum verificar o desprendimento das partículas de maiores diâmetros – entre 4µm e 8µm (pois sua superfície de contato é maior). As normas vigentes de ensaio em filtros grossos relatam estes fenômenos e apresentam métodos alternativos para o ensaio em mantas filtrantes (através do dispositivo apropriado) nas velocidades de passagem do ar mais baixas. Algumas alternativas para a manutenção da eficiência do filtro grosso, quando submetidos a velocidades um pouco superiores às recomendadas é o uso de Figura 7 – Dados de ensaio de manta plissada G-4 – Velocidade do ar: 2,6m/s (0,63m/s no meio filtrante)
adesivos ou agentes aglutinantes de partículas, que evitam seu desprendimento. Entretanto, os resultados desejados podem variar significativamente de instalação para instalação, em função das condições de
Análise dos resultados
umidade, temperatura e armazenamento do filtro. O que se pode observar, de modo prático é a queda de classe do filtro grosso com manta plana quando
O ensaio com a manta filtrante plana evidenciou uma
submetido a velocidades superiores às do ensaio. Por
queda de eficiência na medida em que a acumulação de
exemplo: não é raro um filtro originalmente G-4 en-
partículas ultrapassou os 150grs. Isto demonstra o início do
saiado a velocidade de 1,15m/s se tornar G-3 ou até
fenômeno de desprendimento de partículas e ricochete que
G-2 quando aplicado a uma velocidade de 2,5m/s.
é acentuado quando o filtro é submetido às altas velocida-
Neste sentido, os usuários devem ficar atentos ao
des de ar. Vale notar que os resultados, neste caso, foram
local de instalação e solicitar aos fabricantes dos fil-
obtidos a uma velocidade de passagem do ar de 1,13 m/s,
tros e UTAs as informações necessárias para compa-
raramente encontrada em unidades de tratamento de ar.
tibilizar as velocidades / vazões de ar dos equipamen-
Já os resultados verificados no filtro com a manta
tos, visando a manutenção das eficiências desejadas,
plissada, em virtude de sua maior área de filtragem, de-
pois a queda de eficiência em função da exposição do
monstraram a manutenção da eficiência desejada mesmo
filtro à velocidade inadequada pode ser significativa e
quando submetido à velocidade de face de 2,6 m/s.
o sistema pode deixar de atender às recomendações
Tal comparação permite considerar que, os filtros em
das normas em vigor.
manta plana (encartonados ou não) podem apresentar um rendimento técnico inferior quando utilizados de maneira inadequada em unidades de tratamento de ar.
Referências Bibliográficas
Vale notar que a normas que referência para sistemas de ar condicionado, a NBR 16401-3 recomenda que a ve-
NBR 16101:2012 - Filtros para partículas em sus-
locidade média do ar na face da serpentina da UTA não
pensão no ar – Determinação da eficiência para filtros
seja superior a 2,70 m/s, não sendo aceitas velocidades
grossos , médios e finos
pontuais superiores a 3,20 m/s.
NBR 16401:2008 – Instalações de ar condicionado – Sistemas centrais e unitários. Parte 3: Qualidade do
Discussão
ar interior EN779:2012 - Particulate air filters for general ventilation – Determination of the filtration performance.
O fenômeno de ricochete de partículas e desprendimento pode ser uma característica dos filtros
Set/Out - 2013 - SBCC
49 www.sbcc.com.br
Reestruturação é traumática, mas necessária para sobrevida de empresas Um processo de reestruturação significa uma mudança
profunda
empresa, principalmente para fundador(es) e sócio(s).
a perceber?”. Buscando, ao mesmo tempo, alguém
Podemos
para culpar: governo, país, impostos, sindicatos,
analogia
para
pelo inconformismo: “Por que isso? Como é que estamos nessa situação? Por que demoramos tanto
uma
traumática
*Por Walter Tamaki
qualquer
fazer
e
Foto: Divulgação
OPINIÃO
(para
dramatizar
adequadamente) com a decisão de amputar o braço de uma jovem. O modelo de Kluber Ross é adequado para que possamos compreender como psicologicamente a maioria das pessoas lidaria com este fato: 1º N egação e isolamento: “Não, isso não pode estar certo.” 2º Raiva: “Por que eu? Não é justo!” 3º N egociação e diálogo: “Quanto tempo posso adiar essa amputação?” 4º D epressão:
funcionários, etc. Em todo este processo, os mecanismos de defesa poderão ofuscar, iludir, distrair, evitando e/ou impedindo que mudanças sejam implementadas. É um processo que suga a energia da empresa e do empresário, uma sangria lenta, mas contínua, que, se não levar a óbito/falência, irá exaurir muito dos recursos que seriam imprescindíveis para que a empresa se reerguesse. Esta ênfase no aspecto psicológico se justifica uma vez que, objetivamente, o que precisa ser feito não é nada mais que o tratamento conhecido (e lógico).
“Estou tão triste. Por que me preocupar com
O que fazer então?
qualquer outra coisa?”
- Cerque-se de pessoas firmes, positivas e dos
5º Aceitação: “A vida continua“ Não existe outra maneira de se entender este processo senão como um sentimento de perda.
melhores profissionais; - Conscientize-se da importância da ação, seja um tratamento de saúde ou uma reestruturação empresarial;
Quando perdemos um filho, por exemplo, choramos
- No caso da reestruturação, contrate uma
não só pela sua morte, mas por todo investimento
auditoria, busque uma avaliação bem fundamentada
físico e emocional, pelos anos de amor, de carinho,
da situação de sua empresa, procurando saber se está
de dedicação, de noites sem dormir e por todos os
evoluindo ou regredindo.Quanto antes percebermos
sonhos e esperanças que o futuro lhe reservava.
alguma anomalia, mais fácil (e bem sucedido) será o
Compreendendo este momento traumático pelo
processo.
qual todos estamos sujeitos, o que podemos esperar da reação do empresário? No caso da jovem, é compreensível que, num primeiro momento, ela se negue a se submeter à amputação. Da mesma forma, o empresário dificilmente aceitará a necessidade de cortes, desinvestimentos, suspensão de projetos, etc.
50
Na fase seguinte (raiva), ele poderia ser tomado
* Walter Tamaki é sócio consultor da Ventana Capital, especializada em gestão, renegociação, assessoria em M&A e reestruturação de empresas. Possui graduação em Administração de Empresas com ênfase em Finanças e Produção, mestrado pela FGV e MBA Internacional pelo ONEMBA FGV. Tem vasta experiência em gestão e recuperação de empresas adquirida e profundos conhecimentos em planejamento estratégico, societário e tributário. www.ventanacapital.com.br
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