Guia fototerapia

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ATUALIZADO EM: 2016 SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA Departamento de Fotobiologia Diretoria 2015/2016

FOTOTERAPIA GUIA PRÁTICO

DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA

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DIRETORIA 2015/2016 PRESIDENTE Gabriel Gontijo | MG VICE-PRESIDENTE Jayme de Oliveira Filho | SP SECRETÁRIA GERAL Leandra Metsavaht | RJ TESOUREIRO Leninha V. do Nascimento | RJ 1a SECRETÁRIA Flávia Alvim S. Addor | SP

DEPARTAMENTO DE FOTOBIOLOGIA COORDENADORES: Aripuanã Cobério Terena | MG Ida Alzira Gomes Duarte | SP

COLABORADORES: Andrea Machado Coelho Ramos | MG Eduardo Henrique Jorge Lago | MA Gabriel Gontijo | MG Gladys Aires Martins | DF Ivonise Follador | BA Jesus Rodriguez Santamaria | PR Luna Azulay Abulafia | RJ Paulo Eduardo de Sá Gonçalves | CE Paulo Roberto Lima Machado | BA Renata Ferreira Magalhães | SP Roberta Buense Bedrikow | SP Rosana Lazzarini | SP Tânia Ferreira Cestari | RS

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INTRODUÇÃO

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS PARA O TRATAMENTO

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EQUIPE

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CONTROLE CLÍNICO E MONITORAMENTO

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EQUIPAMENTOS

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ACOMPANHAMENTO PARA CÂNCER DE PELE

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REFERÊNCIAS

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ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

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ototerapia é a modalidade terapêutica que aplica exposições repetidas e controladas de radiação ultravioleta para alterar a fisiologia cutânea de modo a regredir ou controlar a evolução de diversas dermatoses. Cromóforos endógenos ao absorverem a radiação ultravioleta geram reações fotoquímicas que ao alterarem a biologia cutânea provocam os efeitos terapêuticos desejados. Seu uso está estabelecido na dermatologia há mais de 40 anos, sendo uma das alternativas para o tratamento de diversas doenças cutâneas, em especial a psoríase, o vitiligo, o linfoma cutâneo de células T, a dermatite atópica e eritrodermias, entre outras doenças inflamatórias. O dermatologista é o médico treinado para indicar as diversas formas de uso da fototerapia existentes, tanto em suas formas localizadas quanto sistêmicas. Este departamento, percebendo que há uma grande variação no modo de prestação desse tratamento pelos diversos

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1. Orientar para que atividades básicas relacionadas à fototerapia possam gerar melhores rotinas. 2. Orientar para que toda a equipe envolvida na fototerapia, desde o dermatologista até o profissional que fará o manuseio dos equipamentos, tenham treinamento apropriado, mantendo-se atualizados para um aprimoramento profissional constante.

5. Estimular e criar rotinas para o registro de doses e resultados dos tratamentos de modo a dispor de dados fidedignos e comparáveis. Isto permitirá que o paciente possa ser encaminhado a outros serviços de forma segura e que todos os dados possam ser analisados de forma consolidada.

3. Padronizar para que as unidades de fototerapia realizem as melhores práticas, certificando que os protocolos de tratamento sejam regularmente monitorados e atualizados.

6. Fazer com que a unidade de fototerapia seja um ambiente seguro para o paciente, garantindo ao mesmo tempo a maior eficácia e menor tempo de tratamento.

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4. Observar a manutenção e calibragem dos equipamentos, certificando-se que as doses administradas estejam corretas, observando os critérios de segurança dos equipamentos e que os consultórios/clínicas responsáveis mantenham-se comprometidos com a legislação regulatória.

centros de fototerapia distribuídos no Brasil, tanto naqueles localizados em hospitais, quanto os estritamente ambulatoriais, compôs um grupo de experts para formular um guia com os seguintes objetivos:

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS PARA O TRATAMENTO

l A

prescrição da fototerapia deve ser recomendada por um dermatologista sempre numa consulta presencial.

5. As alergias que o paciente possa apresentar. 6. As medicações em uso pelo paciente.

l O

dermatologista, antes de indicar o tratamento, deve detalhar:

7. As comorbidades apresentadas pelo paciente

1. A presença de qualquer fator de risco ou contraindicação para fototerapia.

l Antes

de se iniciar o tratamento deve-se entregar aos pacientes ou responsáveis legais um termo de consentimento livre e esclarecido, que deverá ser assinado antes de iniciar o tratamento.

2. Qual a doença a ser tratada, qual modalidade de fototerapia a ser utilizada e previsão de tempo de tratamento.

l Após

cada avaliação periódica do dermatologista prescritor, o responsável deverá anotar a dose cumulativa de UVB e de PUVA.

3. Os dados de fototerapia prévias (dose, número de sessões). 4. Os exames laboratoriais, quando necessário.

l Rotineiramente,

deve-se manter atualizados os dados do tratamento.

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l Detalhar

os nomes e cargos dos responsáveis pelo atendimento.

l

l

médicas não é de competência exclusiva do médico. Pode ser realizada por pessoal treinado sob supervisão do dermatologista.

er um médico dermatologista T responsável técnico pelo setor de fototerapia em questão.

l

s profissionais que oferecem a O fototerapia devem ser treinados pelo dermatologista responsável técnico para serem competentes nas atividades para as quais estão destinadas.

l

atualização diária do pronA tuário de fototerapia pode ser realizado pelo profissional que executa a fototerapia sempre de acordo com o protocolo e/ou a prescrição médica.

eavaliar a equipe, periodicaR mente, para verificar se estão atendendo os requisitos mínimos para o adequado atendimento.

l Posicionar

os pacientes em equipamentos de fototerapia bem como manusear esses equipamentos de acordo com os protocolos ou prescrições

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A EQUIPE E SUAS RESPONSABILIDADES

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CONTROLE CLÍNICO E MONITORAMENTO l Todos

l Deve-se

disponibilizar, por escrito, protocolos baseados em evidências para todas as formas relevantes de fototerapia, bem como protocolos para abordagem de efeitos adversos e orientações de alta.

l Todos

l É

os pacientes devem ser tratados de acordo com protocolos que conferem as melhores evidências de eficácia e segurança , adaptados de forma apropriada a cada indivíduo e às circunstâncias locais das unidades de fototerapia.

importante determinar o número de sessões para cada reavaliação presencial por parte do médico prescritor.

os detalhes clínicos de cada consulta e cada curso de tratamento devem ser gravados em um prontuário ou em um registro do paciente facilmente acessível.

l Deve-se

testar a dose eritematosa mínima é desejável antes de prosseguir para tratamento de corpo inteiro com UVB.

l Deve-se

usar protocolos baseados nos fototipos quando não for realizada dose eritematosa mínima.

l Deve-se

utilizar, quando possível, uma ferramenta para avaliar a evolução do tratamento: PASI na psoríase, VASI no vitiligo e EASI nos eczemas.

l Deve-se

utilizar o recurso da fotografia nas condições onde não for possível utilizar um parâmetro somático.

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EQUIPAMENTOS equipamento deve ser regularmente controlado e avaliado para verificar a emissão de luz e para garantir a segurança elétrica.

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l Todo

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ACOMPANHAMENTO PARA PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DA PELE

decisão para manter trataA mento mesmo após os números acima citados deverá ser compartilhada entre o paciente e o dermatologista, baseada em risco-benefício dos casos individuais. Em alguns casos a decisão será de manter o tratamento com fototerapia apesar desses limites terem sido ultrapassados. l

l Todo

paciente deve ser informado sobre o risco de efeitos colaterais em longo prazo ou dano cumulativo induzido pela RUV. Aqueles com maior risco de desenvolver lesões pré-malignas ou câncer da pele devem ser acompanhados anualmente. l

limite de mais de 250 sesO sões para UVA e mais de 500 sessões para o UVB refere-se a screening de câncer de pele e não teto para tratamento.

l

eve-se documentar que esses D limites foram ultrapassados.

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