CapaAprovadaJornalAno18N6-2014.ai
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29/12/14
09:58
Um evento
Novembro-Dezembro 2014
inesquecível!
Ano 18 N. 6 Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia
COMUNICAÇÃOSBD
Realização:
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28 a 31 de maio de 2015 Belo Horizonte e Inhotim - MG
I S I M P Ó S I O D E O N C O LO G I A
CUTÂNEA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA
Inscrições:
Rio is ready for the WCD 2019 Dermatologistas brasileiros apostam no sucesso alcançado no Cilad Rio 2014, na capacidade de organização de grandes eventos e na renovação de infra-estrutura da capital fluminense para chegar à vitória na decisão contra as seis cidades concorrentes à sede do Congresso Mundial de 2019
Sumário Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileira www.sbd.org.br
22. CAPA: Rio is ready for the WCD 2019
Diretoria 2013/2014 Presidente Denise Steiner Vice-presidente Gabriel Gontijo Secretária-geral Leandra D’Orsi Metsavaht Primeira secretária Flávia Addor Segundo secretário Paulo R. Cunha Tesoureira Leninha Valério do Nascimento
Jornal da SBD
Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral Ano 18 - n.6 - novembro-dezembro-2014 Coordenador médico do Jornal da SBD Omar Lupi
10. Pele Solidária: nossa vida é uma música, a vida é uma orquestra, é tema da edição de 2014 do Dermacamp
14. Dermatologia no Esporte: um novo olhar sobre a prática dermatológica
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32 Tecnologia e Medicina: até 2017 as ferramentas de monitoramento de saúde terão receita de 23 bilhões de dólares 34 Anais 90 anos: porta-voz do dermatologista brasileiro 36 Preparativos iniciados para o 8o Cosmiatria e Laser e 20a Radesp 37 Os 80 anos da Biblioteca da SBD, uma retrospectiva 38 Destinos: São Francisco, a capital do mundo alternativo americano 41 Analogias em Medicina: giros na cabeça, escalpe de buldogue 42 Regionais 43 Serviços Credenciados 44 Departamentos
Conselho editorial Denise Steiner Gabriel Gontijo Leandra D’Orsi Metsavaht Flávia Addor Paulo R. Cunha Leninha Valério do Nascimento Jornalista responsável Erika Drumond - Reg. MT n. 31.383 Redação e edição Erika Drumond Editoração eletrônica Nazareno Nogueira de Souza Contato publicitário Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/17o andar Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: imprensa@sbd.org.br Tiragem: 6.000 exemplares Impressão: Collor Set
Carta do Editor Palavra da Presidente Ouvidoria Comunidade grapeana contará com o apoio da SBD-Resp no biênio 2015/2016 8 Dermacamp, 14 anos 12 Munich ISA 2015 13 Edital do TED 2015 já está no site 18 Entrevista Denise Steiner 26 Defesa Profissional da Especialidade: SBD volta a alertar a população e autoridades de saúde quanto aos perigos de procedi mentos realizados por não médicos 28 Dezembro Laranja mobiliza o país para a prevenção do câncer da pele
Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 1
Carta do Editor
Palavra da Presidente
2014, um ano indiscutível Caro colega,
Omar Lupi Editor do Jornal da SBD
Chegamos ao final de 2014 podendo enumerar, nesta edição do JSBD, inúmeras realizações da SBD neste ano, desde a organização de uma fantástico Congresso, passando pelas ações de consciência social do Grape, com grande destaque para o Fórum de Dermatologia da SBD nos cinco continentes, tudo isso coordenado por uma Diretoria-executiva extremamente competente e focada no futuro da SBD. Foram muitas as realizações da gestão 2013/2014, que reformou conceitos, ampliou a participação dos dermatologistas em muitas decisões, deu voz às mídias sociais e enfrentou com coragem enormes desafios como a aprovação do Ato Médico, a invasão de outras profissões em nossa área de atuação e um ambiente de intensa ebulição política em nosso país. Denise Steiner e sua equipe estão de parabéns por seu empenho e dedicação. Cabe agora a Gabriel Gontijo, nosso novo presidente, ampliar essas conquistas e estruturar a gestão que todos nós esperamos dele e de sua equipe. Como o conheço bem, estou muito otimista com o próximo biênio. Um movimento, no entanto, fica muito claro nos dois últimos anos. A marcha da SBD para sua ampla internacionalização e inserção na comunidade dermatológica internacional. As novas parcerias da SBD com outras sociedades, como a Academia Americana de Dermatologia (AAD) e a Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV), com as quais agora mantemos simpósios oficiais e relações institucionais sólidas, ampliaram nossos horizontes e nos colocaram em pé de igualdade com nossos pares de outros países. Em 2014, as diretorias-executivas da AAD e SBD realizaram reunião de trabalho em Denver, fato único na nossa história centenária. Já a parceria com o Colégio Ibero-latino-americano de Dermatologia (Cilad) é crítica no futuro da dermatologia latino-americana. Não se enganem, com o congresso do Cilad recém-realizado
2 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
no Rio de Janeiro, estamos também redefinindo essa relação da SBD com o Colégio, abrindo as portas de uma comunidade de sete mil dermatologistas latinos que poderão desfrutar melhor da força da dermatologia brasileira, do seu congresso anual e dos seus centros de formação na especialidade. Por outro lado, o caminho natural de crescimento do Cilad precisa ser o Brasil com sua dermatologia forte, grandiosa e vibrante. Um velho ditado africano já esclarece há tempos imemoriais que, em época de dificuldades, o sábio constroi pontes enquanto o tolo constroi muros. Para terminar gostaria de destacar que estamos próximos de um passo fundamental para a dermatologia brasileira com o projeto de captação do World Congress of Dermatology (WCD) para Brasil em 2019. Estaremos, em seis meses, disputando essa indicação em Vancouver contra outras grande cidades do mundo (não deixem de ler a matéria de capa desta edição). Temos a certeza de que o Brasil e o Rio de Janeiro, por sua história na dermatologia mundial, estão prontos para sediar esse evento com imenso sucesso. Representamos a América Latina nessa eleição e esperamos contar com o apoio, não só do Cilad, mas de toda a enorme comunidade ibero-latino-americana. Contamos também com largo arco de apoios institucionais que incluem o governo federal, o governo do estado do Rio de Janeiro, o Rio Convention Bureau e da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Nada mais apropriado, então, do que declarar nossas intenções de captação do próximo WCD voltando ao grande poeta da língua portuguesa Fernando Pessoa, quando diz: “Eu não sou nada. Nunca vou ser nada. Nem poderia esperar em ser alguma coisa. Apesar disto, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Missão cumprida Prezados dermatologistas, Esses dois anos em que estive na presidência da Sociedade Brasileira de Dermatogia (SBD) ficarão marcados para sempre em minha memória. Eles foram intensos, vibrantes, perturbadores e completos. Agradeço a minha Diretoria, que foi simplesmente a melhor. Agradeço aos queridos funcionários, que vestiram a camisa e trabalharam incansavelmente pela SBD. Obrigada, Karine Sampaio, que, sem ser oficial, foi muito mais do que secretária perfeita. Obrigada, Professor Sebastião Almeida Prado Sampaio (in memoriam), por me ensinar amor à dermatologia, e Professor Luiz Henrique Camargo Paschoal, por mostrar que a inovação deve vir sem medo e com coragem para enfrentar os preconceitos. Obrigada minha família, por me suportar nesses anos de tanto trabalho e dedicação. Desejo a cada associado da SBD um Feliz 2015! ■
Denise Steiner Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) (2013/2014)
Vamos trabalhar por um grande 2015! ■ Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 3
Ouvidoria
Maria Helena Sandoval Ouvidora da SBD CRM 3238/ES RQE 1752 Vice-Presidente da SBD-ES
Prezados colegas, O ano de 2014 está terminando, o biênio da administração da Dra. Denise Steiner e do Dr. Gabriel Gontijo se encerrando. Muitas coisas de difícil realização foram iniciadas, outras efetivamente construídas, e, a cada edição deste jornal, fizemos o resumo de muitas horas de dedicação. O Brasil passou por vários momentos turbulentos nesse período, a política democrática nos foi subtraída, e uma das grandes cicatrizes sofridas pela classe médica foi o programa “Mais Médicos”, aviltando uma categoria completa de profissionais. Lutamos até o fim para que pelo menos o Revalida fosse praticado, mas não tivemos êxito, e sim graves distorções junto à população. A SBD esteve sempre presente junto aos maiores órgãos da classe médica brasileira, como a AMB e o CFM, além de reunir-se com frequência com autoridades de Brasília, com deputados federais, senadores e o Ministério Público. Nossa defesa sempre foi a favor do médico, e nossa luta incansável pela valorização do dermatologista trouxe frutos para uma sociedade centenária, disciplinando e fiscalizando a formação e a atuação dos dermatologistas em todo o Brasil. O trabalho foi constante por parte da SBD, nos vários setores em que fomos afetados, mas nem sempre obtivemos pronta resposta das autoridades procuradas. Um exemplo recente é o alerta que a SBD faz, há muito tempo, sobre os perigos e os riscos de procedimentos invasivos estéticos realizados por profissionais não médicos, com dossiê de complicações entregues
4 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
às autoridades de Brasília, carta enviada à mídia, AMB, CFM e todas as demais autoridades na área da saúde e segurança, mostrando que as leis que regem as profissões da saúde não estão sendo devidamente seguidas. Uma extensa reportagem exibida recentemente no programa Fantástico, com cobertura nacional, contou com participação da presidente da SBD, Dra. Denise Steiner, mostrando os riscos e falando sobre a importância da capacitação do profissional para realização desses procedimentos. Destaco a implantação da prova oral no próximo exame do TED, que será realizado no início de 2015. Essa foi uma demanda dos associados decidida pela Comissão do TED e pela Diretoria da SBD. E a Campanha Nacional sobre o Combate ao Câncer da Pele também teve sua inovação neste ano, com a campanha Dezembro Laranja, iniciativa da SBD com o apoio da mídia e dos associados em seus consultórios, clínicas ou hospitais em que trabalham, reforçando nossa meta de combater o câncer da pele e fortalecendo nossa marca. Por fim, despeço-me desejando boa sorte aos novos dirigentes da SBD, Dr. Gabriel Gontijo e Dr. Jayme de Oliveira Filho, na certeza de uma grande gestão e com o apoio dos associados interessados em construir e manter uma Sociedade forte, coesa e valorizada. Boas Festas e o ano de 2015 com mais justiça para todos! ■
Educação em Saúde
Coordenadora do Grape Redes Sociais participa de encontro de lúpus eritematoso em São Paulo e recebe homenagem em nome da SBD Comunidade grapeana contará com o apoio da SBD-Resp no biênio 2015/2016
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or meio de seu presidente, Reinaldo Tovo Filho, a Diretoria eleita da SBD-Resp para o biênio 2015/2016 já hipotecou sua solidariedade ao Projeto Grape-SBD, ao disponibilizar as dependências de sua sede para a realização das reuniões dos grupos da cidade de São Paulo. Segundo o coordenador do Grape, Oswaldo Delfini Filho, essa é uma “demonstração de alto grau de comprometimento e liderança ao aproximar a Regional da Nacional, por meio do apoio a esse projeto social sustentável de caráter institucional”. E completa: “Ao Dr. Reinaldo Tovo Filho e demais membros da próxima diretoria da SBD-Resp os nossos agradecimentos e votos de uma gestão com muito sucesso, tendo em vista que já se mostra voltada para a valorização e defesa da dermatologia paulista e brasileira, anseio de todos nós”.
REGIMENTO O dermatologista comunica que o documento que contém as diretrizes das ações do Projeto Grape SBD, gentilmente revisado pelos professores Maurício e Ali-
6 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
mais um grupo se formou no fim de 2014: o lúpus eritematoso SP ce Alchorne, não pode ser chamado de regimento por questões jurídicas. “Para ser aprovado pelo Conselho Deliberativo da SBD, a próxima Diretoria deverá discutir de que forma deverá ser denominado: regulamento, norma ou estatuto. A comunidade grapeana aguarda essa definição para que o mesmo possa ser oficializado institucionalmente”, observa Delfini. NOVO GRUPO No final de dezembro, um novo grupo foi criado dentro do Projeto Grape-SBD: o Lúpus Eritematroso São Paulo-SP sob a coordenação da dermatologista Mônica Vasconcellos da Unifesp/EPM, em colaboração com o Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo, que representa esses pacientes. A agenda ainda não foi definida, mas as reuniões deverão ocorrer na sede da SBD-Resp. “Continuamos estimulando todos os colegas interessados que queiram participar do Projeto Grape-SBD e do Projeto Grape SBD nas Redes Sociais, a nos contatar”, convida. O Grape SBD termina o ano com 16 grupos formados em cinco estados brasileiros. ■
Vânia Lúcia Siervi Manso, coordenadora do Grape SBD Redes Sociais apresentando o Grape Lúpus Eritematoso de São Paulo
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om a presença de renomados profissionais da área de saúde, como a doutora Emília Inoue Sato, referência mundial em pesquisa e tratamento do lúpus, além de representantes de instituições públicas e privadas, a Organização do Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo – Grupasp promoveu no dia 13 de dezembro o encontro Lúpus: trilhando novos caminhos através da informação, na Câmara Municipal de São Paulo. O objetivo foi informar, sensibilizar, educar, orientar e apoiar a sociedade para garantir a detecção precoce e a diminuição do sofrimento das pessoas com lúpus. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram da doença, sendo cerca de 90% mulheres. No encontro, a coordenadora do Grape SBD nas Redes Sociais, Vânia Lúcia Siervi Manso, que representou o coordenador das Ações Institucionais da SBD e do
Em nome da atual Diretoria da SBD, Vânia Lúcia Siervi Manso recebeu o voto de júbilo e congratulações da Câmara Municipal de São Paulo pelos relevantes serviços prestados na área de dermatologia em São Paulo
Grape SBD, Oswaldo Delfini Filho, participou da mesa de abertura, além de apresentar as diretrizes e os trabalhos do Grape e de lançar o Grape SBD Lúpus Eritematoso de São Paulo, que será coordenado pela dermatologista Mônica Ribeiro de Azevedo Vasconcellos, da Unifesp. Representados por Vânia Lúcia Siervi Manso, a presidente e o vice-presidente da atual Diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Denise Steiner e Gabriel Gontijo, receberam o voto de júbilo e congratulações da Câmara Municipal de São Paulo pelos relevantes serviços prestados na área de dermatologia em São Paulo. A doutora Vânia Lúcia também recebeu os parabéns das autoridades presentes por assumir recentemente a direção de um importante ambulatório público de especialidades da capital. ■ Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 7
LINHA
Nossa vida é uma música, a vida é uma orquestra é tema da edição de 2014 do Dermacamp
FOTOPROTEÇÃO DIÁRIA
COMO A PELE BRASILEIRA EXIGE
TOQUE SECO, TEXTURA LEVE, OIL-FREE E NÃO COMEDOGÊNICA. NOVO
Desenvolvimento interpessoal, afetivo e de muita troca é a marca desse belo projeto que há sete anos recebe apoios institucionais da SBD e da SBD-Resp e organização do Centro de Estudos Dermatológicos Dr. Abrahão Rotberg, da Unitau
O
décimo quarto ano ininterrupto do Acampamento Dermacamp, projeto que leva integração social e qualidade de vida a crianças com problemas graves de pele, ocorreu entre os dias 11 e 14 de dezembro, na Fazenda Flamboaiã, em Pindamonhangaba, São Paulo. Em 2014, o acampamento, que tem a estada, alimentação e transporte (a partir de São Paulo) subsidiados pela SBD Nacional, registrou número recorde de participação: 40 crianças entre nove e 12 anos. Para garantir toda a segurança e dar apoio aos pequenos, o acampamento contou com mais de 30 voluntários, além de 12 pessoas atuando em atividades de alimentação e limpeza. Seis enfermeiras ficaram incumbidas da medicação, dos curativos e de todos os cuidados com as crianças, além de cinco médicos residentes de dermatologia da Universidade de Taubaté (Unitau). Fora do acampamento, mais 30 pessoas se revezaram no apoio ao Dermacamp. O tema deste ano foi “Nossa vida é uma música, o mundo é uma orquestra”, com a participação do músico e professor Nilton Blau, que dirigiu as atividades musicais. As crianças viram desde a demonstração dos instrumentos até a execução de ritmos brasileiros e de
8 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
cada parte do mundo. No final do acampamento, houve a formação e apresentação de uma banda que animou todo mundo. “O ponto mais esperado é o boião, quando as crianças se divertem numa grande boia no lago, puxada pela lancha do Pio Paulo. Além disso, elas se divertiram na piscina, jogaram futebol e vôlei, fizeram esculturas em argila, brincaram com tingimento de tecidos, culminando com uma grande festa no sábado. Tivemos a noite da pizza e depois um grande baile com a Banda Prata da Casa e com DJs agitando a balada. Até Papai Noel chegou ao acampamento, com fogos de artifício e tudo”, relata o idealizador do projeto e chefe do Serviço da Unitau, Samuel Mandelbaum. Como ocorre todos os anos, o Dermacamp recebeu pessoas de todo o estado de São Paulo e também de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Essa edição ainda contou com Olivia Huff, voluntária vinda dos Estados Unidos. Acampante no Camp Horizon, nos Estados Unidos, desde 2002, Olivia veio do Missouri para participar e fazer atividades com as crianças brasileiras. Numa celebração que teve como tônica a diversidade, o ano se encerra com mais um acampamento memorável na história do Dermacamp. ■
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Pele Solidária
Campanha Sol, Amigo da Infância completa dois anos com a implementação de importantes projetos Um deles é o estudo inédito realizado pela SBD-Resp que revela: pais e professores ainda acreditam que proteção solar só deve ocorrer na praia e durante os meses de verão. Maioria ainda desconhece efeitos nocivos da radiação solar também nos dias nublados e necessidade de proteção durante brincadeiras ao ar livre
O Programa foi tema recente de matéria publicada no periódico da Internacional League of Dermatological Societies (ILDS)
E
m dezembro 2014, a Campanha Sol, Amigo da Infância completou dois anos de atividades. Nesse período, 195.970 alunos de 453 escolas foram beneficiados com os conhecimentos da Campanha, tendo dez cidades aprovado projetos de leis que incorporaram a Semana de Educação em Exposição Solar e oito municípios firmado acordos por meio de Termos de Cooperação Técnica. Para ampliar as ações de divulgação junto ao público, a campanha conta com alguns canais digitais, como site solamigodainfancia.com.br e a fanpage no Facebook Solamigodainfancia. No site, há uma seção exclusiva para professores e demais profissionais da área da educação com o objetivo de disponibilizar informações diversas sobre a incidência dos raios solares e a saúde da pele, além de sugerir atividades para o trabalho com esse tema nas escolas.
10 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
1.196
professores participaram dos cursos presenciais
1.081
professores participaram dos cursos de educação a distância
10.254 professores propagaram a iniciativa
Outra ação importante foi a aprovação de um projeto pela Lei Rouanet junto ao Ministério da Cultura para levar aos palcos uma adaptação do gibi e do DVD da Turma da Mônica A pele e o sol, com a montagem de um espetáculo teatral infantil em parceria com a Mauricio de Sousa Produções. Estão previstas 24 apresentações gratuitas direcionadas a alunos de escolas públicas e instituições sociais de São Paulo, Santos e Praia Grande, entre fevereiro e novembro do ano que vem. E, para fechar o ciclo, a Resp lançou durante a 19a Radesp, em dezembro, um livro comemorativo, que conta toda a trajetória da Campanha Sol, Amigo da Infância ao longo desses dois anos. “No final desse período, concluímos que fizemos um trabalho muito interessante para a população em geral. Além do apoio dos dermatologistas que prestaram um serviço para as comunidades e para as pessoas, essa ação social é uma forma de sermos bem relevantes na nossa área. Atingimos o objetivo com o gibi, o filme, o livro e com a peça de teatro que estamos batalhando e vamos conseguir”, considera a dermatologista Meire Parada, que está à frente do projeto ao lado do presidente da SBD-Resp, Paulo Criado. Entre as atividades mais recentes em prol da Campanha, a SBD-Resp realizou um estudo inédito com pais e professores para avaliar se eles entendem a necessidade da proteção solar em todas as ocasiões. A pesquisa revelou que ambos desconhecem os efeitos nocivos da radiação e ainda acreditam que proteção solar só deve ocorrer na praia e durante os meses de verão. “O dado mais preocupante é que, de fato, tanto os pais como os educadores acreditam que estão atuando da forma correta na proteção solar”, explicou Criado. O estudo foi realizado em todo o Brasil, com 823 pais e 157 educadores, e serviu de base para disseminar a informação e esclarecer a população por meio de site específico sobre vantagens e cuidados que devem ser observados no dia a dia das crianças na exposição ao sol.
Dados da pesquisa – Apesar de 58% dos pais e 57% dos educadores afirmarem que a exposição exces-
siva ao sol na infância pode levar ao câncer da pele, o comportamento de risco das crianças e adolescentes brasileiros em casa ou na escola revela que teoria e prática não andam juntas quando o assunto é prevenção. Ainda assim, há um número relevante, 23% dos pais e 19% dos educadores, que ignora também o risco da exposição solar excessiva. A grande dificuldade está em estabelecer uma rotina de proteção. Embora 89% dos pais afirmem que usam protetor solar em seus filhos; a maioria nunca reaplica o produto, o que os deixa vulneráveis à radiação solar da mesma forma. Entre os 11% que declaram nunca usar o protetor solar, 42% alegam que esquecem; 32% não compram por ser muito caro, e 15% não consideram o produto importante. E as contradições não param por aí: 69% dos pais declaram que sempre estimulam os filhos a se proteger do sol evitando horário de pior incidência solar (10h-15h), porém 45% (quase metade) dos educadores analisados deixam os alunos expostos ao sol nos piores horários ou o dia todo, e 29% deles afirmam que nunca estimularam a proteção solar entre seus alunos. O extremo também acontece: 6% dos pais e 27% dos educadores dizem que nunca deixam seus filhos ou alunos ficarem expostos ao sol. O presidente da SBD-Resp acredita que os números refletem um comportamento cultural do brasileiro em relação à doença. “Apesar dos avanços em informação sobre a incidência solar e os prejuízos do acúmulo de exposição inadequada ao sol para a saúde, as pessoas ainda veem o melanoma como algo distante da sua realidade, já que estamos falando de uma doença de longo prazo”, explica Criado. A análise do médico é corroborada pelo estudo, já que a maioria dos entrevistados (84%) não aponta nenhum caso de câncer da pele na família.
Salva de Prata – Em fevereiro de 2015, a Câmara Municipal de São Paulo vai conceder a honraria “Salva de Prata” à SBD-Resp pelas atividades desenvolvidas com a campanha. Saiba mais na próxima edição do JSBD. ■ Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 11
Evento internacional
Ted 2015
SBD publica edital do TED 2015 que constará de três provas
4th Munich International Summer Academy of Practical Dermatology será em julho de 2015
A
quarta edição do Munich International Summer Academy of Practical Dermatology (ISA 2015) será realizada de 28 de julho a 1o de agosto. Sob a presidência de Thomas Ruzicka, chefe do Departamento de Dermatologia da Universidade Ludwig Maximilian, o encontro ocorre a cada dois anos e reúne renomados especialistas da área. O programa do ISA 2015 irá abranger todo o espectro da dermatologia, apresentando novidades e informações essenciais para especialistas e residentes, com ênfase em tratamentos a laser, cirúrgicos e clássicos, incluindo a inovação em tratamentos de melanoma e doenças pediátricas. Cursos práticos também estão previstos na programação. Um corpo docente internacional dará perspectivas globais e irá fornecer uma variedade de abordagens terapêuticas para que o dermatologista se mantenha atualizado com o que está acontecendo ao redor do mundo. Outro ponto importante é a possibilidade de as sociedades dermatológicas internacionais terem a oportunidade de conhecer e discutir aspectos relevantes para a evolução da dermatologia em suas regiões e expandir projetos colaborativos. Para obter mais informações acesse o site www. isa2015.com/home.html ■
12 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
Processo seletivo vai de fevereiro a abril de 2015 e será composto de provas teórica, teórico-prática e oral. Inscrições ficam abertas até o dia 21 de janeiro
O
candidatos do 49º Exame para Obtenção do Título de Especialista em Dermatologia (TED) terão do dia 22 de dezembro até as 19h do dia 21 de janeiro para realizar suas inscrições no site www. gestaodeconcursos.com.br. De acordo com levantamento da Comissão de Título de Especialista em Dermatologia da SBD, no último triênio houve aumento de 25% do número de inscritos a cada ano. Para 2015, ainda é incerta a projeção do número de inscritos, no entanto, a expectativa da Comissão, sob presidência de Ana Maria Roselino, é de que essa média seja mantida. A novidade deste ano é que, além das provas teórica e teórico-prática, será aplicada uma avaliação oral, idealizada pela Diretoria da SBD e aprovada na Reunião do Conselho Deliberativo em 2013. Divididas em três etapas, as avaliações ocorrerão entre os meses de fevereiro e abril, na capital paulista. De caráter eliminatório, a prova teórica será aplicada no dia 22 de fevereiro e constará de 80 questões objetivas, exigindo para a aprovação que o candidato acerte no mínimo 48 questões ou 60% delas. Já a prova teórico-prática, a ser realizada no dia 12 de abril por meio de computador, reunirá 40 questões que poderão ter quatro alternativas cada, e apenas uma opção correta. Para aprovação, será exigido o mínimo de 24 acertos (60%). “Para a elaboração das questões, a Comissão do TED tem-se reunido frequentemente na cidade de São Paulo. Nessas reuniões, as questões são avaliadas por
todos os membros da Comissão, levando-se em conta: o conteúdo, o nível de dificuldade e a formatação”, aponta a presidente da Comissão de Título de Especialista da SBD, Ana Maria Roselino.
Prova oral
Marcada para o dia 11 de abril, a prova oral valerá em seu conjunto 30 pontos e constará de três casos clínicos sobre dermatologia, cada um valendo dez pontos, sendo exigidos no mínimo 18 pontos, ou seja, 60% de acertos para a aprovação. Sócios titulares da SBD com no mínimo grau de doutorado vão auxiliar a aplicação da prova oral. “Há um ano, a Comissão do TED vem organizando a elaboração das provas do TED 2015. Assim que houve a aprovação pelo Conselho da SBD da inclusão da prova oral, na reunião de setembro de 2013, a Comissão do TED iniciou os trabalhos visando ao êxito em sua execução, no que concerne à logística, assim como ao conteúdo e à formatação da aplicação. Somos de opinião de que as provas teórica e teórico-prática são suficientes para a avaliação do candidato ao TED, e têm exercido essa função já há alguns anos desde a implantação da prova teórico-prática no computador. Em relação à introdução da prova oral, só poderemos opinar após analisar o resultado da porcentagem de aprovação nas três provas aplicadas no TED 2015, em comparação com os anos anteriores”, completa Roselino. ■ Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 13
Dermatologia no esporte
Um novo olhar sobre a prática dermatológica O
ATESTADO MÉDICO É PARTE IMPORTANTE DOS CUIDA-
DOS DA SAÚDE.
Por Antonio D’Acri*
O Antonio D’Ácri
bserva-se, a cada ano, interesse crescente da população pelas atividades desportivas. Não apenas pelo desempenho dos atletas profissionais, das principais equipes e clubes do país, mas também nos níveis regional e amador, mais se divulga e discute nos veículos de comunicação. Esportes antes pouco comuns no Brasil como futebol americano e lutas como MMA ganham mais espaço nos canais de esporte e conquistam respeitável contingente de praticantes locais. Um sem-número de amadores, empolgados com os resultados de seus ídolos, procuram realizar práticas desportivas regulares. Nem sempre, todavia, o individuo encontra-se em condições físicas ideais, tem acesso ou segue as orientações técnicas adequadas. Dessa forma, a busca da realização pessoal e da saúde pode, infelizmente, ter como desfecho fracassos, lesões e sequelas físicas. Esse panorama provocou mudanças nas posturas e condutas médicas nas diversas especialidades, não apenas na traumato-ortopedia ou na cardiologia. A dermatologia, zelando pelo maior órgão do corpo humano, nossa interface com o meio externo, precisou de mais esta atualização em seu conhecimento: nascia a dermatologia do esporte. Acreditamos que esse conhecimento não deve ser restrito a um pequeno grupo de estudiosos e sim difundindo a todos os colegas que praticam a dermatologia. Os temas publicados nesses dois anos pautaram-se por esse posicionamento. Tecemos aqui uma retrospectiva.
14 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
Seja um atestado para frequentar piscinas (para evitar condições infecciosas) ou um atestado de aptidão física, para diferentes modalidades esportivas, que pode merecer a avaliação cardiovascular e musculoesquelética, é também a oportunidade de difundir cuidados de prevenção da saúde.1
ALGUMAS DERMATOSES SÃO EXCLUDENTES DAS COMPETIÇÕES E PRÁTICAS COLETIVAS. Visando resguardar os outros atletas, nos esportes de maior contato, condições infecciosas (exantemas, escabiose, pediculose, tínea do gladiador, herpes do gladiador etc.) demandam afastamento até resolução ou esclarecimento do quadro clínico.4
O ATENDIMENTO CIRÚRGICO DE DESPORTISTAS VAI MERECER PLANEJAMENTO ESPECIAL. Toda cirurgia eletiva deve ser discutida em seus detalhes. Atletas devem entender claramente as restrições necessárias e os possíveis desfechos positivos e negativos, bem como o fato de que podem ser necessários curativos especiais, mais bem adaptados ou mais aderentes, e cicatrizantes específicos (por exemplo evitar o clostebol nos atletas sujeitos à pesquisa de doping).2
A FOTOPROTEÇÃO Ã É NECESSÁRIA Á NA PRÁTICA Á DESPORTIVA AO AR LIVRE. Medidas como evitar os horários de maior emissão de ultravioleta, cobertura do segmento cefálico, quando possível, uso de roupas adequadas (maior FPU, trama mais fechada etc.), bem como fotoprotetores com FPS elevado e resistência à água, além de boa cosmética. Esses cuidados devem ser enfatizados, mas cada esporte vai precisar de adaptações específicas.5 Afinal está bem definida a relação entre exposição exagerada à radiação ultravioleta, particularmente sob a forma de queimaduras solares, e a ocorrência de neoplasias cutâneas, em especial naqueles com fototipos baixos.6
PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS PODEM SOFRER RESTRIÇÕES EM ATLETAS. As necessidades de repouso, proteção da pele e restrição da exposição solar variam de acordo com as técnicas empregadas (peelings, lasers, toxina botulínica, preenchimentos etc.), embora sejam mandatórias para a obtenção dos melhores resultados.3
A
PRÁTICA DE ESPORTES EXTERNOS PODE LEVAR A DER-
MATITES POR ANIMAIS E PLANTAS.
Em áreas rurais ou silvestres são comuns picadas de abelhas, formigas, carrapatos, lagartas, acidentes com besouros, serpentes; nas áreas litorâneas, lesões por água-viva, arraias e peixes, bem como fitofotodermatoses por numerosas espécies, destacando-se as frutas cítricas e a aroeira.7
Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 15
Dermatologia no esporte
CADA
ESPORTE PODE INDUZIR LESÕES CUTÂNEAS PE-
CULIARES.
A atividade repetitiva vai provocar mecanismos adaptativos e às vezes lesões traumáticas. Escoriações, bolhas, equimoses e calosidades são alguns dos eventos mais comuns, que em áreas anatômicas como mãos, pés, unhas, calcanhares, orelhas, mamilos e nádegas podem receber denominações peculiares ou ser vinculados a esportes específicos (“do corredor”, “do remador”, “do tenista” etc.).8 Nesse sentido, destacam-se as alterações das unhas, pela variedade e frequência das onicopatias, merecendo grande cuidado em função dos traumas, infecções fúngicas, bacterianas e virais, sem esquecer a eventual ocorrência de neoplasias.9
A PRESCRIÇÃO MÉDICA DOS ATLETAS EXIGE CUIDADOS ESPECIAIS. Órgãos médicos especializados avaliam periodicamente atletas (profissionais ou federados) que participam de competições esportivas oficiais. Esteroides anabólicos, diuréticos e diversas outras drogas são vetados nas diferentes modalidades esportivas, pois acarretam doping. O uso terapêutico desses medicamentos demanda a notificação da federação esportiva do atleta e o preenchimento de formulário de Isenção de Uso Terapêutico.10 Percebe-se à leitura dos tópicos a importância e diversidade da dermatologia do esporte, que vem granjeando espaço nos livros-texto dermatológicos.11 Aplaudimos a iniciativa do editor do Jornal da SBD que possibilitou comandar esta seção durante os dois últimos anos.12 ■
Bibliografia
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
8. 9. 10. no 11. 12.
Purim KSM. Aspectos legais do atestado médico para a prática desportiva. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, mai.-jun. 2013. Dermatologia no Esporte, p.14-15. Enokihara MY. Cuidados pré e pós-cirúrgicos em atletas. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, nov.-dez. 2013. Dermatologia no Esporte, p.12-13. Pinheiro AMC. Procedimentos estéticos no esporte. Como combinar?Jornal da SBD, Rio de Janeiro, set.-out. 2014. Dermatologia no Esporte, p.14-15. D’Acri AM. Dermatoses excludentes nas competições esportivas. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, jul.-ago. 2013. Dermatologia no Esporte, p.12-13. Schalka S. A Fotoproteção em atividades físicas ao ar livre. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, jan.-fev. 2014. Dermatologia no Esporte, p.14-15. Bakos RM. Esporte e câncer da pele. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, jul.-ago. 2014. Dermatologia no Esporte, p.14-15. Haddad Jr. V. Dermatites por animais e plantas em esportistas em ambientes rurais e litorâneos. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, set.-out. 2013. Dermatologia no Esporte, p.12-13. D’Acri AM. Prevenção e manejo das lesões traumáticas. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, mar.-abr. 2014. Dermatologia no Esporte, p.14-15. Purim KSM. Onicopatias na prática esportiva. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, mai.-jul. 2014. Dermatologia no Esporte, p.14-15. Bakos RM. Os cuidados na prescrição dermatológica de atletas e o doping na dermatologia. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, mar.-abr. 2013. Dermatologia Esporte, p.16-17. D’Acri AM, Bakos RM, Purim KSM. Dermatoses no esporte. In: Lupi O, Cunha PR. Rotinas de diagnóstico e tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 2 ed. Itapevi (SP): AC Farmacêutica; 2012. p.165-9. Lupi, O. Os cuidados com a pele na prática esportiva. Jornal da SBD, Rio de Janeiro, jan.-fev. 2013. Dermatologia no Esporte, p.16-17. * Professor adjunto da disciplina de dermatologia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e doutor em dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi o responsável pela coluna “Dermatologia no Esporte”, entre 2013 e 2014.
16 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
Entrevista
E
leita presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em 2013/2014, Denise Steiner concluiu, com muita batalha, as missões que havia traçado ao lado de sua Diretoria. As conquistas foram muitas, e os percalços também estiveram presentes. Mas o tom da dermatologista é de um horizonte otimista para uma sociedade médica que não para de crescer. Hoje, a SBD conta em seu quadro com 7.581 associados que unindo suas forças em busca de mudanças dignas e seguras, podem desenhar um futuro melhor para a especialidade.
Para fechar o ano com chave de ouro Após concluir seu mandato, a dermatologista Denise Steiner faz balanço das ações da entidade e mostra otimismo quanto ao futuro da saúde brasileira 18 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
Jornal da SBD: Após dois anos de intenso trabalho, sua sensação ao deixar a presidência é a de dever cumprido? A senhora poderia nos dizer quais foram projetos mais marcantes de sua gestão? Denise Steiner: Em primeiro lugar, é importante ressaltar a honra de presidir a SBD durante esses dois anos. Foram anos intensos, difíceis, que geraram vários desafios quase intransponíveis, mas graças à ajuda de todos tenho, sim, a sensação de dever cumprido. Os projetos mais marcantes foram relacionados à defesa profissional, Rumos da dermatologia, Consenso de Fotoproteção, Teledermatologia, Grape, entre muitos outros. Conseguimos organizar o modus operandi para
Nesta entrevista ao Jornal da SBD, a presidente fala um pouco sobre as ações desenvolvidas no tempo em que esteve à frente da Sociedade e a formação dos novos dermatologistas, que devem receber orientações morais e éticas para não caírem em armadilhas e a importância de sua participação nos debates dos órgãos de saúde, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde (MS). Leia a seguir. ■
a defesa profissional construindo um fluxo sistematizado com o Departamento Jurídico. Encaminhamos várias reinvindicações ao Congresso Nacional colocando a SBD na pauta das grades discussões sobre saúde. O Consenso de Fotoproteção foi o primeiro documento nacional abrangendo de forma completa um assunto tão relevante da nossa especialidade. Foram lançadas as sementes de um projeto social nacional, o Grupo de Apoio a Doenças Estigmatizantes (Grape). Já existem 16 deles espalhando conhecimento e ajuda para pacientes dermatológicos de todo o Brasil. Na Teledermatologia, a plataforma educacional Moodle foi viabilizada, permitindo interação entre as Regionais e os Serviços Credenciados do país inteiro.
Diretoria da SBD 2013/2014 Presidente:
Denise Steiner
SP
Vice-presidente:
Gabriel Gontijo
MG
Secretária-geral:
Leandra Metsavaht
RJ
Tesoureira:
Leninha V. do Nascimento
RJ
1a secretária:
Flávia Addor
SP
2o secretário:
Paulo R. Cunha
SP
Finalmente, realizamos um grande encontro que pela primeira vez discutiu de forma democrática e profunda os rumos da dermatologia brasileira. Esse encontro inédito teve sua continuidade por meio de um simpósio com participação de presidentes de várias sociedades internacionais discorrendo sobre as dificuldades e os desafios da dermatologia mundial. JSBD: Entre o otimismo e as críticas, quais foram os maiores desafios enfrentados? Quais os desafios que a dermatologia ainda encontra no Brasil? DS: Os tempos mudaram, e considero os dois maiores desafios a defesa profissional e a formação completa do dermatologista. A invasão na área de dermatoloJornal da SBD Ano 18 n.6 ● 19
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Entrevista
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Acne leve / moderada
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Tratamento Combinação única no tratamento e manutenção da acne. gia é intensa e banalizada. Todos se julgam no direito de realizar procedimentos cosmiátricos, mesmo que a legislação de sua profissão determine que isso não é permitido. São tempos difíceis em que temos de ter equilíbrio e sensatez. Estamos caminhando progressivamente e conseguindo paulatinamente a aproximação com o público leigo, que passa a entender que o dermatologista é o médico especialista para a realização desses procedimentos. Outro desafio é formar um dermatologista abrangente com formação em clínica, cirurgia e cosmiatria. O dermatologista da SBD precisa ser completo e atuante. JSBD: Que conselhos daria ao profissional que está iniciando a carreira em momento tão delicado como o que enfrentamos hoje na área da saúde? DS: Aconselho que haja planejamento e que as ações sejam realizadas de modo focado após discussão democrática e abrangente. Nunca esquecer a excelência da formação de nosso dermatologista. Aconselho também que se mantenha a participação nas discussões das entidades representativas da área da saúde, como CFM, AMB, Anvisa e Ministério da Saúde. JSBD: A banalização dos procedimentos estéticos e a invasão da especialidade foram temas recorrentes durante este ano. Sob a sua direção, a SBD atuou com firmeza em diversos momentos, alertando a mídia, entidades de saúde e governo quanto aos perigos que isso pode gerar para a população brasileira. Qual são suas perspectivas para esse quadro?
20 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
DS: Espero que os últimos acontecimentos relacionados à banalização da realização de procedimentos estéticos tenham aberto os olhos das autoridades em saúde e também da população.
Acne leve / moderada1
É preciso persistir nessa conscientização, pois devido a interesses mercadológicos o setor de cosmiatria é muito visado.
Manutenção e Cuidados da Pele
JSBD: É notório o crescimento internacional da dermatologia brasileira e o reconhecimento da qualidade científica de nossos especialistas. O que pensa sobre a possível realização do Congresso Mundial de Dermatologia no Rio de Janeiro, em 2019?
Adjuvante no cuidado diário da pele acneica em tratamento.
DS: Acredito que estamos totalmente preparados para a realização desse Congresso Mundial. Temos as condições mais importantes, que são: excelência no conhecimento e na técnica da dermatologia e também a beleza natural de um país que todos querem conhecer. JSBD: Quais são seus planos para o futuro? DS: Continuar trabalhando pela SBD, principalmente no nível internacional. JSBD: Que mensagem deixaria para os próximos dirigentes da Sociedade Brasileira de Dermatologia e também para os associados? DS: Encerro lembrando uma frase do saudoso Prof. Sebastião de Almeida Prado Sampaio: “ame a dermatologia e ela será uma razão para você viver”. ■
Acne moderada / severa1
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THE POWER OF DERMATOLOGY:
BRAZIL BRIDGING THE WORLD TOGETHER
Cidades inscritas na Ilds para sediar o WCD 2019 e ordem de suas apresentações
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WCD Rio 2019 ganha reforço na candidatura com captação de recursos junto ao poder público Comitê Organizador do WCD Rio recebe notícia que sela dois anos de trabalho de divulgação da cidade como candidata à sede do mundial em 2019: a aprovação de verba pública para apresentação do projeto no estande no Congresso Mundial de Vancouver, em 2015
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O
esforço do Comitê Organizador de Candidatura do 24o Congresso Mundial de Dermatologia (WCD) Rio para trazer esse evento para o Brasil foi coroado, no início de dezembro, com importante notícia: a liberação de recursos pela Riotur, por meio da Rio Convention & Visitors Bureau e TurisRio, para a estruturação e montagem do estande do WCD Rio no 23o Congresso Mundial de Dermatologia, em Vancouver, em junho de 2015. No local, a equipe organizadora fará a derradeira divulgação da cidade como aspirante à sede do Congresso Mundial em 2019, com distribuição de folhetos informativos. Durante o encontro, 250 delegados estrangeiros nomeados por suas sociedades médicas vão decidir que cidade sediará o 24o Congresso Mundial em 2019. A parceria desses órgãos com a Subsecretaria de Relações Internacionais (SSRI) da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro teve início em 2012, quando foram realizadas várias reuniões visando trazer para a cidade esse que é o maior evento internacional
da especialidade. No entanto, desde julho de 2014 a SSRI manteve contato estreito com a SBD, acompanhando todas as etapas do processo de candidatura e apoiando com contatos e articulação com as instituições da cidade e do estado. “Em setembro, foi realizada uma reunião maior com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a coordenação de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro, a Rio Tur, a TurisRio e a Rio Negócios, a fim de apresentar o projeto de candidatura às outras instituições que, poderiam se interessar e apoiá-los. Tudo tem ocorrido muito bem desde então, e nosso principal papel nesse caso é o de articulação e de acompanhamento. Dessa forma, também ajudamos a Sociedade a se aproximar do Rio Convention & Visitors Bureau e temos acompanhado o processo operacional para a participação do Rio de Janeiro com o apoio das instituições governamentais”, avaliou a assessora de Comércio e Investimento da Secretaria de Estado da Casa Civil, Luciana Benamor. Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 23
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Campanha de real-time marketing: logo após ao Cilad Rio, foram disparadas e-news dermatologistas do mundo inteiro, reforçando a candidatura do Rio ao WCD 2019. A ação em tempo real visa convencer ainda mais pessoas da capacidade do país de receber o evento, daqui a 4 anos
Amadurecido: Hora de transformar o sonho em realidade
Na corrida para sediar o encontro, o Brasil dispara na frente. O país é hoje incontestavelmente reconhecido como referência na dermatologia e na qualificação na formação do dermatologista, e tem aumentado sua força internacional, com a presença maciça de nossos experts em importantes eventos estrangeiros, bem como com o intercâmbio de grandes nomes da especialidade de todas as partes do mundo em encontros aqui realizados. Um exemplo foi o sucesso de público obtido no Cilad Rio, evento com perfil mais internacionalizado e que trouxe ao Rio mais de dois mil participantes de 37 países, confirmando a vocação cosmopolita da cidade e mostrando que estamos cada vez mais competitivos internacionalmente. Foi ainda excepcional oportunidade para reforçar aos olhos do mundo a candidatura do Brasil como sede do WCD em 2019. “O Congresso Mundial de Dermatologia é um evento de grande porte, que envolve uma ampla estrutura e organização. Para o Brasil, seria muito importante sediá-lo, pois daria muita visibilidade aos dermatologistas brasileiros, que têm grande potencial para contribuir no
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cenário mundial. Um congresso mundial sediado no Brasil também propiciaria uma grande oportunidade para nossos dermatologistas compartilharem experiências com as práticas e técnicas desenvolvidas internacionalmente. E a cidade do Rio de Janeiro tem condições de fazer um evento de grande sucesso, além de ser um lugar muito atrativo. Tenho certeza de que todos os dermatologistas gostariam de conhecer ou de voltar a Cidade Maravilhosa”, apontou a dermatologista Doris Hexsel. Além da divulgação no Cilad Rio, em novembro, o comitê deu prosseguimento ao projeto WCD Rio 2019 durante o Dermato Recife, em setembro, e pleiteou apoio na 72a edição do Meeting da Academia Americana de Dermatologia (AAD), em Denver, Colorado, em março, no qual dermatologistas do mundo inteiro que passaram pelo estande da SBD/SBCD/WCD Rio tiveram acesso a folders sobre o encontro e as principais ações desenvolvidas. Em maio, o trabalho foi feito na Reunião Anual de Dermatologistas Latino-americanos (Radla), em Santiago, no Chile, tendo a equipe brasilei-
ra participado, durante o Spring Meeting da EADV, em Belgrado, na Sérvia, no mesmo mês, de atividades de difusão do projeto. O Latinaderm, em Cancun, no México, em junho, e o Summer Meeting da AAD, em Illinois, Chicago, em agosto, foram outros locais em que o comitê ampliou as ações de candidatura. O Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV), em outubro, em Amsterdam, Holanda, seguido do Master Class in Vitiligo, em novembro, foram as últimas paradas internacionais da equipe em 2014. Para 2015, estão previstas atividades em São Francisco, durante o 73th Meeting da AAD, com uma festa que coroará a candidatura do nosso país. “É importante deixar claro que temos a tranquilidade de poder contar com o apoio declarado de todas as esferas do poder público brasileiro na luta por esse resultado favorável para o Brasil. Essas ações realizadas nesses dois anos sedimentaram o voto ibero-latino-americano para que ele venha em bloco para o Brasil”, observou o presidente do Comitê Organizador, Omar Lupi, incluindo que “o 20o Congresso do Cilad em
2014 serviu para alavancar a candidatura brasileira em 2015, nos dando uma prévia da nossa capacidade de organização e excelência. O Cilad 2014 está para os Jogos Olímpicos de 2007, como o WCD Rio 2019 está para as Olimpíadas de 2016”, definiu. Realizado a cada quatro anos e organizado pela Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (Ilds), o Congresso Mundial de Dermatologia teve sua última edição em Seul (2011), e a próxima será realizada em Vancouver, no Canadá (2015). O Brasil está competindo para sediar o evento em 2019 enfrentando a concorrência da Itália, República Checa, Turquia, Índia, Emirados Árabes Unidos e China.
Veja os aspectos positivos que podem fazer a diferença para vitória brasileira: - Apoio irrestrito da SBD - Sucesso de organização e de público do Cilad Rio - Reconhecimento da capacidade científica do dermatologista do nosso país - Apoio governamental - O fato de o Brasil nunca ter recebido um Mundial - Ser o Rio de Janeiro uma cidade olímpica com infra-estrutura toda reformada e aprimorada
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Em ascensão O volume de recursos movimentado pela indústria de eventos no Brasil mais do que quintuplicou em 12 anos, passando de 62 para 315. Um estudo do Sebrae em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil) revela que esse segmento movimentou R$ 209,2 bilhões em 2013, o que representa participação do setor de 4,32% no PIB da economia brasileira. Em 2013, o país foi classificado em nono lugar entre as nações que mais receberam eventos internacionais ao longo do ano, revelando crescimento de 408% em relação a 2003, quando ocupava a modesta 19a colocação no ranking. Ainda em 2013, o país sediou 590 mil eventos, 95% deles nacionais, e metade realizada na Região Sudeste. Ao todo, tiveram a participação de 202,2 milhões de pessoas que gastaram, em média, R$ 161,80 por dia (o que soma R$ 99,3 bilhões). O estudo também mapeou a estrutura disponível para eventos no Brasil. O país tem 9.445 espaços para feiras, congressos e eventos de diversas naturezas que totalizam 10,2 milhões de metros quadrados e 9,2 mi-
lhões de assentos. A locação desses espaços gerou, em 2013, mais de R$ 37 bilhões. “O impacto dos grandes eventos internacionais é muito positivo para a cidade que o recebe não apenas pelo resultado econômico-financeiro direto, advindo dos gastos dos participantes na cidade, mas sobretudo na construção da imagem de um Rio de Janeiro como destino não apenas de lazer, mas, cada vez mais, um importante centro de negócios internacionais. O perfil do público também é bem diferente do turismo tradicional, em muitos casos, com gastos superiores e em épocas de baixa temporada. Um grande exemplo em que a SSRI se envolveu recentemente foi a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), realizada em 2012, que gerou uma movimentação de R$ 274 milhões durante a conferência e recebeu mais de 110 mil turistas, segundo dados da RioTur. Isso representou uma taxa de ocupação de 95% para os hotéis da cidade em um período de baixa temporada”, realçou Luciana Benamor.
Ações desenvolvidas pelo Comitê Organizador para divulgação do WCD 2019
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Nota de esclarecimento à sociedade: Procedimentos estéticos
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Defesa da Especialidade
Pela defesa da população e do especialista em dermatologia, SBD torna a debater os limites entre cuidar da beleza da pele e colocar a saúde em risco Sociedade Brasileira de Dermatologia volta a alertar a população e autoridades de saúde acerca dos perigos de procedimentos realizados por não médicos. O tema tem sido amplamente discutido entre médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos, profissionais que passam por rigoroso processo de treinamento para promover a melhora da pele
E
m função dos últimos acontecimentos relacionados a intervenções estéticas – a morte de uma mulher de 39 anos em Goiânia, em outubro, após realizar procedimento com uma pessoa não médica, e a recente internação da apresentadora e modelo Andressa Urach, de 27 anos, que manifestou infecção na coxa esquerda em decorrência de aplicação de gel –, bem como com a crescente banalização desses procedimentos, sobretudo feitos por pessoas não capacitadas ou por profissionais de outras áreas de saúde, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) torna a alertar a população e as autoridades de saúde sobre os perigos do uso na pele de substâncias cujos estudos científicos a longo prazo ainda são inconclusivos. Nesse sentido, dermatologistas da entidade participaram de diversas reportagens sobre o assunto, en-
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fatizando, entre outras coisas, que “apenas um médico tem conhecimento sobre a anatomia, a fisiologia, a imunologia e as interações dos medicamentos usados no processo e é capaz de reconhecer e lidar com as prováveis complicações que possam surgir durante a aplicação”, além de dominar as técnicas mais precisas e os materiais que sejam aprovados pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa. Esse alerta às entidades de saúde mostra a preocupação da SBD com a população brasileira e com a valorização do médico especialista em dermatologia. Acesse o site da SBD e veja a relação de reportagens publicadas na mídia sobre o assunto com a participação de dermatologistas da entidade. A última foi veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, no dia 7 de dezembro. ■
recente morte de uma mulher de 39 anos, em Goiás, após ter sido submetida à aplicação de um tipo de hidrogel com finalidade estética gerou comoção nacional. Essa tragédia levou o Conselho Federal de Medicina (CFM) a vir a público alertar a sociedade para riscos aos quais pacientes podem estar expostos. Afinal, a busca de tratamentos ligados à beleza alavanca uma invasão de profissionais, nem sempre habilitados, que vêm realizando diversos procedimentos estéticos relacionados à pele. Muitas dessas intervenções, vale alertar, são invasivas e de competência profissional do médico.
Como consequência, são cada vez maiores o número de reclamações e o volume de complicações após a realização de vários procedimentos com substâncias e tecnologias que requerem habilidade e conhecimento técnico para manipular e lidar com possíveis complicações. Eis alguns exemplos: aplicação de toxina botulínica, uso de preenchedores faciais e corporais, utilização de diversos lasers e tecnologias invasivas, entre outros. Sendo assim, o CFM informa que:
1) a realização de procedimentos invasivos deve ser feita apenas por médicos capacitados, como forma de reduzir a chance de surgimento de problemas de saúde para o paciente, com consequências graves e definitivas;
E, finalmente, o CFM pede às autoridades que coíbam, em cumprimento da Lei n. 12.842/13, a atuação de indivíduos não médicos, que interrompem vidas e deixam sequelas em homens e mulheres, ao prometer resultados mirabolantes.
2) essa prerrogativa está prevista na Lei 12.842/13, que estabelece os procedimentos invasivos como ato privativo dos médicos;
No Brasil, os médicos dermatologistas são oficialmente representados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
3) a determinação tem como base a exigência de que os responsáveis pelos procedimentos tenham formação adequada, com conhecimentos médicos e sobre a interação de fórmulas utilizadas no processo, apesar da aparente simplicidade de aplicações de substâncias no corpo humano;
Escolher um médico especialista da SBD para a realização de tratamentos concede ao paciente a segurança de saber que esse profissional passou por um longo e rigoroso processo de treinamento para atuar com segurança no diagnóstico e tratamento de doenças, na realização de procedimentos cirúrgicos e na promoção da beleza de sua pele.
4) além disso, o médico é o profissional preparado para enfrentar possíveis complicações decorrentes dessa aplicação, sabendo tratá-las da forma correta; 5) vale ainda ressaltar que os locais de realização de procedimentos invasivos precisam contar com infraestrutura necessária para sua execução, atendendo aos requisitos mínimos estabelecidos pela Resolução CFM no 2.073/2014.
Na busca de um profissional dermatologista, verifique se escolheu realmente um dermatologista, consultando o site www.sbd.org.br ou o Conselho Regional de Medicina de seu estado. FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA/REGIONAL PERNAMBUCO (SBD/PE)
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Dezembro Laranja
Dezembro Laranja mobiliza população brasileira para a prevenção do câncer da pele NUMA ONDA SOLIDÁRIA, DERMATOLOGISTAS, PERSONALIDADES E POPULAÇÃO VESTIRAM LARANJA DURANTE TODO O MÊS REFORÇANDO A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
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pós o Outubro Rosa e o Novembro Azul, o Brasil ganhou mais uma campanha para lembrar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer: o Dezembro Laranja, idealizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que oferece à população um mês inteiro para lembrar como evitar o câncer que mais atinge o país, o da pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada quatro casos de câncer no país, um é da pele, ou seja, 25% das ocorrências. Essa realidade, no entanto, é mundial: a cada ano são mais de 200 mil novos casos do câncer da pele no mundo, e o número segue aumentando. “Nenhum outro câncer oferece essa prevenção primária. É possível impedir que a doença se manifeste tomando algumas medidas básicas de proteção, como o uso do protetor solar, bonés, óculos escuros. Ninguém deveria morrer por causa de uma pinta. O Dezembro Laranja também foi um alerta aos idosos: atualmente, a idade modal de incidência do câncer não melanoma é de 69 anos”, revela o coordenador do Programa Nacional de Combate ao Câncer da Pele (PNPCC), Marcus Maia. A mobilização começou um pouco antes, no dia 29 de novembro, quando cerca de quatro mil dermatologistas voluntários realizaram atendimento para análise, diagnóstico e posterior tratamento da doença, em hospitais públicos credenciados, postos de saúde e tendas montadas em locais de grande circulação. A estimativa é de que cerca de 35 mil pacientes tenham sido atendidos.
A ação O Dezembro Laranja convidou a população brasileira a compartilhar nas redes sociais uma foto vestindo uma peça de roupa laranja e publicá-la com a hashtag #dezembrolaranja. Os dermatologistas da SBD também entraram na ação, reforçando sua importância no combate à doença. Diversas personalidades brasileiras aderiram à ação social, como as apresentadoras Patrícia Maldonado e Chris Flores, a modelo Renata Banhara e a atriz Patrícia Naves, os atores Carlos Casagrande e Oscar Magrini, e o humorista Márvio Lúcio, Carioca do Pânico. 32 Jornal da SBD ● Ano 18 n.6
A CAMPANHA NO BRASIL
Bahia
Parque 13 de maio Sto. Amaro PE
No último sábado de novembro a Bahia aderiu à Campanha Nacional para o Combate do Câncer da Pele, em dois postos de atendimento na capital, além de cidades como Ilhéus, Alagoinhas, Vitória da Conquista e Feira de Santana. Foram atendidas 931 pessoas, tendo 76 apresentado tumores com suspeita de carcinoma basocelular, 22 de carcinoma espinocelular, e cinco de melanoma.
Mato Grosso do Sul No dia 29 de novembro, três cidades do Mato Grosso do Sul participaram da Campanha do Câncer da Pele: Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. A ação contou com a participação de grande número de dermatologistas voluntários, residentes e pessoal de apoio. Totalizamos 1.020 atendimentos em todo o estado com realização de cirurgias, biópsias e crioterapia. Destacamos a excelente divulgação e veiculação favorável à dermatologia na mídia local”, atesta a presidente da SBD-MS, Elza Garcia. Segundo a médica, foram diagnosticados 97 tumores, sendo 80 casos de carcinoma basocelular, três de carcinoma espinocelular, nove de melanoma malignos e cinco de outros tumores malignos.
Linhares ES
Paraíba Três hospitais da Paraíba realizaram atendimento na Campanha de Combate ao Câncer da Pele – o Napoleão Laureano, o Universitário Lauro Wanderley (em João Pessoa, PB) e o Universitário Alcides Carneiro (em Campina Grande, PB) –, tendo sido examinadas mais de 750 pessoas, além de realizadas e agendadas cirurgias.
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Dezembro Laranja
Tour de Prevenção
Rio Grande do Norte A Campanha Nacional de Combate ao Câncer da Pele da SBD no Hospital Luiz Antônio (HLA), em Natal, Rio Grande do Norte, envolveu cerca de 70 voluntários, entre dermatologistas, estudantes de medicina, médicos residentes, pessoal de apoio de enfermagem, farmácia e administração. A equipe realizou mais de 600 atendimentos, entre cirurgias e exames.
Itajai - Univali Paraná
A Regional Paraná fez pré-lançamento da Campanha Nacional de Prevenção de Câncer da Pele durante a 64a Jornada Paranaense de Dermatologia, presenteando todos os seus associados com guarda-sóis. A coordenadora científica e social, Flávia Prevedello, deu a ideia de divulgar a marca da SBD-PR, o que foi prontamente aceito por toda a Diretoria da Regional. “O guarda-sol tem relação direta com a nossa especialidade, protegendo a pele contra a radiação solar e prevenindo o câncer da pele. A ação também é importante para divulgar a logomarca da SBD-PR nas praias de nosso litoral”, enfatizou Flávia Prevedello.
Mais de 60 casos de câncer da pele foram diagnosticados no Tour de Prevenção 2014 Em seis edições, o Tour de Prevenção percorreu 69 mil quilômetros, tendo prestado 16.376 atendimentos e diagnosticado 1.358 casos de câncer da pele. Em 2014, o caminhão percorreu seis cidades, realizou 1.480 atendimentos com 64 casos de câncer da pele, todos encaminhados para os Serviços Credenciados da SBD.
O relatório final dessa edição apontou que cerca de 70% das pessoas atendidas se expõem ao sol diariamente; 48% delas não usam protetor solar, e 82% apresentam pigmentação na pele. Na parte externa do caminhão eram exibidos vídeos educativos sobre o câncer da pele para as pessoas que aguardavam atendimento. Também houve a distribuição de bonés, ventarolas e fotoprotetores pela equipe da La Roche-Posay. ■
Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) – SP
Há 20 anos ininterruptos o Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí comemora sua atuação na campanha anual de câncer da pele. A primeira campanha em Jundiaí ocorreu em 1994. Segundo o chefe do Serviço e coordenador da campanha, Paulo R. Cunha, a campanha de 2014 atendeu 425 pessoas, tendo sido marcadas 37 cirurgias de câncer da pele. “É fundamental que continue a cultura de prevenção e detecção do câncer da pele, pois se trata do câncer mais frequente encontrado na população e quando tratado precocemente é praticamente 100% curável. Maior fator desencadeante desse tipo de câncer é o sol, por exposição excessiva”, afirmou. ■
ROTEIRO
Rondônia
Foi um grande sucesso a campanha em JI-Paraná, município de Rondônia, com 450 atendimentos e 62 casos suspeitos de câncer da pele (13,77%). A ação foi prestigiada pelo senador Acir Gurgarcz.
Todas as atenções para a prevenção ao câncer da pele também nas praias brasileiras No dia 20 de dezembro, os frequentadores das praias de Ipanema (RJ) e Guarujá (SP) foram orientados quanto à prevenção ao câncer da pele, em mais uma ação do Dezembro Laranja promovida pela SBD. Nos locais houve a exposição de guarda-sóis personalizados e distribuição de folhetos com dicas de cuidados com a pele. Cerca de 12 mil pessoas foram beneficiadas com a ação. No início do fim de novembro, a SBD realizou ações em quiosques situados em shoppings no Rio e em São Paulo para conscientizar os visitantes sobre os riscos para o câncer da pele precocemente e a importância do filtro solar na proteção da pele atingida pelo sol. Nove mil pessoas passaram pelos locais e foram alertadas. Essas iniciativas fazem parte do Programa de Combate ao Câncer da Pele, que tem como pilar o Dia Nacional de Combate ao Câncer da Pele, ocorrido no último sábado de novembro (29).
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TOTAL DE ATENDIMENTO: 1.480 PACIENTES
SALVADOR
98 ATENDIMENTOS
PENEDO
474 ATENDIMENTOS
TERESINA
140 ATENDIMENTOS
MANAUS
275 ATENDIMENTOS
GURUPI
282 ATENDIMENTOS
CAMPOS
211 ATENDIMENTOS
HISTÓRICO DE ATENDIMENTOS Ano 2009 2010 2011 2012 2014
CIDADES 10 10 10 8 6
ATENDIMENTOS 3.020 2.579 3.770 2.442 1.480
DIAGNÓSTICOS 220 207 329 242 64
TOTAL
56
16.376
1.358
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I Simpósio de Oncologia Cutânea da SBD promove amplos estudos e atualização do câncer da pele
Tecnologia e Medicina
Até 2017 as ferramentas de monitoramento de saúde terão receita de US$ 23 bi
O
s desenvolvedores de aplicativos brasileiros entraram de vez na área da saúde com o lançamento do Apple Watch e do já conhecido iHealth, confirmando a consolidação de um mercado de m-Health (Mobile Health), que une dispositivos móveis aos cuidados com a saúde. Hoje estima-se que haja mais de 100 mil aplicativos de saúde disponíveis para download, cujo uso aumentou 62% no último semestre de 2014, e, segundo a consultoria PwC, até 2017 as ferramentas de monitoramento de saúde contarão com receita de US$ 23 bilhões e serão 65% do mercado de m-Health. Já os setores de diagnóstico e tratamento terão participação de 15% e 10% do mercado, respectivamente, gerando receitas de US$ 3,4 bilhões e US$ 2,3 bilhões. A integração com wearables health, como as pulseiras e o próprio relógio, parecem ser caminho natural.
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COMO FUNCIONA Apple Watch: lançado em setembro de 2014, é o primeiro relógio inteligente da Apple. O dispositivo é integrado com o sistema operacional iOS e com a assistente virtual Siri. Possui tela de safira touch e roda lateral chamada digital crown, e ambos podem ser usados para controlar as funções do aparelho. Monitora as atividades físicas do usuário com diversos sensores e estará disponível no começo de 2015 com o preço inicial de US$ 349. Ainda não há previsão de chegada ao Brasil nem de preço sugerido no país. Outro aplicativo lançado em 2014 é o DNA Plus que auxilia a monitorar a saúde e alcançar metas por meio de exercícios físicos funcionais, cardápios equilibrados e acompanhamento especializado. Com cinco níveis diferentes, os treinos ficam mais complexos à medida que vão sendo superados. A rotina de alimentação é adaptada aos ingredientes encontrados no Brasil. Oferece ainda a função DNA Run GPS, área para registro de exames, calendário de saúde e gráfico para monitoramento de peso e medidas. O primeiro mês de uso é gratuito, e após esse período a assinatura mensal custa R$ 13,90. ■
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Anais 90 anos
Revista Anais Brasileiros de Dermatologia completa 90 anos e permanece entre as melhores Desde 1925, com louvor, é porta-voz do dermatologista brasileiro
Atualmente os ABD são recebidos por 7.581 associados
Conquistas
Quatro anos após ingressar no PubMed/Medline (2009), uma das maiores bases de dados primária e de gerenciamento de periódicos científicos do mundo no campo das ciências médicas e biológicas, desenvolvida e mantida pela National Library of Medicine (NLM), a revista conquistou a indexação no PubMed Central (PMC) – base de dados digital de acesso público aos artigos científicos disponíveis no PubMed/Medline, reproduzidos em sua totalidade e com acesso irrestrito e custo zero. Tal fato é ponto vital para o aumento da visibilidade dos artigos publicados e para crescimento do fator de impacto da revista – meta permanentemente perseguida por seus editores –, que tem obtido crescimento sustentado desde 2010. Um dos principais motivos para o alcance desses resultados é o incremento da qualidade dos artigos, fazendo com que eles mereçam citações.
Um pouco da história
SBD lança selo alusivo aos 90 anos de publicação ininterrupta dos Anais Brasileiros de Dermatologia
E
m 90 anos de existência, o periódico Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD), que supriu a divulgação leiga feita no início dos anos 20 pelo Boletim, publicou ininterruptamente milhares de artigos de especialistas destacados do país e do exterior. Criado em 1925, bimestralmente, com o título Annaes Brasileiros de Dermatologia e Syphilographia e sob direção científica de destacadas figuras da medicina brasileira no início do século passado, como F. Terra (RJ), A. Leitão (BA), A. Lindenberg (SP), A. Aleixo (BH), U. Nanohay (RS), A. Lutz (RJ) e W. Machado (RJ), visava divulgar trabalhos científicos produzidos nas diversas regiões do país e que estudavam a nosologia prevalente da época. Ao longo de todo esse tempo, os ABD passaram por variadas transformações que, graças ao trabalho
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contínuo e ao esforço dos editores, equipe editorial, autores e dedicados pareceristas, ofereceram ao leitor artigos de alto nível científico. Sua prioridade também é a publicação de trabalhos que apresentem diferentes formas de inovação científica e que incorporem novas tecnologias, sem esquecer o estudo das doenças tropicais. “Também é oportuno mencionar o crescimento notável da revista desde 2009, sobretudo destacando as grandes dificuldades relacionadas às publicações científicas em nosso país. Em sua trajetória nonagenária, aliando a tradição e a contemporaneidade, os ABD seguem em constante evolução e continuam merecendo o prestígio de receber trabalhos de reconhecido valor”, ressaltou a editora científica, Izelda Costa, à frente do periódico há seis anos.
Sempre obedecendo à direção científica da SBD, os Anais foram, no entanto, por 22 anos, propriedade de
Fatores de impacto dos ABD
pessoas físicas, sendo Oscar Silva Araújo o primeiro deles. Divulgou-se em 1937 que Silva Araújo repassara os Anais ao acervo da Sociedade, mas, na verdade, a doação foi efetivada bem mais tarde, e não por ele, o que veio a acontecer a 10 de outubro de 1947, quando Antônio Fernandes da Costa Júnior presidia a SBD. O cessionário foi Hildebrando Marcondes Portugal, que transferiu, para todos os fins de direito, o título da revista à Sociedade Brasileira de Dermatologia. A regularidade de sua publicação, assim como o valor científico de seus trabalhos, muitos dos quais revelando descobertas científicas, “deram aos Anais um renome internacional inconteste”. O seu formato foi mantido idêntico de 1925 a 1979, e sua publicação se fazia quase sempre trimestral. Em 1980, sob a orientação de seu nono editor-chefe, Rubem David Azulay, o formato foi atualizado de acordo com as normas internacionais e, a partir de 1984, sua circulação passou a ser bimestral.
Os editores-chefes foram: Eduardo Rabello (1925-1926) Oscar da Silva Araújo (1927-1937) Eduardo Rabello (1938-1940) Oscar da Silva Araújo (1941) Francisco Eduardo Rabello (1942-1945) Hildebrando Marcondes Portugal (1946-1947) Antar Padilha-Gonçalves e F. E. Rabello (1948-1960) Antar Padilha-Gonçalves (1961-1962) Demétrio Peryassu (1963-1969) R. D. Azulay e Glyne Rocha (1970-1972) Sílvio Fraga e Jarbas Porto (1973) Rubem David Azulay e Sílvio Fraga (1974) Rubem David Azulay (1975-1992) Absalom Lima Filgueira (1993-1997) Jesus Rodrigues Santamaria (1998) Leninha Valério do Nascimento (1998-2003) Bernardo Gontijo (2004-2008) Izelda Costa (2009 até agora). [Trechos retirados no livro História da dermatologia no Brasil (2002), Glauco Carneiro.] ■ Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 39
Cosmiatria e Laser & Radesp
Biblioteca
DA SBD Parte de cosmiatria já está praticamente definida com palestrantes já convidados 26 a 28 de novembro de 2015
Os 80 anos da Biblioteca da SBD são comemorados com diversos projetos em 2013 e 2014
CAMPOS DO JORDÃO SÃO PAULO - SP
D
urante os dias 26, 27 e 28 de novembro do próximo ano, os associados da SBD terão a oportunidade de participar do 8o Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser e da 20a Radesp em um único momento, numa experiência inovadora da SBD Nacional em parceria com a SBD-Resp. Coordenado pelos dermatologistas Geraldo Magela e Edileia Bagatin, o simpósio de cosmiatria prevê muito espaço para discussão, perguntas e participação da plateia. “Nossa intenção é apresentar resultados de procedimentos cosmiátricos (exceto o laser que terá a programação feita pelo seu Departamento) não só imediatos, mas de médio prazo, de no mínimo seis meses
– também por este motivo os palestrantes já foram convidados – e de realizar a comparação de resultados de dois procedimentos para a mesma indicação”, adianta a coordenadora Edileia Bagatin. A especialista acrescenta que haverá apresentação do melhor e do pior caso de determinados procedimentos “para mostrar que todos estão sujeitos a maus resultados e complicações”, com foco na solução adotada e no seguimento do paciente que é o mais importante. Estão incluídos cuidados cosméticos com cabelos e unhas, com a ideia de desmitificar algumas informações infundadas divulgadas pela mídia, além de duas palestras internacionais: uma sobre conhecimentos moleculares e genéticos do envelhecimento cutâneo que podem ser aplicados ao tratamento de fato eficaz, e outra sobre o que há de novo em cosmiatria, que fechará o evento em grande estilo. Os especialistas que fizeram suas inscrições na última Radesp ganharam desconto de 5% no valor desses dois eventos.
Curso de atualização dos residentes
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No último dia de evento, os residentes do terceiro ano dos Serviços Credenciados da SBD irão participar de um curso de reciclagem com grandes nomes da dermatologia brasileira. Serão abordados temas, como dermatologia clínica, fotoproteção, cirurgia dermatológica, além de cosmiatria e laser. ■
Anos
A
divulgação das obras raras da SBD no catálogo especial da Biblioteca Nacional por meio do Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras (Planor) com a migração dos dados catalográficos, em reconhecimento da preciosidade do acervo especializado da SBD; a higienização do acervo raro; a exposição digital “Lugar de memória da Sociedade Brasileira de Dermatologia: 80 anos da Biblioteca”, no Congresso de Brasília de 2013; e o Programa de Orientação para Publicação de Artigo Científico (Popac), que auxiliou o associado quite da SBD na redação, revisão de normas, edição de texto e tradução de artigos científicos para a publicação em revistas especializadas em dermatologia, por intermédio da Palavra Impressa Editora, foram alguns dos importantes projetos realizados pela Diretoria no biênio 2013/2014 em celebração dos 80 anos da Biblioteca da SBD, comemorados em outubro de 2013. A entidade também renovou o contrato da base Rima (Rede Informática de Medicina Avançada), que oferece cinco créditos por mês para os dermatologistas baixarem arquivos, com a possibilidade de aumento desse número quando solicitado. Lançou ainda
o projeto “Prêmio Rima em Excelência na Atualização Científica Internacional”, voltado para os usuários mais assíduos, que ganharam medalha de ouro e de prata, e 10 pontos acrescidos na CNA (Comissão Nacional de Acreditação). A base de dados da Ebsco também teve seu contrato renovado, concentrando a busca de periódicos assinados em uma única plataforma, hospedada no site da Biblioteca, evitando o acesso separadamente na base da Ebsco. As assinaturas da DynaMed e do MedLine with full text também foram renovadas. Além disso, os usuários que solicitaram à biblioteca ganharam como bônus uma senha para acessar a base DynaMed no modo offline nos celulares. “Todos esses projetos foram amplamente trabalhados ao longo desses dois anos com bastante êxito. Esperamos que tenham continuidade para que os usuários possam usufruir de todos esses benefícios a eles exclusivamente concedidos”, declarou Ana Paula Meski, diretora da Biblioteca da SBD, acrescentando que a inclusão da missão e a exposição dos 80 anos também estão disponíveis no site, reformulado em 2014. ■ Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 41
Destinos
COQUETEL WCD RIO O PRESIDENTE E SECRETÁRIO-GERAL DO COMITÊ DE CANDIDATURA RIO 2019, OS DERMATOLOGISTAS OMAR LUPI E PAULO R. CUNHA, RESPECTIVAMENTE, ESTIVERAM À FRENTE DA
Informações úteis POPULAÇÃO: 8 MILHÕES DE HABITANTES COMO LIGAR PARA O BRASIL: 1800-344-1055, 1800-283-1055 OU 1800-283-1055
FESTA PROMOVIDA DURANTE O O MEETING DA AAD
FUSO HORÁRIO: MENOS DUAS HORAS EM RELAÇÃO AO HORÁRIO DE BRASÍLIA
2015, EM SÃO FRANCISCO, QUE ARREMATA OS TRABALHOS DE DIVULGAÇÃO OBJETIVANDO A CONQUISTA
MOEDA: DÓLAR NORTE-AMERICANO
PARA A DERMATOLOGIA BRASILEIRA.
VISTO: É NECESSÁRIO. MAIS INFORMAÇÕES NO WWW.VISTO-EUA.COM.BR EMBAIXADA OFICIAL NO BRASIL: AV. DAS NAÇÕES, QUADRA 801, LOTE 03 70403-900 - BRASÍLIA, DF (61) 3312-7000 HTTP://PORTUGUESE.BRAZIL.USEMBASSY.GOV
São Francisco, capital do mundo alternativo americano
T
erra de hippies e de imigrantes de todo o mundo, em São Francisco há um respeito enorme pela diferença. Esse ar de liberdade é sentido em todos os cantos da cidade, sempre colorida, alegre e sorridente. Um dos locais que descrevem muito bem essa sensação é o tradicional bairro Fisherman’s Wharf, com ruas fervilhantes e cheias. Seja para ver o carnaval passar no Píer 39, tomar ou comer um chocolate incrível no Ghirardelli Square ou só passear de bonde, esse é “O” bairro. Nos arredores do cais, várias casinhas ocupam as encostas e se gabam da vista espetacular que têm da Golden Gate e da prisão de Alcatraz. A dica é não seguir regra alguma, entrando nas casas que mais o atraírem. O que não pode passar em branco é uma pausa na histórica padaria Boudin. Aqui pães recém-assados, soltando aquele tentador vaporzinho ao ser partidos, voam em cestos presos a trilhos sobre a cabeça dos clientes. Um dos símbolos mais duradouros da América também fica aqui, a Golden Gate Bridge, uma ponte pênsil. Suas linhas art déco pintadas em vermelho são
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ao mesmo tempo um feito da engenharia, ligação viária fundamental e obra de arte. Algumas milhas à frente está o presídio da ilha de Alcatraz, onde ficou por quatro anos e meio (1934-1938) o mafioso Al Capone. No sobe e desce das ladeiras da cidade encontram-se antigos bondinhos e praças floridas que desafim o imprevisível clima local – se não for o frio, será o vento, e se não for o vento, será uma neblina cerrada que inunda a gelada baía. Em Haight and Ashbury, epicentro da contracultura dos anos 60, a paisagem atual é um pouco decadente, mas o distrito tornou-se um bastião para a diversidade sexual e étnica e alternativa para as tribos que viviam à margem do american way of life. Lojas bacanas com discos antigos, casas vitorianas como a Richard Spreckels Mansion, o vizinho distrito de Castro e o Buena Vista Park são alguns dos locais que permitem passar uma ótima tarde. São Francisco foi a capital do mundo alternativo americano durante décadas. Uma das consequências
Golden Gate Bridge
de haver tantos hippies no pedaço foi a multiplicação de fazendas de alimentos orgânicos na região. Boa parte da produção abastece alguns bons restaurantes da Bay Area, mas o consumidor comum terá acesso a ótimas frutas, castanhas e compotas no mercado do Ferry Terminal. Esse belo edifício, durante décadas escondido num emaranhado de “minhocões”, tornou-se o marco iconográfico da região quando estes foram abaixo. Seus cafés e restaurantes são uma boa pedida para começar bem o dia. Faça então uma caminhada ao sul da Market Street, visitando o agradável Yerba Buena Gardens e o San Francisco Musem of Modern Art. Entre as obras de Matisse, Hockney e Diego Rivera está o ótimo Caffè Museo, ideal para uma pausa. Como curiosidade, próximo dali encontra-se o Yerba Buena Center for the Arts, local usado pela Apple para lançar produtos como o iPad e o iPod. Outra atração que não deve ser perdida é a pitoresca Chinatown, que merece pelo menos uma passagem.
Ferry Building
Chinatown
Nas imediações da Stockton Street estão restaurantes com as mais distintas vertentes da cozinha oriental: cantonesa, fujian, sichuan, entre outras. Depois, é só fazer a digestão circulando pelas ruas por onde passeava Bruce Lee – o filho mais famoso do bairro – e por entre as lojas da Grant Avenue. Se estiver interessado na história da comunidade sino-americana, visite o atraente Chinese Historical Society of America Museum. Reserve o dia para conhecer o Golden Gate Park, com seus belíssimos jardins – não deixe de passar no Botanical Gardens e no Japanese Tea Garden – e museus bacanas como o California Academy of Science e o De Young Memorial Museum. Também visite o excelente Asian Art Museum, com mais de 15 mil objetos dedicados à cultura e arte da Coreia, do Japão, China, Sudeste Asiático, Pérsia e Índia. Depois, faça um passeio por Pacific Heights e tire uma foto em Lombard Street, conhecida como a “a rua mais torta do mundo”. ■
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Mensagem de fim de ano
Analogias em Medicina
A coluna “Analogias em Medicina” tem significativa utilidade prática, particularmente por seu papel didático-pedagógico e por facilitar a compreensão de diversos processos patológicos que acometem o ser humano. Muitas vezes coloquial e/ou restrita ao diálogo entre médicos e outros profissionais envolvidos, mantém-se dentro das normas éticas.
José de Souza Andrade-Filho Patologista do Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte Professor de patologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais membro da Academia Mineira de Medicina labjsouzandrade@terra.com.br
Giros na cabeça / Escalpo de buldogue
A Pensar no amanhã é acreditar no novo. não é competição, é integração. A Sociedade Brasileira de Dermatologia conta com você, associado, para que nos próximos anos possamos, juntos, pintar um novo e bem-sucedido destino para nossa especialidade. Um ano novo de muitas alegrias, saúde e paz, extensivas a todos os seus familiares!
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Cutis verticis gyrata (CVG) é doença que se caracteriza por acentuado espessamento da pele do couro cabeludo, que apresenta número variável de dobras separadas por sulcos profundos, frequentemente paralelos, de aspecto cerebriforme. A semelhança com os giros do córtex cerebral é evidente. Foi originalmente relatada na literatura, em 1837, por Jean-Louis-Mark Alibert; porém Robert é reconhecido como o primeiro a descrevê-la, em 1843. Em 1907, Paul Gerson Unna (1850-1929), renomado dermatologista alemão, propôs para a doença a denominação, em latim, Cutis verticis gyrata, aceita pela comunidade médica. Unna, entre outros trabalhos pioneiros na dermatologia, foi também autor de livro abrangente intitulado Histopatologia das doenças da pele. Cútis, como se sabe, é a pele: a camada mais externa que reveste o corpo, apoiada sobre o tecido subcutâneo e compreendendo a epiderme e a derme. Vertex, verticis, termos latinos; em português, vértice: o ápice, o ponto mais elevado da cabeça ou da calota craniana/crânio dos vertebrados. Gyrus, gyri = giro: uma das elevações arredondadas e proeminentes que formam os hemisférios cerebrais ou, segundo Rey (Dicionário de Medicina e Saúde), cada uma das circunvoluções cerebrais. Escalpo é a pele e o tecido subcutâneo, normalmente com cabelos, que recobre o neurocrânio (em inglês, scalp). A CVG pode ser classificada em duas formas: primária (essencial e não essencial) e secundária. A forma primária não essencial responde por 0,5% dos pacientes com retardo mental. Paralisia cerebral, epilepsia, catarata e cegueira podem estar presentes. Já
a forma primária essencial não está associada com alteração neurológica e oftalmológica. Apresenta apenas dobras no couro cabeludo, que mimetizam os giros cerebrais; aparece na puberdade e acomete exclusivamente homens; o tipo de herança é incerto. As formas secundárias de CVG são representadas mais frequentemente por paquidermoperiostose, acromegalia e nevo cerebriforme intradérmico. A palavra bulldog, original do inglês, significa “cão para o touro”. Trata-se de uma raça de cães oriunda da Inglaterra. Os buldogues, muito antigamente, eram utilizados em combates contra touros. Quando esses embates foram proibidos, o buldogue se transformou em um cão de companhia, salvo pelos fiéis criadores. Atualmente, sua personalidade é descrita como brincalhona e afetuosa, apesar da face de aspecto feroz. O buldogue apresenta pregas ou dobras cutâneas que lembram os giros cerebrais, donde a comparação com a CVG. Os médicos veterinários cuidam de frequentes problemas dermatológicos nessa raça de cães. As dobras cutâneas retêm umidade e debris que, somados à obesidade, facilitam a eclosão de infecções (dermatite de dobra facial). A CVG é também conhecida como paquidermia verticis gyrata, cutis verticis plicata, cutis sulcata e escalpo de buldogue. ■
Paciente com cutis verticis gyrata (cortesia Dra. Letícia K. Schenato-RS) e cão da raça buldogue com pregas cutâneas
* Texto baseado parcialmente em “Cutis verticis gyrata primária essencial” Letícia K. Schenato, Tatiane Gil, Lauro A. Carvalho, Nelson Ricachnevsky, Alberto Sanseverino, Ricardo Halpern. J. Pediatr. (Rio J.) v.78, n.1, Porto Alegre jan./fev. 2002. Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 45
Regionais
Serviços Credenciados
Antonio Schettini, Daniela Frota, Paula Rebello, Nadya Lopes, Silvia Nakajima, Silmara Pennini e Claudia Zanardo
Maranhão
Bahia
Espírito Santo
No dia 11 de dezembro, em sessão solene realizada para homenagear a classe médica, o deputado estadual Doutor Hércules concedeu a comenda “Dr. Afonso Schwab” aos profissionais da medicina capixaba que prestaram serviços relevantes dentro do estado ou país. A ex-presidente da SBD-ES, Maria Helena L. Sandoval, recebeu a comenda pelos 25 anos atuando na dermatologia capixaba.
Nos dias 21 e 22 de novembro, a SBD-Bahia promoveu a XXI Jornada Baiana de Dermatologia. O evento, que abrangeu temas como cosmiatria, laser, terapêutica e cirurgia dermatológica, contou com a presença maciça dos sócios da Regional, além de professores locais e convidados de outros estados. O grande destaque foi para o homenageado, Prof. Dr. Newton Guimarães, por toda a sua contribuição para a especialidade. A jornada lembrou três nomes da literatura brasileira falecidos em 2014: Rubem Alves, Ariano Suassuna e João Ubaldo Ribeiro e também fez intercâmbio de professores locais e de outros estados que em suas aulas abrangeram temas como cosmiatria, laser, terapêutica e cirurgia dermatológica.
No último dia 5 de dezembro, a Diretoria da SBDMaranhão promoveu jantar de confraternização anual e a despedida de gestão. “Foram dois anos de muitas realizações e atividades importantes, como a recente carreata do câncer da pele”, observou a presidente e chefe de residência da Fundação Alfredo da Matta, Paula Rebello.
O livre-docente Hélio Miot (quarto da esq. para a dir.) ladeado pela banca examinadora composta pelos dermatologistas Walter Belda, Vidal Haddad, Sílvio Marques, José Antônio Sanches e Paulo Cunha
Paraíba
Unesp Botucatu - SP
No dia 21 de novembro, a Regional-Paraíba promoveu a solenidade de posse da Diretoria Biênio 2015/2016, capitaneada pela dermatologista Sandra Lemos, e sua confraternização de fim de ano.
Pará
No mês de outubro, a SBD-PA organizou a reunião clínica do Serviço Credenciado da Universidade Federal do Pará (UFPA), com a apresentação de 15 casos clínicos e a participação do dermatologista Antônio Carlos Guedes, que moderou e comentou os casos apresentados e ministrou a palestra “Paraproteinemia e escleromixedema”. Já em novembro, nos dias 7 e 8, foi promovida a Jornada Paraense de Dermatologia, maior evento da Regional, com a realização de cursos práticos de cosmiatria (toxina botulínica no terço inferior da face), ministrado pela dermatologista Carla Gayoso (PB), e de cirurgia dermatológica (correção de cicatriz de acne e tratamento de queloide), proferido pela ex-presidente da SBD, Bogdana Victória (SP). A programação teórica contou com simpósios, fóruns e conferências, abordando inúmeros temas da dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica. Participaram como palestrantes os doutores Arival de Brito (PA), Heitor Sá (CE), Flávia Bittencout (MG), Fernando Carneiro (PA), Maria Fernanda Gavazzoni (RJ), Regina Carneiro (PA), Rossana Veiga (PA), Bogdana Victória (SP) e Maraya Bittencout (PA). “Com aproximadamente 150 participantes, a jornada conseguiu congregar nossa Regional em torno do aprendizado científico e da troca de experiências que envolvem a prática da dermatologia”, informa a presidente, Clívia Carneiro.
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A delegada eleita Carla Gayoso, a presidente eleita Sandra Lemos e a atual presidente, Luciana Trindade Residentes e preceptores do Serviço: Maraya Bittencourt, Rossana Veiga, Deborah Unger, Alessandra Haber, Bianca Nascimento, Manuel Almeida, Antônio Carlos Guedes (convidado), Clívia Carneiro, Arival de Brito, Livia Freitas e Marion Drago
No último dia 27 de novembro o Prof. Hélio Amante Miot conquistou o título de livre-docente em dermatologia pela Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu. Aprovado com nota 9,86, para lecionar nas disciplinas de dermatologia geral e dermatologia infecciosa e parasitária, o docente defendeu tese sobre o tema “Contribuição para o estudo do melasma”. A banca examinadora foi composta por renomados professores da dermatologia brasileira: José Antônio Sanches Júnior (professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP), Paulo Rowilson Cunha (professor titular da Faculdade de Medicina de Jundiaí), Sílvio Marques (professor titular da FMB/Unesp); Vidal Haddad Júnior (professor adjunto da FMB/Unesp) e Walter Belda Júnior (professor-associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP).
Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – MT
Os dermatologistas Heitor Sá, Flávia Bittencourt, Bogdana Vitória, Regina Carneiro, Carla Gayoso, Clívia Carneiro e Arival de Brito
Diretoria do Biênio 2015/2016: a presidente, Sandra Lemos; o vice-presidente, Victor Fernandes; o membro da comissão científica, Renata Rodrigues; e a segunda secretária, Zuleika Andrade
Em 2014, o Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) conquistou três vagas do concurso público da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para dermatologistas. As novas integrantes, Ivana Garcia, Natasha Crepaldi (chefe em exercício do Serviço de Dermatologia da UFMT) e Tassia Poit, são egressas da própria UFMT. Jornal da SBD Ano 18 n.6 ● 47
Serviços Credenciados
Universidade de Taubaté (Unitau) – SP O ano de 2014 foi muito proveitoso para o Serviço de Dermatologia da Universidade de Taubaté (Unitau), que aprovou seus dois E3 na prova do TED e aumentou as vagas para três especializandos por ano. “Todos eles tiveram ótimas participações no Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, no Congresso Brasileiro de Dermatologia e no Congresso Ibero-latino-americano de Dermatologia. Publicamos vários trabalhos durante todo o ano. A Campanha do Câncer da Pele foi um sucesso, com 384 pacientes examinados e quase 20% de casos positivos para câncer da pele”, disse o chefe do Serviço, Samuel Mandelbaum. Na Radesp 2014, a equipe do Serviço coordenou cursos, presidiu mesas e ministrou várias aulas, além
Carolina Amarante (E1), Fernando Tagliarini (E2), Bruna Ferrari (E2), Ana Luisa Chaves (E1) e Juliana Uehara (E2)
de apresentar 12 trabalhos, sendo cinco de investigação. O Professor Samuel Mandelbaum e a enfermeira. Maria Helena Sant’Ana Mandelbaum foram homenageados pela SBD-Resp por seu trabalho no ensino aos dermatologistas e pelo trabalho de integração social com o Dermacamp. Ao final, os E2 ganharam o primeiro e o segundo prêmios do concurso de fotografia. “Que 2015 seja ainda melhor!”, espera Mandelbaum.
Departamentos DST/Aids
O Departamento de DST/Aids elaborou curso de capacitação para os Serviços Credenciados com o objetivo de ampliar os locais de atendimento nessa área de atuação da dermatologia. Ministrados pela coordenadora do Departamento, Luiza Keiko Matsuka Oyafuso, de 24 a 28 de novembro, em São Paulo, os módulos constaram de treinamento prático, consolidando os conhecimentos laboratoriais à prática clínica (diagnóstico e tratamento). O curso contou com o suporte do Centro de Estudos e de Apoio à Dermatologia Sanitária (Ceads), administrado pela Faculdade de Saúde Pública da USP, Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia e Centro de Referência e Treinamento de Aids (CRTA).
Cirurgia Micrográfica de Mohs
A Fundação Alfredo da Matta, em Manaus, acaba de implantar a técnica de cirurgia micrográfica de Mohs em seu Serviço de Dermatologia. Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o projeto de pesquisa tem a finalidade de criar no estado serviços que ajudem a população e promovam pesquisas na área. “A ideia de implantar a cirurgia micrográfica na Fundação Alfredo da Matta partiu do setor de cirurgia, que recebe diariamente inúmeros casos de câncer da pele, também do interior do estado, sendo muitos em estágio avançado. Graças ao recurso recebido, foi possível adquirir os materiais necessários para montar a técnica”, disse Patrícia, chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa, que conta com a colaboração de uma equipe de dermatologistas, técnicos e patologista. Em outubro foi realizada a primeira Jornada de Cirurgia Micrográfica de Mohs com a participação de grandes nomes, como os dermatologistas Roberto Tarle, Felipe Cerci, Gerson Delattorre, Kenneth Gross (EUA) e Selma Cernea.
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“Foi um marco para nosso estado e Serviço. Acredito que a técnica beneficiará um grande número de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com precisas indicações e que procuram diariamente nosso Serviço”, afirma Patrícia que está terminando a capacitação em micrográfica em três hospitais de São Paulo: do Servidor Público, sob coordenação de Selma Cernea, das Clínicas, sob supervisão de Eugênio Pimentel, e do ABC, de Santo André, sob supervisão do Roberto Terzian e Gustavo Alonso. Também fez estágio de uma semana no Serviço da Santa Casa, em Curitiba, sob supervisão de Roberto Tarlé. “Todos os Serviços me receberam muito bem, e pude ver particularidades de cada um, o que engrandeceu muito minha capacitação.”
Errata
O nome correto do coordenador científico do Ceads é Luiz Jorge Fagundes e não Jorge Luiz Fagundes, como publicado na página 10 da edição passada.